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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

TÉCNICO(A) DE SEGURANÇA JÚNIOR 2011

BLOCO 1:

Princípios de Prevenção e controle de riscos em máquinas, equipamentos e instalações:


Caldeiras e vasos de pressão; Movimentação de cargas; Instalações elétricas; Máquinas
e ferramentas; Trabalhos a quente (soldagem, corte e ferramentas abrasivas); Trabalho
em espaços confinados; Construção civil; Trabalhos em altura; Elementos de Higiene
Ocupacional: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais; Gases e vapores;
Aerodispersóides; Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos; Exposição
ao ruído; Exposição ao calor; Metodologias de avaliação ambiental estabelecidas pela
Fundacentro; Radiações ionizantes e não-ionizantes; Trabalho sob condições
hiperbáricas; Limites de tolerância e de exposição; Fundamentos de Proteção contra
Incêndio: Sistemas fixos e portáteis de combate ao fogo; Armazenamento de produtos
inflamáveis; Brigadas de incêndio; Plano de emergência e de auxílio mútuo; Legislação
e Normas Técnicas: Segurança e Saúde na Constituição Federal e na Consolidação das
Leis do Trabalho; Normas Regulamentadoras de SST; Convenções da Organização
Internacional do Trabalho; Benefícios previdenciários decorrentes de acidentes do
trabalho; Perfil Profissiográfico Previdenciário;

Princípios de Prevenção e controle de riscos em


máquinas, equipamentos e instalações:
Caldeiras e vasos de pressão;
Caldeiras a vapor são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor sob pressão
superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia, excetuando-se os
refervedores e equipamentos similares utilizados em unidades de processo.

O vapor de água é usado como meio de geração, transporte e utilização de energia desde
os primórdios do desenvolvimento industrial. Inúmeras razões colaboraram para a
geração de energia através do vapor. A água, por ser o composto mais abundante da
Terra é, portanto o de mais fácil obtenção e baixo custo. Na forma de vapor tem alto
conteúdo de energia por unidade de massa e volume. As relações temperatura e pressão
de saturação permitem a utilização como fonte de calor a temperaturas médias e de larga
utilização industrial com pressões de trabalho perfeitamente toleráveis pela tecnologia
disponível, já há muito tempo.
Grande parte da geração de energia elétrica do hemisfério norte utiliza vapor de
água como fluído de trabalho em ciclos termodinâmicos, transformando a energia
química de combustíveis fósseis ou nucleares em energia mecânica, e em seguida,
energia elétrica.
Toda indústria de processo químico tem vapor como principal fonte de
aquecimento: reatores químicos, trocadores de calor, evaporadores, secadores e
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inúmeros processos e equipamentos térmicos. Mesmo outros setores industriais, como


metalúrgico, metal-mecânico, eletrônica, etc., podem-se utilizar de vapor como fonte de
aquecimentos de diversos processos.
Vapor saturado tem a grande vantagem de manter temperatura constante
durante a condensação a pressão constante. A pressão de condensação do vapor
saturado controla indiretamente a temperatura dos processos. O controle de pressão, por
ser um controle mecânico de ação direta é conseguido muito mais fàcilmente que o
controle direto de temperatura.
A faixa de temperaturas até 170 ºC utiliza vapor saturado até 10 kgf/cm 2 , cuja
temperatura de saturação é 183 ºC. Nesta faixa está a grande maioria de pequenos e
médios consumidores de vapor. Maiores temperaturas são possíveis a custa do aumento
da pressão de saturação, o que implica num maior custo de investimento devido a
necessidade de
aumento da resistência mecânica e requisitos de fabricação e inspeção do gerador de
vapor. O limite da temperatura de vapor saturado é o ponto crítico, a 374º C e 218
atmosferas. Não é vantajoso utilizar-se vapor superaquecido para processos de
aquecimento a temperaturas mais altas, já que perderíamos a facilidade de controle de
temperatura e diminuiríamos drasticamente a disponibilidade de energia por unidade de
massa ou volume de vapor. Vapor superaquecido é utilizado e produzido para geração
de energia elétrica ou mecânica em ciclos termodinâmicos, e neste caso a limitação de
temperaturas de trabalho fica por conta dos materiais de construção empregados. Em
utilização industrial, poderíamos arbitrar uma classificação de geradores de vapor em
relação a pressão de trabalho:
- baixa pressão: até 10 kgf/cm2
- média pressão: de 11 a 40 kgf/cm2
- alta pressão: maior que 40 kgf/cm2
Repetindo que esta classificação é arbitrária, porém representativa da faixa de
utilização de vapor na indústria. Grandes caldeiras, as quais são utilizadas tanto para
geração própria de energia elétrica quanto para processos de aquecimento, estão
limitadas a pressões da ordem de 100 kgf/cm 2 . Existem caldeiras de maiores pressões,
mas utilizadas somente em grandes centrais termoelétricas ou grandes complexos
industriais, representando um número muito reduzido de unidades, em comparação com
as milhares de pequenas caldeiras em operação.
2. HISTÓRICO - CALDEIRAS

As primeiras aplicações práticas ou de


caráter industrial de vapor surgiram por volta do
século 17. O inglês Thomas Savery patenteou
em 1698 um sistema de bombeamento de água
utilizando vapor como força motriz. Em 1711,
Newcomen desenvolveu outro equipamento com
a mesma finalidade, aproveitando idéias de
Denis Papin, um inventor francês. A caldeira de
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Newcomen era apenas um reservatório esférico, com aquecimento direto no fundo,


também conhecida como caldeira de Haycock (figura 1).

Figura 1 - Caldeira de Haycock, 1720

James Watt modificou um pouco o formato em 1769, desenhando a caldeira


Vagão ( figura 2), a precursora das caldeiras
utilizadas em locomotivas a vapor. Apesar do
grande desenvolvimento que Watt trouxe a
utilização do vapor como força motriz, não
acrescentou muito ao projeto de caldeiras.
Todos estes modelos provocaram
desastrosas explosões, devido a utilização de
fogo direto e ao grande acúmulo de vapor no
recipiente. A ruptura do vaso causava grande
liberação de energia na forma de expansão do
vapor contido.
Figura 2 - Caldeira Vagão, de James Watt, 1769
Nos finais do século 18 e início do século 19 houveram os primeiros
desenvolvimentos da caldeira com tubos de água. O modelo de John Stevens (figura 3)
movimentou um barco a vapor no Rio Hudson. Stephen Wilcox, em 1856, projetou um
gerador de vapor com tubos inclinados, e da associação com George Babcock tais
caldeiras passaram a ser produzidas, com grande sucesso comercial (figura 4).

Figura 3 - Caldeira de tubos de água, 1803.


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Figura 4 - Caldeira de tubos etos,Babcock e Wilcox, 1877.


E m 1 8 8 0 , A l

básica é ainda hoje utilizada nas grandes caldeiras de tubos de água (figura

Nesta época, tais caldeiras já estavam sendo utilizadas para geração de energia elétrica.
A partir do início deste século o desenvolvimento técnico dos geradores de vapor
se deu principalmente no aumento das pressões e temperaturas de trabalho, e no
rendimento térmico, com utilização dos mais diversos combustíveis. A aplicação a

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Figura 5 - Caldeira de tubos curvados, Stirling, 1880.
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propulsão marítima alavancou o desenvolvimento de equipamentos mais compactos e


eficientes.

3. TIPOS DE CALDEIRAS
Atualmente, podemos classificar as caldeiras em dois tipos básicos:

- flamotubulares, onde os gases de combustão circulam por dentro de tubos,


vaporizando a água que fica por fora dos mesmos;

- aquatubulares, onde os gases circulam por fora dos tubos, e a vaporização da


água se dá dentro dos mesmos.

3.1. Caldeiras flamotubulares:

Constituem-se da grande maioria das caldeiras, utilizada para pequenas


capacidades de produção de vapor (da ordem de até 10 ton/h) e baixas pressões
(até 10 bar), chegando algumas vezes a 15 ou 20 bar.
As caldeiras flamotubulares horizontais constituem-se de um vaso de
pressão cilíndrico horizontal, com dois tampos planos (os espelhos) onde estão
afixados os tubos e a fornalha. Caldeiras modernas tem diversos passes de gases,
sendo mais comum uma fornalha e dois passes de gases (figura .6)
A saída da fornalha é chamada câmara de reversão e pode ser revestida
completamente de refratários ou constituída de paredes metálicas molhadas.
Câmara de reversão molhada produz melhores rendimentos térmicos pela
diminuição de perdas de calor ao ambiente, porém são mais complicadas
construtivamente e consequentemente mais caras.
As fornalhas das caldeiras flamotubulares devem ser dimensionadas para
que a combustão ocorra completamente no seu interior, para não haver reversão
de chama que vá atingir diretamente os espelhos, diminuindo a vida útil da
caldeira. A fornalha também se constitui de um corpo cilíndrico e está
completamente imersa em água. Pela sua própria concepção, caldeiras
flamotubulares modernas só queimam combustíveis líquidos ou gasosos, devido
a dificuldade de se instalar grelhas para combustíveis sólidos. Algumas caldeiras
flamotubulares de pequena capacidade queimam combustíveis sólidos através de
adaptação de grelhas na fornalha, porém são limitadas ao tamanho necessário da
área de grelha.

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Para queima de combustíveis sólidos em caldeiras de pequena capacidade


utiliza-se as caldeiras mistas, que serão tratadas mais adiante.
Desde as primeiras caldeiras do século 17, até os modelos atuais, as
caldeiras flamotubulares passaram por sucessivos desenvolvimentos até a atual
concepção de uma fornalha e mais dois passes de gases de combustão. A grande
aceitação deste tipo para pequenas capacidades está associada principalmente no
seu baixo custo de construção, em comparação com uma aquatubular de mesma
capacidade. Por outro lado, o grande volume de água que acondiciona limita, por
questões de segurança, as pressões de trabalho e a qualidade do vapor na
condição de vapor saturado. A figura 7 mostra uma caldeira flamotubular

moderna, com câmara de reversão molhada e fornalha corrugada.


A água acumulada no corpo da caldeira pode funcionar como um pulmão
de vapor, respondendo a súbitas flutuações de demanda com pouca queda de
pressão da rede de vapor, sendo adequada portanto para aplicações onde o
consumo é variável.
A eficiência térmica destas caldeiras está na faixa de 80 a 90%, sendo
dificil se atingir maiores valores pela dificuldade de se acrescentar equipamentos
adicionais de recuperação de calor.

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Traseira molhada, dois passes, Traseira com topo molhado, dois


queimador de óleo ou gás. passes, queimador de óleo ou gás.

Traseira seca, dois passes, Traseira seca, dois passes,


queimador de óleo ou gás. queimador de combustível sólido.

Fornalha carregada.

Traseira seca, três passes, Traseira seca, três passes,


queimador de óleo ou gás. queimador de óleo ou gás.

Figura 6 - Tipos de caldeiras flamotubulares


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Figura 7 - Caldeira flamotubular com câmara de reversão molhada e fornalha corrugada.

3.2 - Caldeiras aquatubulares:


As caldeiras aquatubulares têm a produção de vapor dentro de tubos que
interligam 2 ou mais reservatórios cilíndricos horizontais, conforme
demonstrado na figura 8:
- o tubulão superior, onde se dá a separação da fase líquida e do vapor;
- o tubulão inferior, onde é feita a decantação e purga dos sólidos em
suspensão.
Os tubos podem ser retos ou curvados. As primeiras caldeiras
aquatubulares utilizavam tubos retos, solução hoje completamente abandonada,
apesar de algumas vantagens, como a facilidade de limpeza interna dos tubos.
A caldeira de tubos curvados, interligando os balões, proporcionam arranjo
e projeto de câmaras de combustão completamente fechada por paredes de água,
com capacidades praticamente ilimitadas. Dada a maior complexidade
construtiva em relação às caldeiras flamotubulares, as aquatubulares são
preferidas somente para maiores capacidades de produção de vapor e pressão,
exatamente onde o custo de fabricação do outro tipo começa a aumentar
desproporcionadamente.
Em relação ao modo de transferência de calor no interior de caldeira
existem normalmente duas secções:

- a secção de radiação, onde a troca de calor se dá por radiaçãodireta da


chama aos tubos de água, os quais geralmentedelimitam a câmara de
combustão.
- a secção de convecção, onde a troca de calor se dá por convecção
forçada, dos gases quentes que sairam da câmara de combustão
atravessando um banco de tubos de água.
Não há limite físico para capacidades. Encontram-se hoje caldeiras que
produzem até 750 t/h de vapor com pressões de até 3450 atm.

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Figura 8 - Esquemas construtivos de caldeiras aquatubulares, com circulação natural.

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Figura 9 - Caldeira aquatubular compacta

Figura 10 - Caldeira aquatubular de grande porte.


Para
aplicação

industrial, as capacidades variam da ordem de 15 a 150 t/h, com pressões até 90-100
bar.
As figuras 9 e 10 mostram uma caldeira aquatubular compacta e uma caldeira de
alta produção de vapor.
Circulação da água

A água pode circular


por convecção natural pelos
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tubos, devido a diferença de densidade entre o líquido e vapor formado pelo


aquecimento conforme esquematizado na figura 11. A figura 12 mostra um gráfico que
nos fornece a relação entre os pesos específicos do líquido e vapor saturado em função
da pressão de saturação. A força motriz da circulação de água é exatamente a diferença
de peso específico.

Caldeiras de pressão próxima ao ponto crítico (218 atm), ou maior,


necessitam de circulação assistida , devido a pouca diferença entre as densidades de
líquido e vapor. Um esquema da circulação de caldeira deste tipo esta mostrado na
figura 13.
Figura 11 – Esquema de circulação natural.
Câmara de combustão.

As paredes de água da
câmara de combustão podem
ser totalmente
integrais, ou seja, cada tubo
tangente ao próximo
formando uma parede
impermeável aos gases, ou
ainda podem ser construídas
com tubos interligados por
aletas de chapa soldadas. Há
ainda paredes de água com
tubos espaçados e parede
refratária. O calor que não atinge diretamente os tubos é reirradiado pelo revestimento
refratário (figura 14).

3.3 - Caldeiras mistas

A necessidade de
utilização de combustíveis
sólidos para caldeiras de
pequena capacidade fez surgir
uma solução híbrida que são as
caldeiras mistas. Basicamente
são caldeiras flamotubulares
com uma antecâmara de
combustão com paredes
revestidas de tubos de água. Na
antecâmara se dá a combustão
de sólidos através de grelhas
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de diversos tipos possibilitando assim o espaço necessário para os maiores volumes da


câmara de combustão necessários a combustão de sólidos, principalmente em grandes
tamanhos, tais como lenha em toras, cavacos, etc, além da possibilidade de retirada de
cinzas por baixo das grelhas (o cinzeiro). As caldeiras mistas não reúnem todas as
vantagens da aquatubular, como a segurança, maior eficiência térmica, etc., porém, é
uma solução prática e eficiente quando se tem disponibilidade de combustível sólido a
baixo custo. Tem ainda a possibilidade de queimar combustível líquido ou gasoso, com
a instalação de queimadores apropriados.
Figura 14 - Tipos de paredes de água para fornalhas de caldeiras aquatubulares

O
rendimento
térmico destas
caldeiras são
menores que as flamotubulares, devido a perda de calor pela antecâmara. Dificilmente
as paredes frontais e traseira são revestidas de tubos, devido a dificuldade construtiva
pelo pequeno tamanho da caldeira (figura 15).
Figura 15 - Caldeira flamotubular com ante-fornalha de paredes de água.

3.4 - Caldeiras de recuperação de calor

Alguns processos de fabricação geram gases de processo ou de combustão com


temperatura alta o suficiente para se recuperar calor destes. Como exemplo, gases de
alto forno ou gases de
processos de fabricação
de amônia, ou produtos
de combustão de
incineradores e fornos de
alta temperatura (figura
16). Neste caso, a
caldeira pode ser tanto
aquatubular como
flamotubular, valendo
ainda a escolha pela
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capacidade de produção de vapor, optando-se pela aquatubular para maiores


capacidades.

Figura 16 - Caldeira de recuperação de calor de gases de processo.

4 - Componentes principais de caldeiras

Caldeiras flamotubulares são geralmente equipamentos montados em base única


e poucos acessórios além dos necessários são acrescentados.
Grandes geradores de vapor podem possuir mais componentes além dos que já
foram citados.
Os principais componentes são: (figura 17):

a) cinzeiro: em caldeiras de combustíveis sólidos, é o local onde se depositam as


cinzas ou pequenos pedaços de combustível não queimado.
b) fornalha com grelha ou queimadores de óleo ou gás.
c) seção de irradiação: são as paredes da câmara de combustão revestidas
internamente por tubos de água.
d) seção de convecção: feixe de tubos de água, recebendo calor por convecção
forçada; pode ter um ou mais passagens de gases.
e) superaquecedor: trocador de calor que aquecendo o vapor saturado
transforma-o em vapor superaquecido.
f) economizador: trocador de calor que através do calor sensível dos gases de
combustão saindo da caldeira aquecem a água de alimentação.
g) pré-aquecedor de ar: trocador de calor que aquece o ar de combustão
também trocando calor com os gases de exaustão da caldeira.
h) exaustor: faz a exaustão dos gases de combustão, fornecendo energia para
vencer as perdas de carga devido a circulação dos gases.
i) chaminé: lança os gases de combustão ao meio ambiente, geralmente a uma
altura suficiente para dispersão dos mesmos.
A caldeira pode ainda ter equipamentos de limpeza dos gases, tais como filtros,
ciclones ou precipitadores eletrostáticos para captação de material particulado ou ainda
lavadores de gases para captação de gases ácidos: SOx,NOx, etc...

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Figura 16 - Componentes principais de um gerador de vapor.

4.1 - Superaquecedores:

Vapor saturado é extraído do tubulão superior e entra em um trocador de calor


instalado dentro da própria caldeira.
Os superaquecedores podem ser de
natureza apenas convectiva, ou seja,
recebe calor somente por convecção
térmica, ou de irradiação, e neste
caso, estão localizados dentro da
própria câmara de combustão, ou na
saída desta, de maneira que receba
calor por radiação da chama ou da
grelha. A temperatura de
superaquecimento varia com a carga
da caldeira, já que a troca de calor
não é acompanhada de mudança de
fase como na vaporização.

Figura 17 - Temperatura de saída de superaquecedores em função da carga da caldeira.

A troca de calor dentro do superaquecedor é função da velocidade do vapor


dentro dos tubos e da velocidade dos gases na zona de convecção. A figura 17 mostra o
comportamento da temperatura de superaquecimento do vapor conforme a carga da
caldeira e o tipo de trocador. Equipamentos de convecção aumentam a temperatura de
superaquecimento com o aumento da carga da caldeira, pois os coeficientes de troca de
calor tendem a aumentar com as maiores velocidades dos gases e também do vapor
dentro dos tubos. Superaquecedores de irradiação tem a temperatura de saída diminuída
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com o aumento da produção de vapor. A irradiação de calor varia pouco com a carga de
produção de vapor . Em baixa carga a velocidade do vapor é mais baixa e
conseqüentemente os coeficientes de transferência de calor também.
Para manter a temperatura de saída do superaquecedor constante, projetaram-se
unidades mistas com secções de radiação e convecção.

O controle fino da temperatura de superaquecimento pode ser feito de diversas


maneiras:
- contrôle da taxa de radiação, através do controle da posição angular dos
queimadores de óleo ou gás, direcionando a chama radiante ao superaquecedor, ou
controle da capacidade de combustão dos queimadores mais próximos ao
superaquecedor.
- desvio de gases passando pelo superaquecedor, através de uma válvula de
desvio regulável automaticamente.
- utilização de dessuperaquecedor (ou atemperador), na saída do
superquecedor, o qual através da injeção direta de água líquida controla a temperatura
de saída do vapor superaquecido. Neste caso o superquecedor tem que ser projetado
para temperatura de saída maior que o necessário, a fim de permitir margem de controle.
A temperatura de saída do atemperador é então controlada pela vazão de água injetada.
Um esquema do atemperador é mostrado na figura 18.
O atemperador é atualmente o método mais utilizado, pois proporciona ótimo
controle e rápida resposta com a variação da carga, e independe do tipo de
superaquecedor, seja de radiação, de convecção ou misto.
Variações nos
detalhes construtivos
de superaquecedores
são diversas, e se
referem ao número
de passes de vapor,
tipo de suporte do
equipamento dentro
da caldeira, uso de
superfícies aletadas
na zona de
convecção, etc.

Figura 18 - Esquema construtivo de dessuperaquecedor.

A figura 19 mostra detalhe de um superaquecedor de radiação.

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4.2 – Economizadores

Os economizadores se destinam a aquecer a água de de alimentação antes de ser


introduzida no interior da caldeira. O pré
aquecimento é feito através da troca de calor com os
gases de combustão saindo da caldeira.
O aproveitamento do calor sensível
dos gases de combustão traz um aumento de
eficiência térmica do equipamento.
Economizadores são trocadores de calor gás-líquido.
Devido ao baixo coeficiente de troca de calor por
convecção no lado dos gases, geralmente os
economizadores são compostos por tubos aletados.
Em relação á sua instalação, devem estar localizados
após a última superfície de convecção do gerador de
vapor. Podem ser fabricados integralmente à
caldeira, ou podem ser adicionados na parte exterior
da mesma, logo após a saída dos gases (figuras 20 e
21).

Figura 19 – Painéis radiantes pendentes de superaquecedor.

Economizadores são praticamente usados em médias e grandes instalações. O


custo
adicional comparado com o ganho de rendimento térmico não viabiliza a utilização em
pequenas caldeiras, e que geralmente se utilizam de alimentação intermitente de água,
impossibilitando, portanto, a operação em uso contínuo e simultâneo dos fluxos de água
e produtos de combustão.

Figura 20 - Elementos de
economizadores de tubos
aletados.

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Figura 21 - Economizador
de tubos aletados.

4.3 - Pré-aquecedores

Os pré-aquecedores de ar elevam a temperatura do ar de combustão antes de sua


entrada nos queimadores ou fornalha, através da troca de calor com os produtos de
combustão saindo da caldeira. Além da vantagem de aumento de rendimento térmico
por diminuição das perdas nos gases de exaustão, o ar pré-aquecido melhora o
funcionamento e rendimento dos queimadores ou da fornalha.
Ar pré-aquecido aumenta a estabilidade de
chama, a temperatura interna da câmara de combustão,
aumentando portanto a troca de calor por radiação,
permitindo a utilização de menor excesso de ar. O fato
de se utilizar também o calor sensível dos gases de
combustão não impede seu uso conjunto com o
economizador, o qual quando usado , deve vir antes do
pré-aquecedor, já que existem limitações quanto a
temperatura máxima do ar de combustão conforme o
tipo de queimador e combustível utilizado.
Pré-aquecedores de ar são trocadores de calor
gás-gás, e os tipos mais utilizados são:
- tubulares, (figura 22)
- regenerativos rotativos (figura 23)e- de placas.

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Figura 23 - Pré-aquecedor de ar regenerativo rotativo.


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Figura 22 – Préaquecedor de ar, tubular vertical

Não é vantajosa a utilização de tubos aletados em pré-aquecedores de ar, pois os


coeficientes de película são da mesma ordem de grandeza para os dois lados: ar e gases
de combustão. Para o devido aproveitamento de aletas, esta deveriam estar montadas
nos dois lados do fluxo, o que dificulta sua aplicação em tubos de secção circular.
Alguns trocadores de placas retas possuem aletas em ambos os lados, quando são
construídos em unidades modulares.
Os pré-aquecedores de ar regenerativos rotativos se utilizam do armazenamento
de calor sensível em elementos vazados de um rotor rotativo, o qual girando a baixa
rotação (2 a 4 rpm), alternam cada elemento em contacto com os gases quentes saindo
da caldeira e o ar frio sendo aquecido. Sempre existe uma pequena mistura de ar e gases
de combustão, já que é difícil efetuar-se uma construção perfeitamente estanque entre as
correntes de fluxo que atravessam o rotor. Devido a sua complexidade construtiva, tais
pré-aquecedores somente são viáveis em grandes unidades de geração de vapor.

ANEXOS NR – 13
CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO
13.1 Caldeiras a vapor - disposições gerais
13.1.1 Caldeiras a vapor são equipamentos destinados a produzir e acumular vapor
sob pressão superior à atmosférica, utilizando qualquer fonte de energia, excetuando-se
os refervedores e equipamentos similares utilizados em unidades de processo.
13.1.2 Para efeito desta NR, considera-se "Profissional Habilitado" aquele que tem
competência legal para o exercício da profissão de engenheiro na atividades referentes a
projeto de construção, acompanhamento operação e manutenção, inspeção e supervisão
de inspeção de caldeiras e vasos de pressão, em conformidade com a regulamentação
profissional vigente no País.
13.1.3 Pressão Máxima de Trabalho Permitida - PMTP ou Pressão Máxima de
Trabalho Admissível - PMTA é o maior valor de pressão compatível com o código de
projeto, a resistência dos materiais utilizados, as dimensões do equipamento e seus
parâmetros operacionais.
13.1.4 Constitui risco grave e iminente a falta de qualquer um dos seguintes itens:
a) válvula de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual
ouinferior a PMTA;
b) instrumento que indique a pressão do vapor acumulado;
c) injetor ou outro meio de alimentação de água, independente do sistema
principal, em caldeiras combustível sólido;
d) sistema de drenagem rápida de água, em caldeiras de recuperação de
álcalis;
e) sistema de indicação para controle do nível de água ou outro sistema que
evite osuperaquecimento por alimentação deficiente.
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13.1.5 Toda caldeira deve ter afixada em seu corpo, em local de fácil acesso e bem
visível, placa de identificação indelével com, no mínimo, asseguintes informações:
a) fabricante;
b) número de ordem dado pelo fabricante da caldeira;
c) ano de fabricação;
d) pressão máxima de trabalho admissível;
e) pressão de teste hidrostático;
f) capacidade de produção de vapor;
g) área de superfície de aquecimento;
h) código de projeto e ano de edição.
13.1.5.1 Além da placa de identificação, devem constar, em local visível, a
categoria da caldeira, conforme definida no subitem 13.1.9 desta NR, e seu número ou
código de identificação.
13.1.6 Toda caldeira deve possuir, no estabelecimento onde estive instalada, a
seguinte documentação, devidamente atualizada:
a) "Prontuário da Caldeira", contendo as seguintes informações:
- código de projeto e ano de edição;
- especificação dos materiais;
- procedimentos utilizados na fabricação, montagem, inspeção final e
determinação da PMTA;
- conjunto de desenhos e demais dados necessários para o monitoramento da
vida útil da caldeira;
- características funcionais;
- dados dos dispositivos de segurança;
- ano de fabricação;
- categoria da caldeira;
b) "Registro de Segurança", em conformidade com o subitem 13.1.7;
c) "Projeto de Instalação", em conformidade com o item 13.2;
d) "Projetos de Alteração ou Reparo", em conformidade com os subitens 13.4.2
e
13.4.3;
e) "Relatórios de Inspeção", em conformidade com os subitens 13.5.11, 13.5.12
e
13.5.13.
13.1.6.1 Quando inexistente ou extraviado, o "Prontuário da Caldeira" deve ser
reconstituído pelo proprietário, com responsabilidade técnica do fabricante ou de
"Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2, sendo imprescindível a
reconstituição das características funcionais, dos dados dos dispositivos de segurança e
dos procedimentos para determinação da PMTA.
13.1.6.2 Quando a caldeira for vendida ou transferida de estabelecimento, os
documentos mencionados nas alíneas "a", "d", e "e" do subitem
13.1.6 devem acompanhá-la.

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13.1.6.3 O proprietário da caldeira deverá apresentar, quando exigido pela


autoridade competente do órgão regional do Ministério do Trabalho, a documentação
mencionada no subitem 13.1.6.
13.1.7 O "Registro de Segurança" deve ser constituído de livro próprio, com
páginas numeradas, ou outro sistema equivalente onde serão registradas:
a) todas as ocorrências importantes capazes de influir nas condições de
segurança
da caldeira;
b) as ocorrências de inspeções de segurança periódicas e extraordinárias,
devendo
constar o nome legível e assinatura de"Profissional Habilitado", citado no
subitem 13.1.2, e de operador de caldeira presente na ocasião da inspeção.
13.1.7.1. Caso a caldeira venha a ser considerada inadequada para uso, o "Registro
de Segurança" deve conter tal informação e receber encerramento formal.
13.1.8 A documentação referida no subitem 13.1.6 deve estar sempre à disposição
para consulta dos operadores, do pessoal de manutenção, de inspeção e das
representações dos trabalhadores e do empregador na Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes - Cipa, devendo o proprietário assegurar pleno acesso a essa documentação.
13.1.9 Para os propósitos desta NR, as caldeiras são classificadas em 3 (três)
categorias, conforme segue:
a) caldeiras da categoria A são aquelas cuja pressão de operação é igual ou
superiora 1960 KPa (19.98 Kgf/cm2);
b) caldeiras da categoria C são aquelas cuja pressão de operação é igual ou
inferior a 588 KPa (5.99 Kgf/cm2) e o volume interno é igual ou inferior a
100
(cem) litros;
c) caldeiras da categoria B são todas as caldeiras que não se enquadram nas
categorias anteriores.

13.2 Instalação de caldeiras a vapor.


13.2.1 A autoria do "Projeto de Instalação" de caldeiras a vapor, no que concerne
ao atendimento desta NR, é de responsabilidade de "Profissional Habilitado", conforme
citado no subitem 13.1.2, e deve obedecer aos aspectos de segurança, saúde e meio
ambiente previstos nas Normas Regulamentados, convenções e disposições legais
aplicáveis.
13.2.2 As caldeiras de qualquer estabelecimento devem ser instaladas em "Casa de
Caldeiras" ou em local específico para tal fim, denominado "Área de Caldeiras".

13.2.3 Quando a caldeira for instalada em ambiente aberto, a "Área de Caldeiras"


deve satisfazer aos seguintes requisitos:
a) estar afastada de, no mínimo, 3,00m (três metros) de:
- outras instalações do estabelecimento;
- de depósitos de combustíveis, excetuando-se reservatórios para
partida com até 2000 (dois mil) litros de capacidade;
20
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- do limite de propriedade de terceiros;


- do limite com as vias públicas;
b) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente
desobstruídas edispostas em direções distintas;
c) dispor de acesso fácil e seguro, necessário à operação e à manutenção da
caldeira,sendo que, para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter
dimensões que impeçama queda de pessoas;
d) ter sistema de captação e lançamento dos gases e material particulado,
provenientes da combustão, para fora da área de operação atendendo às
normas ambientais vigentes;
e) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes;
f) ter sistema de iluminação de emergência caso operar à noite.
13.2.4 Quando a caldeira estiver instalada em ambiente confinado, a "Casa de
Caldeiras" deve satisfazer aos seguintes requisitos:
a) constituir prédio separado, construído de material resistente ao fogo,
podendo ter apenas uma parede adjacente a outras instalações do
estabelecimento, porém com as outras paredes afastadas de, no mínimo,
3,00m (três metros) de outras instalações, do limite de propriedade de
terceiros, do limite com as vias públicas e de depósitos de combustíveis,
excetuando-se reservatórios para partida com até 2 (dois) mil litros de
capacidade;
b) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente
desobstruídas e dispostas em direções distintas;
c) dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não possam ser
bloqueadas;
d) dispor de sensor para detecção de vazamento de gás quando se tratar de
caldeira a combustível gasoso.
e) não ser utilizada para qualquer outra finalidade;
f) dispor de acesso fácil e seguro, necessário à operação e à manutenção da
caldeira, sendo que, para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter
dimensões que impeçam a queda de pessoas;
g) ter sistema de captação e lançamento dos gases e material particulado,
provenientes da combustão para fora da área de operação, atendendo às
normas ambientais vigentes;
h) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes e ter sistema de
iluminação de emergência.
13.2.5 Constitui risco grave e iminente o não-atendimento aos seguintes
requisitos:
a) para todas as caldeiras instaladas em ambiente aberto, as alíneas "b" ,
"d" e
"f" do subitem 13.2.3 desta NR;
b) para as caldeiras da categoria A instaladas em ambientes confinados, as
alíneas "a", "b", "c", "d", "e", "g" e "h" do subitem 13.2.4 desta NR;
c) para as caldeiras das categorias B e C instaladas em ambientes
confinados,
as alíneas "b", "c", "d", "e", "g" e "h" do subitem 13.2.4 desta NR.

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13.2.6 Quando o estabelecimento não puder atender ao disposto nos subitens


13.2.3 ou 13.2.4, deverá ser elaborado "Projeto Alternativo de Instalação", com medidas
complementares de segurança que permitam a atenuação dos riscos.
13.2.6.1 O "Projeto Alternativo de Instalação" deve ser apresentado pelo
proprietário da caldeira para obtenção de acordo com a representação sindical da
categoria profissional predominante no estabelecimento.
13.2.6.2 Quando não houver acordo, conforme previsto no subitem 13.2.6.1, a
intermediação do órgão regional do MTb poderá ser solicitada por qualquer uma das
partes, e, persistindo o impasse, a decisão caberá a esse órgão.
13.2.7 As caldeiras classificadas na categoria A deverão possuir painel de
instrumentos instalados em sala de controle, construída segundo o que estabelecem as
Normas Regulamentados aplicáveis.

13.3 Segurança na operação de caldeiras.


13.3.1 Toda caldeira deve possuir "Manual de Operação" atualizado, em língua
portuguesa, em local de fácil acesso aos operadores, contendo no mínimo:
a) procedimentos de partidas e paradas;
b) procedimentos e parâmetros operacionais de rotina;
c) procedimentos para situações de emergência;
d) procedimentos gerais de segurança, saúde e de preservação do meio
ambiente.
13.3.2 Os instrumentos e controles de caldeiras devem ser mantidos calibrados e
em boas condições operacionais, constituindo condição de risco grave e iminente o
emprego de artifícios que neutralizem sistemas de controle e segurança da caldeira.
13.3.3 A qualidade da água deve ser controlada e tratamentos devem ser
implementados, quando necessários para compatibilizar suas propriedades físico-
químicas com os parâmetros de operação da caldeira.
13.3.4 Toda caldeira a vapor deve estar obrigatoriamente sob operação e controle
de operador de caldeira, sendo que o não - atendimento a esta exigência caracteriza
condição de risco grave e iminente.
13.3.5 Para efeito desta NR, será considerado operador de caldeira aquele que
satisfizer pelo menos uma das seguintes condições:
a) possuir certificado de "Treinamento de Segurança na Operação de
Caldeiras"
e comprovação de estágio prático (b) conforme subitem 13.3.11;
b) possuir certificado de "Treinamento de Segurança na Operação de
Caldeiras"
previsto na NR 13 aprovada pela Portaria n° 02, de 08.05.84;
c) possuir comprovação de pelo menos 3 (três) anos de experiência nessa
atividade, até 08 de maio de 1984.
13.3.6 O pré-requisito mínimo para participação como aluno, no "Treinamento de
Segurança na Operação de Caldeiras" é o atestado de conclusão do 1° grau.

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13.3.7 O "Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras" deve,


obrigatoriamente:
a) ser supervisionado tecnicamente por "Profissional Habilitado" citado no
subitem 13.1.2;
b) ser ministrado por profissionais capacitados para esse fim;
c) obedecer, no mínimo, ao currículo proposto no Anexo I-A desta NR.
13.3.8 Os responsáveis pela promoção do "Treinamento de Segurança na
Operação de Caldeiras" estarão sujeitos ao impedimento de ministrar novos cursos, bem
como a outras sanções legais cabíveis, no caso de inobservância do disposto no subitem
13.3.7.
13.3.9 Todo operador de caldeira deve cumprir um estágio prático, na operação da
própria caldeira que irá operar, o qual deverá ser supervisionado, documentado e ter
duração mínima de:
a) caldeiras da categoria A: 80 (oitenta) horas;
b) caldeiras da categoria B: 60 (sessenta) horas;
c) caldeiras da categoria C: 40 (quarenta) horas.
13.3.10 O estabelecimento onde for realizado o estágio prático supervisionado,
deve informar previamente à representação sindical da categoria profissional
predominante no estabelecimento:
a) período de realização do estágio;
b) entidade, empresa ou profissional responsável pelo"Treinamento de
Segurançana Operação de Caldeiras";
c) relação dos participantes do estágio.
13.3.11 A reciclagem de operadores deve ser permanente, por meio de constantes
informações das condições físicas e operacionais dos equipamentos, atualização técnica,
informações de segurança, participação em cursos, palestras e eventos pertinentes.
13.3.12 Constitui condição de risco grave e iminente a operação de qualquer
caldeira em condições diferentes das previstas no projeto original, sem que:
a) seja reprojetada levando em consideração todas as variáveis envolvidas na
nova condição de operação;
b) sejam adotados todos os procedimentos de segurança decorrentes de sua
nova
classificação no que se refere a instalação, operação, manutenção e
inspeção.
13.4 Segurança na manutenção de caldeiras.
13.4.1 Todos os reparos ou alterações em caldeiras devem respeitar o respectivo
código do projeto de construção e as prescrições do fabricante no que se refere a:
a) materiais;
b) procedimentos de execução;
c) procedimentos de controle de qualidade;
d) qualificação e certificação de pessoal.

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13.4.1.1. Quando não for conhecido o código do projeto de construção, deve ser
respeitada a concepção original da caldeira, com procedimento de controle do maior
rigor prescrito nos códigos pertinentes.
13.4.1.2. Nas caldeiras de categorias A e B, a critério do "Profissional Habilitado",
citado no subitem 13.1.2, podem ser utilizadas tecnologia de cálculo ou procedimentos
mais avançados, em substituição aos previstos pêlos códigos de projeto.
13.4.2 "Projetos de Alteração ou Reparo" devem ser concebidos previamente nas
seguintes situações:
a) sempre que as condições de projeto forem modificadas;
b) sempre que forem realizados reparos que possam comprometer a
segurança.
13.4.3 O "Projeto de Alteração ou Reparo" deve: (113.024-2 / I
a) ser concebido ou aprovado por "Profissional Habilitado", citado no
subitem
13.1.2;
b) determinar materiais, procedimentos de execução, controlequalificação de
pessoal.
13.4.4 Todas as intervenções que exijam mandrilamento ou soldagem em partes
que operem sob pressão devem ser seguidas de teste hidrostático, com características
definidas pelo "Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2.
13.4.5 Os sistemas de controle e segurança da caldeira devem ser submetidos à
manutenção preventiva ou preditiva.

13.5 Inspeção de segurança de caldeiras.


13.5.1 As caldeiras devem ser submetidas a inspeções de segurança inicial, periódica e
extraordinária, sendo considerado condição de risco grave e iminente o não -
atendimento aos prazos estabelecidos nesta NR.
13.5.2 A inspeção de segurança inicial deve ser feita em caldeiras novas, antes da
entrada em funcionamento, no local de operação, devendo compreender exames interno
e externo, teste hidrostático e de acumulação.
13.5.3 A inspeção de segurança periódica, constituída por exames interno e
externo, deve ser executada nos seguintes prazos máximos:
a) 12 (doze) meses para caldeiras das categorias A, B e C;
b) 12 (doze) meses para caldeiras de recuperação de álcalis de qualquer
categoria;
c) 24 (vinte e quatro) meses para caldeiras da categoria A, desde que aos 12
(doze) meses sejam testadas as pressões de abertura das válvulas de
segurança;
d) 40 (quarenta) meses para caldeiras especiais conforme definido no item
3.5.5.

13.5.4 Estabelecimentos que possuam "Serviço Próprio de Inspeção de


Equipamentos", conforme estabelecido no Anexo II, podem estender os períodos entre
inspeções de segurança, respeitando os seguintes prazos máximos:
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a) 18 (dezoito) meses para caldeiras das categorias B e C;


b) 30 (trinta) meses para caldeiras da categoria A.
13.5.5 As caldeiras que operam de forma contínua e que utilizam gases ou resíduos das
unidades de processo, como combustível principal para aproveitamento de calor ou para
fins de controle ambiental podem ser consideradas especiais quando todas as condições
seguintes forem satisfeitas:
a) estiverem instaladas em estabelecimentos que possuam "Serviço Próprio
de
Inspeção de Equipamentos" citado no Anexo II;
b) tenham testados a cada 12 (doze) meses o sistema de intertravamento e a
pressão de abertura de cada válvula de segurança;
c) não apresentem variações inesperadas na temperatura de saída dos gases e
do
vapor durante a operação;
d) exista análise e controle periódico da qualidade da água;
e) exista controle de deterioração dos materiais que compõem as principais
partes da caldeira;
f) seja homologada como classe especial mediante:
- acordo entre a representação sindical da categoria profissional
predominante no estabelecimento e o empregador;
- intermediação do órgão regional do MTb, solicitada por qualquer
uma
das partes quando não houver acordo;
- decisão do órgão regional do MTb quando persistir o impasse.
13.5.6 Ao completar 25 (vinte e cinco) anos de uso, na sua inspeção subseqüente, as
caldeiras devem ser submetidas a rigorosa avaliação de integridade para determinar a
sua vida remanescente e novos prazos máximos para inspeção, caso ainda estejam em
condições de uso.
13.5.6.1 Nos estabelecimentos que possuam "Serviço Próprio de Inspeção de
Equipamentos", citado no Anexo II, o limite de 25 (vinte e cinco) anos pode ser alterado
em função do acompanhamento das condições da caldeira, efetuado pelo referido órgão.
13.5.7 As válvulas de segurança instaladas em caldeiras devem ser inspecionadas
periodicamente conforme segue:
a) pelo menos 1 (uma) vez por mês, mediante acionamento manual da
alavanca,
em operação, para caldeiras das categorias B e C;
b) desmontando, inspecionando e testando em bancada as válvulas
flangeadas e,
no campo, as válvulas soldadas, recalibrando-as numa freqüência
compatível
com a experiência operacional da mesma, porém respeitando-se como
limite
máximo o período de inspeção estabelecido no subitem 13.5.3 ou 13.5.4,
se
aplicável para caldeiras de categorias A e B.
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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

13.5.8 Adicionalmente aos testes prescritos no subitem 13.5.7, as válvulas de segurança


instaladas em caldeiras deverão ser submetidas a testes de acumulação, nas seguintes
oportunidades:
a) na inspeção inicial da caldeira;
b) quando forem modificadas ou tiverem sofrido reformas significativas;
c) quando houver modificação nos parâmetros operacionais da caldeira ou
variação na PMTA;
d) quando houver modificação na sua tubulação de admissão ou descarga.

13.5.9 A inspeção de segurança extraordinária deve ser feita nas seguintes


oportunidades:
a) sempre que a caldeira for danificada por acidente ou outra ocorrência
capaz
de comprometer sua segurança;
b) quando a caldeira for submetida à alteração ou reparo importante capaz de
alterar suas condições de segurança;
c) antes de a caldeira ser recolocada em funcionamento, quando permanecer
inativa por mais de 6 (seis) meses;
d) quando houver mudança de local de instalação da caldeira.
13.5.10 A inspeção de segurança deve ser realizada por "Profissional Habilitado", citado
no subitem 13.1.2, ou por "Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos", citado no
Anexo II.
13.5.11 Inspecionada a caldeira, deve ser emitido "Relatório de Inspeção", que passa a
fazer parte da sua documentação.
13.5.12 Uma cópia do "Relatório de Inspeção" deve ser encaminhada pelo
"Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2, num prazo máximo de 30 (trinta)
dias, a contar do término da inspeção, à representação sindical da categoria profissional
predominante no estabelecimento.
13.5.13 O "Relatório de Inspeção", mencionado no subitem 13.5.11, deve conter
no mínimo:
a) dados constantes na placa de identificação da caldeira;
b) categoria da caldeira;
c) tipo da caldeira;
d) tipo de inspeção executada;
e) data de início e término da inspeção;
f) descrição das inspeções e testes executados;
g) resultado das inspeções e providências;
h) relação dos itens desta NR ou de outras exigências legais que não estão
sendo
atendidas;
i) conclusões;
j) recomendações e providências necessárias;

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k) data prevista para a nova inspeção da caldeira;


l) nome legível, assinatura e número do registro no conselho profissional do
"Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2 e nome legível e
assinatura de técnicos que participaram da inspeção.
13.5.14 Sempre que os resultados da inspeção determinarem alterações dos dados
da placa de identificação, a mesma deve ser atualizada.

13.6 Vasos de pressão - disposições gerais.


13.6.1. Vasos de pressão são equipamentos que contêm fluidos sob pressão interna
ou
externa.
13.6.1.1. O campo de aplicação desta NR, no que se refere a vasos de pressão, está
definido no Anexo III.
13.6.1.2. Os vasos de pressão abrangidos por esta NR estão classificados em
categorias de acordo com o Anexo IV.
13.6.2 Constitui risco grave e iminente a falta de qualquer um dos seguintes itens:
a) válvula ou outro dispositivo de segurança com pressão de abertura
ajustada
em valor igual ou inferior à PMTA, instalada diretamente no vaso ou no
sistema que o inclui;
b) dispositivo de segurança contra bloqueio inadvertido da válvula quando
esta
não estiver instalada diretamente no vaso;
c) instrumento que indique a pressão de operação.
13.6.3 Todo vaso de pressão deve ter afixado em seu corpo em local de fácil
acesso e bem visível, placa de identificação indelével com, no mínimo, as seguintes
informações:
a) fabricante;
b) número de identificação;
c) ano de fabricação;
d) pressão máxima de trabalho admissível;
e) pressão de teste hidrostático;
f) código de projeto e ano de edição.
13.6.3.1 Além da placa de identificação, deverão constar, em local visível, a categoria
do vaso, conforme Anexo IV, e seu número ou código de identificação.
13.6.4 Todo vaso de pressão deve possuir, no estabelecimento onde estiver
instalado, a seguinte documentação devidamente atualizada:
a) "Prontuário do Vaso de Pressão" a ser fornecido pelo fabricante, contendo
as seguintes informações:
- código de projeto e ano de edição;
- especificação dos materiais;
- procedimentos utilizados na fabricação, montagem e inspeção final e
determinação da PMTA;
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- conjunto de desenhos e demais dados necessários para o


monitoramento da sua vida útil;
- características funcionais;
- dados dos dispositivos de segurança;
- categoria do vaso;
b) "Registro de Segurança" em conformidade com o subitem 13.6.5;
c) "Projeto de Instalação" em conformidade com o item 13.7;
d) "Projeto de Alteração ou Reparo" em conformidade com os subitens
13.9.2 e
13.9.3;
e) "Relatórios de Inspeção" em conformidade com o subitem 13.10.8.
13.6.4.1 Quando inexistente ou extraviado, o "Prontuário do Vaso de Pressão"
deve ser reconstituído pelo proprietário com responsabilidade técnica do fabricante ou
de "Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2, sendo imprescindível a
reconstituição das características funcionais, dos dados dos dispositivos de segurança e
dos procedimentos para determinação da PMTA.
13.6.4.2 O proprietário de vaso de pressão deverá apresentar, quando exigida pela
autoridade competente do órgão regional do Ministério do Trabalho, a documentação
mencionada no subitem 13.6.4.
13.6.5 O "Registro de Segurança" deve ser constituído por livro de páginas
numeradas, pastas ou sistema informatizado ou não com confiabilidade equivalente
onde serão registradas:
a) todas as ocorrências importantes capazes de influir nas condições de
segurança dos vasos;
b) as ocorrências de inspeção de segurança.
13.6.6 A documentação referida no subitem 13.6.4 deve estar sempre à disposição
para consulta dos operadores do pessoal de manutenção, de inspeção e das
representações dos trabalhadores e do empregador na Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes - CIPA, devendo o proprietário assegurar pleno acesso a essa documentação
inclusive à representação sindical da categoria profissional predominante no
estabelecimento, quando formalmente solicitado.

13.7 Instalação de vasos de pressão.


13.7.1. Todo vaso de pressão deve ser instalado de modo que todos os drenos,
respiros, bocas de visita e indicadores de nível, pressão e temperatura, quando
existentes, sejam facilmente acessíveis.
13.7.2 Quando os vasos de pressão forem instalados em ambientes confinados, a
instalação deve satisfazer os seguintes requisitos:
a) dispor de pelo menos 2 (duas) saídas amplas, permanentemente
desobstruídas e dispostas em direções distintas;
b) dispor de acesso fácil e seguro para as atividades de manutenção,
operação e
inspeção, sendo que, para guarda-corpos vazados, os vãos devem ter
dimensões que impeçam a queda de pessoas;

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c) dispor de ventilação permanente com entradas de ar que não possam ser


bloqueadas;
d) dispor de iluminação conforme normas oficiais vigentes;
e) possuir sistema de iluminação de emergência.
13.7.3 Quando o vaso de pressão for instalado em ambiente aberto, a instalação
deve satisfazer as alíneas "a", "b", "d" e "e" do subitem 13.7.2.
13.7.4 Constitui risco grave e iminente o não-atendimento às seguintes alíneas do
subitem 13.7.2:
- "a", "c" "d" e "e" para vasos instalados em ambientes confinados;
- "a" para vasos instalados em ambientes abertos;
- "e" para vasos instalados em ambientes abertos e que operem à noite.
13.7.5 Quando o estabelecimento não puder atender ao disposto no subitem
13.7.2, deve ser elaborado "Projeto Alternativo de Instalação" com medidas
complementares de segurança que permitam a atenuação dos riscos.
13.7.5.1 O "Projeto Alternativo de Instalação" deve ser apresentado pelo
proprietário do vaso de pressão para obtenção de acordo com a representação sindical
da categoria profissional predominante no estabelecimento.
13.7.5.2 Quando não houver acordo, conforme previsto no subitem 13.7.5.1, a
intermediação do órgão regional do MTb poderá ser solicitada por qualquer uma das
partes e, persistindo o impasse, a decisão caberá a esse órgão.
13.7.6 A autoria do "Projeto de Instalação" de vasos de pressão enquadrados nas
categorias I, II e III, conforme Anexo IV, no que concerne ao atendimento desta NR, é
de responsabilidade de "Profissional Habilitado", conforme citado no subitem 13.1.2, e
deve obedecer aos aspectos de segurança, saúde e meio ambiente previstos nas Normas
Regulamentadoras, convenções e disposições legais aplicáveis.
13.7.7. O "Projeto de Instalação" deve conter pelo menos a planta baixa do
estabelecimento, com o posicionamento e a categoria de cada vaso e das instalações de
segurança.

13.8 Segurança na operação de vasos de pressão.


13.8.1 Todo vaso de pressão enquadrado nas categorias I ou II deve possuir
manual de operação próprio ou instruções de operação contidas no manual de operação
de unidade onde estiver instalado, em língua portuguesa e de fácil acesso aos
operadores, contendo no mínimo:
a) procedimentos de partidas e paradas;
b) procedimentos e parâmetros operacionais de rotina;
c) procedimentos para situações de emergência;
d) procedimentos gerais de segurança, saúde e de preservação do
meioambiente.
13.8.2 Os instrumentos e controles de vasos de pressão devem ser
mantidos
calibrados e em boas condições operacionais.

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13.8.2.1 Constitui condição de risco grave e iminente o emprego de artifícios que


neutralizem seus sistemas de controle e segurança.
13.8.3 A operação de unidades que possuam vasos de pressão de categorias "I" ou
"II" deve ser efetuada por profissional com "Treinamento de Segurança na Operação de
Unidades de Processos", sendo que o não-atendimento a esta exigência caracteriza
condição de risco grave e iminente.
13.8.4 Para efeito desta NR será considerado profissional com "Treinamento de
Segurança na Operação de Unidades de Processo" aquele que satisfizer uma das
seguintes condições:
a) possuir certificado de "Treinamento de Segurança na Operação de
Unidades
de Processo" expedido por instituição competente para o treinamento;
b) possuir experiência comprovada na operação de vasos de pressão das
categorias I ou II de pelo menos 2 (dois) anos antes da vigência desta NR.
13.8.5 O pré-requisito mínimo para participação, como aluno, no "Treinamento de
Segurança na Operação de Unidades de Processo" é o atestado de conclusão do 1º grau.
13.8.6 O "Treinamento de Segurança na Operação de Unidades de Processo" deve
obrigatoriamente:
a) ser supervisionado tecnicamente por "Profissional Habilitado" citado no
subitem 13.1.2;
b) ser ministrado por profissionais capacitados para esse fim;
c) obedecer, no mínimo, ao currículo proposto no Anexo I-B desta NR.
13.8.7 Os responsáveis pela promoção do "Treinamento de Segurança na
Operação de Unidades de Processo" estarão sujeitos ao impedimento de ministrar novos
cursos, bem como a outras sanções legais cabíveis, no caso de inobservância do
disposto no subitem 13.8.6.
13.8.8. Todo profissional com "Treinamento de Segurança na Operação de
Unidade de Processo" deve cumprir estágio prático, supervisionado, na operação de
vasos de pressão com as seguintes durações mínimas:
a) 300 (trezentas) horas para vasos de categorias I ou II;
b) 100 (cem) horas para vasos de categorias III, IV ou V.
13.8.9 O estabelecimento onde for realizado o estágio prático supervisionado deve
informar previamente à representação sindical da categoria profissional predominante
no estabelecimento:
a) período de realização do estágio;
b) entidade, empresa ou profissional responsável pelo "Treinamento de
Segurança na Operação de Unidade de Processo";
c) relação dos participantes do estágio.
13.8.10 A reciclagem de operadores deve ser permanente por meio de constantes
informações das condições físicas e operacionais dos equipamentos, atualização técnica,
informações de segurança, participação em cursos, palestras e eventos pertinentes.

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13.8.11. Constitui condição de risco grave e iminente a operação de qualquer


vaso de pressão em condições diferentes das previstas no projeto original, sem que:
a) seja reprojetado levando em consideração todas as variáveis envolvidas na
nova condição de operação;
b) sejam adotados todos os procedimentos de segurança decorrentes de sua
nova
classificação no que se refere à instalação, operação, manutenção e
inspeção.

13.9 Segurança na manutenção de vasos de pressão.


13.9.1 Todos os reparos ou alterações em vasos de pressão devem respeitar o
respectivo código de projeto de construção e as prescrições do fabricante no que se
refere a:
a) materiais;
b) procedimentos de execução;
c) procedimentos de controle de qualidade;
d) qualificação e certificação de pessoal.
13.9.1.1 Quando não for conhecido o código do projeto de construção, deverá
ser respeitada a concepção original do vaso, empregando-se procedimentos de controle
do maior rigor, prescritos pelos códigos pertinentes.
13.9.1.2. A critério do "Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2,
podem ser utilizadas tecnologia de cálculo ou procedimentos mais avançados, em
substituição aos previstos pêlos códigos de projeto.
13.9.2 "Projetos de Alteração ou Reparo" devem ser concebidos previamente nas
seguintes situações:
a) sempre que as condições de projeto forem modificadas;
b) sempre que forem realizados reparos que possam comprometer a
segurança.
13.9.3 O "Projeto de Alteração ou Reparo" deve:
a) ser concebido ou aprovado por "Profissional Habilitado", citado no
subitem
13.1.2;
b) determinar materiais, procedimentos de execução, controle de qualidade e
qualificação de pessoal;
c) ser divulgado para funcionários do estabelecimento que possam estar
envolvidos com o equipamento.
13.9.4 Todas as intervenções que exijam soldagem em partes que operem sob
pressão devem ser seguidas de teste hidrostático, com características definidas pelo
"Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2, levando em conta o disposto no
item 13.10.
13.9.4.1 Pequenas intervenções superficiais podem ter o teste hidrostático
dispensado, a critério do "Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2.
31
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

13.9.5 Os sistemas de controle e segurança dos vasos de pressão devem ser


submetidos à manutenção preventiva ou preditiva.

13.10 Inspeção de segurança de vasos de pressão.


13.10.1 Os vasos de pressão devem ser submetidos a inspeções de segurança
inicial, periódica e extraordinária.
13.10.2. A inspeção de segurança inicial deve ser feita em vasos novos, antes de
sua entrada em funcionamento, no local definitivo de instalação, devendo compreender
exame externo, interno e teste hidrostático, considerando as limitações mencionadas no
subitem 13.10.3.5.
13.10.3 A inspeção de segurança periódica, constituída por exame externo,
interno e teste hidrostático, deve obedecer aos seguintes prazos máximos estabelecidos a
seguir:
a) para estabelecimentos que não possuam "Serviço Próprio de Inspeção de
Equipamentos", conforme citado no Anexo II:

Categoria do Exame Externo Exame Interno Teste Hidrostático


Vaso
I 1 ano 3 anos 6 anos
II 2 anos 4 anos 8 anos
III 3 anos 6 anos 12 anos
IV 4 anos 8 anos 16 anos
V 5 anos 10 anos 20 anos

b) para estabelecimentos que possuam "Serviço Próprio deInspeção de


Equipamentos", conforme citado no Anexo II:

Categoria do Exame Externo Exame Interno Teste Hidrostático


Vaso

I 3 anos 6 anos 12 anos


II 4 anos 8 anos 16 anos
III 5 anos 10anos a critério
IV 6 anos 12 anos a critério
V 7 anos a critério a critério
 
13.10.3.1 Vasos de pressão que não permitam o exame interno ou externo por
impossibilidade física devem ser alternativamente submetidos a teste hidrostático,
considerando-se as limitações previstas no subitem 13.10.3.5.
13.10.3.2 Vasos com enchimento interno ou com catalisador podem ter a
periodicidade de exame interno ou de teste hidrostático ampliada, de forma a coincidir
com a época dasubstituição de enchimentos ou de catalisador, desde que esta ampliação
não ultrapasse 20 (vinte) por cento do prazo estabelecido no subitem 13.10.3 desta NR.
32
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

13.10.3.3 Vasos com revestimento interno higroscópico devem ser testados


hidrostaticamente antes da aplicação do mesmo, sendo os testes subseqüentes
substituídos por técnicas alternativas.
13.10.3.4 Quando for tecnicamente inviável e mediante anotação no "Registro de
Segurança" pelo "Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2, o teste hidrostático
pode ser substituído por outra técnica de ensaio não-destrutivo ou inspeção que permita
obter segurança equivalente.
13.10.3.5 Considera-se como razões técnicas que inviabilizam o teste hidrostático:
a) resistência estrutural da fundação ou da sustentação do vaso incompatível
com o peso da água que seria usada no teste;
b) efeito prejudicial do fluido de teste a elementos internos do vaso;
c) impossibilidade técnica de purga e secagem do sistema;
d) existência de revestimento interno;
e) influência prejudicial do teste sobre defeitos subcríticos.
13.10.3.6. Vasos com temperatura de operação inferior a 0ºC (zero graus
centígrados) e que operem em condições nas quais a experiência mostre que não ocorre
deterioração, ficam dispensados do teste hidrostático periódico, sendo obrigatório
exame interno a cada 20 (vinte) anos e exame externo a cada 2 (dois) anos.
13.10.3.7 Quando não houver outra alternativa, o teste pneumático pode ser
executado, desde que supervisionado pelo "Profissional Habilitado", citado no subitem
13.1.2, e cercado de cuidados especiais por tratar-se de atividade de alto risco.
13.10.4 As válvulas de segurança dos vasos de pressão devem ser desmontadas,
inspecionadas e re0calibradas por ocasião do exame interno periódico.
13.10.5 A inspeção de segurança extraordinária deve ser feita nas seguintes
oportunidades:
a) sempre que o vaso for danificado por acidente ou outra ocorrência que
comprometa sua segurança;
b) quando o vaso for submetido a reparo ou alterações importantes, capazes
de
alterar sua condição de segurança;
c) antes de o vaso ser recolocado em funcionamento, quando permanecer
inativo
por mais de 12 (doze) meses;
d) quando houver alteração do local de instalação do vaso.
13.10.6 A inspeção de segurança deve ser realizada por "Profissional Habilitado",
citado no subitem 13.1.2 ou por "Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos",
conforme citado no Anexo II.
13.10.7 Após a inspeção do vaso deve ser emitido "Relatório de Inspeção", que
passa a fazer parte da sua documentação.
13.10.8 O "Relatório de Inspeção" deve conter no mínimo:
a) identificação do vaso de pressão;

33
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b) fluidos de serviço e categoria do vaso de pressão;


c) tipo do vaso de pressão;
d) data de início e término da inspeção;
e) tipo de inspeção executada;
f) descrição dos exames e testes executados;
g) resultado das inspeções e intervenções executadas;
h) conclusões;
i) recomendações e providências necessárias;
j) data prevista para a próxima inspeção;
k) nome legível, assinatura e número do registro no conselho profissional do
"Profissional Habilitado", citado no subitem 13.1.2, e nome legível e
assinatura de técnicos que participaram da inspeção.
13.10.9. Sempre que os resultados da inspeção determinarem alterações dos dados
da placa de identificação, a mesma deve ser atualizada.

ANEXO
Currículo Mínimo para "Treinamento de Segurança na Operação de Caldeiras"
1. Noções de grandezas físicas e unidades Carga horária: 4 (quatro) horas
1.1. Pressão
1.1.1. Pressão atmosférica
1.1.2. Pressão interna de um vaso
1.1.3. Pressão manométrica, pressão relativa e pressão absoluta
1.1.4. Unidades de pressão
1.2. Calor e temperatura
1.2.1. Noções gerais: o que é calor, o que é temperatura
1.2.2. Modos de transferência de calor
1.2.3. Calor específico e calor sensível
1.2.4. Transferência de calor a temperatura constante
1.2.5. Vapor saturado e vapor superaquecido
1.2.6. Tabela de vapor saturado
2. Caldeiras - considerações gerais Carga horária: 8 (oito) horas
2.1. Tipos de caldeiras e suas utilizações
2.2. Partes de uma caldeira
2.2.1. Caldeiras flamotubulares
2.2.2. Caldeiras aquotubulares
2.2.3. Caldeiras elétricas
2.2.4. Caldeiras a combustíveis sólidos
2.2.5. Caldeiras a combustíveis líquidos
2.2.6. Caldeiras a gás
2.2.7. Queimadores
2.3. Instrumentos e dispositivos de controle de caldeiras
2.3.1. Dispositivo de alimentação
2.3.2. Visor de nível
2.3.3. Sistema de controle de nível
2.3.4. Indicadores de pressão
2.3.5. Dispositivos de segurança
2.3.6. Dispositivos auxiliares

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2.3.7. Válvulas e tubulações


2.3.8. Tiragem de fumaça
3. Operação de caldeiras Carga horária: 12 (doze) horas
3.1. Partida e parada
3.2. Regulagem e controle
3.2.1. de temperatura
3.2.2. de pressão
3.2.3. de fornecimento de energia
3.2.4. do nível de água
3.2.5. de poluentes
3.3. Falhas de operação, causas e providências
3.4. Roteiro de vistoria diária
3.5. Operação de um sistema de várias caldeiras
3.6. Procedimentos em situações de emergência
4. Tratamento de água e manutenção de caldeiras Carga horária: 8 (oito) horas
4.1. Impurezas da água e suas conseqüências
4.2. Tratamento de água
4.3. Manutenção de caldeiras
5. Prevenção contra explosões e outros riscos Carga horária: 4 (quatro) horas
5.1. Riscos gerais de acidentes e riscos à saúde
5.2. Riscos de explosão
6. Legislação e normalização Carga horária: 4 (quatro) horas
6.1. Normas Regulamentadoras
6.2. Norma Regulamentadora 13 - NR 13

ANEXO
Currículo Mínimo para "Treinamento de Segurança na Operação de Unidades de
Processo"
1. Noções de grandezas físicas e unidades Carga horária: 4 (quatro) horas
1.1. Pressão
1.1.1. Pressão atmosférica
1.1.2. Pressão interna de um vaso
1.1.3. Pressão manométrica, pressão relativa e pressão absoluta
1.1.4. Unidades de pressão
1.2. Calor e temperatura
1.2.1. Noções gerais: o que é calor, o que é temperatura
1.2.2. Modos de transferência de calor
1.2.3. Calor específico e calor sensível
1.2.4. Transferência de calor a temperatura constante
1.2.5. Vapor saturado e vapor superaquecido
2. Equipamentos de processo Carga horária estabelecida de acordo com a
complexidade da unidade, mantendo um mínimo de 4 (quatro) horas por item,
onde aplicável.
2.1. Trocadores de calor
2.2. Tubulação, válvulas e acessórios
2.3. Bombas
2.4. Turbinas e ejetores
2.5. Compressores
2.6. Torres, vasos, tanques e reatores
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2.7. Fornos
2.8. Caldeiras
3. Eletricidade Carga horária: 4 (quatro) horas
4. Instrumentação Carga horária: 8 (oito) horas
5. Operação da unidade Carga horária: estabelecida de acordo com a
complexidade da unidade
5.1. Descrição do processo
5.2. Partida e parada
5.3. Procedimentos de emergência
5.4. Descarte de produtos químicos e preservação do meio ambiente
5.5. Avaliação e controle de riscos inerentes ao processo
5.6. Prevenção contra deterioração, explosão e outros riscos
6. Primeiros socorros Carga horária: 8 (oito) horas
7. Legislação e normalização Carga horária: 4 (quatro) horas

ANEXO
Requisitos para Certificação de "Serviço Próprio de Inspeção de Equipamentos"
Antes de colocar em prática os períodos especiais entre inspeções, estabelecidos
nos subitens 13.5.4 e 13.10.3 desta NR, os "Serviços Próprios de Inspeção de
Equipamentos" da empresa, organizados na forma de setor, seção, departamento,
divisão, ou equivalente, devem ser certificados pelo Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO diretamente ou mediante
"Organismos de Certificação" por ele credenciados, que verificarão o atendimento aos
seguintes requisitos mínimos expressos nas alíneas "a" a "g". Esta certificação pode ser
cancelada sempre que for constatado o não atendimento a qualquer destes requisitos:
a) existência de pessoal próprio da empresa onde estão instalados caldeira ou
vaso de pressão, com dedicação exclusiva a atividades de inspeção,
avaliação
de integridade e vida residual, com formação, qualificação e treinamento
compatíveis com a atividade proposta de preservação da segurança;
b) mão-de-obra contratada para ensaios não-destrutivos certificada segundo
regulamentação vigente e para outros serviços de caráter eventual,
selecionada e avaliada segundo critérios semelhantes ao utilizado para a
mão-
de-obra própria;
c) serviço de inspeção de equipamentos proposto possuir um responsável
pelo
seu gerenciamento formalmente designado para esta função;
d) existência de pelo menos 1 (um) "Profissional Habilitado", conforme
definido
nosubitem 13.1.2;
e) existência de condições para manutenção de arquivo técnico atualizado,
necessário ao atendimento desta NR, assim como mecanismos para
distribuição de informações quando requeridas;
f) existência de procedimentos escritos para as principais atividades
executadas;
g) existência de aparelhagem condizente com a execução das atividades
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propostas.

