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DATA – 04.09.2015
AULA 02
A) Criação: Lei autorizativa + registro em cartório, por ser pessoa jurídica de direito privado.
B) Imunidade Tributária: o art. 173, parágrafo 2o da CF/88 estabelece que as empresas estatais
devem ser equiparadas às empresas privadas.
Todavia, o art. 150, parágrafo 2o, estende às autarquias e fundações a imunidade tributária
recíproca. No art. 150, parágrafo 3o da CF/88, temos que essa imunidade tributária recíproca não
se estende às empresas estatais exploradoras de atividade econômica e que, as empresas
estatais prestadoras de serviço público que cobrarem taxas ou tarifas dos usuários na prestação
do serviço público também não.
C) Bens: em princípio, são considerados bens privados para todos os efeitos. Mas recebem a
proteção que é dada aos bens públicos, caso estejam voltados à prestação de serviço público.
E) Regime de Pessoal: são regidos pela CLT, devem fazer concurso público e se submetem ao
teto remuneratório quando recebem da administração pública, do ente federado ao qual
pertencem, verbas para custeio ou pessoal.
F) Responsabilidade Civil:
G) Controle: devem prestar contas ao Tribunal de Contas, estão sujeitas a ação popular, a ação
civil pública e podem ser autoridade coatora em Mandado de Segurança, na medida em que
executam serviços públicos e trabalham com dinheiro público.
C) Bens: são bens de direito privado e podem ser penhorados, podem sofrer usucapião, etc.
D) Contratos/Licitação: o art. 173, determina a criação de uma lei própria que trate do estatuto
jurídico das empresas estatais exploradoras de atividade econômica, inclusive no que diz respeito
às licitações e contratos. Contudo, até hoje tal lei não foi editada. Por isso, aplica-se, hoje, a Lei
8.666/93, de modo que as empresas estão obrigadas a licitar, exceto em relação à sua atividade
fim.
E) Empregados: regidos pela CLT, devem fazer concurso público e não possuem estabilidade.
Aplica-se a vedação de acumulação de cargos e funções na Administração Pública, bem como o
teto remuneratório, no que tange às verbas de custeio e de pessoal.
F) Controle: estão submetidas a controle pelo Tribunal de Contas. Podem ser sujeito passivo de
Mandado de Segurança, apenas nas hipóteses em que estiverem desempenhando atividades
típicas da administração pública. Podem também ser sujeito passivo em ação civil pública e ação
popular, na medida em que administram dinheiro público.
2.10.1 Criação:
I - Celebração de protocolo de intenções: assinado pelo chefe do poder executivo de cada uma
das entidades consorciantes. É como se fosse o pré - estatuto do consórcio a ser criado. (art. 3o,
caput da Lei 11.107)
II – Ratificação do Poder Legislativo de cada um dos entes: necessária porque estamos criando
nova pessoa jurídica e o art. 37 da CF/88 exige que toda vez que for criada nova pessoa jurídica,
isso seja feito por meio de Lei.
- Se o consórcio for de direito público: a lei cria o ente.
- Se o consórcio for de direito privado: a lei autoriza a criação e o consórcio é criado
mediante registro.
-
III – Contrato de Consórcio: é como se fosse a criação de uma empresa, fazendo um paralelo com
o contrato social. Trata-se do protocolo de intenções ratificado.
V- Contrato de Programa: nele teremos a previsão de outras doações, outros investimentos que
as entidades que fazem parte do consórcio podem repassar para ele. Além de verbas, podem ser
entregues ao consórcio servidores e bens públicos por exemplo. Tudo aquilo que não é dinheiro e
que será repassado ao consórcio, estará no Contrato de Programa. Também por meio do
Contrato de Programa é que teremos a entrega da prestação do serviço público, propriamente
dita.
C) Bens:
Consórcio de direito público: bens públicos;
Consórcios de Direito Privado: bens, a princípio, privados. Mas, quando estão voltados para a
gestão de serviços públicos, recebem a mesma proteção dos bens públicos.
E) Imunidades Tributárias:
Consórcios de Direito Público: têm natureza de autarquia, por isso possuem imunidade tributária
recíproca.
