Você está na página 1de 51

Fenômenos de Transporte III

Aula 10

Prof. Gerônimo
1.4 Balanço macroscópico de matéria em regime
permanente e sem reação química.
Para projetar ou dimensionar um equipamento destinado à
separação, são necessários informações sobre:

- termodinâmica (equilíbrio de fases/solubilidade)


- transferência de massa
- condições de operação do equipamento (perda de carga,
retenção de líquido, etc)
- concentrações das fases que compõe o sistema
- troca térmica entre as fases
As informações macroscópicas sobre tais fenômenos advêm dos
balanços macroscópicos de matéria e de energia.
Pelo fato de estarmos interessados em uma introdução às
operações de transferência de massa, iremos nos fixar nas
soluções diluídas e, por via de consequência, isotérmicas.
2
Relações de equilíbrio
As relações de equilíbrio costumam ser apresentadas sob a seguinte
forma:
a- Pressão parcial versus concentração
b- fração molar na fase gasosa (y) versus fração molar na fase líquida (x)
c- frações molares absolutas X versus Y, sendo X o número de mols de
soluto por mols de solvente puro (isento de soluto) e Y o número de mols
de soluto por mols de gás isento de soluto. As relações entre X, Y e x,y são
as seguintes:

yA y YA YA
YA   A yA  
yB 1  yA YB 1  YA

xA x XA XA
XA   A xA  
x B 1  xA XB 1  XA

3
Exemplo 01: Os dados de equilíbrio do sistema ar-SO2-água a 1 atm e 20C são
apresentados na tabela a seguir, sob a forma de p versus  ( p é a pressão parcial do
SO2 em mmHg e  é a concentração mássica de SO2 na solução em g SO2/100 g de
água). Obter a curva de equilíbrio em termos das relações molares absolutas X e Y.

 (g SO2/100 g H2O) 0,5 1,0 2,0 3,0 5,0 10,0


P (mmHg) 26 59 123 191 336 698
Solução:
A = SO2 ; B = H2O
X = mol de SO2/mol de H2O (no líquido)
Y = mol de SO2/mol de ar (no gás)
Em termos de  e p resulta:
mol de A xA x C /C ρ /M ρ /64
XA    A A  A A  A  (0,0028125)ρ A
mol de B 1  x A x B C B /C ρ B /M B 100/18
mol de A yA y p /P pA pA
YA    A A  
mol de B 1  y A y B 1  p A /P P  p A 760  p A
X (mol de SO2/mol de H2O) 1,41x10-3 2,81x10-3 5,63x10-3 8,44x10-3 0,0141 0,0281

Y (mol de SO2/mol de ar) 0,03546 0,08417 0,19309 0,33568 0,79245 11,2580

4
12

YA ( mol de SO2/mol de ar )
10

0 1,41x10-3 2,81x10-3 5,63x10-3 8,44x10-3 0,0141 0,0281


XA (mol de SO2/mol de H2O )

5
1.4.1 Operações contínuas
Contato contracorrente

A Figura a seguir ilustra uma operação de transferência de massa envolvendo o


contato contracorrente entre duas correntes relacionadas às fases G e L.
L 2 , xA 2 , X A 2 , L s G 2 , yA 2 , YA 2 , G s
Fase Líquida

Fase Gasosa
L z , xA z , X A z , L s G z , yA z , YA z , Gs

L1 , xA1 , X A1 , Ls G1 , yA1 , YA1 , Gs

Figura 4: Contato contracorrente

6
G1 e G 2  Fluxo molar tota l do gás na base e no topo da coluna
G s  Fluxo molar do gás inerte na base e no topo da coluna
y A1 e y A 2  fração molar do soluto gasoso na base e no topo da coluna
YA1 e YA 2  fração molar absoluta do soluto gasoso na base e no topo da coluna

L1 e L 2  Fluxo molar tota l do líquido na base e no topo da coluna


Ls  Fluxo molar do líquido inerte na base e no topo da coluna
x A1 e x A 2  fração molar do soluto do líquido na base e no topo da coluna
X A1 e X A 2  fração molar absoluta do soluto líquido na base e no topo da coluna

z e L z  Fluxo molar total do gás e do líquido numa posição z da coluna


Az e xA z  fração molar do soluto gasoso e líquido numa posição z da coluna
Az e X A z  fração molar absoluta do soluto gasoso e líquido numa posição z da colun