ANEXO
1. Esta NR deve ser aplicada aos seguintes equipamentos:
a) qualquer vaso cujo produto "PV" seja superior a 8 (oito), onde "P" é a
máxima pressão de operação em KPa e "V" o seu volume geométrico
interno
em m3, incluindo:
- permutadores de calor, evaporadores e similares;
- vasos de pressão ou partes sujeitas a chama direta que não estejam
dentro
do escopo de outras NR, nem do item 13.1 desta NR;
- vasos de pressão encamisados, incluindo refervedores e reatores;
- autoclaves e caldeiras de fluido térmico que não o vaporizem;
b) vasos que contenham fluido da classe "A", especificados no Anexo IV,
independente das dimensões e do produto "PV".

2. Esta NR não se aplica aos seguintes equipamentos:


a) cilindros transportáveis, vasos destinados ao transporte de produtos,
reservatórios portáteis de fluido comprimido e extintores de incêndio;
b) os destinados à ocupação humana;
c) câmara de combustão ou vasos que façam parte integrante de máquinas
rotativas ou alternativas, tais como bombas, compressores, turbinas,
geradores, motores, cilindros pneumáticos e hidráulicos e que não possam
ser
caracterizados como equipamentos independentes;
d) dutos e tubulações para condução de fluido;
e) serpentinas para troca térmica;
f) tanques e recipientes para armazenamento e estocagem de fluidos não
enquadrados em normas e códigos de projeto relativos a vasos de pressão;
g) vasos com diâmetro interno inferior a 150mm (cento e cinqüenta
milímetros)
para fluidos das classes "B", "C" e "D", conforme especificado no Anexo
IV.

ANEXO

CLASSIFICAÇÃO DE VASOS DE PRESSÃO


1. Para efeito desta NR, os vasos de pressão são classificados em categorias segundo o
tipo de fluido e o potencial de risco.

1.1. Os fluidos contidos nos vasos de pressão são classificados conforme descrito a
seguir:

Classe "A":

37
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- fluidos inflamáveis;
- combustível com temperatura superior ou igual a 200º C (duzentos graus
centígrados);
- fluidos tóxicos com limite de tolerância igual ou inferior a 20 (vinte) ppm;
- hidrogênio;
- acetileno.
Classe "B":
- fluidos combustíveis com temperatura inferior a 200º C (duzentos graus
centígrados);
- fluidos tóxicos com limite de tolerância superior a 20 (vinte) ppm;
Classe "C":
- vapor de água, gases asfixiantes simples ou ar comprimido;
Classe "D":

- água ou outros fluidos não enquadrados nas classes "A", "B" ou "C", com
temperatura superior a 50ºC (cinqüenta graus centígrados).

1.1.1. Quando se tratar de mistura, deverá ser considerado para fins de classificação o
fluido que apresentar maior risco aos trabalhadores e instalações, considerando-se sua
toxicidade, inflamabilidade e concentração.
1.2. Os vasos de pressão são classificados em grupos de potencial de risco em função do
produto "PV", onde "P" é a pressão máxima de operação em MPa e "V" o seu volume
geométrico interno em m3, conforme segue:
Grupo 1 - PV³ 100
Grupo 2 - PV < 100 e PV ³ 30
Grupo 3 - PV < 30e PV ³2.5
Grupo 4 - PV < 2.5e PV ³1
Grupo 5 - PV < 1
Declara,

1.2.1. Vasos de pressão que operem sob a condição de vácuo deverão enquadrar-se nas
seguintes categorias:

- categoria I: para fluidos inflamáveis ou combustíveis;


- categoria V: para outros fluidos.

1.3. A tabela a seguir classifica os vasos de pressão em categorias de acordo com os


grupos de potencial de risco e a classe de fluido contido.
CATEGORIAS DE VASOS DE PRESSÃO

Grupo de Potencial de Risco

1 2 3 4 5
Classe de Fluído P.V ³ P.V < 100 P.V < 30 P.V < 2,5 P.V < 1

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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

100 P.V ³ 30 P.V ³ 2,5 P.V ³ 1

Categorias
"A"
- Líquidos inflamáveis,
combustível com
temperatura
igual ou superior a 200
I I II III III
°C
- Tóxico com limite de
tolerância £ 20 ppm
- Hidrogênio
- Acetileno
"B"
- Combustível com
temperatura menor
que 200 °C I II III IV IV
- Tóxico com limite de
tolerância
> 20 ppm
"C"
- Vapor de água
- Gases asfixiantes I II III IV V
simples
-Ar comprimido
"D"
- Água ou outros fluidos
não II III IV V V
enquadrados nas classes
"A""B" ou
"C" com
temperaturasuperior a 50
°C
    
Notas: a)     Considerar volume em m³ e pressão em MPa;
b) Considerar 1 MPa correspondente a 10,197 Kgf/cm².

Movimentação de cargas;
Produto perigoso é toda e qualquer substância que, dadas, às suas características físicas
e químicas, possa oferecer, quando em transporte, riscos a segurança pública, saúde de
pessoas e meio ambiente, de acordo com os critérios de classificação da ONU,
publicados através da Portaria nº 204/97 do Ministério dos Transportes. A classificação
desses produtos é feita com base no tipo de risco que apresentam.
Além das péssimas condições de certas estradas, roubos de cargas e imprevistos com o
caminhão, a falta de conhecimento do risco que representa transportar produtos
perigosos é outro fator que pode colocar em risco a vida do carreteiro. Isso porque são
poucos os profissionais que trafegam pelas rodovias e sabem identificar o perigo de uma

39
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

carga pelo painel laranja obrigatório dos quase 3.100 produtos considerados perigosos,
que na maioria são constituídos por combustível (álcool, gasolina, querose, etc.) e
produtos corrosivos, como soda cáustica e ácido sulfúrico.
A identificação no veículo é feita através de retângulos laranjas, que podem ou não
apresentar duas linhas de algarismos, definidos como Painel de Segurança; e losangos
definidos como Rótulos de Risco, que apresentam diversas cores e símbolos,
correspondentes à classe de risco do produto a ser identificado.
No retângulo, a linha superior se refere ao Número de Risco do produto transportado e é
composto por no mínimo dois algarismos e, no máximo, pela letra X e três algarismos
numéricos. A letra X identifica se o produto reage perigosamente com a água. Na linha
inferior encontra-se o Número da ONU (Organização das Nações Unidas), sempre
composta por quatro algarismos numéricos, cuja função é identificar a carga
transportada. Caso o Painel de Segurança não apresente nenhuma identificação,
significa que estão sendo transportados mais de um produto perigoso.
Para efetuar a consulta, você deverá preencher um dos campos abaixo solicitados:
Exemplo: Caso você esteja procurando por Cloreto de Etila, basta digitar no campo
Tipo de carga perigosa a palavra Cloreto. Mas, se você não tiver o nome do produto,
basta digitar o nº ONU referente ao produto, no caso do Cloreto de Etila é 1037.
Suponhamos que você não tenha nem o nome do produto e nem o nº ONU, nessa
situação basta clicar no botão "Lista Completa".

Instalações elétricas;
O uso da eletricidade requer uma rede complexa de ligações que começa no poste da
concessionária e termina em soquetes e tomadas. Para que tudo isso funcione direito, é
necessário um projeto elétrico, elaborado por profissional especializado. Desenvolvido a
partir do projeto de arquitetura, ele define os pontos de luz e eletricidade da edificação,
de acordo com as necessidades de cada ambiente e considerando os aparelhos
eletroeletrônicos a ser instalados, determinando o porte da instalação, estabelecendo
circuitos e especificando os materiais a ser utilizados.

     As instalações elétricas consomem entre 12 a 17% do custo total da construção.


Assim, é importante que esse dinheiro seja bem empregado. Os principais elementos
utilizados são:

     • poste de recepção - indispensável para a entrada de energia na casa, ele deve
atender às especificações da concessionária. Pode ser produzido em ferro ou concreto.
Os de ferro têm formato circular e são indicados para uma potência máxima de 12kW.
Já os de concreto não possuem limite de potência e podem ser encontrados prontos ou
concretados na própria obra. Nesse caso, seu projeto deve ser aprovado pela
concessionária. Para não haver riscos de energização, o poste deve receber um isolante
de porcelana (braquete), instalado no topo e ligado ao cabo que traz a energia do poste
público. A ele também estão ligados os cabos que levam a energia do poste até a caixa
de medição.
     • caixa de medição - colocada do lado de fora da casa, ela é dividida em duas partes.
De um lado fica o medidor de consumo instalado pela concessionária e, paralelamente,
40
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

o dispositivo de proteção - disjuntor ou chave seccionada acoplada a fusíveis. Em caso


de sobrecarga ou curto-circuito, o dispositivo interrompe a corrente elétrica. Para
regiões litorâneas e úmidas a caixa deve ser produzida em fibra de vidro. Para as
demais, os modelos metálicos não apresentam inconvenientes.
     • quadro geral - os de metal ou fibra de vidro são melhores, devendo ser descartados
aqueles produzidos em materiais combustíveis, como, por exemplo, madeira. Nesse
quadro, os circuitos que compõem a instalação devem estar agrupados separadamente,
conforme indica a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT): um para
iluminação, outro para tomadas em geral, mais um outro para tomadas de cozinha, além
de um circuito exclusivo para cada aparelho com potência superior a 1.000W, como
microondas, lava-louças e chuveiros, devido a alta carga que possuem. Essa distribuição
é mais segura e tem um caráter prático: se alguma tomada sofrer pane, a iluminação do
ambiente não será comprometida, facilitando o conserto.
     • fusíveis e disjuntores - são essenciais para proteger a instalação contra sobrecargas
ou curto-circuitos. Os antigos e tradicionais fusíveis contêm um condutor metálico que
se rompe (queima) quando a intensidade da corrente é superior à sua capacidade, de
acordo com a instalação. Depois de queimado ele pode ser substituído, mas, no caso de
voltar a queimar, é conveniente buscar um eletricista para descobrir a causa dessas
contínuas interrupções de corrente. São fabricados em papelão resistente (tipo cartucho),
cerâmica e resina, não havendo grandes diferenças quanto ao funcionamento. Os
disjuntores atuam da mesma forma, mas têm a vantagem de não requerer substituição:
eles desligam a corrente quando percebem alterações e podem ser rearmados em
seguida. São considerados mais práticos e eficazes do que os fusíveis.
     • Diferencial Residual - trata-se de um dispositivo de segurança de uso recomendado
pela ABNT e conhecido pela sigla DR. Trata-se de um disjuntor supersensível às
menores fugas de corrente, ocasionadas, por exemplo, por fios descascados ou por uma
criança que introduza o dedo ou qualquer objeto numa tomada. De atuação imediata, ele
interrompe a corrente assim que verifica anomalias. É possível instalar um único DR na
caixa de medição ou um para cada circuito, nesse caso, colocados no quadro geral.
     • eletrodutos - conduítes por onde correm os fios e cabos que formam a instalação.
Podem ser encontrados em ferro, aço esmaltado ou galvanizado, ou ainda em PVC, o
mais prático. Quando necessária, a conexão desses tubos é feita com peças apropriadas
a cada uso: curvas para cantos de parede, luvas para linhas retas e buchas e arruelas no
encontro com caixas de tomadas e interruptores.
     • fios e cabos - são condutores de energia que se diferenciam apenas quanto à forma
e aplicação. O fio é formado por um único condutor, não flexível e utilizado em
instalações retilíneas ou quando existirem somente curvas suaves. O cabo é constituído
por um conjunto de fios, isolados ou não entre si, próprios para instalações com curvas
acentuadas e para aparelhos elétricos em geral, devido à sua grande flexibilidade.
Tecnicamente eles são iguais, pois com a mesma bitola - área condutora - têm idêntica
capacidade de condução de energia. De acordo com as normas da ABNT, seu
revestimento, geralmente em PVC, deve ser isolante e antichama, o que é identificado
pela sigla BWF impressa em toda a sua extensão. O condutor deve ser em cobre ou
alumínio, sempre da mais alta pureza, facilitando a passagem de energia e evitando
perdas. A corrente a ser transportada é que determina a bitola necessária. Ela varia de 16
e 50mm² no percurso entre os quadros de entrada e distribuição e cai para áreas
condutoras de 2,5 a 6,0mm², quando destinada a atender equipamentos de 110 ou 220V.
     • conectores - para unir fios e cabos existem três opções: a tradicional fita isolante,
que deve ser de alta qualidade; os pequenos conectores em plástico por fora e metal
41
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

internamente que seguram os fios por meio de pressão; ou ainda os conectores maiores,
em formato de cubo ou barra, produzidos em plásticos ABS, cerâmica ou polietileno,
que seguram os fios através de pequenos parafusos.
     • tomadas, interruptores e outros pontos - a partir do quadro de distribuição, os fios
ou cabos são conduzidos a diversos pontos da casa, chegando até soquetes, interruptores
ou tomadas. Quanto aos soquetes para lâmpadas incandescentes, existem dois tipos: os
de porcelana e os de baquelita, mais indicados para uso em abajures. Já as fluorescentes
exigem soquetes especiais (de aperto ou carrapicho). As caixas de tomadas e
interruptores (em geral com medidas de 4" x 2" ou 4" x 4") são produzidas em metal ou
em PVC e podem ser encontradas também no formato octogonal. Quanto às tomadas,
existem dois tipos: bipolar (dois pólos, como a de um secador ou a da TV) e a tripolar
(dois pólos mais o terra, como a do computador), ambas com entrada para plugues
redondos ou chatos. Embora poucos produtos nacionais tenham plugues tripolares, esse
é o tipo de tomada mais seguro e de uso recomendado pela ABNT. Vale lembrar que
para intensidades de corrente superior a 15 ampères devem ser instaladas tomadas
específicas. Os interruptores podem ter ligação simples, paralela, (acionamento em dois
pontos diferentes) e intermediária (liga e desliga em três pontos distintos). A escolha
depende das conveniências.
     • transformadores e reatores - entre as lâmpadas de uso residencial disponível no
mercado, duas exigem peças especiais para seu funcionamento: as fluorescentes
precisam de reatores - dispositivos de partida - subdivididos em convencional e os de
partida rápida (simultânea ao toque no interruptor). Para as dicróicas, que funcionam em
12V, é imprescindível um transformador para 110 ou 220V, normalmente vendido em
conjunto com as próprias lâmpadas.
     • lâmpadas - São vários os tipos e modelos para uso residencial, e a escolha vai
depender apenas dos gostos de cada um e da linha adotada pelo projeto (ver dica
específica a esse respeito).

O fio terra tem a função de capturar a corrente elétrica que algumas vezes quer "fugir"
do interior dos aparelhos defeituosos e conduzi-la para a terra, desviando-a do corpo das
pessoas. Ele é fundamental para a proteção das pessoas contra os choques elétricos,
absorvendo e encaminhando para a terra as correntes que "fugiram" dos aparelhos, e
para a proteção dos parelhos elétricos contra picos de energia. Ele descarregará para a
terra as correntes "fugitivas" e estabilizará as tensões quando ocorrer defeitos nas
instalações.
Podemos compará-lo ao cinto de segurança de um automóvel. Como o automóvel
funciona e transporta pessoas que não estão utilizando o cinto de segurança, os
aparelhos também funcionam sem possuir o fio terra. Por isso, muitas vezes as pessoas
não se lembram de colocar o fio terra, fazendo com que os riscos à segurança das
pessoas e dos aparelhos aumentem bastante, da mesma forma que no automóvel que se
envolve em um acidente e seus ocupantes não estão usando o cinto de segurança.
 Como Dimensionar o Fio Terra de suas Instalações Elétricas?
É obrigatório que os fio neutro e terra sejam separados desde o quadro de distribuição e
instalados no mesmo eletroduto em que está o fio fase. O fio terra das tomadas deve ser
ligado ao terminal de aterramento do quadro de distribuição. Esses procedimentos são
fundamentais para evitar danos aos aparelhos elétricos.

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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

 O que é Resistência de Aterramento?


Outro ponto de dúvida é o valor da resistência de aterramento. Ela mede a capacidade
do aterramento de descarregar a energia para a terra. Quanto menor essa resistência,
melhor para a instalação, pois mais rápida será a atuação das proteções.
Embora alguns fornecedores cheguem a exigir 1 ohm (é a Unidade de Resistência), a
norma de instalações elétricas (NBR 5410/97) não define diretamente nenhum valor,
enquanto a norma americana de instalação elétrica exige um valor máximo de 25 ohms.
A norma brasileira de proteção contra descargas atmosféricas (NBR 5419/93)
recomenda um valor máximo de 10 ohms. Sempre que possível, esse valor deve ser
adotado para todas as instalações.
Como Instalar um Fio Terra?
A conexão dos equipamentos elétricos ao sistema de aterramento deve permitir que,
caso ocorra uma falha na isolação dos equipamentos, a corrente de falta (corrente
"fugitiva") passe através do fio de aterramento ao invés de percorrer o corpo de uma
pessoa que eventualmente esteja tocando o equipamento (o que provocaria choque,
lesões e até mesmo morte - dependendo de cada situação e da intensidade da corrente de
fuga).
Dentro de uma instalação elétrica existem diversos tipos de proteção: contra choques
elétricos, contra descargas atmosféricas, contra sobretensões, etc. Para uma melhor
compreensão e busca da solução mais conveniente, deve-se estudar separadamente cada
uma delas. Porém ao executar a instalação, deve ser feito um único aterramento. As
normas técnicas não permitem aterramentos isolados ou indepedentes, para que não
apareça diferença de tensão, que é a principal causa de "queima" dos equipamentos e
colocam em riscos os usuários das instalações elétricas. Um único ponto de aterramento
é que irá garantir a proteção adequada.
O procedimento muito comum de utilizar aterramentos isolados, exclusivos ou
indepedentes, cosntitui um grande equívoco. Esse procedimento não está de acordo com
as regras das Normas Técnicas Brasileiras, de uso obrigatório, e coloca em risco as
pessoas e aparelhos elétricos
Todo o quadro de distribuição deve ter um terminal de aterramento, para onde irão
convergir os fios terra da instalação. Isto significa que todos os fios terra, de cada
aparelho, devem ser ligados ao mesmo ponto de aterramento.
O terminal, por sua vez, deve ser ligado ao eletrodo de aterramento, de uso obrigatório
em todo padrão de entrada de energia. Essas ligações devem ser feitas da forma mais
direta e curta possível.
Como se Proteger contra Picos de Energia?
As redes de distribuição de energia das empresas de eletricidade são projetadas para
desligarem imediatamente no caso de risco à segurança das pessoas, o que pode
acontecer quando ocorrem choques de carros em postes, contatos de árvores, chuvas,
trovoadas, etc. A norma brasileira exige que os consumidores instalem protetores de
surto contra os efeitos da falta e posterior retorno da energia.

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Todos os aparelhos eletrônicos do imóvel e os fios que vêm da rua, como cabo de
antenas e telefones, devem ter seu protetor. Esses protetores, a exemplo dos chamados
filtros de linha, são facilmente encontrados no mercado e têm como função desviar o
pico de energia para a terra, evitando danos ao aparelho. O aterramento é essencial para
o funcionamento correto dos protetores.
É recomendável a instalação de um protetor também no quadro de distribuição do
imóvel, principalmente em regiões de grande incidência de descargas atmosféricas.
Recomendações para Grandes Instalações
Nas instslações de Centro de Processamento de Dados e redes de micros, a técnica de
aterramento vista até agora não é suficiente.
Nesses cassos é recomendável utilizar para o aterramento a "malha de terra de
referência".
Essa malha deve ficar sob o piso e permitirá que os terras lógicos dos aparelhos sejam
aterrados através de ligações curtas e diretas, preferencialmente por condutores chatos
ou fitas. Já existem malhas pré-frabicadas, mas recomendamos consultar um projetista
para dimensioná-la. Essa malha também deve ser ligada ao sistema de aterramento de
força da instalação para evitar variações das tensões.

Também devem ser utilizados protetores de surto contra picos de energia.

Máquinas e ferramentas;
As questões da segurança de máquinas colocam-se com grande acuidade em dois
planos:
· No plano da concepção, fabrico e comercialização das máquinas;
· No plano da utilização das máquinas enquanto equipamentos de trabalho.

No âmbito da nova abordagem europeia da prevenção introduzida pelo Ato Único


estas duas questões reportam-se a duas áreas distintas, mas complementares. Com
efeito, temos que:
· Por um lado, a segurança de máquinas regulada na Diretiva Máquinas (atualmente, a
Diretiva 98/37/CE, de 22 de Junho, alterada pela Diretiva 98/79/CE 27 de Outubro)
estabelece o conjunto de regras reguladoras de mercado que têm como destinatários os
respectivos fabricantes e comerciantes, privilegiando a prevenção de concepção de tais
equipamentos.
Tais regras estabelecem as exigências máximas que devem ser respeitadas nas
legislações e práticas administrativas (por exemplo, Normas Técnicas) dos Estados
membros e funcionam como garantia da liberdade de circulação de mercadorias no
mercado interno
Por outro lado, a segurança na utilização desses equipamentos em situações de trabalho
regulada na Directiva Equipamentos de Trabalho (Diretiva 89/655/CEE de 30 de
Novembro, alterada pela Directiva 95/63/CE de 5 de Dezembro e pela Directiva
2001/45/CE de 27 de Junho) estabelece o conjunto de regras reguladoras da segurança
no trabalho com esses equipamentos que tem como destinatários os empregadores. Tais
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regras estabelecem as prescrições mínimas que devem ser respeitadas nas legislações e
práticas administrativas dos Estados membros e funcionam como garantia da
harmonização no progresso das condições de trabalho.
Aqueles dois princípios significam, na prática, que:
· As regras de segurança das máquinas (Diretiva Máquinas) estabelecidas nos
Estados membros visam a regulação do mercado e não podem ser mais exigentes que a
legislação europeia;
· As regras de segurança no trabalho com as máquinas (Directiva Equipamentos de
Trabalho) estabelecidas nos Estados membros visam a regulação das condições de
trabalho (cariz social) e não podem ser menos exigentes que a legislação europeia.
Estas duas áreas da legislação europeia estão transpostas para a legislação nacional
através dos seguintes diplomas:
· Segurança de máquinas: DL 320/01, de 12 de Dezembro;
· Segurança do trabalho com equipamentos de trabalho: DL 82/99, de 16 de
Março.
Resulta daqui que o último diploma referido contém as regras fundamentais no âmbito
especificamente considerado na segurança e saúde do trabalho. Todavia, ao regular
as prescrições mínimas de segurança e de saúde na utilização de equipamentos de
trabalho, não prejudica (até supõe) a legislação relativa às exigências essenciais de
segurança no fabrico e na comercialização desses equipamentos..

Comercialização das máquinas


Como já se referiu, as regras relativas à comercialização das máquinas encontram-se
estabelecidas no DL 320/01, de 12 de Dezembro, o qual transpõe para o direito
nacional a Diretiva Máquinas.

Máquinas e componentes de segurança


As regras estabelecidas naquele regime aplicam-se a dois tipos de situações -
máquinas e componentes de segurança – sendo que tais conceitos devem-se
entender do seguinte modo:

Máquina: i) Conjunto de peças ou de órgãos ligados entre si, em que pelo


menos um deles é móvel e, se for caso disso, de acionadores, de circuitos de
comando e de potência, etc., reunidos de forma solidária com vista a uma
aplicação definida, nomeadamente para a transformação, o tratamento, a
deslocação e o acondicionamento de um material;

ii) Um conjunto de máquinas que, para a obtenção de um mesmo resultado, estão


dispostas e são comandadas de modo a serem solidárias no seu funcionamento;

iii) Um equipamento intermutável que altera a função de uma máquina, colocada no


mercado com o intuito de ser montada pelo próprio operador, quer numa
máquina, quer numa série de máquinas diferentes, quer ainda num trator,
desde que o referido equipamento não constitua uma peça sobresselente nem
uma ferramenta;

· Componente de segurança: Um equipamento que não seja um equipamento


intermutável, e que o fabricante ou o seu mandatário estabelecido na Comunidade
coloque no mercado com o objetivo de assegurar, através da sua utilização, uma função

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de segurança, e cuja avaria ou mau funcionamento ponha em causa a segurança ou


saúde das pessoas expostas.

A lei excepciona do regime de exigências relativas à comercialização diversos


equipamentos entre os quais podemos salientar alguns que poderão ser mais
pertinentes para o sector da metalurgia e metalomecânica, tais como:

· As máquinas que têm na força humana a única fonte de energia, exceto se


forem destinadas à elevação de cargas;
· Os dispositivos médicos;
· Os materiais para feiras e parques de diversão;
· As caldeiras e os recipientes sob pressão;
· As armas de fogo;
· Os reservatórios e as condutas de combustível e substâncias perigosas;
· Os meios de transporte;
· Os tractores agrícolas e florestais;
· Os ascensores dos edifícios e das construções (neste último caso só em certas
condições).

Princípios de segurança
O princípio geral estabelecido na Diretiva Máquinas indica que a colocação no
mercado e a entrada em serviço das máquinas e componentes de segurança
abrangidos só é possível se não comprometer a segurança e a saúde de quem quer
que seja.

E, em tal contexto, a norma refere que o fabricante deverá conceber e fabricar os


equipamentos em função da avaliação de riscos que previamente deve ter realizado
sobre o equipamento projetado, tendo particularmente em conta o conjunto dos
princípios específicos que se passam a enumerar.

· Segurança integrada:
Princípios gerais:

§ Eliminar ou reduzir tanto quanto possível os riscos na concepção e fabrico da


máquina;
§ Implementar as medidas de protecção necessárias e adequadas aos riscos não
eliminados (protecção de máquinas);
§ Informar os adquirentes da máquina dos seus riscos residuais, bem como da
necessidade de formação específica e de protecção individual;

Princípios específicos:
§ Aptidão da máquina para cumprir a função a que se destina;
§ Programação adequada do serviço de manutenção;
§ Extensão da fiabilidade da máquina à montagem, desmontagem e todo o ciclo de vida
útil do equipamento incluindo situações anómalas previsíveis;

Previsão de coeficiente de segurança da máquina aferido não só pela sua normal


utilização, mas também pela utilização que pode ser razoavelmente esperada;
§ Consideração na concepção e fabrico da máquina dos princípios ergonómicos
(incómodo, fadiga e stress do operador);
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§ Consideração na concepção e fabrico da máquina das limitações impostas ao operador


pela utilização de equipamentos de protecção individual;
§ Fornecimento da máquina com todos os equipamentos e acessórios especiais
essenciais à sua utilização e regulação sem riscos;
§ Fornecimento da máquina com o manual de instruções;

· Materiais e produtos: Consideração dos riscos associados aos materiais incorporados


no fabrico da máquina e aos produtos utilizados no seu funcionamento;

· Iluminação: Incorporação na máquina de sistema de iluminação local adequado


quando necessário ao seu funcionamento sem riscos;

· Manuseamento: Consideração dos factores de risco associados ao manuseamento da


máquina (meios de preensão para movimentação manual, acessórios para movimentação
mecânica, condições para manuseamento de ferramentas, condições para
armazenamento seguro, etc);

· Comandos: Segurança e fiabilidade dos sistemas de comando; requisitos de


segurança dos órgãos de comando; arranque subordinado a uma ação voluntária do
operador; paragem normal total em condições de segurança;
incorporação de sistema de paragem de emergência; sistema de paragem dos
equipamentos a montante e a jusante nas instalações complexas; incorporação
de seletor de modo de marcha; sistema de segurança de avaria do circuito de
alimentação de energia; orientação para o operador dos suportes lógicos;

· Riscos mecânicos: Requisitos de estabilidade; capacidade de resistência às


solicitações resultantes da operação; sistema de segurança contra riscos de
queda e projeção de objetos; sistema de segurança contra riscos de contacto
(com superfícies, arestas e ângulos); sistema de segurança nas máquinas
combinadas; segurança e fiabilidade nos sistemas de variação de velocidade
das ferramentas; prevenção de riscos associados aos elementos móveis;
seleção adequada dos protetores dos elementos móveis;

· Protetores e dispositivos de proteção: Requisitos gerais dos protetores;


requisitos especiais dos protetores; requisitos especiais para os dispositivos
de proteção;

· Requisitos a observar quanto a outros riscos: Energia elétrica;


eletricidade estática; outras energias; erros de montagem; temperaturas
extremas; incêndio; explosão; ruído; vibrações; radiações; radiações exteriores;
laser; emissões (poeiras, gases, líquidos, vapores e outros resíduos);
aprisionamento; queda;

· Manutenção: Pontos de intervenção (regulação, lubrificação e manutenção)


fora das zonas perigosas; adequabilidade dos meios de acesso ao posto de
trabalho ou pontos de intervenção; isolamento das fontes de energia; limitação
das causas de intervenção do operador; sistema de segurança na limpeza de
partes interiores que tenham contido substâncias perigosas;

· Indicações: Ergonomia nos dispositivos de informação; perceptibilidade dos


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sistemas de alerta e dos sistemas de aviso sobre riscos residuais.


Para além destes requisitos gerais, a Diretiva Máquinas estabelece requisitos
adicionais para determinadas categorias de máquinas, tais como:

· Máquinas agro-alimentares;
· Máquinas portáteis mantidas em posição e ou guiadas à mão;
· Máquinas para madeira e materiais similares;
· Máquinas com riscos associados à sua mobilidade;
· Máquinas destinadas a realizar operações de elevação de cargas;
· Máquinas destinadas a realizar operações de elevação ou deslocação de
pessoas;
· Máquinas destinadas à utilização em trabalhos subterrâneos.

Marcação CE e avaliação da conformidade


A garantia da observância dos requisitos de segurança estabelecidos na Diretiva
Máquinas numa determinada máquina face ao mercado é conferida pela Marcação
CE que deve ser aposta no produto (máquina ou componente de segurança) colocado
no mercado, pelo que esta marcação também constitui um outro requisito obrigatório a
acrescentar a todos os outros já referidos.
Esta marcação CE, por sua vez, enquanto elemento de garantia, supõe, que a
conformidade foi aferida por uma de duas formas possíveis: por presunção ou por
avaliação.

Por presunção de conformidade: Constitui a regra geral.


Procedimentos: i) Para as máquinas em geral, o fabricante faz a marcação
CE na sequência de ter declarado que a máquina ou componente de
segurança está conforme às exigências de segurança estabelecidas (emissão
da Declaração CE de Conformidade). Neste caso, a avaliação da
conformidade consiste na constituição, por parte do fabricante, do processo
técnico de fabrico da máquina, o qual deve ser guardado e disponibilizado às
autoridades competentes sempre que solicitado; ii) Para as máquinas
consideradas com riscos especiais e previstas especificamente como tal na
Directiva (por exemplo, máquinas de trabalhar madeira e várias máquinas
usadas na metalomecânica), se respeitarem normas técnicas harmonizadas, o
fabricante constitui o processo técnico de fabrico da máquina e envia-o a um
Organismo Notificado (entidade designada pela Direcção-Geral da Indústria e
acreditada para o efeito pelo IPQ, como, por exemplo, o CATIM);
· Por avaliação da conformidade: Aplicável às máquinas consideradas com
riscos especiais, acima mencionadas e quando estas não respeitem normas
técnicas harmonizadas.
Procedimentos: O fabricante deve submeter o dossier de fabrico junto de um
organismo notificado, o qual poderá desencadear uma das seguintes situações:
o Recepção do dossier técnico de fabrico;
o Análise da conformidade do dossier técnico de fabrico com as normas harmonizadas;
o Em última instância, a realização do exame CE tipo à máquina.
Figura 1: Exemplo de uma declaração CE de conformidade Assim, no caso de
aquisição de máquinas novas, deve ser solicitado ao fabricante ou fornecedor da
máquina as seguintes evidências, como presunção de conformidade:
· Que a máquina esteja de acordo com a Directiva 98/37/CE, cumprindo com os
requisitos essenciais de segurança e saúde que lhe são aplicáveis;
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· Que no acto de entrega a máquina seja acompanhada de literatura técnica,


nomeadamente o manual de instruções em língua portuguesa;
· Que a máquina seja acompanhada de uma Declaração CE de Conformidade redigida
em língua portuguesa;
· Que a máquina tenha aposta a marcação CE.

3. Utilização de equipamentos de trabalho


Como já se referiu, as regras relativas à utilização de equipamentos de trabalho
encontram-se estabelecidas no DL 82/99, de 16 de Março, o qual transpõe para o
direito nacional as disposições comunitárias relativas a Equipamentos de Trabalho
(Diretiva n.º 89/655/CEE, alterada pela Diretiva n.º 95/63/CE). Recentemente foi
adotada na U E um novo normativo (Diretiva 2001/45/CE de 27-06-01) que introduz
mais uma alteração àquela Diretiva, regulando a utilização de equipamentos
utilizados em trabalhos temporários em altura (escadas, andaimes, técnicas de acesso
e de posicionamento por meio de cordas). Tal alteração ainda não foi transposta para
a legislação nacional (o prazo de transposição decorre até 19 de Julho de 2004 e
permite o estabelecimento de um período transitório de aplicação de 2 anos após a
publicação da lei nacional).

Diretiva “Equipamentos de Trabalho”


Importa considerar, desde logo, que este diploma regula as prescrições mínimas de
segurança e de saúde na utilização de equipamentos de trabalho, pelo que não
prejudica (até supõe) a legislação relativa às exigências essenciais de segurança no
fabrico e na comercialização desses equipamentos (segurança de máquinas).
De qualquer modo a sua abrangência dirige-se já não ao fabricante e aos circuitos de
comercialização dos equipamentos, mas ao empregador e às condições efectivas da
utilização no trabalho de tais equipamentos. Além disso, o conceito aqui presente
“equipamento de trabalho” é mais vasto que o conceito de “máquina”, pois abrange
qualquer máquina, aparelho, ferramenta ou instalação utilizada no trabalho.
Deve, pois, concluir-se que mesmo no caso da utilização de uma máquina certificada o
empregador não está dispensado da obrigação de identificar os perigos que lhe
estejam associados e avaliar os riscos relacionados com a sua utilização concreta no
contexto de trabalho real em que tal equipamento vai operar. Sucede, todavia, que se
tal equipamento estiver já certificado aquela tarefa encontra-se facilitada, na medida
em que o respectivo Manual de Instruções fornecido pelo fabricante ou vendedor
constituirá um auxiliar precioso. Todavia, muitos são, ainda, os equipamentos em
utilização que não reúnem tais requisitos, pelo que nestes casos as prescrições do
regime da utilização produtiva dos equipamentos de trabalho assume uma importância
ainda mais decisiva. Não se pretende, naturalmente, com este diploma que todas as
máquinas usadas atinjam um nível de segurança idêntico ao das máquinas novas, nas
quais a segurança foi integrada desde a fase de concepção. Cabe, no entanto, ao
empregador, a fim de assegurar a segurança e a saúde dos trabalhadores na
utilização dos equipamentos de trabalho, as obrigações seguintes:
· Assegurar a adequação dos equipamentos de trabalho ao trabalho a efectuar e
à garantia da segurança e a saúde dos trabalhadores durante a sua utilização;
· Atender, na escolha dos equipamentos de trabalho, aos riscos associados à
sua natureza e à sua utilização;
· Adequar os postos de trabalho e a actividade dos trabalhadores em função da
utilização dos equipamentos de trabalho, atendendo ainda aos princípios
ergonómicos;
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· Adotar as medidas adequadas para minimizar os riscos residuais se os


procedimentos referidos se revelarem insuficientes à prevenção dos riscos
associados aos equipamentos de trabalho;
· Assegurar a manutenção adequada dos equipamentos de trabalho durante o
seu período de utilização, de modo que os mesmos respeitem os requisitos
mínimos de segurança;
· Garantir que todos os equipamentos com riscos específicos sejam reservados
a operadores especializados.
· Assegurar, quanto aos equipamentos cujas condições de segurança dependam
das condições de instalação, a sua verificação por pessoa competente após
montagem e antes do início da sua utilização, bem como em intervalos
regulares e quando ocorrem fatos excepcionais susceptíveis de alterar a sua
segurança. Em tal caso, deve haver lugar à emissão de um relatório (a ser
arquivado na empresa durante um período de 2 anos) onde conste a
identificação do equipamento, do tipo de verificação ou ensaio, do local e data
da verificação, do prazo para reparação de deficiências e da pessoa
competente que realizou a verificação ou ensaio.
Estas obrigações trazem aos utilizadores de máquinas (empregadores) a necessidade
de reconversão de variados equipamentos de trabalho em serviço nas suas empresas,
de modo a que possam satisfazer os requisitos mínimos de segurança estabelecidos
neste diploma legal. Com efeito:
· Todas as máquinas fixas e portáteis já em serviço nas empresas (até 01/01/93)
deveriam ter sido adaptadas em conformidade com as disposições legais até
25 de Setembro de 1997 (por força do D.L n.º 331/93, de 25-10);
· E, os equipamentos móveis e os equipamentos destinados à elevação de
cargas colocados à disposição dos trabalhadores antes de 8 de Dezembro de
1998 devem satisfazer os requisitos mínimos de segurança até 8 de
Dezembro de 2002 (por força do D.L. 82/99, de 16-03);
· E, finalmente, os equipamentos colocados pela primeira vez à disposição dos
trabalhadores não podem deixar de satisfazer os requisitos estabelecidos na

Diretiva Máquinas.

Como forma de proteger o mercado português contra a proliferação na aquisição de


máquinas em segunda mão, sem cumprimento dos requisitos mínimos de
segurança, deve ser solicitado ao comerciante ou fornecedor da máquina as seguintes
evidências que resultam de exigências estabelecidas no D.L. n.º 214/95, de 18 de
Agosto:
· Inspeção por um Organismo Notificado;
· Declaração de venda do cedente;
· Manual de instruções em português.
Estas exigências são aplicadas à comercialização de máquinas usadas ou
recondicionadas contendo riscos elevados e que são referidas na Portª 172/2000, de
23 de Março, as quais compreendem diversas máquinas dos sectores seguintes:
· Indústria metalomecânica;
· Trabalho com madeira;
· Indústria de papel e artes gráficas;
· Indústria alimentar;
· Indústria da cortiça;
· Transformação de pedra;
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· Indústria têxtil;
· Equipamentos de elevação e de movimentação;
· Agricultura;
· Trabalhos subtrerrâneos;
· Outras máquinas (de corte, moagem e trituração, injecção e compressão,
dispositivos relacionados com cardans amovíveis, pirotecnia).
Em suma, o período de adaptação encontra-se concluído, pelo que, presentemente,
todos os equipamentos de trabalho têm que observar os requisitos de segurança
legalmente estabelecidos. A este propósito, importa reconhecer que esta reconversão
confronta os empregadores com algumas dificuldades, nomeadamente :
· Elevados custos de alteração e reconversão dos equipamentos;
· Interpretação e definição dos requisitos mínimos aplicáveis em alguns
equipamentos;
· Reduzida quantidade de documentação técnica para apoio à análise das
necessidades de segurança dos equipamentos e definição das soluções a
adoptar;
· Reduzido número de empresas idóneas para a execução das soluções
técnicas preconizadas.
Todavia, trata-se não só de uma obrigação legal, mas, também, de um desafio que se
torne necessário encarar na perspectiva da modernização da indústria do sector, haja
em vista que se trata de legislação europeia e, como tal, determinante na
competitividade das nossas empresas.
Requisitos mínimos de segurança dos equipamentos de trabalho
Sucintamente enumeram-se de seguida os principais requisitos gerais de segurança
aplicáveis à utilização aos equipamentos de trabalho.
· Sistemas de comando:
o Os sistemas de comando que tenham incidência sobre a segurança devem
ser claramente visíveis, identificáveis e com marcação apropriada ;
o Os sistemas de comando devem ser colocados fora de zonas perigosas, de
modo a que o seu accionamento, por manobra não intencional, não
ocasione riscos suplementares;
o O operador deve poder observar toda a zona de trabalho, principalmente as
zonas perigosas;
o Os sistemas de comando devem ser seguros;
· Arranque do equipamento :
o Sistema de comando de acção voluntária para:
§ Colocação em funcionamento;
§ Arranque após uma paragem;
§ Sofrer uma modificação importante das condições de
funcionamento;
· Paragem do equipamento :
o Um sistema de comando que permita a paragem geral em condições de
segurança e um dispositivo de paragem de emergência;
o A ordem de paragem deve ter prioridade sobre as ordens de arranque;
o A alimentação de energia dos accionadores do equipamento deve ser
interrompida sempre que se verifique a paragem do equipamento ou dos
seus elementos perigosos;
· Estabilidade e rotura:
o Estabilização dos equipamentos de trabalho e respectivos elementos, por
fixação ou por outros meios ;
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o Medidas adequadas, se existirem riscos de estilhaçamento ou de rotura de


elementos.
· Projeções e emanações :
o O equipamento de trabalho que provoque riscos devido a quedas ou a projeções de
objectos deve dispor de dispositivos de segurança adequados ;
o O equipamento de trabalho que provoque riscos devido a emanações de
gases, vapores ou líquidos, ou a emissão de poeiras, deve dispor de
dispositivos de retenção ou de extracção eficazes, instalados na
proximidade da respectiva fonte;
· Riscos de contacto mecânico :
o Colocação de protectores que impeçam o acesso às zonas perigosas dos
elementos móveis ou colocação de dispositivos que interrompam o
movimento dos elementos móveis antes do acesso a essas zonas;
o Exigências quanto às características dos protectores e dispositivos de
proteção;
o Os protectores e dispositivos de protecção devem permitir, sem a sua
desmontagem, as intervenções necessárias;
· Iluminação e temperatura :
o Iluminação conveniente das zonas e pontos de trabalho;
o Protecção contra os riscos de contacto ou de proximidade, por parte dos
trabalhadores, às partes dos equipamentos que atinjam temperaturas elevadas e baixas;
· Dispositivos de alerta :
o Devem ser ouvidos e compreendidos facilmente e sem ambiguidades;
· Manutenção do equipamento :
o As operações de manutenção devem poder efectuar-se com o equipamento
de trabalho parado;
o O livrete de manutenção deve estar actualizado;
o Os trabalhadores devem ter acesso a todos os locais necessários para
operações de produção, regulação e manutenção e permanecer neles em
segurança;
· Riscos eléctricos, de incêndio e de explosão:
o Protecção contra os contactos directos e indirectos com a electricidade;
o Protecção contra os riscos de incêndio, sobreaquecimento ou libertação de
gases, poeiras ou outras substâncias produzidas pelos equipamentos ou
neles utilizadas ou armazenadas;
o Prevenir os riscos de explosão dos equipamentos ou de substâncias por
eles produzidas ou neles utilizadas ou armazenadas;
· Fontes de energia:
o Os equipamentos devem dispor de dispositivos que permitam isolá-los de
cada uma das suas fontes de energia e, em caso de reconexão, esta deve
ser feita sem risco para os trabalhadores.
· Sinalização de segurança:
o Os equipamentos de trabalho devem estar devidamente sinalizados, com
avisos ou outra sinalização que seja indispensável para garantir a
segurança dos trabalhadores.
15
Para além destes requisitos gerais revela-se ainda de particular importância o conjunto
de requisitos específicos complementares estabelecidos para os equipamentos móveis
e para os equipamentos de elevação de cargas estabelecidos quer quanto à estrutura
desses equipamentos, quer quanto às condições da sua utilização, conforme se
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enuncia de seguida.
· Requisitos complementares dos equipamentos móveis e sua utilização:
o Adaptação dos equipamentos que assegurem o transporte de
trabalhadores, em particular no que respeita aos riscos de contacto com as
rodas ou lagartas e de capotamento;
o Sistema de segurança na transmissão de energia;
o Protecção contra o risco de capotamento de empilhadores;
o Sistemas de protecção contra os riscos associados aos equipamentos
móveis automotores;
o Condução reservada a trabalhadores devidamente habilitados;
o Estabelecimento de regras de circulação se os equipamentos se
movimentarem em zonas de trabalho;
o Interdição de circulação de trabalhadores a pé nas zonas em que operem
equipamentos de trabalho automotores, excepto se a deslocação for
necessária para a execução dos trabalhos e estiverem implementadas
medidas adequadas a evitar que sejam atingidos pelos equipamentos;
o Transporte de trabalhadores em lugares seguros nos equipamentos de
trabalho móveis accionados mecanicamente e redução da velocidade se for
necessário efectuar trabalhos durante a deslocação;
o Utilização de equipamentos de trabalho móveis, com motor de combustão,
em zonas de trabalho restrita a locais que tenham uma quantidade de ar
suficiente para evitar riscos para a segurança ou saúde dos trabalhadores.
· Requisitos complementares dos equipamentos de elevação de cargas e sua
utilização:
o Garantia da solidez e estabilidade durante a sua utilização ;
o Instalação de modo a reduzir o risco de as cargas colidirem com os
trabalhadores, balancearem perigosamente, bascularem, caírem ou de se
soltarem involuntariamente;
o Indicação, de forma bem visível, da sua carga nominal;
16
o Acessórios de elevação com a marcação das características essenciais da
sua utilização com segurança;
o Sinalização de proibição adequada, no caso de o equipamento de trabalho
não se destinar à elevação de trabalhadores;
o Protecção contra os riscos de queda do habitáculo e esmagamento, bem
como sistema de evacuação do equipamento no caso de acidente;
o Garantia de estabilidade, tendo em conta a natureza do solo;
o Restrição da elevação de trabalhadores a equipamentos de trabalho e
acessórios destinados a essa finalidade específica ou que disponham das
medidas necessárias para garantir a sua segurança, nomeadamente que o
posto de comando esteja ocupado em permanência e os trabalhadores
disponham de meios de comunicação e de evacuação seguros ;
o Interdição da presença de trabalhadores sob cargas suspensas ou da
deslocação de cargas suspensas por cima de locais de trabalho não
protegidos, excepto se a boa execução dos trabalhos não puder ser
assegurada de outra forma e se forem adoptadas as medidas de protecção
adequadas ;
o Garantia dos requisitos de segurança nos acessórios de elevação de
cargas:
§ Serem escolhidos em função das cargas a manipular, dos pontos de
53
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preensão, do dispositivo de fixação e das condições atmosféricas;


§ Ter em conta o modo e a configuração da lingagem ;
§ Serem claramente identificáveis para que o utilizador possa
conhecer as suas características, se não forem desmontados após
a sua utilização ;
§ Serem devidamente armazenados de forma a não se danificarem ou
deteriorarem.
o Garantia dos requisitos de segurança na elevação de cargas não guiadas:
§ Prevenção dos riscos associados à sobreposição de campos de
acção de dois ou mais equipamentos;
§ Adopção de medidas para evitar o basculamento, o capotamento, a
deslocação e o deslizamento dos equipamentos;
§ Prevenção dos riscos associados a condições meteorológicas
adversas (interrupção da utilização dos equipamentos e adopção de
medidas que impeçam o seu capotamento).
o Organização do trabalho na elevação de cargas:
§ Planificação detalhada e vigilância adequada das operações;
§ Coordenação dos operadores se uma carga for levantada
simultaneamente por dois ou mais equipamentos;
§ Designação de um sinaleiro nas situações em que o operador não possa observar todo
o trajecto da carga, directamente ou através de dispositivos auxiliares;
§ Garantia do controlo directo ou indirecto das operações pelo trabalhador quando a
carga for fixada ou libertada manualmente;
§ Evitar a exposição dos trabalhadores aos riscos associados à utilização de
equipamentos que não possam reter cargas.

 Elementos de fixação

Se quisermos fazer uma caixa de papelão, possivelmente usaremos cola, fita


adesiva ou grampos para unir as partes. Por outro lado, se desejamos construir uma
caixa ou engradado de madeira, usaremos pregos ou taxas para unir as partes.

Na industria mecânica é muito comum


percebemos união de peças como chapas, perfis e
barras. Na verdade, em qualquer construção, por mais
simples que seja, exige união de peças entre si.
Entretanto, as peças a serem unidas, exigem elementos
próprios de união que são denominados elementos de
fixação.
Considerando uma classificação geral, os
elementos de fixação mais usados na indústria
mecânica são: parafuso e porca, rebites, pinos, cavilhas,
porcas, arruelas,
chavetas, dentre outros.
Estas uniões, executadas pelos elementos de
fixação, poderão ser efetuadas de duas formas
básicas. Móvel ou permanente.
Arruela
Porca
Parafuso 54
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Quando a união é feita de forma móvel, os elementos de fixação podem ser


colocados ou retirados do conjunto sem causar qualquer dano às peças que foram
unidas. Como exemplo, citamos as uniões feitas com parafusos, porcas e arruelas.

No tipo de união
permanente, os
elementos de fixação,
uma vez instalados, não
podem ser retirados sem
que fiquem inutilizados.
É o caso, por exemplo,
de uniões feitas com
Solda
rebites e soldas. Rebite

Tanto os elementos de fixação móvel como os elementos de fixação


permanentes são usados na indústria com muita habilidade e cautela, pois constituem
geralmente, os componentes mais frágeis da máquina.
Assim, no projeto de um conjunto mecânico é imprescindível escolher o
elemento de fixação adequado aos tipos de peças que irão ser unidas ou fixadas. Em
caso de união de peças robustas, por exemplo, com elementos de fixação fracos e mal
planejados, o conjunto apresentará falhas e poderá ficar inutilizado. Ocorrerá,
certamente, desperdício de tempo, de materiais e de recursos financeiros. Salientamos
ainda, a grande importância de se fazer esta escolha de forma correta para evitar
concentrações de tenção nas peças fixadas, bem como fragilidade do material.

Tipos mais comuns de elementos de fixação

Apresentamos a seguir uma descrição geral de cada um dos elementos de


fixação aqui considerados:

Rebite

O rebite é formado por um corpo e cabeça


cilíndrico. É fabricado em aço, alumínio, cobre
ou latão. Usado para fixação permanente
de duas ou mais peças.

Pino

O pino une peças articuladas.


Nesse tipo de união, uma das peças pode se
movimentar por rotação.

Cavilha

55
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A cavilha tem a função de unir peças que não são articuladas entre si.

Contrapino ou cupilha

O contrapino ou também conhecido como cupilha é uma haste ou arame com


forma semelhante à de um meio-cilindro, dobrado de modo a fazer uma cabeça circular
e tem duas pernas desiguais. Introduz-se o contrapino ou cupilha num furo na
extremidade de um pino ou parafuso com porca castelo. As pernas do
contrapino são viradas para trás e, assim, impedem a saída do
pino ou da porca durante vibrações das peças fixadas.

Parafuso

O parafuso é um elemento de máquina bastante conhecido


devido a sua larga utilização. É formado por um corpo cilíndrico
roscado e uma cabeça, que pode ter várias formas, conforme o uso
pretendido.
Parafuso de cabeça
cilíndrica com
Porca fenda

A porca tem forma prismática, apresentando um furo roscado em seu


centro. Através desse furo, a porca é atarraxada ao parafuso.

Porca sextavada
Arruela chanfrada
Arruela

Arruela é um disco metálico com um furo no centro.


Tem diversas funções associadas ao seu uso, conforme o tipo de
arruela. Uma das funções é não machucar a peça unida pelo
parafuso quando da necessidade de um torque mais excessivo. O corpo do parafuso
passa por esse furo.

Anel elástico
Anel

O anel elástico é usado para


impedir deslocamento de eixos. Serve,

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também, para posicionar ou limitar o movimento de uma peça que desliza sobre um
eixo.

Chaveta

Na literatura, alguns autores classificam a chaveta como elemento de fixação e


outros autores, como elementos de transmissão. Tem corpo em forma prismática ou
cilíndrica podendo ter faces paralelas ou inclinadas, em função da grandeza do esforço e
do tipo de movimento que deve ser transmitido.

Chaveta

 Elementos de transmissão

Nós convivemos, no nosso dia-a-dia, com diversos mecanismos que se utilizam


de elementos de transmissão para poder desempenhar bem a função para a qual foi
projetado. O vídeo cassete, o gravador, o aparador de gramas, o automóvel, dentre
tantos outros. Desta forma, estudaremos aqui alguns elementos de máquinas para
transmissão como correias, correntes, engrenagens, rodas de atrito, roscas e cabos de
aço. Veremos como estes elementos são
montados, ou seja, como formam estes
sistemas de transmissão que tem como
objetivo a transferência de potência e
movimento a um outro sistema.
A t í t u l o d e e x
movimentos montado. Bem como a
identificação dos elementos dinâmicos de
máquinas que o compõe.
U m a c a r a c t e r
rotações entre eixos. Nestes casos o
sistema é chamado de variador. E as
formas mais comuns de se variar a
rotação entre eixos pode se dar pelo uso de
engrenagens, correias ou por atrito.
Formas de transmissão

As transmissões de movimentos podem ser pela forma e por atrito.


A transmissão pela forma é assim chamada porque a forma dos elementos
transmissores é adequada para encaixamento desses elementos entre si. Este tipo de
transmissão são os mais usados, principalmente com os elementos chavetados, eixos-
árvore entalhados e aixos-árvores estriados.

57
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Já a transmissão por atrito possibilita uma boa centralização das peças ligadas
aos eixos. Entretanto, não possibilitam transmissão de grandes esforços quanto os
transmitidos pela forma. Os principais elementos de transmissão por atrito são os
elementos anelares e arruelas estreladas.

Esses elementos
constituem-se de dois anéis
cônicos apertados entre si que
atuam ao mesmo tempo sobre
o eixo e o cubo

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As arruelas estreladas possibilitam grande rigor de movimento axial (dos eixos) e radial
(dos raios). As arruelas são apertadas por meio de parafusos que forçam a arruela contra
o eixo e o cubo ao mesmo tempo.

Descrição dos elementos de transmissão

Estudaremos agora, de uma forma bem simples, os principais elementos de


transmissão utilizados em máquinas e equipamentos. A superficialidade da descrição
deve remeter o estudante a buscar mais a frente os aspectos mais detalhados destes
elementos conforme o curso e aplicabilidade no seu dia-a-dia profissional.

Eixos e árvores

Assim como o homem, as máquinas contam com sua “coluna vertebral” como
um dos principais elementos de sua estrutura física. Esta estrutura constituem: eixos e
árvores, que podem ter perfis lisos ou compostos, em que são montadas as engrenagens,
polias, rolamentos, volantes, manípulos, etc.

Os eixos e as árvores podem ser fixos ou giratórios, têm a principal função de sustentar
os elementos de máquina. No caso dos eixos fixos, os elementos (engrenagens com buchas,
polias sobre rolamentos e volantes) é que giram, fazendo sozinhos os papéis de transmissão de
movimentos.

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Quando se trata de eixo-árvore giratório, o eixo se movimenta juntamente com seus


elementos ou independentemente deles como, por exemplo, eixos de afiadores (esmeris), rodas
de trole (trilhos), eixos de máquinas-ferramenta, eixos sobre mancais, dentre outros tantos.

Material de fabricação

Os eixos e árvores são fabricados em aço ou ligas de aço, pois os materiais


metálicos apresentam melhores propriedades mecânicas (resistência a torção) do que os
outros materiais. Por isso, são mais adequados para a fabricação de elementos de
transmissão:
· eixos com pequena solicitação mecânica são fabricados em aço ao carbono;
· eixo-árvore de máquinas e automóveis são fabricados em aço-níquel;
· eixo-árvore para altas rotações ou para bombas e turbinas são fabricados em
aço cromo-níquel;
· eixo para vagões são fabricados em aço-manganês.

Quando os eixos e árvores têm finalidades específicas, podem ser fabricados em


cobre, alumínio, latão. Logo, o material de fabricação varia de acordo com a função dos
eixos e árvores.

Tipos e características de árvores

De acordo com suas funções, uma árvore pode ser de engrenagens (em que são
montados mancais e rolamentos) ou de manivelas, que transforma movimentos
circulares em movimentos retilíneos.
Para suporte de forças radiais, usam-se geralmente espigas retas, cônicas, de
colar, de manivela e esférica.

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As forças axiais têm direção perpendicular (90º) à seção transversal do eixo,


enquanto que as forças radiais apresentam direção tangente ou paralela à seção
transversal do eixo.

Quanto ao tipo, os
eixos podem ser roscados, ranhurados, estriados, maci-
ços, vazados, flexíveis, cônicos, cujas características estão descritas a seguir.

Eixos maciços

A maioria dos eixos maciços têm seção transversal circular maciça, com degraus
ou apoios para ajuste das peças montadas sobre eles. A extremidade do eixo é chanfrada
para evitar rebarbas e arestas cortantes. As arestas também são arredondadas para aliviar
a concentração de esforços.

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Eixos vazados

Normalmente, as máquinas-ferramenta possuem o eixo-árvore vazado para


facilitar a fixação de peças mais longas para a usinagem. Temos ainda o emprego de
eixos vazados na indústria aeronáutica (motores de avião), por serem mais leves.

Eixos cônicos

Os eixos cônicos devem ser ajustados a um componente que possua um furo de


encaixe cônico. A parte que se ajusta tem um formato cônico e é firmemente presa por
uma porca. Uma chaveta é utilizada para evitar a rotação relativa.

Eixos roscados

Esse tipo de eixo é composto de rebaixos e furos roscados, o que permite sua
utilização como elemento de transmissão e também como eixo prolongador utilizado na
fixação de rebolos para retificação interna e de ferramentas para usinagem de furos.

Eixos- árvore
ranhurados

Esse tipo de eixo apresenta uma série de ranhuras longitudinais em torno de sua
circunferência. Essas ranhuras engrenam-se com os sulcos correspondentes de peças
que serão montadas no eixo. Os eixos ranhurados são utilizados na transmissão de
potências elevadas.

62
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Eixos-árvore estriados

Assim como os eixos cônicos caracterizam-se por garantir uma boa


concentricidade e boa fixação, os eixos-árvore estriados também são utilizados para
evitar rotação relativa em barras de direção de automóveis, alavancas de máquinas etc.

Eixos- árvore
flexíveis

Consistem em uma série de camadas de arame de aço enroladas alternadamente


em sentidos opostos e apertadas fortemente. O conjunto é protegido por um tubo
flexível e a união com o motor é feita mediante uma braçadeira especial com uma rosca.

São eixos empregados para


transmitir movimento a ferramentas
portáteis (roda de afiar), e adequados a
forças não muito grandes e altas
velocidades (cabo de velocímetro, por
exemplo).

Correias
São elementos de máquinas que trnasmitem movimentos de
rotação entre eixos poe intermídio de um conjunto de outros
elementos chamados de polias. As correias podem ser
contínuas ou com emendas. As correias podem
assumir também as formas de “V”, lisa e
dentada.

Polias
São peças cilíndricas, movimentadas pela rotação do eixo do motor e pelas
correias. Seus tipos são determinados pela forma da superfície na qual a correia se
assenta. Elas podem ser planas ou trapeizoidais. As polias planas

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podem apresentar dois formatos na sua superfície de contato. Essa superfície pode ser
plana ou abaulada.
A plana conserva mais as correias e a abaulada guia melhor as correias.

Quanto a polia trapezoidal, podemos afirmar


que recebem este nome porque a superfície na qual a
correia se asenta apresenta a forma de um trapézio. São
providas de canaletas (ou canais, ou ainda gornes) e
são dimensionadas de acordo com o perfil padrão da
correia a ser utilizada.
As polias apresentam braços a partir de 200

milímetros de diâmetro.
Abaixo desse valor, a coroa é ligada ao cubo por meio
de discos (alma).

Além das polias para correias planas e


trapezoidais, existem polias para cabos de aço,
para correntes, polias (ou rodas) de atrito,
polias para correias redondas e para correias
dentadas. Algumas vezes, as palavras roda e
polia são utilizadas como sinônimos.

Na trnasmissão por polias e correias, a


polia que transmite o movimento é
chamada polia motora ou condutora. Já a polia que recebe o movimento é
denominada polia movida ou conduzida. A maneira como a correia é colocada
determina o sentido de rotação das polias. Logo temos:

Sentido direto de rotação – a correia fica reta


e as polias têm o mesmo sentido de rotação

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Sentido inverso de rotação – a correia fica cruzada


e o sentido de rotação das polias se inverte.

São raros os casos, mas há ainda a


possibilidade da transmissão de rotação
entre eixos não paralelos.

Correntes
São elementos de transmissão, geralmente metálicos, construídos de uma série
de anéis ou elos. Existem vários tipos de correntes, e cada tipo possui uma aplicação
específica.

As
correntes transmitem força (potência) e movimento que fazem com que a rotação do
eixo ocorra nos sentidos horário ou anti-
horários. Para isso, as engrenagens devem
estar num mesmo plano. Os eixos de
sustentação das engrenagens ficam
sempre perpendiculares a este plano.
A transmissão é feita por meio do
acoplamento dos elos da corrente com os
dentes da engrenagem. A junção desses elementos gera
uma pequena oscilação durante o movimento. Para
resolver este tipo de problema,
algumas medidas são adotadas,
como: instalação de amortecedores especiais, colocação de apoios ou guias ou ainda a
colocação de um dispositivo chamado esticador ou tensor. Este último tem a finalidade
de reduzir grandes folgas melhorando sensivelmente o contato das engrenagens com a
corrente.

Engrenagens

Bastante conhecidas como rodas destadas, as engrenagens são elementos de


máquinas usados na transmissão de força (potência) e movimento entre eixos. Existem
vários tipos de engrenagens, que são usados de acordo com as peculiaridades e

65
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necessidades da transmissão pretendida. São também utilizadas com o objetivo de variar


o número de rotações e o sentido da mesma entre eixos.
Na figura ao lado
demosntramos uma engrenagem,
onde nominamos algumas de suas
partes.
Existem diferenças também
quanto a apresentação do corpo de
uma engrenagem, como segue:

Corpo em forma de disco Corpo em forma de disco


com furo central com cubo e furo central

Corpo com 4 furos, cubo Corpo com braços, cubo


e corpo central e furo central
Destacamos os dentes como o elemento mais importante de uma engrenagem,
pois é através deles que ocorre a transmissão propriamente dita. Assim, na figura ao
lado, apresenta as partes principais
de um dente de engrenagem.
Para produzir o movimento
de rotação, as rodas devem estar
engrenadas. Estas se engrenam
quando os dentes de uma se
encaixam nos vãos dos dentes da
outra engrenagem. Desta forma, para
se realizar trabalho de transmissão é

66
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necessário que haja um conjunto de no mínimo duas engrenagens corretamente


engrenadas.
Quando um par de engrenagens possui rodas de
tamanhos diferentes, a engrenagem maior é dita coroa
enquanto a menor chamamos de pinhão.
Os materiais utilizados na fabricação de engrenagens
são: aço-liga fundido, ferro fundido, cromo-níquel,
bronze fosforoso, alumínio e náilon.

Tipos de engrenagens

Há alguns tipos diferentes de engrenagens, que são


escolhidos de acordo com a função a que vão ser
requisitadas. A escolha do tipo certo da engrenagem utilizada
para transmissão garante um melhor desempenho do trabalho
realizado por estas. Os tipos mais comuns são:

Engrenagens cilíndricas

Possuem este norme devido a forma cilíndrica e podem ter dentes retos ou
helicoidais (inclinados em forma de hélice).

Engrenagem cilíndrica de
Engrenagem cilíndrica de dentes helicoidais
dentes retos
Os dentes retos são paralelos entre si e igualmente paralelos ao eixo da
engrenagem, já os dentes helicoidais são paralelos entre si porém oblíquos em relação
ao eixo da engrenagem.
As engrenagens
cilíndricas transmitem
rotação e potência entre
eixos paralelos.

As engrenagens
helicoidais transmitem
rotação e potência entre
eixos reversos (não
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paralelos). Funcionam de forma mais suave que as engrenagens cilíndricas de dentes


retos, tornando o ruído muito menor.
Engrenagens cônicas

Possuem forma de um
tronco de cone.
Elas também podem ter
dentes retos ou helicoidais.
As engrenagens cônicas
transmitem rotação e potência
entre eixos concorrentes, que são
aqueles eixos que, quando
prolongados, encontrar-se-iam
em um mesmo ponto. Na figura
ao lado, o ponto A determina o ponto de encontro entre os dois eixos imaginariamente
prolongados, bem como o ângulo por estes formados.
Engrenagens helicoidais

Nas engrenagens helicoidais os dentes são oblíquos


em relação ao eixo.
Entre as engrenagens helicoidais, a engrenagem
para rosca sem fim merece atenção especial. Essa
engrenagem é usada quando se deseja uma redução de
velocidade na transmissão do movimento.
Os dentes da engrenagem helicoidal para a rosca
sem fim são côncavos, pois são dentes curvos, ou seja,
menos elevados no meio do que nas bordas para grantir um
perfeito engrenamento. No engrenamento apresentado, o
parafuso sem fim é o pinhão e a engrenagem helicoidal a coroa. Destacamos também
que esta transmissão se dá também entre eixos não coplanares.

Cremalheira

È uma barra provida de dentes, destinada a


engrenar uma roda dentada. Com esse sistema,
pode-se transformar movimento de rotação em
movimento retilíneo alternado e vice-versa.

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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Rodas de atrito

São elementos de máquinas que transmitem movimento por atrito entre dois
eixos paralelos ou que se cruzam.