Consórcios de Direito Privado: se cobram taxa ou tarifa de seus usuários para prestar serviço
público, não têm imunidade. Se não cobram taxa ou tarifa têm imunidade.
F) Servidores Públicos:
Consórcios de Direito Público: submetidos ao Regime Jurídico Único (adotam o mesmo regime da
Administração Direta – em regra, estatutário).
Consórcios de Direito Privado: CLT (art. 6o, parágrafo 2o da Lei 11.107/05).
G) Foro: se a União for parte do consórcio, a competência é da Justiça Federal. Se não for parte
a União, a competência será residual da Justiça Estadual.
As entidades do terceiro setor não são propriamente Administração Pública (primeiro setor), nem
pertencem ao mercado (segundo setor). São pessoas jurídicas de direito privado, voltadas para a
prestação de serviços de interesse do Estado.
Regime Jurídico:
Essas entidades também não são parte da Administração Pública indireta. Todavia, a
forma como são tratadas pela legislação, fazem com que sejam regidas parcialmente pelo
Regime Jurídico Administrativo. São entidades de direito privado, que já existem na
sociedade, e não possuem finalidade lucrativa (entidades filantrópicas) e que receberão do
Estado delegação para prestar serviço público por meio de um instrumento jurídico
chamado contrato de gestão. No momento em que celebram o contrato de gestão, passam
a ser chamadas Organização Social e podem receber recursos públicos, bens público e
servidores públicos.
A Lei 13.019/14 foi editada para tratar desse assunto, contudo, ainda está em vacatio legis.
Ela entraria em vigor em agosto de 2015, contudo, uma Medida Provisória prorrogou a
vacatio legis, estabelecendo que essa lei só entrará em vigor em fevereiro de 2016. Tal lei
preverá a necessidade de um chamamento público para a escolha isonômica das OS.
A OSCIP no âmbito federal sempre será qualificada perante o Ministério da Justiça, cuja
decisão será vinculada. Possuem atuação em áreas sociais que o Estado deseja
fomentar/estimular. Por meio do termo de parceria poderá haver repasse de verbas, bens
e servidores públicos. Recebendo verbas públicas, serão obrigadas a licitar e celebrar
contratos nos termos da Lei 8.666. Passarão a ser regidas pela 13.019/14, que ainda não
está em vigor.
ATOS ADMINISTRATIVOS:
1. Conceito
Direito Civil – Teoria dos Atos – Diferença entre Fato Jurídico e Ato Jurídico:
O ato administrativo é um ato jurídico qualificado, por isso é importante estudarmos essa distinção
trazida no direito civil.
Fato: é aquilo que acontece independentemente da manifestação da vontade humana.
Fato Jurídico: é aquele fato que tem importância para o direito, repercussão jurídica.
Ex: árvore que cai na porta de uma casa e quebra o muro.
Ato Jurídico: é aquele em que há interferência da vontade humana e ao qual o direito atribui
consequências jurídicas.
Administração Pública:
Fatos Administrativos: fatos jurídicos que trazem consequências para a Administração Pública.
Ex: árvore que caiu em cima de carro da Administração Pública.
Atos da Administração: atos que decorrem de manifestação que decorre da Administração
Pública e se subdividem em:
- Ato de Direito Privado da Administração: são atos praticados pela Administração
e que são regulados pelo direito privado. Ex: exploração de atividade econômica
por empresas estatais.
- Ato Administrativo: são atos praticados pela Administração Pública, regidos pelo
direito administrativo e que estão sujeitos a controle pelo Poder Judiciário.
Obs: São diferentes dos Atos Políticos praticados pelo chefe do Executivo. Os atos
políticos recebem competência direta da Constituição e possuem alta carga de
discricionariedade.
2. Perfeição/Validade/Eficácia
É possível também a existência de um ato perfeito, inválido e eficaz, uma vez que atos inválidos
também produzem efeitos, ainda que ilegais.
No direito civil, dizemos que o ato jurídico tem três elementos ou requisitos: sujeito, objeto e
forma. O sujeito deve ser capaz, o objeto deve ser lícito (previsto ou não defeso em lei) e a forma
deve ser aquela prevista ou não defesa em lei.