7
Balanço macroscópico de matéria da Figura 4
Mols de A que entram na coluna = Mols de A que saem da coluna ( 30 )

De posse da Figura 4 e o balanço (equação 30) temos para o soluto A:

( soluto A ) G1y A1  L 2 x A2  G 2 y A2  L1x A1 ( 31 )

Visto que o balanço (31) ser genérico, ele pode ser aplicado em qualquer plano z da
coluna:

( soluto A ) G1y A1  L z x Az  G z y Az  L1x A1 ( 32 )

Considerando que os fluxos molares dos inertes (s) permanecem constantes em toda a
coluna, teremos:
Para a corrente G:

( Inerte S ) G1 ( 1  y A1 )  ... G z (1  y Az )...  G 2 (1  y A2 )  G s ( 33 )

em que Gs é o fluxo molar do inerte presente na corrente G (fase leve).


Para a corrente L:

( Inerte S ) L1 ( 1  x A1 )  ... L z (1  x Az )...  L 2 (1  x A2 )  Ls ( 34 )

em que Ls é o fluxo molar do inerte presente na corrente L (fase pesada).

A fração molar absoluta do soluto é definida da seguinte maneira:

mols de A em G mols de A em G mols de A


Para a corrente G: YA    ( 35 )
mols de G sem A mols de B em G mols de B

Por conseguinte:
yA y
YA   A  y A  (1  y A )YA ( 36 )
1  yA yB

Para a corrente L:
xA x
XA   A  x A  (1  x A )X A ( 37 )
1  xA xB
Substituindo as equações (36) e (37) na equação (31), temos:

G1 (1  y A1 )YA1  L 2 (1  x A2 )XA2  G 2 (1  y A2 )YA2  L1 (1  x A1 )XA1 ( 36 )

Identificando as equações (33) e (34) na equação (36), temos:

G s YA1  Ls X A2  G s YA2  Ls X A1 ( 37 )
Rearranjando essa equação, o resultado fica:

Ls YA1  YA2
( Linha de operação )  ( 38 )
Gs X A1  X A2

Para um plano arbitrário em z, substituiremos o subíndice 2 pelo subíndice z na


equação (38), levando-nos a:
Ls YA1  YAz
 ( 39 )
( Linha de operação ) Gs X A1  X Az

A equação (39) é a expressão geral que descreve a relação entre as frações molares
absolutas do soluto no seio das correntes G e L em qualquer plano do equipamento
de transferência de massa. Essa equação denomina-se linha de operação.
Operação contracorrente (soluções diluídas):

Reta de equilíbrio

Reta de equilíbrio

Operação G  L Operação L  G
Absorção Desabsorção

( Reta de equilíbrio ) y Ai  mx Ai ( 40 )
Operação: G  L Operação: L  G

X A2 YA 2 X A2 YA 2

L G
L G

X A1 YA1 X A1 YA1

L entra pobre e sai rico de soluto : X A2  X A1 L entra rico e sai pobre de soluto : X A2  X A1
G entra rico e sai pobre de soluto : YA2  YA1 G entra pobre e sai rico de soluto : YA2  YA1

Absorção Desabsorção ou Dessorção


Condição mínima de operação para que haja separação de um determinado soluto

X A2 YA 2

 Ls  YA1  YA2 YA


Lsmín  ? Gs     ( 41 )
 G s  mín X A1  X A2 X A

X A1  ? YA1

A razão (Ls/Gs) é mínima quando XA atingir um valor máximo

Ls é o fluxo molar do inerte presente na corrente L (fase pesada)


Gs é o fluxo molar do inerte presente na corrente G (fase leve)
 Ls  Y  YA 2 YA  Ls  Y  YA 2 YA
   A1  ( diluída )    A1  ( concentrada )
 s  mín
G X A1  X A2 X A  s mín
G X A1  X A2 X A

Na medida em que diminuímos a quantidade de solvente e, com isso, a inclinação


(Ls/Gs), iremos diminuir a diferença entre YA1 e YA1* (no equilíbrio) na base da coluna
e, por consequência a força motriz YA necessária ao soluto para que ele migre da
fase G para a fase L. No instante em que a linha de operação tocar a linha de
equilíbrio, teremos YA = 0, levando tanto o tempo de contato quanto a altura efetiva
da coluna a valores infinitos.
Contato paralelo

A Figura a seguir ilustra uma operação de transferência de massa envolvendo o


contato paralelo entre duas correntes relacionadas às fases G e L.