Roscas

Constituem saliências de perfil constante, em forma de hélice (helicoidal). As


roscas se movimentam de modo uniforme, externa ou internamente, ao redor de uma
superfície cinlíndrica ou cônica. As saliências são denominadas filetes.
Existem roscas de transporte ou movimento que transformam o movimento
giratório num movimento longitudinal. Essas roscas são usadas, normalmente, em
tornos e prensas, principalmente quando são freqüentes as montagens e desmontagens.

Cabos de aço

São elementos de transmissão que suportam


cargas (força de tração). Podemos dizer, de uma
forma grasseira, que este elemento de máquina é
feito de arame trefilado a frio. Inicialmente, o arame
é enrolado de modo a formar pernas. Depois as
pernas são enroladas em espirais em torno de um
elemento central chamado núcleo ou alma.
Associados aos outros elementos de
máquinas, como roldanas, os cabos de aço
compõem o sistema de transmissão de movimento.
São muito empregados em equipamentos de
transporte e na
elevação de cargas, como em elevadores,
escavadeiras e pontes rolantes.
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Ponte rolante

Elevador Escavadeira

Componentes

O cabo de aço se
constitui de alma e
perna. A perna se
compõe de vários
arames em torno
de um arame
central, conforme
demonstrado na
figura ao lado.

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Fixação do cabo de aço

Os cabos de aço são fixados em sua extremidade por meio de ganchos ou


laços. Os laços são formados pelo trançamento do próprio cabo. Os ganchos são
acrescentados ao cabo.

Acoplamento

Utilizando um conceito
mais formal, podemos dizer
que o acoplamento é um
conjunto mecânico, contituido
de elementos de máquinas,
empregado na transmissão de
movimento de rotação entre
duas árvores ou eixo-árvores.
Os acoplamentos podem ser fixos, elásticos e móveis.

Acoplamentos fixos

Os acoplamentos fixos servem para unir árvores de tal maneira como se fossem
uma única peça, alinhando as árvores de forma precisa. Por motivos de segurança os
acoplamentos devem ser construidos de forma que naõ apresentem nenhuma saliência.
A seguir vamos demonstrar alguns tipos de acoplamentos fixos.

Acoplamento rígido com flanges


parafusados

Esse tipo de acoplamento é


utilizado quando se pretende
conectar árvores, e é proprio para
a transmissão de grande potência
em baixa velocidade.

Acoplamento com luva de compressão ou de aperto

Esse tipo de luva


facilita a manutenção de
máquinas e equipamentos,
com a vantagem de não
interferir no
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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

posicionamento das árvores, podendo inclusive ser montado e removido sem


problemas de alinhamento.

Acoplamento de discos ou pratos

Empregado
na transmissão de
grandes potências
em casos especiais,
como, por
exemplo, nas
árvores de turbinas.
As superfícies de
contato nesse tipo de acoplamento podem ser lisas ou dentadas.

Acoplamentos elásticos

Esses elementos tornam mais suaves a transmissão do movimento em árvores


que tenham movimentos bruscos, e permitam o funcionamento do conjunto com
desalinhamento paralelo, angular e axial entre árvores.

Os acoplamentos elásticos são construidos em forma artivulada, elástica ou


articulada elástica. Permitem a compensação de até 6 graus de ângulo de troção e
deslocamento angular axial. Os acoplamentos eásticos podem se apresentar nos
seguintes tipos:

Acoplamento elástico de pinos

Os elementos transmissores
são pinos de aço com mangas de
borracha.

Acoplamento perflex

Os discos de acoplamento
são unidos perifericamente por
uma ligação de borracha apertada
por anéis de pressão. Esse
acoplamento permite o jogo
longitudinal de eixos.

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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Acoplamento elástico de garras

As garras, constituídas por tocos de borracha, encaixan-se nas aberturas


do contradisco e transmitem o movimento de rotação.

Acoplamento elástico de fita de aço

Consiste de dois cubos providos de flanges ranhurados, nos quais está


montada uma grade elástica que liga os cubos. O conjunto está alojado em duas
tampas providas de junta de encosto e de retentor elástico junto ao cubo. Todo o
espaço entre os
cabos e as tampas é
preenchido com
graxa.
Apesar deste
acoplamento ser
flexivel, as árvores
devem estar bem
alinhadas no ato de
sua instalação para
que não provoquem
vibrações excessivas
em serviço.

Acoplamento de dentes arqueados

Os dentes possuem a forma ligeiramente curva no sentido axial, o que


permite até 3 graus de desalinhamento angular. O anel dentado (peça
transmissora do movimento)
possui duas carreiras de dentes
que são separadas por uma
saliência central.

Junta universal homocinética

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Esse tipo de junta é usado para transmitir movimento entre árvores que
precisam sofrer variação angular durante sua atividade. Essa junta é contituída
de esferas de aço que se alojam em calhas.
Na ilustração a seguir, temos um exemplo típico de junta homocinética
utilizadas em veículos.

Acoplamentos móveis

São empregados para permitir o jogo


longitudinal das árvores. Esses acoplamentos
transmitem força e movimento somente
quando acionados, isto é, obedecem a um
comando.
Os acoplamentos móveis podem ser:
de garras ou dentes, e a rotação é transmitida
por meio do encaixe das garras ou de dentes.
Geralmente, esses acoplamentos são
usados em aventais e caixas de engrenagens
de máquinas-ferramenta convencionais.

Molas

As molas são muito usadas como componentes de fixação elástica. Elas sofrem
deformação quando recebem a ação de alguma força, mas voltam ao estado normal, ou
seja, ao repouso, quando a força cessa.
As uniões elásticas são usadas para amortecer choques, reduzir ou absorver
vibrações e para tornar possível o retorno de um componente mecânico à sua posição
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primitiva. Como exemplo de utilização temos: estofamentos, fechaduras, válvulas de


descarga, suspensão de automóvel, relógios, brinquedos...
São portanto usadas, principalmente, nos casos de armazenamento de energia,
amortecimento de choques, distribuição de cargas, limitação de vazão, preservação de
junções ou contatos.

Armazenamento de energia

Nesse caso, as molas são utilizadas para acionar mecanismos de relógios, de


brinquedos, de retrocesso das válvulas de descarga e aparelhos de controle.

Amortecimento de choques

As molas amortecem choques em suspensão e pára-choques de veículos, em


acoplamento de eixos e na proteção de instrumentos delicados ou sensíveis.

Distribuição de cargas

As molas distribuem cargas em estofamentos de poltronas, colchões, estrados


de camas e veículos em que, por meio de molas, a carga pode ser distribuída pelas
rodas.

Limitação de vazão

As molas regulam a vazão de água em válvulas e registros e a vazão de gás


em bujões ou outros recipientes.

Preservação de junções ou contatos

Nesse caso, a função das molas é a de


preservar peças articuladas, alavancas de
contato, vedações, etc. que estejam em
movimento ou sujeitas a desgastes.

Tipos de mola

Os diversos tipos de molas podem ser classificados quanto à sua forma


geométrica ou segundo o modo como resistem aos esforços.

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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Quanto à forma geométrica, as molas podem ser helicoidais (forma de hélice) ou


planas.

Quanto ao
esforço que suportam, as molas podem ser de tração, de compressão ou de torção.

Molas

helicoidais

A mola helicoidal é a mais usada em mecânica. Em geral, ela é feita de barra de


aço enrolada em forma de hélice cilíndrica ou cônica. A barra de aço pode ter seção
retangular, circular, quadrada, etc. Em geral, a mola helicoidal é enrolada à direita.
Quando a mola helicoidal for enrolada à esquerda, o sentido da hélice é ser indicado no
desenho.

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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

As
molas helicoidais podem funcionar por compressão, por tração ou por torção.
A mola helicoidal de compressão é formada por espirais. Quando esta mola é
comprimida por alguma força, o espaço entre as espiras diminui, tornando menor o
comprimento da mola. Um exemplo desta mola é demonstrado na
figura acima.

A mola helicoidal de tração possui ganchos nas extremidades,


além das espiras. Os ganchos são também chamados de olhais.
Para a mola helicoidal de tração desempenhar sua função, deve
ser esticada, aumentando seu comprimento. Em estado de repouso, ela
volta ao seu comprimento normal.

Observe alguns exemplos de mola de torção nas figuras abaixo.

Vejamos agora exemplos de molas


helicoidais cônicas e suas aplicações em alguns
utensílios.

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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Algumas molas padronizadas são produzidas por fabricantes específicos. Outras


são executadas de acordo com as especificações do projeto, segundo medidas
proporcionais padronizadas.
A seleção de uma mola depende
das respectivas formas e solicitações
mecânicas a que a mesma vai ser
solicitada.
Para se poder ler e interpretar os
desenhos técnicos de molas diversas é
necessário conhecer bem suas
características. Logo, o bom profissional
em contato com este material não se
limitará apenas a esta abordagem.

Came

Came é um elemento de máquina cuja


superfície tem um formato especial.
Normalmente, há um excêntrico, isto é,
essa superfície possui uma excentricidade
que produz movimento num segundo
elemento denominado seguidor.

Seguidor

Came

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Balancim

Mola
À medida que a came
vai girando, o seguidor sobe e
desce, ou vice-versa.

Haste

Válvula

Came

Came

Abaixo, dois momentos destacados desses movimentos.

Tipos

As cames geralmente se classificam nos seguintes tipos: de disco, de tambor,


frontal e de quadro.
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Came de disco

É uma came rotativa e excêntrica. Consta de um disco, devidamente perfilado,


que gira com velocidade constante, fixado a um eixo. O eixo comanda o movimento
alternativo axial periódico de uma haste denominada seguidor.
A extremidade da haste da came de disco pode ser: de ponta, de rolo e de
prato.

Came de tambor

As cames de tambor têm, geralmente, formato de cilindro ou cone sobre o qual é


feita uma ranhura ou canaleta. Durante a rotação do cilindro em movimento uniforme,
ocorre o deslocamento do seguidor sobre a ranhura. O seguidor é perpendicular à linha
de centro do tambor e é fixado a uma haste guia.

Came
frontal

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Tem a forma de um cilindro seccionado, sendo que as geratrizes têm


comprimentos variados. Durante a rotação do cilindro em movimento uniforme, ocorre
o movimento alternativo axial periódico do
seguidor, paralelo à geratriz do tambor.

Quadro com came circular

É constituído de um quadro que encerra


um disco circular. Veja, ao lado, o funcionamento desse tipo de came.
O disco (A), ao girar pelo eixo (O), com movimento uniforme, faz com que o
quadro (B) se desloque com movimentos alternados de vaivém.

Quadro com came triangular

É constituído de um quadro retangular que


encerra um disco triangular. Os lados desse disco são
arcos de circunferência.
O disco triangular, ao girar com movimento
circular uniforme, conduz o quadro num movimento
alternado variado.

Came de palminha

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Palminhas são cames que transformam o movimento circular contínuo em


movimento intermitente de queda. Existem palminhas de martelo e de pilão.

Palminha de martelo

Nesse tipo de came, a distância entre os dentes do elemento condutor deve ter
dimensões que evitem a queda da alavanca sobre o dente seguinte. Portanto, é preciso
que, durante a queda da alavanca, o elemento condutor permaneça girando.

Palminha de pilão

Nesse tipo de came, o elemento


condutor deve ser perfilado de modo que,
durante o movimento circular, a haste do
pilão faça o movimento uniforme de
subida e a sua descida seja rápida.

Representação gráfica do movimento da came de disco

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O disco, ao girar, apresenta seus contornos


excêntricos, com raios variáveis. A haste se desloca
conforme o movimento dado pela excentricidade ou
pela diferença desses raios.

Para melhopr entendimento, observemos a figura anterior. Você pode verificar


que, quando a came gira no sentido da seta A, o seguidor toca a came nos pontos 1', 2',
3', 4'..., retornando ao ponto 1', após uma volta completa. Para obter o
diagrama da came, basta retificar a circunferência de raio 0-1 da figura anterior.

Nesse desenho, o ciclo corresponde à circunferência de raio 0-1 retificada. A


linha formada pelos pontos 1', 2', 3', 4', ... 1', corresponde à curva descrita pelo seguidor,
na qual as alturas 1-1', 2-2', 3-3', 4-4', 5-5', ... 1-1', correspondem às distâncias da
circunferência de raio 0-1 até a superfície percorrida pelo seguidor na came. Esse
gráfico é utilizado para construir a came.

Aplicação das cames

As cames são aplicadas principalmente em:

· máquinas operatrizes
· máquinas têxteis
· máquinas automáticas de embalar
· armas automáticas
· motores térmicos
· comandos de válvulas

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 Elementos de apoio

De um modo geral, os elementos de apoio consistem de acessórios auxiliares para o


funcionamento de máquinas. Aqui, abordaremos os seguintes elementos de apoio:
buchas, guias, rolamentos e mancais.
Na prática, podemos observar que buchas e mancais são elementos que funcionam
conjuntamente. Apenas para facilitar o estudo, eles são descritos separadamente.
Para uma visão mais geral apresentamos algumas das principais informações
relativas aos elementos de apoio.

Buchas

As buchas existem desde que se passou a usar transportes com rodas e eixos. No
caso de rodas de madeira, que até hoje são usadas em carros de boi, já existia o
problema de atrito. Durante o movimento de rotação as superfícies em contato
provocavam atritos e, com o tempo, desgastavam-se eixos e rodas sendo preciso trocá-
los.
Com a introdução das rodas de aço o problema com atritos ainda se manteve. Só
que de uma forma bem maior, pois estas suportam maiores rotações e impactos. A
solução encontrada foi a de colocar um anel de metal entre o eixo e as rodas. Esse anel,
mais conhecido como bucha, reduz bastante o atrito, passando a constituir um elemento
de apoio indispensável.
As buchas podem ser classificadas, quanto ao tipo de solicitação, em buchas de
fricção radial e de fricção axial.
Em determinados trabalhos de usinagem, há a necessidade de furação, ou seja,
de fazer furos. Para isso é preciso que a ferramenta de furar fique corretamente
posicionada para que os furos sejam feitos exatamente nos locais marcados. Nesse caso,
são usadas as buchas-guia para furação e também para alargamento dos furos.

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Guias

As guias também são considerados elementos de apoio de máquinas. A guia tem


a função de manter a direção de uma peça em movimento. Por exemplo, numa janela
corrediça, seu movimento de abrir e de fechar é feito dentro de trilhos. Esses trilhos
evitam que o movimento saia da direção.
A guia tem a mesma função desses trilhos. Numa máquina industrial, como em
uma serra de fita, a guia assegura a direção da trajetória da serra.
Geralmente, usa-se mais de uma guia em máquinas. Normalmente, se usa um
conjunto de guias com perfis variados, que se denomina barramento.
Existem vários tipos de barramento, conforme a função que ele exerce.

Rolamentos e mancais

Os mancais como as buchas têm a função de servir de suporte a eixos, de modo a


reduzir o atrito e amortecer choques ou vibrações. Eles podem ser de deslizamento ou
rolamento.

Os mancais de deslizamento são


constituídos de uma bucha fixada num
suporte. São usados em máquinas pesadas
ou em equipamentos de baixa rotação.

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Os mancais de rolamento dispõem de


elementos rolantes: esferas, roletes e agulhas.

De acordo com as forças que suportam, os


mancais podem ser radiais, axiais ou mistos.

Em relação aos mancais de deslizamento,


os mancais de rolamentos apresentam as seguintes vantagens:
· Menor atrito e aquecimento.
· Pouca lubrificação.
· Condições de intercâmbio internacional.
· Não desgasta o eixo.
· Evita grande folga no decorrer do uso.

Mas os mancais de rolamentos também têm algumas desvantagens:


· Muita sensibilidade a choques.
· Maior custo de fabricação.
· Pouca tolerância para carcaça e alojamento do eixo.
· Não suportam cargas muito elevadas.
· Ocupam maior espaço radial.

 Conjuntos mecânicos

Após conhecermos sucintamente alguns dos elementos de máquinas no que se


refere a transmissão, apoio e elementos elásticos, precisamos aprofundar um pouco mais
nosso conhecimento aprendendo a ler e interpretar desenhos básicos de máquinas e
dispositivos que formam conjuntos mecânicos.
Uma máquina é formada por um ou mais conjuntos mecânicos. No conjunto
mecânico, cada peça tem uma função e ocupa determinada posição. Torno mecânico,
furadeira e fresadoras são exemplos de máquinas. Um dispositivo também é formado

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por um conjunto de peças. Um dispositivo pode ter uma função isolada ou pode ser
colocado em uma máquina para exercer determinadas funções.

A título de conhecimento colocamos a seguir alguns conjuntos mecânicos de


forma a facilitar esta interpretação.

Calço regulável

É um dispositivo que serve de apoio para peças


cilíndricas, utilizado na traçagem e usinagem de peças.
O desenho ao lado representa o calço regulável em
perspectiva explodida. Observando esta perspectiva
podemos perceber que, embora as peças estejam
representadas separadamente, é possível imaginar como
elas se associam umas as outras e como será seu
funcionamento no conjunto.

Grampo fixo

É uma ferramenta utilizada para fixar peças temporariamente. As peças a serem


fixadas ficam no espaço “a”, conforme apresentado na figura. Este espaço pode ser
reduzido ou ampliado de acordo com o movimento rotativo do manípulo (peça nº 4) que
aciona o parafuso (peça nº 3) e o encosto móvel (peça nº 2).
O desenho do conjunto é representado normalmente em vistas ortográficas. Cada
uma das peças que compõem o conjunto é identificada por um numeral.

Serra tico-tico

É um conjunto mecânico que tem como uma das finalidades serrar peças
deixando-as com contornos curvos.

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Na representação ao lado vemos a serra tico-tico cortada, para visualizar os


detalhes internos, e em perspectiva
isométrica.
Fica fácil entender que na peça 1, a
base, estão fixadas as peças 5 e 18:
mancal e cilindro. O mancal e o cilindro
estão fixados na peça 1 por meio das
peças 19 que são parafusos de cabeça
escareadas.
As peças 6, rolamentos, estão
fixadas nas peças 5 e 3, que são mancal e
árvore respectivamente.
As peças 7, discos, estão fixadas
sob pressão no mancal.
Na extremidade esquerda da peça
3, árvore, está fixada a peça 2, polia.
A polia, por sua vez, está fixada na
árvore pela peça 4, parafuso.
Na extremidade direita da árvore
está fixada a peça 8, volante.
Nas xtremidades inferior e
superior da peça 9, biela, estão fixadas as
peças 11, buchas para biela.
A biela e as buchas para biela estão ligadas às peças 8 e 15, volante e pistão.
A peça 16, bucha, está fixada sob pressão no cilindro.
A peça 15, pistão, está fixada sob pressão no pistão.
As peças 13 e 14, parafuso de fixação e pinos, também estão ligadas entre si sob
pressão.
O parafuso de fixação, os pinos e a peça 12, placa, servem para fixar uma das
extremidades da serra tico-tico no pistão.

Funcionamento da serra tico-tico

O movimento, através de uma correia, é transmitido à polia, que movimenta a


árvore e o volante. O volante, por sua vê, movimenta a biela, transformando o
movimento rotativo em movimento retilíneo alternativo. Faz o pistão subir e descer,
movimentando a serra para o corte.

Trabalhos a quente (soldagem, corte e ferramentas


abrasivas);
Soldagem
Solda é o processo de união entre duas superfícies, com ou sem a adição de material
constitutivo ou aditivo, de modo a formar uma junção que possua as propriedades
mecânicas desejáveis ao fim que se destina a obra.

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 Para a efetivação desse processo, um dos meios de aquecimento das superfícies a serem
soldadas é através do calor proveniente da combustão de uma mistura de gases, sendo
um deles o oxigênio, chamado de agente comburente e outro que pode ser : acetileno,
Hot Flame, G L P, gás natural, hidrogênio, etc, chamado de agente combustível. 
O processo de solda por agentes gasosos usado no pais quase sempre, é a oxi-
acetilênica, em que são misturados oxigênio (comburente) e acetileno (combustível) na
proporção necessária para atingir a temperatura necessária à realização da soldagem por
brasagem, autógena ou solda branca.

SOLDA POR FUSÃO - AUTOGENA : É o processo em que as superfícies a serem


soldadas são aquecidas pela chama até a fusão das bordas contínuas, formando uma
poça de fusão, que estabelece a interação entre as duas peças. Conforme seja a espessura
ou as condições de soldagem do material base, há a necessidade de adição ao processo
de mais material na forma de varetas ( material de adição). 
SOLDA POR ADSORÇÃO - BRASAGEM : Nesse processo, há sempre a adição de
metal não ferroso, que se funde na região de soldagem, que estará aquecia a uma
temperatura conveniente. Assim, a união é feita, aquecendo-se o material, sem fundi-lo,
até temperaturas correspondentes à fluidez do material de adição.

CORTE
O oxi-corte é, na realidade, um processo de combustão. Quando uma chapa de aço é
cortada, o ferro presente na sua composição, aquecido por uma chama à sua temperatura
de ignição, reage com o oxigênio produzindo óxidos de ferro, que serão removidos da
área de reação.  

Solda Branca: É um dos mais antigos processos de soldagem, tem como material de
adição ligas de baixo ponto de fusão, tais como chumbo-estanho cádmio, etc.

 Pelo exposto vemos que a chama de pré-aquecimento, tem por função aquecer o aço até
a sua temperatura de ignição e este fornecer o calor adicional necessário à manutenção
da reação. 

Diversos gases combustíveis podem ser usados para obter a chama de pré-aquecimento,
sempre combinado com o oxigênio. 

Os mais comuns são o acetileno e o G L P que sozinho não alcança a performance do


acetileno na mistura.

  A chama neutra de corte, que é formada quando a mistura é meio a meio


oxigênio/acetileno, produz uma temperatura de 2.360o C.

  O PROCESSO OXIACETILÊNICO

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As operações de solda e corte pelo processo oxiacetilênico, são realizadas através da


queima da mistura de oxigênio e acetileno misturados nas proporções corretas em um
maçarico. A chama resultante dessa queima pode chegar a temperaturas ao redor dos
3.200º C.  O processo de soldagem à gás é na realidade uma fusão onde as duas partes
do material que deve ser soldado são aquecidas até o seu ponto de fusão e depois
unidas.Essa fusão pode ser feita sem adição ou com a adição de um material (eletrodo)
similar ao que está sendo trabalhado. 

No corte, basicamente a mistura oxigênio/gás combustível serve para pré-aquecer o


material a ser cortado até a temperatura de reação do metal (ignição), no caso das
chapas de aço, entre 700ºC e 900ºC, quando o aço toma a coloração vermelho cereja,
mas ainda não atingiu a temperatura de fusão.Nesse ponto, o jato de oxigênio puro é
acionado, incidindo diretamente sobre a área pré-aquecida, o que desencadeia uma
violenta reação química exotérmica entre o oxigênio e o metal aquecido, formando
óxido de ferro (escória), que se desloca pela força do jato de gás e abre espaço para a
penetração da chama produzindo o corte no metal.

DEZ REGRAS BÁSICAS PARA AS OPERAÇÕES OXI-ACETILÊNICAS

1. Purgue a vávula dos cilindros antes de conectar os reguladores.


2. Abra um pouco a entrada de gás do regulador antes de abrir a válvula de saída do
cilindro.
3. Marque no manômetro do regulador a pressão correta, antes de abrir a válvula do
cilindro.
4. Abra a válvula do cilindro lentamente.
5. Nunca trabalhe com acetileno comprimido em pressões superiores a 15 psi.
6. Purgue as mangueiras de acetileno e oxigênio, nesta ordem, antes de acender o
maçarico.
7. Acenda o maçarico inicialmente somente com o fluxo de acetileno, e somente depois
abra o fluxo de oxigênio.
8. Nunca utilize óleo ou graxa nos reguladores, bicos, maçaricos, ou qualquer outro
equipamento que entrem em contato com o oxigênio.
9. Nunca utilize oxigênio como substituto do ar.
10. Mantenha sua área de trabalho livre de qualquer produto que seja combustível.

Ferramentas abrasivas
A utilização segura da ferramenta abrasiva é fundamental para o sucesso em operações
de retificação, rebarbação, corte, lixamento, etc.

EXEMPLOS :

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As cintas lixa consistem de uma tira de abrasivo de largura e comprimento determinado


unida por emenda na sua extremidade. As cintas lixa estreitas têm largura até 600 mm,
sendo as cintas de largura superior a 600 mm consideradas cintas largas.

A cinta de lixa é rápida na remoção de materiais com mínima geração de calor sobre a
peça-obra, sendo de fácil ajuste manual e indicado para desbaste, acabamento e
polimento de diversos materiais.

Abrasivo - Disco de corte

Os discos de corte são ferramentas abrasivas utilizadas para o corte de diversos tipos
de materiais, metálicos e não-metálicos, como aço, ferro fundido, bronze, latão, titânio,
tungstênio, cerâmica ou vidro, em forma de barras, tubos, placas, chapas e perfis além
de serem aplicados para abertura de canaletas.

Comparado com serras de aço os cortes com discos abrasivos são mais vantajosos
quanto mais duros e tenazes forem os materiais.

Podem ser utilizados em máquinas portáteis ou estacionárias.

Os discos de corte são fabricados com telas de reforço de fibra de vidro.

Proporcionam rapidez na operação e devem sempre ser utilizados a 90° em relação à


peça-obra.

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Abrasivo - Discos de desbaste

Discos de desbaste são ferramentas abrasivas utilizadas em máquinas portáteis nas


operações de:

 Limpeza de superfície antes da solda


 Desbaste em cordões de solda

 Remoção de defeitos superficiais

 Remoção de imperfeições em peças fundidas

 Rebarbação de peças fundidas

 Preparação superficial para pintura ou revestimento.

Abrasivo - Disco diamantado

Os discos diamantados são indicados para máquinas portáteis, no corte a seco ou


refrigerado de mármores, granitos, refratários, cerâmicas, tijolos, telhas, concreto e
pedras em geral.

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Abrasivo - Disco lixa

Os discos lixa são desenhados especialmente para operações mecanizadas fixas ou


portáteis. Existem basicamente 4 tipos de discos lixa:

Standard: para operações mecanizadas, em quase todos os tipos de lixas, com ou sem
furo central.

Auto-adesivos: com adesivo apropriado no costado, que facilita a substituição.

Pluma: com pluma no costado, sendo necessária, a utilização com suporte específico.
Disponível com ou sem furos de aspiração (speed-grip).

Fibra: para desbaste e acabamento em superfícies metálicas, cordões de solda, setor


automotivo, etc. Versátil e muito resistente, suporta grandes esforços e altas
velocidades.

Abrasivo - Escova

As escovas de aço são ideais para serviços pesados, como remoção e limpeza em
serviços pesados, como remoção de soldas, rebarbamendo de peças, enfim tudo de
limpeza que necessite esforço.

Podem ser fabricadas com fio de aço carbono ou aço inox.

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Abrasivo - Folha lixa

Para trabalhos manuais e com máquinas portáteis, as folhas de lixa são indicadas para
operações de desbaste e acabamento de superfícies, remoção de excesso de material,
camadas oxidadas, acabamento pré-pintura, etc. Em metais e madeiras com vernizes,
seladoras, massas e tintas.

Abrasivo - Lima Abrasiva

As limas abrasivas são utilizadas de forma manual, fabricadas em óxido de alumínio,


nos grãos, fino, médio e grosso.

As limas abrasivas possuem os formatos: quadrada, redonda, meia cana e triangular.

Abrasivo - Lima Diamantada Agulha

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Limas diamantadas agulhas de 140 mm de comprimento com 70 mm diamantado,


utilizadas no retoque de peças temperadas ou extremamente duras, pontas montadas e
perfis especiais. São confeccionadas em liga galvânica.

Quando a remoção e o perfil forem complicados, recomenda-se o emprego das limas


diamantadas agulhas, desde que o equipamento aceite.

Abrasivo - Pedra Abrasiva

As pedras abrasivas são indicadas para afiações manuais nos mais diversificados fins
domésticos, industriais e agrícolas. Proporcionam acabamento perfeito ao fio de corte
das ferramentas.

Abrasivo - Ponta montada

A ponta montada é uma ferramenta abrasiva, provida de um pequeno rebolo fixado


em uma haste de aço.

Normalmente ele (o rebolo) é fabricado em liga vitrificada, o que possibilita um poder


de corte melhor e uma vida útil maior.

A ponta montada é utilizada em ferramentaria, forjaria, fundições, em rebarbação de


furos e em entalhes de difícil acesso. As pontas montadas são sempre utilizadas em
operações manuais.

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Abrasivo - Rebolos

Os rebolos são ferramentas constituídas por grãos abrasivos ligados por um aglutinante
com forma e dimensões definidas. Efetuam o trabalho de cortar, desbastar, retificar,
afiar, polir, etc.

Distinguem-se das demais ferramentas de corte por serem auto-afiáveis.

Abrasivo - Rodas de pano

As rodas de pano ou politriz são utilizadas em polimentos em geral.

Tem geralmente diâmetro de 15 cm à 35 cm ( 6" a 14" ), girando com velocidade de


cerca de 1.400 r.p.m. Não se recomenda velocidade mais alta, para impedir o
superaquecimento de superfície e a conseqüência "queima" ou deformação de peça. O
polimento das peças requer um bom equilíbrio entre a velocidade da politriz e a pressão
aplicada. Na roda de pano aplicam-se massas especiais de polir, constituídas
basicamente por misturas de ceras, contendo um abrasivo suave, tal como "Kieselguhr",
"Tripoli", ou "Rouge".

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Abrasivo - Rolo Lixa

Os rolos lixa podem ser recortados para uso em operações manuais, revestimentos de
cilindros, máquinas vibradoras, confecção própria de cintas e discos, etc.

Abrasivo - Suporte de Lixadeira

Os suportes de lixadeira são utilizados em encosto de disco de fibra em lixadeiras


elétricas ou pneumáticas.

Trabalho em espaços confinados; 


Espaço Confinado é qualquer área não projetada para ocupação contínua, a qual tem
meios limitados de entrada e saída e na qual a ventilação existente é insuficiente para
remover contaminantes perigosos e ou deficiência/enriquecimento de oxigênio que
possam existir ou se desenvolverem.

 Recomendações gerais:

1-     Todos os espaços confinados devem ser sinalizados, identificados e isolados;


2-     Deve haver medidas efetivas para que pessoas “não autorizadas” não entrem no
espaço confinado;
3-     Deve ser desenvolvido e implantado um programa escrito de Espaço Confinado
com Permissão de Entrada;
4-     Deve ser eliminada qualquer condição insegura no momento anterior à remoção do
vedo (tampa);
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5-     Para trabalho em Atmosfera Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde -(IPVS) ou


acima da metade do Limite de Tolerância, adotar o critério da ventilação do ambiente
ou então optar pelo uso de Equipamento de Proteção Individual -(EPI) (definido após a
análise de risco);
6-     Se uma atmosfera perigosa for detectada, o espaço deverá ser analisado para que se
determine como surgiu e ser registrado;
7-     O empregador ou representante legal deve verificar se o Espaço Confinado está
seguro para entrada;
8-     Proceder manobras de travas, bloqueios e raqueteamento quando necessário;
9-     Proceder a avaliação da atmosfera quanto a: gases e vapores tóxicos e ou
inflamáveis e concentração de oxigênio;
10- Proceder a avaliação de poeira quando reconhecido o risco;
11- Purgar, inertizar, lavar ou ventilar o espaço confinado são ações para eliminar ou
controlar riscos;
12- Proceder a avaliação de riscos físicos, químicos, biológicos e ou mecânicos;
13- Todo trabalho em espaço confinado deve ter, no mínimo, 2 pessoas, sendo uma
delas o vigia;
14- Verificar se na empresa existe espaço confinado em áreas classificadas de acordo
com as normas do IEC e ABNT.
 
Responsabilidades do empregador:
1-     Indicar o responsável técnico para trabalhos em espaços confinados;
2-     Reconhecer, cadastrar e sinalizar, identificando os espaços confinados existentes
no estabelecimento ou de sua responsabilidade;
3-     Identificar os riscos gerais e específicos de cada espaço confinado;
4-     Implementar a gestão em segurança e saúde no trabalho de forma a garantir
permanentemente ambientes e condições adequadas de trabalho;
5-     Garantir a capacitação permanente dos trabalhadores sobre os riscos, as medidas
de controle, de emergência e resgate em espaços confinados;
6-     Garantir que o acesso a espaço confinado somente ocorra após emissão da
Permissão de Entrada, restringindo o acesso a todo e qualquer espaço que possa
propiciar risco à integridade física e à vida;
7-     Fornecer às empresas contratadas informações sobre os riscos potenciais nas áreas
onde desenvolverão suas atividades;
8-     Acompanhar a implementação das medidas de segurança e saúde dos trabalhadores
das empresas contratadas, provendo os meios e condições para que possam atuar em
espaços confinados com segurança;
9-     Interromper todo e qualquer tipo de trabalho no caso de suspeição de condição de
risco grave e iminente, procedendo a imediata evacuação do local;
10- Garantir informações atualizadas sobre os riscos e medidas de controle antes de
cada acesso aos espaços confinados;
11- Garantir que os trabalhadores possam interromper suas atividades e abandonar o
local de trabalho sempre que suspeitarem da existência de risco grave e iminente para
sua segurança e saúde ou a de terceiros;
12- Implementar as medidas de proteção necessárias para a execução de trabalho seguro
em espaço confinado.
 
Responsabilidades dos empregados:
 
a)     Trabalhadores autorizados:
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1-     Conheçam os riscos e as medidas de prevenção;


2-     Usem adequadamente os equipamentos;
3-     Saibam operar os recursos de comunicação para permitir que o vigia monitore a
atuação dos trabalhadores e alerte da necessidade de abandonar o espaço confinado.
 
b)     Vigia:
1-     Conhecer os riscos e as medidas de prevenção que possam ser enfrentadas durante
a entrada;
2-     Estar ciente dos riscos de exposição dos trabalhadores autorizados;
3-     Manter continuamente uma contagem do número de trabalhadores autorizados no
espaço confinado e assegurar que os meios usados para identificar os trabalhadores
sejam exatos na identificação;
4-     Permanecer fora do espaço confinado junto à entrada, durante as operações, até
que seja substituído por outro vigia;
5-     Acionar a equipe de resgate quando necessário;
6-     Operar os movimentadores de pessoas em situações normais ou de emergência;
7-     Manter comunicação com os trabalhadores para monitorar o estado deles e para
alertá-los quanto à necessidade de abandonar o espaço confinado;
8-     Não realizar tarefas que possam comprometer o dever primordial que é o de
monitorar e proteger os trabalhadores.
 
c)     Supervisores:
1-      Conhecer os riscos que possam ser encontrados durante a entrada, incluindo
informação sobre o modo, sinais ou sintomas e conseqüência da exposição;
2-      Conferir que tenham sido feitas entradas apropriadas segundo a permissão e que
todos os testes tenham sido executados e todos os procedimentos e equipamentos
tenham sido listados;
3-      Cancelar os procedimentos de entrada quando necessário;
4-      Verificar se os sistemas de emergência e resgate estão disponíveis e que os meios
estejam operantes;
5-      Na troca de vigia, transferir a responsabilidade para o próximo vigia.
Riscos gerais
 Antes de entrar no Espaço Confinado, o mesmo deve ser inspecionado e serem
identificados os riscos existentes, dentre eles podemos encontrar:
 
1-     Riscos mecânicos:
-         Equipamento que podem movimentar-se subitamente;
-         Choques e golpes por chapas defletoras, agitadores, elementos salientes,
dimensões reduzidas da boca de entrada, obstáculos no interior, etc.
2-     Riscos de choque elétrico por contato com partes metálicas que, acidentalmente,
podem ter tensão;
3-     Quedas a diferentes níveis e ao mesmo nível por escorregão, etc.;
4-     Quedas de objetos no interior enquanto se está trabalhando;
5-     Posturas incorretas;
6-     Ambiente físico agressivo: ruído elevado e vibrações (martelos pneumáticos,
esmeril, etc.);
7-     Ambiente quente ou frio;
8-     Iluminação deficiente;
9-     Um ambiente agressivo, além do risco de acidentes, acrescenta fadiga;
10- Presença de animais no espaço confinado (vivos ou mortos);
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11- Fechamento acidental do vedo (tampa);


12- Riscos derivados de problemas de comunicação entre interior e exterior do espaço
confinado.
 Riscos específicos
 Antes de entrar no Espaço Confinado, o mesmo deve ser inspecionado e serem
identificados os riscos específicos existentes, dentre eles podemos encontrar:
1-     Deficiência de oxigênio (asfixia): concentrações de oxigênio abaixo de 19,5%,
sendo que abaixo de 18% o risco é grave e iminente. A deficiência de oxigênio pode ser
por deslocamento (ex: vazamento de nitrogênio no espaço confinado) e consumo de
oxigênio ex: oxidação de superfície metálica no interior de tanques);
2-     Enriquecimento de oxigênio: concentrações de oxigênio acima de 23,5% (ex:
ventilar oxigênio para o espaço confinado);
3-     Intoxicação: contaminantes com concentrações acima do Limite de Tolerância até
Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde – IPVS (ex: monóxido de carbono LT acima
de 25 ppm e IPVS de 1200 ppm;
4-     Incêndio e explosão: presença de substâncias inflamáveis, tais como, metano,
acetileno, GLP, gasolina, querosene, etc.
 
Para trabalhos em Espaços Confinados verifique os equipamentos que você vai precisar:
 1-     Equipamentos de detecção de gases e vapores;
2-     Equipamentos de ventilação mecânica;
3-     Equipamentos de comunicação;
4-     Equipamentos de iluminação;
5-     Equipamentos de proteção respiratória;
6-     Equipamentos de proteção individual;
7-     Equipamentos de primeiros socorros.
 Serviços de emergência e resgate:
 
1-     O empregador deve assegurar que cada membro do serviço tenha EPI respiratório
e de resgate necessários para operar em espaços confinados e sejam treinados no uso
dos mesmos;
2-     Cada membro do serviço de resgate deverá ser treinado para desempenhar as
tarefas de resgate designadas;
3-     Cada membro do serviço deverá receber o mesmo treinamento requerido para os
trabalhadores autorizados;
4-     Cada membro do serviço de resgate deverá ser capacitado, fazendo resgate ao
menos uma vez a cada 12 meses, por meio de simuladores de espaços confinados.
 PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS
 O Ministério do Trabalho e Emprego exige, para serviços em espaços confinados com
risco de queda, equipamentos adequados que garantam, em qualquer situação, conforto
e segurança do trabalhador nas três operações fundamentais:
 a)     Fácil movimentação de subida / descida;
b)     Proteção contra eventual queda;
c)     Rápido e fácil resgate por um só vigia.
 
Para efetuar as operações acima, são usados suportes de ancoragem, guinchos, trava-
quedas, cinturões de segurança, cadeiras suspensas, cabos de aço ou cordas que,
criteriosamente combinados, oferecem solução prática, segura e econômica para
qualquer situação de trabalho.
 
100
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Importante: Usar cabo de aço ou corda ?


Para escolha adequada, devem ser considerados os seguintes aspectos:
1-     Para segurança contra perigo de faísca em espaço confinado com atmosfera
potencialmente explosiva é comum usar equipamentos com corda sintética ou cabo de
aço com revestimento sintético;
2-     Em serviços envolvendo solda, máquinas de corte ou produtos ácidos, costuma-se
usar cabo de aço;
3-     Em locais com risco de contato com fiação energizada, costuma-se usar corda
devido à sua baixa condutividade elétrica;
4-     Nas indústrias farmacêuticas e alimentícias, é normal usar cabo de aço inoxidável;
5-     Em locais com risco de haver movimentação do cabo sobre quinas cortantes de
concreto ou aço, durante uma emergência, adota-se o robusto cabo de aço com 8 mm de
diâmetro, carga de ruptura de 3480 kg.
SUPORTES DE ANCORAGEM GULIN
 TRIPÉ MODELO T-1
Indicado para uso sobre bocais de acesso
com até 1,1 m de diâmetro. Produzido
em alumínio, altura regulável de 1,1 a
2,3 m, distância entre pernas de 1,1 a 1,7
m. Possui duas roldanas em nylon e
olhal para fixação de um eventual
terceiro cabo. Sapatas em duralumínio
antiderrapante, interligadas por corrente
de segurança. Fácil montagem, sem uso
de ferramentas.
Peso: 14 kg. Fornecido em sacola de
nylon resinado para transporte e
armazenagem.

         

     

TRIPÉ MODELO T-2

Indicado para uso sobre bocais de acesso com diâmetro superior a 1,1 m ou em beirais.
Produzido em tubos de aço com acabamento anti-ferruginoso. Possui uma roldana em
nylon e olhal para fixação de um eventual segundo cabo. Peso: 32 kg.

Base de ancoragem: a estabilidade do tripé é garantida por sua base constituída de 12


contrapesos de 25 kg, interligados por dois parafusos.

 
101
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

         

MONOPÉ MODELO 1

Indicado para uso em bases previamente fixadas em beirais. Produzido em duas peças
de aço, articuladas, para facilidade de transporte, com acabamento anti-ferruginoso.

Peso do monopé: 22 kg. Peso da base: 13 kg.

102
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 MONOPÉ MODELO 2

Indicado para fixação em olhal ou barra horizontal situada de 1,5 a 3,5 m do piso.
Constituído de dois tubos quadrados em alumínio, encaixe telescópico, com
comprimento variável de 2,2 a 3,5 m.

Pode ser usado com até dois aparelhos: um ou dois guinchos, um guincho e um trava-
queda resgatador. Possui olhal para fixação de um eventual terceiro cabo. Peso: 7 kg

GUINCHOS PARA TRABALHO EM ESPAÇO CONFINADO

São equipamentos destinados à movimentação vertical do trabalhador em serviços


constantes ou na emergência.

Importante:

Só os Guinchos Gulin são 100% nacionais (sem os problemas de importação /


manutenção) e obedecem às exigências da NR 18.15.51 do Ministério do Trabalho e
Emprego: possuem duas travas de segurança.

CARACTERÍSTICAS: 

   
103
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Fácil e seguro funcionamento: patenteado


comando por meio de manivelas, possibilita
com mínimo esforço, subir, descer, parar ou  
resgatar o trabalhador do espaço confinado.
Sistema de travas acopladas às manoplas,
bloqueia imediatamente o guincho após
qualquer movimentação de subida ou descida.
São indicados para movimentação de até 120 kg
(pessoa mais material de trabalho ou simples
carga).

Imediata fixação: por meio de um único pino


com trava de segurança, todos os guinchos
podem ser instalados, sem uso de ferramentas,
nos suportes de ancoragem (tripé T-1, tripé T-2,
monopé 1, monopé 2) ou em qualquer base com
seção quadrada de 45 x 45 mm.

 
Aprovação de uso: equipamentos patenteados, obedecem às exigências do Ministério do
Trabalho e à norma NBR 14751 da ABNT (itens 4.2.7, 4.3 e 5.4). 

Fácil transporte: os nossos guinchos são fornecidos em sacolas de nylon resinado para
transporte e armazenagem, junto com seu cabo ou corda.

Guincho G-1

Possui carretel com capacidade de armazenar 55 m


de cabo de aço com 4,8 mm de diâmetro e
movimentar as cadeiras suspensas modelos 3, 4 e 5.

Pode armazenar 25 m de cabo de aço 8 mm de


diâmetro e resgatar o trabalhador pelo trava-queda
modelo XA ou movimentar as cadeiras modelos 4 e
5.

Peso: 9 kg. 

Guincho G-2

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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Possui carretel com capacidade de armazenar 160 m


de cabo de aço 4,8 mm de diâmetro e movimentar as
cadeiras suspensas modelos 3, 4 e 5.

Pode armazenar 75 m de cabo de aço 8 mm de


diâmetro e resgatar o trabalhador pelo trava-queda
modelo XA ou movimentar as cadeiras modelos 4 e
5.

Peso: 12 kg.

Guincho G-3

 Utiliza corda de segurança de nylon com 12 mm de


diâmetro de qualquer comprimento.

Equipamento indispensável para uso em atmosfera


potencialmente explosiva, onde existe a tendência
mundial de não se usar cabo de aço, por perigo de
faísca.

Patenteado sistema de tração compacto, possibilita


imediata colocação da ponta da corda num dos furos da
caixa de engrenagens e com simples movimentação das
manivelas a sua saída pelo outro furo.

Pode resgatar o trabalhador pelo trava-queda modelo


XN ou movimentar as cadeiras modelos 1, 2, 4 ou 5. 

Peso: 4 kg.

TRAVA-QUEDA RESGATADOR R-20R

     

   

Especialmente
indicado para trabalho
em espaço confinado
(veja maiores detalhes
no Capítulo 8).

Possui manivela de
resgate que só deve ser

105
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

usada na emergência,
visto que o
equipamento não é
projetado para
movimentação
constante de pessoa ou
peso. Em condições
normais de trabalho, a
manivela de resgate é
mantida desativada e o
aparelho funciona de
forma idêntica a
qualquer trava-queda
retrátil.
   

manivela de resgate manivela de resgate


desativada
ativada

   

O trava-queda resgatador usa cabo de


aço galvanizado ou inoxidável
(opcional) com 4,8 mm de diâmetro,
comprimento de até 20 m, revestimento
sintético (opcional) para uso em
atmosfera potencialmente explosiva.

Equipamento fabricado de acordo com


a norma NBR 14628 da ABNT. Deve
ser revisado a cada 12 meses pelo
fabricante.

Pode ser fixado nos tripés modelos T-1,


T-2, monopés modelos 1 e 2 ou em
bases com seção quadrada de 45 x 45
m. Peso: 15 kg.

   

Suporte para ombros


106
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Indicado para movimentação vertical em


locais sem escadas e com dimensões
bastante reduzidas, impossibilitando o uso
de cadeira suspensa com seu conforto
anatômico. Deve ser usado com o cinturão
Gulin-102-R e um trava-queda conectado
à argola frontal ou dorsal.

NR – 33
SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS

33.1 Objetivo e Definição


33.1.1 Esta Norma tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para
identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e
controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde
dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços.
33.1.2 Espaço Confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para
ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja
ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a
deficiência ou enriquecimento de oxigênio.

33.2 Das Responsabilidades


33.2.1 Cabe ao Empregador:

a) indicar formalmente o responsável técnico pelo cumprimento desta norma;


b) identificar os espaços confinados existentes no estabelecimento;
c) identificar os riscos específicos de cada espaço confinado;
d) implementar a gestão em segurança e saúde no trabalho em espaços
confinados, por medidas técnicas de prevenção, administrativas, pessoais e de
emergência e salvamento, de forma a garantir permanentemente ambientes
com condições adequadas de trabalho;
e) garantir a capacitação continuada dos trabalhadores sobre os riscos, as
medidas de controle, de emergência e salvamento em espaços confinados;
f) garantir que o acesso ao espaço confinado somente ocorra após a emissão, por
escrito, da Permissão de Entrada e Trabalho, conforme modelo constante no
anexo II desta NR;
107
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

g) fornecer às empresas contratadas informações sobre os riscos nas áreas onde


desenvolverão suas atividades e exigir a capacitação de seus trabalhadores;
h) acompanhar a implementação das medidas de segurança e saúde dos
trabalhadores das empresas contratadas provendo os meios e condições para
que eles possam atuar em conformidade com esta NR;
i) interromper todo e qualquer tipo de trabalho em caso de suspeição de
condição de risco grave e iminente, procedendo ao imediato abandono do
local; e
j) garantir informações atualizadas sobre os riscos e medidas de controle antes
de cada acesso aos espaços confinados.
33.2.2 Cabe aos Trabalhadores:
a) colaborar com a empresa no cumprimento desta NR;
b) utilizar adequadamente os meios e equipamentos fornecidos pela empresa;
c) comunicar ao Vigia e ao Supervisor de Entrada as situações de risco para sua
segurança e saúde ou de terceiros, que sejam do seu conhecimento; e
d) cumprir os procedimentos e orientações recebidos nos treinamentos com
relação aos espaços confinados.

33.3 Gestão de segurança e saúde nos trabalhos em espaços confinados


33.3.1 A gestão de segurança e saúde deve ser planejada, programada,
implementada e avaliada, incluindo medidas técnicas de prevenção, medidas
administrativas e medidas pessoais e capacitação para trabalho em espaços confinados.

33.3.2 Medidas técnicas de prevenção:


a) identificar, isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar a entrada de
pessoas não autorizadas;
b) antecipar e reconhecer os riscos nos espaços confinados;
c) proceder à avaliação e controle dos riscos físicos, químicos, biológicos,
ergonômicos e mecânicos;
d) prever a implantação de travas, bloqueios, alívio, lacre e etiquetagem;
e) implementar medidas necessárias para eliminação ou controle dos riscos
atmosféricos em espaços confinados;
f) avaliar a atmosfera nos espaços confinados, antes da entrada de trabalhadores,
para verificar se o seu interior é seguro;
g) manter condições atmosféricas aceitáveis na entrada e durante toda a
realização dos trabalhos, monitorando, ventilando, purgando, lavando ou
inertizando o espaço confinado;
h) monitorar continuamente a atmosfera nos espaços confinados nas áreas onde
os trabalhadores autorizados estiverem desempenhando as suas tarefas, para
verificar se as condições de acesso e permanência são seguras;
i) proibir a ventilação com oxigênio puro;
j) testar os equipamentos de medição antes de cada utilização; e
k) utilizar equipamento de leitura direta, intrinsecamente seguro, provido de
alarme, calibrado e protegido contra emissões eletromagnéticas ou
interferências de radiofreqüência.

108
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

33.3.2.1 Os equipamentos fixos e portáteis, inclusive os de comunicação e de


movimentação vertical e horizontal, devem ser adequados aos riscos dos espaços
confinados;
33.3.2.2 Em áreas classificadas os equipamentos devem estar certificados ou
possuir documento contemplado no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da
Conformidade - INMETRO.
33.3.2.3 As avaliações atmosféricas iniciais devem ser realizadas fora do espaço
confinado.
33.3.2.4 Adotar medidas para eliminar ou controlar os riscos de incêndio ou
explosão em trabalhos a quente, tais como solda, aquecimento, esmerilhamento, corte
ou outros que liberem chama aberta, faíscas ou calor.
33.3.2.5 Adotar medidas para eliminar ou controlar os riscos de inundação,
soterramento, engolfamento, incêndio, choques elétricos, eletricidade estática,
queimaduras, quedas, escorregamentos, impactos, esmagamentos, amputações e outros
que possam afetar a segurança e saúde dos trabalhadores.

33.3.3 Medidas administrativas:


a) manter cadastro atualizado de todos os espaços confinados, inclusive dos
desativados, e respectivos riscos;
b) definir medidas para isolar, sinalizar, controlar ou eliminar os riscos do
espaço confinado;
c) manter sinalização permanente junto à entrada do espaço confinado, conforme
o Anexo I da presente norma;
d) implementar procedimento para trabalho em espaço confinado;
e) adaptar o modelo de Permissão de Entrada e Trabalho, previsto no Anexo II
desta NR, às peculiaridades da empresa e dos seus espaços confinados;
f) preencher, assinar e datar, em três vias, a Permissão de Entrada e Trabalho
antes do ingresso de trabalhadores em espaços confinados;
g) possuir um sistema de controle que permita a rastreabilidade da Permissão de
Entrada e Trabalho;
h) entregar para um dos trabalhadores autorizados e ao Vigia cópia da Permissão
de Entrada e Trabalho;
i) encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho quando as operações forem
completadas, quando ocorrer uma condição não prevista ou quando houver
pausa ou interrupção dos trabalhos;
j) manter arquivados os procedimentos e Permissões de Entrada e Trabalho por
cinco anos;
k) disponibilizar os procedimentos e Permissão de Entrada e Trabalho para o
conhecimento dos trabalhadores autorizados, seus representantes e fiscalização
do trabalho;
l) designar as pessoas que participarão das operações de entrada, identificando
os deveres de cada trabalhador e providenciando a capacitação requerida;
m) estabelecer procedimentos de supervisão dos trabalhos no exterior e no
interior dos espaços confinados;
n) assegurar que o acesso ao espaço confinado somente seja iniciado com
acompanhamento e autorização de supervisão capacitada;

109
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

o) garantir que todos os trabalhadores sejam informados dos riscos e medidas de


controle existentes no local de trabalho; e
p) implementar um Programa de Proteção Respiratória de acordo com a análise
de risco, considerando o local, a complexidade e o tipo de trabalho a ser
desenvolvido.
33.3.3.1 A Permissão de Entrada e Trabalho é válida somente para cada entrada.
33.3.3.2 Nos estabelecimentos onde houver espaços confinados devem ser
observadas, de forma complementar a presente NR, os seguintes atos normativos: NBR
14606 – Postos de Serviço – Entrada em Espaço Confinado; e NBR 14787 – Espaço
Confinado – Prevenção de Acidentes, Procedimentos e Medidas de Proteção, bem como
suas alterações posteriores.
33.3.3.3 O procedimento para trabalho deve contemplar, no mínimo: objetivo,
campo de aplicação, base técnica, responsabilidades, competências, preparação,
emissão, uso e cancelamento da Permissão de Entrada e Trabalho, capacitação para os
trabalhadores, análise de risco e medidas de controle.
33.3.3.4 Os procedimentos para trabalho em espaços confinados e a Permissão de
Entrada e Trabalho devem ser avaliados no mínimo uma vez ao ano e revisados sempre
que houver alteração dos riscos, com a participação do Serviço Especializado em
Segurança e Medicina do Trabalho - SESMT e da Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes - CIPA.
33.3.3.5 Os procedimentos de entrada em espaços confinados devem ser revistos
quando da ocorrência de qualquer uma das circunstâncias abaixo:
a) entrada não autorizada num espaço confinado;
b) identificação de riscos não descritos na Permissão de Entrada e Trabalho;
c) acidente, incidente ou condição não prevista durante a entrada;
d) qualquer mudança na atividade desenvolvida ou na configuração do espaço
confinado;
e) solicitação do SESMT ou da CIPA; e
f) identificação de condição de trabalho mais segura.

33.3.4 Medidas Pessoais


33.3.4.1 Todo trabalhador designado para trabalhos em espaços confinados deve
ser submetido a exames médicos específicos para a função que irá desempenhar,
conforme estabelecem as NRs 07 e 31, incluindo os fatores de riscos psicossociais com
a emissão do respectivo Atestado de Saúde Ocupacional - ASO.
33.3.4.2 Capacitar todos os trabalhadores envolvidos, direta ou indiretamente com
os espaços confinados, sobre seus direitos, deveres, riscos e medidas de controle,
conforme previsto no item 33.3.5.
33.3.4.3 O número de trabalhadores envolvidos na execução dos trabalhos em
espaços confinados deve ser determinado conforme a análise de risco.
33.3.4.4 É vedada a realização de qualquer trabalho em espaços confinados de
forma individual ou isolada.
33.3.4.5 O Supervisor de Entrada deve desempenhar as seguintes funções:
110
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

a) emitir a Permissão de Entrada e Trabalho antes do início das atividades;


b) executar os testes, conferir os equipamentos e os procedimentos contidos na
Permissão de Entrada e Trabalho;
c) assegurar que os serviços de emergência e salvamento estejam disponíveis e
que os meios para acioná-los estejam operantes;
d) cancelar os procedimentos de entrada e trabalho quando necessário; e
e) encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho após o término dos serviços.
33.3.4.6 O Supervisor de Entrada pode desempenhar a função de Vigia.
33.3.4.7 O Vigia deve desempenhar as seguintes funções:
a) manter continuamente a contagem precisa do número de trabalhadores
autorizados no espaço confinado e assegurar que todos saiam ao término da
atividade;
b) permanecer fora do espaço confinado, junto à entrada, em contato permanente
com os trabalhadores autorizados;
c) adotar os procedimentos de emergência, acionando a equipe de salvamento,
pública ou privada, quando necessário;
d) operar os movimentadores de pessoas; e
e) ordenar o abandono do espaço confinado sempre que reconhecer algum sinal
de alarme, perigo, sintoma, queixa, condição proibida, acidente, situação não
prevista ou quando não puder desempenhar efetivamente suas tarefas, nem ser
substituído por outro Vigia.
33.3.4.8 O Vigia não poderá realizar outras tarefas que possam comprometer o
dever principal que é o de monitorar e proteger os trabalhadores autorizados;
33.3.4.9 Cabe ao empregador fornecer e garantir que todos os trabalhadores que
adentrarem em espaços confinados disponham de todos os equipamentos para controle
de riscos, previstos na Permissão de Entrada e Trabalho.
33.3.4.10 Em caso de existência de Atmosfera Imediatamente Perigosa à Vida ou
à Saúde - Atmosfera IPVS –, o espaço confinado somente pode ser adentrado com a
utilização de máscara autônoma de demanda com pressão positiva ou com respirador de
linha de ar comprimido com cilindro auxiliar para escape.

33.3.5 – Capacitação para trabalhos em espaços confinados


33.3.5.1 É vedada a designação para trabalhos em espaços confinados sem a
prévia capacitação do trabalhador.
33.3.5.2 O empregador deve desenvolver e implantar programas de capacitação
sempre que ocorrer qualquer das seguintes situações:
a) mudança nos procedimentos, condições ou operações de trabalho;
b) algum evento que indique a necessidade de novo treinamento; e
c) quando houver uma razão para acreditar que existam desvios na utilização ou
nos
procedimentos de entrada nos espaços confinados ou que os conhecimentos não
sejam adequados.

111
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33.3.5.3 Todos os trabalhadores autorizados e Vigias devem receber capacitação


periodicamente, a cada doze meses.
33.3.5.4 A capacitação deve ter carga horária mínima de dezesseis horas, ser
realizada dentro do horário de trabalho, com conteúdo programático de:
a) definições;
b) reconhecimento, avaliação e controle de riscos;
c) funcionamento de equipamentos utilizados;
d) procedimentos e utilização da Permissão de Entrada e Trabalho; e
e) noções de resgate e primeiros socorros.
33.3.5.5 A capacitação dos Supervisores de Entrada deve ser realizada dentro do
horário de trabalho, com conteúdo programático estabelecido no subitem 33.3.5.4,
acrescido de:
a) identificação dos espaços confinados;
b) critérios de indicação e uso de equipamentos para controle de riscos;
c) conhecimentos sobre práticas seguras em espaços confinados;
d) legislação de segurança e saúde no trabalho;
e) programa de proteção respiratória;
f) área classificada; e
g) operações de salvamento.
33.3.5.6 Todos os Supervisores de Entrada devem receber capacitação específica,
com carga horária mínima de quarenta horas.
33.3.5.7 Os instrutores designados pelo responsável técnico, devem possuir
comprovada proficiência no assunto.
33.3.5.8 Ao término do treinamento deve-se emitir um certificado contendo o
nome do trabalhador, conteúdo programático, carga horária, a especificação do tipo de
trabalho e espaço confinado, data e local de realização do treinamento, com as
assinaturas dos instrutores e do responsável técnico.
33.3.5.8.1 Uma cópia do certificado deve ser entregue ao trabalhador e a outra
cópia deve ser arquivada na empresa.

33.4 Emergência e Salvamento


33.4.1 O empregador deve elaborar e implementar procedimentos de emergência e
resgate adequados aos espaços confinados incluindo, no mínimo:
a) descrição dos possíveis cenários de acidentes, obtidos a partir da Análise de
Riscos;
b) descrição das medidas de salvamento e primeiros socorros a serem executadas
em caso de emergência;
c) seleção e técnicas de utilização dos equipamentos de comunicação,
iluminação de emergência, busca, resgate, primeiros socorros e transporte de
vítimas;
d) acionamento de equipe responsável, pública ou privada, pela execução das
medidas de resgate e primeiros socorros para cada serviço a ser realizado; e

112
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

e) exercício simulado anual de salvamento nos possíveis cenários de acidentes


em espaços confinados.
33.4.2 O pessoal responsável pela execução das medidas de salvamento deve
possuir aptidão física e mental compatível com a atividade a desempenhar.
33.4.3 A capacitação da equipe de salvamento deve contemplar todos os possíveis
cenários de acidentes identificados na análise de risco.

33.5 Disposições Gerais


33.5.1 O empregador deve garantir que os trabalhadores possam interromper suas
atividades e abandonar o local de trabalho, sempre que suspeitarem da existência de
risco grave e iminente para sua segurança e saúde ou a de terceiros.
33.5.2 São solidariamente responsáveis pelo cumprimento desta NR os
contratantes e contratados.
33.5.3 É vedada a entrada e a realização de qualquer trabalho em espaços
confinados sem a emissão da Permissão de Entrada e Trabalho.

ANEXO I - SINALIZAÇÃO
Sinalização para identificação de espaço confinado

ANEXO II - Permissão de Entrada e Trabalho – PET

Caráter informativo para elaboração da Permissão de Entrada e Trabalho em


Espaço Confinado
Nome da empresa:
Local do espaço confinado: Espaço confinado n.º:

113
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Data e horário da emissão: Data e horário do término:


Trabalho a ser realizado:
Trabalhadores autorizados:
Vigia: Equipe de resgate:
Supervisor de Entrada:
Procedimentos que devem ser completados antes da entrada
2. Teste inicial da atmosfera: horário___________
Oxigênio % O2
Inflamáveis % LIE
Gases/vapores tóxicos ppm
Poeiras/fumos/névoas tóxicas mg/m3
Nome legível / assinatura do Supervisor dos testes:
3. Bloqueios, travamento e etiquetagem N/A ( ) S ( ) N( )
4. Purga e/ou lavagem N/A ( ) S ( ) N( )
5. Ventilação/exaustão – tipo, equipamento e tempo N/A ( ) S ( ) N( )
6. Teste após ventilação e isolamento: horário ___________
Oxigênio % O2 > 19,5% ou < 23,0 %
Inflamáveis %LIE < 10%
Gases/vapores tóxicos ppm
Poeiras/fumos/névoas tóxicas mg/m3
7. Iluminação geral
8. Procedimentos de comunicação: N/A ( ) S ( ) N( )
9. Procedimentos de resgate: N/A ( ) S ( ) N( )
10. Procedimentos e proteção de movimentação vertical: N/A ( ) S ( ) N( )
11. Treinamento de todos os trabalhadores? É atual? N/A ( ) S ( ) N( )
12. Equipamentos:
13. Equipamento de monitoramento contínuo de gases aprovados e certificados
por um Organismo de Certificação Credenciado (OCC) pelo INMETRO para S( ) N( )
trabalho em áreas potencialmente explosivas de leitura direta com alarmes em
condições:
Lanternas N/A ( ) S ( ) N( )
Roupa de proteção N/A ( ) S ( ) N( )
Extintores de incêndio N/A ( ) S ( ) N( )
Capacetes, botas, luvas N/A ( ) S ( ) N( )
Equipamentos de proteção respiratória/autônomo ou sistema de ar N/A ( ) S ( ) N( )
mandado com cilindro de escape
Cinturão de segurança e linhas de vida para os trabalhadores autorizado S( ) N( )
Cinturão de segurança e linhas de vida para a equipe de resgate N/A ( ) S ( ) N( )
Escada N/A ( ) S ( ) N( )
Equipamentos de movimentação vertical/suportes externos N/A ( ) S ( ) N( )
Equipamentos de comunicação eletrônica aprovados e certificados por N/A ( ) S ( ) N( )
um Organismo de
Certificação Credenciado (OCC) pelo INMETRO para trabalho em
áreas potencialmente
explosivas_______________________________________
Equipamento de proteção respiratória autônomo ou sistema de ar mandado com S( ) N( )
cilindro de escape para a equipe de resgate _________________________________
Equipamentos elétricos e eletrônicos aprovados e certificados por um
Organismo de Certificação Credenciado (OCC) pelo INMETRO para N/A ( ) S ( ) N( )
trabalho em áreas potencialmente explosivas ____________________
114
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Legenda: N/A – “não se aplica”; N – “não”; S – “sim”.


Procedimentos que devem ser completados durante o desenvolvimento dos
trabalhos
Permissão de trabalhos a quente N/A ( ) S( ) N( )
Procedimentos de Emergência e Resgate
Telefones e contatos:
Ambulância:_____________________
Bombeiros:_______________________
Segurança:_______________________

Obs.:
A entrada não pode ser permitida se algum campo não for preenchido ou contiver a marca na coluna “não”.
A falta de monitoramento contínuo da atmosfera no interior do espaço confinado, alarme, ordem do Vigia ou
qualquer situação de risco à segurança dos trabalhadores, implica no abandono imediato da área
Qualquer saída de toda equipe por qualquer motivo implica a emissão de nova permissão de entrada. Esta
permissão de entrada deverá ficar exposta no local de trabalho até o seu término. Após o trabalho, esta
permissão deverá ser arquivada.

Construção  civil;  (TEXTO ANEXO)

Trabalhos  em  altura;  


Trabalhos realizados em locais elevados, que apresentam diferença de nível e risco de
queda aos trabalhadores.

Montagem de andaimes.

O trabalho de montagem de andaimes possui características peculiares, pois em


geral, os pontos de ancoragem são o próprio andaime, o que requer uma especial
atenção a cada movimento pois o
trabalhador só deverá se conectar a pontos
que já estejam corretamente posicionados e
travados.

Anterior a montagem devemos nos


informar sobre a característica do andaime,
e a forma correta para a montagem do
mesmo.A área deverá ser isolada a fim de
evitarmos a que da de materiais e o
içamento das peças deverá ser feito com
auxilio de equipamentos especiais para este

115
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

fim. A utilização dos Epi’s necessários são imprescindíveis conforme demonstrado na


figura abaixo.

Obs:O uso de cinto de segurança, talabartes duplos e conectores de grande


abertura satisfazem perfeitamente a todos os requisitos de segurança.

A movimentação co Talabartes.

