Você está na página 1de 76

CURSO INTRODUTÓRIO

DE

MATLAB 6.5

Prof. Silmara Alexandra da Silva Vicente


silmara@mackenzie.com.br

Janeiro/2003
Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

Sumário

1. Introdução
1.1 História do MATLAB
1.2 Toolboxes
1.3 Aprendendo a Utilizar o MATLAB
1.4 MATLAB no Ambiente Windows
1.5 Comandos Básicos e Declarações de Variáveis
1.6 Números e Expressões Aritméticas
1.7 Formato de Saída
1.8 Matrizes Simples
1.9 Elementos das Matrizes
1.10 Indexação de Elementos de Matrizes
1.11 Dimensão de Vetores e Matrizes
1.12 Matrizes Especiais
1.13 Números e Matrizes Complexas
1.14 Funções Matemáticas Elementares
1.15 Facilidades do Help

2. Operações com Matrizes


2.1 Transposta
2.2 Adição e Subtração
2.3 Multiplicação
2.4 Divisão
2.5 Potenciação

3. Operações Relacionais e Lógicas


3.1 Operadores Relacionais
3.2 Operadores Lógicos
3.3 Arquivos M de Comandos

4. Controle de Fluxo
4.1 Laço For
4.2 Laço While
4.3 Estrutura If-Else-End
4.4 Estrutura Switch-Case

5. Arquivos M de Funções
5.1 Porque usar funções?
5.2 Diferença entre Arquivo M de Funções e Arquivo M de Comandos
5.3 Como escrever uma Função
5.4 Regras e Propriedades

6. Análise Numérica
6.1 Otimização
6.2 Integração Numérica
6.3 Solução de Equações Diferenciais

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 2


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

7. Polinômios
7.1 Raízes
7.2 Multiplicação
7.3 Adição
7.4 Divisão
7.5 Cálculo de Polinômios
7.6 Derivada de Polinômios

8. Gráficos
8.1 Gráficos Bidimensionais
8.2 Estilos de Linhas e Símbolos
8.3 Números Complexos
8.4 Escala Logarítmica, Coordenada Polar e Gráfico de Barras
8.5 Gráficos Tridimensionais
8.6 Anotações no Gráfico

9. Simulink
9.1 Introdução ao Simulink
9.2 Exemplos

10. Referências Bibliográficas

11. Anexos

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 3


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

1 INTRODUÇÃO

1.1. HISTÓRIA DO MATLAB

- Desenvolvido no final da década de 70 na Universidade do Novo México e na Universidade de


Stanford, onde a primeira versão foi lançada em 1984;

- É destinado aos cursos de teoria matricial, álgebra linear e análise numérica;

- Atualmente esse software está tão desenvolvido que sua capacidade se estende muito além do
"Laboratório de Matrizes" – tradução para a palavra MATLAB;

- MATLAB é um software interativo e uma linguagem de programação aplicada tanto para


computação técnica como científica em geral;

- Ele integra a capacidade de fazer cálculos, visualização gráfica e programação em um ambiente


fácil de usar. O elemento básico é uma matriz e não requer dimensionamento à priori. Isso
permite solucionar muitos problemas numéricos em uma fração de tempo menor do que seria
necessário para escrever um programa em uma linguagem como FORTRAN, Basic ou C;

- A forma de expressar a solução de problemas no MATLAB é quase a mesma na qual eles são
escritos matematicamente;

- A matemática é a linguagem comum de grande parte das ciências e da engenharia. As matrizes,


equações diferenciais, conjuntos de dados, gráficos e diagramas são os blocos básicos tanto da
matemática aplicada quanto do MATLAB. Sendo essa base matemática que torna o MATLAB
acessível e poderoso;

Alguns exemplos das muitas áreas onde o MATLAB tem sido utilizado:

• Um estudante de pós-graduação em Física analisando e visualizando dados de seus


experimentos com campos magnéticos de super condutores;
• Um parque de diversões modelando os sistemas de controle para seus brinquedos;
• Um estudante de primeiro grau aprendendo multiplicação;

- Já existem mais de 500.000 usuários ao redor do mundo, no Brasil o MATLAB tem estado
presente nas Universidades e Faculdades de primeira linha bem como nos departamentos de
engenharia e desenvolvimento das principais empresas e instituições do país: Companhia Vale do
Rio Doce, Embraer, Renault do Brasil, Motorola do Brasil, Petrobrás, BankBoston, Banco do
Brasil, Banco Central do Brasil e outros.

- Em todos esses casos e em milhares de outros, o fundamento matemático do MATLAB torna-o


útil em locais e aplicações muito além do que se pode imaginar.

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 4


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

1.2. TOOLBOXES

O MATLAB é tanto um ambiente quanto uma linguagem de programação e um de seus aspectos


mais poderosos é o fato de que a linguagem MATLAB permite-lhe construir suas próprias
ferramentas reutilizáveis. Pode-se facilmente criar suas próprias funções e programas especiais
(conhecidos como arquivos M) em linguagem MATLAB.
• TOOLBOX: uma coleção especializada de arquivos M para trabalhar em classes
particulares de problemas, traduzindo, são bibliotecas de rotinas MATLAB (m-files), aplicadas a
áreas específicas tais como: controle, estatística, álgebra, lógica nebulosa (lógica fuzzy). Essas
bibliotecas são construídas usando a linguagem do MATLAB e isso tem algumas implicações:

• É possível uma integração direta e perfeita com o Simulink e quaisquer outras toolboxes
que se tenha disponível;

• Como todas as toolboxes estão escritas em linguagem MATLAB, pode-se tirar proveito
da característica de sistema aberto do MATLAB e também examinar os arquivos M, editá-los ou
utilizá-los como modelos de referência quando estiver criando suas próprias funções;

• Toda toolbox é disponível para qualquer tipo de sistema que execute o MATLAB;

Alguns exemplos de toolboxes:

- Toolbox de Processamento de Sinais

- Toolbox de Identificação de Sistemas

- Toolbox de Otimização

- Toolbox de Sistemas de Controle

- Toolbox de Estatística

Existem ainda muitas outras toolboxes tais como:

• Lógica Fuzzy – Fuzzy Logic


• Redes Neurais – Neural Network
• Matemática Simbólica e Algébrica – Simbolic Math Toolbox

1.3. APRENDENDO A UTILIZAR O MATLAB

Uma maneira fácil de visualizar o MATLAB é pensar (imaginar) que se está trabalhando com
uma calculadora científica. Lembrando que nessa calculadora além das operações elementares
como: adição, subtração, multiplicação e divisão ela também opera com números complexos,
raízes quadradas, potenciações, logaritmos e simulações complexas de sistemas lineares e não
lineares entre outras aplicações. Uma grande vantagem do MATLAB é a facilidade em
programar na sua própria linguagem e com isso armazenar e recuperar dados, criar, executar e
armazenar seqüências de comandos para automatizar os cálculos. Também é possível plotar

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 5


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

dados de diversas maneiras, manipular polinômios, integrar funções, manipular equações


simbolicamente e ainda programar suas próprias funções de acordo com a necessidade.

Na realidade, o MATLAB oferece muitas outras características e é muito mais versátil do que
qualquer calculadora:
• É uma ferramenta para fazer cálculos matemáticos;
• É uma linguagem de programação com características mais avançadas;
• Fácil de aplicar quando comparado às linguagens de programação como: BASIC, Pascal
ou C/C++.
Esse software apresenta um ambiente rico para a visualização de dados graças à sua poderosa
capacidade gráfica. É uma plataforma de desenvolvimento de aplicações, na qual conjuntos de
ferramentas inteligentes para solução de problemas em aplicações específicas, podem ser
desenvolvidos de forma relativamente fácil.

1.4. MATLAB NO AMBIENTE WINDOWS

Para iniciar o MATLAB é muito simples; basta clicar no ícone:

Ou menu: iniciar/programas/Matlab6.5/Matlab6.5

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 6


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

A Janela inicial do MATLAB é a seguinte:

1. Comand Window:

• É a área de trabalho onde os comandos (as instruções) são digitados; as operações


podem ser realizadas e seus resultados são mostrados;
• Também é nessa janela que se pode executar um arquivo m-file;
• O prompt “>>” indica que o programa está pronto aguardando uma instrução;
• Com as teclas “↑” (seta para cima) e “↓” (seta para baixo) é possível recuperar
todos os comandos já digitados.

2. Workspace:
• É a área na qual são exibidas todas as variáveis definidas na área de trabalho;
• Essa janela possui quatro colunas indicando o nome, dimensão, número de bytes e
a classe de cada variável;
• As variáveis podem ser editadas e visualizadas nessa própria janela, basta dar um
click-duplo para editá-las;
• Há um menu flutuante que é possível:

1. Open - abrir a janela


2. Graph – criar gráficos a partir dos dados contidos na variável
3. Select All – selecionar todas as variáveis
4. Import Data – importar variáveis de um arquivo para o workspace
5. Save Selection As – salvar as variáveis selecionadas em um arquivo

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 7


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

6. Save Workspace As – salvar todas as variáveis do workspace em um


arquivo
7. Copy – copiar a variável para a área de transferência de dados do
Windows
8. Delete – apagar a variável do workspace
9. Clear Workspace – apagar todas as variáveis do workspace
10. Rename – renomear a variável.

3. Current Directory

Área onde é exibida uma lista dos arquivos contidos no diretório corrente;

4. Command History

Área onde ficam armazenadas todas as instruções executadas no MATLAB;

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 8


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

5. Menus pop-up

São os comandos de configuração do ambiente MATLAB;

1.5. COMANDOS BÁSICOS NO COMMAND WINDOW E DECLARAÇÕES DE VARIÁVEIS

Para iniciar o nosso trabalho no MATLAB é necessário aprender alguns comandos essenciais da
janela de trabalho (command window) e na seqüência vamos aplicá-los.

who Mostra as variáveis do espaço de trabalho.


whos Mostra as variáveis do espaço de trabalho com detalhes.
clear Limpa a memória do espaço de trabalho.
clc Limpa a tela.
dir ou Mostra o conteúdo do diretório que se encontra.
ls
cd ou Informa ou altera diretório corrente.
pwd
what Exibe os arquivos MATLAB contidos no diretório.
which Identifica e localiza arquivo

Assim como qualquer outra linguagem de programação, o MATLAB tem regras a respeito do
nome de variáveis. Os nomes devem ser palavras únicas, sem inclusão de espaços e não devem
conter caracteres acentuados.