L 2 , xA 2 , X A 2 , L s G 2 , yA 2 , YA 2 , G s
Fase Líquida

Fase Gasosa
L z , xA z , X A z , L s G z , yA z , YA z , Gs

L1 , xA1 , X A1 , Ls G1 , yA1 , YA1 , Gs

Figura 5: Contato paralelo


Balanço material em termos dos fluxos de inertes para contato paralelo

Mols de A que entram na coluna = Mols de A que saem da coluna

Gs YA1  Ls XA1  Gs YA2  Ls X A2 ( 42 )

Ls YA1  YA2
( Linha de operação )   ( 43 )
Gs X A1  X A2

ou para um plano arbitrário em z:

Ls YA1  YAz
( Linha de operação )   ( 44 )
Gs X A1  X Az
Operação paralelo (soluções diluídas):

Reta de equilíbrio
Reta de equilíbrio

Operação G  L Operação L  G
Absorção Desabsorção

( Reta de equilíbrio ) y Ai  mx Ai ( 40 )
Operação: G  L Operação: L  G

X A2 YA 2 X A2 YA 2

L G
L G

X A1 YA1 X A1 YA1

L entra pobre e sai rico de soluto : X A 2  X A1 L entra rico e sai pobre de soluto : X A2  X A1
G entra rico e sai pobre de soluto : YA 2  YA1 G entra pobre e sai rico de soluto : YA2  YA1

Absorção Desabsorção ou Dessorção


Representação da razão mínima de operação para o contato paralelo G  L

 Ls  YA1  YA 2 YA
     ( diluída )
 s  mín
G X A1
 X A2
X A
Cálculo da altura efetiva de uma coluna para operação
contínua em um sistema diluído
A altura efetiva de uma coluna é aquela na qual há o contato entre as correntes que
compõem as técnicas de separação, Figuras 2 (torre de spray), 3 (torre de
borbulhamento) e 4 (coluna de recheiro) da Aula 9.
Admitindo soluções diluídas e a técnica tipo G  L, definiremos o fluxo em função da
fração molar absoluta de A da seguinte maneira:

N A,Z  K Y YAG  YA*  ( 45 )

KY = coeficiente global de transferência de massa referenciado à fase gasosa tendo a


fração molar absoluta de A como força motriz.
YA* é a fração molar absoluta de A na fase gasosa em equilíbrio com a fração molar
absoluta de A no seio da fase líquida (XA).
Trazendo a definição de coeficiente volumétrico global na equação (45), obtemos:

NA,Za  K Ya  YAG  YA*  ( 46 )

a = área interfacial específica para transferência de massa


Se a separação ocorrer em um comprimento diferencial dz numa dada seção de
contato G  L, a equação (46) é posta como:

NA,Za  K Ya  YAG  YA* 


X A2 YA 2
( 46 )

Ls
Z dz NA,Zadz  K Ya  YAG  YA* dz ( 47 )
Gs

X A1 YA1

Para o contato contracorrente (↓↑), a equação (39) é reescrita em um comprimento


diferencial dz segundo:

Ls YA1  YAz
 ( 39 ) Ls dX A  G s dYA ( 48 )
Gs X A1  X Az
Visto que as equações (47) e (48) correspondem ao mesmo fluxo global de A, temos:

G s dYA  K Y a  YAG  YA* dz ( 49 )

Explicitando dz na equação (49), fica:

Gs dYA
dz 
K Ya  YAG  YA* 
( 50 )

Integrando a equação (50), tendo como limites de integração as frações molares


absolutas do soluto A tanto na base da torre, indice 1, quanto no seu topo, indice 2, a
altura efetiva do equipamento será:

