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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

CONSTRUÇÃO CIVIL I

DANIELE DA SILVA COSTA

RAIMUNDO NONATO AROUCHE

WELCK BRENO DA SLVA DE JESUS

NOÇÕES BÁSICAS SOBRE FUNDAÇÕES

SÃO LUÍS – MA

2021
DANIELE DA SILVA COSTA

RAIMUNDO NONATO AROUCHE

WELCK BRENO DA SLVA DE JESUS

NOÇÕES BÁSICAS SOBRE FUNDAÇÕES

Trabalho elaborado, como requisito para obtenção do


2° nota da disciplina de Construção Civil I do curso
Bacharel em Engenharia Civil..

Professor:

SÃO LUÍS – MA

2021
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
1. INTRODUÇÃO

O crescimento da população faz com que consequentemente a


demanda por construções cresça, aumentando assim, a taxa do uso de
fundações; e sabe-se que toda edificação, por mais leve que seja, precisa de
um sistema de fundação para transferir a sua carga para o solo, o que torna
uma ferramenta essencial e indispensável. O crescimento da área da
construção civil é notado na mesma linha de crescimento, segundo
(LOTURCO, 2021) em 2020 houve o crescimento de 10% nas vendas na área
civil.

Fundações são elementos que têm por finalidade transmitir as cargas


de uma edificação para as camadas resistentes do solo sem provocar ruptura
do terreno de fundação. Podem também serem chamados de alicerce
(PEREIRA, 2013).

As fundações são divididas em dois grandes grupos: Fundações


superficiais (ou rasas ou diretas) e fundações profundas.

Segundo Inova Civil (2021), no Brasil os tipos mais comuns de


fundações são as fundações rasas, mais especificamente as sapatas, pois são
executados em solos que apresentam boa resistência às cargas nas camadas
superficiais. As normas e técnicas para escolha e manuseio correto das
fundações são por conta das ABNT’s (Associação Brasileira de Normas
Técnicas), que no caso das fundações ficam por conta da NBR 6122/2019 que
é a norma regulamentadora de projetos e execução de fundações de qualquer
tipo de estrutura na Engenharia Civil.

Mas muitas vezes por falta até de conhecimento técnico é possível que
o responsável se pergunte: Qual fundação deve-se usar? Será se rasa ou mais
profunda?

Por isso o objetivo deste trabalho é mostrar, explicar e instruir a


escolher a melhor fundação, como é feita a utilização de cada uma, seja rasa,
profunda explicitando as noções básicas sobre fundações.
2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Os que são fundações?

Toda edificação precisa distribuir as forças que agem sobre ela para
que a estrutura não entre em colapso. Sendo assim, temos o solo como
responsável por sustentar o peso da estrutura e absorver as cargas às quais
ela está submetida. É nesse ponto que entram as fundações, pois elas têm o
papel de transmitir essas cargas que estão agindo na edificação e distribuí-las
ao terreno. (INOVA CIIVIL, 2021)

Fundações são itens estruturais que têm o propósito de aguentar e


distribuir para o terreno toda a carga de pressão que é criada pelo
carregamento e esforço realizado pelo peso da própria estrutura, ou seja, são
elementos que têm por finalidade transmitir as cargas de uma edificação para
as camadas resistentes do solo sem provocar ruptura do terreno de fundação.
Podem também serem chamados de alicerce. (INOVA CIVIL, 2021)

Criada em 1986, passando por modificações em 2010 e tendo a sua


versão mais nova atualizada em 2019, a NBR 6122/2019 trata-se de uma
norma regulamentadora de projetos e execução de fundações de qualquer tipo
de estrutura especificada como convencional na Engenharia Civil. A nova
revisão da norma compreende alterações e incrementos importantes para o
avanço e continuidade dos projetos de fundações. (SCHNEIDER, 2020)

A escolha do tipo de fundação a ser utilizado em uma edificação será


em função da intensidade da carga e da profundidade da camada resistente do
solo. Com base nessas duas informações, escolhe-se a opção que for mais
barata, que tenha um prazo de execução menor e que atenda todas as normas
de segurança.

Segundo Inova Civil (2021), para escolher a fundação adequada a ser


utilizada em sua obra devem ser realizados estudos bem detalhados sobre o
solo do local. Os ensaios realizados devem mostrar resultados acerca da
resistência, deformabilidade dos solos entre outras informações importantes
para a determinação dessa estrutura. Sendo assim, é essencial conhecer os
diversos tipos de fundações e entender como cada uma delas interage como o
solo para que a edificação não venha a sofrer com danos estruturais
ocasionados pelo uso inadequado de determinada estrutura.
2.2 Tipos de fundações

As fundações podem ser divididas em dois grandes grupos: Fundações


superficiais (ou rasas ou diretas) e fundações profundas.