116
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Em todas as situações de trabalho em altura, onde não existam sistemas de


proteção coletiva instalado, o trabalhador deverá portar e utilizar um sistema de
proteção contra quedas individual, isto de maneira constante durante todo o seu
deslocamento pelas estruturas ou escadas tipo marinheiro.
Uma maneira de cumprir este requisito de maneira segura e eficiente, é a utilização de
"Talabartes de Progrssão Duplos", estes são utilizados conectando-se alternadamente
cada uma das duas extremidades do talabarte, de maneira que o trabalhador tenha
sempre um dos dois conectores de grande abertura, conectado a estrutura, protegendo-o
contra qualquer possibilidade de queda.
Este sistema
deverá ter um
absorvedor de energia,
instalado entre os
talabartes e o corpo
do

trabalhador, afim de minimizar o impacto causados a este último, em um caso de queda.


É importante que os talabartes sejam sempre conectados a pontos acima da cabeça do
trabalhador.

I – EPI PARA PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE NÍVEL

 Dispositivo trava-queda
a) Dispositivo trava-queda de segurança para proteção do usuário contra quedas em
operações com movimentação vertical ou horizontal, quando utilizado com cinturão de
segurança para proteção contra quedas.

117
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

 Cinturão
a) Cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda em
trabalhos em altura;
b) cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda no
posicionamento em trabalhos em altura.

Medidas de proteção contra quedas de altura.

É obrigatória a instalação de proteção coletiva onde houver risco de queda de


trabalhadores ou de projeção de materiais.
As aberturas no piso devem ter fechamento provisório resistente.
É obrigatória, na periferia da edificação, a instalação de proteção contra queda de
trabalhadores e projeção de materiais a partir do início dos serviços.Os tapumes deverão
ser construídos de material resistente a projeção mecânica e queda de materiais, deverá
também promover a segurança de toda população flutuante do local.
Os materiais de trabalho deverão estar presos a suportes, evitando a queda dos mesmos .

Utilização de escadas.

*Use somente escadas em boas condições e tamanho adequado.

*Coloque a escada em ângulo correto, com a base a ¼ do comprimento da escada,


utilize os degraus para facilitar a contagem;

*Nunca coloque um escada em frente a abertura de um porta, ao menos que seja bem
sinalizada ou tenha alguém vigiando.

*Uma escada deve estar bem apoiada sendo segura na base ou amarrada no ponto de
apoio.

*Não coloque a escada por sobre qualquer equipamento ou máquina.

*Suba ou desça de frente para as escada, não suba além dos dois últimos degraus.

*Materiais não podem ser transportados ao subir ou descer da escada, use equipamento
apropriado para elevar ou descer materiais.

Cintos de Segurança .

Em atividades com risco de queda e altura superior a 2 m, deve ser usado cinto pára-
quedista, com ligação frontal (fig.1)  ou dorsal (fig.2).
 

118
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

 
 
 
 

 
 
 
 

Em atividades sem risco de queda, com o objetivo de, simplesmente, limitar a


movimentação do trabalhador a um corredor de largura “L”, é permitido usar o
talabarte ligado à linha da cintura. Será o caso que utilizaremos na filial, os cintos
serão presos no próprio andaime.

 
 
 ...
 
 
 
 

    

Modos e pontos de ancoragem.

1. Parafuso olhal PO-1: em paredes de alvenaria, utiliza-se o parafuso olhal passante, de


aço forjado, galvanizado a fogo, tipo prisioneiro (fig.4).  
Importante: deve ser feita a verificação estrutural civil, garantindo a resistência de 1500
kgf, nos pontos de ancoragem. 
  

119
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2. Placa olhal PO-2: em paredes de concreto, utiliza-se a placa olhal de inox, com 2
chumbadores de 3/8” de diâmetro. Em superfícies metálicas, a placa olhal pode ser
soldada ou fixada por parafusos
  
  

Acesso aos pontos de ancoragem.


  
Para instalação temporária de linha de segurança vertical ao Parafuso olhal PO-1
ou Placa olhal PO-2, situados a menos de 10 m do solo, usa-se a vara telescópica
conectada ao gancho G-1
Para instalação temporária de linha de segurança vertical em vigas com
dimensões circunscritas em um círculo com diâmetro de até 15 cm, usa-se a vara
telescópica conectada ao gancho G-2

120
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

 
 
 

Vara Telescópica
Permite acessar pontos de ancoragem situados a menos de 10 m do solo. Fácil
regulagem e ajuste do comprimento, de 2,5 a 7,5 m. É a mais leve vara telescópica do
mercado: 2,6 kg.
 
 

 
 

Conexão da vara telescópica aos ganchos G-1 ou G-2, por simples rotação de 90º. 

 
 
 
 

  
121
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Conexão do gancho G-2 à barra de ancoragem, por meio de pressão e rotação de 90º.  

  

Conexão do gancho G-1 ao ponto de ancoragem e acionamento da trava


de segurança por meio de fio de nylon. 
Para retirar a vara telescópica basta rotação inversa de 90º.
 
 
 
 
 

APLICAÇÕES
 
1. Segura movimentação em escadas móveis, para limpeza, manutenção de luminárias,
exaustores e equipamentos industriais.  
 

122
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2. Segura movimentação em andaimes tubulares. 


 
3. Segura movimentação em escadas de marinheiro. 
 
 

Dispositivo Trava Quedas. 


 

Fácil funcionamento 

Não necessita das mãos para funcionar. O operário pode movimentar-se no


plano horizontal, assim como subir e descer escadas, rampas e pilhas de materiais, sem
risco de queda. O cabo retrátil nunca fica frouxo, devido a ação de uma mola de retorno.
Havendo movimento brusco, tropeço, desequilíbrio do operário ou quebra de telha, o
equipamento trava-se imediatamente e evita a queda da pessoa. Pode ser usado fixo num
ponto acima do local de trabalho ou deslocando-se na horizontal por um trole.
Equipamento testado e aprovado pelo Ministério do Trabalho (CA-5153). Deve ser
usado com cinto pára-quedista, ancoragem dorsal ou frontal.  

Fixação do trava-queda  

Deve ser fixado sempre acima do trabalhador em local que resista a, no mínimo,
1500 kg. O deslocamento horizontal do trabalhador, em relação ao prumo do aparelho
(L), não deve ser superior a um terço da distância entre a argola dorsal do cinto e o solo
(H).  
 
Deslocamento vertical do trava-queda  
 
Para otimizar o uso de qualquer trava-queda, seu ponto de fixação pode ser
alterado usando-se correntes de aço com elos de, no mínimo, 6mm de diâmetro.  
 

Deslocamento horizontal do trava-queda  


 
Os trava-quedas retráteis R-10 e R-20 podem ser montados em troles, para fácil
movimentação.  
Em áreas internas, geralmente, utiliza-se o trava-queda R-10 conectado ao trole
TR-1 e trilho. I
Em telhados, usa-se o trava-queda R-10 ou R-20 conectado ao trole TR-2 e
trilho. I

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Em áreas externas de carga, usa-se o trava-queda R-10 conectado ao trole TR-3


e cabo de aço.

Modelo R-10 
 
Único produto no mercado com resistente carcaça de aço inoxidável e opção de
vedação para uso externo.  
Possui 10m de cabo retrátil em aço galvanizado, 4,8mm de diâmetro, resistência
de 1500 kg e terminal tipo olhal com destorcedor. Peso: 6 kg. Pode ser fornecido com
cabo inoxidável ou em kevlar. 

 
Modelo R-20R  
 
Possui manivela para resgate em áreas confinadas. Demais características são
idênticas às do modelo R-20. Veja detalhes no nosso site, item 7 de “Nossos
Produtos”.  
 

Modelo R2
Indicado para trabalho com pouco deslocamento em
relação ao ponto de fixação do aparelho.  
Possui dois metros de fita de nylon retrátil e
dois mosquetões de aço inox Gulin. Peso de 0,8 kg,
pode ter seu ponto de fixação deslocado com uso de
corrente com elos de aço.  
 

Modelo R-2 A
   
Possui absorvedor de energia na extremidade da fita de nylon.
Demais características são idênticas as do modelo R-2. Importante: Para
seu uso, as normas internacionais exigem que haja distância livre de queda de no
mínimo 7m, abaixo do ponto de fixação do aparelho. Essa exigência visa compensar o

124
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eventual grande aumento do comprimento do absorvedor de energia no caso de seu


funcionamento, conforme mostra a figura ao lado.  
 

 
 

 
 

Aplicações 
 
2. Telhados  
 
O Ministério do Trabalho exige que nos telhados sejam instaladas linhas de
segurança, para segura movimentação do trabalhador (NR 18.18).  
Neste item , trataremos somente da forma de movimentação em toda a área do
telhado, não considerando a necessária proteção contra quebra de telhas. Para maiores
detalhes veja nosso site, item 9 de “Nossos Produtos” e Informativo Técnico “Trabalho
em Telhados”.  
Geralmente, a linha de segurança é constituída de trilho de aço I (4”x2 5/8”),
instalado na cumeeira, conforme pode ser visto nas figuras 2 e 6.  
Para telhados com largura (L) de até 10 m, usa-se o trava-queda retrátil R-10. Para
larguras de até 20 m, usa-se o modelo R-20.  
Para telhados com largura superior a 20 m, não é utilizado trava-queda retrátil,
devido ao peso do aparelho e a dificuldade de locomoção do trabalhador.  
  
3. Andaimes suspensos  
 
Sobre o aspecto técnico, o trava-queda retrátil R-10, usado com ancoragem
dorsal, é indiscutivelmente o mais indicado para trabalho em andaimes suspensos, visto
que, oferece ao trabalhador total mobilidade para execução do serviço. Na prática, por
motivos puramente comerciais, usa-se o trava-queda para cabo de aço ou corda vertical
fixos e tenta-se aumentar um pouco a mobilidade do trabalhador usando-se um talabarte
de comprimento maior que o indicado pelo fabricante. Tal procedimento é totalmente
errado e pode provocar acidentes graves, pelo fato de que o trava-queda poderá ser
submetido a cargas dinâmicas superiores aos valores projetados e testados.

125
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Manutenção 

Diariamente, antes do uso do trava-queda, verificar :  


a) O perfeito estado do cabo retrátil.  
b) Imediato travamento do cabo, apo s ser puxado com força para fora.  
c) Retorno integral do cabo retrátil, após deixar de ser puxado. 
 
Anualmente  ou após ter sido utilizado para deter massa superior a 40 kg, o trava-queda
retrátil deve ser inspecionado pelo fabricante ou representante (PNB 32:004.01.03).  
 
Importante : para durabilidade da mola retrátil, jamais deixar o cabo retrair em alta
velocidade. 

Elementos  de  Higiene  Ocupacional: 


Programa  de  Prevenção  de  Riscos  Ambientais;
A Higiene Ocupacional cuida do ambiente de trabalho para prevenir doenças ou lesões
nos trabalhadores, provenientes de atividades em ambientes de trabalho com calor, ruí-
do, vibração, manuseio de substâncias químicas, bioaresóis, agrotóxicos etc. É uma
especialização de importância crescente pois a conscientização de que o ambiente de
trabalho não deve causar danos à saúde do trabalhador tem se imposto, infelizmente, à
custa de muitas vidas. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) quase 2
126
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

em cada 3 trabalha-dores no mundo inteiro estão expostos à substâncias químicas,


estimando-se que 1,5 a 2 bilhões de pessoas são afetadas.

         Devido à sua abrangência podem trabalhar nesta especialização profissionais de


todas as áreas do conhecimento (médicos do trabalho, enfermeiras do trabalho, físicos,
biólogos, psicólogos e engenheiros químicos etc.).

         Os trabalhadores podem encontrar no ambiente de trabalho. devido a inalação de


ar impróprio, situações muito perigosas. Por exemplo, respirar ar contaminado acima da
chamada concentração Imediatamente Perigosa a Vida ou à Saúde (IPVS) (por exemplo,
1500 ppm de monóxido de carbono. 50.000 ppm de gás carbônico, 500 ppm de gás
sulfídrico. etc) produzem efeitos agudos irreversíveis à saúde, ou até morte imediata,
dependendo das circunstâncias. Inalar ar com deficiência de Oxigênio produz as
mesmas consequências quando a concentração do 02 no ar cai abaixo de 12,5%, ao nível
do mar ( significa que a pressão parcial de 02 no ar é menor que 95 mm de Hg) (1), isto
é, o ambiente também é considerado IPVS. Nestes casos a vítima perde a coordenação
motora, tem a sua capacidade de julgamento muito reduzida  e ocorrem lesões
irreversíveis no coração e se não for resgatada imediatamente morrerá em alguns
minutos. Mesmo resgatada, apresentará problemas de saúde pelo resto da vida, devidos
as lesões cerebrais e no músculo cardíaco.

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.


O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais ou PPRA, é um programa estabelecido
pela  Norma Regulamentadora  NR-9, da Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho,
do Ministério do Trabalho. 
Este programa tem por objetivo, definir uma metodologia de ação que garanta a
preservação da saúde e integridade dos trabalhadores face aos riscos existentes nos 
ambientes de trabalho.
A legislação de segurança do trabalho brasileira, considera como riscos ambientais,
agentes físicos, químicos e biológicos. 
Para que sejam considerados fatores de riscos ambientais estes agentes precisam estar
presentes no ambiente de trabalho em determinadas concentrações ou intensidade, e o
tempo máximo de exposição do trabalhador a eles é determinado por limites pré
estabelecidos. 
Agentes de Risco 
Agentes físicos - são aqueles decorrentes de processos e equipamentos produtivos
podem ser: 
Ruído e  vibrações; 
Pressões anormais em relação a pressão atmosférica; 
Temperaturas extremas ( altas e baixas); 
Radiações ionizantes e radiações não ionizantes. 
Agentes químicos são aquelas decorrentes da manipulação e processamento de matérias
primas e destacam-se:
Poeiras e  fumos; 
127
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Névoas e neblinas; 
Gases e vapores. 

Agentes biológicos são aqueles oriundos da manipulação, transformação e modificação


de seres vivos microscópicos, dentre eles: 
Genes, bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, e outros. 
Objetivos do programa
O objetivo primordial e final é evitar acidentes que possam vir a causar danos à saúde
do trabalhador, entretanto existem objetivos intermediários que assegurarão a
consecução da meta final. 
Objetivos intermediários: 
Criar mentalidade preventiva em trabalhadores e empresários. 
Reduzir ou eliminar improvisações e a "criatividade do jeitinho". 
Promover a conscientização em relação a riscos e agentes existentes no ambiente do
trabalho.
Desenvolver uma metodologia de abordagem e análise das diferentes  situações
( presente e futuras) do ambiente do trabalho.
Treinar e educar trabalhadores para a utilização da metodologia. 

Metodologia
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as seguintes etapas:
Antecipação e reconhecimento dos riscos;
Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle; 
Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores; 
Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
Monitoramento da exposição aos riscos;
Registro e divulgação dos dados. 
Obrigatoriedade da implementação do PPRA
A Legislação é muito ampla em relação ao PPR, as atividades e o número de
estabelecimentos sujeitos a implementação deste programa são tão grandes que torna
impossível a ação da fiscalização e em decorrência disto muitas empresas simplesmente
ignoram a obrigatoriedade do mesmo.
A lei define que todos empregadores e instituições que admitem trabalhadores como
empregados são obrigadas a implementar o PPRA.

128
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Em outras palavras, isto significa que praticamente toda atividade laboral onde haja
vinculo empregatício está obrigada a implementar o programa ou seja : indústrias;
fornecedores de serviços; hotéis; condomínios; drogarias; escolas; supermercados;
hospitais; clubes; transportadoras; magazines etc. 
Aqueles que não cumprirem as exigências desta norma estarão sujeitos a penalidades
que variam de multas e até interdições.
Evidentemente que o PPRA tem de ser desenvolvido especificamente para cada tipo de
atividade, sendo assim, torna-se claro que o programa de uma drogaria deve diferir do
programa de uma indústria química.
Fundamentalmente o PPRA visa preservar a saúde e a integridade dos trabalhadores por
meio da prevenção de riscos, e isto significa: 
antecipar; reconhecer; avaliar e controlar 
riscos existentes e que venham a ser introduzidos no ambiente do trabalho.
Opções de implementação do programa
Para uma grande indústria que possui um organizado Serviço Especializado de
Segurança, a elaboração do programa não constitui nenhum problema, para um
supermercado ou uma oficina de médio porte, que por lei não necessitam manter um
SESMT, isto poderá vir a ser um problema.
As opções para elaboração, desenvolvimento, implementação do PPRA são :
Empresas com SESMT - neste caso o pessoal especializado do SESMT será
responsável  pelas diversas etapas do programa em conjunto com a direção da empresa.
Empresas que não possuem  SESMT - nesta situação a empresa deverá contratar uma
firma especializada ou um Engenheiro de Segurança do Trabalho para desenvolvimento
das diversas etapas do programa em conjunto com a direção da empresa.
Precauções e cuidados
A principal preocupação é evitar que o programa transforme-se no  principal objetivo e
a proteção ao trabalhador transforme-se em  um objetivo secundário.
Muitas empresas conseguem medir a presença de algum agente em partes por bilhão
( ppb) e utilizam sofisticados programas de computador para reportar tais medidas,
entretanto não evitam e não conseguem evitar que seus trabalhadores sofram danos a
saúde.
Algumas empresas de pequeno e médio porte, não possuindo pessoas especializadas em
seus quadros, contratam serviços de terceiros que aproveitam a oportunidade para
vender sofisticações tecnológicas úteis para algumas situações e absolutamente
desnecessárias para outras ( algo como utilizar uma tomografia computadorizada para
diagnosticar unha encravada).
O PPRA é um instrumento dinâmico que visa proteger a saúde do trabalhador e portanto
deve ser simples pratico, objetivo e acima de tudo facilmente compreendido e utilizado. 

129
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

O PPRA é obrigatório em todas as empresas, inclusive intituições de ensino,


independente do número de empregados ou do grau de risco de suas atividades e deve
estar articulado com o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional, pois a partir
daí pode-se relacionar a doença às condições de trabalho. O PPRA objetiva preservar a
saúde e integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento,
avaliação e controle da ocorrência de riscos ambientais no ambiente de trabalho, como
forma de proteção do meio ambiente, dos recursos naturais.
Doença do trabalho é aquela adquirida ou desencadeada em função das condições
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. Essas
doenças devem estar na relação elaborada pelo Ministério do trabalho e Emprego e da
Previdência Social.
Não são consideradas doenças do trabalho as doenças degenerativas, as doenças
inerentes à faixa etária, as doenças que não produzem incapacidade laborativa e as
doenças endêmicas adquiridas por habitantes da região onde ela se desenvolva, desde
que seja comprovado a relação da exposição ou contato direto determinado pela
natureza do trabalho.
ESTRUTURA MÍNIMA DE UM PPRA
Segundo a NR-9, um PPRA deve apresentar a estrutura mínima a seguir:
Planejamento anual constando metas, prioridade e cronograma;
Estratégia e metodologia de ação;
Forma de registro, manutenção e divulgação dos dados;
Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.
Deve haver na instituição um documento-base contendo todos os aspectos da estrutura
mínima para um PPRA. Este documento deve ser apresentado e discutida na CIPA (se
houver), sendo anexado cópia em livro ata. Este documento deve estar acessível às
autoridades competentes para fiscalização. O PPRA deve ser analisado globalmente
pelo menos uma vez ao ano para avaliar seu desenvolvimento e para os ajustes
necessários e estabelecimento de novas metas e prioridades.
EXEMPLOS DE RISCOS AMBIENTAIS
Os riscos ambientais incluem os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos
ambientes de trabalho e que podem causar danos à saúde do trabalhador na dependência
de sua natureza, intensidade, concentração, freqüência e tempo de exposição.
São exemplos:
agentes físicos: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas (frio ou
calor), radiações ionizantes e não ionizantes, umidade;
agentes químicos: poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores, substância sou
compostos ou produtos químicos em geral, absorvidos por via respiratória, pela pele ou
pelo trato gastrointestinal (ingestão) com ação nociva;

130
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agentes biológicos: bactérias, fungos, parasitas, protozoários, vírus e outros


microrganismos com ação patogênica;
Podemos ainda exemplificar a presença de risco de acidentes no ambiente de trabalho
por:
ergonômicos: movimentos repetitivos, postura inadequada etc;
máquinas e equipamentos sem proteção;
eletricidade;
probabilidade de incêndio ou explosão;
armazenamento de produtos de forma inadequada, como agentes tóxicos ou resíduos
químicos;
presença de animais peçonhentos.
TRABALHO INSALUBRE E PERIGOSO / ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E
PERICULOSIDADE
O trabalho insalubre é aquele em que o trabalhador fica exposto a agentes nocivos á
saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do
agente e do tempo de exposição aos seus efeitos (CLT, art. 189 e NR-5). O exercício de
trabalho insalubre, assegura ao trabalhador (servidores, professores efetivos, substitutos
e visitantes) a percepção de adicional, incidente sobre o vencimento básico do cargo
efetivo, equivalente a :
20% quando a insalubridade é caracterizada como grau máximo;
10% quando a insalubridade é caracterizada como grau médio;
5% quando a insalubridade é caracterizada como grau mínimo.
Quando o trabalhador fica exposto a pelo menos radiação, explosivos ou eletricidade, é
caracterizado um trabalho em condições de periculosidade e é assegurado ao
trabalhador a percepção de adicional de 10%, incidente sobre o vencimento básico do
cargo efetivo, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação
nos lucros da empresa (NR-16, subitem 16.2).
O direito à percepção de insalubridade cessa com a eliminação das condições ou dos
riscos que deram causa á sua concessão, de acordo com o laudo pericial. Os adicionais
de insalubridade e periculosidade não se incorporam aos proventos de aposentadoria e o
exercício do cargo em atividades insalubre ou perigosas também não reduz o tempo de
serviço para a aposentadoria.
LAUDO TÉCNICO PERICIAL SOBRE INSALUBRIDADE/PERICULOSIDADE
O laudo técnico pericial visa identificar e classificar as atividades insalubres ou
perigosas no ambiente de trabalho, manifestando-se pelo pagamento ou não do adicional
correspondente. O laudo técnico pericial não faz parte do PPRA, mas nada impede que
sejam elaborados no mesmo documento, desde que sejam executados por Engenheiro de
Segurança ou Médico do Trabalho ( de empresa privada ou profissional liberal).

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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

INSPEÇÃO DO TRABALHO
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) é o órgão de âmbito nacional
competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades
relacionadas com a segurança e saúde no trabalho, inclusive a fiscalização do
cumprimento dos preceitos legais e regulamentares, em todo o Território Nacional. No
plano Estadual, esta fiscalização é executada pelas Delegacias Regionais do Trabalho. O
auditor do trabalho é o profissional responsável pela fiscalização direta.

Gases  e  vapores; 
O manuseio de gases sob pressão requer muito cuidado e atenção, pois qualquer defeito
no equipamento pode provocar uma difusão de gases no ambiente. O gás difundido
pode ter efeitos: anestésico, asfixiante, tóxico ou formar misturas extremamente
explosivas com o ar. Não devemos esquecer que na grande maioria os gases são
inodoros e incolores, dificultando assim sua rápida identificação.

 Cuidados no Manuseio de Gases

 Procurar na literatura, informções sobre o gás em uso, tais como: risco de


explosão, reatividade, toxicidade e outros.

 Jamais utilizar graxa, óleo ou glicerina em cilindros que contenham gases


oxidantes, devido ao risco de explosão (oxigênio, por exemplo).

 Utilizar somente cilindros equipados com válvulas de redução.

 Ao transportar cilindros ter sempre o cuidado de fechar a válvula de saída e


nunca esquecer de usar a capa de proteção e um carrinho apropriado para o
transporte.

 Sob hipótese alguma esquecer os cilindros soltos no laboratório.


Quedas ou qualquer ti[po de choque pode provocar danos na válvula e liberar o
gás com muita violência, arremessando o cilindro como um projétil com
potência suficiente para atravessar uma parede.

 Nunca colocar cilindros perto de fontes de calor.

 Quando usar mangueiras para ligações, ter o cuidado de verificar as


compatibilidades químicas com o gás, e se as ligações estão bem firmes.

 Antes do uso, verificar possíveis vazamentos, utilizando uma solução de sabão


nos locais a serem testados.

 Cilindros vazios devem ser estocados separadamente e devidamente etiquetados


com a inscrição: vazio.

 Armazenamento de cilindros de gás

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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Tal como os reagentes, os cilindros de gás não devem ser armazenados no laboratório.
Quando isto for inevitável, os cuidados acima devem ser observados.

O armazenamento correto, requer local externo, amplo, coberto, naturalmente ventilado


e devidamente protegido. Devem ser observadas as incompatibilidades químicas entre
os diversos tipos de gás.

O transporte deve ser feito em carrinhos específicos, com o cilindro acorrentado e com
o capacete de proteção da válvula acoplado.

 Cores nos cilindros de gases

Um cilindro pode armazenar variados tipos de gases. Para auxiliar na identificação do


seu conteúdo a ABNT padronizou as seguintes cores para seus respectivos gases:

GÁS OU MISTURA COR PADRONIZADA

Acetileno Bordô

Ar Comprimido Industrial Azul Claro

Ar Comprimido Medicinal ¼ Verde e ¾ Cinza Claro

Ar Comprimido Mergulho ¼ Azul e ¾ Amarelo

Argônio Marrom

Carbogênico ¼ Alumínio e ¾ Preto

Carbônico Alumínio

Conservare Bege

Etil-5 ¼ Violeta e ¾ Cinza Claro

Etileno Violeta

Gás Marrom (24% / 76%) ¼ Amarelo e ¾ Cinza Claro

Gás – verde (8% / 92%) ¼ Amarelo e ¾ Cinza Claro

Hélio Laranja

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Hidrogênio Amarelo

Mistura GE Bege

Nitrogênio Cinza Claro

Óxido Nitroso Azul Marinho

Oxigênio Preto

Oxigênio Medicinal Verde

Stargold (todos) Dourado

Starflame – GC2 Laranja


Fonte: White Martins Portal- http://www.whitemartins.com.br

  Normas sobre Cores de Cilindros


  ABNT 12176 Cilindros para gases - Identificação do conteúdo.
ABNT 13193 Emprego de cores para a identificação de tubulações de gases industriais.

Conceito e Classificação dos Gases e Vapores Tóxicos


Os gases e vapores tóxicos são classificados em: 

Irritantes
O termo gases e vapores irritantes engloba um grande número de substâncias químicas
cuja característica comum é a ação tóxica que resulta num processo inflamatório das
superfícies tissulares com as quais elas entram em contato. geralmente afetam trato
respiratório, pele e olhos. 

Irritantes Primários
Quando exercem apenas ação local. Estas substâncias atuam sobre a membrana mucosa
do aparelho respiratório e sobre os olhos, levando à inflamação, hiperemia
(avermelhamento), desidaratação, destruição da parede celular, necrose (destruição) e ao
edema (inchação).

Dentro do aparelho respiratório, o local da ação dos irritantes primários dependerá da


solubilidade dos mesmos em água. Os mais solúveis são absorvidos pelas vias aéreas
superiores, dissolvendo-se na água presente nas mucosas, causando irritação. Os menos
solúveis serão pouco absorvidos pelas vias aéreas superiores, alcançando o tecido
pulmonar, onde produzem seu efeito.

Na exposição imediata ou aguda, estes agentes provocam nas vias aéreas superiores:
rinite, faringite, laringite, com quadro clínico de dor, coriza, espirros, tosse e irritação.

134
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Nas vias aéreas inferiores, eles provocam: bronquite, broncopneumonia e edema


pulmonar, com quadro clínico de tosse e dispnéia (dificuldade para respirar).

Na exposição prolongada a baixas concentrações, os gases e vapores irritantes


provocam: bronquite crônica, conjuntivite, blefaro-conjuntivite, pterígio e queratite.

A intensidade da irritação dessas substâncias depende de:

1. Concentação da substância no ar e da duração da exposição


2. Propriedades químicas: por exemplo, a solubilidade em água.
3. Exposições repetidas: mesmo em baixas concentrações, certos gases irritantes
provocam  alterações tissulares, bioquímicas e funcionais das vias respiratórias.
4. Fatores anatômicos, fisiológicos e genéticos que podem influenciar o sítio de
ação.

Interação química: a inalação simultânea de outro agente tóxico em


5. forma de aerossol pode modificar a toxicidade dos gases e vapores irritantes.

Os efeitos irritantes dessas substâncias são atribuídos essencialmente a uma excitação


dos receptores neurais na conjuntiva e nas membranas mucosas do sistema respiratório,
que desencadeiam processos dolorosos e uma série de reflexos (motor, secretor e
vascular) que levam a diminuição na freqüência respiratória e cardíaca, diminuição na
pressão arterial e ao espasmo da glote, com sensação de sufocamento, tosse e constrição
dos brônquios.

Nos pulmões, a lesão ao parênquima provoca pneumonite. O edema pulmonar resulta de


uma mudança na permeabilidade dos capilares, liberação de histamina, com
conseqüente broncoconstrição e aumento na pressão dentro dos capilares que levam a
uma transudação (passagem) de líquidos serosos para dentro dos alvéolos, impedindo as
trocas gasosas.

Exemplos de substâncias químicas com efeitos irritantes primários: ácidos, amônia,


cloro, soda cáustica, dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio, etc. 

Irritantes Secundários
Quando ao lado da ação irritante local há uma ação geral, sistêmica. São substâncias
químicas que, além de ocasionarem irritação primária em mucosas de vias respiratórias
e conjuntivas, são absorvidas e distribuídas, indo atuar em outros sítios do organismo,
como sistema nervoso e sistema respiratório.

Exemplo de substância química com efeito irritante secundário: gás sulfídrico(H2S). 


Asfixiantes
São substâncias químicas que levam o organismo à deficiência ou privação de oxigênio,
sem que haja interfer6encia direta na mecânica da respiração .
São subdivididas em:

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Asfixiantes Simples
São gases fisiologicamente inertes, cujo perigo está ligado à sua alta concentração, pela
redução da pressão parcial de oxigênio. São substâncias químicas que têm a propriedade
comum de deslocar o oxigênio do ar e provocar asfixia pela diminuição da concentração
do oxigênio no ar inspirado, sem apresentarem outra característica em nível de
toxicidade. Algumas dessas substâncias são liquefeitas quando comprimidas.

Exemplos de substâncias químicas com efeitos asfixiantes simples:


etano, metano, propano, butano, GLP, acetileno, nitrogênio, hidrogênio, etc. 

Asfixiantes Químicos
São substâncias que produzem asfixia mesmo quando presentes em pequenas
concentrações, porque interferem no transporte do oxigênio pelos tecidos. São
substâncias que produzem anóxia tissular (baixa oxigenação dos tecidos), quer
interferindo no aproveitamento de oxigênio pelas células.

Exemplo de substância química com efeito asfixiante químico: monóxido de carbono


(CO). 

Anestésicos
São substâncias capazes de provocar depressão do sistema nervoso central. Estas
substâncias deprimem a atividade do sistema nervoso central, interferindo com o
sistema neurotransmissor. Em conseqüência, ocorrem perda da consciência, parada
respiratória e morte.

Os hidrocarbonetos derivados do petróleo, pela sua alta afinidade pelo sistema nervoso,
rico em gordura, possuem esta propriedade.

Farmacologicamente, os hidrocarbonetos acima do etano podem ser agrupados como


anestésicos gerais, na extensa classe dos depressores do sistema nervoso central. A
saber:
1. Hidrocarbonetos acetilênicos (acetileno, aleno, crotonileno).
2. Hidrocarbonetos lefínicos (do etileno ao heptileno).
3. Etil éter e isopropil éter.
4. Hidrocarbonetos parafínicos (do propano ao decano).
5. Acetonas alifáticas (da acetona à octanona).
6. Álcoois alifáticos (etil, propil, butil e amil).

Esta classificação, acima proposta por Henderson e Haggard, é denominada de


Classificação Fisiológica de Contaminantes Aéreos e apresenta algumas restrições,
porque em muitos gases e vapores, o tipo de ação fisiológica depende da concentração
deles. Assim, um vapor a uma determinada concentração pode exercer seu efeito
principal como um anestésico, enquanto que, em baixas concentrações sem efeitos

136
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anestésicos, lesiona o sistema nervoso, o sistema hematopoético (formador de células


sangüíneas) e outros órgãos.

Aerodispersóides; 
São dispersões de partículas sólidas ou líquidas de tamanho bastante reduzido (abaixo
de 100m, que podem se manter por longo tempo em suspensão no ar. Exemplos:
poeiras (são partículas sólidas, produzidas mecanicamente por ruptura de partículas
maiores), fumos (são partículas sólidas produzidas por condensação de vapores
metálicos), fumaça (sistemas de partículas combinadas com gases que se originam em
combustões incompletas), névoas (partículas líquidas produzidas mecanicamente, como
por em processo “spray”) e neblinas (são partículas líquidas produzidas por
condensações de vapores).

O tempo que os aerodispersóides podem permanecer no ar depende do seu tamanho,


peso específico (quanto maior o peso específico, menor o tempo de permanência) e
velocidade de movimentação do ar. Evidentemente, quanto mais tempo o
aerodispersóides permanece no ar, maior é a chance de ser inalado e produzir
intoxicações no trabalhador.

As partículas mais perigosas são as que se situam abaixo de 10m, visíveis apenas com
microscópio. Estas constituem a chamada fração respirável, pois podem ser absorvidas
pelo organismo através do sistema respiratório. As partículas maiores, normalmente
ficam retidas nas mucosas da parte superior do aparelho respiratório, de onde são
expelidas através de tosse, expectoração, ou pela ação dos cílios.

Gases.

São dispersões de moléculas no ar, misturadas completamente com este (o próprio ar é


uma mistura de gases). Não possuem formas e volumes próprios e tendem a se expandir
indefinidamente. À temperatura ordinária, mesmo sujeitos à pressão fortes, não podem
ser total ou parcialmente reduzidos ao estado líquido.

Vapores.
São também dispersões de moléculas no ar, que ao contrário dos gases, podem
condensar-se para formar líquidos ou sólidos em condições normais de temperatura e
pressão. Uma outra diferença importante é que os vapores em recintos fechados podem
alcançar uma concentração máxima no ar, que não é ultrapassada, chamada de
saturação. Os gases, por outro lado, podem chegar a deslocar totalmente o ar de um
recinto.

De acordo com a definição dada pela Portaria n.º 25, que alterou a redação da NR-09,
são as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via
respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que,
pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo
organismo através da pele ou por ingestão.

São os riscos gerados por agentes que modificam a composição química do meio
ambiente. Por exemplo, a utilização de tintas á base de chumbo introduz no processo de
137
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

trabalho um risco do tipo aqui enfocado, já que a simples inalação de tal substância
pode vir a ocasionar doenças como o saturnismo.

Tal como os riscos físicos, os riscos químicos podem atingir também pessoas que não
estejam em contato direto com a fonte do risco, e em geral provocam lesões mediatas
(doenças). No entanto, eles não necessariamente demandam a existência de um meio
para a propagação de sua nocividade, já que algumas substâncias são nocivas por
contato direto.

Tais agentes podem se apresentar segundo distintos estados: gasoso, líquido, sólido, ou
na forma de partículas suspensas no ar, sejam elas sólidas (poeira e fumos) ou líquidas
(neblina e névoas). Os agentes suspensos no ar são chamados de aerodispersóides.

As substâncias ou produtos químicos que podem contaminar um ambiente de trabalho


classificam-se, em:

 Aerodispersóides;
 Gases e vapores.

As principais vias de penetração destas substâncias no organismo humano são:


 O aparelho respiratório,
 A pele,
 O aparelho digestivo.

Programa de Proteção Respiratória (PPR), conforme Instrução Normativa da Portaria


3214/78 do MTE.

O programa de proteção respiratória serve para que o empresário tenha certeza de que o
seu funcionário está saudável hoje e que continuará no futuro também.

É obrigatório para as empresas em que temos trabalhadores em ambientes com material


em suspensão (aerodispersóides) e considerados prejudiciais à saúde
Objetivos

Manter o controle para o correto uso de protetores das vias aéreas (respiratórias), e dos
funcionários envolvidos em ambientes contendo elementos em suspensão
(aerodispersóides, névoas, fumos, radionuclídeos, neblina, fumaça, vapores, gases) que
provoquem danos às vias aéreas (pulmão, traquéia, fossas nasais, faringe).

Utilizam-se protetores quando ocorrem emergências, quando medidas de controle


coletivo não são viáveis, ou enquanto não estão sendo implantadas ou estão em fase de
implantação.
Responsabilidades
 
O administrador da empresa é o principal responsável por tudo que ocorrer dentro da
mesma, seja por culpa (contratual, extracontratual ou aquiliana, “in eligendo”, “in
vigilando”, “in committendo”, “in omittendo”, “in custodiendo”, “in concreto” ou “in
abstracto”) , dolo, imprudência ou negligência.

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É o administrador que poderá realizar alterações no programa de proteção respiratória.

O Engenheiro do Trabalho, Médico Ocupacional ou Técnico de Segurança do Trabalho


se constituem nos responsáveis pelo acompanhamento das atividades e sua implantação
efetiva.
Fases do Programa de Proteção
 
Deverão ser elaborados os procedimentos escritos sobre os seguintes tópicos:

1) Treinamento ( e reciclagem) dos funcionários para o uso correto de protetores


respiratórios

Deverão ser informados em como utilizá-los, sobre as características dos equipamentos,


suas características e limitações. Também os supervisores deverão participar do
treinamento. Observe que os usuários não poderão ter barba em hipótese alguma.

2) Ensaio de vedação

Conforme o padronizado pela Fundacentro e ABNT.

3) Comprovante de entrega dos respiradores

Cada trabalhador deverá ter o seu protetor que deverá ser de uso exclusivo seu (quando
possível). Porém o protetor continuará sendo de propriedade da empresa, onde o
empregado é seu fiel depositário, devendo entregá-lo a empresa ao final de seu contrato
de trabalho, ou no final da vida útil do equipamento.

4) Maneira correta de manutenção: limpeza, inspeção e guarda dos protetores

O protetor deverá ser limpo e desinfectado regularmente. Quando for utilizado por
apenas um trabalhador, basta uma vez ao dia. Quando utilizado por mais de um
trabalhado, deverá ser limpo antes do uso do próximo trabalhador e após o seu uso
também. O administrador deve providenciar local limpo e em boas condições de higiene
para a guarda dos equipamentos, bem como os meios para a limpeza, higienização e a
manutenção necessária.

5) Relatório de inspeção

A qualidade de funcionamento do protetor deve ser realizada periodicamente, podendo


ser feito durante a limpeza, ou conforme o grau de saturação do equipamento, frente ao
ambiente. As partes gastas ou deterioradas deverão ser substituídas imediatamente, não
podendo ser utilizado enquanto não estiver em perfeitas condições de uso.

6) Monitoração, avaliação e acompanhamento quanto ao uso correto

Muitas vezes lhe é ensinado, porém o trabalhador não consegue o entendimento


necessário para o uso correto, por esta razão deverá ser feito a observação de forma
rotineira.
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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

7) Avaliação quantitativa dos elementos de risco (segundo a NR 15 ou ACGIH)

Realizar avaliação quantitativa, conforme a portaria 3214/78 do MTE.

8) Escolha do protetor

Os respiradores deverão ser selecionados em função dos riscos envolvidos no ambiente


do trabalho. A seleção deve ser feita pelo administrador ou pessoa competente por ele
indicada. Somente protetores com C.A. (Certificado de Aprovação), emitido pelo
Ministério do Trabalho e Emprego poderão ser utilizados. Quando da compra do
protetor, deverá ser solicitado e guardado este certificado, disponibilizando-o para os
agentes de fiscalização, quando solicitado.

9) Política da empresa na área de proteção respiratória

Deverá ficar bem claro ao trabalhador, inclusive com cartazes e informações visuais,
que a empresa deseja, quer e obriga o uso de protetores, caso o empregado não queira
utilizar ele deve ser substituído nos termos da CLT (dispensa por justa causa)

10) Usos em situações de emergências e de salvamentos

Os equipamentos utilizados para este fim, deverão ser inspecionados mensalmente.

11) Medida de controle coletiva para reduzir uso de protetores

Ventilação, Exaustão, Insuflamento são as medidas mais usuais para o controle coletivo.
É necessário contratar um engenheiro, com conhecimento na área, para a determinação
das medidas corretivas mais adequadas.
 
Monitoração do Empregado

O médico do Trabalho deverá realizar o acompanhamento biológico do funcionário


envolvido no processo através de exames clínicos (Raio X de tórax, espirometria,
hemograma, entre outros)

Ficha  de  Informação  de  Segurança  de  Produtos 


Químicos; 
A FISPQ (Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos) é um documento
de suma importância, pois serve como base do sistema de gestão seguro sendo
responsável pelo fornecimento de informações essenciais sobre os perigos desta classe
de produtos.

A FISPQ é um meio de o fornecedor transferir informações essenciais sobre os perigos


de um produto químico ao seu usuário, possibilitando-lhe agir de acordo com uma

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avaliação de riscos, tendo em vista as condições de uso do produto, e tomar as medidas


necessárias para desenvolver um programa ativo de segurança, saúde e meio ambiente,
incluindo treinamentos para manter as pessoas cientes quanto aos perigos no seu local
de trabalho. No entanto, não é função deste documento prever e fornecer informações
específicas para cada tipo de uso ou local de trabalho que o produto possa vir a ser
utilizado.

A FISPQ também pode ser usada para informar aos trabalhadores, empregadores,
profissionais da saúde e segurança, equipes de emergência e de centros de informações
toxicológicas, pessoal envolvido no transporte, agências governamentais, assim como
membros da comunidade, instituições, serviços e outras partes tenham algum contato
com o produto químico. Tal fato demonstra inequivocamente sua profunda vinculação
com a filosofia de Responsabilidade Social que toda empresa precisa empreender.

O usuário da FISPQ é responsável por escolher a melhor maneira de comunicar e treinar


os trabalhadores, quanto à, no mínimo, identificação e composição do produto,
identificação dos perigos, medidas de primeiros socorros, medidas de combate a
incêndio, medidas de controle para derramamento ou vazamento, instruções para
manuseio e armazenamento, medidas de controle de exposição e proteção individual,
informações sobre estabilidade e reatividade, informações toxicológicas e considerações
sobre tratamento e disposição.

A “Ficha com dados de Segurança” é um documento que, segundo o Decreto nº 2.657


de 03/07/1998, deve ser recebido pelos empregadores que utilizem produtos químicos
perigosos. Atualmente, no Brasil, o modelo de FISPQ é definido pela Norma Brasileira
(NBR) 14725 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), tendo como
vigente a sua segunda edição de 2005.

Esta NBR, que foi baseada na ISO 11014:1994, tem o objetivo de apresentar
informações para a elaboração e preenchimento de uma FISPQ, e define que o
documento deve conter 16 seções obrigatórias, obedecendo a seguinte numeração e
seqüência:

1 - Identificação do produto e da empresa

2 - Composição e informações sobre os ingredientes

3 - Identificação de perigos

4 - Medidas de primeiros socorros

5 - Medidas de combate a incêndio

6 - Medidas de controle para derramamento ou vazamento

7 - Manuseio e armazenamento

8 - Controle de exposição e proteção individual

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9 - Propriedades físico-químicas

10 - Estabilidade e reatividade

11 - Informações toxicológicas

12 - Informações ecológicas

13 - Considerações sobre tratamento e disposição

14 - Informações sobre transporte

15 – Regulamentações

16 - Outras informações
Sistemas de classificação

A elaboração correta de uma FISPQ inicia-se com a escolha de um sistema de


classificação de perigos. Este sistema deverá estabelecer critérios para o enquadramento
em classes quanto aos perigos físicos, à saúde humana e ao meio ambiente. O resultado
dessa classificação, que, segundo a NBR 14725 deverá ser relatado na seção 3 da
FISPQ, norteará o preenchimento de todo documento.

Existem inúmeros sistemas de classificação. O sistema europeu (Diretivas Européia), o


americano para identificação de riscos de incêndio (Diagrama de Hommel) e a
regulamentação canadense para produtos controlados são bem estabelecidos e
largamente difundidos. Atualmente, tem sido exaustivamente discutido a
implementação do GHS (Globally Harmonized System of Classification and Labelling
of Chemicals) que pretende harmonizar mundialmente a classificação e rotulagem de
substâncias e misturas químicas.

Além da seção 3 da FISPQ, a seção 14 também preconiza a utilização de sistema de


classificação próprio para o correto preenchimento de informações pertinentes ao
transporte de produtos químicos perigosos. A
Resolução 420 de 12/02/2004, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)
apresenta o sistema de classificação que deve ser utilizado para transporte terrestre de
produtos químicos perigosos no Brasil. Já o transporte aéreo e o marítimo devem se
basear nas regulamentações da IATA (International Air Transport Association) e IMO
(International Maritime Organization), respectivamente.

Fica facilmente perceptível ao leitor atento que a FISPQ nada mais é do que uma
ferramenta moderna (e que se atualiza a cada dia) para aumentar a segurança no trato
humano com agentes químicos diversos, e este mister ela não pode cumprir, de forma
alguma, sem o concorrente conhecimento toxicológico.

Portanto, deriva da Ciência Toxicológica todo o saber que será praticamente empregado
em defesa do indivíduo, de populações humanas, do mundo animal e da natureza geral,
contra a periculosidade de agentes químicos, esteja esse conhecimento emblemado sob a
forma da FISPQ, Fichas de Emergência, ou qualquer outra sorte de meio informacional.
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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

A discussão e implementação de sistemas de gestão segura para substâncias químicas


fez-se imprescindível com o aumento da produção e o uso de produtos químicos
advindo do intenso processo de industrialização e do crescimento populacional, aliado
ao surgimento de inúmeras doenças e acidentes relacionados a estes produtos no
ambiente de trabalho e geral. A segurança química, lastreada no conceito maior de
qualidade de vida, é entendida como um conjunto de estratégias para o controle e
prevenção dos efeitos adversos ao ser humano e ao meio ambiente, decorrentes da
extração, produção, armazenagem, transporte, manuseio, uso e descarte final de
produtos químicos.

O gerenciamento desses produtos requer inicialmente a avaliação dos possíveis riscos,


que engloba a identificação dos perigos de cada produto; o estabelecimento da relação
dose-resposta; a estimativa das formas de exposição e a caracterização, por fim, dos
riscos; para possibilitar posteriormente a implementação de medidas de controle e
prevenção e a correta comunicação dos riscos existentes, propiciando maior segurança
no contato com os produtos químicos.
 

Exposição  ao  ruído; 


O ruído constitui uma causa de incomodo para o trabalho, podendo representar um
obstáculo às comunicações verbais e sonoras. Níveis elevados de ruído nos locais de
trabalho implicam riscos para a saúde e a segurança dos trabalhadores.
Deste modo, a exposição ao ruído poderá provocar fadiga adicional ao trabalhador e, em
casos extremos, trauma auditivo e alterações fisiológicas extra-auditivas. A diminuição
destes riscos consegue-se pela limitação das exposições ao ruído, sem prejuízo das
disposições aplicáveis à limitação da emissão sonora.

Barulho é, por definição, um som indesejável. Ele varia em sua composição em termos
de freqüência, intensidade e duração. Sons que são agradáveis para algumas pessoas
podem ser desagradáveis para outras. Por exemplo, os sons de música poder ser
divertidos para alguns, mas outros já os consideram lesivos. Então, para um som ser
classificado como "barulho", este deve ser julgado pelo ouvinte.

PERDA DE AUDIÇÃO INDUZIDA POR RUÍDO (BARULHO)

A exposição contínua a  níveis de ruído superiores a 50 decibels pode causar deficiência


auditiva em algumas pessoas. Há variação considerável de indivíduo para indivíduo
relativa à susceptibilidade ao barulho. Entretanto, padrões têm sido estabelecidos que
indicam o quanto de som, em média, uma pessoa pode tolerar em relação ao prejuízo de
sua saúde.

Níveis toleráveis de poluição sonora

Os índices de poluição sonora aceitáveis estão determinados de acordo


com a zona e horário segundo as normas da ABNT (n.º 10.151).
Conforme as zonas os níveis de decibéis máximos permitidos nos
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períodos diurnos e noturnos são os seguintes.


 
Área Período Decibels (dB)
 
Zona de hospitais Diurno 45
Noturno 40
 
Zona residencial urbana Diurno 55
Noturno 50
 
Centro da cidade (negócios, Diurno 65
comércio, administração). Noturno 60

Área predominantemente Diurno 70  


industrial Noturno 65

Muitos sons em nosso ambiente excedem estes padrões e a exposição contínua a esses
sons pode causar até a perda da audição. A diferença em níveis de decibéis é maior do
que se poderia esperar: 100 vezes mais energia sonora entra nos ouvidos em um
ambiente de 95 dB do que num ambiente de 75 dB.

A perda auditiva típica observada com as pessoas que possuem uma longa história de
exposição a ruído é caracterizada por perda de audição na faixa entre 3000 e 6000 Hz .
Na fase precoce à exposição, uma perda de audição temporária é observada ao fim de
um período, desaparecendo após algumas horas. A exposição contínua ao ruído
resultará em perda auditiva permanente que será de natureza progressiva e se tornará
notável subjetivamente ao trabalhador no decorrer do tempo. Estas mudanças nos
limiares auditivas podem ser monitoradas através de testes audiométricos e isto alertará
os médicos que as medidas preventivas deverão ser iniciadas. Nos estágios avançados,
uma perda de audição nas freqüências altas afetará seriamente a habilidade para
entender a fala normal. Em geral, pessoas com perdas auditivas nas freqüências altas
não experimentarão dificuldades para detectar a fala, mas terão problemas para entender
conversações. 

TABELA DE IMPACTO DE RUÍDOS NA SAÚDE - VOLUME/REAÇÃO


EFEITOS NEGATIVOS EXEMPLOS DE EXPOSIÇÃO

EXEMPLOS DE
VOLUME REAÇÃO EFEITOS NEGATIVOS
LOCAIS

Confortável
Até 50 dB Nenhum
(limite da OMS) Rua sem tráfego.

Acima de 50O ORGANISMO HUMANO COMEÇA A SOFRER IMPACTOS DO


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dB RUÍDO.

Diminui o poder de
A pessoa fica em
De 55 a 65 concentração e prejudica a
estado de alerta, Agência bancária
dB produtividade no trabalho
não relaxa
intelectual.

Aumenta o nível de cortisona


no sangue, diminuindo a
resistência imunológica. Induz a
O organismo
De 65 a 70 liberação de endorfina,
reage para tentar
dB tornando o organismo
se adequar ao Bar ou restaurante
(início das dependente. É por isso que
ambiente, lotado
epidemias de muitas pessoas só conseguem
minando as
ruído) dormir em locais silenciosos
defesas
com o rádio ou TV ligados.
Aumenta a concentração de
colesterol no sangue.

O organismo fica Praça de


sujeito a estresseAumentam os riscos de enfarte,alimentação em
Acima de 70 degenerativo aléminfecções, entre outras doençasshopping centers
de abalar a saúdesérias Ruas de tráfego
mental intenso.

Obs.: O quadro mostra ruídos inseridos no cotidiano das pessoas. Ruídos eventuais
alcançam volumes mais altos. Um trio elétrico, por exemplo, chega facilmente a 130
dB(A), o que pode provocar perda auditiva induzida, temporária ou permanente.

 ZUMBIDO INDUZIDO PELO BARULHO

Embora a causa exata de zumbido seja desconhecida, muitos pacientes que têm história
de exposição a ruído apresentam zumbido. O barulho pode ser a causa mais provável do
zumbido e este pode ou não ocorrer simultaneamente com perda auditiva. A maior parte
dos pacientes que apresenta zumbido também tem problemas auditivos, mas uma
pequena porcentagem (menos de 10%) tem audição dentro dos limites da normalidade. 

O zumbido como resultado de exposição a ruído pode ocorrer súbita ou muito


gradativamente. Quando ocorre subitamente, é freqüentemente percebido a uma
intensidade razoavelmente alta e pode persistir nesse nível permanentemente.
Entretanto, para outros, o zumbido é temporário e não retorna mais.

Mais comumente, o aparecimento do zumbido induzido por ruído é gradual e


intermitente em seus estágios precoces. Os pacientes referem escutar um padrão médio
de zumbido por um curto período de tempo após uma exposição prolongada a sons
intensos. Uma vez que o paciente deixa de escutar a fonte do ruído, o zumbido
desaparece rapidamente e se torna inaudível até a próxima exposição. Este padrão
145
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intermitente freqüentemente continua por meses ou anos com períodos de zumbido se


tornando cada vez mais longos. Se a exposição ao barulho continua, o zumbido
freqüentemente aumenta de volume e torna-se constante.

A maioria dos pacientes que tem uma longa história de exposição a ruído refere um
zumbido que é tonal em qualidade e de alta freqüência, que se assemelha aos tons
externos acima de 3000 Hz.

 PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO DE AUDIÇÃO

Afastar-se do barulho o máximo possível.

Usar protetor auditivo individual quando o barulho for inevitável ou não puder ser
paralisado.

Reduzir o tempo que você se expõe ao barulho.

Reduzir o barulho em sua fonte.

COMO O ZUMBIDO AFETA VOCÊ

É comum para as pessoas com zumbido notarem um aumento nos seus zumbidos
enquanto estão expostos ao barulho. Em função disto referem que não podem freqüentar
locais populares, tais como concertos musicais, danças, festas e eventos esportivos. Elas
não podem usar cortador de grama, serras, aspiradores de pó, processadores de comida,
ferramentas elétricas e armas de fogo. Algumas pessoas tiveram que abandonar seus
empregos ou mudar de função por causa do barulho relacionado ao trabalho. Num curto
período de tempo após terem se afastado de suas funções, elas percebem que seus
zumbidos retornaram aos seus níveis originais.

OUTRAS CONSEQUÊNCIAS À SAÚDE COM RELAÇÃO À EXPOSIÇÃO AO


RUÍDO

O barulho é conhecido por ter efeitos nocivos não somente sobre a audição, causando
estresse em todo o sistema circulatório, respiratório e digestivo. Exposição prolongada
ao ruído pode causar dores de cabeça, cansaço e elevação da pressão arterial. O barulho
pode interferir no aprendizado de crianças e até mesmo afetar uma criança por nascer.

Se você contribuir para a redução do ruído em seu ambiente, cada órgão de seu corpo,
assim como das demais pessoas ao seu redor, estarão sendo beneficiadas.

Exposição  ao  calor;


Muitos trabalhadores passam parte de sua jornada diária diante de fontes de calor. As
pessoas que trabalham em fundições, siderúrgicas, padarias, - para citar apenas algumas
industrias - frequentemente enfrentam condições adversas de calor que representam
certos perigos para a sua segurança e saúde.
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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

A EXPOSIÇÃO AO CALOR PRODUZ REAÇÕES NO ORGANISMO


Os fatores ambientais que afetam a saúde do trabalhador quando exposto ao calor
excessivo em sua área de trabalho, são: temperatura, umidade, calor radiante (como o
que provém do sol ou de um forno) e a velocidade do ar. As características pessoais são
talvez o fator que mais pesa durante a exposição ao calor. Podemos considerar as
seguintes: a idade, o peso, o estado físico, as condições orgânicas e a aclimatação ao
calor.

O corpo reage às altas temperaturas externas aumentando a circulação sanguínea na


pele, fazendo subir a temperatura nessa área. O corpo, então, perde o excesso de calor
através da pele. Sem dúvida, na medida em que os músculos estão sendo exigidos pelo
trabalho físico, parte do sangue flui para a pele para liberar o calor.

A transpiração é outro meio que o organismo utiliza para manter a temperatura corporal
interna estável em condições de calor. O suor, no entanto, não pode ser excessivo.
Apenas na medida em que sua evaporação possa ocorrer e as quantidades de líquido e
sais perdidos possam ser repostas adequadamente.

Há, entretanto, várias maneiras que um trabalhador pode adotar para atenuar os riscos
provenientes de sua exposição ao calor, como por exemplo, circular de vez em quando
por local mais fresco; reduzir seu ritmo ou sua carga de trabalho ou afrouxar parte de
suas roupas ou, até mesmo, se livrar das roupas mais espessas.
Porém, quando o corpo não consegue eliminar o excesso de calor, este fica
“armazenado”. Nestas circunstâncias a temperatura do corpo aumenta. Na medida em
que o corpo retém o calor, a pessoa começa a perder a sua capacidade de concentração
e, como conseqüência, torna-se vulnerável ao acidente. Irrita-se com facilidade e,
freqüentemente, perde o desejo de ingerir líquidos. Geralmente seguem-se os desmaios
e posteriormente a morte se a pessoa não for retirada a tempo das proximidades da fonte
de calor.

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TRANSTORNOS CAUSADOS PELO CALOR

Insolação – Este é um dos mais sérios problemas de saúde que o trabalhador enfrenta.
Surge em decorrência da falta de mecanismo do corpo para regular sua temperatura
interior. A transpiração cessa e o corpo já não consegue se livrar do calor excessivo. Os
sinais são:
1 a) Confusão mental
2 b) Delírio
3 c) Perda da consciência
4 d) Convulsão
5 e) Coma

A insolação pode matar, a menos que a pessoa receba a tempo tratamento de forma
adequada. Enquanto a ajuda médica não chega a vítima deve ser transportada para uma
área suficientemente ventilada, hidratada e suas roupas molhadas. Pode até mesmo ser
colocada diante de um ventilador para apressar a queda da temperatura. As providências
relativas aos primeiros socorros podem ser tomadas como forma de prevenção contra
lesões permanentes no cérebro e em outros órgãos vitais.

Esgotamento – Resulta da perda de líquido por meio da transpiração e quando o


trabalhador descuida-se de sua necessária hidratação. Quando o trabalhador sofre
esgotamento ocasionado pela sua exposição ao calor, é dominado pela debilidade,
fadiga extrema, náusea, dor de cabeça e desfalecimento. A pele apresenta-se fria,
pegajosa e úmida; a tez torna-se pálida. No entanto, o tratamento é por demais simples:
deve ser ministrada uma solução líquida que reponha os teores de potássio, cálcio e
magnésio perdidos, aquela que os atletas ingerem para recuperar suas energias.
Contudo, nos casos mais graves em que a vítima tenha vomitado ou perdido a
consciência, é conveniente que receba os devidos cuidados médicos.

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Câimbra – Mesmo quando o trabalhador ingere grande quantidade de líquido mas não
repõe a perda dos sais de seu organismo, pode sofrer terríveis dores musculares.
Geralmente os músculos mais sujeitos a câimbra são os mais exigidos durante a jornada
de trabalho. As dores podem surgir durante ou depois das horas de trabalho, mas
aliviam-se mediante a simples ingestão de líquidos por via oral ou de soluções ricas em
sais, ministradas na veia para obtenção de alívio mais rápido da dor, se o médico assim
determinar.

Desmaio – Geralmente ocorre com o trabalhador que tem dificuldade de aclimatação


em ambientes de temperatura elevada, principalmente no exercício de atividades que
exigem pouca mobilidade. Na maioria das ocorrências as vítimas se recuperam
rapidamente após período de repouso em lugar ventilado. O fato do trabalhador se
movimentar de um lado para outro, ao invés de ficar parado, reduz a possibilidade de
sofrer desmaio.

Urticária – Ocorre principalmente nas partes do corpo em que o suor não pode ser
eliminado facilmente da superfície da pele por meio da evaporação. Se ela perdura, ou
se complica por meio de infecção, agrava-se ao ponto de inibir o sono, e até de
prejudicar o desempenho do trabalhador. Em alguns casos, ocasiona o seu
afastamentoatemporário.

Pode ser prevenida com a permanência do trabalhador em locais ventilados durante os


períodos de repouso.

PREVENÇÃO
A maioria dos problemas de saúde relacionados com o calor, pode ser prevenida ou seus
riscos reduzidos. As seguintes precauções diminuem bastante os riscos gerados pelo
calor:
1 1) A instalação de mecanismos técnicos de controle, entre os quais um
plano de ventilação do ambiente como um todo e medidas que
promovam o resfriamento localizado sobre as fontes de calor, incluindo
sistemas de exaustão. A instalação de painéis de isolamento das fontes
do calor radiante são medidas bastante positivas. O resfriamento por
evaporação e a refrigeração mecânica são outras maneiras possíveis de
redução do calor. Ventiladores são dispositivos que também concorrem
para reduzir o calor em ambientes quentes. A adoção de roupas de
proteção para o trabalhador; a modificação, bem como a automação dos
equipamentos, visando a redução do trabalho manual são outras formas
de reduzir o calor.

1 2) Certas práticas de trabalho, como por exemplo a ingestão de água em


abundância – até um quarto de litro por hora por trabalhador – em seu ambiente de
trabalho, pode concorrer para reduzir os riscos causados pelo calor. É fundamental que
os trabalhadores recebam treinamento em procedimentos de primeiros socorros para que
aprendam a reconhecer e enfrentar os primeiros sinais orgânicos de reação ao calor. Os
empregadores devem considerar também a condição física de cada trabalhador cuja
atividade será desenvolvida em área de calor. Os trabalhadores de mais idade, os obesos

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e os que passam por período de tratamento com ingestão de medicamentos, correm mais
riscos.
2 3) Os períodos de trabalho e descanso podem ser alternados com períodos de
descanso mais prolongados e em ambientes bem ventilados. Na medida do possível
deve-se planejar para que os trabalhos mais pesados sejam desenvolvidos nas horas
mais frescas do dia. Os supervisores devem receber treinamento para detectar com
antecedência qualquer indisposição e permitir que o trabalhador interrompa sua tarefa
antes do agravamento de sua situação.
3 4) A aclimatação ao calor por meio de curtos períodos de exposição para em
seguida, o trabalhador ser submetidos a exposições por períodos mais longos. Os
empregados recém admitidos e os que retornam após período de férias devem passar por
período de adaptação de cinco dias.
4 5) Os trabalhadores devem estar suficientemente instruídos quanto à
necessidade da ingestão de líquidos e sais perdidos durante a transpiração. Devem
conhecer os sintomas da desidratação, esgotamento, desmaio, câimbras e insolação.
Devem ainda ser conscientizados da importância do controle diário de seu peso como
forma de detectar a hidratação.

Metodologias  de  avaliação  ambiental  estabelecidas 


pela  Fundacentro;  (TEXTO ANEXO)

Radiações  ionizantes  e  não-ionizantes; 


Oferecem sério risco à saúde dos indivíduos expostos. São assim chamadas pois
produzem uma ionização nos materiais sobre os quais incidem, isto é, produzem a
subdivisão de partículas inicialmente neutras em partículas eletricamente carregadas. As
radiações ionizantes são provenientes de materiais radioativos como é o caso dos raios
alfa (a), beta (b) e gama (g), ou são produzidas artificialmente em equipamentos, como
é o caso dos raios X.
Risco de radiação ultravioleta de lâmpadas desconhecidas
Para saber se há risco de radiação UV perigosa de lâmpadas “desconhecidas”, basta
obter o espectro de emissão da lâmpada. Se houver emissão abaixo de 320 nm
(comprimento de onda em nanômetros), esta é potencialmente perigosa.
É bom lembrar que o “brilho” de uma lâmpada (parte visível) não tem nada a ver com
o risco UV (que é invisível). Também relembramos que o tempo de exposição
condiciona as doses perigosas, e que tempos relativamente curtos podem ser capazes de
produzir lesões, em função da faixa de emissão (como descrito acima) e da potência da
lâmpada. Assim, por exemplo, uma lâmpada germicida, que tem seu espectro com
praticamente 100% da radiação no comprimento de onda de 253,7 nm (nanômetro), é
altamente perigosa para pessoas nas suas proximidades, mesmo por poucos minutos,
causando eritemas ou querato-conjuntivite.
Para relembrar o espectro: Comprimentos de onda acima de 780 nm já estão no
infravermelho, a luz (visível) está entre 400 e 780 nm e a radiação ultravioleta fica
posicionada abaixo dos 400 nm. A primeira porção do espectro UV, 400 a 320 nm, é a
da luz negra ou UVA, e não causa normalmente efeitos agudos. Abaixo dos 320 nm
teremos os efeitos agudos citados.
Qualquer lâmpada pode, portanto, ser analisada quanto ao seu risco, se soubermos qual
é o seu espectro de emissão (este é um dado que o fabricante deve fornecer).
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Células e a Radiação Ionizantes


Existe perigo em se expor a radiações ? A resposta é sim. Mas é importante saber que
tipo de perigo as radiações possuem e o grau de periculosidade. Por exemplo, em 1998,
foram relacionados 138.000 casos de acidentes envolvendo crianças e brinquedos nos
Estados Unidos. Devemos proibir a venda de brinquedos? Não, isso seria ridículo.
Antes de fazermos um julgamento sobre riscos, é preciso aprendermos mais sobre o
tema.
 Uma das principais preocupações, sobre a exposição à radiação, é o potencial risco à
vida da célula. Se uma radiação ionizantes entrar numa célula viva, ela pode ionizar os
átomos que a compõem. Já que  um átomo ionizado é quimicamente diferente de um
átomo eletricamente neutro, isto pode causar problemas dentro da célula viva.
Normalmente, estes problemas não são significantes. Uma grande percentagem do
nosso corpo é feita de água, e a chance da ionização ocorrer na água é muito grande.
Quando o dano é feito a uma parte vital de uma célula, muitas vezes a própria célula
pode reparar o problema através de mecanismos internos. Cada dano aos cromossomos
e ao DNA podem ser reparados. Cromossomos contêm o DNA, que são importantes
para habilitar as funções do corpo. o DNA é uma longa molécula encontrada em cada
uma das células. As moléculas de DNA fornecem as instruções de como cada célula
deve agir. Se o DNA em uma célula for afetado, ela poderá não executar suas funções
adequadamente. A célula poderá morrer. Nosso corpo pode corrigir problemas no DNA.
De fato, diariamente são corrigidos cerca de 100.000 cromossomos danificados.
Muitos problemas podem surgir se as correções não forem feitas rapidamente. Se os
danos forem sérios, a célula poderá morrer. Também é possível que os danos alterem as
funções da célula e, em alguns casos, a célula se cria réplicas de si mesma.  Isto pode
gerar um CÂNCER.
Basicamente, podem ocorrer quatro situações quando uma radiação entra em uma
célula:
1. A radiação pode atravessar a célula sem causar dano algum.
2. A radiação pode danificar a célula, mas ela consegue reparar o problema.
3. A radiação pode causar danos que não podem ser reparados e, para piorar tudo, a
célula cria réplicas defeituosas de si mesma.
4. A radiação causa tantos danos a célula que ela morre.
Quanto às doses de radiação, grandes doses recebidas durante um curto período são
mais perigosas do que as mesmas doses em um grande período. Quando ficamos
expostos, a uma certa dose radiação, num longo período de tempo, nosso corpo tem
tempo para reparar os danos. Porém, se o período for curto, os mecanismos de defesa
podem não conseguir corrigir o dano, e a célula morre.
 Os danos, ao corpo,   podem ser grandes se a célula se reproduzir. No caso das células
da medula, teremos um quadro de leucemia.
  No caso de mulheres,   o problema pode ser mais grave, pois se a exposição ocorrer
durante uma gravidez, existe o risco de mutações no feto.
Radiação é um fenômeno natural que pode ocorrer de muitas formas. Dependendo da
quantidade de energia, uma radiação pode ser classificada em ionizante ou não-ionizante.
Radiações não-ionizantes possuem relativamente baixa energia.De fato, radiações não-
ionizantes estão sempre a nossa volta. Ondas eletromagnéticas como a luz, calor e ondas
de rádio são formas comuns de radiação não-ionizantes. Já as radiações ionizantes podem
alterar o estado físico de um átomo e causar a perda de elétrons, tornando-os
eletricamente carregados.Este processo chama-se ionização. Como exemplo citamos as
radiações alfa, beta, nêutrons, gama ou raio-x.