YA1


( Altura efetiva ) Gs dYA
z 
GL K Ya  YA  YA*  ( 51 )
YA 2
Denominando;
Gs
AUT  ( 52 )
K Ya
GL
e YA1


dYA
NUT 
YA 2
 YA  YA*  ( 53 )

AUT = Altura da Unidade de Transporte (unidades de comprimento)


NUT = Número de Unidades de Transporte (adimensional)
Para a técnica de separação L  G, as definições da AUT e NUT são,
respectivamente:
Ls
AUT  ( 54 )
K xa
X A1


dX A
NUT  ( 55 )
XA2
 X A  X*A 
Qualquer que seja a forma de contato entre as correntes G e L (absorção ou
desabsorção), a altura efetiva da coluna é obtida por intermédio de:

z  AUT NUT  ( 56 )

Método gráfico
O cálculo do NUT é feito por integração gráfica ou numérica. Quanto ao valor da
diferença ( YA – YA* ), as Figuras 6 e 7 ilustram o procedimento para avaliar YA*.

L G
Figura 6 Figura 7

Determinação gráfica de YA* Determinação gráfica do NUT


Note que a Figura 6 a força motriz ( YA – YA* ) é determinada ponto a ponto
entre YA1 e YA2 e a reta de equilíbrio, após conhecidas as retas de operação e
de equilíbrio. Dessa forma, obtém-se o NUT pela integração da área
representada na Figura 7. A área nessa Figura pode ser calculada
numericamente pela regra de Simpson:

NUT  f o  4f (2j  1)  2f (2j)  f n 


h
( 57 )
3

YA1  YA2 1
h  ; f 
n YA  YA*

onde n é o número de intervalos entre YA1 e YA2 (número par)


Método analítico
A maior dificuldade em se calcular a altura efetiva da coluna reside na
determinação do NUT (equações 53 e 55). No entanto, como estamos tratando de
soluções diluídas, realizaremos algumas aproximações. Dentre elas, está em
considerar que a reta de equilíbrio dada pela equação (40) é válida para YAi = mXAi.
Esta situação é aceitável nas situações de diluição extrema. Se esta hipótese é
admitida, tornam-se razoáveis as aproximações YA* = mXA e YA = mXA*,
possibilitando-nos buscar a equação (38), para a técnica G  L e contato
contracorrente, devemos escrevê-la da seguinte maneira:

Ls YA1  YA 2 Ls YA  YA2
 ( 38 )  * ( 58 )
Gs X A1  X A 2 Gs YA /m  YA* 2 /m
ou
y Ai  mx Ai ( 40 ) Ls YA  YA2
 * ( 59 )
mG s YA  YA* 2
YA 2  mX A 2
*

( diluição extrema ) Ls
A 
YA  mX A ( 60 ) ( fator de absorção )
*
mG s
Isolando YA* na equação 59 fica:
1 1
YA*  YA  YA 2  YA* 2 YA* 2  mX A2
A A
1 1
YA*  YA  YA 2  mX A 2 ( 61 )
A A

Substituindo YA* dada pela equação (61) na definição do NUT da equação


(53), observamos:
YA1


YA1


dYA dYA
NUT  NUT 
 YA  YA*  1  1 Y  1 Y  mX
  A A2 A2
YA 2 YA 2
 A  A

1  YA  mX A 
GL NUT  n  1
1  1/A   1/A 
2
( 62 )
1  1/A   YA  mX A2 2 
Para a técnica L  G, para contato contracorrente, temos:

1  X A2  YA1 / m 
NUT  n  1  A   A ( 63 )
1  A   X A1  Y A1 / m 
Para o contato paralelo, existem as seguintes equações:

1  YA1  mX A1 
NUT 
1  1/A   YA 2  mX A 2 
GL n  ( 64 )

1  X A 2  YA 2 / m 
NUT 
1  A   X A1  Y A1 /m 
L G n  ( 65 )

Dessa maneira, a altura efetiva da coluna é determinada utilizando-se a equação


(56), a qual é obtida do produto de (AUT) e (NUT) para as situações descritas no
quadro a seguir:
z  AUT NUT  ( 56 )
Tabela 4: Cálculo da altura efetiva para sistemas diluídos