Mais especificamente, as regras para variáveis são:

Regras para Nomes de Variáveis Comentários e Exemplos


As variáveis são sensíveis a maiúsculas e Itens, itens, itEns e ITEns. São todas variáveis
minúsculas; diferentes.
As variáveis podem conter no máximo 31 oquevoceachadessenomedevariavel
caracteres; o que ultrapassar esse número é
ignorado.
Os nomes das variáveis devem começar com O_que_você_acha_deste_nome
uma letra, podem ser seguidos de um número,
letras ou sublinhados. X51483

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 9


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

Além dessas regras de nomes de variáveis, o MATLAB possui algumas variáveis especiais:

Variável Valor
ans Variável-padrão usada para resultados
pi 3.14159265358979...
inf Infinito ex:1/0
NaN (ou) nan Não Numérico ex: 0/0
i (e) j i=j=sqrt(-1) raiz imaginária
realmin Menor número real utilizável (2.2251e-308)
realmax Maior número real utilizável (1.7977e+308)

Exemplos de declarações de variáveis:

>>A=5
>>borrachas=7
>>blocos=6;

Há uma diferença na execução dessas três variáveis, está relacionada com o ponto e vírgula “;”
no final da atribuição. Se o último caractere da declaração é um ponto e vírgula ";" a impressão
na tela é suprimida, mas a tarefa é realizada. Esse procedimento é usado em arquivos com
extensão ".m" e em situações onde o resultado é uma matriz de grandes dimensões e há interesse
em apenas alguns dos seus elementos.

Se acaso não for declarado o nome de uma variável o MATLAB tem como padrão uma variável
chamada ans (answer). Exemplo:

>>borrachas+blocos

ans=
13

Isso só ocorre porque não foi atribuído o resultado da soma a uma variável específica.

>>s=borrachas+2*blocos
s=
19

Todas as funções devem ser escritas em letras minúsculas:

>> who

Your variables are:

A blocos borrachas s

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 10


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

e não WHO em letra maiúscula.

Para saber os detalhes dessas variáveis, é só digitar:

» whos
Name Size Bytes Class

A 1x1 8 double array


blocos 1x1 8 double array
borrachas 1x1 8 double array
s 1x1 8 double array

Grand total is 4 elements using 32 bytes

As variáveis do espaço de trabalho podem ser excluídas incondicionalmente usando-se o


comando clear:

>> clear A % exclui somente a variável A.


>> clear blocos s % exclui as variáveis blocos e s.
>> clear b* % exclui as variáveis que iniciam com a letra b.

Obs.: Não há solicitação de confirmação, todas as variáveis serão apagadas e não poderão ser
recuperadas.
>>borrachas=5;
>>canetas=8;
>>lapiseiras=3;
>>r=borrachas+canetas+lapiseiras

Para salvar os dados do Command Window:


Uma das alternativas é ir até o menu: File/ Save Workspace As / digitar o nome do arquivo:
Por exemplo: exe1.mat
Para recuperar os dados é só ir no menu: File / Open e abrir o arquivo desejado:

>>clear

Em seguida abrir o arquivo exe1.mat.

Se desejar salvar algumas variáveis em específico também é possível a partir da Janela de


Comandos:

>> save nome do arquivo variáveis desejadas

>>save exe2 borrachas lapiseiras


>>clear

Para carregar essas variáveis da Janela de Comandos é só digitar:


>> load exe2.mat

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 11


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

1.6. NÚMEROS E EXPRESSÕES ARITMÉTICAS

A seguir são mostrados alguns exemplos de números aceitos no MATLAB:

3 -99 0.00001
9.637458638 1.602E-20 6.06375e23

As expressões podem ser construídas usando os operadores aritméticos usuais e as regras de


precedência:

1 + Adição

2 - Subtração

3 * Multiplicação

4 / Divisão

5 ^ Potenciação

Exemplos:

>> a=6;

>>b=8;

>>c=a-b

-2

>>d=a-2*b

-10

>>e=2*a-2^b

-244

Para expressões utilizar sempre os parênteses:

>>resp=2*(a-3*b)^1/2-5*(2*a-sqrt(b))

-63.858

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 12


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

1.7. FORMATO DE SAÍDA

O formato numérico exibido na tela pode ser modificado utilizando-se o comando format, que
afeta somente o modo como as matrizes são mostradas, e não como elas são computadas ou
salvas.

Se todos os elementos das matrizes são inteiros exatos, a matriz é mostrada em um formato sem
qualquer ponto decimal. Por exemplo,

>> x = [-1 0 1]

resulta em:

x=
-1 0 1

Se pelo menos um dos elementos da matriz não é inteiro exato, existem várias possibilidades de
formatar a saída. O formato "default", chamado de formato short, mostra aproximadamente 4
dígitos decimais ou usam notação científica. Por exemplo, a matriz:

>> x = [4/3 1.2345e-6]

é mostrada , para cada formato usado, da seguinte maneira:

format short 1.3333 0.0000 4 dígitos decimais

format short e 1.3333e+000 1.2345e-006 4 dígitos em notação científica

format long 1.33333333333333 0.000000123450000 15 dígitos decimais

format long e 1.333333333333333e+000 1.234500000000000e-006 15 dígitos em notação científica

format hex 3ff5555555555555 3eb4b6231abfd271 Hexadecimal

format rat 4/3 1/810045 Fração

format bank 1.33 0.00 2 dígitos decimais

format + ++ Positivos + e negativos -

O formato + é uma maneira compacta de mostrar matrizes de grandes dimensões. Os símbolos


"+", "-", e "espaço em branco" são mostrados, respectivamente para elementos positivos,
elementos negativos e zeros.

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 13


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

Exemplo:

» a=[1.23 125.365 -115845


125.025 0 -22114.025
154.024 0.2025 0
01.0114 -1.0025 -1121]

a=

++-
+-
++
+--

Exercícios Numéricos:

1) Considere o problema de estimar a altura de um edifício como ilustrado na figura. Estando o


observador está a uma distância D do edifício, com um ângulo θ e sendo a altura do observador h
deseja-se saber a altura do edifício.
Dados: h=1.83m
θ=60°
D=46m

2) Vc decidiu comprar um carro novo por R$18500.00. O vendedor está oferecendo duas opções
de financiamento:
a) Uma taxa mensal de juros de 0.99% paga durante 4 anos;

b) Uma taxa mensal de juros de 1.30% paga durante 4 anos e um desconto de fábrica de
R$1800.00.
Pergunta-se: Qual das duas opções é o melhor negócio? E qual é a economia?

 R (1 + R ) M 
P = A 
 (1 + R ) − 1
M

T=P.M

P=pagamento mensal
R=taxa de juros
M=número de meses
T=total a ser pago

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 14


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

1.8. MATRIZES SIMPLES

As matrizes podem ser introduzidas no MATLAB por diferentes caminhos:

- digitadas na Janela de Comando (lista explícita de elementos),


- geradas por comandos e funções,
- criadas em arquivos ".m",
- carregadas a partir de um arquivo de dados externo.

O método mais fácil de entrar com pequenas matrizes no MATLAB é usando uma lista explícita.
Os elementos de cada linha da matriz são separados por espaços em branco ou vírgulas e as
colunas separadas por ponto e vírgula, colocando-se colchetes em volta do grupo de elementos
que formam a matriz. Por exemplo, entre com a expressão:

>> A=[ 1 2 3;4 5 6;7 8 9 ]

Pressionando <enter> o MATLAB mostra o resultado

A=

1 2 3
4 5 6
7 8 9

As matrizes podem, também, ser introduzidas linha a linha, o que é indicado para matrizes de
grande dimensão. Por exemplo:

>>A = [1 2 3
456
7 8 9]

Com o comando load pode-se ler matrizes geradas pelo MATLAB, armazenadas em arquivos
binários ou matrizes geradas por outros programas armazenadas em arquivos ASCII.

Nos exemplos anteriores, os valores dos elementos de um vetor são digitados um a um, isto só é
fácil quando se têm poucos elementos, e o que se faz para inúmeros elementos?

>> x=[0:0.1:1]*pi
x=

0 0.3142 0.6283 0.9425 1.2566 1.5708 1.8850 2.1991 2.5133 2.8274 3.1416

>> x=linspace(0,pi,11)
x=

0 0.3142 0.6283 0.9425 1.2566 1.5708 1.8850 2.1991 2.5133 2.8274 3.1416

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 15


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

No primeiro exemplo de x, é utilizada a forma do valor inicial do vetor, o passo, ou seja, o


incremento desse vetor e o último valor.

x=[valor inicial : incremento : valor final]

No segundo exemplo é utilizada a função linspace, primeiramente o valor inicial, depois o valor
final e por último o número de pontos que se deseja desse vetor.

linspace(valor inicial, valor final, número de pontos)

1.9. ELEMENTOS DAS MATRIZES

Os elementos das matrizes podem ser qualquer expressão do MATLAB, por exemplo:

>> x = [-1.3 sqrt(2) ((1+2+3)*4/5)^2]

resultando em :

x=

-l.3000 1.4142 23.0400

Um elemento individual da matriz pode ser reverenciado com índice entre parênteses.
Continuando o exemplo,

>> x(6) = abs(x(1))

o que produz:

x=

-1.3000 1.4142 23.0400 0 0 1.3000

Note que a dimensão do vetor x é aumentada automaticamente para acomodar o novo elemento e
que os elementos do intervalo indefinido são estabelecidos como zero.

Grandes matrizes podem ser construídas a partir de pequenas matrizes. Por exemplo, pode-se
anexar outra linha na matriz A usando:

>> r= [ 10 11 12];
>> A= [A;r]

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 16


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

que resulta em:

A=

1 2 3
4 5 6
7 8 9
10 11 13

Note que o vetor r não foi listado porque ao seu final foi acrescentado ";".

Pequenas, matrizes podem ser extraídas de grandes matrizes usando ":". Por exemplo,

>> A = A(1:3,:);

seleciona as três primeiras linhas e todas as colunas da matriz A atual, modificando-a para sua
forma original.