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No meio ambiente interplanetário a radiação merece uma séria consideração quando


planejamos uma missão para outros planetas. Na Terra, ou em órbita da Terra, nós
estamos protegidos da radiação (proveniente de várias fontes) pelo campo magnético da
Terra. Já o espaço não proporciona a mesma proteção, e além disso é muito perigoso o
risco de se estar exposto a essa radiação.
A radiação livre no espaço pode ser classificada em dois tipos: radiação eletromagnética
e radiação ionizante.
 Radiação Eletromagnética, (E-M, Eletromagnetic Radiation):
O Sol é a principal fonte da radiação eletromagnética, outras fontes são desprezíveis em
comparação. E-M radiação decresce no quadrado da distância do Sol. A intensidade da
E-M na Terra é de 1390W/m2, em Marte é equivalente a 43% desse valor.
 Radiação Ionizante:
A radiação ionizante vem do espaço em três formas: Vento Solar e Raios Solares
Cósmicos (SCR, Solar Cosmic Rays), Raios Cósmicos Galácticos (GCR, Galactic
Cosmic Rays), e Cinturão Van Allen (The Van Allen Belts).
1- Vento Solar e Raios Solares Cósmicos (SCR, Solar Cosmic Rays):
O vento solar é um gás de prótons elétrons que sopra radialmente para fora do Sol, em
uma velocidade de 400-500Km/s e com uma densidade de cerca de 5/cm3.Esse vento
solar produz o Cinturão de Van Allen quando entram em contato com o campo
magnético da Terra. Já os Raios Solares Cósmicos (SCR) são produzidos por
tempestades na magnetosfera solar. Eles variam de intensidade entre 0,1 milhão de
eletrovolts (MeV) a 10 MeV em grandes labaredas. A dose de radiação pode variar do
desprezível ao letal. Infelizmente as labaredas são imprevisíveis. São mais prováveis de
ocorrerem durante a máxima atividade solar. Essas partículas podem ser freadas, mas são
de difícil detecção devido a natureza helicoidal do vento solar.
2- Raios Cósmicos Galácticos (GCR, Galactic Cosmic Rays):
A fonte dos Raios Cósmicos Galácticos (GRC) são as galáxias e as estrelas. O fluxo é
constante e carregado por partículas altamente energéticas (0,1GeV), com o seu máximo
perto do mínimo solar quando o campo magnético interplanetário é fraco. Devido serem
a mais forte das mais energéticas energias, essas partículas são de difícil proteção.
3- Cinturão Van Allen (The Van Allen Belts):
O Cinturão Van Allen são anéis de radiação ao redor da Terra. A intensidade dos anéis
varia de KeV a MeV e o anel inferior começa aproximadamente a 500Km.Uma longa
permanência no cinturão pode ser fatal. Em órbitas baixas na Terra esse efeito pode ser
evitado, mas esse efeito pode ocorrer em baixas órbitas de Marte.
Marte:
Marte é menos protegido que a Terra da radiação ionizante porque Marte não possui um
campo magnético (o campo magnético de Marte é induzido e equivalente a apenas
1/10000 do terrestre) e sua atmosfera é muito tênue (~7mbar contra 1.013 mbar da
Terra). Recentemente foram descobertos campos magnéticos localizados na crosta
marciana (principalmente no hemisfério sul), sendo registros "fósseis" de um antigo, e
muito mais forte, campo magnético global. Nessas regiões específicas do planeta, o nível
de radiação certamente será bem menor.
De acordo com Biological effects of Ionizing Radiation Report, a probabilidade de
desenvolver um câncer fatal é de 1,8% em 30 anos para cada 100rem recebido. Para uma
exposição de 2 anos ou mais em uma missão para Marte, o aumento do risco de
desenvolver o câncer aumentará em menos de 1%. Pessoas que nunca estiveram no
espaço possuem um risco de desenvolver o câncer talvez maior que 20%. É claro que um
aumento de 1% para o público em geral não é recomendado.

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A questão do nível de radiação no solo marciano ainda não foi totalmente mensurado.
Recentemente (abril de 2001) foi lançado a sonda Mars Odyssey 2001, que entre outros
objetivos tem como objetivo determinar o exato risco e nível da radiação em Marte.
Provavelmente, no futuro, com o adensamento da atmosfera marciana esse problema
será solucionado. Acredita-se que os problemas com a radiação cósmica podem ser
superados com uma coluna de ar de 390 mbar. Logo, o objetivo inicial na terra formação
deverá ser 390 mbar.
Doses de Radiação:
0,077 rem: Raios X médico e odontológico.
0,082 rem/ano: Radiação natural de fundo (raios cósmicos, radônio, etc).
0,14 rem/ano: dose normal ao nível do mar, proveniente dos raios cósmicos e da
radiação natural das rochas.
0,5 rem/ano: moradores em vizinhança de usina nuclear.
5 rem/ano: trabalhador de usina nuclear.
25~50 rem: morte de células, especialmente do tecido linfático. A exposição a radiação
ionizante, limita os astronautas ao máximo de 25 rem por mês e 50 rem por ano, não
podendo exceder 400 rem durante sua vida.
50 rem: Dose típica para uma expedição de 2,5 anos a Marte, fora da magnetosfera da
Terra. Mas o corpo pode se curar ao longo do tempo. Esse nível de radiação aumenta o
risco de câncer em 1% por ano, aproximadamente como fumar por esse período.
100 rem: Após 03 horas aparece a embriagues de radiação, caracterizada por: insônia,
cansaço, fraqueza geral, falta de apetite, enjôo, instabilidade psíquica, vômitos, dores de
cabeça, diminuição de pressão sangüínea, diarréia, leucemia moderada, devido à
diminuição da capacidade da medula óssea produzir células sangüíneas.
75~200 rem em 30 dias. O corpo não é capaz de reparar os danos de maneira tão rápida.
O enjôo da radiação (vômitos, fadiga, queda de cabelo, defeitos em crianças devido a
doses durante a gestação, desenvolvimento de câncer no futuro).
400 rem: Dose letal média, que provoca a morte de 50% da população exposta em 60
dias. Duas horas após a exposição tem-se:atrofia do baço, produção de bolhas e úlceras
na pele, hemorragias, infecções, perda de cabelo, leucemia.Terapia: transfusões de
sangue e antibióticos.
500 rem: Dose fatal. 100% de morte em 02 dias, pois há a destruição total da mucosa
intestinal. Grandes explosões solares. Pode chegar a mais de 2.000 rems/hora.
1 roentgen é equivalente a cerca 50 radiografias de raio X. Durante a vida de um ser
humano, os tecidos profundos suportam uma exposição de 100 a 400 rem, os olhos 400
rem e a epiderme pode suportar até 600 rem.
Dose letal para 50% dos indivíduos em 30 dias (rem): Carneiro= 250, Cachorro= 350,
Homem= 450, Camundongo= 600, Rato= 700, Coelho= 800, Caracol= 20.000, Mosca de
frutas= 80.000, Ameba= 100.000.
 Doses nas luas Galileanas:
Calisto: 0,01 rem/dia.
Ganimedes: 8 rem/dia.
Europa: 540 rem/dia.
Io: 3.600 rem/dia.
Thebe e os satélites interiores: 18.000 rem/dia.
O melhor escudo para a bloquear a radiação é a água que dissipa pouca radiação
secundária. As sondas Pioneers 10 e 11 receberam mais de 1.000 vezes a dose letal
humana, os seus componentes eletrônicos falharam e a sua câmera óptica escureceu. Vale
lembrar que uma alta taxa de radiação não implica necessariamente a ausência de vida.
Por exemplo, a bactéria Deinococcus radiodurans é extremamente resistente a radiação
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UV e a radiação ionizante, possuindo pigmentos que a protegem e um mecanismo super


eficiente de reparação do DNA. Essa bactéria já foi encontrada vivendo na água de
resfriamento dos reatores nucleares! Cresce e se reproduz em um ambiente com 6.000
rem/hora, dose essa encontrada a 1 mm de profundidade abaixo do gelo em Europa.
Novidades:
Os dados obtidos pela MARIE, durante janeiro de 2003, mostram níveis de radiação na
órbita baixa de Marte na ordem de 25 milliradis dia, ou 9 rads ano. Este nível é duas
vezes menor que a dose reguladora dos empregados de uma usina nuclear, não
representando nenhuma ameaça significativa. Sendo assim, uma dose de 13 rads recebida
durante uma missão de um ano e meio na superfície de Marte representaria uma aumento
estatístico da possibilidade de contrair câncer de aproximadamente 0,25%. Em contraste,
um fumante americano médio, recebe um aumento de 20% no aumento do risco de
câncer. Assim, o risco da radiação em Marte é 1/100 tão perigoso quanto fumar.

Definição:
As radiações não ionizantes, a luz ultravioleta, são aquelas menos energéticas.
A luz ultravioleta compreende a porção do espectro que vai de 150 a 3900 A, porém o
comprimento de onda que possui maior atividade bactericida está ao redor de 2650 A.
A luz solar tem poder microbicida em algumas condições, pois a energia radiante da luz
do sol é composta basicamente de luz ultravioleta e na superfície terrestre o comprimento
de onda desta varia de 2870 a 3900 A, as de comprimento mais baixo são filtradas pela
camada de ozônio, pelas nuvens e pela fumaça.
Mecanismo de ação
A radiação não ionizante é absorvida por várias partes celulares, mais o maior dano
ocorre nos ácidos nucléicos, que sofrem alteração de suas pirimidas. Formam-se dímeros
de pirimida e se estes permanecem (não ocorre reativação), a réplica do DNA pode ser
inibida ou podem ocorrer mutações.
MECANISMOS DE REATIVAÇÃO
FOTO REATIVAÇÃO
Após uma exposição à radiação não ionizante, uma suspensão bacteriana terá ainda uma
pequena parte de células viáveis, ou seja, capazes de formar colônias. Se a suspensão
bacteriana após ser exposta à luz ultravioleta, ser então exposta à luz visível, a parte de
células que restam ainda viáveis será maior. Este fenômeno ocorre devido a uma enzima
fotodependente, que realiza a clivagem dos dímeros de timina do DNA, recuperando sua
estrutura normal; então células que foram aparentemente lesadas sofrem uma reativação à
luz visível, esta reativação porém nunca atinge 100% das células (APECIH, 1998).
REATIVAÇÃO NO ESCURO
Alguns microrganismos podem ainda realizar um processo de reparação da estrutura do
DNA, através de um mecanismo que requer uma seqüência de reações enzimáticas. Uma
enzima endonuclease dímero-específica e uma exonuclease dímero-específica extraem o
dímero de pirimidas formado. A parte retirada é restaurada por outras enzimas, a DNA-
polimerase que sintetiza o segmento faltante, e a DNA-ligase que restabelece o
posicionamento do segmento.
Aplicações
A radiação ultravioleta não pode ser utilizada como processo de esterilização.
Fatores como matéria orgânica, comprimento de onda, tipo de material, tipo de
microrganismo e intensidade da radiação interferem na sua ação germicida.
Além disso, a radiação não ionizante não tem poder de penetração, age apenas sobre
a superfície onde os raios incidem e não atravessam tecidos, líquidos, vidros, nem

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matéria orgânica. Alguns autores relatam ainda que o vírus HIV tem alta resistência à
luz ultravioleta.
A aplicação da luz ultravioleta em hospitais se restringe à destruição de microrganismos
do ar ou inativação destes em superfície.
 Esterilização por radiação ionizante
Definição
A radiação ionizante é um método de esterilização que utiliza a baixa temperatura,
portanto que pode ser utilizado em materiais termo-sensíveis.
Certos átomos possuem a propriedade de emitirem ondas ou partículas de acordo com a
instabilidade de seus núcleos, esta propriedade é chamada de radioatividade. Alguns
elementos, como o Rádio e o Urânio, são naturalmente radioativos pois possuem seus
núcleos instáveis, outros são produzidos artificialmente, como o Cobalto 60 e Césio 137.
A radiação ionizante é assim quando possui a capacidade de alterar a carga elétrica do
material irradiado por deslocamento de elétrons.
Para fins de esterilização industrial as fontes de raios beta e gama são as utilizadas.
Radiação Beta
Este tipo de radiação é conseguida através da desintegração natural de elementos como
o Iodo 131 ou Cobalto 60, ou ainda artificialmente por meio de máquinas aceleradoras de
elétrons (eléctron beam).
O eléctron beam é utilizado para a esterilização de materiais plásticos de baixa
espessura.
Radiação Gama
É produzida pela desintegração de certos elementos radioativos, o mais utilizado é o
Cobalto 60. Os raios gama possuem grande penetração nos materiais.
Utilização
Este tipo de esterilização é utilizada, especialmente, em artigos descartáveis produzidos
em larga escala (fios de sutura, luvas e outros)
Mecanismo de ação
A ação antimicrobiana da radiação ionizante se dá através de alteração da composição
molecular das células, modificando seu DNA. As células sofrem perda ou adição de
cargas elétricas.
Existem fatores ambientais, físicos e alguns compostos que influenciam na resposta
celular à radiação aumentando ou diminuindo sua sensibilidade a esta. Há também
microrganismos que são mais resistentes à radiação, como os esporos bacterianos; as
leveduras e fungos têm resistência considerada média e os gram negativos têm baixa
resistência à radiação.
Vantagens
Possui alto poder de penetração.
Atravessa embalagens de papelão, papel ou plástico.
O material que se esteriliza não sofre danos físicos ou outros que podem ocorrer nos
demais processos.
 Desvantagens
Custo elevado.
Necessidade de pessoal especializado.
Necessidade de controle médico constante para o pessoal que trabalha.
Conhecimentos escassos sobre o assunto nesta área - esterilização.
Proteção
A exposição à radiação ocupacional tem seus limites estabelecidos pela Comissão
Nacional de Energia Nuclear - CNEN - e as normas técnicas para seu uso são
regulamentadas pelo Estado de São Paulo.
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O uso de dosímetros (de uso pessoal) é necessário para que se avalie a exposição do
indivíduo à radiação. Estes dosímetros registram a radiação acumulada. Além da
utilização de dosímetros, testes laboratoriais e avaliações clínicas devem ser realizadas
periodicamente para se detectar alguma complicação ou alteração clínica.
 Radiação Não Ionizante
Radiações eletromagnéticas com energia inferior A 12 E V (em torno de 100 Nm), que
portanto não são capazes de produzir ionização em sistemas biológicos.
 Absorção na molécula:
Alteração dos níveis de energia de seus átomos.
Mudança da energia rotacional, vibracional e transacional das moléculas.
 Nos sistemas biológicos, transferência de energia produz:
excitação eletrônica – resultando em dissociação da molécula se elétrons de ligação estão
envolvidos. dissipação da energia de excitação na forma de fluorescência ou
fosforescência.
Formação de radicais livres. Degradação em calor – absorção muda energia rotacional ou
vibracional e aumenta a energia cinética da molécula.
 Os efeitos da interação da energia radiante com sistemas biológicos
dependem:
Energia da radiação. Poder de penetração da radiação no sistema.
Capacidade de moléculas específicas sofrerem mudanças químicas quando a energia é
absorvida.

> Fonte natural – Sol


 Corpo negro (eficiente absorvedor e emissor) com temperatura efetiva na
superfície de cerca de 6.000 k (temperatura interna tão alta quanto 2 x 107º), e o qual
emite luz branca com espectro centrado em 515 nm.
 Intensidade da radiação UV solar na superfície depende:
absorção pelo ozônio estratosférico.
Dispersão molecular pelo ar e aerodispersóides. Reflexão, dispersão e atenuação pelas
nuvens, bruma e fumaça. Reflexão ao nível do solo (água, neve, areia, etc).
 Em comprimentos de ondas inferiores a 320 nm, a intensidade decresce
rápido em função da absorção pela camada de ozônio:

250 a 350 nm – banda de absorção do ozônio molecular.


Coeficiente de absorção decresce com o comprimento de onda.
Incremento percentual da radiação UV eritematogênica é equivalente a duas vezes o
decremento percentual da camada de ozônio.
 Intensidade da radiação UV eritematogênica:
Entre as 10 e 14 horas é máxima e corresponde a 60% da dose diária.
entre as 9 e 15 horas corresponde a 80% da dose diária.
> fontes artificiais
 Corpos aquecidos a temperaturas superiores a 2.500 k – fontes incandescentes,
processos de soldagem (plasma e oxi).
 Arcos de descarga gasosa – espectro de emissão depende:
natureza das moléculas.
pressão.
condições da descarga elétrica.
 Nos processos de soldagem a arco a distribuição espectral e intensidade das
bandas de radiação UV emitida dependerá:

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composição dos eletrodos – metal base; corrente de descarga – temperatura do arco


aumenta com a corrente – dependendo da temperatura diferentes linhas espectroscópicas
aparecem. Gases que envolvem o arco.
Radiação em Profissionais de Laboratório de Patologia Clínica:
1. Delimitação do estudo
A questão central que percorre a saúde ocupacional reside no estudo e na intervenção
sobre o problema das relações entre trabalho e saúde. Estas relações constituem um
tema privilegiado de reflexão em numerosas áreas de conhecimento e ação, implicando
necessariamente  a interdisciplinaridade que, na sua vertente técnico- cientifica, a saúde
ocupacional possui, acrescida da complexidade do contexto social, que o mundo do
trabalho encerra (UVA e FARIA, 1992).
A saúde dos trabalhadores, em relação ás suas respectivas atividades profissionais, tem
merecido uma progressiva atenção dos Sistemas Nacionais de Saúde e dos Organismos
Internacionais como a Organização Mundial de Saúde, a Organização Internacional do
Trabalho e as Comunidades Européias.
O campo da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho encontra-se juridicamente
enquadrado no DL 441/91, de 14 de Novembro, o qual integra os princípios definidos
pela Diretiva 89/391/CEE (Diretiva Quadro) e pela Convenção n.º 155 da OIT
(Convenção sobre a segurança, a saúde dos trabalhadores e o ambiente de trabalho). No
âmbito de tal regime ressalta o conceito de risco profissional:
Entende-se por risco profissional a possibilidade de que um trabalhador sofra um dano
provocado pelo trabalho. Sendo estes danos patologias, ou outras lesões sofridas pelo
trabalhador, por motivo ou durante o trabalho.
1. Fatores de risco de natureza física
A atividade profissional desenvolvida pelo técnicos de saúde num laboratório de
Patologia clínica coloca-os em contacto direto com diferentes riscos, sendo
freqüentemente citados os seguintes: radiações ionizantes e não ionizantes, entre outros
riscos.
 1.1 Radiações  ionizante e não ionizantes
Consoante o resultado da sua interação com a matéria, as radiações dividem-se em
ionizantes e não ionizantes.
As radiações ionizantes incluem os raios alfa, beta e gama, os raios X, nêutrons e
prótons, têm a capacidade de produzir íons, direta ou indiretamente. Os raios X e gama
são radiações eletromagnéticas, sendo as restantes corpusculares.
Produtos rádio-farmaceúticos foram encontrados como contaminantes  das mãos,
punhos, batas, e urina em estudos que tiveram como alvo técnicos e outros
trabalhadores de laboratório Nishiyama et al.  (1980).
As radiações não ionizantes compreendem toda a radiação eletromagnética cuja energia
por fótons seja inferior a 12 elétrons-volts, caracterizam-se por não possuir energia
suficiente para ionizar os átomos ou moléculas com os quais interatuam.
  As principais fontes de radiação não ionizantes são: § Radiação ultravioleta, visível e
infravermelha – radiação solar, lâmpadas (incandescentes, fluorescentes e de descarga),
laser; § Micro-ondas de radiotelecomunicações, fornos de aquecimento, fornos de
indução, aparelhos de esterilização, etc.
No primeiro grupo, com exceção do caso especial dos raios laser, os principais efeitos
biológicos são os seguintes:
§ Efeitos cancerigénicos na pele, resultantes em geral da exposição prolongada á luz
solar;
§ Queimaduras cutâneas, de incidência e gravidade variável, conforme a pigmentação
da pele;
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§Fotosensibilização dos tecidos biológicos; § Inflamação dos tecidos do globo ocular,


em particular da córnea e da conjuntiva; § Efeito indireto de produção de ozônio, a
partir do oxigênio do ar. Este gás tóxico é detectável em baixas concentrações, devido
ao seu cheiro característico.
A utilização de equipamentos laboratoriais apetrechados com “canhões de laser”, como
são os analisadores de glóbulos da família Technicon (H1,H2 e H3), trouxeram riscos
profissionais acrescidos aos técnicos. A manutenção inadequada destes analisadores
pode originar acidentes com o raio laser podendo provocar queimaduras da pele, ou
mesmo lesões da retina quando há exposição direta do olho ao canhão (CAILLARD,
1993).
Os efeitos biológicos das radiações de grandes cumprimentos de onda têm sido menos
estudados são, no entanto bem conhecidos os efeitos nocivos que se baseiam na
eficiente absorção pelos tecidos biológicos e conseqüentemente elevação de
temperatura.
1.2 VDUs (Vídeo Display Units)
Os técnicos de saúde do laboratório estão hoje sujeitos a um novo fator de organização
de trabalho, que é a permanência  durante um tempo prolongado, á exposição de VDUs,
quer na utilização de equipamentos laboratoriais, quer pela introdução de recursos
informáticos na gestão clínica e financeira dos serviços, e quase sempre em locais de
trabalho reduzidos e mal delimitados (GESTAL, 1989).
De fato a atividade profissional dos técnicos de saúde num laboratório de Patologia
Clínica obriga á permanência de longos períodos de tempo a operar equipamentos
laboratoriais (que apresentam monitores como periférico de comunicação), durante 
procedimentos de programação de amostras controlo de qualidade, análise e
confirmação de resultados.
Assim os monitores são freqüentemente fontes de queixas dos trabalhadores. Cansaço
visual, desconforto das costas, pescoço e braço são sintomas de stress, que estão
associadas ao trabalho com recurso a monitores.
O monitor é como já vimos, um meio de comunicação bilateral entre o operador e o
computador, onde a comunicação é essencialmente visual; a entrada de dados é feita
através do teclado e visualizada no monitor, assim como as respostas do sistema. O
operador deve reconhecer letras e símbolos sobre o teclado e em muitas ocasiões ler
documentos. Calcula-se que um operador de VDU realiza em cada jornada entre 12 mil
e 33 mil movimentos de cabeça e olhos, e entre 4 mil a 17 mil reações da pupila,
podendo assim resultar uma aparente fadiga visual. (ALONSO, 1993).
Estudos realizados em Cuba demonstram que dentro dos problemas que afetam os
operadores de VDU, o desenho dos postos de trabalho e a iluminação ocupam um lugar
muito importante, detectando-se a existência de reflexos sobre o monitor, o teclado e os
documentos devido á colocação incorreta dos postos de trabalho e da deficiente
iluminação. (ALONSO, 1993).
Estes problemas podem ser controlados ou minorados com medidas ergonômicas tais
como o ajustamento da posição do écran, teclado, cadeira, iluminação, contraste de cor,
e freqüência da imagem. Convêm referir que as prescrições mínimas de segurança e
saúde no trabalho com equipamentos dotados de visor, já  está regulamentada pelo
Decreto-lei  n.º 349/93, de 1 de Outubro, e pela  Portaria n.º 989/93, de 6 de Outubro.
Outro risco profissional que os técnicos de laboratório estão sujeitos no trabalho com
monitores é a exposição ás radiações eletromagnéticas não ionizantes que o tubo de
raios catódicos produz.
FÍSICA DAS RADIAÇÕES
1. Radioatividade e estudo do decaimento radioativo.
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2. Formas e propriedades das radiações emitidas no processo de decaimento


radioativo.
3. Representação dos nuclídeos em função do número de prótons e nêutrons:
Tabela de nuclídeos.
4. Decaimento através da emissão de partículas alfa (); decaimento do 226Ra,
usado pela primeira vez por Marie Curie para fins terapêuticos.
5. Decaimento através da emissão de partículas beta negativa (-); decaimento do
131
I, usado no diagnóstico e terapia da glândula tireóide.
6. Decaimento através da emissão de partículas beta positiva (+); decaimento do
18
F, usado no mapeamento funcional do cérebro.
7. Decaimento através da captura eletrônica (C.E.); decaimento do 125I, usado no
tratamento de câncer de próstata.
8. Decaimento através da emissão de nêutrons (n).
9. Decaimento através da emissão de radiação gama ():
o Transição isomérica (T.I.); decaimento do 99mTc metaestável, usado
largamente em radiofármacos.
o Conversão interna (C.I.); decaimento do 117mSn metaestável, usado na
medicina nuclear.
10. Lei do decaimento radioativo, tempo de meia- vida (T1/2) e constante de
decaimento radioativo ().
11. Atividade radioativa; unidades Becquerel e Curie.
INTERAÇÃO DAS RADIAÇÕES COM A MATÉRIA
1. Principais processos de interação da radiação com a matéria e sua relação com
os procedimentos de diagnóstico e terapia médica.
2. Mecanismos de interação das partículas alfa com a matéria; densidade de
ionização; forma de trajetória e alcance.
3. Mecanismos de interação das partículas beta negativa com a matéria (relação
com a produção de raios-X):
o Com os elétrons periféricos (ionização);
o Com os núcleos atômicos de átomos pesados (radiação de frenagem);
o forma de trajetória e alcance.
4. Mecanismos de interação das partículas beta positiva com a matéria (relação
com o exame cintilográfico PET):
o Processo de aniquilação da matéria.
5. Mecanismos de interação da radiação eletromagnética (radiação gama e raios-X)
com a matéria (relação com o exame radiográfico e a radioterapia):
o Efeito fotoelétrico;
o Efeito Compton;
o Efeito de formação de pares.
DETECTORES DE RADIAÇÃO E DOSIMETRIA
1. Necessidade dos detectores de radiação e da dosimetria: uso diagnóstico e
terapêutico; proteção radiológica.
2. Detecção biológica (dosimetria biológica).
3. Detecção física (dosimetria física):
3.1 Detectores gasosos:
o ionização do ar - introdução da grandeza "exposição" ( X), taxa de
exposição e sua relação com a atividade da fonte radioativa;
o princípio de funcionamento do detector gasoso;
o classificação destes detectores (segundo a diferença de potencial
utilizada):
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o câmara de ionização: funcionamento e aplicações;


o contadores proporcionais: funcionamento e aplicações;
o contadores Geiger Müller: funcionamento, características e aplicações.
3.2 Detectores sólidos:
o ativação de cristais; critérios da escolha do iodeto de sódio e do tálio,
cintilações;
o revestimento externo e interno do cristal;
o válvula fotomultiplicadora, altura de pulso;
o sistema de registro, espectro de energia: fotópico, dispersão Compton;
o aplicações dos cintiladores sólidos;
o atividade medida (Am) e eficiência do detector.
3.3 Detectores líquidos:
o princípio de funcionamento;
o vantagens em relação aos outros detectores (geometria 4 , detecção de
fontes de baixa radioatividade).
4. Dose absorvida; unidade Gray e rad.
5. Dose equivalente; unidade Sievert e rem.
6. Dosímetros termoluminiscêntes: leitura da dose de radiação.
7. Dosímetros pessoais: estrutura e medição da dose de radiação.
EFEITOS BIOLÓGICOS PROVOCADOS PELAS RADIAÇÕES IONIZANTES
1. Evolução de uma radiolesão: estágio físico, químico e biológico.
2. Efeitos biológicos da radiação ionizante a nível molecular:
o efeitos diretos e indiretos da radiação ionizante (radiólise da molécula da
água, geração e propriedades dos radicais livres); papel do oxigênio na
geração dos radicais livres;
o ação da radiação ionizante na molécula do DNA.
o mecanismos internos de reparo.
3. Efeitos biológicos da radiação ionizante a nível celular:
o sensibilidade celular às radiações ionizantes (exemplos e exceções); Lei
de Bergonié- Tribondeau;
o agentes protetores e sensibilizadores da radiação ionizante.
4. Efeitos biológicos da radiação ionizante a nível somático:
o Doença Aguda das Radiações (DAR);
o Tolerância dos diferentes órgãos à radiação ionizante;
o Efeitos biológicos das radiações ionizantes no sistema hematopoiético,
gastrointestinal, pulmonar e nervoso.
PROTEÇÃO RADIOLÓGICA
1. Contribuição das diferentes fontes de radiação para a exposição da população.
2. Classificação das fontes em função da sua localização:
o Internas (contaminação);
o Externas (irradiação);
3. Penetração dos diferentes tipos de radiação nos tecidos.
4. Proteção contra as radiações corpusculares.
5. Proteção contra as radiações eletromagnéticas (radiação gama e raios-X):
o Fatores de proteção radiológica:
a) distância entre a fonte e o operador:
o prática sobre o efeito da distância;
o determinação da distância mais apropriada para trabalhar ( I 1/ I2 =
d12/d22).

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b) blindagem (material absorvente; ex.: avental, luvas de chumbo):


o prática sobre absorção de radiação gama;
o determinação gráfica da camada semi-redutora.
c) tempo
o conceito e valor da dose máxima permissível.
6. Procedimentos de proteção radiológica adotados nos acidentes de Goiânia e
Chernobil.
USOS DOS RAIOS-X NO DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO
1. Descobrimento e propriedades dos raios-X:
o a ampola de raios-X e os misteriosos raios catódicos;
o comprimento de onda, freqüência, energia; efeitos físicos, químicos e
biológicos dos raios-X.
2. Produção dos raios-X usados no diagnóstico:
o partes constituintes e funcionamento do tubo de raios-X;
o aquecimento do ânodo e refrigeração dos tubos de raios-X;
o espectro de emissão dos raios-X característicos e de frenagem.
3. Interação dos raios-X com os tecidos irradiados:
o dispersão dos raios-X (efeito Compton);
o absorção dos raios-X (efeito fotoelétrico);
o transmissão dos raios-X (atenuação exponencial);
o proteção contra a exposição de raios-X.
4. Formação da imagem radiográfica:
o absorção diferencial dos ossos e do tecido brando em função do número
atômico e a energia dos raios-X;
o contribuição da densidade de massa do tecido irradiado na imagem
radiográfica;
o o filme radiográfico e uso de grade anti-dispersora;
o placas intensificadoras.
5. Imagens radiográficas contrastadas:
o meios de contraste mais usados (iodo, bário);
o ação desses meios na qualidade da imagem radiográfica.
6. Outras aplicações dos raios-X no diagnóstico:
o exame radiográfico de mama (mamografia);
o avaliação da massa óssea (densitometria óssea).
7. A Tomografia Computadorizada:
o princípio de funcionamento do tomógrafo computadorizado;
o representação das imagens tomográficas;
o reconstrução tridimensional e rotação das imagens.
USOS DE RADIONUCLÍDEOS NOS EXAMES CINTILOGRÁFICOS
1. Introdução (George von Hevesy).
2. Conceito de radiotraçador. Importância dos isótopos radioativos.
3. Aplicações dos radiotraçadores ( radiofármacos):
A. In vitro:
 Radioimunoensaio:
o Introdução;
o Natureza da interação antígeno/anticorpo ( hormônio/receptor);
o Uso da radioatividade nos ensaios e etapas do radioimunoensaio;
o Aplicações do radioimunoensaio.
B. In vivo:
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 No diagnóstico:
a) Cintilografia convencional (bidimensional):
 critérios para a escolha do radiotraçador mais adequado;
 vantagens do radioisótopo 99m Tc;
 cintilograma positivo (ex. câncer ósseo);
 cintilograma negativo (ex. embolia pulmonar);
 cintilograma funcional (ex. função renal);
b) Tomografia Computadorizada por emissão de fóton único - SPECT
(tridimensional):
 radiotraçadores usados nesta técnica; sistema de detecção;
 câmara-gama; princípio de funcionamento;
 formação e interpretação das imagens (mapeamento);
 aplicações da técnica: exame do coração e da circulação cerebral
(Fluxo sangüíneo);
c) Tomografia por emissão de pósitrons - PET (tridimensional):
 radiotraçadores usados nesta técnica;
 detecção por coincidência; princípio de funcionamento;
 formação e interpretação das imagens (mapeamento);
 aplicações da técnica: mapeamento funcional do cérebro;
detecção de focos epilépticos e avaliação de pacientes com
doenças de Altzheimer e Parkinson.
 Na terapia:
o Samário-153: emissores de ß- (usado no tratamento paliativo de câncer
ósseo);
o Iodo-125: emissores de radiação gama e de raios-X característicos (usado
na braquiterapia de próstata);
o Iodo-131: emissores de radiação ß- e de radiação gama (usado no
tratamento da glândula tireóide);
o Estanho-117m: emissores gama, elétrons Auger e elétrons de conversão
interna (usado na medicina nuclear).

Trabalho  sob  condições hiperbáricas;


Trabalhos sob Condições Hiperbáricas (sob ar comprimido ou trabalhos submersos).  

     A atmosfera contém habitualmente cerca de 20% de oxigênio, sendo que o


organismo humano está adaptado para respirar o oxigênio atmosférico a uma pressão
em torno de 160mmHg ao nível do mar. A esta pressão, a molécula que transporta o
oxigênio aos tecidos, a hemoglobina, encontra-se praticamente saturada (98%). Assim, a
medida que aumenta a pressão, uma quantidade significativa de oxigênio não é
consumida e entra em solução física no plasma sanguíneo. Se essa exposição se
prolonga pode produzir, a longo prazo, uma intoxicação pelo oxigênio. 

      Os seres humanos, na superfície  terrestre, podem respirar 100% de oxigênio de


forma contínua durante 24-36 horas sem nenhum risco. Após esse período, sobrevém a

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intoxicação pelo oxigênio (efeito de Lorrain-Smith). Os sintomas de toxicidade


pulmonar são principalmente a dor no tórax (retroesternal) e a tosse seca e não
produtiva. O estudo radiológico do tórax mostra atelectasias, em casos de exposição
prolongada, microhemorragia, e finalmente fibrose pulmonar irreversível.   

     Convém ressaltar que a pressões superiores a 2 (duas) atmosferas, o oxigênio produz


toxicidade cerebral, podendo provocar convulsões. A susceptibilidade a convulsão varia
consideravelmente de um indivíduo para outro. A administração de anticonvulsivantes
pode evitar as convulsões por oxigênio mas não reduz a lesão cerebral ou da medula
espinhal.   

     Nos trabalhos sob condições hiperbáricas é exigido cuidadosa compressão e


descompressão, de acordo com as tabelas do Anexo nº 6 da NR-15 da Portaria 3214/78.
Como é possível a ocorrência de necrose óssea asséptica, especialmente nos ossos
longos, o Quadro II da NR-7 da Portaria 3214/78 estabelece, para esses trabalhadores, a
obrigatoriedade da realização de radiografias de articulações coxo-femurais e escápulo-
umerais, por ocasião do exame admissional e posteriormente a cada ano.  

     Os trabalhadores deverão ter mais de 18 (dezoito) e menos de 45 (quarenta e cinco)


anos de idade. Antes de cada jornada de trabalho, os trabalhadores deverão ser
inspecionados pelo médico, sendo que o trabalhador não poderá sofrer mais de uma
compressão num período de 24 horas. A duração do período de trabalho sob ar
comprimido não poderá ser superior a 8 (oito) horas, em pressões de trabalho de 0 a 1,0
kgf/cm², a 6 (seis) horas em pressões de trabalho de 1,1 a 2,5 kgf/cm², e a 4 (quatro)
horas, em pressão de trabalho de 2,6 a 3,4 kgf/cm². Cumpre observar que nenhum
trabalhador pode ser exposto à pressão superior a 3,4 kgf/cm². Após a descompressão,
os trabalhadores são obrigados a permanecer, no mínimo, por 2 (duas) horas, no local de
trabalho, cumprindo um período de observação médica.  

- Trabalhos sob Condições de Baixa Pressão (em grandes altitudes).  


     Nos trabalhos em grandes altitudes, como no caso dos aeronautas, a medida que se
ganha altura sobre o nível do mar a pressão total do ar ambiental e a concentração de
oxigênio vão diminuindo gradualmente. O efeito é um menor aporte de oxigênio aos
tecidos do corpo humano (hipóxia), sendo que o organismo, em resposta, adota medidas
compensatórias de adaptação fisiológica (“aclimatação”), especialmente o aumento da
freqüência respiratória.  

A tolerância à altura varia de um indivíduo para outro e, em geral, a adaptação deve


melhorar após 2 a 3 dias de exposição. Todavia, a hipóxia grave pode exercer diversos
efeitos nocivos para o organismo humano. O órgão mais sensível à falta de oxigenação
é o cérebro e os sintomas mais comuns são a irritabilidade, a diminuição da capacidade
motora e sensitiva, alterações do sono, fadiga muscular, hemorragias na retina e, nos
casos mais graves, edema cerebral e edema agudo do pulmão.  

Temperaturas Extremas.   
Calor.
     Os mecanismos de regulação calórica interna do corpo humano tratam de manter no
corpo uma temperatura constante de 37°C. Dessa forma, é normal que o corpo perca
constantemente calor através dos pulmões e da pele. No caso de exposição ao calor
ambiental excessivo, o organismo produz mais calor e utiliza esses mecanismos de
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regulação para perder mais calor e manter constante a sua temperatura. Em primeiro
lugar, se produz dilatação dos vasos sanguíneos da pele e dos tecido subcutâneos e se
desvia parte importante do fluxo sanguíneo para essas regiões superficiais. Há um
aumento concomitante do volume sanguíneo circulante devido a contração do baço e
diluição do sangue circulante com líquidos extraídos de outros tecidos. Esses ajustes
circulatórios favorecem o transporte de calor do centro do organismo até a superfície.
Simultaneamente, se ativam as glândulas sudoríporas, derramando líquido sobre a pele
para eliminar calor por evaporação.  

     A exposição prolongada ao calor excessivo pode causar um aumento da


irritabilidade, fraqueza, depressão, ansiedade e incapacidade para concentrar-se. Nos
casos mais graves, pode ocorrer alterações físicas tais como desidratação, erupção por
calor (vesículas roxas na área afetada da pele), câimbras por calor (espasmos e dor nos
músculos do abdômen e das extremidades), esgotamento por calor (palidez, fraqueza e
sudorese profusa, com pele fria e úmida) e síncope por calor (dor de cabeça, náuseas,
pele seca e quente, confusão, colapso, delírio e coma).  

     As ocupações com maior risco de exposição ao calor incluem os cozinheiros,


padeiros, fundidores de metais, fabricantes de vidros, mineiros, entre outros. No caso de
exposição excessiva ao calor, os limites são aqueles constantes do Anexo nº 3 da NR-15
da Portaria 3214/78.  Em geral, é necessário a implementação de procedimentos para
uma adequada re-hidratação e reposição salina.   

Frio.  
     Quando o corpo está exposto ao frio ocorre o oposto  do que ocorre em situações de
calor excessivo. Os vasos sanguíneos periféricos (pele e extremidades) se contraem para
reduzir a perda de calor no ambiente, o que resulta numa queda brusca da temperatura
da pele.   

     Quando há congelamento dos tecidos, em torno da temperatura de  –1°C, ocorre


alteração da estrutura celular  e necrose dos tecidos. O primeiro sinal de lesão por frio é
uma sensação aguda de pontada, adormecimento e anestesia dos tecidos atingidos. A
necrose por frio pode produzir desde uma lesão superficial com mudança da cor da pele,
anestesia transitória, até o congelamento de tecidos profundos com isquemia persistente,
trombose, cianose profunda e gangrena.  

     As ocupações com maior risco de exposição ao frio são os trabalhadores em câmaras
frigoríficas, à céu aberto no clima frio, nos serviços de refrigeração, entre outros.  
Radiações Ionizantes .  

     Radiação é toda energia que se propaga em forma de onda através do espaço. Neste
conceito de radiação se inclui a luz visível, a infravermelha, a ultravioleta, as ondas de
rádio e televisão, o infra-som, o ultra-som, a eletricidade e os raios X.   

     Radiação ionizante, por sua vez, é a radiação eletromagnética com energia suficiente
para provocar mudanças nos átomos em que incide (ionização), como é o caso dos raios
X, dos raios alfa, beta e gama, e dos materiais radioativos.     

     Os efeitos biológicos da radiação ionizante ocorrem quando a radiação transfere


energia para as moléculas das células dos tecidos expostos. Como resultado desta
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interação, as funções das células podem deteriorar-se de forma transitória ou


permanente e ocasionar inclusive a morte das mesmas. A gravidade da lesão vai
depender do tipo de radiação, da dose absorvida, da velocidade de absorção e da
sensibilidade do tecido em relação à radiação. Os órgãos mais sensíveis são aqueles
envolvidos com a formação do sangue e o sistema gastrintestinal.  

     Doses altas de radiação sobre o organismo humano (corpo inteiro) podem provocar a
morte em poucos minutos, possivelmente em decorrência da destruição de
macromoléculas e de estruturas celulares indispensáveis à manutenção de processos
vitais.   

     Doses da ordem de 100 Gray (Gy) produzem falência do sistema nervoso central,
provocando desorientação espaço-temporal, perda de coordenação motora, distúrbios
respiratórios, convulsões, estado de coma e, finalmente, morte, que ocorre algumas
horas após a exposição.    

     Quando a dose absorvida numa exposição de corpo inteiro é de dezena de Gray,


observa-se síndrome gastrintestinal, caracterizada por náuseas, vômito, perda de apetite,
diarréia intensa e apatia. Em seguida surgem desidratação, perda de peso e infecções
graves, sendo que a morte ocorre poucos dias mais tarde.  
 
     Doses da ordem de alguns Gray acarretam a síndrome hematopoiética, decorrente da
inativação das células sanguíneas (hemácias, leucócitos e plaquetas) e, principalmente,
dos tecidos responsáveis pela produção dessas células ( a medula óssea). Já, a exposição
de áreas específicas produzem danos locais e imediatos nos tecidos. Os vasos
sanguíneos das zonas expostas são lesados, alterando as funções dos órgãos, podendo
levar a necrose e gangrena. Como conseqüências secundárias aparecem mudanças
degenerativas nas células, sendo que o efeito retardado mais importante é o aumento da
incidência de leucemia e de câncer, especialmente de pele, tireóide, pulmão e mama.    

     De acordo com a legislação específica em vigor, o Anexo 5 da NR-15 da Portaria


3214/78, nas atividades onde trabalhadores possam ser expostos a radiações ionizantes,
os limites de tolerância, os princípios, as obrigações e controles básicos para a proteção
do homem e do seu meio ambiente, são os constantes da Norma CNEN-NE-3.01:
“Diretrizes Básicas de Radioproteção”.  

Radiações Não Ionizantes.   


A  radiação não ionizante engloba toda a radiação e os campos  do espectro
eletromagnético que não tem energia suficiente para ionizar a matéria. A linha divisória
entre as radiações ionizantes (altas freqüências) e as radiações não ionizantes (baixas
freqüências) é a freqüência da luz solar (luz visível). No espectro eletromagnético,
abaixo da luz visível está a radiação infravermelha. Mais abaixo se encontra uma ampla
variedade de radiofreqüências (microondas, radio celular, televisão, rádio FM e AM,
ondas curtas) e, no extremo inferior, os campos com freqüência de rede elétrica,
conforme ilustração abaixo.    
 
 
-  Radiação Ultravioleta.   
     Presente na luz solar, na maioria das lâmpadas e na solda a arco. A radiação
ultravioleta da luz solar é essencial para a síntese de vitamina D na pele e em outros
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aspectos fisiológicos da vida humana. Entretanto, pode ocasionar uma variedade de


efeitos patológicos, como queimaduras, mudanças de pigmentação da pele, alterações
imunológicas e neoplasias.   

     A exposição excessiva é mais prejudicial para os olhos e para a pele, onde provoca
uma série de alterações estruturais na epiderme, na junção dermo-epidérmica e na
derme. Nos olhos, a maior parte da radiação é absorvida pela córnea, conjuntiva e
cristalino, provocando inflamações (queratite e conjuntivite), que aparecem poucas
horas após uma exposição excessiva e normalmente regridem em um a dois dias.

Entretanto, a exposição prolongada pode contribuir para a formação de cataratas. Na


pele, a radiação UV pode provocar desde o eritema (“queimadura solar”) até o aumento
da incidência de câncer. Estudos epidemiológicos tem apontado o aumento da
incidência de câncer de pele (epiteliomas e melanomas) entre trabalhadores expostos à
solda elétrica e à luz solar, por longos períodos de tempo.   

     A exposição ocupacional mais importante ocorre entre os soldadores e entre os


trabalhadores que atuam na intempérie, como os trabalhadores rurais, os pescadores, os
marinheiros, os trabalhadores em salinas, os operários da construção civil, entre outros.
     Entre as medidas de proteção coletiva, as prioridades são o isolamento da fonte
através de anteparos adequados e a adoção de um maior distanciamento entre a fonte e o
operador. Em relação aos equipamentos de proteção individual, recomenda-se a
utilização de óculos de proteção com lente verde-escura, de protetores faciais e de
vestimenta de material incombustível. Para os trabalhadores rurais, é recomendável o
uso de chapéu de palha de aba larga e camisas claras de manga comprida.   

-  Radiação Infravermelha.   
     Presente na luz solar, nas lâmpadas de filamento de tungstênio e em numerosos
processos industriais que utilizam fontes de calor, como os padeiros, sopradores de
vidro, operários de altos fornos, trabalhadores de fundição e metalurgia, bombeiros,
entre outros.   

     Da mesma forma que a radiação ultravioleta, a infravermelha é mais prejudicial para
a pele e para os olhos. Na pele, pode provocar queimaduras.  Podem ocorrer
queimaduras de pálpebras e da córnea. Nos olhos, contudo, devido a transparência dos
meios oculares, as lesões são mais graves pois, além de provocar cataratas, a radiação
infravermelha afeta mais a retina.  

     Entre as medidas de proteção coletiva, as prioridades são o isolamento da fonte


através de anteparos adequados e a adoção de um maior distanciamento entre a fonte e o
operador. Em relação aos equipamentos de proteção individual, recomenda-se o uso de
óculos escuros com lente de absorção, além de vestimenta de material incombustível.   
-  Campos de radiofreqüência e microondas . 
     A radiação de radiofreqüência é encontrada em aplicações muito conhecidas, tais
como as emissões de rádio e televisão, comunicações (telefonia fixa e móvel,
radiocomunicação), radar, entre outros. A exposição pode provocar aquecimento dos
tecidos do organismo, levando a queimaduras, parestesias (“formigamentos”),
alterações da sensibilidade de mãos e dedos, irritação ocular, aquecimento e mal estar
nas pernas, convulsões, cataratas e esterilidade masculina.   

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     Entre as medidas de proteção coletiva, recomenda-se o enclausuramento da fonte


através de anteparos metálicos, o afastamento da fonte e a proteção do operador. Em
relação aos equipamentos de proteção individual, recomenda-se o uso de óculos com
lentes de vidro impregnado de óxido de estanho, capacetes metálicos e aventais
telados.  

     Na telefonia celular, a emissão de radiação eletromagnética ocorre nos dois


componentes do sistema, isto é, tanto no uso dos telefones celulares como junto às
antenas radiobase. As ondas eletromagnéticas emitidas são absorvidas pelo organismo
humano e podem causar efeitos biológicos. A questão ainda não foi devidamente
esclarecida mas inúmeros estudos epidemiológicos em andamento parecem indicar a
relação entre câncer cerebral e o uso de telefones móveis.   

-  Campos elétricos e magnéticos.  


     Presentes principalmente na geração, distribuição e uso da energia elétrica. No caso
de exposição a campos elétricos e magnéticos, estudos epidemiológicos parecem indicar
riscos excessivos de leucemia, de tumores cerebrais, de câncer pulmonar e de câncer de
mama (em homens), especialmente entre os eletricistas e engenheiros que atuam em
subestações e em redes de alta tensão, entre os soldadores e entre os condutores de
veículos elétricos. Outras pesquisas tem apontado um maior risco de doenças
cardiovasculares, alterações do sono, depressão e suicídio entre esses trabalhadores.
Estudos sobre a exposição de trabalhadores em terminais de vídeo ainda são
inconclusivos.   

     O controle médico dos trabalhadores expostos a radiações eletromagnéticas deverá


ser realizado pelo menos semestralmente e envolver os seguintes procedimentos: exame
oftalmológico, hemograma, eletroforese de proteínas, dosagem de albumina na urina,
eletroencefalograma e eletrocardiograma.   

Riscos Biológicos.   
     Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas,
protozoários, vírus, alérgenos e toxinas  de origem biológica, entre outros. O ser
humano está constantemente exposto aos agentes biológicos pois esses
microorganismos são amplamente encontrados na natureza. A exposição ocupacional
mais importante ocorre entre os trabalhadores rurais e entre os profissionais dos serviços
de saúde.   
     O trabalho na agricultura expõem os trabalhadores principalmente à poeiras
orgânicas, com alto teor de fungos em suspensão, que podem provocar doenças
respiratórias tais como a bronquite crônica, asma, pneumonites, entre outras.   
     Nos serviços de saúde, por sua vez, os trabalhadores estão expostos a numerosos
riscos biológicos, destacando-se entre eles o vírus HIV, a hepatite B, o herpes vírus, a
rubéola e a tuberculose.   

     A exposição à riscos biológicos ocorre ainda nos laboratórios, nos serviços de
esgotos, na coleta e industrialização de lixo urbano, nos cemitérios, nos serviços
veterinários, nos matadouros, nos frigoríficos, na manipulação de carnes e alimentos “in
natura”, entre outros.  
     
OCUPAÇÕES ASSOCIADAS COM EXPOSIÇÃO À RISCOS BIOLÓGICOS 

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OCUPAÇÕES DOENÇAS / AGENTES BIOLÓGICOS


Açougueiro Antraz, tularemia, erisipelóide
Construção civil Blastomicose, leishmaniose. Histoplasmose, malária
Processamento de alimentos Salmonelose, tularemia, triquinose
Trabalho com gado leiteiro Brucelose, febre Q, tinea barbae
Trabalho em lavoura Raiva, antraz, brucelose, tétano, leptospirose, tularemia,
blastomicose, histoplasmose, esporotricose, esquistossomose,
ascaridíase, ancilostomíase
Trabalho em abatedouro Brucelose, leptospirose, febre Q, salmoneloses, estafilococcias
Trabalho em limpeza urbana Hepatites, leptospirose, ascaridíase, ancilostomíase
Trabalho em saunas e Dermatofitoses
lavanderias, camareiras
Médicos, dentistas, Hepatites B e C, AIDS, herpes vírus, rubéola, tuberculose
enfermeiros, pessoal de
laboratório
Veterinários e comércio de Antraz, brucelose, psitacose, dermatofitoses, erisepelóide,
animais raiva, tularemia, salmonelose
 
 
     Entre as medidas de proteção coletiva, recomenda-se medidas de controle de
engenharia visando conter os riscos biológicos em sua fonte, reduzir a concentração de
aerossóis e limitar seu movimento pelo ambiente de trabalho. São utilizados sistemas de
ventilação, ar condicionado e aquecimento, que devem ser adequadamente projetados e
periodicamente vistoriados para prevenir a contaminação por fungos ou bactérias. O
monitoramento ambiental é recomendável para determinar se o controle está sendo
efetivo em se reduzir o potencial de exposição.  
     Medidas administrativas são também de grande utilidade, tais como melhorias na
higiene pessoal, saneamento básico, controle da qualidade da água para consumo
humano, acesso restrito a áreas de exposição, adoção de boas práticas, treinamentos
específicos de segurança, entre outros. Em relação aos equipamentos de proteção
individual, recomenda-se o uso de luvas, uniformes, aventais, óculos de proteção e
máscaras especiais.  
     A vacinação nos ambientes de trabalho deve ser realizada de acordo com indicações
específicas. A vacina contra tétano é recomendada para os trabalhadores rurais,
operários da construção civil, trabalhadores da mineração e para os trabalhadores em
saneamento e na coleta de lixo. Já, a vacinação contra as hepatites A e B é
recomendável para os profissionais de saúde e para os trabalhadores em saneamento e
na coleta de lixo.    

Limites de tolerância e de exposição;  


Limites de Exposição
No que se refere à exposição às radiações não ionizantes, é preciso identificar qual é o
público avaliado. Muito embora existam normas que regulamentam o assunto em
168
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muitos países, em se tratando do público em geral e dos trabalhadores, no Brasil


dispomos atualmente das Normas Regulamentadoras NR-15, Anexo 7 e NR-09 da
Portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego.
A NR-15 não estabelece limites de tolerância para exposição ocupacional às radiações
não ionizantes. Por outro lado, a NR-9, que estabelece a obrigatoriedade de todas as
empresas implantarem um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, em
seu item 9.3.5.1, alínea c, dispõe que na ausência de limites de tolerância na NR-15,
para efeitos de adoção de medidas de controle dos riscos ambientais, deverão ser
utilizados os valores de limites de exposição ocupacional adotados pela ACGIH –
American Conference of Governmental Industrial Hygienists, ou aqueles que venham a
ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos que os
critérios técnicos-legais estabelecidos.

A ACGIH adota limites de exposição ocupacional à radiação de radiofreqüências e


microondas nas faixas de freqüências de 30 kHz a 300 GHz, intervalo que compreende
a faixa de freqüências utilizadas na quase totalidade das telecomunicações, incluindo
rádio difusão, televisão, telefonia celular, microondas e telefonia celular, além de outras
aplicações.
Várias normas internacionais estabelecem limites de exposição às radiações não
ionizantes para exposições ocupacionais e para o público em geral. A ACGIH trata
somente dos limites ocupacionais.
Entre as normas internacionais mais conhecidas, cabe destacar as emitidas pela FCC –
Federal Communications Commission [3], dos E.U.A., pelo CENELEC – Comité
Européen de Normalisation Électrotechnique, da Comunidade Européia [4] e pela
ICNIRP – International Commission on Non Ionizing Radiation Protection [5], órgão
independente, cujas diretrizes são recomendadas pela Organização Mundial da Saúde
(World Health Organization) - OMS (WHO)

As Tabelas I e II apresentam uma comparação entre os limites de exposição (níveis de


referência) encontrados nas normas citadas, nas faixas de freqüências utilizadas em
telecomunicações. A Tabela I trata da exposição ocupacional, ou em ambiente
controlado, ao passo que a Tabela II refere-se à exposição do público em geral, ou em
ambiente não controlado.
Observe-se que os níveis recomendados pela ICNIRP são os mais restritivos .
As recomendações da ICNIRP são as mais aceitas internacionalmente. Foram
recentemente adotadas no Brasil pela ANATEL- Agência Nacional de
Telecomunicações [7], que passou a exigir, de todas as operadoras de serviços de
telecomunicações, declaração de que suas estações de radiocomunicação atendem aos
limites estabelecidos pela ICNIRP.
[Essa medida da Anatel é muito oportuna, pois a falta de uma norma brasileira para os
limites de exposição não controlada, ou seja, para o público em geral, tem levado vários
municípios brasileiros a editar as suas próprias normas. Além de diferirem de um
município a outro, essas normas municipais em muitos casos não obedecem a critérios
169
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

há muito tempo consagrados em normas internacionais (N.E.)]. 


 

E  H Seq

freqüência V/m A/m mW/cm2

ACGIH FCC ICNIRP ACGIH FCC ICNIRP ACGIH FCC ICNIRP

10 kHz     610     24,4      

100 kHz 614   610 163   24,4      

1 MHz 614 614 610 16,3 1,63 1,6      

10 MHz 184 184 61 1,63 0,49 0,16      

100 MHz 61,4 61,4 61 0,163 0,163 0,16 1 1 1

1 GHz             3,3 3,3 2,5

10 GHz             10 5 5

100 GHz             10 5 5

   Tabela I - Níveis de referência para exposição ocupacional (ambiente controlado)

E H Seq

freqüência V/m A/m mW/cm2

FCC CENELEC ICNIRP FCC CENELEC ICNIRP FCC CENELEC ICNIRP

10 kHz   400 87   16,8 5      

100 kHz   400 87   7 5      

1 MHz 614 275 87 1,63 0,7 0,7      

10 MHz 82,4 27,5 28 0,22 0,07 0,07      

100 MHz 27,5 27,5 28 0,073 0,07 0,07 0,2 0,2 0,2

1 GHz             0,67 0,5 0,5

10 GHz             1 1 1

100 GHz             1 1 1

Tabela II - Níveis de referência para exposição do público em geral (ambiente não


controlado)

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LIMITES DE EXPOSIÇÃO AO RUÍDO


Proteção auditiva: Protetores auriculares, para trabalhos realizados em locais em que o
nível de ruído seja superior ao estabelecido na NR-15 Anexos I e II: NR-15 Anexo I -
Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente

OBS: Os tempos de exposição diária permissíveis citados acima, são aqueles que a
pessoa pode ficar naquele ambiente com tantos decibéis (dB) correspondentes, sem o
uso de equipamentos de proteção. De acordo com o nº de horas de trabalho daquela
função, quando extrapolar os tempos deste quadro, será necessário o uso de EPI
adequado para corrigir o excesso de tempo de exposição ao ruído, de modo a preservar a
saúde do trabalhador.

171
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1 – Entende-se por Ruído Contínuo ou intermitente, para os fins de aplicação de Limites


de Tolerância, o ruído que não seja ruído de impacto.
 
2 – Os níveis de ruído contínuo ou intermitente devem ser medidos em decibéis (dB)
com instrumento de nível de pressão sonora operando no circuito de compensação “A”
e circuito de resposta lenta (SLOW). As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do
trabalhador.

3 – Os tempos de exposição aos níveis de ruído não devem exceder os limites de


tolerância fixados no quadro deste anexo.

4 – Para os valores encontrados de nível de ruído intermediário será considerada a


máxima exposição diária permissível relativa ao nível imediatamente mais elevado.

5 – Não é permitida exposição a níveis de ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos
que não estejam adequadamente protegidos.

6 – Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais períodos de exposição a


ruído de diferentes níveis, devem ser considerados os seus efeitos combinados, de forma
que, se a soma das seguintes frações: (C1/T1) + (C2/T2) +.........+ (Cn/Tn) exceder a
unidade, a exposição estará acima do limite de tolerância. Na equação acima Cn indica
o tempo total em que o trabalhador fica exposto a um nível de ruído específico e Tn
indica a máxima exposição diária permissível a este nível, segundo o Quadro deste
Anexo.

7 – As atividades ou operações que exponham os trabalhadores a níveis de ruído,


contínuo ou intermitente, superiores a 115 dB(A), sem proteção adequada, oferecerão
risco grave e iminente.

NR-15 – Anexo II – Limites de Tolerância para Ruídos de impacto

1 – Entende-se por ruído de impacto aquele que apresenta picos de energia acústica de
duração inferior a 1 (um) segundo, a intervalos superiores a 1 (um) segundo.

2 – Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibéis (dB), com medidor de nível
de pressão sonora operando no circuito linear e circuito de resposta para impacto. As
leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. O limite de tolerância para
ruído de impacto será de 130 dB(linear). Nos intervalos entre os picos, o ruído existente
deverá ser avaliado como ruído contínuo.

3 – Em caso de não se dispor de medidor do nível de pressão sonora com circuito de


resposta para impacto, será válida a leitura feita no circuito de resposta rápida (FAST) e
circuito de compensação “C”. Neste caso, o limite de tolerância será de 120 dB(C).

4 – As atividades ou operações que exponham, os trabalhadores, sem proteção


adequada, a níveis de ruído de impacto superiores a 140 dB (linear), medidos do circuito
de resposta para impacto, ou 130 dB (C), medidos no circuito de resposta rápida
(FAST), oferecerão risco grave e iminente.

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VI – Proteção respiratória, para exposições a agentes ambientais em concentrações


prejudiciais à saúde do trabalhador, de acordo com os limites estabelecidos na NR – 15:

a) respiradores contra poeira, para trabalhos que impliquem em produção de poeiras;


 
b) máscaras para trabalhos de limpeza por abrasão, através de jato de areia;

c) respiradores e máscaras de filtro químico para exposição a agentes químicos


prejudiciais à saúde;

d) aparelhos de isolamento (autônomos ou de adução de ar), para locais de trabalho


onde o teor de oxigênio seja inferior a 18% (dezoito por cento) em volume.

VII – Proteção do tronco: Aventais, jaquetas, capas e outras vestimentas especiais de


proteção para trabalhos em que haja perigo de lesões provocadas por:

1 – riscos de origem térmica;

2 – riscos de origem radioativa;

3 – riscos de origem mecânica;

4 – agentes químicos;

5 – agentes meteorológicos;

6 – umidade proveniente de operações de lixamento a água ou outras operações de


lavagem

Fundamentos de Proteção contra Incêndio:


Sistemas fixos e portáteis de combate ao fogo; 
Os Sistemas Fixos são aqueles que a partir de um Tanque de Espuma , tipo Gravidade
ou de Pressão Balanceada , conectam-se a rede geral de alimentação de água do sistema
de combate a Incêndio .

No caso do Tanque por Gravidade , utilizamos um proporcionador de espuma para


promover a dosagem correta de LGE na solução ( água + LGE ) que percorrerá a rede
geral citada ; e no caso do Tanque de Pressão Balanceada, o LGE será introduzido na
rede geral já na proporção ajustada.

Desta maneira , estando a rede geral de combate a incêndio preparada com a solução
( água + LGE ) , poderemos conectar a esta tubulação , qualquer Equipamento de
lançamento e/ou aplicação , como : um Sistema de Sprinkler , um Sistema de Dilúvio ,
um Sistema de Hidrante com Esguichos Lançadores e Formadores de Espuma e/ou
Canhões Monitores 750F , Canhões Monitores Portáteis 750P , e Câmaras de espuma.

173
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

As áreas de aplicação recomendável são: refinarias de petróleo, indústria petroquímica,


química, hangares de avião , plataformas marítimas, salas de inflamáveis, plataformas
de carregamento, etc.Conforme NFPA .

Os Sistemas Portáteis são aqueles que se utilizam de equipamentos portáteis para a


aplicação da espuma , conforme uma das seguintes configurações :

1) a partir de uma coluna de hidrante , conectamos uma carreta de 130 litros de LGE
através de seu proporcionador de espuma , que enviará a solução ( água + LGE ) criada ,
por sua mangueira de incêndio até o esguicho lançador e formador de espuma , para o
lançamento e aplicação manual ;

2) a partir de uma coluna de hidrante , conectamos um proporcionador de espuma com


tubo pick-up em uma bombona de espuma , a solução ( água + LGE ) criada será envia
da por sua mangueira de incêndio até o esguicho lançador e formador de espuma , para
o lançamento e aplicação manual ;

3) a partir de uma coluna de hidrante , conectamos um proporcionador de espuma com


tubo pick-up em uma bombona de espuma , a solução ( água + LGE ) criada será
enviada por sua mangueira de incêndio até o canhão monitor 750P , que fará o
lançamento e aplicação da espuma.

 SISTEMAS DE HIDRANTES
O sistema é composto de um reservatório de água, conectado a uma Casa de Bombas ou
diretamente a rede de alimentação d'água , que é distribuída por uma tubulação de Ferro
Fundido ou Aço ou em Plástico PVC ( há restrições ) até as colunas de hidrantes
simples ou duplas. Nesta rede de alimentação poderemos ter Válvulas Isoladoras ,
eventualmente sendo indicadoras
(indicam se a Válvula encontra-se aberta ou fechada) , de modo a seccionar a rede e
permitir uma manutenção no trecho seccionado.
Ao lado das Colunas de Hidrante são instalados os abrigos de incêndio metálico ou em
fibra de vidro , contendo as Manguei-ras de Incêndio , esguichos , e chave storz.
Conforme NBR 13714

SISTEMAS DE SPRINKLERS
O sistema é composto de um reservatório de água que está conectado a uma Casa de
Bombas , que por sua vez serve a rede de alimentação d'água , que é distribuída por uma
tubulação de Ferro Fundido ou Aço até as Válvulas de Governo ( Reten-
ção e Alarme ).
A partir desta , temos tubulações em aço denominadas " Geral " , " Sub-Geral" e "
Ramais" , nesta última há as conexões com os sprinklers, afim de combater os focos de
incêndio sobre a área protegida por cada sprinkler individualmente.
O acionamento deste é feito pelo calor emitido pelo fogo, que rompe uma ampola de
quartzóide ou um elo fusível de liga metálica, liberando o selo de vedação, e dando
passagem ao fluxo d'água. Este jato atinge o defletor do sprinkler e dispersa
se de forma difusa, combatendo e extinguindo o foco de incêndio em uma área
determinada pelo seu grau de risco e pelo modelo do sprinkler.
A Válvula de Governo, tem as funções de reter a água pressurizada nos ramais, acionar
o Gongo de Alarme Hidráulico no ca-so de incêndio, drenar os ramais no caso de
174
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

manutenção, indicar a pressão na tubulação de alimentação e geral, e servir como


equipamento de teste do sistema. Conforme NBR 10897 e NFPA 13.