As fundações rasas consistem em fundações que distribuem as cargas


provenientes da edificação diretamente no solo. Isso se dá, principalmente,
pela base da fundação. Já as fundações profundas são aquelas que
transmitem as cargas por meio do atrito lateral, que é resultante do contato de
seu comprimento com o solo.

FIGURA 1: Esquema de Fundações rasas e profundas.

Fonte: Blog Construção Naarraes, 2016.

2.2.1. Fundações Superficiais (rasas ou diretas)

Conforme a NBR 6122/1996, as fundações superficiais são elementos


de fundação em que a carga é transmitida ao terreno, predominantemente
pelas pressões distribuídas sob a base da fundação.

As fundações superficiais são tipicamente projetadas com pequenas


escavações no solo não sendo necessários grandes equipamentos para
execução.

Elas podem ser divididas, principalmente, em: sapatas (sapatas


isoladas, corridas e associadas), blocos e radier. (Inova Civil, 2021)

i) Sapatas

As sapatas são elementos de fundação com base em planta geralmente


quadrada, retangular ou trapezoidal. Caracterizam-se por trabalharem à
flexão já que são executadas em concreto armado. Esse é o tipo mais
comum de fundações rasas no Brasil.

Quanto ao formato da sapata, este pode variar de acordo com as


necessidades do projeto. As formas em que as sapatas podem ser
executadas são: quadrada, retangular, poligonal e circular.
Além disso, são elementos que trabalham à compressão e à flexão e
podem variar de acordo com o arranjo estrutural, sendo subdivididas
em: sapatas isoladas, corridas, associadas e alavancadas.

Figura 2: Exemplo de Sapatas.

Fonte: Escola Engenharia, 2018.

 Isoladas:
As sapatas isoladas são a forma mais simples e mais usada das
sapatas. Consiste em blocos de concreto armado que são
conectados aos pilares e que, por serem isolados, ficam
distantes uns dos outros.

Essa é uma solução muito utilizada por consumir menos


concreto, ou seja, ela passa a ser mais econômica. Além disso,
o uso do formato cônico retangular também é o mais utilizado
por ser mais simples e por necessitar de menor quantidade de
concreto se comparado a outras formas.

Esse tipo de sapata recebe carga apenas de um pilar e, no caso


de pilares em que o formato não é retangular, o centro de
gravidade da sapata deve coincidir com o centro de cargas do
pilar.

O uso da sapata isolada é indicado quando a carga que será


distribuída for pequena e para terrenos que possuam resistência
considerável às tensões.

FIGURA 3: Sapata Isolada sendo executada.

Fonte: Inova Civil, 2021.


 Corridas
As sapatas corridas, diferente das isoladas, são contínuas ao
longo do perímetro das paredes da edificação e apresentam um
formato de viga.

Esse tipo de sapata é muito utilizado em edificações térreas em


geral de cargas baixas e em muros.

Esses elementos recebem as cargas diretas das paredes e a


transferência de carga é feita de forma linear. Geralmente, essa
solução é utilizada quando as distâncias entre os pilares são
pequenas.

FIGURA 4: Sapata Corrida

Fonte: Inova Civil, 2021.

 Associadas
As sapatas associadas, também conhecidas como sapatas
combinadas, é a junção de duas ou mais sapatas isoladas. Ou
seja, ela é comum a mais de um pilar.

São utilizadas, na maioria das vezes, quando há pilares muito


próximos ou quando as sapatas isoladas podem se sobrepor.
Também podem ser aplicadas em estruturas nas quais as
cargas são grandes.

FIGURA 5: Sapata Associada

aaFonte: Inova Civil, 2021.


 Alavancada
A sapata alavancada ou sapata com viga de equilíbrio é
utilizada em situações onde a base da sapata não coincide com
o centro geométrico do pilar. Em casos como esse, uma viga é
criada entre duas sapatas de maneira a suportar o momento
fletor gerado pela estrutura.

Na maioria das vezes, é necessário executar esse tipo de


fundação pelo fato de a sapata se encontrar próxima a alguma
divisa ou obstáculo.

FIGURA 6: Sapata Alavancada.