1.10. INDEXAÇÃO DE ELEMENTOS DE MATRIZES

O MATLAB utiliza a forma tradicional para indexar matrizes:

a i , j = a (i, j) onde i representa número de linhas e j número de colunas

Exemplo:

>>A=[1 2 3 4 5; 6 7 8 9 10; 11 12 13 14 15]

1 2 3 4 5
A = 6 7 8 9 10
11 12 13 14 15

>>A(2,4) % o elemento da segunda linha e quarta coluna

ans= 9

>>A(11) % o décimo primeiro elemento

ans= 9

(1)1 (4)2 (7)3 (10)4 (13)5


A = (2)6 (5)7 (8)8 (11)9 (14)10
(3)11 (6)12 (9)13 (12)14 (15)15

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 17


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

>>b=A(2,2:4) % cria uma matriz utilizando a segunda linha de A e as colunas 2, 3 e 4 de A


b=
7 8 9

>>c=A(:,3) % gera uma matriz c utilizando todas as linhas de A e somente a terceira coluna
c=
3
8
13

>>d=A(1, :) %gera uma matriz d utilizando a primeira linha de A e todas as colunas


d=
1 2 3 4 5

>>e=A(3,3:end) %gera uma matriz e utilizando a terceira linha de A e da terceira até a


última coluna de A
e=
13 14 15

1.11. DIMENSÃO DE VETORES E MATRIZES

As funções mais utilizadas para fornecer informações de uma matriz são:


Size que mostra a ordem da matriz, número de linhas e número de colunas;
Length mostra o número de linhas ou número de colunas, mostra somente o maior valor.

Por exemplo:
>> A=[1 2 3; 4 5 6; 7 8 9]'
A=
1 4 7
2 5 8
3 6 9

>> B=[ -1 4 -7
2 -5 8
-3 6 -9]
B=
-1 4 -7
2 -5 8
-3 6 -9]

>> C=1:9
C=

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 18


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

>> B=[B; 1 1 1]
B=

-1 4 -7
2 -5 8
3 6 9
1 1 1
1 1 1

>> size(B)
ans =

5 3

>> length(B)
ans =

1.12. MATRIZES ESPECIAIS

O MATLAB dispõe de algumas matrizes especiais, onde algumas delas são de uso geral,
enquanto outras são matrizes voltadas para aplicações especializadas. As matrizes de uso geral
incluem:

Find => retorna os índices de uma matriz, por exemplo, dos elementos não nulos.

>> B=[B; 1 1 1; 1 2 3]
B=

-1 4 -7
2 -5 8
3 6 9
1 1 1
1 2 3

>> c=find(B<0)
c=

1
7
11

zeros => retorna uma matriz nula na ordem que o usuário especificar:

>> zeros(2,3)
ans =

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 19


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

0 0 0
0 0 0

>> zeros (3)


ans =

0 0 0
0 0 0
0 0 0

ones => retorna uma matriz de elementos iguais a 1:

>> ones(3,1)
ans =

1
1
1

>> ones(4)
ans =

1 1 1 1
1 1 1 1
1 1 1 1
1 1 1 1

rand => retorna uma matriz de números aleatórios uniformemente distribuídos entre 0 e 1.
>> rand(3)
ans =

0.9501 0.4860 0.4565


0.2311 0.8913 0.0185
0.6068 0.7621 0.8214

>> rand(2,3)
ans =

0.4447 0.7919 0.7382


0.6154 0.9218 0.1763

randn => retorna uma matriz de números aleatórios que seguem a distribuição normal, com
média zero e variância igual a 1.

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 20


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

>> randn(3,4)
ans =

-0.4326 0.2877 1.1892 0.1746


-1.6656 -1.1465 -0.0376 -0.1867
0.1253 1.1909 0.3273 0.7258

eye => retorna uma matriz identidade da ordem desejada:

>> eye(5)
ans =

1 0 0 0 0
0 1 0 0 0
0 0 1 0 0
0 0 0 1 0
0 0 0 0 1

>> eye(3,4)
ans =

1 0 0 0
0 1 0 0
0 0 1 0

Funções Sintaxe
Det – determinante de uma matriz det(A)
Diag – diagonal de uma matriz ou matriz diagonal a partir de um vetor diag(A)
Inv – retorna a inversa da matriz inv(A)
Reshape – reformata as dimensões de uma matriz, mantendo o número original de elementos reshape(A, m,n)
Numel – Retorna o número de elementos de uma matriz numel(A)
Ndims – retorna o número de dimensões da matriz ndims(A)
Tril – retorna a matriz triangular inferior da matriz dada tril(A)
Triu – retorna a matriz triangular superior da matriz dada triu(A)

1.13. NÚMEROS E MATRIZES COMPLEXAS

Números complexos são permitidos em todas operações e funções no MATLAB. Os números


complexos são introduzidos usando-se as funções especiais i e j. Por exemplo

>> z= 3 + 4*i

ou

>> z= 3 +4*j

As seguintes declarações mostram dois caminhos convenientes para se introduzir matrizes


complexas no MATLAB:

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 21


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

>> A= [1 2; 3 4]+i*[5 6;7 8]

>> A= [1+5*i 2+6*i; 3+7*i 4+8*i]

que produzem o mesmo resultado.

1.14. FUNÇÕES MATEMÁTICAS ELEMENTARES

A "força" do MATLAB vem de um conjunto extenso de funções. O MATLAB possui um grande


número de funções intrínsecas que não podem ser alteradas pelo usuário. Outras funções estão
disponíveis em uma biblioteca externa distribuída com o programa original (MATLAB
TOOLBOX), que são na realidade arquivos com a extensão ".m" criados a partir das funções
intrínsecas. A biblioteca externa (MATLAB TOOLBOX) pode ser constantemente atualizada à
medida que novas aplicações são desenvolvidas. As funções do MATLAB, intrínsecas ou
arquivos ".m", podem ser utilizadas apenas no ambiente MATLAB.

As categorias gerais de funções matemáticas disponíveis no MATLAB incluem:

· Matemática elementar;
· Funções especiais;
· Matrizes elementares;
· Matrizes especiais;
· Decomposição de matrizes;
· Polinômios;
· Solução de equações diferenciais;
· Equações não-lineares e otimização;
· Integração numérica;

Alguns exemplos:

>>x=0.5

>>sin(x)

>>cos(x)

>>sqrt(x)

>>exp(x)

1.15. AS FACILIDADES DO HELP (AJUDA)

O MATLAB possui um comando de ajuda (help) que fornece informações sobre a maior parte
dos tópicos.

Digitando:

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 22


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

>> help

Obtém-se uma lista desses tópicos disponíveis:

matlab\general - General purpose commands.


matlab\ops - Operators and special characters.
matlab\lang - Programming language constructs.
matlab\elmat - Elementary matrices and matrix manipulation.
matlab\elfun - Elementary math functions.
matlab\specfun - Specialized math functions.
matlab\matfun - Matrix functions - numerical linear algebra.
matlab\datafun - Data analysis and Fourier transforms.
matlab\audio - Audio support.
matlab\polyfun - Interpolation and polynomials.
matlab\funfun - Function functions and ODE solvers.
matlab\sparfun - Sparse matrices.
matlab\graph2d - Two dimensional graphs.
matlab\graph3d - Three dimensional graphs.
matlab\specgraph - Specialized graphs.
matlab\graphics - Handle Graphics.
matlab\uitools - Graphical user interface tools.
matlab\strfun - Character strings.
matlab\iofun - File input/output.
matlab\timefun - Time and dates.
matlab\datatypes - Data types and structures.
matlab\verctrl - Version control.
matlab\winfun - Windows Operating System Interface Files
(DDE/ActiveX)
matlab\demos - Examples and demonstrations.
toolbox\local - Preferences.
simulink\simulink - Simulink
simulink\blocks - Simulink block library.
.
.
.
MATLABR12\work - (No table of contents file)

For more help on directory/topic, type "help topic".

Para obter informações sobre um tópico específico, digite help tópico. Por exemplo:

>> help plot

que fornece uma lista de todos os comandos relacionados com gráficos bidimensionais:

PLOT Linear plot.


PLOT(X,Y) plots vector Y versus vector X. If X or Y is a matrix,
then the vector is plotted versus the rows or columns of the matrix,

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 23


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

whichever line up. If X is a scalar and Y is a vector, length(Y)


disconnected points are plotted.
PLOT(Y) plots the columns of Y versus their index.
If Y is complex, PLOT(Y) is equivalent to PLOT(real(Y),imag(Y)).
In all other uses of PLOT, the imaginary part is ignored.

Various line types, plot symbols and colors may be obtained with
PLOT(X,Y,S) where S is a character string made from one element
from any or all the following 3 columns:

b blue . point - solid


g green o circle : dotted
r red x x-mark -. dashdot
c cyan + plus -- dashed
m magenta * star
y yellow s square
k black d diamond
v triangle (down)
^ triangle (up)
< triangle (left)
> triangle (right)
p pentagram
h hexagram

For example, PLOT(X,Y,'c+:') plots a cyan dotted line with a plus


at each data point; PLOT(X,Y,'bd') plots blue diamond at each data
point but does not draw any line.

PLOT(X1,Y1,S1,X2,Y2,S2,X3,Y3,S3,...) combines the plots defined by


the (X,Y,S) triples, where the X's and Y's are vectors or matrices
and the S's are strings.

For example, PLOT(X,Y,'y-',X,Y,'go') plots the data twice, with a


solid yellow line interpolating green circles at the data points.

The PLOT command, if no color is specified, makes automatic use of


the colors specified by the axes ColorOrder property. The default
ColorOrder is listed in the table above for color systems where the
default is blue for one line, and for multiple lines, to cycle
through the first six colors in the table. For monochrome systems,
PLOT cycles over the axes LineStyleOrder property.

PLOT returns a column vector of handles to LINE objects, one


handle per line.

The X,Y pairs, or X,Y,S triples, can be followed by


parameter/value pairs to specify additional properties
of the lines.

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 24


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

See also SEMILOGX, SEMILOGY, LOGLOG, PLOTYY, GRID, CLF, CLC, TITLE,
XLABEL, YLABEL, AXIS, AXES, HOLD, COLORDEF, LEGEND, SUBPLOT, STEM.