SISTEMA DILÚVIO
O sistema é composto de um reservatório de água que está conectado a uma Casa de
Bombas , que por sua vez serve a rede de alimentação d'água , que é distribuída por uma
tubulação de Ferro Fundido ou Aço até as Válvulas de Dilúvio.
A partir desta , temos tubulações em aço denominadas " Geral " , " Sub-Geral" e "
Ramais" , e nesta última há as conexões
com os projetores , afim de combater os focos de incêndio sobre toda a área
simultaneamente.
O acionamento desta Válvula , que mantêm a rede a jusante seca , ocorrerá por uma das
três formas seguintes : 1) Manual - quando um operador aciona uma Válvula de Dreno,
que despressuriza o diafragma da Válvula Dilúvio , desta forma a mesma
se abre e a água inunda a rede de distribuição para os projetores. 2) Automático -
utilizando-se um Sistema de Detecção por Sprinkler , interligado ao diafragma da
Válvula Dilúvio. Quando o sprinkler se rompe pela ação do calor , o diafragma é
despressurizado e o ciclo já indicado anteriormente se realiza.
3) Automático - utilizando-se um Sistema de Detecção por detectores eletrônicos. Os
mesmos quando atuados por fumaça
ou calor ou chama , enviam um sinal à Central de Alarme , que por sua vez envia um
comando para abertura de uma Válvula solenóide interligada ao diafragma da Válvula
Dilúvio. A abertura da Válvula solenóide , causa uma despressurização no diafragma e
o ciclo se repete. Uma vez disparada, a válvula envia água a todos os projetores de
média velocidade ( MV ), ou de alta velocidade ( HV ), assim resfriando ou abafando o
foco de incêndio. Conforme NFPA 15.

SISTEMA DE PRÉ - AÇÃO

O Sistema com Válvula de Pré - Ação é composto do Sistema de Sprinkler , para o


combate ao fogo , e dos Sistemas de : Detecção e Alarme Eletrônico ; e Detecção e
Alarme com Ar Comprimido.
A Válvula de Pré - Ação é composta de uma Válvula de Dilúvio e de uma Válvula de
Retenção de Ar instalada a jusante , desta maneira o Sistema de Sprinkler é conectado
na saída da Válvula de Retenção de Ar e mantido seco com ar comprimi-
do. Em uma entrada lateral da Válvula de Retenção de Ar , conectamos o Sistema de
Detecção e Alarme com Ar Comprimi-do, que mantêm a rede de Sprinkler pressurizada
com uma pressão mínima de 0,5 Bar.
O Sistema de Pré - Ação pode ser subdividido em três tipos , que são : 1) Sistema "
Single Interlock " , onde apenas o Siste-
ma de Detecção e Alarme Eletrônico atua sobre a liberação da Válvula de Dilúvio ,
através da solenóide elétrica acionada ; 2) Sistema " Double Interlock " , onde a Válvula
de Dilúvio é atuada através de sua solenóide apenas quando receber um sinal
do laço cruzado entre o Sistema de Detecção Eletrônico e do Sistema de Detecção e
Alarme de baixa pressão de Ar Comprimido ; 3) Sistema " Non Interlock " , onde
qualquer do dois Sistemas de Detecção atuam sobre a solenóide da Válvu-
la de Dilúvio , liberando a entrada de água no Sistema de Sprinkler.

175
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A Válvula de Pré - Ação desenvolvida pela VESTA , atende a estes princípios , e aos
requisitos indicados na NFPA13/2002 item 7.3. , onde devido as suas características , é
uma alternativa para proteção de áreas como as protegidas por Gás.

As áreas de aplicação recomendável são: salas de computadores, salas de


telecomunicações, salas de geradores elétricos , transformadores, fitotecas , memotecas ,
cabine de pinturas, recintos fechados, etc.

SISTEMA DE DETECÇÃO E ALARME

O sistema é composto de uma Central de Alarme ( Painel de Detecção e Alarme ) que


está conectado a uma rede de acionadores manuais de alarme, interligados aos
detectores eletrônicos do tipo fumaça (iônico ou óptico) , linear , chama , térmico ou por
aspiração.

Esta Central de Alarme pode ser do tipo : Convencional (Sistemas de pequeno porte ) ,
Endereçável ( Sistemas de médio e grande porte ) e Analógicos ou Inteligentes
( Sistemas de médio e grande porte , mas com características de programação de
funções para os detectores que vão além do simples endereço).

Funções comuns as Centrais : alimentação de rede 110 ou 220 Vac com saída 24 Vcc ;
(2) baterias seladas de 7Ah x 12 V que garantem a autonomia da Central mesmo com
queda da rede elétrica ; Display com caracteres alfa numéricos ; led's que informam a
falha de CA , falha de rede , Fogo; Sirene local ; permitem a instalação de painéis
remotos.
Esta Central de Alarme quando acionada, sinaliza imediatamente o início de um
incêndio, e envia um sinal para as sirenes das áreas, para evacuação , assim como pode
comandar destravamento ou fechamento de portas corta fogo , desde que as mesmas
estejam acopladas com travas eletromagnéticas. Conforme NBR 9441 e NFPA 72.

SISTEMAS DE GASES
A Vesta possui tecnologia para Sistemas de Gases do tipo : CO2 e Agentes Limpos -
HFC 227ea, HFC 125 (novo lançamento com aprovação da "UL") ou FE 13 ( nome
genérico do gás heptafluorpropano , conforme NFPA 2001 ). Ambos os tipos de gases
são armazenados em cilindros de alta pressão e são compostos de : válvula cilindro ,
cabeça de descarga , comando elétrico e gás (CO2 ; HFC 227 ; FE13 ). A partir dos
Cilindros , temos uma rede hidráulica de distribuição do gás até os difusores
(equipamento responsável pelo lançamento do gás no ambiente ) , e para a determinação
da quantidade de cilindros e de gás , diâmetro das redes de distribuição , orifícios dos
difusores , quantidade de difusores , e outros , temos softwares específicos de cálculo.
Os parâmetros utilizados para a execução deste cálculo são : dimensões do ambiente a
ser protegido ; temperatura local ; altitude em relação ao mar ; tipo do material a ser
protegido , de modo a selecionarmos a concentração exigida; e tempo de descarga
necessário . Este cálculo é realizado de acordo com a NFPA 12 no caso do
CO2 e pela NFPA 2001 no caso dos Agentes Limpos.
Após esta etapa , devemos definir se o Sistema de Gás será atuado Manualmente ou
Automaticamente , isto é , no caso do Acionamento Manual , temos o acionamento tipo
Manual mecânico - onde o operador atua diretamente na Válvula Cilindro através do
Atuador Manual ; e temos o Manual elétrico - onde o operador atua um Acionador
176
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Manual " quebre o vidro" , que esta interligado a uma Central de Alarme e Combate , e
que recebendo este sinal de entrada elétrico , envia um outro sinal de saída de combate
temporizado para o Comando Elétrico conectado na Válvula Cilindro. O Acionamento
Automático é realizado por um sistema de detecção e alarme, onde uma Central de
Alarme e Combate recebe informações em laço cruzado do ambiente protegido, e na
ocorrência de um incêndio envia um sinal de combate temporizado para o Comando
Elétrico conectado na Válvula Cilindro. Após a Válvula Cilindro ter sido atuada ,
haverá a liberação do gás , mas a sinalização de pré-alarme para abandono da área e a
sinalização do efetivo disparo do gás , devem ser obedecidas para a manutenção da
integridade humana.

As áreas de aplicação recomendável são: salas de computadores, salas de


telecomunicações, máquina de algodão p/ Ind.
têxtil, sala de geradores elétricos , transformadores, tanques de imersão, fitotecas,
memotecas , cabine de pinturas, recintos fechados, etc.
Conforme NFPA 12 e NFPA 2001.

SISTEMAS DE ESPUMA
Os Sistemas de Espuma tem como parte comum o LGE ( Líquido Gerador de Espuma ),
simplificadamente denominado ape-nas por Espuma . Os LGE's de última geração são
os produtos de base sintética fluorada , conhecidos pela sigla AFFF ( Aqueos Film
Forming Foam ) , utilizados na prevenção e extinção de incêndios de classe A ( madeira
, papel , algodão , etc ) ou B ( líquidos inflamáveis, hidrocarbonetos insolúveis em água
e solventes polares ). O princípio de extinção é por abafamen-
to e resfriamento, simultaneamente , desta maneira , de acordo com os equipamentos
utilizados no combate ao fogo , os sistemas são sub-divididos em Sistemas Portáteis ou
Sistemas Fixos.

Armazenamento  de  produtos  inflamáveis; 


Ao armazenar produtos inflamáveis , deve-se ter o cuidado de fazê-lo de forma a evitar,
por exemplo, colocar produtos oxidante próximo a solvente orgãnico ou pirofóricos
próximo a inflamáveis.

Ao armazenar substâncias químicas, considerar:


-  Sistema de ventilação.
-  Sinalização correta.
-  Disponibilidade de equipamentos de proteção individual e equipamentos de proteção
coletiva.
-  área administrativa separada da área técnica e da armazenagem.

Produtos Químicos Incompatíveis

A lista abaixo contém uma relação de produtos químicos que, devido ás suas
propriedades químicas, podem reagir violentamente entre si resultando numa explosão,
ou podendo produzir gases altamente tóxicos ou inflamáveis. Por este motivo quaisquer
atividades que necessitem o transporte, o armazenamento, a utilização e o descarte
devem ser executados de tal maneira que as substâncias da coluna da esquerda,
acidentalmente, não entrem em contato com as correspondentes substâncias químicas na
177
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coluna do lado direito Por causa do grande número de substâncias perigosas,


relacionamos aqui apenas as principais.

Substâncias Incompatível com

Acetileno Cloro, bromo, flúor, cobre, prata, mercúrio

Acetona Bromo, cloro, ácido nítrico e ácido sulfúrico.

Etileno glicol, compostos contendo hidroxilas, óxido de


cromo IV, ácido nítrico, ácido perclórico, peróxidios,
Ácido Acético
permanganatos e peróxidos, permanganatos e peroxídos,
ácido acético, anilina, líquidos e gases combustíveis.

Ácido cianídrico Álcalis e ácido nítrico

Ácido acético glacial, anidrido acético, álcoois, matéria


Ácido crômico [Cr(VI)] combustível, líquidos, glicerina, naftaleno, ácido nítrico,
éter de petróleo, hidrazina.

Ácido fluorídrico Amônia, (anidra ou aquosa)<>

Ácido Fórmico Metais em pó, agentes oxidantes.

Ácido Nítrico Ácido acético, anilina, ácido crômico, líquido e gases


(concentrado) inflamáveis, gás cianídrico, substâncias nitráveis.

Álcoois e outras substâncias orgânicas oxidáveis, ácido


Ácido nítrico iodídrico, magnésio e outros metais, fósforo e etilfeno,
ácido acético, anilina óxido Cr(IV), ácido cianídrico.

Ácido Oxálico Prata, sais de mercúrio prata, agentes oxidantes.

Anidrido acético, álcoois, bismuto e suas ligas, papel,


Ácido Perclórico graxas, madeira, óleos ou qualquer matéria orgânica, clorato
de potássio, perclorato de potássio, agentes redutores.

amônia aquecida com óxidos ou sais de metais pesados e


Ácido pícrico
fricção com agentes oxidantes

Ácido nítrico fumegante ou ácidos oxidantes, cloratos,


Ácido sulfídrico
percloratos e permanganatos de potássio.

Cloreto de acetilo, metais alcalinos terrosos seus hidretos e


óxidos, peróxido de bário, carbonetos, ácido crômico,
Água
oxicloreto de fósforo, pentacloreto de fósforo, pentóxido de
fósforo, ácido sulfúrico e trióxido de enxofre, etc

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Soluções ácidas ou alcalinas, persulfato de amônio e água,


Alumínio e suas ligas
cloratos, compostos clorados nitratos, Hg, Cl, hipoclorito de
(principalmente em pó)
Ca, I2, Br2 HF.

Bromo, hipoclorito de cálcio, cloro, ácido fluorídrico, iodo,


Amônia
mercúrio e prata, metais em pó, ácido fluorídrico.

Ácidos, metais em pó, substâncias orgânicas ou


Amônio Nitrato
combustíveis finamente divididos

Ácido nítrico, peróxido de hidrogênio, nitrometano e


Anilina
agentes oxidantes.

Bismuto e suas ligas Ácido perclórico

 acetileno, amônia, butadieno, butano e outros gases de


Bromo petróleo, hidrogênio, metais finamente divididos, carbetos
de sódio e terebentina

Carbeto de cálcio ou de
Umidade (no ar ou água)
sódio

Carvão Ativo Hipoclorito de cálcio, oxidantes

Cianetos Ácidos e álcalis, agentes oxidante, nitritos Hg(IV) nitratos.

Ácidos, alumínio, sais de amônio, cianetos, ácidos, metais


Cloratos e percloratos em pó, enxofre,fósforo, substâncias orgânicas oxidáveis ou
combustíveis, açúcar e sulfetos.

Cloratos ou percloratos de Ácidos ou seus vapores, matéria combustível,


potássio (especialmente solventes orgânicos), fósforo e enxofre

Ácidos, sais de amônio, matéria oxidável, metais em pó,


Cloratos de sódio anidrido acético, bismuto, álcool pentóxido, de fósforo,
papel, madeira.

Cloreto de zinco Ácidos ou matéria orgânica

Acetona, acetileno, amônia, benzeno, butadieno, butano e


Cloro outros gases de petróleo, hidrogênio, metais em pó,
carboneto de sódio e terebentina

Cobre Acetileno, peróxido de hidrogênio

Cromo IV Óxido Ácido acético, naftaleno, glicerina, líquidos combustíveis.

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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Dióxido de cloro Amônia, sulfeto de hidrogênio, metano e fosfina.

Flúor Maioria das substâncias (armazenar separado)

Enxofre Qualquer matéria oxidante

Fósforo Cloratos e percloratos, nitratos e ácido nítrico, enxofre

Fósforo branco>         Ar (oxigênio) ou qualquer matéria oxidante.

Fósforo vermelho Matéria oxidante

Ar, hidrocarbonetos cloráveis, dióxido de carbono, acetato


Hidreto de lítio e alumínio
de etila e água

Hidrocarbonetos (benzeno,
Flúor, cloro, bromo, peróxido de sódio, ácido crômico,
butano, gasolina, propano,
peróxido da hidrogênio.
terebentina, etc.)

Cobre, cromo, ferro, álcoois, acetonas, substâncias


Hidrogênio Peróxido
combustíveis

Hidroperóxido de cumeno Ácidos (minerais ou orgânicos)

Hipoclorito de cálcio Amônia ou carvão ativo.

Iodo Acetileno, amônia, (anidra ou aquosa) e hidrogênio

Nitrato de amônio, peróxido de hidrogênio, ácido nítrico,


Líquidos inflamáveis
peróxido de sódio, halogênios

Lítio Ácidos, umidade no ar e água<>

Carbonatos, cloratos, óxidos ou oxalatos de metais pesados


Magnésio (principal/em pó)
(nitratos, percloratos, peróxidos fosfatos e sulfatos).

Acetileno, amônia, metais alcalinos, ácido nítrico com


Mercúrio
etanol, ácido oxálico

Metais Alcalinos e alcalinos


Dióxido de carbono, tetracloreto de carbono, halogênios,
terrosos (Ca, Ce, Li, Mg, K,
hidrocarbonetos clorados e água.
Na)

Matéria combustível, ésteres, fósforo, acetato de sódio,


Nitrato
cloreto estagnoso, água e zinco em pó.

Nitrato de amônio Ácidos, cloratos, cloretos, chumbo, nitratos metálicos,


180
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metais em pó, compostos orgânicos, metais em pó,


compostos orgânicos combustíveis finamente dividido,
enxofre e zinco

Nitrito Cianeto de sódio ou potássio

Compostos de amônio, nitratos de amônio ou outros sais de


Nitrito de sódio
amônio.

Nitro-parafinas Álcoois inorgânicos

Óxido de mercúrio Enxofre

Oxigênio (líquido ou ar Gases inflamáveis, líquidos ou sólidos como acetona,


enriquecido com O2) acetileno, graxas, hidrogênio, óleos, fósforo

Pentóxido de fósforo Compostos orgânicos, água

Perclorato de amônio, Materiais combustíveis, materiais oxidantes tais como


permanganato ou persulfato ácidos, cloratos e nitratos

Benzaldeído, glicerina, etilenoglicol, ácido sulfúrico,


Permanganato de Potássio enxofre, piridina, dimetilformamida, ácido clorídrico,
substâncias oxidáveis

Metais pesados, substâncias oxidáveis, carvão ativado,


Peróxidos
amoníaco, aminas, hidrazina, metais alcalinos.

Peróxidos (orgânicos) Ácido (mineral ou orgânico).

Peróxido de Bário Compostos orgânicos combustíveis, matéria oxidável e água

Crômio, cobre, ferro, com a maioria dos metais ou seus sais,


Peróxido de hidrogênio 3%
álcoois, acetona, substância orgânica

Ácido acético glacial, anidrido acético, álcoois benzaldeído,


dissulfeto de carbono, acetato de etila, etileno glicol,
Peróxido de sódio
furfural, glicerina, acetato de etila e outras substâncias
oxidáveis, metanol, etanol

Potássio Ar (unidade e/ou oxigênio) ou água

Acetileno, compostos de amônia, ácido nítrico com etanol,


Prata
ácido oxálico e tartárico

Zinco em pó Ácidos ou água

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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Tetracloreto de carbono e outros carbetos, pralogenados,


Zircônio (principal/em pó)
peróxidos, bicarbonato de sódio e água

A seguir, são dadas algumas recomendações para a estocagem de produtos químicos:

A) Armazenamento é centralizado - Almoxarifado

-  Construído com pelo menos uma de saus paredes voltadas para o exterior
-  Possuir janelas na parede voltada para o exterior, além de porta para o acesso do
Corpo de Bombeiros de houver necessidade.
-  Deve possuir saída de emergência bem localizada e sinalizada.
-  Deve possuir um sistema de exaustão, ao nível do teto para retirada de vapores leves e
ao nível do solo para retirada dos vapores mais pesados.
-  Refrigeração ambiental caso a temperatura ambiente ultrapasse a 38 ºC
-  Iluminação feita com lâmpadas à prova de explosão
-  Presença de extintores de incêndiocom borrifadores e vasos de areia
-  Prateleiras espaçadas, com trave no limite frontal para evitar a queda dos frascos.

Os cilindros de gases devem ser armazenados em locais específicos:

-  Área coberta, sem paredes e bem ventilado.


-  Rede elétrica com inspeção periódica
-  Os cilindros devem ser armazenados em posição vertical e amarrados com corrente
-  Observar a compatibilidade

B)Armazenamento de substâncias químicas no laboratório

O armazenamento no laboratório só é permitido em pequenas quantidades, portanto


deve ser:

-  Somente para quantidades limitadas


-  Os armários devem ser confeccionados em materiais não combustíveis, comportas em
vidro para possibilitar a visão de seu conteúdo
-  Refrigeração ambiental caso a temperatura ambiente ultrapasse a 38 ºC
-  O laboratório deve possuir um sistema de identificação das substâncias armazenadas,
como por exemplo um sistema de fichas contendo informações a respeito da natureza
das substâncias, volume, incompatibilidade química, dentre outras

Medidas de Segurança:

-  Preparar documento informativo sobre o uso, manipulação e disposição dos produtos


químicos perigosos, e divulgá-lo para todas as pessoas que trabalham no laboratório.
-  Metais reativos (sódio, potássio) são estocados com segurança, em pedaços pequenos,
imersos em hidrocarbonetos (hexano, benzeno, etc) secos.
-  Adquirir, sempre, a quantidade mínima necessária às atividades do laboratório.
Produtos químicos faltando rótulo ou com a embalagem violada não devem ser aceitos.
-  Utilizar no laboratório somente produtos químicos compatíveis com o sistema de
ventilação e exaustão existente.
182
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

-  Selar as tampas dos recipientes de produtos voláteis em uso com filme inerte, para
evitar odores ou a deterioração do mesmo, se estes forem sensíveis ao ar e/ou umidade.
-  Não armazenar produtos químicos em prateleiras elevadas; garrafas grandes devem
ser colocadas no máximo a 60 cm do piso.
-  Não armazenar produtos químicos dentro da capela, nem no chão do laboratório.
-  Se for utilizado armário fechado para armazenagem, que este tenha aberturas laterais
ou na parte superior, para ventilação, evitando-se acúmulo de vapores.
-  Observar a compatibilidade entre os produtos químicos durante a armazenagem; e
reservar locais separados para armazenar produtos com propriedades químicas distintas
(corrosivo, solvente, oxidante, pirofosfóricos, reativo). Não colocar, por exemplo,
ácidos próximos a bases; hidróxido de amônio deve ser colocado em armário ventilado,
preferencialmente separado de outros produtos.
-  As áreas (prateleiras) ou os armários de armazenagem devem ser rotulados de acordo
com a classe do produto que contém.
-  Manter na bancada a quantidade mínima necessária de produtos químicos. No caso de
mistura de produtos, lembrar que a mesma possui o nível de risco do componente mais
perigoso.
-  Considerar de risco elevado os produtos químicos desconhecidos.

Brigadas  de  incêndio; 


Chamam-se de brigadas de incêndio os grupos de pessoas que receberam treinamento
para o combate ao fogo. Cada brigada, por razões de ordem prática, deve ter no
máximo, 20 homens.

Após a deteção, comunicação e localização do incêndio (tarefas essas da


responsabilidade do vigia da torre), é necessário que o pessoal responsável pelo
combate ao fogo, chegue o mais rápido possível ao local do incêndio. A rapidez do
ataque é fundamental no sucesso da operação de combate.

Chegando ao local, deve-se estudar detalhadamente a situação antes de se tomar


qualquer medida relativa ao combate. A primeira etapa desse estudo é uma avaliação
criteriosa do incêndio:

tamanho, extensão, velocidade de propagação, intensidade; clima; vegetação; rede de


aceiros; estradas; e fontes de captação de água. Daí resultam: a escolha do método de
combate; a distribuição das brigadas de incêndio (designando o setor e o serviço de cada
qual); e a seleção e uso dos recursos necessários para o combate efetivo ao incêndio
florestal.

Equipamentos Necessários
Para uma maior eficiência no combate aos incêndios, é sempre recomendável ter
ferramentas e equipamentos de uso exclusivo para esse fim. Esse material deve estar
sempre em condições de uso e armazenado em locais pré- determinados.

183
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Dentre as ferramentas manuais mais usadas no combate ao


incêndio florestal, destacam-se: machados, enxadas, foices,
pás, rastelos, abafadores, serras, bombas costais, baldes,
regadores, lanternas e lança-chamas.
Em incêndios florestais de grande porte, é necessário recorrer
aos equipamentos pesados, tais como: tratores com lâmina,
caminhões-tanque, motoniveladora, motobombas e até aviões
e helicópteros especiais..

MÉTODOS DE COMBATE AO FOGO


Existem pelo menos quatro (4) métodos de combate ao fogo nos incêndios florestais. A
saber:
1 - MÉTODO DIRETO
Usado quando a intensidade do fogo permite uma aproximação suficiente da brigada à
linha de fogo. São usadas as seguintes técnicas e materiais: água (bombas costais,
baldes ou moto-bombas); terra (pás); ou batidas (abafadores).
2 - MÉTODO PARALELO OU INTERMEDIÁRIO
Usado quando não é possível o método direto e a intensidade do fogo não é muito
grande. Consiste em limpar, com ferramentas manuais, uma estreita faixa, próxima ao
fogo, para deter o seu avanço e possibilitar o ataque direto.
3 - MÉTODO INDIRETO
Usado em incêndios de intensidade muito grande. Consiste em abrir aceiros com
equipamento pesado (tratores, etc.), utilizando ainda um contra-fogo, para ampliar a
faixa limpa e deter o fogo, antes que chegue ao aceiro.
4 - MÉTODO AÉREO
Usado nos incêndios de copa, de grande intensidade e área e em locais de difícil acesso
às brigadas de incêndio. São usados aviões e helicópeteros, especialmente construidos
ou adaptados para o combate ao incêndio.
Deve-se procurar encurralar o fogo, tão logo seja possível. Em incêndios pequenos e
fracos, o ataque pode ser feito pelo método direto. Em incêndios maiores, o combate
deve ser iniciado pelos flancos e ir avançando até a frente.
Deve-se revezar as turmas antes que estejam incapacitadas para a luta por cansaço.

O USO DO AVIÃO NO COMBATE A INCÊNDIOS


As primeiras tentativas de combate aéreo a incêndios foram feitas em 1930/31 em
Spokane, Washington e Sacramento, nos Estados Unidos. C.J.Jensen voou sobre
incêndios florestais num avião Hispano-Suisso da I Guerra Mundial, adaptado com 2
pequenos tanques de água. Houve experiências posteriores na Rússia, em 1934, nos
EUA e Canadá, em 1937, e EUA e Austrália, em 1940. O primeiro êxito operativo,
entretanto, só ocorreu em 1950, no Canadá, quando um avião Beaver, lançou "bombas
de água" (bolsas de papel e plástico de 14 litros cada, em grupos de 6 a 8 por vez) sobre
um incêndio florestal, conseguindo assim retardar a sua propagação, até que as equipes
de terra conseguissem sua extinção total. A partir de então, aumentou muito o uso desta
técnica, graças ao uso de aviões remanescentes da II Guerra, já fora de serviço,
convenientemente transformados e equipados com depósitos e dispositivos especiais
para os "bombardeios de água".
As quantidades de água variam em função da capacidade de combustão da massa.
Estima-se que para controlar um fogo de campo, um avião IPANEMA (de fabricação
nacional), com capacidade para 500 l de água, cobrindo uma faixa de 10 m, com
descarga de 200 l/ha, possa retardar ou suprimir o fogo em 2.500 m, o que ele fará em
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um minuto de aplicação. Numa distância de 15 km da pista, ele poderá fazer 3


decolagens por hora e, em 8 horas de trabalho por dia, suprimir um incêndio igual ao
que consumiu o Parque Nacional das Emas, em 1988.
Aviões e helicópetros são particularmente úteis no lançamento de grandes quantidades
de água ou de retardantes químicos sobre o fogo.
Aviões e helicópetros de vários tipos podem ser usados no combate a incêndios
florestais.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS AVIÕES MAIS USADOS COMO


BOMBARDEIROS DE ÁGUA
CARACTERÍSTIC CANADAI CARUS AVENGE BEAVE TWIN
OTTER
AS R O R R OTTER
1 . Classe Anfíbio Anfíbio Terrestre Hidro Hidro Terrestre
2. Capacidade (gal) 1.200 800 500 230 140 400
Fuselage Fuselage Fuselage Fuselage
3. Local depósito Fuselagem Fuselagem
m m m m
4. Vel.cruz.(mph) 150 130 160 120 130 140
5. N. de motores 2 2 1 1 1 2
6. Vel. lanç. (mph) 115 105 110 100 100 100
7. Ext. pista (m) 1.850 1.850 1.850 1.850 1.380 1.380
8. Carga útil (lb) 12.000 8.000 5.000 2.500 2.600 4.000
9. Auton. vôo (h) 6,5 5 3 6 4 4,5
10. Área cob. (ft) 200x100 200x100 150x50 120x30 80x25 110x30
FONTE: Empleo de la Aviacion en la lucha contra los Incendios Florestales -
Jacome, Gonzalo Ramos, Espanha, 1978.

Entre as finalidades do combate aéreo a incêndios florestais, destacam-se:


patrulhamento aéreo da área a ser protegida ataque rápido ao incêndio, antes que
adquira tamanho e violência combate ao incêndio em terrenos inacessíveis às equipes
de terra descarga de grandes quantidades de água ou de retardantes químicos sobre o
incêndio e em curtos intervalos de tempo mudança rápida de um incêndio a outro,
extinguindo focos iniciais distantes entre si e protegendo homens e materiais transporte
de homens e equipamentos de combate terrestre.

Embora de custo elevado, uma PATRULHA AÉREA presta inestimáveis serviços nas
extensas áreas florestadas. Estes serviços, contudo, não dispensam as estratégicas torres
de observação implantadas em terra e complementam a sua ação. O patrulhamento
aéreo pode ser feito com ULTRALEVES ou com aviões mono ou multimotores, sendo
estes últimos os preferidos, por motivos de segurança, autonomia e velocidade.

Os vôos de patrulhamento têm por fim identificar o início dos incêndios florestais e
devem ser feitos a baixas altitudes (cerca de 3.000 m do solo), possibilitando assim uma
visão de cerca de 15 km para cada lado. Os aviões de asa alta facilitam a visibilidade.
Usando-se aviões de grande porte, e sendo longas as distâncias, cada incursão pode
durar de 1 a 2 horas. Um mesmo aparelho pode realizar 5 a 10 vôos por dia de serviço.
Em caso de avistar um incêndio, o piloto deve comunicar à equipe de terra: a) a
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localização exata do incêndio; b) a situação atual do incêndio; e c) a topografia e


características do terreno.

Em 1966 o Canadá fabricou o avião anfíbio CANADAIR CL-215, considerado o


protótipo ideal para a extinção de incêndios florestais e que transportava até 5,5 t de
água em seus tanques e que não precisa pousar para reabastecer de água; basta haver um
lago ou rio nas proximidades, com extensão mínima de 1.800 m para que ele, apenas
tocando a superfície líquida, reabasteça e volte ao local do incêndio.

Em 1969 conseguiu-se o sistema mais perfeito de lançamento de água: um depósito de


2.000 litros, colocado sob a fuselagem do avião e cujo fundo é uma membrana plástica
que se desprende ao lançar a água, conseguindo-se assim uma caída compacta da
mesma. Usou-se na experiência, um avião De Havilland DHC-6 Twin etter.

Para mostrar o potencial dessa atividade, basta dizer que, somente nos EUA e entre
1960 e 1988, aviões e helicópteros de todos os tipos e tonelagens, efetuaram mais de
48.000 horas de vôo por conta de atividades florestais, lançando cerca de 20 milhões de
litros de água sobre mais de 1.050 incêndios florestais.

Infelizmente, no Brasil, está tudo por ser iniciado, apesar do grande potencial do país,
cuja indústria aeronáutica disputa mercado com países desenvolvidos. Acrescente-se o
fato de termos o 5o. maior país do mundo em extensão territorial e de possuirmos as
maiores reservas florestais do planeta. Trabalhos de combate a incêndio em canaviais
foram realizados em 1981 e 1982 pela AVAL - Aviação Agrícola Lençois, em Lençois
Paulistas - SP com bons resultados, usando soluções de DAP - Diamôniofosfato.

Como o calor de combustão do material florestal é de cerca de 5.000 cal/g e o calor


latente de evaporação da água é de 500 cal/g, é necessário aplicar cerca de 10 vezes o
peso do material combustível existente (em água) para se extinguir o fogo. Segundo
VINES, em um incêndio florestal de 800 Kcal/m.s é necessário aplicar água à razão de
1,5 kg/m.s para se dominar o fogo.

Mais eficiente que a água é a aplicação aérea de retardantes químicos (sulfato de


amônia, diamônia fosfato, borato de cálcio e sódio) sobre a vegetação ainda não
atingida pelo fogo. O diamônia fosfato, por exemplo, pode ser usado na dosagem de 200
g/m^2 de área.

Estratégias de combate aéreo

ATAQUE DIRETO

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As descargas de água são lançadas diretamente sobre as chamas (no caso de incêndios
pequenos) ou sobre os pontos mais quentes ou de atividade mais intensa (em incêndios
de grandes proporções) , identificados pela cor mais escura e maior densidade de
fumaça. Também é empregado para cortar e reduzir uma frente de chamas. Ou para
diminuir a temperatura ambiente e permitir maior aproximação dos homens que
trabalham na extinção por terra.

ATAQUE INDIRETO

As descargas de água são lançadas adiante do incêndio, a fim de obter uma linha de
contenção da qual o incêndio não ultrapassa. Este tipo é especialmente útil e possível,
quando se utilizam retardantes químicos, pois pode-se estabelecer verdadeiro corta-fogo
ou reforçar os já existentes. Essa técnica é provavelmente a mais indicada para o
controle de incêndios em regiões de Cerrado e nos pastos.

MEDIDAS DE SEGURANÇA APÓS O COMBATE


As principais medidas de segurança a serem adotadas após o combate ao incêndio
florestal, são:
Procurar e apagar possíveis "incêndios de manchas", causados por fagulhas;
Ampliar o aceiro em torno da área, para melhor isolamento;
Derrubar as árvores ou arbustos que estejam queimando;
Eliminar todos os resíduos de fogo dentro da área queimada; e
Manter patrulhamento, com número suficiente de pessoas, até que não haja perigo de
reativação do fogo. Voltar no dia seguinte, para nova verificação.

Plano  de  emergência  e  de  auxílio  mútuo; 

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Plano de emergência
Um PLANO DE EMERGÊNCIA pode definir-se como a sistematização de um
conjunto de normas e regras de procedimento, destinadas a minimizar os efeitos das
catástrofes que se prevê possam vir a ocorrer em determinadas áreas gerindo, de uma
forma otimizada, os recursos disponíveis.

Assim, um Plano de emergência constitui um instrumento simultaneamente preventivo e


de gestão operacional, uma vez que, ao identificar os riscos, estabelece os meios para
fazer face ao acidente e, quando definida a composição das equipes de intervenção, lhes
atribui missões.

Razões para a elaboração de um plano

Identifica os riscos e procura minimizar os seus efeitos;


Estabelece cenários de acidentes para os riscos identificados;
Define princípios, normas e regras de atuação face aos cenários possíveis;
Organiza os meios e prevê missões para cada um dos intervenientes;
Permite desencadear ações oportunas, destinadas a limitar as consequências do sinistro;
Evita confusões, erros, atropelos e a duplicações de atuações;
Prevê e organiza antecipadamente a evacuação e intervenção;
Permite rotinar procedimentos, os quais poderão ser testados, através de exercícios e
simulacros.

Um plano de prevenção e emergência deve, por isso, ter as seguintes características:

Simplicidade - Ao ser elaborado de forma simples e concisa, será também


compreendido por parte dos seus executantes;
 Flexibilidade - Um plano não pode ser rígido. Deve permitir a sua adaptação a
situações não coincidentes com os cenários inicialmente previstos;
Dinamismo - Deve ser actualizado em função do aprofundamento da análise de riscos,
da evolução quantitativa e qualitativa dos meios humanos e materiais disponíveis e da
realização de obras de remodelação ou ampliação das instalações;
Adequação - Deve ser adequado à realidade da instituição e aos meios existentes;
Precisão - Deve ser claro na atribuição de competências e responsabilidades;

Objetivos gerais
Dotar a escola de um nível de segurança eficaz;
Limitar as consequências de um acidente;
Sensibilizar para a necessidade de conhecer e rotinar procedimentos de autoproteção a
adotar, por parte funcionários em caso de acidente;
Co-responsabilizar toda a população escolar no cumprimento das normas de segurança;
Preparar e organizar os meios humanos e materiais existentes, para garantir a
salvaguarda de pessoas e bens, em caso de ocorrência de uma situação perigosa.
Objetivos específicos
 
Conhecimento real e pormenorizado das condições de segurança do estabelecimento
escolar;
Correção das situações disfuncionais detectadas;

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Maximização das possibilidades de resposta dos meios de 1ª intervenção;


Organização dos meios humanos, tendo em vista a atuação em situações de emergência;
Elaboração de um plano de evacuação das instalações
Elaboração de um plano de atuação.

Etapas de elaboração
A elaboração de um plano de prevenção e emergência deve incluir aspectos de natureza
preventiva que, em conjunto com a organização interna e as instruções de segurança,
constituem etapas sistematizadas e sequencialmente elaboradas, indispensáveis à sua
operacionalidade, em qualquer situação de emergência:

 
Plano de Prevenção:
Caracterização do espaço;
Identificação dos riscos;
Levantamento de meios e recursos;
Regras de exploração e comportamento;
Programas de conservação e manutenção;
Caderno de registro de segurança.
 
 
Plano de Emergência:
Organização e segurança
Estrutura interna de segurança;
Plano de evacuação;
Plano de atuação;
Instruções de segurança
Instruções gerais;
Instruções particulares;
Instruções especiais. "

Plano de auxílio mútuo


O Plano de Auxílio Mútuo, por vezes referenciado como Plano de Contingência, é
normalmente desenvolvido em área de grande movimentação de cargas de produtos
perigosos, pólos de indústrias químicas e de distribuidores desses produtos, áreas
portuárias e também nos grandes centros urbanos.
 Citamos como exemplo o PAM da cidade de Santos, São Paulo, que foi um dos
primeiro que se formou como uma organização civil, com o envolvimento da iniciativa
privada, sem fins lucrativos.
O objetivo do PAM é assegurar e viabilizar a efetiva observância das normas
pertinentes, o aprimoramento técnico, a troca de informações e do conhecimento
integrado dos riscos potenciais de cada empresa e coletivos, definindo ações rápidas,
eficientes e coordenadas.  
Normalmente o PAM tem a participação ativa da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros
e dos órgãos ambientais dos Estados e dos Municípios.

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Também inserem-se nestes planos, outras redes de integração para melhoria nas
comunicações entre os mais diversos agentes, desde o voluntários das brigadas internas
das indústrias químicas e de derivados de petróleo, até empresas especializadas e os
órgãos com jurisdição nos locais onde ocorram os acidentes com vazamentos de
produtos perigosos. 
A ABPCEA tem participação ativa em vários PAMs, em suas comissões e sub
comissões técnicas, colaborando com a apresentação das estatísticas de ocorrências,
levantadas através do PGR - Plano de Gerenciamento de Risco da ABPCEA.

Legislação  e  Normas Técnicas: 


Segurança  e  Saúde  na  Constituição  Federal  e  na 
Consolidação  das  Leis  do  Trabalho; 

Constituição Federal
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS
Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.(Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 26, de 2000)
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos
termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a
suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação,
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes
periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
qualquer fim;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem
remuneração variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da
aposentadoria;
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;

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XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda


nos termos da lei;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e
quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante
acordo ou convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por
cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que
o salário normal;
 XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de
cento e vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos,
nos termos da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta
dias, nos termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou
perigosas, na forma da lei;
XXIV - aposentadoria;
 XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5
(cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006)
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois
anos após a extinção do contrato de trabalho;(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de
admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de
admissão do trabalhador portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre
os profissionais respectivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito
e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a
partir de quatorze anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício
permanente e o trabalhador avulso.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os
direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem
como a sua integração à previdência social.
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
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I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato,


ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a
intervenção na organização sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau,
representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que
será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser
inferior à área de um Município;
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da
categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria
profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da
representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de
trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações
sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da
candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente,
até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos
rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre
a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos
colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários
sejam objeto de discussão e deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de
um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento
direto com os empregadores.
Consolidação  das  Leis  do  Trabalho (CLT)
DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO
 
1) Nova redação dada ao Capítulo pela Lei nº 6.514, de 22.12.1977.
2) Ver Portaria MTE 3.214, de 08.06.1978, que aprova as normas regulamentadoras
deste Capítulo.
 
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 154. A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capítulo, não
desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à
matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou
Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas
oriundas de convenções coletivas de trabalho.
 

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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Art. 155. Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e


medicina do trabalho:
I – estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação dos preceitos
deste Capítulo, especialmente os referidos no artigo 200;
II – coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais atividades
relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território nacional,
inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho;
III – conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício, das decisões
proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e medicina
do trabalho.
 
Ver Constituição Federal art. 7º e XXII.
 
Art. 156. Compete especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites de
sua jurisdição:
I – promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do
trabalho;
II – adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições deste
Capítulo, determinando as obras e reparos que, em qualquer local de trabalho, se façam
necessárias;
III – impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes deste
Capítulo, nos termos do artigo 201.
 
Art. 157. Cabe às empresas:
I – cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;
II – instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar
no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;
III – adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente;
IV – facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.
 
Art. 158. Cabe aos empregados:
I – observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de
que trata o item II do artigo anterior;
II – colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo.
Parágrafo único. Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada:
a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do
artigo anterior;
b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa.
 
Art. 159. Mediante convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho, poderão ser
delegadas a outros órgãos federais, estaduais ou municipais, atribuições de fiscalização
ou orientação às empresas quanto ao cumprimento das disposições constantes deste
Capítulo.
 
SEÇÃO II
DA INSPEÇÃO PRÉVIA E DO EMBARGO OU INTERDIÇÃO
Art. 160. Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia inspeção e
aprovação das respectivas instalações pela autoridade regional competente em matéria
de segurança e medicina do trabalho.

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§ 1º. Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modificação substancial nas
instalações, inclusive equipamentos, que a empresa fica obrigada a comunicar,
prontamente, à Delegacia Regional do Trabalho.
§ 2º. É facultado às empresas solicitar prévia aprovação, pela Delegacia Regional do
Trabalho, dos projetos de construção e respectivas instalações.
 
Art. 161. O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço
competente que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar
estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra,
indicando na decisão, tomada com a brevidade que a ocorrência exigir, as providências
que deverão ser adotadas para prevenção de infortúnios de trabalho.
§ 1º. As autoridades federais, estaduais e municipais darão imediato apoio às medidas
determinadas pelo Delegado Regional do Trabalho.
§ 2º. A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço competente da
Delegacia Regional do Trabalho e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por
entidade sindical.
§ 3º. Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão os interessados recorrer,
no prazo de 10 (dez) dias, para o órgão de âmbito nacional competente em matéria de
segurança e medicina do trabalho, ao qual será facultado dar efeito suspensivo ao
recurso.
§ 4º. Responderá por desobediência, além das medidas penais cabíveis, quem, após
determinada a interdição ou embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do
estabelecimento ou de um dos seus setores, a utilização de máquina ou equipamento, ou
o prosseguimento de obra, se, em consequência, resultarem danos a terceiros.
§ 5º. O Delegado Regional do Trabalho, independente de recurso, e após laudo técnico
do serviço competente, poderá levantar a interdição.
§ 6º. Durante a paralisação dos serviços, em decorrência da interdição ou embargo, os
empregados receberão os salários como se estivessem em efetivo exercício.
 
SEÇÃO III
DOS ÓRGÃOS DE SEGURANÇA E DE MEDICINA DO TRABALHO NAS
EMPRESAS
Art. 162. As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do
Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurança e em
medicina do trabalho.
Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo estabelecerão:
a) classificação das empresas segundo o número de empregados e a natureza do risco de
suas atividades;
b) o número mínimo de profissionais especializados exigido de cada empresa, segundo
o grupo em que se classifique, na forma da alínea anterior;
c) a qualificação exigida para os profissionais em questão e o seu regime de trabalho;
d) as demais características e atribuições dos serviços especializados em segurança e em
medicina do trabalho, nas empresas.
 
Art. 163. Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes (CIPA), de conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do
Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas.
Parágrafo único. O Ministério do Trabalho regulamentará as atribuições, a composição
e o funcionamento das CIPAs.
 
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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Art. 164. Cada CIPA será composta de representantes da empresa e dos empregados, de
acordo com os critérios que vierem a ser adotados na regulamentação de que trata o
parágrafo único do artigo anterior.
§ 1º. Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles
designados.
§ 2º. Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio
secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os
empregados interessados.
§ 3º. O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de 1 (um) ano, permitida
uma reeleição.
§ 4º. O disposto no parágrafo anterior não se aplicará ao membro suplente que, durante
o seu mandato, tenha participado de menos da metade do número de reuniões da CIPA.
§ 5º. O empregador designará, anualmente, dentre os seus representantes, o Presidente
da CIPA e os empregados elegerão, dentre eles, o Vice-Presidente.
 
Art. 165. Os titulares da representação dos empregados nas CIPAs não poderão sofrer
despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar,
técnico, econômico ou financeiro.
Parágrafo único. Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de reclamação
à Justiça do Trabalho, comprovar a existência de qualquer dos motivos mencionados
neste artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar o empregado.
 
ADCT art. 10, II, alínea a:
 
II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:
a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de
acidentes, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato;
...
 
SEÇÃO IV
DO EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Art. 166. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento
de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e
funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção
contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.
 
Art. 167. O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a
indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho.
 
SEÇÃO V
DAS MEDIDAS PREVENTIVAS DE MEDICINA DO TRABALHO
Art. 168. Será obrigatório exame médico, por conta do empregador, nas condições
estabelecidas neste artigo e nas instruções complementares a serem expedidas pelo
Ministério do Trabalho:
I – na admissão;
II – na demissão;
III – periodicamente.
§ 1º. O Ministério do Trabalho baixará instruções relativas aos casos em que serão
exigíveis exames:
a) por ocasião da demissão;
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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

b) complementares.
§ 2º. Outros exames complementares poderão ser exigidos, a critério médico, para
apuração da capacidade ou aptidão física e mental do empregado para a função que deva
exercer.
§ 3º. O Ministério do Trabalho estabelecerá, de acordo com o risco da atividade e o
tempo de exposição, a periodicidade dos exames médicos.
§ 4º. O empregador manterá, no estabelecimento, o material necessário à prestação de
primeiros socorros médicos, de acordo com o risco da atividade.
§ 5º. O resultado dos exames médicos, inclusive o exame complementar, será
comunicado ao trabalhador, observados os preceitos da ética médica. (Redação dada ao
artigo pela Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
 
Art. 169. Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em
virtude de condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de
conformidade com as instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho.
 
SEÇÃO VI
DAS EDIFICAÇÕES
Art. 170. As edificações deverão obedecer aos requisitos técnicos que garantam perfeita
segurança aos que nelas trabalhem.
 
Art. 171. Os locais de trabalho deverão ter, no mínimo, 3 (três) metros de pé-direito,
assim considerada a altura livre do piso ao teto
Parágrafo único. Poderá ser reduzido esse mínimo desde que atendidas as condições de
iluminação e conforto térmico compatíveis com a natureza do trabalho, sujeitando-se tal
redução ao controle do órgão competente em matéria de segurança e medicina do
trabalho.
 
Art. 172. Os pisos dos locais de trabalho não deverão apresentar saliências nem
depressões que prejudiquem a circulação de pessoas ou a movimentação de materiais.
 
Art. 173. As aberturas nos pisos e paredes serão protegidas de forma que impeçam a
queda de pessoas ou de objetos.
 
Art. 174. As paredes, escadas, rampas de acesso, passarelas, pisos, corredores,
coberturas e passagens dos locais de trabalho deverão obedecer às condições de
segurança e de higiene do trabalho estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e manter-
se em perfeito estado de conservação e limpeza.
 
SEÇÃO VII
DA ILUMINAÇÃO
Art. 175. Em todos os locais de trabalho deverá haver iluminação adequada, natural ou
artificial, apropriada à natureza da atividade.
§ 1º. A iluminação deverá ser uniformemente distribuída, geral e difusa, a fim de evitar
ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.
§ 2º. O Ministério do Trabalho estabelecerá os níveis mínimos de iluminação a serem
observados.
 
SEÇÃO VIII
DO CONFORTO TÉRMICO
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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Art. 176. Os locais de trabalho deverão ter ventilação natural, compatível com o serviço
realizado.
Parágrafo único. A ventilação artificial será obrigatória sempre que a natural não
preencha as condições de conforto térmico.
 
Art. 177. Se as condições de ambiente se tornarem desconfortáveis, em virtude de
instalações geradoras de frio ou de calor, será obrigatório o uso de vestimenta adequada
para o trabalho em tais condições ou de capelas, anteparos, paredes duplas, isolamento
térmico e recursos similares, de forma que os empregados fiquem protegidos contra as
radiações térmicas.
 
Art. 178. As condições de conforto térmico dos locais de trabalho devem ser mantidas
dentro dos limites fixados pelo Ministério do Trabalho.
 
SEÇÃO IX
DAS INTALAÇÕES ELÉTRICAS
Art. 179. O Ministério do Trabalho disporá sobre as condições de segurança e as
medidas especiais a serem observadas relativamente a instalações elétricas, em qualquer
das fases de produção, transmissão, distribuição ou consumo de energia.
 
Art. 180. Somente profissional qualificado poderá instalar, operar, inspecionar ou
reparar instalações elétricas.
 
Art. 181. Os que trabalharem em serviços de eletricidade ou instalações elétricas devem
estar familiarizados com os métodos de socorro a acidentados por choque elétrico.
 
SEÇÃO X
DA MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E MANUSEIO DE MATERIAIS
Art. 182. O Ministério do Trabalho estabelecerá normas sobre:
I – as precauções de segurança na movimentação de materiais nos locais de trabalho, os
equipamentos a serem obrigatoriamente utilizados e as condições especiais a que estão
sujeitas a operação e a manutenção desses equipamentos, inclusive exigências de
pessoal habilitado;
II – as exigências similares relativas ao manuseio e à armazenagem de materiais,
inclusive quanto às condições de segurança e higiene relativas aos recipientes e locais
de armazenagem e os equipamentos de proteção individual;
III – a obrigatoriedade de indicação de carga máxima permitida nos equipamentos de
transporte, dos avisos de proibição de fumar e de advertência quanto à natureza perigosa
ou nociva à saúde das substâncias em movimentação ou em depósito, bem como das
recomendações de primeiros socorros e de atendimento médico e símbolo de perigo,
segundo padronização internacional, nos rótulos dos materiais ou substâncias
armazenados ou transportados.
Parágrafo único. As disposições relativas ao transporte de materiais aplicam-se,
também, no que couber, ao transporte de pessoas nos locais de trabalho.
 
Art. 183. As pessoas que trabalharem na movimentação de materiais deverão estar
familiarizadas com os métodos racionais de levantamento de cargas.
 
SEÇÃO XI
DAS MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
197
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Art. 184. As máquinas e os equipamentos deverão ser dotados de dispositivos de partida


e parada e outros que se fizerem necessários para a prevenção de acidentes do trabalho,
especialmente quanto ao risco de acionamento acidental.
Parágrafo único. É proibida a fabricação, a importação, a venda, a locação e o uso de
máquinas e equipamentos que não atendam ao disposto neste artigo.
 
Art. 185. Os reparos, limpeza e ajustes somente poderão ser executados com as
máquinas paradas, salvo se o movimento for indispensável à realização do ajuste.
 
Art. 186. O Ministério do Trabalho estabelecerá normas adicionais sobre proteção e
medidas de segurança na operação de máquinas e equipamentos, especialmente quanto à
proteção das partes móveis, distância entre estas, vias de acesso às máquinas e
equipamentos de grandes dimensões, emprego de ferramentas, sua adequação e medidas
de proteção exigidas quando motorizadas ou elétricas.
 
SEÇÃO XII
DAS CALDEIRAS, FORNOS E RECIPIENTES SOB PRESSÃO
Art. 187. As caldeiras, equipamentos e recipientes em geral que operam sob pressão
deverão dispor de válvulas e outros dispositivos de segurança, que evitem seja
ultrapassada a pressão interna de trabalho compatível com a sua resistência.
Parágrafo único. O Ministério do Trabalho expedirá normas complementares quanto à
segurança das caldeiras, fornos e recipientes sob pressão, especialmente quanto ao
revestimento interno, à localização, à ventilação dos locais e outros meios de eliminação
de gases ou vapores prejudiciais à saúde, e demais instalações ou equipamentos
necessários à execução segura das tarefas de cada empregado.
 
Art. 188. As caldeiras serão periodicamente submetidas a inspeções de segurança, por
engenheiro ou empresa especializada, inscritos no Ministério do Trabalho, de
conformidade com as instruções que, para esse fim, forem expedidas.
§ 1º. Toda caldeira será acompanhada de "Prontuário", com documentação original do
fabricante, abrangendo, no mínimo: especificação técnica, desenhos, detalhes, provas e
testes realizados durante a fabricação e a montagem, características funcionais e a
pressão máxima de trabalho permitida (PMTP), esta última indicada em local visível, na
própria caldeira.
§ 2º. O proprietário da caldeira deverá organizar, manter atualizado e apresentar, quando
exigido pela autoridade competente, o Registro de Segurança, no qual serão anotadas,
sistematicamente, as indicações das provas efetuadas, inspeções, reparos e quaisquer
outras ocorrências.
§ 3º. Os projetos de instalação de caldeiras, fornos e recipientes sob pressão deverão ser
submetidos à aprovação prévia do órgão regional competente em matéria de segurança
do trabalho.
 
SEÇÃO XIII
DAS ATIVIDADES INSALUBRES OU PERIGOSAS
Art. 189. Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes
nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da
intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.
 
Ver Constituição Federal art. 7º e XXIII.
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Art. 190. O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações
insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os
limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de
exposição do empregado a esses agentes.
Parágrafo único. As normas referidas neste artigo incluirão medidas de proteção do
organismo do trabalhador nas operações que produzem aerodispersóides tóxicos,
irritantes, alergênicos ou incômodos.
 
Art. 191. A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá:
I – com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites
de tolerância;
II – com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que
diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.
Parágrafo único. Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, comprovada a
insalubridade, notificar as empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou
neutralização, na forma deste artigo.
 
Art. 192. O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de
tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional
respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por
cento) do salário mínimo, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.
 
Ver Constituição Federal art. 7º , IV e XXIII.
 
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da
regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou
métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos
em condições de risco acentuado.
§ 1º. O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional
de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações,
prêmios ou participações nos lucros da empresa.
§ 2º. O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja
devido.
 
Ver Constituição Federal art. 7º e XXIII.
 
A Lei 7.369/1985, ensejou o pagamento do adicional aos trabalhadores no setor de
energia elétrica, desde que haja periculosidade na função (regulamentação dada pelo
Decreto 93.412/1986).
 
Os eletricistas, com exposição intermitente á periculosidiade, terão direito ao adicional
integral (Enunciado TST 361).
 
A Portaria MTE nº 518, de 4 de abril de 2003 adota como atividades de risco em
potencial, sujeita ao adicional de periculosidade, concernentes a radiações ionizantes
ou substâncias radioativas, o "Quadro de Atividades e Operações Perigosas",
aprovado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN.
 

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Art. 194. O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade


cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta
Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho.
 
Art. 195. A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade,
segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de
Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.
§ 1º. É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas
requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou
setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades
insalubres ou perigosas.
§ 2º. Argüida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por
Sindicato em favor de grupo de associados, o juiz designará perito habilitado na forma
deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério
do Trabalho.
§ 3º. O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação fiscalizadora do
Ministério do Trabalho, nem a realização ex-officio da perícia.
 
Art. 196. Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de insalubridade
ou periculosidade serão devidos a contar da data da inclusão da respectiva atividade nos
quadros aprovados pelo Ministério do Trabalho, respeitadas as normas do artigo 11.
 
Art. 197. Os materiais e substâncias empregados, manipulados ou transportados nos
locais de trabalho, quando perigosos ou nocivos à saúde, devem conter, no rótulo, sua
composição, recomendações de socorro imediato e o símbolo de perigo correspondente,
segundo padronização internacional.
Parágrafo único. Os estabelecimentos que mantenham as atividades previstas neste
artigo afixarão, nos setores de trabalho atingidos, avisos ou cartazes, com advertência
quanto aos materiais e substâncias perigosos ou nocivos à saúde.
 
SEÇÃO XIV
DA PREVENÇÃO DA FADIGA
Art. 198. É de 60 kg (sessenta quilogramas) o peso máximo que um empregado pode
remover individualmente, ressalvadas as disposições especiais relativas ao trabalho do
menor e da mulher.
Parágrafo único. Não está compreendida na proibição deste artigo a remoção de
material feita por impulsão ou tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou
quaisquer outros aparelhos mecânicos, podendo o Ministério do Trabalho, em tais casos,
fixar limites diversos, que evitem sejam exigidos do empregado serviços superiores às
suas forças.
 
Art. 199. Será obrigatória a colocação de assentos que assegurem postura correta ao
trabalhador, capazes de evitar posições incômodas ou forçadas, sempre que a execução
da tarefa exija que trabalhe sentado.
Parágrafo único. Quando o trabalho deva ser executado de pé, os empregados terão à
sua disposição assentos para serem utilizados nas pausas que o serviço permitir.
 
SEÇÃO XV
DAS OUTRAS MEDIDAS ESPECIAIS DE PROTEÇÃO

200
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Art. 200. Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complementares às


normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade ou
setor de trabalho, especialmente sobre:
I – medidas de prevenção de acidentes e os equipamentos de proteção individual em
obras de construção, demolição ou reparos;
II – depósitos, armazenagem e manuseio de combustíveis, inflamáveis e explosivos,
bem como trânsito e permanência nas áreas respectivas;
III – trabalho em escavações, túneis, galerias, minas e pedreiras, sobretudo quanto à
prevenção de explosões, incêndios, desmoronamentos e soterramentos, eliminação de
poeiras, gases etc, e facilidades de rápida saída dos empregados;
IV – proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, com
exigências ao especial revestimento de portas e paredes, construção de paredes contra
fogo, diques e outros anteparos, assim como garantia geral de fácil circulação,
corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização;
V – proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, sobretudo no trabalho a céu
aberto com provisão, quanto a este, de água potável, alojamento e profilaxia de
endemias;
VI – proteção do trabalhador exposto a substâncias químicas nocivas, radiações
ionizantes e não ionizantes, ruídos, vibrações e trepidações ou pressões anormais ao
ambiente de trabalho, com especificação das medidas cabíveis para eliminação ou
atenuação desses efeitos, limites máximos quanto ao tempo de exposição, à intensidade
da ação ou de seus efeitos sobre o organismo do trabalhador, exames médicos
obrigatórios, limites de idade, controle permanente dos locais de trabalho e das demais
exigências que se façam necessárias;
VII – higiene nos locais de trabalho, com discriminação das exigências, instalações
sanitárias, com separação de sexos, chuveiros, lavatórios, vestiários e armários
individuais, refeitórios ou condições de conforto por ocasião das refeições,
fornecimento de água potável, condições de limpeza dos locais de trabalho e modo de
sua execução, tratamento de resíduos industriais;
VIII – emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas sinalizações de perigo.
Parágrafo único. Tratando-se de radiações ionizantes e explosivos, as normas a que se
refere este artigo serão expedidas de acordo com as resoluções a respeito adotadas pelo
órgão técnico.
 
SEÇÃO XVI
DAS PENALIDADES
Art. 201. As infrações ao disposto neste Capítulo relativas à medicina do trabalho serão
punidas com multa de 30 (trinta) a 300 (trezentas) vezes o valor-de-referência previsto
no artigo 2º, parágrafo único, da Lei nº 6.205, de 29 de abril de 1975, e as concernentes
à segurança do trabalho com multa de 50 (cinquenta) a 500 (quinhentas) vezes o mesmo
valor.
Parágrafo único. Em caso de reincidência, embaraço ou resistência à fiscalização,
emprego de artifício ou simulação com o objetivo de fraudar a lei, a multa será aplicada
em seu valor máximo.
 
As multas passaram a ser atualizadas através da UFIR (Unidade Fiscal de
Referência), novo indexador instituído pela Lei nº 8.383, de 30.12.1991.

201
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Normas  Regulamentadoras  de  SST; (PASTA ANEXA)

Convenções   da   Organização   Internacional   do  


Trabalho;  
DEFINIÇÃO
Convenções da Organização Internacional do Trabalho – OIT são tratados multilaterais
abertos, de caráter normativo, que podem ser ratificadas sem limitação de prazo por
qualquer dos Estados-Membros.

RATIFICAÇÃO
• Até 18 meses da adoção de uma convenção, cada Estado-Membro tem obrigação de
submetê-la à autoridade nacional competente (no Brasil, o Congresso Nacional) para
aprovação;
• após aprovação, o Governo (Presidente da República) promove a ratificação do
tratado junto à OIT;
• após a ratificação, o Estado-Membro deve promulgar o tratado, ou seja, adotar
medidas legais ou outras que assegurem a aplicação da Convenção em prazos
determinados, incluindo o estabelecimento de sanções apropriadas, mantendo serviços
de inspeção que zelem por seu cumprimento.
Em geral, é prevista consulta prévia às entidades mais representativas de empregadores
e trabalhadores.
VIGÊNCIA
• Internacional: Inicia-se 12 meses após ratificação de uma convenção por dois Estados-
Membros;
• nacional: A partir de 12 meses após a ratificação pelo Estado-Membro, desde que a
convenção já vigore em âmbito internacional.
VALIDADE
• O prazo de validade de cada ratificação é de 10 anos;
• ao término da validade, o Estado-Membro pode denunciar a convenção, cessando sua
responsabilidade em relação à mesma 12 meses após;
• não havendo sido denunciada a convenção até 12 meses do término da validade da
ratificação, renova-se a validade tacitamente por mais 10 anos.
REVISÃO

202
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Uma convenção pode ser objeto de revisão. A ratificação por um Estado-Membro da


convenção revisora implicará a denúncia imediata da anterior, que deixará de estar
aberta à ratificação, embora continue vigorando em relação aos países que a ratificaram
e deixaram de aderir ao instrumento de revisão.
ÁREA DE APLICAÇÃO
A abrangência de cada convenção é definida em seu texto, havendo, porém, em
algumas convenções, possibilidade de exclusão total ou parcial de ramos da atividade
econômica, empresas ou produtos, ou mesmo a exclusão de aplicação de parte da
convenção em todo o território nacional, a critério da autoridade nacional competente,
após consulta às organizações representativas de empregadores e trabalhadores.

Benefícios   previdenciários   decorrentes   de   acidentes  


do   trabalho;  
São as necessidades básicas de seguridade social previstas no sistema previdenciário
brasileiro.
As prestações disponíveis pelo sistema previdenciário estão previstas no artigo 18 da
Lei 8213/91 (Lei de Benefícios da Previdência Social). Essas prestações podem ocorrer
na modalidade de benefício (valores pagos em pecúnia) e serviços (bens imateriais
postos à disposição dos segurados).

Aposentadoria por invalidez – é devida ao segurado, que estando ou não em auxílio-


doença, for incapaz para o trabalho e insuscetível de reabilitação para o exercício de
atividade que lhe garanta a subsistência, sendo-lhe paga enquanto permanecer nessa
situação.

a)      Idade mínima: não tem;


b)      Carência: 12 contribuições;
c)      Cálculo: 100% ;
d)      Prazo de pagamento: 16% dia do afastamento. 
  
Aposentadoria por tempo de contribuição – benefício devido aos segurados que tiverem
contribuído durante 35 anos, para o homem, e 30 anos para a mulher.
a)      Idade mínima: 53 anos para homem e 48 anos para a mulher.
b)      Carência: 180 contribuições;
c)      Cálculo: 100% (porém é aplicado o fator previdenciário);
d)      Prazo de pagamento: do desligamento, ou 90 dias após o requerimento.

Aposentadoria especial – benefício concedido ao segurado que realize seu trabalho em


condições prejudiciais à saúde ou à sua integridade física.
a)      Idade mínima: 15, 20 ou 25 anos em atividades expostas a agentes lesivos à saúde;
203
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

b)      Carência:  180 contribuições


c)      Cálculo: 100%;
d)      Prazo de pagamento: do desligamento ou até 90 dias do requerimento;
De acordo com o disposto na Instrução Normativa INSS nº 20/2007, art. 420, salvo no
caso de direito adquirido, a legislação previdenciária veda o recebimento conjunto,
dentre outros, dos seguintes benefícios, inclusive quando decorrentes de acidentes do
trabalho:
 a) aposentadoria com auxílio-doença;
b) auxílio-acidente com auxílio-doença, do mesmo acidente ou da mesma doença que o
gerou;
c) renda mensal vitalícia com qualquer outra espécie de benefício da Previdência Social;
d) pensão mensal vitalícia de seringueiro (soldado da borracha), com qualquer outro
benefício de prestação continuada mantida pela Previdência Social;
e) aposentadoria com auxílio-acidente, salvo se as datas de início dos benefícios (DIB)
forem anteriores a 11.11.1997;f) mais de uma aposentadoria, exceto com data de início
de benefício (DIB) anterior a janeiro de 1967;
g) aposentadoria com abono de permanência em serviço;
h) salário-maternidade com auxílio-doença;
i) mais de um auxílio-acidente;
j) seguro-desemprego com qualquer benefício de prestação continuada da Previdência
Social, exceto pensão por morte, auxílio-reclusão, auxílio-acidente, auxílio-suplementar
e abono de permanência em serviço;
k) auxílio-reclusão pago aos dependentes, com auxílio-doença, aposentadoria ou abono
de permanência em serviço do segurado recluso;
l) benefícios previdenciários com benefícios assistenciais pecuniários, exceto a Pensão
Especial Mensal aos Dependentes das Vítimas da Hemodiálise em Caruaru (Lei nº
9.422/1996);m) auxílio-suplementar com aposentadoria ou auxílio-doença;
n) mais de um auxílio-doença, inclusive acidentário.

Perfil Profissiográfico Previdenciário;


O Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) é um documento histórico-laboral que
contém várias informações relativas às atividades do trabalhador na empresa - dados
administrativos e resultado de monitoração biológica e ambiental. É um documento
apresentado em formulário instituído pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS),
que contém informações detalhadas sobre as atividades do trabalhador, exposição a
agentes nocivos à saúde e outras informações de caráter administrativo.