Fonte: Inova Civil, 2021.

ii) Blocos

Os blocos são elementos de fundação com base geralmente em planta


quadrada ou retangular e em elevação assumem a forma de bloco
escalonado ou pedestal ou de um tronco de cone. Caracterizam-se por
trabalharem à compressão já que não é necessário o emprego de
armadura, pois os blocos de fundação são dimensionados para que as
tensões de trações atuantes sejam resistidas pelo concreto.

FIGURA 7: Tipo de fundação Bloco.

Fonte: Escola Engenharia, 2018.

iii) Radiers

São elementos de fundação superficial que recebe toda a carga da


edificação e distribui no terreno. Assemelha-se com uma placa que
abrange toda a área da construção. Neste caso, todos os pilares da
estrutura transmitem as cargas ao solo através de uma única sapata.
O radier deve, além de suportar as cargas usuais de uma estrutura,
também deve resistir a pressões do lençol freático. Geralmente, a
utilização do radier é viável em situações em que a área das sapatas
ocuparia cerca de 70% da área de projeção da edificação.

Por se tratar de um tipo de fundação que ocupa muito espaço,


consequentemente ela consome muito concreto, mas esse consumo
pode ser reduzido ao utilizar a pro tensão.

Como foi dito acima, o radier pode ser tanto de concreto armado como
de concreto protendido. Ele também pode ser classificado em rígido ou
flexível.

No radier que é considerado rígido, há a presença de vigas de concreto


para aumentar a sua rigidez. Já no flexível essas vigas não existem, o
que vai definir isso são as características do projeto e suas
necessidades.

FIGURA 8: Fundação Radier.

Fonte: Inova Civil, 2021.

Curiosidade: O Burj Khalifa, maior prédio do mundo, se localiza em Dubai, tem


160 pavimentos e 828 metros de altura. Ele está apoiado em um radier
estaqueado. O radier desse arranha-céu possui 3,7 metros de espessura e
12.500 m³ de concreto. Essa laje está apoiada em 192 estacas de 1,5 metros
de diâmetro e comprimento de 43 metros (Inova Civil, 2021).

2.2.2 Fundações Profundas

As fundações profundas são elementos que transmite a carga ao


terreno pela base (resistência de ponta), por sua superfície lateral (resistência
de fuste) ou por uma combinação das duas.

As fundações profundas são utilizadas geralmente em projetos grandes


que precisam transmitir maiores cargas ao terreno e quando as camadas
superficiais do solo são pobres ou fracas.

Este tipo de fundação deve ser assentado em profundidade superior ao


dobro de sua menor dimensão em planta e no mínimo 3 metros, salvo
justificativa.

Incluem-se neste tipo de fundação as estacas, tubulões e caixões.


iv) Estacas

As estacas são elementos de fundação profunda executada por


equipamentos e ferramentas, podendo ser cravadas ou perfuradas,
caracterizadas por grandes comprimentos e seções transversais
pequenas. Neste tipo de fundação profunda não há a necessidade de
descida de operário. As estacas podem ser feitas de madeira, aço,
concreto pré-moldado, concreto moldado “in situ” ou mistos.

As estacas podem ser de deslocamento ou escavadas.

FIGURA 9: Tipo de fundação em estacas metálicas.

Fonte: Escola Engenharia, 2019.

 Estacas de Deslocamento
As estacas de deslocamento são aquelas introduzidas no
terreno por meio de algum processo que não provoca a retirada
de material. São do tipo moldada “in loco” e se caracteriza pelo
deslocamento lateral do solo que é compactado na parede do
furo até atingir a profundidade do projeto. Neste caso,
a concretagem ocorre juntamente com a retirada do
equipamento utilizado para o furo e a armadura pode ser
inserida após o bombeamento do concreto. Podem ser estacas
pré-moldadas de concreto, metálicas, de madeira ou do tipo
Franki.

As vantagens das estacas de deslocamento são: Alta


produtividade, baixa remoção do solo, dispensa a necessidade
de máquinas auxiliares, aumento das tensões laterais,
melhorando as condições do atrito, redução do volume concreto
das estacas.

 Estacas pré-moldadas de concreto


As estacas pré-moldadas de concreto podem ser de concreto
armado ou concreto protendido e concretadas em formas
horizontais ou verticais. São cravadas por percussão,
prensagem ou vibração e a escolha de um destes tipos deve ser
feita de acordo com a dimensão da estaca, características do
solo e do projeto e condições da vizinhança.
 Estacas metálicas
De acordo com a NBR 6122/2010, as estacas metálicas podem
ser por perfis laminados ou soldados, tubos de chapas dobradas
(seção circular, quadrada ou retangular), tubo sem costura e
trilhos. As estacas de aço devem resistir à corrosão pela própria
natureza do aço ou por tratamento adequado, porém dispensam
tratamento se estiverem inteiramente enterradas em terreno
natural. Quando da realização de obras especiais como
marítimas, metro, etc. As estacas devem receber tratamento
especial para a sua proteção.