Técnica de
Tipo de contato AUT NUT
separação

contracorrente ↓↑ GL Equação 53 Equação 62

contracorrente ↓↑ LG Equação 55 Equação 63

paralelo ↑↑ GL Equação 53 Equação 64

paralelo ↑↑ LG Equação 55 Equação 65

O resumo no quadro é aplicado para situações diluídas e quando a


relação de equilíbrio termodinâmico obedece ao formato da relação da
lei de Henry.
Contracorrente ↓↑
( Absorção )
X A2 YA 2
 YA1  YA2 
Recuperação   100%
Topo  YA1 
 

Z
( Desabsorção )

Base  X A2  X A1 
Recuperação   100%
 X 
X A1 YA1  A 2 

Y = número de mol de soluto por mol de gás isento de soluto


X = número de mol de soluto por mol de solvente puro (isento de soluto)

30
Exemplo 02: Uma corrente de ar que passa por um sistema de ventilação
industrial a 755 mmHg possui 4% de amônia em volume. Pretende-se
recuperar a amônia por lavagem em contracorrente com água a 28C numa
torre de enchimento, empregando-se 40% de água a mais do que a quantidade
mínima necessária para obter 99,5% de recuperação da amônia inicialmente
presente no gás. Calcular a vazão de água a ser empregada, para uma vazão de
gás igual a 200 kmol/h e fazer uma estimativa da altura da torre.
Dados:
(1) Para as condições especificadas, os dados de equilíbrio do sistema poderão
ser representados pela seguinte equação:

y  1,154x

(2) A altura de uma unidade de transferência (AUT), para força propulsora


global em unidades de concentração no gás, poderá ser adotada igual a 0,52 m.

31
Solução:
Absorção em contracorrente

x A2  0 y A2  ? YA1 
y A1
1  y A1
Topo
G  200 kmol/h y A1 0,04
YA1  
1  y A1 1  0,04
Z=?
YA1  0,0417
L?
Base

x A1  ? y A1  0,04  YA1  YA 2 
Recuperação   100%

 YA1 
 0,0417  YA 2 
99,5%   100%
 0,0417 
YA 2  2,085x10 4

32
y A1  0,04 x A1  ?

4
y A2
y A2 YA 2  2,085x10 
YA2  1  y A2
1  y A2
y A 2  2,0846x10 4

y  1,154x  xA máx  1,154


1
0,04
 0,0346

X A1 
x A1  XA máx  1 0,0346
1
0,0346
1  x A1
 XA máx  0,0358
1

33
Determinação do (xA1)máx utilizando a reta de equilíbrio (RE) e a linha de
operação (LO)

yA

y A1  0,04

 Ls 
   ?
y A2  0,00020846  G s  mín

x A2  0 xA

 x A máx  1,154
1
0,04
 0,0346

34
 Ls  YA1  YA2 YA
   
 G s  mín  X A1 máx  X A2
( diluída )
X A

 Ls  YA1  YA2 0,0417  2,0846x10 4


   
 G s  mín  X A1 máx  X A2  X A1 máx  0

 Ls  0,0417  2,0846x10 4
  
 G s  mín 0,0358  0

 Ls 
   1,159
 G s  mín

35
Neste caso, tanto a reta de equilíbrio (RE) como a linha de operação (LO)
são retas, de modo que não será necessário traçar diagramas de escala.

yA

y A1  0,04

 Ls 
   1,159
y A2  0,00020846  G s  mín

xA

 x A máx  1,154
1
0,04
 0,0346

36
A relação a empregar é de 40% maior em relação a mínima, portanto:

 Ls 
   1,4(1,159)  1,6226 kmol de água / kmol de ar
 G s  real

(a) Consumo de água ( água  103 kg/m3 a 28C)

O gás (ar) isento de soluto corresponde a 96% do total, portanto a


quantidade de água a ser alimentada na coluna será:

Ls  (0,96)(200 kmol de gás/h) (1,6226 kmol de água / kmol de ar)



kmol de ar

 18 kg/kmol 
Ls  311,54 kmol de água/h  3

 1000 kg/m 
Ls  5,608 m3 /h (vazão volumétrica)

37
(b) Altura da torre, Z
Para operação em contracorrente, temos as seguintes equações:

z  AUT NUT  ( 56 )