204
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

O primeiro modelo do formulário foi apresentado no Anexo XV da Instrução Normativa


nº 84 do INSS, de 17/12/2002. Esse modelo foi aprimorado e sua versão final pode ser
obtida no sítio da Previdência, no Anexo XV da IN n° 99/2003.

Objetivo
O objetivo do PPP é apresentar, em um só documento, o resumo de todas as
informações relativas à fiscalização do gerenciamento de riscos e à existência de
agentes nocivos no ambiente de trabalho, além de ser o documento que orienta o
processo de reconhecimento de aposentadoria especial, podendo também ser usado para
caracterizar o nexo técnico em caso de acidente de trabalho.

As informações para o PPP devem ser extraídas do Laudo Técnico de Condições


Ambientais do Trabalho (LTCAT), do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
(PPRA), do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) e do Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).

A exigência da apresentação do LTCAT será dispensada a partir de 1º de janeiro de


2004, data da vigência do PPP, devendo, entretanto, permanecer na empresa à
disposição da Previdência Social. Entretanto, para períodos laborados até 31 de
dezembro de 2003, será aceito o DIRBEN-8030 (antigo SB-40, DISES-BE 5235, DSS-
8030), desde que emitido até essa data.

Quando o PPP for apresentado contemplando períodos laborados até 31 de dezembro de


2003, não é necessária a apresentação do DIRBEN-8030 (antigo SB-40, DISES-BE
5235, DSS-8030). O PPP é um documento oficial que deve ser obrigatoriamente
entregue ao funcionário quando da sua demissão e também quando solicitado por fiscais
da Previdência Social.

A entrega eficiente do PPP ao funcionário deverá ser efetuada contra recibo.


Ligações externas

PPP
[Instituto Nacional do Seguro Social
Seguridade Social Assistência Social  ·  Previdência Social  ·  Saúde Pública
Aposentadoria especial  ·  Aposentadoria por invalidez  · 
Auxílio-acidente  ·  Auxílio-doença  ·  Auxílio-reclusão  · 
Benefícios Benefício de prestação continuada  ·  Pensão por morte  · 
Salário-família  ·  Salário-maternidade  ·  Salários de benefício
e de contribuição  ·  Seguro de Acidente de Trabalho
Comunicação de Acidente de Trabalho  ·  Nexo Técnico
Epidemiológico Previdenciário  ·  Perfil profissiográfico
Documentos e serviços
previdenciário  ·  Perícia médica no INSS  ·  Reabilitação
profissional  ·  Serviço social (INSS)
Conceitos Acidente de trabalho  ·  Doença ocupacional
DATAPREV  ·  Instituto Nacional de Previdência Social  · 
Instituições relacionadas
Ministério da Previdência Social

205
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

BLOCO 2:

Acidente do trabalho: Conceito técnico e legal; Causas e conseqüências dos acidentes;


Taxas de freqüência e gravidade; Estatísticas de acidentes; Custos dos acidentes;
Comunicação e registro de acidentes; Investigação e análise de acidentes; Princípios de
análise, avaliação e gerenciamento de riscos: Inspeção de segurança; Técnicas de
análise de risco: APR e HAZOP; Princípios de Gestão de Segurança, Meio Ambiente e
Saúde: Organização e atribuições do SESMT e da CIPA; Sistemas de Gestão de
Segurança e Saúde Ocupacional de acordo com a OHSAS 18001; Diretrizes da OIT
sobre Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho; Noções de
Desenvolvimento Sustentável;

Acidente do trabalho:
Conceito técnico e legal;
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa,
com o segurado empregado, trabalhador avulso, médico residente, bem como com o
segurado especial, no exercício de suas atividades, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, temporária ou
permanente, da capacidade para o trabalho.

O acidente do trabalho será caracterizado tecnicamente pela perícia médica do INSS,


mediante a identificação do nexo entre o trabalho e o agravo.

Considera-se estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo quando se verificar nexo


técnico epidemiológico entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora
da incapacidade, elencada na Classificação Internacional de Doenças (CID).

Considera-se agravo para fins de caracterização técnica pela perícia médica do INSS a
lesão, doença, transtorno de saúde, distúrbio, disfunção ou síndrome de evolução aguda,
subaguda ou crônica, de natureza clínica ou sub clínica, inclusive morte,
independentemente do tempo de latência.

Reconhecidos pela perícia médica do INSS a incapacidade para o trabalho e o nexo


entre o trabalho e o agravo, serão devidas as prestações acidentárias a que o beneficiário
tenha direito, caso contrário, não serão devidas as prestações.
OBRIGAÇÕES DA EMPRESA – ENVIO DE CAT

A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de


proteção e segurança da saúde do trabalhador, sendo também seu dever prestar
informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a
manipular.

Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as


normas de segurança e higiene do trabalho.

206
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Nos casos de negligência quanto às normas de segurança e saúde do trabalho indicadas


para a proteção individual e coletiva, a previdência social proporá ação regressiva
contra os responsáveis.

O pagamento pela Previdência Social das prestações decorrentes do acidente do


trabalho não exclui a responsabilidade civil da empresa ou de terceiros.

Por intermédio dos estabelecimentos de ensino, sindicatos, associações de classe,


Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho, órgãos
públicos e outros meios, serão promovidas regularmente instrução e formação com
vistas a incrementar costumes e atitudes prevencionistas em matéria de acidentes,
especialmente os acidentes de trabalho.

A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o primeiro


dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à autoridade
competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do
salário-de-contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e
cobrada pela Previdência Social. Desta comunicação receberão cópia fiel o acidentado
ou seus dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria. Deverá
ser comunicado os acidentes ocorridos com o segurado empregado (exceto o
doméstico), o trabalhador avulso, o segurado especial e o médico-residente.

Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio


acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu
ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo de apenas um dia
útil. Nesta hipótese, a empresa permanecerá responsável pela falta de cumprimento da
legislação. Caberá ao setor de benefícios do INSS comunicar a ocorrência ao setor de
fiscalização, para a aplicação e cobrança da multa devida.

Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança,


pela Previdência Social, das multas previstas para o descumprimento desta
obrigatoriedade.

Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a


data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia
da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para
este efeito o que ocorrer primeiro.

ESTABILIDADE PROVISÓRIA DO ACIDENTADO

O segurado que sofreu acidente de trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de 12
meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do
auxílio-doença acidentário, independentemente da percepção de auxílio-acidente.

Conceito técnico e legal.


O conceito legal de acidente do trabalho está definido no artigo 19 da Lei nº 8.213 de
1991 nos seguintes termos:

207
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou


pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do artigo 11 desta Lei,
provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Depreende-se pois, que para a Lei Previdenciária, o acidente do trabalho somente ocorre
com trabalhadores, os quais, no exercício de suas atividades, prestam serviço à empresa:
o segurado empregado ou empregado avulso, bem como com o segurado especial, cujos
efeitos provocam lesão corporal ou perturbação funcional suficientes para causar a
morte, a perda ou redução, temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho. (7)

Ficam excluídos os empregados domésticos e os contribuintes individuais e facultativos,


os quais não receberão o benefício de auxílio-acidente.

Das obras estudadas, observa-se que as conceituações predominantes sob o ponto de


vista técnico definem acidentes de trabalho como todas as ocorrências não programadas,
inesperadas, das quais resultam perdas materiais ou humanas. Isto é, perdas e danos
materiais e econômicos à empresa, bem como danos físicos ou funcionais ou até mesmo
a morte do trabalhador.

Contudo, consoante as lições ministradas pelo Professor Sebastião Alves da Silva Filho
(8)
, há que se discordar do conceito que trata acidente como fato inesperado,
imprevisível. Isto porque...

...para os conceitos modernos de engenharia de segurança do trabalho, todo acidente de


trabalho pode ter suas causas previamente levantadas. É possível determinar as
probabilidades de ocorrências de falhas que podem gerar os acidentes. Mesmo porque
do ponto de vista preventivo, é preferível considerar o acidente de trabalho como uma
cadeia de eventos que freqüentemente tem como ponto de partida um incidente, uma
perturbação do sistema no qual estão inseridos o trabalhador e sua tarefa, e que, após
uma série mais ou menos longa de ocorrências, termine por determinar ou não uma
lesão ao indivíduo.

Conclui-se, por conseguinte, o conceito de acidente do trabalho, pode ser visto sob dois
prismas: a) o da Previdência Social, que ao conceituar acidente de trabalho, inclui a
necessidade de lesão, com fito de dar ao cidadão acidentado o tratamento físico,
emocional e material, bem como sua reinserção no mercado de trabalho; b) o do
Ministério do Trabalho e Emprego, no sentido de que a ocorrência de acidente
independe da existência de vítima, visto que tal órgão tem por escopo a prevenção e a
fiscalização (segundo nos informou o Professor e Subdelegado da Subdelegacia do
Trabalho em Uberlândia – MG, Sebastião Alves da Silva Filho)

ACIDENTE DO TRABALHO define-se como Ocorrência imprevista e indesejável,


instantânea ou não, relacionada com o exercício do trabalho, que provoca lesão pessoal
ou de que decorre risco próximo ou remoto dessa lesão;
O acidente inclui tanto ocorrências em relação a um momento determinado, quanto
ocorrências ou exposições contínuas ou intermitentes, que só podem ser identificadas
em termos de período de tempo provável.

208
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

A lesão pessoal inclui tanto lesões traumáticas e doenças, quanto efeitos prejudiciais
mentais, neurológicos ou sistêmicos, resultantes de exposições do trabalho.

Nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de


outras necessidades fisiológicas – no local de trabalho ou durante este – o empregado é
considerado no exercício do trabalho.

Causas e consequências dos acidentes;


Conhecer o problema relativo ao acidente do trabalho (causas e efeitos) possibilita às
empresas, aos órgãos governamentais e não governamentais, aos sindicatos a busca de
soluções concretas para redução desses eventos sinistros.

Causas

As causas de acidentes de trabalho observadas sob a ótica restrita ou imediata são


apontadas como atos ou condições inseguros, como por exemplo: a) contato da pessoa
com um objeto, uma substância ou com outra pessoa; b) exposição do indivíduo aos
riscos que envolvam objetos, substâncias químicas ou outras pessoas ou condições; etc.

Em acepção ampla e mediata verifica-se que as causas acidentárias, quase sempre estão
intrinsecamente ligadas ao incrível crescimento tecnológico experimentado pela
humanidade nos últimos tempos e ao excessivo aumento da produção. É lamentável,
mas em pleno início do século XXI, os empreendimentos econômicos, ainda, são
voltados para os lucros imediatos em detrimento dos investimentos em programas e
equipamentos adequados à proteção coletiva, que são meios eficazes de combate a
acidentes do trabalho. Prefere-se equipamentos paliativos de proteção individual, aos
equipamentos de proteção grupal ou outras a tomar medidas preventivas coletiva, por
julgá-los mais onerosos, o que caracteriza o desinteresse pelo meio ambiente laboral
salutar.

Identificam-se, pois, como causas indiretas do aumento dos casos de doenças de origem
psíquica e física e dos acidentes do trabalho, dentre outras: a complexidade das
máquinas, a automação e a informatização, a crescente exposição aos ruídos, calor e
substâncias tóxicas (condições insalubres, perigosas e penosas), ausência de efetividade
das normas protetoras do ambiente laboral, a preferência apenas pela redução à
eliminação dos riscos, deficiência no sistema de inspeção do trabalho, excesso de horas
extras (que é uma das principais causas mediatas de acidentes laborais e do aumento do
índice do desemprego), sistema inadequado de compensação de quadro de horários e
dos turnos de revezamento, ausência de conscientização, a desmotivação, as exigências
rigorosas nos processos de seleção combinada com deficiência de formação
profissional, as dificuldades para atualizar os conhecimentos e acompanhar o
desenvolvimento tecnológico para assegurar o direito ao trabalho digno, o temor do
desemprego, a precarização dos direitos dos trabalhadores, o trabalho informal, a fadiga
física e a tensão mental do trabalhador.

O Professor Sebastião Alves da Silva Filho ensina que:

Com a chegada ao país das tecnologias de engenharia de perdas e árvore de causas para
os acidentes houve uma mudança no antigo enfoque dado às análises de acidentes
209
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

graves e ou fatais. Hoje tais análises se prendem muito mais a refazer o conjunto de
causas que geraram o acidente. Assim sendo, perdeu totalmente a importância avaliar
unicamente e de forma simplória se houve ato [do trabalhador] ou condição
[ambientais] insegura. Isso justifica também pelo fato de que dificilmente se encontraria
um acidente onde atos ou condições inseguras se apresentariam isoladamente, ou seja,
sem que a outra situação também estivesse presente. (9)

Segundo o raciocínio supra, conclui-se que está nas causas mediatas ou indiretas, o
alicerce para o direcionamento da prevenção dos acidentes laborais, uma vez que são as
causas básicas do índice estarrecedor de acidentes do trabalho, demonstrado pela
estatística mundial. Desse modo, para prevenção e redução desse número, é
imprescindível fazer um levantamento amplo e específico sobre a ocorrência de
acidentes, como os fatos agressores mediatos e imediatos causadores do evento, o local,
as condições de trabalho, etc. Assim, além de possibilitar a implementação de
programas de prevenção de acidentes de trabalho pelos atores do ambiente laboral,
aponta os locais em que a fiscalização deve ser realizada com mais rigor.

Pode-se perceber, pelos estudos e pesquisas feitos com intuito de conhecer e dissertar
sobre o tema que, as estatísticas oficiais, deixam a desejar, pois não revelam a realidade
de acidentes laborais.

No órgão previdenciário os acidentes de trabalho são registrados para fins de


levantamentos estatísticos apenas em bloco de números de benefícios concedidos:
auxílio-doença ou auxílio-acidente, pensão por morte, sem determinar a origem do
sinistro (as causas específicas, o local do trabalho, etc.). (10)Se não bastasse, percebe-se,
com base na experiência forense, que há relutância, por parte do INSS, em reconhecer
as doenças profissionais e do trabalho, diagnosticando-as, muitas vezes, como doenças
normais, negando, conseqüentemente, o benefício respectivo.

Não se pode esquecer que os processos acidentários trabalhistas são iniciados pelo
órgão previdenciário somente após a comunicação do fato sinistro a partir da CAT
(Comunicação de Acidente de Trabalho), documento relativo apenas aos empregados
registrados em carteira da empresa, cujo número é reduzido em relação aos
trabalhadores autônomos e informais.

Outra realidade lastimável ocorre nos hospitais ou clínicas médicas, onde os prontuários
médicos deveriam registrar informações mais abrangentes sobre os
trabalhadores/pacientes que ali buscam consulta ou internamento (como a profissão, a
origem (local) e a causa mediata e imediata dos acidentes, doenças e morte destes, ou
seja, dados mais específicos de um eventual acidente/doença do trabalho), mas não o
fazem, geralmente, limitam-se apenas em constar os sintomas físicos ou mórbidos
apresentados pelo paciente.

Diferentes não são os atestados médicos de óbito, que também, na sua maioria, somente
constam as causas letais físicas, dos quais originam os registros de óbito – instrumento
formal, exigido pela Lei de Registros Públicos (Lei nº 6.015/73, arts. 77 e ss.).

Como se vê, os trabalhadores que não têm vínculo com a Previdência Social estão
alijados das estatísticas oficiais, especialmente das estatísticas de tal órgão. Portanto,
embora possa verificar uma redução significativa do número de sinistros trabalhistas
210
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

sofridos pela massa de segurados da Previdência Social, segundo o quadro de


estatísticas de acidente do trabalho no Brasil – 1970/2000 (em anexo), não se pode dizer
que o referido quadro retrata a realidade brasileira, porquanto, de acordo com o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entre 1991 e 1996, o percentual de
trabalhadores sem carteira assinada passou de 40% para 47% no conjunto de seis
regiões metropolitanas pesquisadas. Depois de se manter estável entre 1996 e 1997, a
informalidade no mercado de trabalho brasileiro voltou a crescer no final da década de
90, como reflexo da crise da economia brasileira, até chegar a 50% no final de 1999 e
ultrapassar os 60% em 2003.

Todo o acidente tem pelo menos uma causa.


Sendo assim, os acidentes podem ser evitados ou minimizados investigando as suas
causas e eliminando-as.

Podemos então dizer que os acidentes são acontecimentos previsíveis e portanto


passíveis de ser prevenidos.

É muito vulgar confundir-se os acidentes de trabalho com as suas consequências.

Vamos clarificar ideias.

"Acidente de trabalho" é uma ocorrência instantânea e não desejada, que altera o


desenvolvimento normal de uma actividade, provocando danos e lesões.

De acordo com a legislação em vigor, acidente de trabalho "é o acidente que se


verifique no local e tempo de trabalho e produza directa ou indirectamente lesão
corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte a morte ou a redução
na capacidade de trabalho ou de ganho".
Se esta ocorrência não provocar lesões ou danos além dos resultantes da perturbação da
actividade designa-se por "incidente de trabalho".

As causas dos acidentes podem classificar-se em:

 Causas Humanas

 Causas Materiais

Muitos estudos sobre as causas dos acidentes de trabalho têm vindo a dar razão ao que
os psicólogos do trabalho há muito afirmam, isto é, que é sobre o homem que é
necessário agir para diminuir os acidentes.

Na realidade está estatisticamente provado que mais de 80% dos acidentes do trabalho
têm causas humanas.

Assim sendo, a acção prioritária para reduzir os acidentes deve ter como objecto os
trabalhadores, nomeadamente na sua formação e informação.

211
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

As causas humanas dos acidentes de trabalho mais comuns, são:

 Maus hábitos de trabalho

 Falta de experiência

 Falta ou deficiente formação profissional

 Cansaço

 Stress
Entre as causas materiais dos acidentes, as mais comuns são:

 Materiais defeituosos

 Equipamentos em más condições

 Ambiente físico ou químico não adequado


Todos os acidentes de trabalho devem ser participados, podendo fazer-se sob várias
modalidades:

 por parte da vítima ou familiares à entidade patronal;

 pela entidade patronal à seguradora;

 pela entidade patronal à respectiva instituição de previdência;

 pelo médico do trabalho ao delegado de saúde e ao IDICT.


A participação de um acidente faz-se com o preenchimento e envio para a entidade
competente de um documento que descreve o acidente da forma mais completa,
indicando designadamente:

 nome da entidade empregadora

 companhia de seguros

 dados pessoais do sinistrado

 dados sobre o acidente

 destino do acidentado

 causa(s) do acidente

 tipo(s) de lesão(ões)

 parte(s) dos corpo atingida(s)

 consequências do acidente
212
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

A Portaria n.º 137/94 de 8 de Março aprovou o modelo de participação de acidente de


trabalho e o mapa de encerramento do processo de acidente de trabalho.

Fig. 4 - Modelo de participação de acidente

Conseqüências dos acidentes do trabalho

Os efeitos dos acidentes do trabalho são inúmeros e extremamente negativos e onerosos.


Curialmente o trabalhador acidentado e sua família sofrem os maiores prejuízos
(mutilação, incapacidade para o trabalho, morte, dor pelos danos físicos, psíquicos e
morais, marginalização social, pobreza, etc.). Além deles, outros prejuízos sócio-
econômicos são detectáveis.

Os custos sociais da Previdência Social são altíssimos, considerando os gastos com


benefícios: aposentadorias antecipadas (especiais e por invalidez), auxílios-doença,
pensão por morte, auxílio-acidente, reabilitação e readaptação do segurado-acidentado,
gastos com saúde. As empresas também perdem grandes somas e credibilidade social
com os acidentes. Por um lado, precisam arcar com despesas imediatas com o
acidentado (atendimento médico-ambulatorial, transporte, medicamentos, pagamento às

213
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

vítimas de diárias correspondentes ao valor proporcional de seu salário-base até o 15º de


afastamento, sem isenção dos encargos sociais relativos.

Por outro lado, há queda na produção (pela perda e eficiência do processo, contratação
de substituto ou necessidade de horas extras), inutilização de máquinas, insumos,
produtos, necessidade de reposição de material inutilizado. etc. Além destes prejuízos, a
empresa, a longo prazo, poderá ser obrigada a fazer a reinserção do acidentado pelo
período de estabilidade adquirido, etc.), arcar com despesas advocatícias, judiciais,
indenizatórias, multas administrativas, ter perdas negociais (multas contratuais por
atraso de produção, rescisão de contratos), perda de certificados de gestão de qualidade,
de gestão ambiental, etc. (11)

Ademais, vale lembrar que a fadiga física e mental dos demais trabalhadores, gerada
pela ocorrência do sinistro, implica em absenteísmo, rotatividade de mão-de-obra,
novos acidentes entre outras perdas.

Dado o altíssimo índice mundial de acidentes do trabalho, a Organização Internacional


do Trabalho (OIT), com fito de reduzi-lo, lançou em 1976, o programa para o
melhoramento das condições e do meio ambiente do trabalho (PIACT), mediante a
implantação e implementação de medidas de segurança e higiene laboral, cujo início se
deu na América Latina. Após o lançamento desse programa, especialmente no Brasil,
notou-se a efetiva queda dos índices dos infortúnios do trabalho entre os operários
segurados pela Previdência Social, segundo estatísticas oficiais. Observou-se, também
que além de evitar os conhecidos prejuízos sociais e humanos, as empresas que
implementaram esse programa tiveram significativa diminuição dos prejuízos
econômicos (continuidade e elevação da qualidade da produção, eliminação de
desperdícios, etc.). (12)

Entretanto, verificou-se a partir dos noticiários da imprensa falada e escrita e da


doutrinas estudadas, que embora haja diminuído a ocorrência dos infortúnios laborais no
Brasil, o país ainda é palco de um dos maiores índices de acidentes do trabalho do
mundo. (13)

As informações obtidas no sítio da Campanha Nacional de Saúde e Segurança no


Trabalho – 2002, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e
coordenado pela Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes (ABPA) –
www.sst-cni-sesi.org.br – confirmam as benesses da prevenção de acidentes do
trabalho. Ficou demonstrado que as empresas que implantaram e implementaram as
medidas prevencionistas de acidentes laborais conseguiram a redução destes e dos
prejuízos econômicos.

É oportuno evidenciar que, ao participar da solenidade de lançamento da Campanha


Nacional da Indústria para a Prevenção de Acidentes no Trabalho 2002 (em 22 de
agosto de 2002), o Presidente da Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes
(ABPA), Mauro Daffre (14)– Coordenador da Campanha – declarou que um dos pontos
básicos do novo conceito sobre a segurança no trabalho é a preservação da vida do
trabalhador.

214
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

FATOR PESSOAL DE INSEGURANÇA (fator pessoal)  Causa


relativa ao comportamento humano, que pode levar à ocorrência do acidente
ou a pratica do ato inseguro.

40.30.30.000 – FALTA DE CONHECIMENTO


40.30.60.000 – FALTA DE EXPERIÊNCIA OU ESPECIALIZAÇÃO
40.60.00.450 – FADIGA
40.80.00.150 – ALCOLISMO E TOXICOMANIA

ATO INSEGURO  Ação ou omissão que, contrariando preceito de


segurança, pode causar ou favorecer a ocorrência de acidente;

50.30.05.000 – USAR EQUIPAMENTO DE MANEIRA IMPRÓPRIA


.300 – USAR MATERIAL OU EQUIPAM. FORA DE SUA
FINALIDADE
.600 - SOBRECARREGAR (andaime, veículo, etc..)
50.30.50.000 – TRABALHAR OU OPERAR A VELOCIDADE INSEGURA
.300 - CORRER
.600 - SALTAR DE PONTO ELEVADO DE VEÍCULO, DE
PLATAFORMA

CONDIÇÃO AMBIENTE DE SEGURANÇA (Condição Ambiente)  É


a condição do meio que causou o acidente ou contribuiu para a sua
ocorrência;

 Inclui desde a atmosfera do local de trabalho até as instalações,


equipamentos, substâncias e métodos de trabalho empregados;

 Na identificação das causas do acidente é importante evitar a aplicação


do raciocínio imediato, devendo ser levados em consideração fatores
complementares de identificação das causas de acidentes;
 Tais causas têm a sua importância no processo de análise, como, por
exemplo, a não existência de EPI, mas não são suficientes para impedir
novas ocorrências semelhantes;

215
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

 Para a clara visualização deve-se sempre perguntar o “por quê” , ou seja,


por que o empregado deixou de usar o EPI disponível? Liderança
Inadequada? Engenharia Inadequada?
 É indispensável também a apuração das “causas gerenciais”, como a
“falta de controle” – inexistência de padrões ou procedimentos, etc...

60.10.40.000 – VENTILAÇÃO INADEQUADA


60.30.40.000 – EMPILHAMENTO INADEQUADO
60.40.00.000 – PROTEÇÃO COLETIVA INADEQUADA OU
INEXISTENTE

CONSEQÜÊNCIAS DO ACIDENTE

LESÃO PESSOAL  Qualquer dano sofrido pelo organismo humano,


como conseqüência do acidente do trabalho;

NATUREZA DA LESÃO  Expressão que identifica a lesão, segundo


suas características principais

70.20.05.000 - ESCORIAÇÃO, ABRASÃO


20.000 - DISTENÇÃO, TORÇÃO
34.000 - FRATURA

LOCALIZAÇÃO DA LESÃO  Indicação da sede da lesão

75.30.00.000 - CABEÇA
75.30.50.200 - OUVIDO EXTERNO
75.30.70.700 - MANDÍBULA (inclusive queixo)

LESÃO IMEDIATA  Lesão que se manifesta no momento do acid.;

216
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

LESÃO MEDIATA (Lesão Tardia)  Lesão que se manifesta após a circunstância


acidental da qual resultou;

DOÊNÇA DO TRABALHO  Doença decorrente do exercício


continuado ou intermitente de atividade laborativa, capaz de
provocar lesão por ação imediata;

DOÊNÇA PROFISSIONAL  Doença do trabalho causada pelo


exercício de atividade específica, constante em relação
oficial;

MORTE  Cessação da capacidade de trabalho pela perda da vida,


independentemente do tempo decorrido desde a lesão;

LESÃO COM AFASTAMENTO (Lesão com perda de tempo ou


incapacitante)  Lesão pessoal que impede o acidentado de voltar ao
trabalho no dia imediato ao do acidente ou de que resulte incapacidade
permanente;

Esta lesão pode provocar incapacidade permanente total,


incapacidade permanente parcial, incapacidade temporária total
ou morte.

LESÃO SEM AFASTAMENTO (Lesão não incapacitante ou lesão sem


perda de tempo)  Lesão pessoal que não impede o acidentado de
voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente, desde que não haja
incapacidade permanente;

 Esta lesão não provoca a morte, incapacidade permanente total ou

parcial ou incapacidade temporária total, exige, no entanto,


primeiros socorros ou socorros médicos de urgência;

 Devem ser evitadas as expressões “acidente com afastamento” e


“acidente sem afastamento”, usadas impropriamente para
significar, respectivamente “lesão com afastamento” e “lesão sem
afastamento”.

ACIDENTADO  Vítima de acidente;

217
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Não é correto referir-se a “acidente”, quando se desejar fazer referência a


acidentado.

INCAPACIDADE PERMANENTE TOTAL  Perda total da capacidade de


trabalho, em caráter permanente, sem morte;
a) ambos os olhos;
b) um olho e uma das mãos ou, um olho e um pé;
c) ambas as mãos ou ambos os pés ou uma das mãos e um pé.

INCAPACIDADE PERMANENTE PARCIAL  Redução parcial da capacidade


de trabalho, em caráter permanente que, não provocando morte ou
incapacidade permanente total, é a causa de perda de qualquer membro ou
parte do corpo, ou qualquer redução permanente de função orgânica;

INCAPACIDADE TEMPORÁRIA TOTAL  Perda total da capacidade de


trabalho de que resulte um ou mais dias perdidos, excetuados a morte, a
incapacidade permanente parcial e a incapacidade permanente total;

 Permanecendo o acidentado afastado de sua atividade por mais de um ano,


é computado somente o tempo de 360 dias;

 A incapacidade temporária parcial não causa afastamento do acidentado,


correspondendo, portanto, a lesão sem perda de tempo.

DIAS PERDIDOS  Dias corridos de afastamento do trabalho em virtude de lesão


pessoal, exceto o dia do acidente e o dia de volta ao trabalho;

DIAS DEBITADOS  Dias que se debitam, por incapacidade permanente ou


morte, para o cálculo do tempo computado;

TEMPO COMPUTADO  Tempo contado em “dias perdidos, pelos acidentados,


com incapacidade temporária total” mais os “dias debitados pelos acidentados
vítimas de morte ou incapacidade permanente, total ou parcial”;

218
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

PREJUÍZO MATERIAL  Prejuízo decorrente de danos materiais, perda de


tempo e outros ônus resultantes de acidente do trabalho, inclusive danos ao
meio ambiente;

HORAS-HOMEM DE EXPOSIÇÃO AO RISCO (horas-homem) 

Somatório das horas durante as quais os empregados ficam à disposição do


empregador, em determinado período;
Leis brasileiras sobre Acidente do Trabalho
As leis sobre acidente do trabalho foram surgindo e transformando-se em decorrência da
evolução industrial e das modificações nos processos de produção. Também por
exigências e reivindicações dos trabalhadores e de estudiosos, devido às condições de
trabalho, segurança e higiene apresentadas e em decorrência da necessidade de proteção
às mulheres e menores que desenvolviam trabalhos em condições subumanas, e aos
próprios trabalhadores.

No Brasil, a primeira legislação sobre acidente do trabalho foi editada em 1919, e a


partir desta data passou por seis reformulações, sendo que a primeira Lei de Acidentes
do Trabalho foi promulgada em 15 de janeiro de 1919, através do Decreto-lei n.º 3.724 ,
e tratava o acidente do trabalho como sendo a CAUSA ÚNICA de incapacidade
laborativa parcial e permanente, isto é, o acidente é "produzido por uma causa súbita,
violenta, externa e involuntária no exercício do trabalho" (LUCCA & FÁVERO, 1994;
OPITZ & OPITZ, 1984), porém esta lei tornou-se equívoca, pois sabe-se que muitas
causas aparentes ou não podem concorrer para um acidente.

A segunda lei foi promulgada através do decreto-lei n.º 24.637, de 10 de julho de 1934
com esta lei foi conceituado pela primeira vez o acidente do trabalho, como sendo "toda
lesão corporal, perturbação funcional, ou doença desde logo produzida pelo exercício do
trabalho, ou em conseqüência dele, que determine a morte, ou a suspensão ou limitação,
permanente ou temporária, total ou parcial, da capacidade para o trabalho" (OPITZ &
OPITZ, 1984). Através deste decreto foi abolida a CAUSA ÚNICA e passa a
reconhecer doenças resultantes das condições de trabalho. E também passa a adotar a
Teoria de risco profissional.

Na terceira lei promulgada em 10 de novembro de 1944, através do Decreto-lei n.º


7.036, o acidente do trabalho é considerado como "todo aquele que se verifica pelo
exercício do trabalho, provocando direta ou indiretamente, lesão corporal, perturbação
funcional, ou doença que determine a morte, a perda total ou parcial, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho" e como doença entende-se "além das
chamadas profissionais, - inerentes ou peculiares a determinados ramos de atividade -,
as resultantes das condições especiais ou excepcionais em que o trabalho for realizado".
Desta forma, esta lei passa a reconhecer os acidentes e doenças do trabalho de causas
concorrentes, através da TEORIA DA CONCAUSA. Também é nesta lei que passam a
ser reconhecidos os "acidentes de trajeto", isto é, aqueles que ocorrem no percurso da
casa para o local de trabalho, ou vice-versa, quando o trabalhador ia ou vinha para o
trabalho, em transporte especial da empresa (BOBBIO, 1944; OPITZ & OPITZ, 1984).
219
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

O Decreto-lei n.º 293, de 28 de fevereiro de 1967, é a quarta promulgação da lei sobre


acidente do trabalho, onde o acidente do trabalho é considerado como "todo aquele que
provocar lesão corporal ou perturbação funcional no exercício do trabalho, a serviço do
empregador, resultante de causa externa súbita, imprevista ou fortuita, determinando a
morte do empregado ou sua incapacidade para o trabalho, total ou parcial, permanente
ou temporário" e equipara ao acidente do trabalho, para efeito de notificação as doenças
do trabalho e profissional, sendo que consideram como doenças ocupacionais "as
causadas por agentes físicos, químicos ou biológicos, peculiares a determinadas funções
ou diretamente resultantes de condições especiais ou excepcionais do tipo de trabalho" e
como doenças do trabalho "as que resultarem, direta ou exclusivamente, do exercício do
trabalho e características especiais ou excepcionais em que o mesmo seja realizado"
(MONTEIRO, 1967). Com esta lei voltou o sistema de CAUSA ÚNICA para o acidente
do trabalho, considerando-se que ocorreu uma regressão no sistema, visto que a causa
única do acidente já estava superada há muito tempo.

A quinta edição da lei sobre acidente do trabalho, foi promulgada através da Lei n.º
5.316, de 14 de setembro de 1967, esta lei contém o mesmo texto da anterior no que diz
respeito à definição de acidente do trabalho, porém abandona a causa única como
conseqüência para o acidente, e em seu texto são incluídos alguns benefícios e
estendidos os direitos de acidente do trabalho aos trabalhadores avulsos (MONTEIRO,
1967; OPITZ & OPITZ, 1984).

Através da Lei n.º 6.367, de 19 de outubro de 1976, foi promulgada a sexta lei, o
acidente do trabalho é considerado como sendo um acontecimento na vida do operário,
verificado pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal,
perturbação funcional ou doença que cause a morte, perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho (OPITZ & OPITZ, 1984; OLIVEIRA, 1985).
Nesta lei foram desconsideradas as condições de trabalho como causa ou agravante do
acidente do trabalho (OLIVEIRA & ANDRADE, 1976). E passam a ser considerados
para fins legais os acidentes típicos; o acidente que, ligado ao trabalho, embora não
tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte, ou à perda ou
redução da capacidade para o trabalho; trajeto e doenças profissionais com 21 agentes
de causa (OLIVEIRA, 1985; LUCCA & FÁVERO, 1994).

E a sétima e última lei sobre acidente do trabalho foi promulgada em 24 de julho de


1991, através das Lei n.º 8.212 e 8.213, que considera o acidente como sendo "aquele
que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal
ou perturbação funcional que cause morte, perda ou redução, permanente ou temporária
da capacidade de trabalho", para LUCCA e FÁVERO (1994) este conceito baseia-se no
prejuízo físico sofrido no trabalho e, tem por objetivo favorecer apenas os mecanismos
de compensação e indenização, e não destinados à prevenção.

De acordo com as leis acidentárias brasileiras o, acidente pode ocorrer por uma
condição insegura ou por um ato inseguro, e que na maioria das análises dos acidentes
são considerados como atos inseguros, isto é, são causados por falha humana, mas que
deve ser estudado com profundidade e também deve ser um ponto de reflexão dos
profissionais que trabalham com segurança e dos próprios empregadores em relação a
estes tipos de acidentes, pois neste ato inseguro pode estar implícita uma condição
insegura não visualizada ou não exteriorizada.

220
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Para FERIANI (1996) alguns acidentes resultam de medidas em relação à necessidade


de treinamento em equipamentos de produção, independentemente das melhorias feitas
nos equipamentos e, outros resultam da falta de conhecimento por parte do trabalhador
sobre o funcionamento do equipamento. Outros acidentes podem ocorrer por mau
funcionamento dos mecanismos de segurança das próprias máquinas , como exemplo,
peças e componentes soltos provocados por vibrações e acúmulo de poeira e sujeira.

Muitas vezes a prevenção de acidentes é feita através do fornecimento de equipamento


de proteção individual (EPI), que às vezes é recusado pelo trabalhador não tanto por
ignorância, mas talvez pela inadequação do mesmo ao trabalhador, sendo que por
definição, como cita CARVALHO (1975) o equipamento de proteção deve possuir três
qualidades: proteger a parte do corpo vulnerável; não dificultar a execução da tarefa; e
ser confortável. Isto pode ser relacionado com o trabalho realizado por SILVA FILHO
(1993) quando do estudo com garis, sobre o uso de botas para a coleta de lixo, que os
mesmos apresentavam no final da jornada de trabalho dores nas pernas e pés, devido às
mesmas não apresentarem uma estrutura adequada para impactos constantes com o solo.

Na análise das definições e conceitos descritos sobre acidente do trabalho, verifica-se


que de acordo com a concepção legal o acidente do trabalho é aquele que pode
acontecer de modo inesperado, súbito e não programado, seja no trabalho ou a serviço
da empresa, e que apresente lesão, morte ou redução da capacidade laborativa. Porém o
mais importante na gênese das causas dos acidentes, não é estudar apenas os acidentes
ou sua prevenção, mas toda a organização do trabalho, sob a ótica da ergonomia,
analisando as questões do trabalho em relação ao homem, não só para prevenir o
acidente, mas para proporcionar ao trabalhador condições satisfatórias de trabalho, para
a manutenção de sua saúde e integridade.

E desta forma a relação existente entre as leis trabalhistas brasileiras e as necessidades


dos trabalhadores surgidas em decorrência das transformações do mundo do trabalho,
estão desencontradas, sendo necessária também uma reformulação nestas leis que
proporcionem aos trabalhadores mais segurança e mais participação, como preconiza a
Comissão de Estudos do Trabalho - CET.

Consequências dos Acidentes

Os acidentes de trabalho não são proveitosos para ninguém.

Pelo contrário, qualquer acidente de trabalho tem consequências que, começando


naturalmente pelo próprio sinistrado, atingem toda a sociedade.

Vejamos de uma forma sistematizada as consequências dos acidentes de trabalho.

221
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Taxas de frequência e gravidade; 


Número de Acidentes por milhão de horas-homem de exposição ao risco, em determinado
período;

TAXA DE FREQÜÊNCIA DE ACIDENTADOS COM LESÃO COM AFASTAMENTO


 Número de acidentados com lesão com afastamento por milhão de horas- homem de
exposição ao risco, em determinado período;

TAXA DE FREQÜÊNCIA DE ACIDENTADOS COM LESÃO SEM AFASTAMEN-


TO  Número de acidentados com lesão sem afastamento por milhão de horas-homem de
exposição ao risco, em determinado período;

TAXA DE GRAVIDADE Tempo computado por milhão de horas-homem de exposição ao


risco, em determinado período;

AVALIAÇÃO DA FREQÜÊNCIA E DA GRAVIDADE  A avaliação da freqüência e da


gravidade deve ser feita em função de:

Número de acidentes ou acidentados


FREQÜÊNCIA e
Horas-homem de exposição ao risco

Tempo Computado (Dias perdidos e dias debitados)


GRAVIDADE e
Horas-homem de exposição ao risco

MEDIDAS DE AVALIAÇÃO DE FREQÜÊNCIA E GRAVIDADE

TAXAS DE FREQÜÊNCIA

222
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

TAXA DE FREQÜÊNCIA DE ACIDENTES  Deve ser expressa com


aproximação de centésimos e calculada pela seguinte expressão:

FA = Nx 1.000.000
H
Onde: FA  taxa de freqüência de acidentes
N  número de acidentes
H  horas-homem de exposição ao risco

TAXA DE FREQÜÊNCIA DE ACIDENTADOS COM LESÃO COM


AFASTAMENTO  Deve ser expressa com aproximação de
centésimos e calculada pela seguinte expressão:

FL = Nx 1.000.000
H
Onde: FL  taxa de freqüência de acidentados com lesão com afastamento
N  número de acidentados com lesão com afastamento
H  horas-homem de exposição ao risco

TAXA DE FREQÜÊNCIA DE ACIDENTADOS COM LESÃO SEM


AFASTAMENTO  Deve-se fazer o levantamento do número de
acidentes vítimas de lesão, sem afastamento, calculando a respectiva
taxa de freqüência;

Apresenta a vantagem de alertar a empresa para acidentes que


concorram para o aumento do número de acidentes com afastamento;

O cálculo deve ser feito da mesma forma que para os acidentados


vítimas de lesão com afastamento. Auxilia os serviços de prevenção,
possibilitando a comparação existente entre acidentes com
afastamento e sem afastamento.

TAXA DE GRAVIDADE  Deve ser expressa em números inteiros e calculados pela


seguinte expressão:

G = T x 1.000.000
H

Onde: G  taxa de gravidade


T  tempo computado
H  horas-homem de exposição ao risco

A taxa de gravidade visa exprimir, em relação a um milhão de horas-homem de


exposição ao risco, os dias perdidos por todos os acidentados vítimas de
incapacidade permanente não devem ser considerados os dias perdidos, mas
apenas os debitados, a não ser no caso de o acidentado perder número de dias
superior ao a debitar pela lesão permanente sofrida.

MEDIDAS OPTATIVAS DE AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE

NÚMERO MÉDIO DE DIAS PERDIDOS EM CONSEQÜÊNCIA DE


INCAPACIDADE TEMPORÁRIA TOTAL  Resultado da

223
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

divisão do número de dias perdidos em conseqüência da incapacidade


temporária total pelo número de acidentados correspondente.

Mo = D__
N

Onde: Mo  Número médio de dias perdidos em conseqüência de


Incapacidade temporária total
D  Número de dias perdidos em conseqüência de incapacidade
Temporária total
N  Número de acidentados correspondente

NÚMERO MÉDIO DE DIAS DEBITADOS EM CONSEQÜÊNCIA DE


INCAPACIDADE PERMANENTE  Resultado da divisão do
número de dias debitados em conseqüência da incapacidade
permanente (total e parcial) pelo número de acidentados
correspondente.

Md = d__
N

Onde: Md  Número médio de dias debitados em conseqüência de


Incapacidade permanente
d  Número de dias debitados em conseqüência de
incapacidade permanente
N  Número de acidentados correspondente

TEMPO COMPUTADO MÉDIO  Resultado da divisão do tempo


computado pelo número de acidentados correspondente.

Tm = T__
N

Onde: Tm  Tempo computado médio


T  Tempo Computado
N  Número de acidentados correspondente

Pode também ser calculado dividindo-se a taxa de gravidade pela


Taxa de freqüência de acidentados:

Tm = G__
FL

REGRAS PARA A DETERMINAÇÃO DAS TAXAS

PERÍODOS  O cálculo das taxas deve ser realizado períodos mensais e


anuais, podendo-se usar outros períodos quando houver conveniência;

ACIDENTES DE TRAJETO  Devem ser tratado à parte, não sendo incluído no


cálculo usual das taxas de freqüência e de gravidade;

PRAZOS DE ENCERRAMENTO  Para determinar as taxas relativas a acidentados


vítimas de lesões com perda de tempo, deve ser observado:
224
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

 As taxas devem incluir todos os acidentados vítimas de lesões com afastamento


no período considerado (mês, ano), devendo os trabalhos de apuração serem
encerrados, quando necessário, após decorridos 45 dias do fim desse período;

 Em caso de incapacidade que se prolongue além do prazo de encerramento


previsto (45 dias do período considerado), o tempo perdido deve ser previamente
estimado com base em informação médica;

 Quando se deixar de incluir um acidentado no levantamento de determinado


período, o registro respectivo deve ser incluído, posteriormente, com as
necessárias correções estatísticas;

DATA DE REGISTRO  O número de acidentados e o tempo perdido


correspondente às lesões por eles sofridas devem ser registrados com data da
ocorrência dos acidentes;

Os casos de lesões mediatas (doenças do trabalho) que não possam ser


atribuídas a um acidente de data perfeitamente fixável devem ser registrados
com as datas em que as lesões forem comunicadas pela primeira vez.
Estatísticas  de  acidentes; 

ANÁLISE DO ACIDENTE Estudo do acidente para a pesquisa de causas, circunstâncias


e conseqüências;

ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES, CAUSAS E CONSEQÜÊNCIAS  Nu-meros


relativos à ocorrência de acidentes, causas e conseqüências devidamente
classificados;

REGISTRO E ESTATÍSTICAS DE ACIDENTES

ESTATÍSTICAS POR SETOR DE ATIVIDADE  Além das estatísticas


globais da empresa, entidade ou estabelecimento, é de toda conveniência que
sejam elaboradas estatísticas por setor de atividade, o que permite evitar que a
baixa incidência de acidentes em áreas de menor risco venha a influir nos
resultados de qualquer das demais, excluindo, também, das áreas de atividade
específica os acidentes não diretamente a elas relacionadas;

ELEMENTOS ESSENCIAIS  Para estatísticas e análise de acidentes,


consideram-se elementos essenciais:
 espécie de acidente impessoal (espécie);
 tipo de acidente pessoal (tipo);
 agente do acidente;
 fonte da lesão;
 fator pessoal de insegurança (fator pessoal);
 ato inseguro;
 condição ambiente de insegurança;
 natureza da lesão;
 localização da lesão;

225
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

 prejuízo material.

LEVANTAMENTO DO CUSTO NÃO SEGURADOS  Para levantamento do


custo não segurado, devem ser levados em consideração, entre outros, os
seguintes elementos:
 Despesas com reparo ou substituição de máquina, equipamento ou material
avariado;
 Despesas com serviços assistenciais não segurados;
 Pagamento de horas extras em decorrência do acidente;
 Despesas jurídicas;
 Complementação salarial ao empregado acidentado;
 Prejuízo decorrente da queda de produção pela interrupção do funcionamento
da máquina ou da operação de que estava incumbido o acidentado, ou da
impressão que o acidentado causa aos companheiros de trabalho;
 Desperdício de material ou produção fora de especificação, em virtude da
emoção causada pelo acidente;
 Redução da produção pela baixa do rendimento do acidentado, durante certo
tempo, após o regresso ao trabalho;
 Horas de trabalho dispendidas pelos supervisores e por outras pessoas:
- Na ajuda do acidentado;
- Na investigação das causas do acidente;
- Em providências para que o trabalho do acidentado continue a ser
executado;
- Na seleção e preparo de novo empregado;
- Na assistência jurídica;
- Na assistência médica para os socorros de urgência;
- No transporte do acidentado.
Custos  dos  acidentes; 
Os acidentes de trabalho e doenças profissionais custam tempo e dinheiro. Apesar de se
estimarem elevados, os custos com acidentes de trabalho e com doenças profissionais
raramente são avaliados ao nível das empresas, o que dificulta a aferição dos respectivos
impactos socioeconômicos.

     Para facilitar o entendimento, é importante compreendermos que acidente de


trabalho é entendindo de forma legal como “o que ocorre pelo exercício do trabalho a
serviço da empresa, com o segurado empregado, que provoca lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho”, mas, pode ainda ser definido pela sua forma
prevencionista, que se dará da seguinte maneira, “acidente do trabalho é toda ocorrência
não programada ou prevista, estranha ao andamento normal do trabalho, da qual possa
resultar danos físicos e/ou funcionais ou lesões ao trabalhador e/ou danos materiais e
econômicos à empresa”. È importante esclarecermos ainda que e a doença profissional é
“toda e qualquer deficiência e/ou enfraquecimento da saúde humana, causada por uma
exposição contínua a condições inerentes à ocupação de uma pessoa”.

     Todo esse processo gera um determinado custo para a empresa, custo este que de
alguma forma é repassado ao cliente.

226
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

     O processo ocorre de forma natural, isto é, o acidente ou a doença profissional gera
custo que onera a produção, daí podem ocorrer três situações diferenciadas, porém uma
não menos grave que a outra:

          1º situação – o empresário busca não assumir os custos decorrentes deste processo
acidentario e, repassa ao cliente através do aumento do preço de venda de seus produtos
ou serviços, ao realizar este procedimento, o empresário torna-se menos competitivo
uma vez que seus produtos são mais caros.
          2º situação – o empresário absorve o custo acidentário, não imputando-o sobre o
preço de venda, nem repassando-o em espécie alguma ao seu cliente, dessa forma o
cliente não sofre quaisquer consequencias das falhas no processos produtivo, porém, o
empresário reduz a margem de lucro de seus produtos ou serviços e com isso parte da
sua receita que poderia ser voltada para o aumento da qualidade dos seus processos,
melhoria de maquinários e equipamentos, investimento no estímulo motivacional de
seus empregados e outros investimentos com foco no processo de melhoria contínua
empresarial, perde eficácia podendo não atingir a excelência.
          3º situação – O cliente compra do concorrente o produto ou serviço, uma vez que
o produto ou serviço em questão tornou-se oneroso em função dos custos de acidentes e
doenças profissionais a ele imputados. Essa é a mais grave de todas as situações, do
ponto de vista empresarial. O Gestor Empresarial deve ter visão aguçada para entender
quando e quanto lhe é válido investir em prevenção de acidentes afim de não onerar seu
produto e nem reduzir sua margem de lucro por motivos de acidentes e doenças
profissionais, motivos estes considerados desnecessários e despendiosos, ou seja,
desperdicios.

     Em uma empresa, somente existe uma fonte de entrada de capital financeiro, o
CLIENTE. Por tanto, ao final deste trajeto, podemos analisar que o processo acidentário
causa prejuizo de forma coletiva, ou seja, à empresa que perde qualidade de seus
produtos e estes ainda perdem competitividade no mescado; o empresário que não
consegue extrair o melhor em seu preço de venda, perdendo no ponto de vista
estratégico; o empregado, pois, parte da receita que poderia ser a ele destinada sob
forma de oportunidades de crescimento, não será para cobrir estes desperdicios.

     O que o empregado tem de compreender é que se ele faz parte da empresa, ele
crescerá ou estagnará junto com ela. A medida que uma empresa se torna sofisticada o
funcionário também deve tornar-se. Certa vez em um encontro de canavieiros na região
de Uberaba-MG, alguém da platéia indagou um dos palestrante sobre a mecanização na
colheita de cana, no quesito redução da mão de obra. O palestrante bastante inteligente
disse que a mecanização não retiraria o emprego dos cortadores de cana, mas, por outro
lado, forçaria-os a se especilizarem na atividade de operadores de máquinas
mecanizadas.
     Os empregados que obtiverem essa visão de mudança serão aqueles que farão parte
da nova etapa de “empresas sofisticadas”. Assim ocorre em todas as área da empresa.
     Por outro lado, o Gestor tem um papel fundamental na conscientização de seu
pessoal, cabe a ele saber como cada um de seus subordinados reagem à determinadas
ações, pois, para cada ação há um reação de igual intesidade. E o gestor que souber

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como é a reação de cada um de seus subordinados poderá usar esta em beneficio da


massa e traçar assim planos estratégicos com excelencia.

     Os serviços de Segurança do Trabalho, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade são ainda
vista por muitos empresários como um “gasto desnecessário”, mas, no mundo
corporativo não existe espaço para coincidencias e sabe-se que as empresas que levam
os profissionais destas áreas à sério permitindo que desenvolvam um bom trabalho e
subsidiando tal, tem despontado das demais através da redução dos custos de produção e
consequentemente agregando qualidade aos seus produtos e serviços.

Comunicação  e  registro  de  acidentes; 


Informação que se dá aos órgãos interessados, em formulário próprio, quando da ocorrência
de acidente;

COMUNICAÇÃO DE ACIDENTES PARA FINS LEGAIS Qualquer co-


municação de acidente emitida para atender a exigências da legislação em vigor como,
por exemplo, a destinada à previdência social;

COMUNICAÇÃO INTERNA DE ACIDENTES PARA FINS DE REGISTRO


Comunicação que se faz com a finalidade precípua de possibilitar o registro de acidente

REGISTRO DE ACIDENTE Registro metódico e pormenorizado, em formulário


próprio, de informações e de dados de um acidente, necessários ao estudo e à análise de
suas causas circunstâncias e conseqüências;

REGISTRO DE ACIDENTADO Registro metódico e pormenorizado, em formu-lário


individual, de informações e de dados relativos a um acidentado, necessários ao estudo e à
análise das causas, circunstâncias e conseqüencias. do acidente;

FORMULÁRIOS PARA REGISTRO, ESTATÍSTICAS E ANÁLISE DE


ACIDENTE  Formulários destinados ao registro individual ou coletivo de dados relativos
a acidentes e respectivos acidentados, preparados de modo a permitir a elaboração de
estatísticas e análise dos acidentes, com vistas à sua prevenção;

CADASTRO DE ACIDENTES Conjunto de informações e de dados relativos aos


acidentes ocorridos;

CUSTO DE ACIDENTES Valor de prejuízo material decorrente de acidentes;

CUSTO SEGURADO Total das despesas cobertas pelo seguro de acidente do trabalho;

CUSTO NÃO SEGURADO Total das despesas não cobertas pelo seguro de acidente do
trabalho e, em geral, não facilmente computáveis, tais como as resultantes da interrupção do
trabalho, do afastamento do empregado de sua ocupação habitual, de danos causados a
equipamentos e materiais, da perturbação do trabalho normal e de atividades assistências não
seguradas;
Investigação  e  análise  de  acidentes;
A partir da informação da ocorrência de um acidente a equipe de investigação deve, se
possível, inteirar-se do tipo de caso a ser investigado, visando preparar-se tecnicamente
228
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

para conduzi-la. É da maior importância dar inicio à investigação o mais rapidamente


possível.

Recomenda-se dispor de um "kit" pronto (papel, prancheta, lápis, caneta, borracha,


trena, maquina fotográfica e, ou filmadora, e filmes).

 A escolha do método de investigação depende da complexidade do fenômeno


investigado. Em situações de trabalho caracterizadas por desrespeito evidente à
legislação e às regras básicas de segurança, a investigação é relativamente fácil de ser
conduzida. Em situações de trabalho complexas em que o acidente é fruto da interação
entre vários fatores, são necessários métodos de investigação capazes de elucidar os
vários aspectos envolvidos em sua gênese.  

A coleta de dados é uma fase crucial que deve ser realizada no próprio local de
ocorrência do acidente. Uma boa coleta deve possibilitar a compreensão de como o
acidente ocorreu, quase como se fosse possível visualizá-lo passo a passo. 

A sistematização da coleta de dados facilita esta tarefa, além de ajudar a evitar que
aspectos importantes deixem de ser investigados. Em nossas investigações, mesmo
quando não utilizamos o método de Árvore de Causas, realizamos a coleta de dados
com auxílio de suas categorias de análise, ou seja, atividade em desenvolvimento,
desdobrada nos componentes:

 indivíduo - (qualificação, treinamento recebido, função / posto de trabalho habituais e


por ocasião do acidente etc.);

tarefa - o que o trabalhador(res) / indivíduo(s) executa(m) em condições habituais de


trabalho e por ocasião do acidente; 

material - maquinas e equipamentos, matérias-primas, etc utilizados na execução da


tarefa; meio de trabalho – entendido como o meio social da empresa (relações sociais,
pessoais, hierárquicas), forma de organização do trabalho, treinamentos ministrados,
etc.  

Recomenda-se:

 Tirar fotografias / filmar; fazer esquemas do cenário / máquinas... relacionados


ao acidente que ocorreu;
 descrever instalações físicas, condições de iluminação, nível de ruído, posição
de máquinas, equipamentos etc.;
 verificar o tipo de energia utilizada; se for o caso, descrever máquinas e, ou
equipamentos (tipo, forma de acionamento, de alimentação, etc.);
 descrever a forma habitual de execução da atividade em desenvolvimento no
momento de ocorrência do acidente;
 identificar, em relação às condições de trabalho habituais (trabalho real, não
trabalho prescrito), isto é, sem ocorrência de acidente, o que mudou /alterou
/variou, investigando as origens das alterações / mudanças / variações ocorridas.

 É extremamente importante identificar as condições do sistema que permitiram o

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aparecimento dessas mudanças (ou variações). Em outras palavras, buscar as "causas

das causas".

 Descrever cuidadosamente as mudanças que provocaram perturbações que


ultrapassaram a tolerância habitual do sistema, ou seja, aquelas que não foram
solucionadas com as estratégias adotadas no funcionamento do sistema nas
situações sem acidente.
 Quando não for possível esclarecer como se originou determinada modificação
ou variação, explorar hipóteses possíveis acerca de sua origem e, para cada
hipótese, buscar evidências diretas ou indiretas de sua ocorrência. Por exemplo,
no caso de sistemas técnicos, a existência de componentes alterados e, ou com
marcas do ocorrido pode fornecer informações importantes, seja por
visualização direta, seja por exames em laboratórios ou serviços especializados.
Da mesma forma, os registros relativos ao histórico de manutenção de uma
máquina, inclusive aqueles relativos às mudanças efetuadas após o acidente com
vistas a sua liberação podem ser úteis.
 Buscar confirmação para todas as afirmações colhidas nas entrevistas visando
descrever os fatores que participaram do desencadeamento do acidente com a
maior fidelidade possível.

 A obtenção dessas informações exigirá a realização de entrevistas com vários


interlocutores: acidentado (que não estará vivo para informar em casos de acidentes
fatais), testemunhas do ocorrido, colegas de trabalho, chefias, membros de CIPA e
SESMT (quando houver), outros acidentados que tenham sofrido acidentes semelhantes
etc. Em casos de acidentes envolvendo mais de uma empresa, incluir seus membros na
relação de pessoas a entrevistar.

 Durante as entrevistas, diante de expressões como "foi um descuido", "acho que não
prestei muita atenção", "fiz uma bobeira", utilizadas pelos próprios acidentados vítimas
de acidentes não fatais para descrever os episódios de que foram vítimas, é
imprescindível indagar - e, se necessário, insistir -, como foi o tal "descuido", a "falta de
atenção" ... procurando caracterizar o sentido da expressão utilizada pelo trabalhador
(ou testemunha, ou colega ... em casos de acidentes fatais). Sobretudo, é da maior
importância investigar suas causas. Freqüentemente os "descuidos" ocorrem em
situações de pressão de tempo para execução de tarefas (urgências de varias naturezas e
origens), ao final de turnos noturnos, ao final de jornadas de trabalho prolongadas por
horas-extras, em situações de fadiga evidente do trabalhador, durante execução de
tarefas anexas / secundárias, ou de tarefas eventuais, como por exemplo as de
manutenção. 

Investigações cuidadosas geralmente permitem identificar se os limites das capacidades


humanas foram ultrapassados. Mesmo em grandes empresas é freqüente encontrar
situações em que a segurança do trabalhador dependia, quase exclusivamente, de seu
desempenho na execução da tarefa.

 É fundamental que durante a coleta de informações sejam descritos fatos passíveis de


constatação. Por exemplo, ao invés de registrar "expôs-se desnecessariamente ao
perigo", descrever ações, posições, etc. adotadas pelo trabalhador, sem emitir juízo de

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valor. Da mesma forma, não incluir interpretações e ou conclusões do investigador


durante a fase de coleta de dados. 

Uma boa descrição de acidente é objetiva e precisa, desprovida de juízos de valor, de


interpretações, e de conclusões. Para conseguir executar uma coleta de dados que atenda
esses requisitos, é muito importante ter sempre em mente que se buscam as "causas das
causas" do acidente visando a prevenção, e não a identificação de responsáveis e, ou
culpados (objetivos de investigações com finalidades jurídicas). 

Deve-se evitar:  

 Interrupções precoces na coleta de dados, particularmente quando se trata de


comportamentos adotados durante a execução de tarefas - é importante
investigar suas origens, ao invés de simplesmente rotular como falha do
acidentado.
 Considerar prescrições ou normas como equivalentes à tarefa habitual e padrão
de referência para identificação de variações ou mudanças no sistema. 0
trabalho real não deve jamais ser confundido ou reduzido ao trabalho prescrito.
Procurar conhecer o trabalho real demanda tempo, entrevistas com operadores,
etc.
 Tomar como "causas" opiniões "a priori", que não foram adequadamente
investigadas, formando opiniões precoces acerca de causas do acidente que vai
ser investigado, "contaminando" e prejudicando a investigação.
 Aceitar como verdade informações sem verificar sua veracidade. A titulo de
exemplo, pode ser citado um fato ocorrido durante investigação de acidente fatal
em uma grande siderúrgica brasileira. Em reunião entre representantes sindicais,
técnicos de várias instituições, um representante da empresa afirmou não ser
possível a instalação de uma

tampa no "panelão" que transportava aço fundido para as lingoteiras. Isso porque a
tampa provocaria modificações no aço que eram incompatíveis com as especificações
do produto. Posteriormente, verificou-se que tal afirmação era falsa.  

 Organização e análise dos dados

 Os dados coletados devem ser organizados, isto é, deve ser elaborada uma descrição
coerente do acidente, baseada em fatos passíveis de serem observados / constatados,
sem emissão de juízos de valor e, ou interpretações, e que permita ao(s)
investigador(es) "visualizar" da maneira mais completa possível, como o episódio se
desenrolou. Esta etapa é fundamental na investigação. Embora aparentemente fáceis de
serem realizadas, boas descrições exigem treinamento. Pode-se considerar adequada
uma descrição cuja leitura permita a compreensão de como o acidente ocorreu, por
profissionais que não participaram da investigação.  

Somente após elaborar a descrição do acidente é que se deve analisar e interpretar as


informações registradas e que nortearão a prevenção.  

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Princípios de análise, avaliação e gerenciamento


de riscos:
Inspeção de segurança;
A inspeção de segurança nada mais é que a procura de riscos comuns, já conhecidos
teoricamente. Esse conhecimento teórico facilita a eliminação ou neutralização do risco,
pois as soluções possíveis já foram estudadas por grande numero de técnicos e constam
de extensa bibliografia.
Os riscos mais comumente encontrados em uma inspeção de segurança são:
  Falta de proteção nas maquinas
Falta de ordem e limpeza.
Mau estado das ferramentas.
Iluminação e instalações elétricas deficientes.
Pisos escorregadios, deficientes, em mau estado de conservação
Insuficiência ou obstrução de portas e outros meios saída.
Equipamento de proteção contra incêndio em mau estado ou insuficiente.

Pratica de atos inseguros


As inspeções de segurança, dependendo do grau de profundidade envolvem não só os
elementos da Segurança do Trabalho, como também todo o corpo de funcionários. Por
exemplo: uma ferramenta manual avariada deverá ser imediatamente substituída pelo
operador no momento em que este a receber, pois deverá ser feita a inspeção visual.
Não há necessidade de se aguardar o momento de vistoria geral de todas as ferramentas,
a ser feita no almoxarifado, para que a ferramenta defeituosa seja substituída.
Como em qualquer atividade que se deseja otimizar, há a necessidade de organizar um
programa bem definido para as inspeções, quando será estabelecido:

Que será inspecionado;


A freqüência da inspeção;
A responsabilidade pela inspeção;
Informações necessárias para verificação
Destino dos dados coletados.

Uma vez determinados esses aspectos pode-se, então, partir para a proposição de
medidas saneadoras, objetivo-fim de qualquer inspeção de segurança.
Tipos de inspeção de segurança

Ao examinarmos o primeiro item de um programa de inspeção, determinamos uma


primeira divisão em duas classes:
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a) Inspeções gerais - nas quais todas áreas são examinadas, fazendo-se um levantamento
global das condições operacionais da industria.
Devem ser coordenadas pelo Serviço de Segurança, recomendando-se a presença de
chefes e encarregados de setor, médico do trabalho, engenheiro de segurança, técnico de
segurança e cipeiros do setor, o que possibi1ita maior rapidez nas informações, devido a
discussão dos riscos no local e no momento da observação, inclusive com uma primeira
comunicação oral, embora exista a necessidade da confecção de relatórios que
documente o fato e proponha as soluções mais adequadas a cada caso. Nas empresas
que não possuam Serviço de Segurança, a coordenação de tais inspeções é
responsabilidade da CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.
Pode ser realizada mensalmente mas, de acordo com características de cada empresa, a
periodicidade pode ser maior ou menor.
b) Inspeções parciais - são inspeções restritas, limitando-se apenas a verificar as
condições de segurança em determinadas áreas, atividades ou mesmo equipamentos
especiais existentes.

Definição de responsabilidades
Os elementos encarregados das inspeções podem ser funcionários da própria empresa,
técnicos contratados ou inspetores governamentais.
Nas inspeções oficiais, normalmente não há a preocupação com uma analise posterior,
visando a inibição do risco. O técnico procura observar os pontos conflitantes com a
legislação e notifica o empresário.
Em empresas onde não há Serviço Especializado, é normal que a CIPA, responsável
pela coordenação das inspeções, contrate um técnico na área de segurança para realizar
uma inspeção geral . Após a inspeção, o técnico se encarregara de propor soluções,
facilitando e dinamizando, desta forma, a atuação da Comissão.
Quando, porém, já existe o Serviço Especializado, a necessidade dessas inspeções gerais
decai bastante, pois os inspetores da própria empresa deverão ter conhecimentos
técnicos gerais suficientes para descobrir e eliminar, ou inibir, riscos mais comuns. A
dificuldade aparece quando há a necessidade de inspeções parciais mais detalhadas,
como a inspeção de uma caldeira ou a determinação da presença de riscos ambientais
em determinado processo. Nestes casos aconselha-se a contratação de elemento
especializado, que podem, com menor margem de erro, detectar qualquer anormalidade
e apontar soluções
No âmbito interno de cada empresa, deverá o Serviço de Segurança equacionar de
forma bastante clara e precisa a responsabilidade de cada um dos funcionários, pois
todos eles deverão dar a sua parcela de colaboração na prevenção dos acidentes;
Os técnicos de segurança deverão diariamente realizar inspeções de rotina, objetivando
a descoberta dos riscos mais comuns, tais como utilização de instalações elétricas
provisórias de maneira inadequada, desobediência a normas de conduta por parte dos

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empregados, utilização de maquinas com proteção inibidas ou em mão estado de


conservação, armazenagem incorreta, etc.
Os encarregados de setores, dentro de suas funções normais, podem receber atribuições
que auxiliam o Serviço de Segurança por exemplo, a verificação da utilização correta de
EPI por parte dos seus subordinados ou a inspeção diária de ferramentas pelo
encarregado do almoxarifado, antes da entrega aos operários.
Os trabalhadores devem ser instruídos e treinados no sentido de inspecionarem suas
ferramentas, máquinas e equipamentos de proteção, antes de iniciarem a produção. É
uma inspeção mais simples e rápida, na maioria das vezes visual, que possibilita a
descoberta de falhas que, corrigidas a tempo, evitam o acidente.
A legislação determina a necessidade de inspeções periódicas em determinados
equipamentos, como caldeiras, elevadores e extintores de incêndio.
Outras inspeções são feitas de forma rotineira pelo próprio elemento que se utiliza do
equipamento, não se excluindo, porém, a necessidade de inspeções periódicas por
elementos da segurança. E o caso de cordas, correntes, cabos de aço, escadas e
ferramentas portáteis.