Overloaded methods
help cfit/plot.m
help cgrules/Plot.m
help xregtwostage/plot.m
help xregtransient/plot.m
help xregmodel/plot.m
help localmod/plot.m
help sweepset/plot.m
help mdevtestplan/plot.m
help cgdatasetnode/plot.m
help cgdatadisplay/plot.m
help idmodel/plot.m
help iddata/plot.m
help ntree/plot.m
help dtree/plot.m
help wvtree/plot.m
help rwvtree/plot.m
help edwttree/plot.m

Finalmente, para obter informações sobre um comando específico, por exemplo title, digite:

>> help title

e informações mais detalhadas sobre este comando serão exibidas:

>> help title

TITLE Graph title.


TITLE('text') adds text at the top of the current axis.

TITLE('text','Property1',PropertyValue1,'Property2',PropertyValue2,...)
sets the values of the specified properties of the title.

H = TITLE(...) returns the handle to the text object used as the title.

See also XLABEL, YLABEL, ZLABEL, TEXT.

Note que no exemplo mostrado para adicionar o título em um gráfico, TITLE (‘text’) está escrito
em letras maiúsculas somente para destacar. Deve-se lembrar que todos os comandos do
MATLAB devem ser escritos em letras minúsculas, portanto, para adicionar o texto "Título do
Gráfico" em um gráfico, digite:

>> title (‘Título do Gráfico’)

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 25


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

2. OPERAÇÕES COM MATRIZES

As operações com matrizes no MATLAB são as seguintes:

· Adição;
· Subtração;
· Multiplicação;
· Divisão à direita;
· Divisão à esquerda;
· Potenciação;
· Transposta;

As operações serão mostradas com mais detalhes e um exemplo de cada.

2.1 TRANSPOSTA

O caracter apóstrofo, " ' " , indica a transposta de uma matriz. A declaração de:

>> A = [1 2 3; 4 5 6; 7 8 0]
>> B = A'

que resulta em:

A= 1 2 3
4 5 6
7 8 0
B= 1 4 7
2 5 8
3 6 0

>> x = [-1 O 2]'

produz|:

x=
-1
0
2

Se Z é uma matriz complexa, Z’ será o conjugado complexo composto. Para obter simplesmente
a transposta de Z deve-se usar Z.’, como mostra o exemplo:

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 26


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

>> Z = [1 2; 3 4] + [5 6; 7 8]*i
>> Z1 = Z’
>> Z2 = Z.’

que resulta em:

Z=
1.0000 + 5.0000i 2.0000 + 6.0000i
6.0000 + 7.0000i 4.0000 + 8.0000i

Z1 =
1.0000 - 5.0000i 3.0000 - 7.0000i
2.0000 - 6.0000i 4.0000 - 8.0000i

Z2 = 1.0000 + 5.0000i 3.0000 + 7.0000i


2.0000 + 6.0000i 4.0000 + 8.0000i

2.2 ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO

A adição e subtração de matrizes são indicadas, respectivamente, por "+" e "-". As operações são
definidas somente se as matrizes têm as mesmas dimensões. Por exemplo, a soma com as
matrizes mostradas acima, A + x, não é correta porque A é 3x3 e x é 3x1. Porém,

>> C = A + B

é aceitável, e o resultado da soma é:

C=
2 6 10
6 10 14
10 14 0

A adição e subtração também são definidas se um dos operadores é um escalar, ou seja, uma
matriz l x l. Neste caso, o escalar é adicionado ou subtraído de todos os elementos do outro
operador. Por exemplo:

>> y = x - 1

resulta em:

y=
-2
-1
1

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 27


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

2.3 MULTIPLICAÇÃO

A multiplicação de matrizes é indicada por "*". A multiplicação x*y é definida somente se a


segunda dimensão de x for igual à primeira dimensão de y, ou seja, o número de colunas da
primeira matriz for igual ao número de linhas da segunda matriz. Assim a multiplicação pode ser
executada como:

>> x'* y

É aceitável, e resulta em:

ans =
4

É evidente que o resultado da multiplicação y'*x será o mesmo. Existem dois outros produtos que
são transpostos um do outro.

>> x*y’

Ans =
2 l -l
0 0 0
-4 -2 2

>> y*x’

Ans =
2 0 -4
1 0 -2
-1 0 2

O produto de uma matriz por um vetor também pode ser executado, por exemplo, A e x:

>> b = A*x

que resulta em:

b=
5
8
-7

Naturalmente, um escalar pode multiplicar ou ser multiplicado por qualquer matriz.

>> pi*x

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 28


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

Ans =
-3.1416
0
6.2832

Para realizar a multiplicação de elemento por elemento de duas matrizes é necessário utilizar o
símbolo de multiplicação escalar pontuada .*. O ponto precede o asterisco, símbolo padrão da
multiplicação, diz ao MATLAB para fazer a multiplicação elemento por elemento. A
multiplicação sem o ponto significa multiplicação matricial.

>> g=[1 2 3 4
5678
9 10 11 12]
g=

1 2 3 4
5 6 7 8
9 10 11 12

>> h=[1 1 1 1; 2 2 2 2; 3 3 3 3]
h=

1 1 1 1
2 2 2 2
3 3 3 3

>> g.*h
ans =

1 2 3 4
10 12 14 16
27 30 33 36

2.4 DIVISÃO

Existem dois símbolos para divisão de matrizes no MATLAB "\" e "/". Se A é uma matriz
quadrada não singular, então A\B e A/B correspondem respectivamente a inv(A)*B e A*inv(B),
por exemplo:

>>A=[1 2; 3 4]
>>B=[5 6; 7 8]

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 29


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

>>A/B

ans =

3.0000 -2.0000

2.0000 -1.0000

>>A\B

ans =

-3.0000 -4.0000

4.0000 5.0000

>> g./h
ans =

1.0000 2.0000 3.0000 4.0000


2.5000 3.0000 3.5000 4.0000
3.0000 3.3333 3.6667 4.0000

2.5 POTENCIAÇÃO

A expressão A^p eleva A à p-ésima potência e é definida se A é matriz quadrada e p um escalar.


Se p é um inteiro maior do que um, a potenciação é computada como múltiplas multiplicações.

Por exemplo:

>> A^3

ans =
279 360 306
684 873 684
738 900 441

>> g.^2
ans =

1 4 9 16
25 36 49 64
81 100 121 144

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 30


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

>> 2.^g
ans =

2 4 8 16
32 64 128 256
512 1024 2048 4096

>> g.^h
ans =

1 2 3 4
25 36 49 64
729 1000 1331 1728

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 31


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

3. OPERAÇÕES RELACIONAIS E LÓGICAS

3.1. OPERADORES RELACIONAIS

< Menor que


<= Menor ou igual a
> Maior que
>= Maior ou igual a
== Igual a
~= Diferente de

Exemplos:

>> A=1:9
>> B=9-A
A=1 2 3 4 5 6 7 8 9
B=8 7 6 5 4 3 2 1 0

>> vf=A>4
vf =
0 0 0 0 1 1 1 1 1

>> vf1=(A==B)
vf1 = 0 0 0 0 0 0 0 0 0

A comparação é feita entre os pares de elementos correspondentes e o resultado é uma matriz


composta dos números um e zero, com um representando VERDADEIRO e zero, FALSO. Por
exemplo,

>> 2 + 2 ~= 4

ans =
0

3.2. OPERADORES LÓGICOS

& E
| Ou
~ Não

Pode-se usar, também os operadores lógicos como mostrados a seguir:

>> 1= = 1 & 4 = = 3

ans =
0

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 32


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

>> 1 = = 1 | 4 = = 3

ans =
1

3.3. ARQUIVOS M DE COMANDOS

Para problemas simples, é mais rápido introduzir comandos no prompt do MATLAB, ou seja, no
próprio Command Window. Entretanto, se o número de comandos é grande e você vai precisar
repetir tais cálculos, então é melhor abrir um arquivo de texto simples e depois pedir para o
MATLAB executar esse programa. Esses arquivos são chamados de arquivos M ou arquivos de
comandos. São salvos com a extensão .m. Para criar um arquivo basta selecionar New do menu
File e, então, selecione M-File. Esse procedimento abre uma janela do editor de texto na qual
você pode escrever os comandos do MATLAB.
Em virtude da grande utilidade dos arquivos de comandos o MATLAB possui várias funções
apropriadas para o uso em arquivos M. Essas funções são:

Comandos Descrição
disp(ans) Mostra os resultados sem identificar o nome das variáveis
echo Controla a exibição dos comandos dos arquivos M na janela de comandos
input Solicita ao usuário que forneça um dado de entrada
pause Suspende a execução até que o usuário pressione alguma tecla
pause (n) Suspende a execução por n segundos
waitforbuttonpressSuspende a execução até que o usuário pressione uma tecla ou um botão do
mouse.
Exemplos de arquivos M

1) Calcular a soma de três números:

%Exemplo da soma de tres numeros


%
echo on
n1=input('Entre com o primeiro numero: ');
n2=input('Entre com o segundo numero: ');
n3=input('Entre com o terceiro numero: ');
soma=n1+n2+n3;
disp(' ' )
disp(' ')
disp(['o resultado da soma é: ' num2str(soma)])

2)Utilizando a função sum, elaborar um programa que calcule:


3 4 5 2
s = x1 − x 2 + x 3 − x 4 − x 5
5 8 2 3
Entrada de dados: x 1 = 1 x2=-3 x3=12 x4=-1/8 x5=20/7

3) Calcular o somatório dos números ímpares de 3 a 65 e o produtório dos números pares de 8 a


64. O aluno deve usar as funções: sum e prod.

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 33


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

4. CONTROLE DE FLUXO

Os comandos que controlam o fluxo especificam a ordem em que a computação é feita. No


MATLAB estes comandos são semelhantes aos usados na linguagem C, mas com uma estrutura
diferente (mais simples).

4.1. LAÇO FOR

O laço for é o controlador de fluxo mais simples e usado na programação MATLAB.

