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RESUMO
INTRODUÇÃO
O método GDE/Unb foi desenvolvido para inspecionar onze OAES (Obras de Arte
Especiais) localizadas no Rio Grande do sul. A metodologia desenvolvida por Klein et al.
(1991) tem “o objetivo de implementar um processo de vistorias sistematizadas em pontes e
viadutos para manutenção periódica e priorização das intervenções necessárias” (CASTRO,
1994, p. 33. Com o objetivo de assegurar a confiabilidade da metodologia criada por Klein et
al. (1991), sobre a verificação do grau de deterioração de estruturas de concreto armado, esse
método passou por algumas alterações em suas fórmulas para que pudesse ser mais preciso
em seus resultados.
Por exemplo Castro (1994) propõe alterações no Método GDE original, adaptando-o
para edificações usuais com estrutura de concreto armado. Dentre as mudanças constam:
adição de possíveis famílias de elementos (juntas de dilatação, elementos de composição
arquitetônica, reservatório superior e inferior, alteração em alguns valores da escala de
ponderação para retratar melhor a realidade das estruturas convencionais de concreto armado,
classificação mais detalhada na determinação do grau de intensidade de cada tipo de dano,
exclusão dos elementos com GDE < 15 para cálculo do Grau de deterioração da família e
adaptação do fator de relevância dos elementos conforme critérios sugeridos por Fusco
(1976). Os engenheiros Benedito Arruda Ribeiro Lopes e Plinio Boldo, fizeram uso do
Método GDE adaptado por Castro (1994) em suas dissertações de mestrado realizaram
algumas modificações como o acréscimo de danos a alteração nos fatores de ponderação de
outros danos, tornando os valores mais harmônicos e também alteração na fórmula do cálculo
do grau de deterioração de um elemento (GDE) e no grau de deterioração da família. Dessa
forma, “obtém-se uma resposta de evolução do grau de deterioração do elemento de forma
menos abrupta” (LOPES, 1998, p.75).
O Complexo Viário do Quarto Centenário, cujo nome oficial é Complexo Viário
Senador Sousa, está localizado na cidade do Natal, no estado brasileiro do Rio Grande do
Norte., este complexo faz a ligação da BR-101 sul no perímetro urbano com a Avenida
Senador Salgado Filho e com a Avenida Prudente de Morais . Foi inaugurado oficialmente em
25 de fevereiro de 2000.
Conforme o estudo da Castro (1994), a obra de arte estudada deve ser dividida em
“famílias” de elementos estruturais típicos. Para cada elemento pertencente à família com o
respectivo “fator de ponderação de dano”, e para a determinação da gravidade de uma
determinada manifestação patológica em seu elemento, é adotado um “fator de intensidade de
dano”, através do qual pode-se determinar a evolução da deterioração. Dessa forma, os fatores
de danos são comuns para a família de elementos, enquanto os fatores de intensidade vão
variar de acordo com a magnitude do dano em cada elemento da família. Posteriormente ao
levantamento de dados em campo, determina-se para cada elemento de uma família, um “grau
de deterioração” individual e na sequência o “grau de deterioração da família”. Depois da
determinação do grau de deterioração das diversas famílias que compõem a estrutura, adota-se
um “fator de relevância estrutural da família”, o qual estabelecido conforme a importância
relativa na finalidade e na segurança estrutural. E finalmente, se obtêm o “grau de
deterioração da estrutura.
Segundo Castro (1994), as estruturas inspecionadas devem ser subdivididas conforme
as características estruturais de seus elementos componentes em “famílias”. Para o trabalho
apresentado foi empregado a seguinte divisão: vigas, lajes, guarda-corpo, pista de rolamento,
juntas de dilatação e cortinas.
FATOR DE PONDERAÇÃO DE DANO
O fator de ponderação de dano (Fp) é utilizado para mensurar a importância de um
dano, no que se refere às condições de estética, finalidade e segurança dos elementos de uma
O grau de deterioração de uma família, Gdf, é definido como a média aritmética dos graus
de deterioração dos ‘n’ elementos com danos expressivos, de forma a evidenciar os elementos
em pior situação. Para "danos expressivos" estabeleceu-se o limite Gde ≥ 15, obtendo-se:
Foi realizada a visita e inspeção do viaduto quarto centenário no dia 29 de abril de 2022
pelo estudante de engenharia civil Natanael Felipe de Oliveira. Para a inspeção, seguiu-se um
método padronizado, sendo feito o registro fotográfico de todas as manifestações patológicas
encontradas no viaduto que se iniciou pela verificação dos pilares, vigas principais, vigas
transversinas e laje da estrutura.
As figuras 3 e 4 apresentam a vista lateral do viaduto onde não foram identificadas patologias
graves. É possível notar apenas manchas causadas pela de umidade nas laterais externas do
guarda corpo.
Durante a inspeção foi possível observar fissuras em alguns dos pilares que compõe a
mesoestrutura do viaduto, como mostra a imagem 7. Além disso, outra patologia foi
encontrada nesses elementos. Como mostra nas figuras 8 e 9, á presença de corrosão,
segregação e desplacamento na base dos pilares.
Com base na visita para inspeção e nas imagens coletadas foi possível dar início ao
cálculo para identificação do Grau de Deterioração da Estrutura (GDE). Para o trabalho
apresentado foram utilizados os elementos que incorporam o cálculo do GDE conforme
previstos na Tabela 1.
Conforme visto também na Tabela 1, a cada família de elementos foi atribuído um Fator de
Relevância (Fr), conforme divisão adaptada por Medeiros (2015). Além desse, outros fatores
a serem aplicados para uso nessa metodologia são: Fator de Ponderação (Fp) e Fator de
Intensidade de Dano (Fi), determinados através da Tabela 2 e 3.
Elemento Dano Fi Fp
Aplicando os fatores nas respectivas fórmulas, o grau de dano e grau de deterioração obtidos
para cada elemento foi:
Grau de Grau de
Grau de
Elemento Dano deterioração deterioração
Dano
(elementos) (famílias)
Guarda 2,4
Manchas 2,4 2,4
Corpo
Cortinas Manchas 2,4 2,4 2,4
Fissuras 0,8
Lajes 2,4 2,4
Manchas 2,4
Fissuras 0,8
Vigas 2,4
Manchas 2,4
Desagregação 30
41,74
Desplacamento 12
Pilares Corrosão de 81,07
50
armadura
Fissuras 1,2
𝐺𝑑𝑓 = 4,66
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o Grau de Deterioração calculado foi possível enquadrar a estrutura em: Baixo nível de
deterioração; conforme Tabela 5, elaborada por Euqueres (2011). De acordo com essa tabela o
estado da estrutura é aceitável, necessitando apenas de manutenção preventiva.
REFERÊNCIAS
KLEIN, D., GASTAL, F., CAMPANOLO, J. L. & SILVA FILHO, L. C. Critérios adotados
na vistoria de obras de arte. Porto Alegre, Brasil, 1991.