Gs
AUT   0,52m ( 52 )
K Ya

1  YA1  mX A 2 
NUT  n  1  1/A   1/A 
1  1/A   YA2  mX A2 
( 62 )

Ls
A  ( 60 )
mG s

38
Cálculo do NUT:

YA1  0,0417 YA2  2,085x104 X A2  0 m  1,159

 Ls 
   1,6226 kmol de água/kmol de ar
 G s  real

Ls 1
A   (1,6226)  1,4061
mG s 1,154

1  YA1  mX A 2 
NUT  n  1  1/A  1/A
1  1/A  YA2  mX A2 
 0,0417
NUT 
1
n  1  1/1,4061  1/1,4061
1  1/1,4061  0,0002085 

39
NUT  3,4624n(200)0,2888  0,7112

NUT  3,4624n50,4712

NUT  13,58

z  AUT NUT   (0,52m)(13,58)

z  7,06 m

40
Exemplo 03: A lavagem de uma mistura de ar e amônia contendo 2% de
NH3 a 20C e 1 atm será realizada numa torre com recheios de anéis
Raschig de cerâmica de 1in. As vazões de água e gás serão ambas iguais a
1170 kg/h.m2 no topo e na base da torre, respectivamente. A operação será
realizada a 20C, temperatura para a qual a relação de equilíbrio em
termos de pressão parcial de NH3, p em mmHg, sobre soluções aquosas de
concentração  kg NH3/100 kg H2O é dado pela tabela:

 (kg NH3/100 kg H2O) 2,0 3,0 5,0 7,5 10 20


p (mmHg) 12,0 18,2 31,7 50,0 69,6 166

O valor do coeficiente de capacidade KGa foi obtido como sendo igual a


62,4 kmol/h.m3 para este recheio e nas condições de operação
especificadas.
Pede-se a altura do recheio “z” necessário para absorver 98% de NH3
existente no gás alimentado.

Dado: Mar = 29 kg/kmol; MNH3 = 17 kg/kmol


41
Solução: Trata-se de uma mistura diluída, e para um sistema
contracorrente G  L, temos:
Equações:
x A2  0 y A2  ?
z  AUT NUT 
Topo
YA1
G

dYA
NUT 
Z=? ( Método Gráfico )
YA 2
 YA  YA* 
L
Base Gs
AUT 
x A1  ? y A1  0,02 K Ya

1  YA1  mX A2 
( Método Analítico ) NUT  n  1  1/A  1/A
1  1/A  YA2  mX A2 
Ls
( fator de absorção ) A 
mG s
42
Método Gráfico
y A1  0,02
YA 2 0,0004082
y A1 y A2  
YA1  
0,02 1  YA 2 1  0,0004082
1  y A1 1  0,02 y A 2  0,000408
YA1  0,02041
 YA1  YA 2  1170 kg/h.m 2
Recuperação   100% LS 
Y  18kg/kmol
 A1  
H 2O
 0,02041  YA 2 
98%   100% LS  65 kmol/h.m 2
 0,02041 
YA 2  4,082x10 4 1  0,02 1170 kg/h.m 2 
GS 
29kg/kmol
yA2 YA2 
YA2   y A2  Ar
1  y A2 1  YA2
G S  39,54 kmol/h.m 2
43
pA p mmHg
yA   A lei de Dalton  xA 
XA
P 760 mmHg 1  XA
ρ A Kg NH 3
Kmol A 17 Kg/Kmol
XA    ρ A (0,01059) Kmol NH 3 / Kmol H 2O
Kmol B 100 Kg de H 2 O
18 Kg/Kmol

pA A XA
yA xA
(mmHg) (kg NH3/100 kg H2O) (Kmol A/Kmol B)
0 0 0 0 0
12 0,016 2 0,0212 0,0208
18,2 0,024 3 0,0318 0,0308
31,7 0,042 5 0,0529 0,0502
50 0,066 7,5 0,0794 0,0736
69,6 0,091 10 0,1059 0,0958
166 0,218 20 0,2118 0,1748
44
0,25