Estrutura Geral

for x = <valor inicial>:<incremento>:<valor final>

comandos

end

Os comandos entre as instruções “for” e “end” são executados uma vez para cada coluna do
vetor. Por exemplo:

>> for i=1:5,


X(i)=i^2;
end

O laço for possibilita que uma série de comandos seja repetida por um número de vezes fixo e
pré-definido. O comando end é usado como limite inferior do corpo do laço.

É comum construções com conjuntos de laços for aplicados a implementações de matrizes:

for i= 1:8
for j= 1:8,
A(i,j)= i+j;
B(i,j)= i-j;
end
end
C=A +B;

Exemplos:

1) Calcular a tabuada do número 17.

for n=0:10
tab(n+1)=17*n;
end

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 34


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

disp(tab)

2) Mostrar todos os números pares de 0 a 100.

soma=0;
for n=0:2:100
soma=soma+n;
end
disp(soma)

3) Calcular o fatorial de um número n.

n=input(‘Digite um valor para calcular o fatorial: ‘) ;


fatorial=1;
for a=1:n
fatorial=fatorial*a;
end
disp(fatorial)

4.2. LAÇO WHILE

Ao contrário do Laço For, que executa um grupo de comandos um número fixo de vezes, o laço
while executa um grupo de comandos um número indefinido de vezes.

A estrutura geral é:

while expressão

comandos

end

Os comandos entre as instruções while e end são executados enquanto todos os elementos de
expressão forem verdadeiros.

Exemplos:

1) Calcular o fatorial de um número qualquer.

%Fatorial com While


x=input('Digite um valor: ');
fat=1;
while x>0
fat=fat*x;
x=x-1;
end
disp(fat)

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 35


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

2) Calcule a seguinte série com 50 termos:

1 3 5 7
x= + + + + ....
2 2 2 2

%Cálculo da Série
n=0;
x=1;
serie=0;
while n<50
serie=serie+x/2;
x=x+2;
n=n+1;
end
disp(serie)

1250

No laço while apenas a condição é testada. Por exemplo, na expressão:

a = l; b = 15;
while a<b,
clc
a = a+l
b = b-l
pause(l)
end
disp(‘fim do loop’)

a condição a<b é testada. Se ela for verdadeira o corpo do laço, será executado.

Então a condição é testada novamente, e se verdadeira o corpo será executado novamente.


Quando o teste se tornar falso o laço terminará, e a execução continuará no comando que segue o
laço após o end.

4.3. ESTRUTURA IF-ELSE-END

Em diversas situações, as seqüências de comandos têm de ser executadas condicionalmente, com


base em um teste relacional. Essa lógica é implementada por meio de uma das diversas formas da
estrutura if-else-end. A mais simples é:

if expressão

comandos

end

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 36


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

Os comandos entre as instruções if e end são executados se todos os elementos na expressão


forem Verdadeiros.

Exemplo:

Calcular o desconto de 20% para um número de cadeiras maior que 5. Sendo que o custo de cada
cadeira é de R$55,00.

cadeiras=input('digite o numero de cadeiras desejadas: ');


preco=55;
custo=cadeiras*preco;
if cadeiras>5
custo=(1-20/100)*custo;
end
disp(custo)

Outra forma de usar a estrutura é:

if expressão

comandos executados se Verdadeiro

else

comandos executados se Falso

end

Exemplos:

1) Dado qualquer distância que um veículo deve percorrer (valor real em km), a capacidade do
tanque de combustível (valor real em l) e a média de consumo de combustível do veículo (valor
real em km/l). Supondo que o tanque estará cheio na partida, mostrar umas das mensagens:

DEVE HAVER REABASTECIMENTO

OU

NÃO DEVE HAVER REABASTECIMENTO

% DISTÂNCIA
%
d=input('Digite a distância a ser percorrida: ');
mc=15; %media de consumo
ct=45; %capacidade do tanque
if mc*ct>=d

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 37


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

disp('Não deve haver reabastecimento')


else
disp('Deve haver reabastecimento')
end

testar para 780km e 600km

15*45=675km

2) Os funcionários contratados pela prefeitura de uma cidade são classificados em 3 (três) níveis
conforme a pontuação obtida em 2 (duas) provas aplicadas de acordo com o seguinte critério:

Nível Pontuação
A Superior a 8 em pelo menos uma das provas ou soma dos pontos superior a 14.
B Superior a 6 em pelo menos uma das provas ou soma dos pontos superior a 9.
C Nenhum dos casos acima.

Em cada prova a pontuação é um valor real de 0 a 10. Desenvolva um programa que receba 2
(duas) notas de um funcionário e mostre como resposta o nível em que está classificado.

%Classificação de Funcionários
nota1=input('Digite a primeira nota: ');
nota2=input('Digite a segunda nota: ');
if nota1>=8 | nota2>=8 | (nota1+nota2)>=14
disp('aluno nível A')
elseif nota1>=6 | nota2>=6 | (nota1+nota2)>=9
disp('aluno nível B')
else
disp('aluno nivel C')
end

4.4. ESTRUTURA SWITCH-CASE

Essa estrutura funciona como uma chave seletora, escolhendo a expressão correta para
executar os comandos.

Estrutura geral

switch expressão

case teste_expressão1

comandos 1

case {teste_expressão2, teste_expressão3, teste_expressão4}

comandos 2

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 38


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

otherwise

comandos 3

end

A expressão pode ser um escalar ou string de caracteres. Quando expressão é um escalar o


comando case testa se expressão == teste_expressão e quando é um string o teste é efetuado pelo
comando strcmp que compara duas strings e retorna 1 se são iguais e o caso contrário.

Exemplos:

1) Conversão de unidades:

%Conversão de unidades
%
x=input('Entre com o valor numérico: ');
unidades=input('Digite a unidade desejada: ');
switch unidades
case{'polegadas','pol'}
y=x/2.54;
disp([num2str(y) 'pol'])
case{'pes', 'p'}
y=x/(2.54*12);
disp([num2str(y) 'pes'])
case{'metros','m'}
y=x/100;
disp([num2str(y) 'm'])
case{'centimetros','cm'}
y=x;
disp([num2str(y) 'cm'])
otherwise
disp(['Unidade Desconhecida: ' unidades])
end

2) Faça um programa que o usuário possa digitar qualquer mês do ano e como resultado seja
mostrado o número de dias do mês correspondente.

%Programa para saber quantos dias tem o mes


%
mes=input('digite o mes desejado: ');
switch mes
case {'Janeiro','Marco','Maio','Julho','Agosto','Outubro','Dezembro'}
disp('31 dias')
case {'Fevereiro'}
disp('28 ou 29 dias')
case {'Abril','Junho','Setembro','Novembro'}
disp('30 dias')

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 39


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

otherwise
disp('Esse mes nao existe')
end

Nesse caso em especial a variável mês é uma string, portanto a entrada de dados deve ser também
uma string para que haja comparação em cada caso. Pode-se usar ao invés de uma string
simplesmente um escalar, é só nomear cada variável mês como um escalar.

%Programa para saber quantos dias tem o mes


%
janeiro='Janeiro';
marco='Marco';
fevereiro='Fevereiro';
abril='Abril';
maio='Maio';
junho='Junho';
julho='Julho';
agosto='Agosto';
setembro='Setembro';
novembro='Novembro';
dezembro='Dezembro';
mes=input('digite o mes desejado: ');
switch mes
case {'Janeiro','Marco','Maio','Julho','Agosto','Outubro','Dezembro'}
disp('31 dias')
case {'Fevereiro'}
disp('28 ou 29 dias')
case {'Abril','Junho','Setembro','Novembro'}
disp('30 dias')
otherwise
disp('Esse mes nao existe')
end

3) Outro exemplo seria entrar com um número de 1 a 12 e o programa lhe fornecer o mês
correspondente.
%Programa para saber quantos dias tem o mes
mes=input('digite o mes desejado em numero: ');
switch mes
case 1
disp('Janeiro')
case 2
disp('Fevereiro')
case 3
disp('Marco')
case 4
disp('Abril')
case 5
disp('Maio')

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 40


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

case 6
disp('Junho')
case 7
disp('Julho')
case 8
disp('Agosto')
case 9
disp('Setembro')
case 10
disp('Outubro')
case 11
disp('Novembro')
case 12
disp('Dezembro')
otherwise
disp('Esse mes nao existe')
end

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 41


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

5. ARQUIVOS M DE FUNÇÕES

É um programa elaborado como arquivo.m e que calcula algo desejado pelo programador,
devolvendo somente o valor da resposta. Os comandos executados por esse programa ficam
ocultos. Você só visualiza o que entra e o que sai, ou seja, uma função é uma caixa preta.

Entrada Saída
Cálculo

5.1. PORQUE USAR FUNÇÕES?

São necessárias quando existe uma seqüência de comandos que são sempre úteis para serem
calculados ou mesmo funções matemáticas.

Exemplo de uma função do próprio Matlab:

flipud => inverte as linhas de uma matriz

1 2 0  3 0 − 1
X = − 1 2 1  flipud(X)=  − 1 2 1 
 3 0 − 1  1 2 0 

5.2. PRINCIPAL DIFERENÇA ENTRE ARQUIVO.M DE FUNÇÕES E ARQUIVO.M DE COMANDOS:

A principal diferença é que o arquivo.m de função se comunica com o Matlab apenas por meio
das variáveis de entrada e saída que ela cria. As variáveis intermediárias definidas internamente
pela função não aparecem nem interage com o espaço de trabalho do Matlab.

5.3. COMO ESCREVER UMA FUNÇÃO

Linha 1 → indica que o arquivo M contém uma função e especifica seu nome (que vem a ser o
nome do arquivo sem a extensão .m) . Essa linha também define as variáveis de entrada e saída.

Próximas Linhas → São comentários (texto) explicando o que essa função calcula.

5.4. REGRAS E PROPRIEDADES

1) O nome da função tem que ser idêntico ao nome do arquivo. Por exemplo, a função flipud
é armazena em um arquivo denominado flipud.m.
2) Cada função possui seu próprio espaço de trabalho, separada do espaço de trabalho do
Matlab. A única ligação é em relação as variáveis de entrada e saída da função.
3) Pode-se verificar se a quantidade de argumentos de entrada e saída de uma função está
correta através da variável nargin e nargout, são variáveis dentro do espaço de trabalho
das funções. São usadas para atribuir valores pré-definidos à variáveis de entrada e
determinar que variáveis de saída o usuário deseja.