No direito administrativo, além de sujeito, objeto e forma, o ato administrativo, por ser ato jurídico
qualificado, tem mais dois requisitos: o motivo e a finalidade.
Sujeito: além de capaz, deve ser competente para exercer o ato administrativo. Se o sujeito não
for competente, haverá vício do ato administrativo chamado excesso de poder.
Objeto: deve ser lícito, assim como no direito civil. Contudo, o conceito de licitude aqui é
diferente, de modo que só é licito o que é previsto em lei (princípio da legalidade estrita). O objeto
é aquilo que o ato fala, a determinação que ele emana.
Forma: deve ser aquela prevista em lei.
Finalidade: a lei traz finalidades especiais para o ato administrativo que, se praticados com
finalidade diversa, possuem vício de desvio de finalidade ou desvio de poder.
Motivação: segundo a Teoria dos Motivos determinantes, todo e qualquer ato administrativo
necessita de motivação.
Motivo é diferente de Motivação. O princípio democrático impõe que sempre que o Estado editar
um ato administrativo, ele deve demonstrar ao povo as razões. Essas razões são expostas com
base no que aconteceu no mundo dos fatos: motivo. A exposição desses motivos é a chamada
motivação.
Móvel, por sua vez, existe sempre nos atos administrativos discricionários, isto é, aqueles que em
que há um espaço de escolha para o administrador público com base nas razões de conveniência
e oportunidade. As razões que levam o administrador público a tomar uma decisão com base
nesse espaço de escolha, é o que chamamos de móvel. É no móvel que encontramos a vontade
subjetiva do agente pública que, se for ilícita, pode resultar até mesmo em desvio de
poder/finalidade.
Quais são os atos administrativos que necessitam obrigatoriamente de motivação? A doutrina e a
jurisprudência entendem que TODO ato administrativo deve ser motivado. O rol do art. 50 da Lei
de Processo Administrativo não é exaustivo.
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos
fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
Mérito do ato administrativo: para Celso Antônio Bandeira de Mello, é constituído pelo objeto e
pela motivação (motivos) do ato administrativo. O Sujeito, a forma e a finalidade do ato
administrativo são sempre vinculados. Por isso, não existe discricionariedade absoluta na
administração pública.
Durante muito tempo, entendeu-se que quanto ao mérito do ato administrativo não era possível o
controle pelo Poder Judiciário. Contudo, hoje entende-se que a ausência de motivação, o motivo
ilícito ou inexistente, é ilegal, de modo que o Poder Judiciário pode, sim, fazer controle o mérito,
no que tange à motivação. Também é possível o controle do Poder Judiciário sobre o mérito do
ato administrativo, no que diz respeito à razoabilidade e à proporcionalidade da causa do ato, ou
seja, do liame entre o objeto e o motivo do ato.
Se atender a todos os requisitos do tópico anterior, o ato administrativo terá certos poderes.
A) Presunção de legitimidade: presume-se legítimo todo ato administrativo, até prova em
sentido contrário. Trata-se de presunção iuris tantum (relativa), de modo que admite prova
em contrário.
B) Imperatividade: o ato administrativo se impõe ao cidadão mesmo que ele não queira,
uma vez que decorre da lei.
C) Exigibilidade: o ato administrativo é título executivo, de modo que tem que ser cumprido.
Se não cumprido, gera consequências imediatas. Ex: multa de trânsito não paga gera
cobrança de juros, correção monetária e inscrição em dívida ativa.
D) Autoexecutoriedade: alguns atos administrativos podem ser executado pelo Poder
Público, independentemente de manifestação do Poder Judiciário. Haverá
autoexecutoriedade quando houver lei nesse sentido ou quando houver situação urgente
ligada ao interesse público.
Discricionários: é aquele que tem uma margem de escolha que será feita com
base nas razões de conveniência e oportunidade da Administração pública.
Vinculados: não possuem esse espaço de deliberação. Seus efeitos e motivos
já estão estabelecidos pela Lei.
Todos os atos, inclusive discricionários, estão sujeitos ao controle pelo Poder
Judiciário.