0,20

0,15
yA

0,10
Curva de equilíbrio para solução concentrada

0,05

0,00
0,00 0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18 0,20

xA 0,018

0,016
yA = 0,76923xA
0,014

0,012

0,010
yA
0,008
Reta de equilíbrio para solução diluída
0,006

0,004

0,002

0,000
0,000 0,002 0,004 0,006 0,008 0,010 0,012 0,014 0,016 0,018 0,020 0,022

xA
45
Ls YA1  YA2
 X A2  0 YA1  0,02041 YA2  0,0004082
Gs X A1  X A2

65 0,02041  0,0004082
 1,6439 
39,54 X A1  0
X A1  0,01217 kmol de NH3 /kmol de H 2O

A concentração máxima de NH3 absorvida na água é:

0,01217 kmol NH 3 (17 kg/kmol)


 A1 
100 kmol H 2O (18 kg/kmol)
 A1  0,0114 kg NH 3 / 100 kg H 2O

A pressão máxima do gás para yA1 = 0,02 (2% de NH3) é:


p A1  y A1 P  0,02(760mm Hg)
p A1  15,2 mmHg
46
A lei de Henry é aplicável no intervalo de concentração envolvido:

CA H ρA
p A  Hx A  H   H*ρ A (lei de Henry)
C C MA

H ρ
p A  H*ρ A ( lei de Henry ) ; H*  ; C A  A ; M A  17 kg/kmol (NH3 )
CM A MA

 ρA 100 
  
pA H* ρ A  17 18 
 17
P P 17  ρ A 100 
  
 17 18 
ρ 100  ρA
17H*  A  
m   17 18 
; xA  17 C
 A
P  ρA 100  C
  
 17 18 
y A*  mx A

47
Calculando o valor de m com o primeiro par de valores da tabela (região
diluída), resulta:

p A  H*ρ A ρ 100 
17H*  A  
m   17 18 
p A 12 P
H*    6
ρA 2 100 
2 176   
m   17 18 
760
m  0,761

y*A  0,761x A

y*A  0,761x A  YA*  0,761X A (diluição extrema)

XA = f(YA) na reta de operação


48
Reta ou Linha de operação Cálculo do AUT:
XA = f(YA) na reta de operação
Gs 39,54 kmol/h.m 2
Ls YA1  YA 2 AUT  
 K Ya 62,4 kmol/h.m 3
Gs X A1  X A 2
AUT  0,63 m
4
YA  4,082x10
1,6439 
XA  0
Cálculo do fator de absorção:
YA  4,082x10 4
XA 
1,6439
Ls 1
A   (1,6439)
X A  0,60831YA  2,483x10 4 mG s 0,761

YA*  0,761X A A  2,16



YA*  0,761 0,60831YA  2,483x10 4 
YA*  0,4629YA  1,89x10 4
49
Cálculo do NUT: Cálculo da altura da coluna:
YA*  0,4629YA  1,89x10 4
YA1 AUT  0,63 m

dYA
NUT 
YA  YA* 
YA 2 z  AUT NUT 
YA1
z  (0,63m)(6, 2)

dYA
NUT 
YA  0,4629YA  1,89x10  4 
YA 2
z  3,91 m
YA1


dYA
NUT 
0,5371YA  1,89x10  4 
YA 2

NUT 
1
0,5371

ln 0,5371YA  1,89x10  4 YY A1  0,02041

A 2  4,1x10
4

1   0,53710,02041  1,89x10  4 

NUT  ln
0,5371   (0,5371)4,1x10  4  1,89x10  4 

1   0,0112 
NUT  ln    
1
ln 27,37 
0,5371   4,0921x10  4  0,5371
NUT  6,2 50
Método Analítico
Cálculo do AUT:

Gs 39,54 kmol/h.m 2
AUT  
K Ya 62,4 kmol/h.m3
AUT  0,63 m

1  YA1  mX A 2 
Cálculo do NUT: NUT  n  1  1/A   1/A 
1  1/A   YA 2  mX A2 
 0,02041  0
NUT 
1
n  1  1/2,16  1/2,16
A 
Ls

1,6439 1  1/2,16  0,0004082  0 
NUT  1,8621n500,537  0,463
mG s 0,761
A  2,16
NUT  1,8621n27,313
NUT  6,16

Cálculo da altura da coluna:


z  AUT NUT  (0,63m)(6,16)  3,9 m
51

Você também pode gostar