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 42


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

Por exemplo, a função linspace.


Se os argumentos de entrada for igual a 2 ele usa números de pontos igual a 100 como
padrão.
Os arquivos m de funções podem conter mais funções dentro deles, ou seja, uma função dentro
de outra função.

Exemplos:

1) Calcular o fatorial de um número usando função:


% Calculo do Fatorial de um numero
g=input('digite um numero: ');
f=fatorial(g);
disp(['Este eh o resultado: ' num2str(f)])

function fat=fatorial(x)
%Calcula o fatorial
fat=1;
for n=1:x
fat=fat*n;
end

2) Calcular as raízes de uma equação de segundo grau:

%Calcula as raizes de uma equacao de segundo grau.


%
g=input('entre com 1 numero: ');
h=input('entre com 2 numero: ');
i=input('entre com 3 numero: ');
[r1,r2,t]=baskara(g,h,i)

function [x1,x2,m]=baskara(a,b,c)
delta=b^2-4*a*c;
x1=(-b+sqrt(delta))/2*a;
x2=(-b-sqrt(delta))/2*a;
if delta>0
m='raizes distintas e reais';
elseif delta==0
m='raizes reais e iguais';
else
m='raizes complexas';
end

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 43


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

3) Colocar três números quaisquer em ordem crescente:

%Coloca em ordem crescente tres numeros quaisquer


%
x=input('numero 1: ');
y=input('numero 2: ');
w=input('numero 3: ');
[a1,a2,a3]=ordem(x,y,w)

function [a,b,c]=ordem(a,b,c)
if a>b
temp=a;
a=b;
b=temp;
end
if b>c
temp=b;
b=c;
c=temp;
end
if a>b
temp=a;
a=b;
b=temp;
end

4) Colocar três números quaisquer em ordem crescente, mas usando duas funções (função de
função):

%Programa principal
%Ler três números e colocá-los em ordem crescente usando função de função:
%
g=input(‘entre com o primeiro numero: ‘);
h= input(‘entre com o segundo numero: ‘);
i= input(‘entre com o terceiro numero: ‘);
[a1,a2,a3]=ordem2(g,h,i);
a1
a2
a3

%Função 1
%inverte os valores colocando em ordem crescente
[a,b]=troca(a,b);
[b,c]=troca(b,c);
[a,b]=troca(a,b);

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 44


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

%Função 2
%realiza a troca dos valores
if x>y
temp=x;
x=y;
y=temp;
end

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 45


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

6. ANÁLISE NUMÉRICA

Nos casos em que é dificil integrar, derivar ou determinar analíticamente algum valor específico
de uma função, o computador pode ser utilizado para aproximar de uma forma numérica a
solução desejada. Essa área da ciência da computação e da matemática é conhecida como análise
numérica e é claro que o MATLAB possui ferramentas para resolver esses problemas.

6.1. OTIMIZAÇÃO

fminbnd = retorna a coordenada X do valor mínimo de uma função de uma variável F(X) em um
intervalo fixo.

Exemplo:
Achar o valor mínimo da função f(x)=x2-x+cos(x) implementada em ‘func01.m’:
No intervalo [0:pi]
No intervalo [2:3]
func01.m: y=func01(x)= x2-x+cos(x)

function y=func01(x)
%funcao para integrar
y=x.^2-x+cos(x);

>> xm1=fminbnd('func01',0,pi)

xm1 =

0.8879

>> xm2=fminbnd('func01',2,3)

xm2 =

2.0001

>> x=0:0.1:pi;
>> plot(x,func01(x),xm1,func01(xm1),'r*',xm2,func01(xm2),'go')

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 46


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

fzero = retorna coordenada X, tal que F(X)=0. Inicia busca a partir de um valor inicial, X0,
fornecido.

Exemplo:
Achar o f(x)=0 da função f(x)=x3-2x+1 implementada em ‘func02.m’:
Começando a busca com –1.5
Começando a busca com 0.
>> xz1=fzero('func02',-1.5) % f(xz1)=0 , a partir de -1.5

xz1 =

-1.6180

>> xz2=fzero('func02',0) %f(xz2)=0, a partir de 0

xz2 =

0.6180

>> x=-2:0.1:2;
>> plot(x,func02(x),xz1,func02(xz1),'r*',xz2,func02(xz2),'go')

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 47


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

6.2. INTEGRAÇÃO NUMÉRICA

Os dois comandos do MATLAB para integração usando quadratura são:

quad Calcular integral numérica, método de ordem baixa.

quadl Calcular integral numérica, método de ordem alta.

Exemplo: integral de ‘func01.m’entre –2 e 1 (área abaixo da curva).

>> q=quad('func01',-2,1)

q=

6.2508
>> q1=quadl('func01',-2,1)

q1 =

6.2508

>> x=-3:0.1:3;
>> xt=-2:0.2:1;
>> yt=func01(xt);
>> plot(x,func01(x))
>> hold on
>> area(xt,yt)

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 48


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

6.3. SOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

As funções do Matlab usadas para resolver equações diferenciais são:


ode45: solver de equações diferenciais non-stiff de ordem média
ode23: solver de equações diferenciais non-stiff de ordem baixa
ode113: solver de equações diferenciais non-stiff de ordem variável
ode23t: solver de equações diferenciais de ordem baixa (regra trapezoidal)
ode15s: solver de equações diferenciais stiff de ordem variável
ode23s: solver de equações diferenciais stiff de ordem baixa
ode23tb: solver de equações diferenciais stiff de ordem baixa

sintaxe: [t,y]=ode45(‘funcao’,[Tinicial Tfinal], CondIniciais);

Exemplo:
function yt=func04 (t,y)
%func04 (t,y) retorna as derivadas de estado da equaç~ao
% x''-log(x)*x'+sin(x)=0
%considere:
%y(1)=x
%y(2)=x'
%desta forma, teremos:
%y(1)'=y(2)
%y(2)'=log(y(1))*y(2)-sin(y(1))
yt=[y(2) log(y(1))*y(2)-sin(y(1))]'; %vetor coluna

>> Tinicial=0;
>> Tfinal=5;
>> Yinicial=[1,0];
>> [t,y]=ode45('func04',[Tinicial Tfinal],Yinicial);
>> plot(t,y(:,1),'r',t,y(:,2))
Warning: Imaginary parts of complex X and/or Y arguments ignored.

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 49


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

Warning: Imaginary parts of complex X and/or Y arguments ignored.

0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2

-0.4

-0.6

-0.8
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 50


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

7. POLINÔMIOS

7.1 RAÍZES

Encontrar raízes de um polinômio, isto é, os valores para os quais o polinômio é igual a zero. No
MATLAB, um polinômio é representado por um vetor linha contendo seus coeficientes em
ordem decrescente. Por exemplo: x 4 − 12 x 3 + 0 x 2 + 25 x + 116 é introduzido como:

>> p=[1 –12 0 25 116]


p=
1 –12 0 25 116

Dada essa forma, as raízes do polinômio são encontradas usando-se a função roots:

>>r= roots(p)
r=
11.7473
2.7028
-1.2251 + 1.4672i
-1.2251 - 1.4672i

O MATLAB adota como convenção de colocar os polinômios como vetores linha e as raízes
como vetores coluna.
Dadas as raízes também é possível construir o polinômio associado, a função que executa isso é a
poly como exemplo:

» pp=poly(r)

pp =

1.0000 -12.0000 -0.0000 25.0000 116.0000

7.2. MULTIPLICAÇÃO

A multiplicação polinomial é efetuada por meio da função conv(que faz a convolução entre dois
vetores). Consideremos o produto de dois polinômios a( x ) = x 3 + 2 x 2 + 3 x + 4 e
b( x ) = x 3 + 4 x 2 + 9 x + 16 :

>> a=[1 2 3 4]; b=[1 4 9 16];


>>c=conv(a,b)
c=
1 6 20 50 75 84 64

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 51


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

7.3.ADIÇÃO

O MATLAB possui uma função direta para somar polinômios:

>>d=a+b

Quando dois polinômios forem de ordens diferentes, aquele que tiver menor ordem terá de ser
preenchido com coeficientes iguais a zero, a fim de torná-lo da mesma ordem do polinômio de
ordem mais alta.

Exemplo:

>> e= c+[0 0 0 d]
e=
1 6 20 52 81 96 84

7.4. DIVISÃO

A função usada no MATLAB é a deconv:

>>[q,r]=deconv(c,b)

q=
1 2 3 4
r= 0 0 0 0 0 0 0

7.5 . CÁLCULO DE POLINÔMIOS

>>x=linspace(-1,3);
escolhe 100 pontos entre –1 e 3.
>>p=[1 4 -7 -10];
define o polinômio p(x)=x3+4x2-7x-10
>>v=polyval(p,x)
calcula p(x) nos valores armazenados em x e armazena o resultado em v. O resultado pode ser
representado graficamente usando-se:
>>plot(x,v)

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 52


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

7.6 . DERIVADA DE POLINÔMIOS

polyder = derivada do polinômio

Exemplo: Calcular a derivada de: P5( x ) = 4x 5 + 2x 4 + 2x 3 + x 2 + 3x + 4


>>p5=[4 2 2 1 3 4];
>>p5d=polyder(p5)
p5d=
20 8 6 2 3

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 53


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

8. GRÁFICOS

A construção de gráficos no MATLAB é mais uma das facilidades do sistema. Através de


comandos simples pode-se obter gráficos bidimensionais ou tridimensionais com qualquer tipo
de escala e coordenada. Existe no MATLAB uma vasta biblioteca de comandos gráficos.

8.1. GRÁFICOS BIDIMENSIONAIS

Estes são os comandos para plotar gráficos bidimensionais:

Gráficos 2d
plot Plotar linear.
loglog Plotar em escala loglog.
semilogx Plotar em semilog.
semilogy Plotar em semilog.
polar Plotar em coordenada polar.
Plotar duas curvas no mesmo gráfico
plotyy
com escalas y diferentes
Gráficos 2d especiais
Área Gráfico de área
bar Gráfico de barras.
barh Gráfico de barras horizontal
pie Gráfico de pizza
stairs Gráfico escada
Gráfico discreto que indica pontos com
scatter
marcadores
Gráfico discreto que indica pontos com
stem
hastes
Gera gráfico com exibição de trajetória
comet
animada
compass Gráficos de vetores
feather Gráficos de vetores
Ezplot Gráficos a partir de equações de funções
ezpolar Gráficos a partir de equações de funções
errorbar Plotar erro
hist Plotar histograma.