 Estacas de madeiras
As estacas de madeira são geralmente constituídas de troncos
de árvore cravadas por um bate estacas. São utilizadas em sua
maior parte para obras provisórias, mas se forem utilizadas para
obras permanentes devem receber tratamentos contra ataques
de fungos, bactérias e outros organismos.

 Estacas de Franki
A estaca Franki é um tipo de fundação profunda que apresenta
grande capacidade de carga e pode alcançar grandes
profundidades. São executadas enchendo-se de concreto as
perfurações executadas por meio da cravação de um tubo de
ponta fechada com o auxílio de um bate estacas. A armadura e
o concreto são inseridos na estaca à medida que o tubo vai
sendo retirado do solo.

 Estacas Escavadas
As estacas escavadas são aquelas em que ocorre a retirada de
material em sua perfuração no solo. São do tipo moldada “in
loco” e podem ser realizadas com ou sem revestimento, com ou
sem a utilização de fluido estabilizante. Podem ser estacas do
tipo Strauss, trado rotativo, hélice contínua e estacas raiz.

 Estaca Strauss
As estacas Strauss são estacas escavadas pois para serem
inseridas no terreno é necessária remoção prévia do solo.
A estaca tipo Strauss se caracteriza por ser moldada in loco e
são executadas enchendo-se de concreto as perfurações que
foram escavadas.

v) Tubulões

Os tubulões são elementos de fundação profunda que tem formato


cilíndrico em que há a necessidade de descida de operário para a
execução de sua base. Os tubulões podem ter ou não base alargada e
serem executados com ou sem revestimento que podem ser de aço ou
de concreto.

Os tubulões se dividem em tubulões a céu aberto e a ar comprimido.


 Tubulão a céu aberto
Os tubulões a céu aberto são elementos estruturais
de fundação constituídos concretando-se um poço aberto no
terreno, geralmente dotado de uma base alargada. O tubulão a
céu aberto trata-se de uma fundação profunda, escavada
manual ou mecanicamente, em que, pelo menos na sua etapa
final, há descida de pessoal para alargamento da base ou
limpeza do fundo quando não há base.

FIGURA 10: Execução de um tubulão a céu aberto.

Fonte: Escola Engenharia, 2019.

 Tubulão a ar comprimido
Os tubulões a ar comprimido são fundações profundas,
escavadas de forma manual ou mecanizada, quando se
pretende executar tubulões abaixo do nível de água.
Caracteriza-se pelo uso de revestimento de aço ou
de concreto para auxiliar na escavação do fuste.

Deve-se sempre verificar as condições de compressão e


descompressão dos equipamentos em todas as etapas de
execução quando se trabalha a ar comprimido para garantir a
segurança e a boa técnica.

Neste tipo de tubulão podemos encontrar base alargada ou não,


necessitando de pessoal para descida para executar o
alargamento da base ou limpeza do fundo quando não há base.

FIGURA 11: Escavação e execução de um tubulão a ar


comprimido.

Fonte: Escola Engenharia, 2018.


vi) Caixões
São elementos de fundação profunda de forma prismática, concretado
na superfície e instalado por escavação interna. Podem ter ou não base
alargada e serem executados com ou sem ar comprimido.

FIGURA 12: Estaca profunda Caixão.


CONCLUSÃO
REFERÊNCIA
https://www.sienge.com.br/blog/mercado-da-construcao-civil-2021/ - loturco da
Introdução

PEREIRA, Caio. Noções básicas de Fundações. Escola


Engenharia, 2013. Disponível
em: https://www.escolaengenharia.com.br/nocoes-basicas-de-
fundacoes/. Acesso em: 18 de dezembro de 2021. IINTRODUÇÃO

https://www.inovacivil.com.br/fundacoes-rasas/ - Inova Civil Introdução – autor: Igor


Pinheiro – feito em 13 de outubro de 2021.

https://nelsoschneider.com.br/nbr-6122-2019/ - SCHNEIDER - AUTOR: GUSTAVO


CRUS – PUBLICADO EM 27/03/2020

https://www.escolaengenharia.com.br/fundacoes-profundas/ Escola Engenhahria


PEscrito por Caio Pereira em 30 de Janeiro de 2019

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