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1. Briga em público
“Explique você, que fez um modelo de cavalo que jamais poderia terminar”, retrucou, ainda de
acordo com o que foi documentado pela Superinteressante. Tudo isso ocorreu enquanto os
moradores de Florença assistiam.
O célebre pintor sugeriu que as partes íntimas da obra prima representando uma figura
mitológica em pedra fossem tapadas antes que o ídolo fosse exposto.
Uma das mais chamativas demonstrações da rivalidade dos dois renascentistas, todavia,
ocorreu no ano de 1503, quando eles foram chamados para pintar paredes opostas do Palazzo
Vecchio, um glamuroso palácio italiano.
O mecenas que encomendou os paineis era o político Piero Soderini. Ele criou uma clara
tensão entre os artistas, fato que sem dúvida acordaria seus espíritos competitivos e os
estimularia a entregar um trabalho melhor que o do oponente.
No trecho, que foi repercutido pelo site Draw Painting Academy, o artista se dispõe a apontar
qual das técnicas é "a de maior mérito e dificuldade e perfeição":
O escultor não pode diversificar seu trabalho pelas várias cores naturais dos objetos; a pintura
não apresenta nenhum defeito em particular. O escultor, quando usa a perspectiva, não pode
fazer com que ela pareça verdadeira; a do pintor pode parecer cem milhas além da própria
imagem (...) A pintura é adornada com possibilidades infinitas que a escultura não pode
realizar", argumentou Da Vinci, deixando seu posicionamento bastante claro.
Apesar de todas as suas desavenças, contudo, estudos apontam que os renascentistas teriam
dividido um aspecto relevante de suas vidas.
Isso porque alguns historiadores especulam que ambos teriam sido homossexuais — uma
característica que, se hoje já torna a vida de muitos mais difícil do que deveria ser, devido aos
preconceitos da sociedade, era ainda mais desafiadora em meio à mentalidade conservadora
do século 16.
Pintura de Salai por Da Vinci / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons
Com Leonardo da Vinci, a desconfiança dos teóricos é de que ele teve um suposto caso com
seu pupilo, Salai. Outro detalhe é que, quando era mais novo, o pintor foi acusado de
"sodomia e homossexualidade", apesar da alegação nunca ter sido provada.
Já no caso de Michelangelo, a suspeita de romance recai sobre sua relação próxima com um
nobre chamado Tommaso Cavalieri. Em nenhum dos dois casos, entretanto, é possível
confirmar a verdadeira orientação sexual dos renascentistas.
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