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 54


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

rose Plotar histograma em ângulo.


fplot Plotar função.
plotmatrix Mapeia o grafico da matriz

Se Y é um vetor, plot(Y) produz um gráfico linear dos elementos de Y versos o índice dos
elementos de Y.

Por exemplo, para plotar os números [0.0 0.48 0.84 1.0 0.91 0.6 0.14], entre com o vetor e
execute o comando plot:

>> Y = [0 0.48 0.84 1.0 0.91 0.6 0.14];


>> plot(Y)

e o resultado é mostrado na Janela Gráfica:

Se X e Y são vetores com dimensões iguais, o comando plot(X,Y) produz um gráfico


bidimensional dos elementos de X versos os elementos de Y, por exemplo

>> t = 0:0.05:4*pi;
>> y = sin(t);
>> plot(t,y)

resulta em:

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 55


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

No MATLAB também é possível plotar múltiplas linhas em apenas um gráfico. Existem duas
maneiras, a primeira é usando apenas dois argumentos, como em plot(X,Y), onde X e/ou Y são
matrizes. Assim:

• Se Y é uma matriz e X um vetor, plot(X,Y) plota sucessivamente as linhas ou colunas de


Y versos o vetor X.
• Se X é uma matriz e Y é um vetor, plot(X,Y) plota sucessivamente as linhas ou colunas
de X versos o vetor Y.
• Se X e Y são matrizes com mesma dimensão, plot(X,Y) plota sucessivamente as colunas
de X versos as colunas de Y.
• Se Y é uma matriz, plot(Y) plota sucessivamente as colunas de Y versos o índice de cada
elemento da linha de Y.

A segunda, e mais fácil, maneira de plotar gráficos com múltiplas linhas é usando o comando
plot com múltiplos argumentos. Por exemplo:

>> plot(t, sin(t), t, cos(t), t, sin(t + pi), t, cos(t + pi))

8.2. ESTILOS DE LINHA E SÍMBOLO

Os tipos de linhas, símbolos e cores usados para plotar gráficos podem ser controlados se os
padrões não são satisfatórios. Por exemplo,

>> X = 0:0.05:1;
>> subplot(l,2,l)
>> plot(X,X.^2,’k*’)
>> subplot(l,2,2)
>> plot(X,X.^2,’k --‘)

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 56


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

Outros tipos de linhas, pontos e cores também podem ser usados:

TIPO DE LINHA

Solid _______________

-- --------------------

-. -.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.

: ..............................

Marcador

. .......................

* ********

° ° ° °° ° ° ° ° ° °

+ ++++++++++

X xx x x x x x x

S quadrado

D losango

V Triângulo para baixo

^ Triângulo para cima

< Triângulo para esquerda

> Triângulo para direita

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 57


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

P Pentagrama

H hexagrama

CORES

Y amarelo

M lilás

C azul claro

R vermelho

G verde

B azul escuro

W branco

K preto

Comando subplot = Gera vários eixos em uma mesma janela.

Sintaxe:
subplot(m,n,p)
Parâmetros de entrada:
m= número de eixos na vertical (número de linhas).
n=Número de eixos na horizontal (número de colunas).
p=Índice do eixo corrente

As funções de plotagem são executadas no eixo corrente configurado pelos parâmetros indicados
na última chamada subplot.

Exemplo: subplot(2,3,1)=duas linhas e três colunas, total de 6 gráficos.


>> x=0:0.01:pi;
>> subplot(2,3,1)
>> plot(x,sin(x))
>> subplot(2,3,2)
>> plot(x,cos(x)/10)
>> subplot(2,3,3)
>> plot(x,2.^x)
>> subplot(2,3,4)
>> plot(x,sin(2*x).*x)
>> subplot(2,3,5)
>> plot(x,cos(2*x))
>> subplot(2,3,6)
>> plot(x,cos(4*x))

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 58


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

8.3. NÚMEROS COMPLEXOS

Quando os argumentos para plotar são complexos, a parte imaginária é ignorada, exceto quando é
dado simplesmente um argumento complexo. Para este caso especial é plotada a parte real versos
a parte imaginária. Então, plot(Z), quando Z é um vetor complexo, é equivalente a
plot(real(Z),imag(Z)).

Exemplo:

>> c=0:0.1:100;
>> A=1-2i;
>> D=c*A;
>> plot(D)

8.4. ESCALA LOGARÍTMICA, COORDENADA POLAR E GRÁFICO DE BARRAS

O uso de loglog, semilogx, semilogy e polar é idêntico ao uso de plot. Estes comandos são
usados para plotar gráficos em diferentes coordenadas e escalas:

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 59


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

• polar(theta,r,fmt) plota em coordenadas polares o ângulo theta, em radianos, r que é a


variação radial linear, e fmt é a cadeia de caracteres contendo a descrição do tipo de curva
a ser traçado (como o plot);
• loglog plota x e y com eixos logarítmicos ;
• semilogx plota o eixo x logarítmico e y linear;
• semilogy plota o eixo y logarítmico e x linear.

Exemplos:

>> theta=-2*pi:0.1:2*pi;
>> whos
Name Size Bytes Class

A 1x1 16 double array (complex)


D 1x1001 16016 double array (complex)
Y 1x7 56 double array
ans 1x2 16 double array
b 1x16 128 double array
c 1x1001 8008 double array
t 1x26 208 double array
theta 1x126 1008 double array
x 1x315 2520 double array
y 1x26 208 double array

Grand total is 2521 elements using 28184 bytes

>> rho=1:126;
>> polar(theta,rho,'r*')

>> x=-2.9:0.2:2.9;
>> y=exp(-x.*x);
>> subplot(2,2,1)
>> bar(x,y)
>> title('Grafico de barras de uma curva em forma de sino');
>> subplot(2,2,2)

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 60


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

>> bar3(x,y)
>> title('Grafico de barras 3-D de uma curva em forma de sino');
>> subplot(2,2,3)
>> stairs(x,y)
>> title('Grafico em escada de uma curva em forma de sino');
>> subplot(2,2,4)
>> barh(x,y)
>> title('Grafico de barras horizontal');

8.5. PLOTANDO GRÁFICOS TRIDIMENSIONAIS E CONTORNOS

O MATLAB possui muitos recursos para visualização de dados em 3D. Este item representa as
principais funções relacionadas a este tópico.

Estes são alguns comandos para plotar gráficos tridimensionais e contornos.

Plot3 Cria uma curva no espaço 3D.

meshgrid Gera uma superfície.

mesh Gera malha de superfície a partir da coordenadas


geradas pela função meshgrid.
surf

meshc Geram variações de gráficos de malhas e superfícies.

meshz

waterfall

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 61


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

surfc

cylinder Gera cilindro.

sphere Gera esfera.

Ellipsoid Cria uma elipsóide.

Funções Gráficas 3-d Especiais

Bar3 Gráfico de barra 3D vertical

Bar3h Gráfico de barra 3D horizontal

Pie3 Gráfico de pizza 3D

comet3 Gráfico com exibição de trajetória 3D animada

Ribbon Gráfico tipo faixa com formato dado por plot(x,y)

contour

contourf Gráficos de curvas de nível.

contour3

Gera gráfico 3D a partir de equações paramétricas x(t)


Ezplot3
y(t) e z(t)

Ezcontour

Ezcontourf

Ezmesh
Geram gráficos a partir de equações de funções.
Ezmeshc

Ezplot3

ezsurf

Aplicações de alguns comandos:

>> x=-4*pi:0.1:4*pi;
>> y=-4*pi:0.1:4*pi;
>> plot3(cos(x),sin(y),(x+y))

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 62


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

> >x=-pi:0.5:pi;
>> y=-pi:0.5:pi;
>> [Mx,My]=meshgrid(x,y);
>> Mz=cos(Mx).*sin(My);
>> mesh(Mx,My,Mz)
>> surf(Mx,My,Mz)

8.6. ANOTAÇÕES NO GRÁFICO

O MATLAB possui comandos de fácil utilização para adicionar informações em um gráfico:

title Título do gráfico.

xlabel Título do eixo-X.

ylabel Título do eixo-Y.

zlabel Título do eixo-Z.

text Inserir anotação no gráfico.

Grid Linhas de grade.

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 63


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

Por exemplo:

>> fplot(‘sin’, [-pi pi])


>> title(‘Gráfico da função f(x)=seno(x), -pi<x<pi’)
>> xlabel(‘x’)
>> ylabel(‘f(x)’)
>> grid

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 64


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

9. SIMULINK
9.1.Apresentação

SIMULINK é um programa utilizado para modelagem, simulação e análise de sistemas


dinâmicos. O programa se aplica a sistemas lineares e não lineares, contínuos e/ou discretos no
tempo. Utiliza uma interface gráfica com o usuário para construção dos modelos a partir de
diagramas em blocos, através de operações de clique-e-arraste do mouse. Com esta interface
podem-se criar modelos da mesma forma que se faz com papel e caneta. SIMULINK é o
resultado de uma longa evolução de pacotes de simulação anteriores que necessitavam a
formulação de equações diferenciais ou de equações de diferenças em linguagens de
programação. Inclui bibliotecas de blocos contendo fontes, visualizadores, componentes lineares,
não lineares e conectores, com a opção de criação ou personalização de blocos.
Após a definição do modelo, a simulação pode ser feita com diferentes algoritmos de resolução,
escolhidos a partir dos menus do SIMULINK ou da linha de comando do MATLAB. Os menus
são particularmente convenientes para o trabalho interativo, enquanto a linha de comando tem
sua utilidade na simulação repetitiva a qual se deseja somente mudar parâmetros. Usando
osciloscópios (Scopes) ou outros visualizadores, têm-se o resultado gráfico da simulação
enquanto esta está sendo executada. Os resultados da simulação podem ser exportados para o
MATLAB para futuro processamento ou visualização. As ferramentas de análise de modelos
incluem ferramentas de linearização e ajuste (Trimming) que podem ser acessadas a partir da
linha de comando do MATLAB, assim como várias ferramentas do MATLAB e suas
TOOLBOXES específicas. Sendo o MATLAB e o SIMULINK integrados, pode-se simular,
analisar e revisar os modelos em qualquer dos dois ambientes.

9.2. CONHECENDO E ACESSANDO O SIMULINK

Para acessar o SIMULINK deve-se primeiro abrir o MATLAB, pois apesar de ser uma aplicação
específica, este não trabalha independente e utiliza suas ferramentas de cálculo.
Deve-se clicar duas vezes no ícone do MATLAB. Aberto o programa deve-se então clicar no
ícone “Simulink” na barra de ferramentas do MATLAB ou digitar “simulink” na linha de
comando e pressionar enter logo em seguida, como mostrado a seguir:

>> simulink <enter>


ou
clique no ícone na barra de ferramentas.

9.3.CONSTRUINDO UM MODELO SIMPLES

Exemplificando a utilização do SIMULINK, temos um modelo a criar. Este deve resolver a


equação diferencial:
x& = sen( t )
onde x(0)=0

Sendo o SIMULINK uma extensão do MATLAB, este deve então ser carregado a partir do
MATLAB. Inicie o SIMULINK clicando no seu ícone na barra de ferramentas do MATLAB,
como mostrado na figura:

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 65


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

Uma janela se abrirá na tela. Essa janela é a biblioteca de blocos do SIMULINK mostrado na
figura. Para criar um modelo novo, clique no ícone documento em branco.

Dê um click no ícone Sources na janela de bibliotecas do SIMULINK.

Arraste o bloco de onda senoidal (Sine Wave) para a janela do modelo. Uma cópia deste bloco
deve ser criada nesta janela.

Abra a biblioteca de blocos lineares (contínuo) e arraste um bloco integrador (Integrator) para a
janela do modelo.

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 66


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

Abra a biblioteca de dispositivos de saída (Sinks) e arraste um SCOPE para a janela do modelo
em construção.

A seguir, conecte os blocos para completar o modelo como na figura a seguir:

Dê um duplo click no bloco SCOPE e na barra de menu do SIMULINK clique


SIMULATION:START. A simulação será executada, resultando no gráfico gerado no bloco
SCOPE, mostrado a seguir:

Obs.: A integral é definida entre to e tF.


Para to = 0, cos(t)=1.

Para verificar se o gráfico gerado representa a solução da equação diferencial desejada, deve-se
resolver a mesma analiticamente, cujo resultado é:

x (t ) = 1 − cos(t )

que corresponde ao gráfico apresentado.

9.4.OUTRO MODELO

O modelo anterior serviu como exemplo de implementação no SIMULINK, mas está longe de
representar um caso usual de utilização do software devido à pequena quantidade de blocos e
ligações. Agora será usado um modelo de um processo biológico para ilustrar vários níveis
adicionais de dificuldade na implementação.

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 67


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

Scheinerman descreveu um modelo simples do crescimento de bactérias isoladas do ambiente


externo num pote. Admite-se que as bactérias nascem numa taxa proporcional ao número de
bactérias presentes e que elas morrem a uma taxa proporcional ao quadrado do número de
bactérias presentes. Se x representa o número de bactérias presentes, a taxa em que as bactérias
nascem é definida por:

Taxa de Natalidade = bx

E a taxa em que elas morrem

Taxa de Mortalidade = px 2

A taxa total de mudança na população de bactérias é a diferença entre a natalidade e a


mortalidade de bactérias. O sistema pode ser então descrito pela equação diferencial a seguir:

x& = bx − px 2

Partindo disto será então construído o modelo do sistema dinâmico supondo que b=1
bactéria/hora e p=0,5 bactéria/hora. Será determinado o número de bactérias contidas no pote
após 1 hora, admitindo que inicialmente existiam 100 bactérias presentes.
Crie uma nova janela de modelo na barra de menu clicando novamente no ícone documento em
branco.
Este é um sistema de 1a ordem, o que quer dizer que requer somente um integrador para resolver
a equação diferencial. A entrada do integrador é x& e a saída é x. Abra o biblioteca linear
(contínuo) e arraste o integrador para a janela do modelo.
Ainda na biblioteca Math arraste dois blocos de ganhos (Gain) para a janela do modelo e
posicione-os como na figura. O SIMULINK exige que cada bloco tenha seu nome único. Devido
a isto, o segundo bloco de ganho será nomeado GAIN1.
Arraste ainda um bloco de soma (Sum) .

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 68


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

Abra agora a biblioteca de blocos não lineares (Nonlinear) e arraste um bloco de produto
(product) para a posição mostrada. Este bloco será utilizado para calcular o valor de x 2 .
Abra a seguir a biblioteca dispositivo de saída (Sinks) e arraste um bloco SCOPE para a janela do
modelo seguindo a posição mostrada.

A orientação padrão do SIMULINK de todos os blocos é posicionar entradas à esquerda e saídas


à direita. Porém este modelo será muito mais legível se invertermos os blocos de ganho e
produto. Iniciando com o Produto, deve-se primeiro clicar sobre ele de modo a selecioná-lo.
Pequenos quadros pretos aparecerão nas quinas do bloco indicando seleção. No menu do
SIMULINK, escolha FORMAT:FLIP BLOCK. Agora as entradas estão à direita e as saídas à
esquerda. Repita a operação de inversão para cada bloco de Ganho. O modelo agora deve estar
semelhante à figura:

Trace agora uma linha de sinal da saída do bloco de soma para a entrada do integrador e outra da
saída do integrador para a entrada do SCOPE.

A seguir é necessário conectar a linha que liga o integrador ao SCOPE ao bloco de ganho situado
na parte inferior da janela, pois esta linha contém o valor de x. Para fazê-lo, vá com o mouse na

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 69


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

saída do bloco desejado e continue segurando o mouse até a entrada do bloco desejado. O cursor
do mouse irá mudar para uma cruz. Conserve a tecla do mouse pressionada enquanto faz a
ligação. Leve a linha até a entrada do bloco de ganho. O SIMULINK automaticamente ajusta a
linha com um ângulo de 90o.
Repita a operação ligando a linha de sinal Integrator-SCOPE até a entrada superior do bloco de
produto. Da linha de sinal que liga a entrada superior do bloco de produto repita a operação de
ligação para a entrada inferior do mesmo bloco, de modo que o bloco execute a operação
x.x = x 2 . Conecte agora a saída do bloco de produto à entrada do ganho na parte superior da
janela de modelo. Conecte agora a saída do ganho superior à entrada superior do bloco de soma e
a saída do ganho inferior à entrada inferior do mesmo bloco de soma.

O modelo agora está completo, mas os blocos devem ser configurados (parametrizados) para que
este represente o sistema desejado. O SIMULINK tem como default para os blocos de ganho o
valor de 1.0, para o bloco de soma duas entradas positivas e para o integrador o valor inicial 0.0.
O valor inicial do integrador representa o número inicial de bactérias presentes no pote.
Será iniciada agora a parametrização com os blocos de ganho. Dê um duplo clique no ganho da
parte superior e mude o valor de 1.0 para 0.5 na caixa de diálogo que irá aparecer, a seguir clique
em Close. Note que o valor do ganho do bloco muda para 0.5 no diagrama em blocos.

Agora dê um duplo clique no bloco de soma e no campo List of signs mude de ++ para -+ na
caixa de diálogo que abrirá. Os sinais representam os próprios sinais de entrada no bloco. A

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 70


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

seguir clique em Close. Note agora que no bloco de soma o sinal superior é negativo e o inferior
é positivo, sendo então a saída a diferença das entradas que representa x& de acordo com a
equação diferencial após substituir os valores de p e b.

Para finalizar a configuração, deve-se definir o número inicial de bactérias. Para isto, dê um
duplo clique no integrador e no campo Initial condition mude para 100, e após clique Close.

A duração da simulação é definida no tempo default de 0 a 10. Neste caso, deseja-se saber o
resultado após 1 hora. Para mudar este tempo, seleciona-se na barra de menu a opção
Simulation:Parameters e no campo Stop Time digita-se 1, fechando em Close logo a seguir.
É sempre aconselhável salvar o modelo antes de executar a simulação.

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 71


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

O modelo agora está completo e pronto para ser executado. Para salvar na barra de menu clique
em File:Save e entre com o nome desejado. O modelo será salvo com o nome digitado e a
extensão.mdl, e seu nome aparecerá na barra de título da janela de edição.
Abra agora o SCOPE com um duplo clique e a seguir na barra de menu, clique em
Simulation:Start para iniciar a execução.

O SCOPE nem sempre mostra a figura numa boa escala para visualização. O botão Autoscale na
barra de ferramentas do SCOPE redimensiona a escala para acomodar todos os valores.

9.5.USANDO O HELP DO SIMULINK

O SIMULINK possui um extensivo sistema de help on-line. Os arquivos de help foram


desenvolvidos para serem visualizados por navegadores internet como Netscape ou Internet
Explorer. Uma detalhada documentação on-line para todos os blocos do SIMULINK está
disponível no Block-Browser. Um detalhado help também está disponível clicando no botão de
help na caixa de diálogo que se abre quando se seleciona Simulantion:Parameters na barra de
menu.
Para se consultar o help sobre um bloco qualquer deve-se inicialmente dar um clique duplo sobre
o bloco desejado. A seguir clica-se no botão de help que aparece na caixa de diálogo que se abre.

O help do SIMULINK contém informações valiosas. É boa prática utilizá-lo com freqüência.

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 72


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

10.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Hanselmam, D. , Littlefield, B. ; “Versão do Estudante MATLAB 5 – Gu

ia do Usuário”, Makron Books, 1997.

Matsumoto, E. Y. ; “MATLAB 6 – Fundamentos de Programação” , Editora Érica, 2 edição,


2001.

“The Student Edition of SIMULINK – Dinamic System Simulation Software for Technical.

Matsumoto, E. Y. ; “MATLAB 6.5 – Fundamentos de Programação” , Editora Érica, 1 edição,


2002.

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 73


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

11. ANEXOS

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 74


Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia

Curso Introdutório de MATLAB 6.5 76

Você também pode gostar