Registro das inspeções


Para possibilitar estudos posteriores, ou mesmo para controles estatísticos, inclusive de
qualidade, deve-se preparar formulários especiais, adequados a cada tipo de inspeção e
nível de profundidade desejados.
A própria inspeção de equipamentos, feita pelo operário diariamente no início do turno
de trabalho, deverá ser facilitada através da elaboração de uma ficha de inspeção. Os
pontos a serem observados deverão ser colocados em ordem lógica e o preenchimento
deverá ser feito com uma simples marcação, ou visto.
Também o Técnico de Segurança, quando em uma inspeção rotineira, poderá utilizar-se
de um check-list.
Modelos
Uma vez preenchidos esses formulários, quando na inspeção do técnico de segurança e
se notada alguma irregularidade, deverá ser preenchido um relatório de inspeção, em
que serão registrados os pontos negativos encontrados e as medidas propostas para
inibir os riscos.
Esse relatório devera ter, no mínimo, quatro vias, distribuídas da seguinte forma:
Uma via a ser mantida no Serviço de Segurança;
Uma via a ser enviada ao Chefe do Setor onde foi notada a irregularidade;
Uma via a ser enviada à gerência da área;
Uma via a ser encaminhada à CIPA, para que esta realize o acompanhamento necessário
até a complementação das medidas corretivas propostas.
Completado o trabalho, podem ser arquivada a via mantida pelo Serviço de Segurança,
para posterior consulta ou levantamento de dados estatísticos.
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Tipos de inspeção:

INSPEÇÃO DE SEGURANÇA GERAL:


É o tipo de inspeção mais completo, pois nesta são verificadas todas as instalações da
empresa na busca de condições inseguras e insalubres. Esta inspeção proporciona uma
vista panorâmica de todos os setores de trabalho da sua empresa, indo do administrativo
ao industrial e fabril.
Nada escapa a este tipo de inspeção! Cuidadosamente são verificados todos os setores
de trabalho, todos os grupos de riscos ambientais e riscos específicos.
Após a realização de uma Inspeção de Segurança Geral, sua empresa terá em mãos um
documento onde estarão registrados todos os problemas detectados e as sugestões e
recomendações para eliminá-los ou mitigá-los.

INSPEÇÃO DE SEGURANÇA POR SETOR DE TRABALHO:


É um tipo de inspeção limitado a um determinado setor de trabalho, de acordo com as
necessidades da empresa-cliente, e limita-se a observar as condições inseguras e
insalubres deste setor, além de suas influências para as demais instalações da empresa.
É menos abrangente que a Inspeção de Segurança Geral, mas não deixa de ter a sua
importância, pois direciona a observação para resolver problemas emergentes em um
setor específico que pode, porventura, estar sendo o líder em acidentes e/ou ocorrências
anormais.

INSPEÇÃO DE SEGURANÇA POR GRUPO DE RISCO ESPECÍFICO:


Este tipo de inspeção é menos abrangente do que as citadas anteriormente. Entretanto,
mantém a sua importância por atuar objetivamente em um determinado grupo de risco,
que pode ser o principal em sua empresa e que foi priorizado para uma atuação
imediata.

INSPEÇÃO DE SEGURANÇA POR RISCO ESPECÍFICO:


Este tipo de inspeção é indicado quando se tem determinado e priorizado um
determinado agente a ser controlado ou monitorado em sua empresa. Não menos
importante que as demais, busca, só que de forma mais objetiva, a identificação e até a
quantificação de um agente de risco visando determinar formas de controle, eliminação
ou mitigação desse risco.

Técnicas de análise de risco: APR e HAZOP; 


APR
Também chamada de Análise Preliminar de Perigos (APP).
De acordo com DE CICCO e FANTAZZINI (1994b), a Análise Preliminar de Riscos
(APR) consiste no estudo, durante a fase de concepção ou desenvolvimento prematuro

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de um novo sistema, com o fim de se determinar os riscos que poderão estar presentes
na sua fase operacional.
A APR é, portanto, uma análise inicial "qualitativa", desenvolvida na fase de projeto e
desenvolvimento de qualquer processo, produto ou sistema, possuindo especial
importância na investigação de sistemas novos de alta inovação e/ou pouco conhecidos,
ou seja, quando a experiência em riscos na sua operação é carente ou deficiente. Apesar
das características
básicas de análise inicial, é muito útil como ferramenta de revisão geral de segurança
em sistemas já operacionais, revelando aspectos que às vezes passam desapercebidos.

A APR teve seu desenvolvimento na área militar, sendo aplicada primeiramente como
revisão nos novos sistemas de mísseis. A necessidade, neste caso, era o fato de que tais
sistemas possuíam características de alto risco, já que os mísseis haviam sido
desenvolvidos para operarem com combustíveis líquidos perigosos. Assim, a APR foi
aplicada com o intuito de verificar a possibilidade de não utilização de materiais e
procedimentos de alto risco ou, no caso de tais materiais e procedimentos serem
Vinevitáveis, no mínimo estudar e implantar medidas preventivas.
Para ter-se uma idéia da necessidade de segurança, na época, de setenta e dois silos de
lançamento do míssil intercontinental Atlas, quatro deles foram destruídos quase que
sucessivamente. Sem contar as perdas com o fator humano, as perdas financeiras
estimadas eram de US$ 12 milhões para cada uma destas unidades perdidas.
A APR não é uma técnica aprofundada de análise de riscos e geralmente precede outras
técnicas mais detalhadas de análise, já que seu objetivo é determinar os riscos e as
medidas preventivas antes da fase operacional. No estágio em que é desenvolvida
podem existir ainda poucos detalhes finais de projeto e, neste caso, a falta de
informações quanto aos procedimentos é ainda maior, já que os mesmos são geralmente
definidos mais tarde.
Os princípios e metodologias da APR consistem em proceder-se uma revisão geral dos
aspectos de segurança de forma padronizada, descrevendo todos os riscos e fazendo sua
categorização de acordo com a MIL-STD-882 .A partir da descrição dos riscos são
identificadas as causas (agentes) e efeitos (consequências) dos mesmos, o que permitirá
a busca e elaboração de ações e medidas de prevenção ou correção das possíveis falhas
detectadas.
A priorização das ações é determinada pela categorização dos riscos, ou seja, quanto
mais prejudicial ou maior for o risco, mais rapidamente deve ser solucionado.
Desta forma, a APR tem sua importância maior no que se refere à determinação de uma
série de medidas de controle e prevenção de riscos desde o início operacional do
sistema, o que permite revisões de projeto em tempo hábil, no sentido de dar maior
segurança, além de definir responsabilidades no que se refere ao controle de riscos.
Segundo DE CICCO e FANTAZZINI (1994b), o desenvolvimento de uma APR passa
por algumas etapas básicas, a saber:

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a) Revisão de problemas conhecidos: Consiste na busca de analogia ou similaridade


com outros sistemas, para determinação de riscos que poderão estar presentes no
sistema que está sendo desenvolvido, tomando como base a experiência passada.

b) Revisão da missão a que se destina: Atentar para os objetivos, exigências de


desempenho, principais funções e procedimentos, ambientes onde se darão as
operações, etc.. Enfim, consiste em estabelecer os limites de atuação e delimitar o
sistema que a missão irá abranger: a que se destina, o que e quem envolve e como será
desenvolvida.
c) Determinação dos riscos principais: Identificar os riscos potenciais com
potencialidade para causar lesões diretas e imediatas, perda de função (valor), danos à
equipamentos e perda de materiais.
d) Determinação dos riscos iniciais e contribuintes: Elaborar séries de riscos,
determinando para cada risco principal detectado, os riscos iniciais e contribuintes
associados.
e) Revisão dos meios de eliminação ou controle de riscos:Elaborar um brainstorming
dos meios passíveis de eliminação e controle de riscos, a fim de estabelecer as melhores
opções, desde que compatíveis com as exigências do sistema.
f) Analisar os métodos de restrição de danos: Pesquisar os métodos possíveis que sejam
mais eficientes para restrição geral, ou seja, para a limitação dos danos gerados caso
ocorra perda de controle sobre os riscos.
g) Indicação de quem levará a cabo as ações corretivas e/ou preventivas: Indicar
claramente os responsáveis pela execução de ações preventivas e/ou corretivas,
designando também, para cada unidade, as atividades a desenvolver.
A APR tem grande utilidade no seu campo de atuação, porém, como já foi enfatizado,
necessita ser complementada por técnicas mais detalhadas e apuradas. Em sistemas que
sejam já bastante conhecidos, cuja experiência acumulada conduz a um grande número
de informações sobre riscos, esta técnica pode ser colocada em by-pass e, neste caso,
partir-se diretamente para aplicação de outras técnicas mais específicas.

HAZOP
O estudo de identificação de perigos e operabilidade conhecido como HAZOP é uma
técnica de análise qualitativa desenvolvida com o intuito de examinar as linhas de
processo, identificando perigos e prevenindo problemas. Porém, atualmente, a
metodologia é aplicada também para equipamentos do processo e até para sistemas.
O método HAZOP é principalmente indicado quando da implantação de novos
processos na fase de projeto ou na modificaçãos de processos já existentes. O ideal na
realização do HAZOP é que o estudo seja desenvolvido antes mesmo da fase de
detalhamento e construção do projeto, evitando com isso que modificações tenham que
ser feitas, quer no detalhamento ou ainda nas instalações, quando o resultado do
HAZOP for conhecido.

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Vale ressaltar que o HAZOP é conveniente para projetos e modificações tanto grandes
quanto pequenas. Às vezes, muitos acidentes ocorrem porque subestima-se os efeitos
secundários de pequenos detalhes ou modificações, que à primeira vista parecem
insignificantes e é impossível, antes de se fazer uma análise completa, saber se existem
efeitos secundários graves e difíceis de prever.
Além disso, o caráter de trabalho em equipe que o HAZOP apresenta, onde pessoas de
funções diferentes dentro da organização trabalham em conjunto, faz com que a
criatividade individual seja estimulada, os esquecimentos evitados e a compreensão dos
problemas das diferentes áreas e interfaces do sistema seja atingida. Uma pessoa,
mesmo competente, trabalhando sozinha, frequentemente está sujeita a erros por
desconhecer os aspectos alheios a sua área de trabalho. Assim, o desenvolvimento do
HAZOP alia a experiência e competência individuais às vantagens indiscutíveis do
trabalho em equipe.
Em termos gerais, pode-se dizer que o HAZOP é bastante semelhante a AMFE,
contudo, a análise realizada pelo primeiro método é feita através de palavras-chaves que
guiam o raciocínio dos grupos de estudo multidisciplinares, fixando a atenção nos
perigos mais significativos para o sistema. As palavras-chaves ou palavras-guias são
aplicadas às variáveis identificadas no processo (pressão, temperatura, fluxo,
composição, nível, etc.) gerando os desvios, que nada mais são do que os perigos a
serem examinados.
A técnica HAZOP permite que as pessoas liberem sua imaginação, pensando em todos
os modos pelos quais um evento indesejado ou problema operacional possa ocorrer.
Para evitar que algum detalhe seja omitido, a reflexão deve ser executada de maneira
sistemática, analisando cada circuito, linha por linha, para cada tipo de desvio passível
de ocorrer nos parâmetros de funcionamento. Para cada linha analisada são aplicadas a
série de palavras-guias, identificando os desvios que podem ocorrer caso a condição
proposta pela palavra-guia ocorra.

Princípios de Gestão de Segurança, Meio


Ambiente e Saúde:
Organização e atribuições do SESMT e da CIPA;
SESMT
Organização
Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho –
SESMT, são de constituição obrigatória para todas empresas que possuem empregados
regidos pela CLT, de acordo com seu grau de risco e quantidade (número) de
empregados.

As atividades dos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia


de Segurança e em Medicina do Trabalho são essencialmente prevencionistas, embora
não seja vedado o atendimento de emergência, quando tornar-se necessário. Entretanto,
a elaboração de planos de controle de efeitos de catástrofes, de disponibilidade de meios

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que visem ao combate a incêndios e ao salvamento e de imediata atenção à vítima deste


ou de qualquer outro tipo de acidente estão incluídos em suas atividades.

Aplica os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho ao


ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e
equipamentos, de modo a reduzir até eliminar os riscos à saúde do trabalhador ali
existentes.

SESMT determina, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do


risco e este persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos
de Proteção Individual - EPI, de acordo com o que determina a NR 6, desde que a
concentração, a intensidade ou característica do agente assim o exijam.

Atribuições
Aplicar os conhecimentos de engenharia de segurança e de medicina do trabalho;
Determinar os Equipamentos de Proteção Individual - EPI, de acordo com a NR–6;
Colaborar, quando solicitado, nos projetos e na implantação de novas instalações
físicas;
Responsabilizar-se, tecnicamente, pela orientação quanto ao cumprimento do disposto
nas NR;
Manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas
observações, além de treiná-la, apoiá-la e atendê-la, conforme dispõe a NR–5;
Esclarecer e conscientizar o empregador;
Analisar e registrar os acidentes e doenças do trabalho

CIPA
Da organização

A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo


com o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações
disciplinadas em atos normativos para setores econômicos específicos.

Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles designados.

Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio


secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os
empregados interessados.

O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a ordem decrescente


de votos recebidos, observará o dimensionamento previsto no Quadro I desta NR,
ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos de setores econômicos
específicos.

Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa designará um


responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR, podendo ser adotados
mecanismos de participação dos empregados, através de negociação coletiva.

O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma
reeleição.
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É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de
direção de Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o registro de sua
candidatura até um ano após o final de seu mandato.

Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem suas
atividades normais na empresa, sendo vedada a transferência para outro estabelecimento
sem a sua anuência, ressalvado o disposto nos parágrafos primeiro e segundo do artigo
469, da CLT.

O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a representação necessária


para a discussão e encaminhamento das soluções de questões de segurança e saúde no
trabalho analisadas na CIPA.

O empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e os


representantes dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente.

Os membros da CIPA, eleitos e designados serão, empossados no primeiro dia útil após
o término do mandato anterior.

Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e seu


substituto, entre os componentes ou não da comissão, sendo neste caso necessária a
concordância do empregador.

Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar, em até dez dias, na


unidade descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atas de eleição e de posse
e o calendário anual das reuniões ordinárias.

Protocolizada na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, a CIPA


não poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá ser
desativada pelo empregador, antes do término do mandato de seus membros, ainda que
haja redução do número de empregados da empresa, exceto no caso de encerramento
das atividades do estabelecimento.

Atribuição:

a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a


participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde
houver;

b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas


de segurança e saúde no trabalho;

c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção


necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;

d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando


a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos
trabalhadores;

e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de
240
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;

f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;

g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador,
para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados
à segurança e saúde dos trabalhadores;

h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou


setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos
trabalhadores;

i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros


programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;

j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como


cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde
no trabalho;

l) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da análise


das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos
problemas identificados;

m) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham


interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;

n) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;

o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna


de Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT;

p) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da


AIDS.

Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao


desempenho de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das
tarefas constantes do plano de trabalho.

5.18 Cabe aos empregados:

a) participar da eleição de seus representantes;

b) colaborar com a gestão da CIPA;

c) indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar


sugestões para melhoria das condições de trabalho;

d) observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto a prevenção de


acidentes e doenças decorrentes do trabalho.

241
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Cabe ao Presidente da CIPA:

a) convocar os membros para as reuniões da CIPA;

b) coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT, quando


houver, as decisões da comissão;

c) manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;

d) coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;

e) delegar atribuições ao Vice-Presidente;

Cabe ao Vice-Presidente:

a) executar atribuições que lhe forem delegadas;

b) substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos


temporários;

O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as seguintes atribuições:

a) cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o desenvolvimento


de seus trabalhos;

b) coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos


propostos sejam alcançados;

c) delegar atribuições aos membros da CIPA;

d) promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver;

e) divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento;

f) encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA;

g) constituir a comissão eleitoral.

O Secretário da CIPA terá por atribuição:

a) acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as atas apresentando-as para aprovação e


assinatura dos membros presentes;

b) preparar as correspondências;

c) outras que lhe forem conferidas.

Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde  Ocupacional 


de  acordo  com  a  OHSAS  18001; 
242
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

O que muda na nova OHSAS 18001:2007

Veja abaixo as principais mudanças na norma em relação a OHSAS 18001:1999 


• Foi dada uma ênfase maior para o "health" – saúde;
 
• A OHSAS 18001 agora é considerada como uma norma, não mais como uma
especificação. Isto reflete a adoção crescente da OHSAS 18001 como base para padrões
nacionais de sistemas de gestão em saúde ocupacional e segurança;
 
• O modelo "PDCA" é explanado na introdução, e não mais como diagramas no início
de cada cláusula principal;
 
• As publicações referenciadas na cláusula 2 foram limitadas às normas internacionais;
 
• Novas definições foram adicionadas, e as existentes foram revisadas;
 
• Melhoria significativa foi feita no alinhamento com a norma ISO 14001:2004, e
compatibilidade com a norma ISO 9001:2000;
 
• O termo risco tolerável (“tolerable”) foi substituído pelo termo risco aceitável
(“acceptable”);
 
• O termo “acidente” agora inclui o termo “incidente”;
 
• Considerou-se, agora, o termo "damage" - danos, relacionado diretamente à gestão de
saúde ocupacional e segurança, que é a finalidade da OHSAS 18001. Os danos que
tenham efeito na saúde ocupacional e na segurança devem ser identificados através do
processo da avaliação de risco e devem ser controlados pela aplicação de controles
apropriados ao risco;
 
• As sub-cláusulas 4.3.3 e 4.3.4 foram fundidas numa única cláusula 4.3.3, “Objetivos e
Programas de Gestão", estando, portanto, alinhada com a norma ISO 14001:2004;
 
• Uma nova exigência foi introduzida para a consideração da hierarquia dos controles
como a parte do planejamento de OH&S;
 
• A gestão das mudanças é agora mais explicitamente tratada;
 
• Uma nova cláusula "Evaluation of compliance" – “Avaliação da Conformidade” - foi
introduzida, alinhada com a norma 14001:2004;
 
• Novas exigências foram introduzidas para a participação e consulta;
 
• Novos requisitos foram introduzidos para a investigação dos incidentes.
  
A nova norma já está em vigor desde julho de 2007, entretanto, as empresas ainda
podem optar pela certificação OHSAS 18001:1999, que contínua valendo até o dia
30/06/2009. As empresas certificadas também   terão seus certificados válidos até o dia
30/06/2009. A partir do dia 30/06/2009 as empresas somente poderão ser certificadas na
versão 2007.
243
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

As empresas que optarem por fazer um Upgrade da versão 99 para a versão 2007 devem
contatar o Bureau Veritas Certification para programar o evento de up grade. Em ambos
os casos será necessário a emissão de uma nova proposta e contrato para a adição e a
data do certificado na versão 2007 terá a mesma validade do certificado original, versão
1999.

Para aquelas que optarem por uma nova certificação ou recertificação já na versão 2007 
o certificado terá a validade normal de 3 anos.

Como as empresas serão afetadas pela nova norma

Para empresas que já são certificadas sob a norma OHSAS 18001:1999, ou estejam nos
estágios finais para a obtenção da certificação, foi acordado um período de transição de
dois anos, a fim permitir que sejam implementadas as mudanças para a nova versão. O
período de transição terminará em 01 julho 2009, portanto essas empresas não terão
dificuldade em adequar seus sistemas de gestão à norma.

Já para aquelas que irão iniciar a implantação de um sistema de gestão com base na
OHSAS 18001, recomendaríamos usar a OHSAS 18002:2000 como orientação.

O grupo que revisou a OHSAS 18001:1999 está agora iniciando a revisão da OHSAS
18002, visando a publicação de uma edição revisada em 2008.

(TEXTO ANEXO)
Diretrizes  da  OIT  sobre  Sistemas  de  Gestão  da 
Segurança  e  Saúde  no  Trabalho;
O impacto positivo Resultante da introdução dos sistemas de gestão da segurança e
saúde no trabalho (SST), a nível da organização quer no que respeita à na redução dos
perigos e os riscos como na produtividade, é agora reconhecido pelos governos,
empregadores e trabalhadores.
Estas diretrizes sobre sistemas de gestão da SST foram estabelecidas com base nos
princípios acordados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), a nível
internacional e definidos pelos três mandados da OIT. Esta abordagem Tripartite
proporciona fortaleza, flexibilidade e bases adequadas para o desenvolvimento de uma
cultura sustentável da segurança na organização. Por essa razão, a OIT elaborou
diretrizes voluntárias sobre os Sistemas de Gestão da SST que reflitam os valores e
instrumentos pertinentes da OIT para a proteção da segurança e a saúde dos
trabalhadores .
As recomendações práticas destas diretrizes foram estabelecidas para uso dos
responsáveis da gestão da segurança e saúde no trabalho. Tais recomendações não
possuem caracter obrigatório e não têm por objetivo substituir nem as leis nacionais ou
regulamentos nacionais ou normas vigentes. Sua aplicação não exige certificação.
O empregador tem a obrigação de prestar contas e o dever de organizar a segurança e
saúde no trabalho. A implementação do presente sistema de gestão da SST oferece,
entre outras, uma abordagem útil para que se cumpram estas responsabilidades. A OIT

244
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

elaborou as presentes diretrizes como um instrumento prático para ajudar as


organizações e instituições competentes a melhorarem continuamente a eficácia da
SST. 
Objetivos
1.1. Estas diretrizes deveriam contribuir para proteger os trabalhares contra os perigos e
eliminar lesões, enfermidades, doenças, incidentes e óbitos relacionados com o
trabalhado.
1.2. A nível nacional as diretrizes deveriam:
servir para criar uma estrutura nacional para o sistema de gestão
da SST, que
preferencialmente conte com o apoio das leis nacionais e regulamentos vigentes;
facilitar orientação para o desenvolvimento de iniciativas
voluntárias no sentido
de fortalecer o cumprimento dos regulamentos e normas para uma melhora
contínua dos resultados da SST; e
(c) facilitar orientação sobre o desenvolvimento tanto de
diretrizes nacionais como de diretrizes específicas sobre sistemas
de gestão da SST a fim de responder, de forma correta, às
necessidades reais das organizações, de conformidade com a sua
dimensão e a natureza de suas atividades.
1.3. A nível de organização, as diretrizes propõem :
facilitar orientação sobre a integração dos elementos do sistema
de gestão da
SST na organização como um componente das disposições em matéria de
política e de gestão; e
(b) motivar a todos os membros da organização e em particular os empregadores, os
proprietários, o pessoal de direção, aos trabalhadores e seus representantes para que
apliquem os princípios e métodos adequados de gestão da SST, para uma melhora
contínua dos resultados da SST.
 2. Estrutura nacional do sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho
2.1. Política nacional
2.1.1. Em função das necessidades, deveriam ser nomeadas uma ou várias instituições
competentes e deveria formular-se, colocar em prática e analisar periodicamente uma
política nacional coerente para o estabelecimento e a promoção de sistemas de gestão da
SST nas organizações. Isto deverá ser efetuado com a orientação das organizações mais
representativas de empregadores e trabalhadores, bem como com outros órgãos,
segundo a conveniência.
2.1.2. A política nacional em matéria de sistemas de gestão da SST deveriam
estabelecer os princípios e procedimentos para:
(a) promover a implementação e integração dos sistemas de gestão da SST como parte
da gestão geral de uma organização;
(b) facilitar e melhorar as iniciativas voluntárias para a identificação sistemática, o
planejamento, a implementação e o controle das atividades relativas à SST, a nível
nacional e a nível da organização;
(c) promover a participação dos trabalhadores e de seus representantes a nível da
organização;
(d) colocar em prática melhoras contínuas, evitando ao mesmo tempo trâmites
administrativos burocráticos e gastos desnecessários;
(e) promover mecanismos de colaboração e de apoio para os sistemas de gestão da SST
a nível de organização através da inspeção do trabalho, dos serviços da SST e de outros
245
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

serviços e canalizar as suas atividades em uma estrutura compatível com a referida


gestão;
(f) avaliar a eficácia da política e da estrutura nacional, em intervalos apropriados;
(g) avaliar e tornar público, através dos meios adequados, a eficácia dos sistemas e das
práticas de gestão da SST; e
(h) assegurar que aos contratantes e a seus trabalhadores e aos trabalhadores eventuais,
se lhes aplique o mesmo nível de exigência em matéria de segurança saúde que aos
trabalhadores empregados diretamente pela organização.
2.1.3. No sentido de garantir a coerência da política nacional e das medidas adotadas
para a sua aplicação, a instituição competente deveria estabelecer uma estrutura para os
sistemas de gestão da SST a fim de :
(a) identificar e estabelecer as respetivas funções e responsabilidades das diversas
instituições encarregadas de implementar a política nacional e efetuar as disposições
apropriadas no sentido de garantir a coordenação necessária entre elas;
(b) publicar e analisar, periodicamente, as diretrizes nacionais sobre a aplicação
voluntária e sistemática dos sistemas de gestão da SST nas organizações;
(c) estabelecer os critérios, conforme apropriados, para designar as instituições
encarregadas pela preparação e promoção das diretrizes específicas com respeito aos
sistemas de gestão da SST e assinalar suas respetivas obrigações ; e
(d) garantir que tais orientações estejam à disposição dos empregadores, dos
trabalhadores e de seus representantes para que possam beneficiar-se da política
nacional.
2.1.4. A instituição competente deveria adotar as disposições necessárias e fornecer
orientações técnicas fundamentadas na inspeção do trabalho, aos serviços da SST e a
outros serviços públicos ou privados, órgãos e instituições relacionadas com a SST,
incluindo as organizações encarregadas pela prestação de assistência médica, com o
objetivo de encorajar e ajudar as organizações a implementarem os sistemas de gestão
da SST.
 2.2. Diretrizes Nacionais
2.2.1. As diretrizes nacionais sobre a aplicação voluntária e sistemática dos sistemas de
gestão da SST, deveriam ser elaboradas a partir do modelo proposto no Capítulo 3,
levando em consideração as condições e a prática nacional .
2.2.2. Deverá existir coerência entre as diretrizes da OIT, as diretrizes nacionais e as
diretrizes específicas, com flexibilidade suficiente para permitir a aplicação direta ou a
aplicação específica a nível da
organização.........................................................................................................................
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
......
2.3. Diretrizes específicas
2.3.1. As diretrizes específicas, refletindo os objetivos globais das diretrizes da OIT,
deveriam conter os elementos genéricos das diretrizes nacionais e deveriam ser
planejadas de forma a refletirem as condições e necessidades específicas de
organizações ou de grupos de organizações, levando em consideração , particularmente:
(a) sua dimensão (grande, média e pequena) e infra-estrutura; e
(b) o tipo de perigos e o nível de riscos .

246
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

2.3.2. Na figura 1 ilustram-se os vínculos existentes entre a estrutura nacional para os


sistemas de gestão de segurança e saúde no trabalho (SG-SST) e seus elementos
essenciais.
 3. O sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho na organização
A segurança e a saúde no trabalho incluindo o cumprimento das
solicitações da SST, de conformidade com as leis e regulamentos
nacionais são da responsabilidade e dever do empregador. O empregador
deveria mostrar uma forte liderança e um compromisso com respeito às
atividades da SST na organização, e deveria adotar as disposições
necessárias para criar um sistema de gestão da SST, que inclua os
principais elementos de política, organização, planejamento e
implementação, avaliação e ação em prol de melhoras, tal como se
mostra na figura 2.
 
Figura 2. Principais elementos dos sistema de gestão da SST
Política
3.1. Política em matéria da segurança e a saúde no trabalho
3.1.1. O empregador, com a orientação dos trabalhadores e seus representantes
deveriam expor, por escrito, a política em matéria de SST, que deveria :
(a) ser específica para a organização e apropriada ao seu tamanho e à natureza de suas
atividades;
(b) ser concisa, estar claramente escrita, datada e efetivada através da assinatura ou
endosso do empregador ou da pessoa com maior cargo ou responsabilidade na
organização;
(c)ser difundida e facilmente acessível a todas as pessoas no local de trabalho;
(d) estar revisada para que continue sendo adequada, e
(e) colocada à disposição das partes interessadas externas, conforme a conveniência. .
3.1.2. A política em matéria de SST deveria incluir , no mínimo, os seguintes princípios
e objetivos fundamentais para a qual a organização esteja comprometida:
(a) a proteção da segurança e saúde de todos os membros da organização através da
prevenção de lesões, doenças, enfermidades e incidentes relacionados ao trabalho;
(b) o cumprimento dos requisitos legais pertinentes em matéria de SST, dos programas
voluntários, da negociação de acordos coletivos em SST e outras prescrições que
apoiem a organização;
(c) a garantia de que os trabalhadores e seus representantes sejam consultados e
encorajados a participarem ativamente em todas as bases do sistema de gestão em SST ;
e
(d) o aperfeiçoamento contínuo do desempenho do sistema de gestão da
SST......................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
..................................................................................................................
3.1.3. O sistema de gestão da SST deveria ser compatível com os outros sistemas de
gestão na organização ou estar integrado nos mesmos.
3.2. Participação dos trabalhadores
3.2.1. A participação dos trabalhadores é um elemento essencial para o sistema de
gestão da SST na organização.
3.2.2. O empregador deveria assegurar que os trabalhadores e seus representantes, em
matéria de SST, sejam consultados, informados e capacitados em todos os aspectos de
247
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

SST relacionados com o seu trabalho, incluídas as disposições relativas a situações de


emergência.
3.2.3. O empregador deveria adotar medidas para que os trabalhadores e seus
representantes em matéria de SST, disponham de tempo e recursos para participarem
ativamente nos processos de organização, planejamento e implementação, avaliação e
ação do sistema de gestão da SST.
3.2.4. O empregador deveria assegurar, de conformidade com a conveniência, o
estabelecimento e o funcionamento eficiente de um comitê de SST e o reconhecimento
dos representantes dos trabalhadores em matéria de SST, de conformidade com a
legislação e a prática nacional.
Organização
3.3. Responsabilidade e obrigação de prestação de contas
3.3.1. O empregador deverá assumir a responsabilidade geral de proteger a segurança e
saúde dos trabalhadores e determinar a liderança nas atividades de SST na
organização.
3.3.2. O empregador e os diretores mais graduados deveriam determinar a
responsabilidade, a obrigação de prestação de contas e a autoridade necessárias ao
pessoal encarregado do desenvolvimento, implementação e desempenho e a colocação
em prática do sistema de gestão da SST bem como a realização dos objetivos
pertinentes e deveriam estabelecer-se estruturas e procedimentos a fim
de.........................................................................................................................................
.............................................................................................................................................
..........................:
(a) assegurar que a SST se considere uma responsabilidade direta do pessoal diretivo
que é conhecida e aceita a todos os níveis;
(b) definir e comunicar aos membros da organização a responsabilidade, a obrigação da
prestação de contas e autoridade das pessoas que identificam, avaliam ou controlam os
riscos e perigos relacionados com a SST;
(c) dispor de uma supervisão efetiva, de conformidade com as necessidades, para
assegurarem a proteção da segurança e saúde dos trabalhadores;
(d) promover a cooperação e a comunicação entre os membros da organização,
incluindo os trabalhadores e seus representantes a fim de aplicarem os elementos do
sistema de gestão da SST na organização;
(e) cumprir com os princípios do sistema de gestão da SST que se encontram nas
diretrizes nacionais pertinentes, nos sistemas específicos ou em programas voluntários,
conforme as necessidades, que subscreva a organização;
(f) estabelecer e aplicar uma política transparente em matéria de SST com objetivos
medíveis;
(g) adotar disposições efetivas no sentido de identificar e eliminar ou controlar os riscos
e perigos relacionados com o trabalho e promover a saúde no trabalho;
(h) estabelecer programas de prevenção e promoção da saúde;
(i) assegurar a adoção de medidas efetivas que garantam a plena participação dos
trabalhadores e de seus representantes no cumprimento das políticas de SST;
(j) proporcionar os recursos adequados no sentido de assegurar que as pessoas
responsáveis da SST, incluindo o comitê de segurança e saúde, possam desempenhar
satisfatoriamente suas funções ; e
(k) assegurar a adoção de medidas efetivas que garantam a lena participação dos
trabalhadores e de seus representantes nos comitês de SST, quando existam.

248
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

3.3.3. Deveria ser necessário designarem-se uma ou mais pessoas que possuam um nível
de direção mais elevado, com a responsabilidade, a autoridade e a obrigação de prestar
contas para:
(a) desenvolver, implementar , analisar periodicamente e avaliar o sistema de gestão da
SST ;
(b) informar periodicamente ao diretor com maior escalão o desempenho do sistema de
gestão da SST ; e
(c) promover a participação de todos os membros da organização.
3.4. Competência e capacitação
3.4.1. O empregador deveria definir os requisitos de competência necessários à SST e
deveriam adotar-se e manterem-se disposições para que todas as pessoas na organização
sejam competentes em todos os aspetos de seus deveres e obrigações relativos á
segurança e saúde.
3.4.2. O empregador deveria ter ou deverá ter a suficiente competência ou ter acesso à
mesma para identificar e eliminar ou controlar os perigos e riscos relacionados com o
trabalho e para aplicar o sistema de gestão da SST.
3.4.3. De conformidade com as disposições referidas no parágrafo 3.4.1, os programas
de capacitação deveriam:
(a) ser extensivos a todos os membros da organização, sempre que conveniente;
(b) ser conduzidos por pessoas competentes;
(c) oferecer, quando proceda e de maneira eficaz uma formação inicial e cursos de
atualização, a intervalos adequados;
(d) compreender uma avaliação por parte dos participantes, do seu grau de compreensão
e memorização da capacitação;
(e) ser analisado periodicamente, com a participação do comitê de segurança e da saúde,
quando existir, e serem alterados quando necessário, para garantir a sua pertinência e
eficácia; e
(f) estar suficientemente documentados, sempre que necessário, e de conformidade com
a dimensão e natureza da atividade da organização.
3.4.4. O treinamento deveria ser oferecido gratuitamente a todos os participantes, e
quando for possível, ser organizado durante as horas de trabalho.
3.5. Documentação do sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho
3.5.1. De conformidade com a dimensão e natureza da atividade da organização,
deveria elaborar-se e manter-se atualizada uma documentação sobre o sistema de gestão
da SST que compreenda :
(a) a política e objetivos da organização em matéria da SST;
(b) as principais funções e responsabilidades para a implementação do sistema de gestão
da SST ;
(c) os perigos e riscos mais importantes para a SST advindos das atividades da
organização bem como as disposições adotadas para a sua prevenção e controle; e
 
(d) as disposições, procedimentos, instruções e outros documentos internos que se
utilizem na estrutura do sistema de gestão da SST.
3.5.2. A documentação do sistema de gestão da SST deveria:
(a) estar claramente escrita e apresentada de tal modo que seja compreendida por
aqueles que têm que utilizá-la; e
(b) estar sujeita a análises regulares, revisada quando necessário, difundida e colocada à
disposição de todos os membros apropriados ou afetados, da organização.
3.5.3. Os registros e a SST deveriam ser estabelecidos, arquivados e conservados a nível
local, de conformidade com as necessidades da organização. Os dados recopiados
249
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

deveriam ser classificados em função de suas características e origem, especificando-se


o tempo durante o qual deverão ser conservados.
3.5.4. Os trabalhadores deveriam ter o direito de consultar os registros relativos ao seu
meio ambiente de trabalho e sua saúde, uma vez respeitados os requisitos de
confidencialidade.
3.5.5. Os registros de SST poderiam compreender:
(a) registros relativos ao funcionamento do sistema de gestão da SST;
(b) registros de lesões, doenças, enfermidades e incidentes relacionados com o trabalho;
(c) registros baseados em leis ou regulamentos nacionais relativos à SST ;
(d) registros relativos aos níveis de exposição dos trabalhadores, à vigilância do meio
ambiente de trabalho e da saúde dos trabalhadores, e
(e) os resultados da supervisão ativa e reativa.
3.6. Comunicação
3.6.1. Disposições e procedimentos deverão ser estabelecidos e mantidos para:
(a) receber, documentar e responder adequadamente às comunicações internas e
externas relativas á SST;
(b) assegurar a comunicação interna da informação relativa à SST entre os níveis e
funções da organização apropriadas; e
(c) assegurar de que as preocupações e as idéias dos trabalhadores e seus representantes
sobre assuntos da SST sejam recebidas, consideradas e atendidas.
Planejamento e implementação
3.7. Análise Inicial
3.7.1. O sistema de gestão da SST e as disposições pertinentes da organização deveriam
ser avaliadas mediante uma análise inicial, de conformidade com a conveniência. Onde
não exista sistema de gestão da SST, ou caso a organização seja recente, a análise inicial
deveria servir de base para o estabelecimento do sistema de gestão da SST.
3.7.2. A análise inicial deveria ser executada por pessoas competentes , em consulta
com os trabalhadores e/ou seus representantes, conforme a conveniência. Deverá:
(a) identificar as leis e regulamentos nacionais atualmente vigentes em matéria de SST,
as diretrizes nacionais, as diretrizes específicas, os programas voluntários de proteção e
outras disposições que haja subscrito a organização;
(b) identificar, prever e avaliar os perigos e os riscos existentes ou possíveis em matéria
de segurança e saúde que tenham relação com o meio ambiente de trabalho ou a
organização do trabalho ; e
(c) determinar se os controles existentes previstos ou os controles existentes sejam
adequados no sentido de eliminar perigos ou controlar riscos; e
(d) analisar os dados fornecidos pelos trabalhadores em relação à vigilância da saúde
dos trabalhadores.
3.7.3. O resultado da análise inicial deveria :
(a) estar documentada ;
(b) servir de base para a adoção de decisões sobre a implementação do sistema de
gestão da SST ; e
(c) servir como referência para avaliar a melhora contínua do sistema de gestão da SST.
3.8. Planejamento, desenvolvimento
e implementação do sistema
3.8.1. A finalidade de planejamento deveria apontar para a criação de um sistema de
gestão da SST que contribua:
(a) cumprir, no mínimo, as disposições das leis e regulamentos nacionais;
(b) fortalecer os componentes do sistema de gestão da SST na organização; e
(c) melhorar continuamente os resultados da SST .
250
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

3.8.2. Deveriam adotar-se disposições no sentido de se conseguir um planejamento


adequado e apropriado da SST que se baseie nos resultados da análise inicial, ou de
análises posteriores ou de outros dados disponíveis. Estas disposições em matéria de
planejamento deveriam contribuir para a proteção da segurança e saúde no trabalho e
deveriam incluir:
uma definição clara, o estabelecimento de prioridades e a
quantificação, quando pertinente, dos objetivos da organização
em matéria de SST ;
a preparação de um plano para que se alcance cada objetivo, onde
se definam as responsabilidades e critério transparentes de
funcionamento, indicando-se o que se deve fazer ,quem deve
fazê-lo e quando;
a seleção de critérios de medidas para confirmar que se
alcançaram os objetivos assinalados;
(d) o fornecimento de recursos adequados, incluindo recursos financeiros e humanos
e a prestação de apoio técnico, de conformidade com as conveniências.
3.8.3. As disposições relativas ao planejamento da SST na organização deveriam cobrir
o desenvolvimento e implementação de todos os componentes do sistema de gestão da
SST, conforme descritos no Capítulo 3 destas diretrizes .

3.9. Objetivos em matéria de segurança e a saúde no trabalho


3.9.1. De conformidade com uma política de SST baseada em análise inicial ou análises
posteriores, teriam que assinalar objetivos mensuráveis em matéria de SST, que
deveriam:
(a) ser específicas para a organização, apropriadas e de conformidade com a sua
dimensão e com a natureza das atividade;
(b) ser compatíveis com as leis e regulamentos nacionais vigentes e aplicáveis, bem
como com as obrigações , técnicas e comerciais da organização, em relação à SST;
(c) centrar-se na melhora contínua da segurança e saúde dos trabalhadores para
conseguirem os melhores resultados em matéria de SST;
ser realista e executável;
estar documentado e ser comunicado a todos os cargos e níveis
pertinentes da organização; e
ser avaliado periodicamente e se necessário, atualizado.
3.10. Prevenção dos perigos
3.10.1. Medidas de prevenção e controle
3.10.1.1. Deveriam identificar-se e avaliar-se os perigos e os riscos relacionados à
segurança e saúde dos trabalhadores, sob uma base contínua. Medidas preventivas e de
proteção deveriam ser implementadas de conformidade com a seguinte ordem de
prioridade:
(a) supressão de perigo/risco;
(b) controle do perigo/risco em sua origem com a adoção de medidas técnicas de
controle ou medidas administrativas;
(c) minimizar o perigo/risco com o objetivo de salvaguardar os sistemas de trabalho que
compreendam disposições administrativas de controle ;
(d) quando certos perigos/riscos não puderem ser controlados através de medidas
coletivas, o empregador deveria oferecer equipamento de proteção pessoal apropriado,
incluindo roupa de proteção, sem ônus e deveriam ser aplicadas medidas relativas ao
uso e à conservação do referido equipamento.
251
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

 3.10.1.2. Procedimentos ou disposições de prevenção e controle dos perigos/riscos


deverão adotar-se e deverão:
(a) ser adaptados aos perigos e riscos que existam na organização;
(b) ser analisado e alterado, caso necessário, periodicamente;
(c) cumprir com as leis e regulamentos nacionais e refletir as práticas mais adequadas; e
(d) levar em consideração os conhecimentos mais recentes, incluída a informação e os
relatórios das organizações, tal como inspetoria do trabalho, serviços de segurança e
saúde no trabalho e outros serviços, quando conveniente.
3.10.2. Gestão de alterações
3.10.2.1. deveriam avaliar-se as medidas na SST de alterações internas ( tais como
alterações na composição de pessoal ou devidos à introdução de novos processos,
métodos de trabalho, estrutura organizacional ou aquisições ) bem como alterações
externas (por exemplo, devidos às alterações de leis e regulamentos nacionais, a fusões
de empresas ou à evolução dos conhecimentos no campo da SST e da tecnologia) e
deveriam adotar-se as medidas de prevenção adequadas antes de introduzi-las.
3.10.2.2. Teria que proceder-se a uma identificação dos perigos e uma avaliação dos
riscos antes de se introduzir qualquer alteração ou de utilizar métodos, materiais,
processos ou novas máquinas. Esta avaliação deveria ser efetuada consultando-se e
associando a mesma aos trabalhadores e ou seus representantes bem como ao comitê de
segurança e saúde, de conformidade com o caso.
3.10.2.3. Antes de adotar a "decisão de introdução de uma alteração" deveria assegurar-
se que todos os membros interessados da organização foram adequadamente
informados e capacitados.
3.10.3. Prevenção , preparação e resposta
com respeito de situações de emergência
3.10.3.1. Deveriam adotar-se e manterem-se as disposições necessárias em matéria de
prevenção, preparação e resposta quanto a situações de emergência. Estas disposições
deveriam determinar os acidentes e situações de emergência que possam acontecer.
Teriam também que referir-se à prevenção dos riscos para a SST que derivam dos
mesmos. As disposições deveriam adequar-se à dimensão e natureza da atividade da
organização e deveriam:
(a) garantir o fornecimento da informação, os meios de comunicação interna e a
coordenação necessárias, a todas as pessoas em situações de emergência , no local de
trabalho;
(b) assegurar a informação e a comunicação com as autoridades competentes
interessadas, vizinhança e aos serviços de intervenção em situações de emergência;
(c) oferecer serviços de primeiros socorros e assistência médica, de extinção de
incêndios e de evacuação a todas as pessoas que se encontrem no local de trabalho; e
(d) oferecer informação e formação pertinentes a todos os membros da organização, a
todos os níveis, incluindo exercícios periódicos de prevenção em situações de
emergência, preparação e métodos de resposta.
3.10.3.2. Deveriam ser estabelecidos meios de prevenção de situações de emergência,
preparação e resposta, em colaboração com serviços exteriores de emergência e outros
organismos, onde aplicáveis.
3.10.4. Aquisições
3.10.4.1. Deveriam estabelecer-se e manter-se procedimentos com a finalidade de
garantir que :
(a) se identifiquem, avaliem e incorporem nas especificações relativas a compras e
arrendamento financeiro disposições relativas ao cumprimento por parte da
organização dos requisitos de segurança e saúde;
252
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

(b) se identifiquem as obrigações e os requisitos, tanto legais quanto da própria


organização em matéria de SST antes da aquisição de bens e serviços; e
(c) se tomem disposições para que se cumpram tais requisitos antes de se utilizarem os
bens e serviços mencionados.
3.10.5. Contratação
3.10.5.1. Deveriam adotar-se e manterem-se disposições a fim de garantir que se
apliquem as normas de SST da organização ou pelo menos sua equivalência, aos
contratantes e seus trabalhadores.
3.10.5.2. As disposições relativas aos contratantes ocupados no local de trabalho da
organização deveriam:
(a) incluir procedimentos para a avaliação e seleção dos contratantes;
(b) estabelecer meios de comunicação e de coordenação eficazes e permanentes entre os
níveis pertinentes da organização e o contratante antes de iniciar o trabalho. Incluem-se
nas mesmas disposições relativas à notificação dos perigos e das medidas adotadas para
preveni-los e controlá-los;
(c) compreender disposições relativas à notificação de lesões, enfermidades, doenças e
incidentes relacionados com o trabalho, que venham a afetar os trabalhadores dos
contratante em suas atividades na organização;
(d) fomentar no local de trabalho uma conscientização da segurança e dos riscos para a
saúde e distribuir capacitação ao contratante ou a seus trabalhadores, antes ou após o
início do trabalho, conforme a necessidade;
(e) supervisionar periodicamente a eficiência das atividades de SST do contratante no
local de trabalho; e
(f) assegurar que o (os) contratante(s) cumpra(m) com os procedimentos e disposições
relativos à SST .
Avaliação
3.11. Supervisão e medição do desempenho
3.11.1. Teriam que elaborar-se, estabelecer-se e revisar-se periodicamente
procedimentos para supervisionar , medir e recopilar com regularidade dados relativos
aos resultados da SST. Deveriam definir-se nos diferentes níveis da gestão as
autoridades encarregadas da supervisão, bem como as responsabilidades e a obrigação
de prestar contas sobre a matéria .
3.11.2. A seleção de indicadores de desempenho deveria estar de acordo com a
dimensão e natureza da atividade da organização e os objetivos da SST.
3.11.3. Deveria considerar-se a possibilidade de recorrer a medições, quer qualitativas
quer quantitativas, adequadas às necessidades da organização. Estas deveriam:
(a) basear-se nos perigos e riscos que tenham sido identificados na organização, as
orientações da política de SST e os objetivos da SST; e
(b) fortalecer o processo de avaliação da organização, incluindo a análise da direção.
3.11.4. Supervisão do desempenho e a medição dos resultados deveriam:
(a) utilizar-se como meio para determinar em que medida se cumprem a política e os
objetivos de SST e se controlam os riscos ;
(b) incluir uma supervisão tanto ativa quanto reativa e não se apoiar simplesmente em
estatísticas sobre acidentes de trabalho e enfermidades profissionais; e
(c) estarem incluídas em um registro.
3.11.5. A supervisão deveria :
(a) prever o intercâmbio de informação sobre os resultados da SST ;
(b) trazer informação para determinar se as medidas ordinárias de prevenção e controle
de perigos e riscos se aplicam e demonstram ser eficazes ;

253
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(c) servir de base para a doação de decisões que tenham como objetivo melhorar a
identificação dos perigos e o controle dos riscos e o sistema de gestão da SST .
3.11.6. A supervisão ativa deveria compreender os elementos necessários para
estabelecer um sistema proativo e incluir:
(a) a supervisão do cumprimento de planos específicos, dos critérios de eficiência
estabelecidos e dos objetivos fixados;
(b) a inspeção sistemática dos sistemas de trabalho, as instalações, a fábrica e o
equipamento;
(c) a vigilância do meio ambiente de trabalho, incluída a organização de trabalho;
(d) a vigilância da saúde dos trabalhadores por meio de uma vigilância médica ou de um
acompanhamento médico apropriado dos trabalhadores, com o objetivo de se efetuar um
diagnóstico precoce dos sinais ou sintomas de danos à saúde, com a finalidade de
averiguar a eficácia das medidas de prevenção e controle; e
(e) o cumprimento da legislação e os regulamentos nacionais que sejam aplicáveis, os
acordos coletivos e outras obrigações que subscreva a organização.
3.11.7. A supervisão reativa deveria incluir a identificação, notificação e a investigação
de:
(a) lesões, enfermidades , doenças relacionadas com o trabalho ( incluída a vigilância
das ausências acumuladas por motivo de doença) e incidentes;
(b) outras perdas, por exemplo, danos à propriedade ; e
(c) deficiências nas atividades de segurança e saúde e outras falhas no sistema de gestão
da SST; e
(d) os programas de reabilitação e de recuperação da saúde.
3.12. Investigação das lesões, enfermidades, doenças e incidentes relacionados com
o trabalho e seus efeitos na segurança e saúde
3.12.1. A investigação da origem e causas subjacentes dos incidentes, lesões, doenças e
enfermidades deveria permitir a identificação de qualquer deficiência no sistema de
gestão da SST e deveria estar documentada.
3.12.2. Essas investigações deveriam ser executadas por pessoas competentes, com uma
participação apropriada dos trabalhadores e seus representantes.
3.12.3. Os resultados de tais investigações deveriam ser comunicadas ao comitê de
segurança e saúde, quando existam e o comitê deveria formular as recomendações
pertinentes e que ache oportunas.
3.12.4. Os resultados da investigação, além das recomendações do comitê de segurança
e saúde, deveriam ser comunicadas às pessoas competentes para que tomem as
disposições corretivas, incluir-se na análise que realize a direção e levar-se em
consideração nas atividades de melhora contínua .
3.12.5. As medidas corretivas resultantes destas investigações deveriam aplicar-se com
a finalidade de evitar que se repitam os casos de lesão, doença, enfermidade ou
incidente relacionados com o trabalho.
3.12.6. Os relatórios elaborados por organismos de investigação externos, tais como os
serviços de inspeção de trabalho e as instituições de seguro social deveriam agir da
mesma maneira como as investigações internas, para efeito de adoção de decisões,
respeitando-se os requisitos de confidencialidade.
 3.13. Auditoria
3.13.1. Adotar-se-ão disposições relativas à realização de auditorias periódicas com o
objetivo de comprovar que o sistema de gestão da SST e seus elementos tenham sido
colocados em prática e que sejam adequados e eficazes para a proteção e a segurança e
saúde dos trabalhadores e a prevenção dos incidentes.

254
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

3.13.2. Seria conveniente desenvolver uma política e um programa de auditoria que


compreenda uma definição da esfera de competência do auditor, o âmbito da auditoria,
a freqüência das auditorias, sua metodologia e a apresentação de informações.
3.13.3. A auditoria compreende uma avaliação do sistema de gestão da SST na
organização, de seus elementos ou subgrupos de elementos, de conformidade com o
apropriado. A auditoria deverá abranger:
(a) a política de SST ;
(b) a participação dos trabalhadores;
(c) a responsabilidade e obrigação de prestar contas ;
(d) a competência e a capacitação;
(e) a documentação do sistema de gestão da SST ;
(f) a comunicação;
(g) o planejamento, desenvolvimento e implementação do sistema;
(h) as medidas de prevenção e controle;
(i) a gestão de alterações ;
(j) a prevenção de situações de emergência e a preparação e resposta face a tais
situações ;
(k) as aquisições;
(l) a contratação;
(m) a vigilância e medições dos resultados ;
(n) a investigação das lesões, doenças, enfermidades e incidentes relacionados com
o trabalho e seu efeito nos resultados da segurança e saúde ;
(o) a auditoria;
(p) a análise de gestão por parte da direção;
(q) a ação preventiva e corretiva;
(r) a melhora contínua, e
(s) quaisquer outros critérios de auditoria ou elementos que se considerem oportunos.
3.13.4. Nas conclusões da auditoria deveria determinar-se se a colocação em prática do
sistema de gestão da SST, de seus elementos ou subgrupos de elementos:
(a) são eficazes para o bem da política e objetivos de SST da organização;
(b) são eficazes para promover a total participação dos trabalhadores ;
(c) responde às conclusões de avaliação dos resultados da SST e de auditorias
anteriores ;
(d) permite que a organização possa cumprir as leis e regulamentos nacionais; e
 (e) alcança as metas de melhora contínua e melhores práticas de SST .
3.13.5. As auditorias deveriam ser efetuadas por pessoas competentes que possam estar
ou não vinculadas à organização e que sejam independentes no que concerne à
atividade objeto da auditoria.
3.13.6. Os resultados e conclusões da auditoria deveriam ser comunicadas às pessoas
responsáveis e competentes para adotarem medidas corretivas .
3.13.7. A consulta sobre a seleção do auditor e sobre todas as fases da auditoria do local
de trabalho , incluindo a análise dos resultados da mesma , requerem a correspondente
participação dos trabalhadores.
3.14. Análise realizada pela direção
3.14.1. As análises da direção deveriam:
(a) avaliar a estratégia global do sistema de gestão da SST no sentido de determinar se
conseguem obter os resultados esperados nos objetivos previstos;
(b) avaliar a capacidade do sistema de gestão da SST para satisfazer as necessidades
globais da organização e das partes interessadas na mesma, incluídos seus trabalhadores
e as autoridades normativas;
255
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

(c) avaliar a necessidade de introduzir alterações no sistema de gestão da SST, incluindo


a política de SST e seus objetivos;
(d) identificar que medidas serão necessárias para resolverem, em tempo, quaisquer
deficiências, incluindo a adaptação de outros aspectos da estrutura da direção da
organização e da medição dos resultados;
(e) apresentar os antecedentes necessários para a direção, incluindo a informação sobre
a determinação das prioridades, em áreas de um planejamento significativo e de uma
melhora contínua;
(f) avaliar os progressos conseguidos nos objetivos da SST e nas medidas corretivas; e
(g) avaliar a eficácia das atividades de seguimento com base em análises anteriores de
direção.
3.14.2. A freqüência e o alcance das análises periódicas realizadas pelo empregador ou
o pelo diretor mais graduado e conceituado para prestar contas e deveriam ser definidas
em função das necessidades e situação da organização.
3.14.3. A análise de gestão deverá levar em consideração :
(a) os resultados das investigações de lesões, doenças, enfermidades e incidentes, bem
como as atividades de supervisão, medição e auditoria; e
(b) os insumos internos e externos bem como alterações adicionais, incluindo alterações
organizacionais, que possam afetar o sistema de gestão da SST ;
3.14.4. As conclusões de análise realizadas pela direção deveriam ser registradas e
oficialmente comunicadas:
a) às pessoas responsáveis do(s) elemento(s) pertinente(s) do sistema de gestão da SST
para que possam tomar as medidas necessárias e oportunas; e
(b) o comitê de segurança e saúde, os trabalhadores e seus representantes;
Ação em prol de melhoras
3.15. Ação preventiva e corretiva
3.15.1. Deveriam tomar-se e aplicar-se disposições relativas à adoção de medidas
preventivas e corretivas com base nos resultados da vigilância e medição da eficiência
do sistema de gestão da SST, das auditorias e das análises realizadas pela direção. Tais
medidas deveriam incluir:
(a) a identificação e análise das causas profundas de quaisquer desconformidades com
as normas pertinentes da SST e ou as disposições do sistema de gestão da SST ; e
(b) a adoção, planejamento, aplicação, comprovação da eficácia e documentação das
medidas preventivas e corretivas, incluídas as alterações no próprio sistema de gestão da
SST.
3.15.2. Quando a avaliação do sistema de gestão da SST ou outras fontes, mostrarem
que as medidas de prevenção e proteção relativas aos perigos e riscos forem
inadequadas ou podemos deixar de ser eficazes, estas deveriam ser submetidas à
hierarquia competente em matéria de medidas de prevenção e controle para que as
complete e documente de conformidade com a conveniência e em tempo hábil.

3.16. Aperfeiçoamento contínuo


3.16.1. deveriam adotar-se e manterem-se disposições para a melhora contínua dos
elementos pertinentes do sistema de gestão de SST e dos sistema como um todo. Estas
disposições deveriam levar em consideração:
(a) os objetivos de SST da organização;
os resultados das atividades de identificação e avaliação dos
perigos e dos riscos;
os resultados da supervisão e medição da eficácia ;
256
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

(d) as investigações de lesões, doenças, enfermidades e incidentes relacionados com o


trabalho e os resultados e recomendações das auditorias;
(e) os resultados da análise realizada pela direção;
(f) as recomendações apresentadas por todos os membros da organização, em prol das
melhoras, incluindo o comitê de segurança e saúde, quando existir;
(g) as alterações nas leis e regulamentos nacionais, acordo voluntários e acordos
coletivos ;
(h) a nova informação pertinente; e
(i) os resultados dos programas de proteção e promoção da saúde.
3.16.2. Os procedimentos e os resultados da organização, no campo da segurança e
saúde deveriam comparar-se com outros para melhorar a sua eficiência e se cumpra
melhor a legislação sobre a segurança e saúde.
Glossário
Nas presentes diretrizes, os seguintes termos que aqui se enumeram, têm o seguinte
significado:
Supervisão ativa : as atividades em andamento que controlam as mediadas de prevenção
e proteção contra riscos e perigos , bem como as disposições para a execução dos
sistema de gestão da SST, de conformidade com os critérios definidos.
Auditoria: Procedimento sistemático, independente e documentado para a obtenção de
provas e avaliá-las objetivamente com a finalidade de determinar em que medidas se
cumprem os critérios estabelecidos. Não significa, propriamente dito, uma auditoria
externa independente ( realizadas por um ou mais de um auditor alheios à organização).
Instituição competente: Um departamento governamental ou outro organismo com a
responsabilidade de formular uma política nacional e estabelecer uma estrutura nacional
para os sistemas de gestão da SST nas organizações , e que determine orientações
pertinentes.
Pessoa competente : Toda a pessoas que tenha uma formação adequada ,
conhecimentos, experiência e qualificações suficientes para o desempenho de uma
atividade específica.
Melhora contínua: Procedimento iterativo de aperfeiçoamento dos sistema de gestão da
SST , no sentido de melhorar a eficiência das atividades de SST, no seu conjunto.
Contratante: Uma pessoa ou uma organização que preste serviços a um empregados no
local de trabalho do empregador, de conformidade com as especificações, prazos e
condições acordadas.
Empregador: Toda a pessoa física ou jurídica que empregue um ou mais trabalhadores .
Perigo : Situação inerente com capacidade de causar lesões ou danos à saúde das
pessoas.
Avaliação de perigo: Uma avaliação sistemática de perigos.
Incidente: Um acontecimento no decorrer do trabalho ou em relação ao trabalho, onde
ninguém sofreu lesões corporais.
Organização: Toda a empresa, operação, firma , companhia , instituição ou associação,
ou parte das mesmas, independentemente que tenha caracter de sociedade anônima ou
que seja publica ou privada, com funções e administração próprias. Nas organizações
que contem com ais de uma unidade operativa , poderão definis-se como organização,
cada uma delas.
Sistema de gestão da SST: Um conjunto de elementos interrelacionados ou interativos
que tenham por objetivo estabelecer uma política e objetivos de SST, e alcancem os
referidos objetivos.
Supervisão reativa: Comprova que se identifiquem e previnam as deficiências das
medidas de prevenção dos perigos e os riscos e de controle da proteção, bem como do
257
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

sistema de gestão da SST quando lesões, doenças, enfermidades e incidentes


demonstram a sua existência.
Risco: Uma combinação da probabilidade de que ocorra um acontecimento perigoso
com a gravidade de lesões ou danos à saúde da pessoa, causado por este acontecimento.
Avaliação de riscos: Procedimentos de avaliação dos riscos para a segurança e a saúde
advindos de perigos existentes no local de trabalho.
Comitê de segurança e saúde: Um comitê integrado por representantes dos
trabalhadores para questões de segurança e saúde e estabelecido por representantes dos
trabalhadores e que desempenha as suas funções a nível de organização e de
conformidade com a legislação e prática nacionais.
Vigilância do meio ambiente dos trabalhadores : Um termo genérico que compreende a
identificação e avaliação dos fatores do meio ambiente que podem afetar a saúde dos
trabalhadores. Cobre a avaliação das condições sanitárias e a higiene no trabalho, os
fatores da organização do trabalho que possam apresentar riscos para a saúde dos
trabalhadores , equipamentos de proteção coletivos e pessoais, a exposição dos
trabalhadores aos fatores de risco e o controle dos sistemas concebidos para eliminá-los
e reduzi-los. Do ponto de vista da saúde dos trabalhadores, a vigilância do meio
ambiente de trabalho centra-se, ainda que não exclusivamente, em uma série de
considerações básica : ergonomia, prevenção de acidentes e de enfermidades, higiene
industrial, organização do trabalho e fatores psicossociais presentes no local de
trabalho .
Trabalhador: Toda a pessoa que executa um trabalho , quer regular ou
temporariamente, para um empregador .
Vigilância da saúde dos trabalhadores : Um termo genérico que engloba procedimentos
e investigações para avaliar a saúde dos trabalhadores, no sentido de identificar e
detectar qualquer anomalia . Os resultados desta vigilância deverão ser utilizados para a
proteção individual e coletiva da saúde em um local de trabalho, bem como a saúde da
população trabalhadora exposta a riscos Os procedimentos de avaliação da saúde podem
incluir, ainda que não limitados, a exames médicos , controle biológicos, avaliações
radiológicas, questionários ou uma análise dos registros de saúde.
Trabalhadores e seus representantes: Quando se faz referência, nas presentes estas
diretrizes, aos trabalhadores e seus representantes , o objetivo é estabelecer que, quando
existam representantes estes deverão ser consultados para que haja uma participação
adequada dos trabalhadores. Em alguns casos, pode ser oportuna a participação de todos
os trabalhadores e de todos os representantes.
Representante dos trabalhadores : De conformidade com a Convenção dos
representantes dos trabalhadores , de 1971 (No. 135), toda a pessoa reconhecida por tal,
pela legislação ou prática nacionais:
(a) representantes sindicais, representantes nomeados ou eleitos pelos sindicatos ou por
afiliados a eles; ou
(b) representantes eleitos, representantes nomeados , representantes livremente eleitos
pelos trabalhadores da [organização] , de conformidade com as disposições da
legislação nacional ou de contratos coletivos e cujas funções não se estendam a
atividades que sejam consideradas no país como prerrogativas exclusivas dos
Representante dos trabalhadores para questões de segurança e saúde: Pessoa eleita ou
designada de conformidade com a legislação e a prática nacionais para representar os
trabalhadores nas questões relativas à SST , no local de trabalho.
Lesões, doenças e enfermidades relacionadas com o trabalho: Efeitos negativos à saúde
advindos de exposição, no trabalho, de fatores químicos ,biológicos, psicossociais ou
relativos à organização do trabalho.
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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Local de trabalho: Área física onde os trabalhadores necessitar ficar ou que devam
permanecer por razões de trabalho efetuado e sob o controle de um empregador.
Bibliografia
Desde a sua fundação em 1919, a Organização Internacional do trabalho - OIT tem
elaborado a adotado um grande números de Acordos internacionais de trabalho (e suas
correspondentes recomendações ) diretamente relacionadas com os temas sobre a
segurança e a saúde no trabalho, bem como muitos repertórios de recomendações e
publicações técnicas sobre diversos aspectos do tema. Tais instrumentos representam
um conjunto muito bom de definições, princípios, obrigações, direitos e obrigações,
bem como diretrizes técnicas que reflitam as opiniões consensuais dos mandatos
tripartites da OIT provenientes dos 175 Estados Membros , sobre a maioria dos aspectos
relativos à segurança e saúde no trabalho.
Acordos e recomendações pertinentes da OIT
Acordos
No. Titulo
115 Proteção contra as radiações , 1960
135 representante dos trabalhadores , 1971
136 Benzeno, 1971
139 Câncer profissional, 1974
148 Meio ambiente do trabalho ( Poluição do ar, ruídos e vibrações ), 1977
155 Segurança e saúde dos trabalhadores , 1981
161 Serviços de saúde no trabalho, 1985
162 Asbesto, 1986
167 Segurança e saúde na construção, 1988
170 Produtos químicos , 1990
174 Prevenção de acidentes industriais maiores , 1993
176 Segurança e saúde nas Minas, 1995
 

Recomendações
No. Titulo
114 Proteção contra as radiações , 1960
144 Benzeno, 1971
147 Câncer profissional , 1974
156 Meio ambiente do trabalho ( Poluição do ar, ruídos e vibrações ), 1977
164 Segurança e saúde dos trabalhadores , 1981
171 Serviços de saúde no trabalho, 1985
172 Asbesto, 1986
175 Segurança e saúde na Construção, 1988
177 Produtos Químicos , 1990
181 Prevenção de acidentes industriais maiores, 1993
183 Segurança e saúde nas Minas, 1995

Repertórios selecionados de recomendações práticas da OIT


Prevenção de acidentes industriais maiores (Genebra, 1991).
Segurança e saúde em minas a céu aberto (Genebra, 1991).
Segurança e saúde na Construção (Genebra, 1992Segurança na utilização de produtos
químicos no trabalho (Genebra, 1993).
Prevenção de acidentes a bordo de navios no mar e em portos (Genebra - , 2ª Edição,
1996).
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Tratamento, nos locais de trabalho, dos problemas que se relacionam com o consumo
drogas e de álcool (Genebra., 1996).
Registro e notificação de acidentes de trabalho e doenças profissionais (Genebra,
1996).
Proteção de dados pessoais dos trabalhadores (Genebra, 1997).
Segurança e saúde no trabalho florestal (Genebra, 2ª edição, 1998).
Fatores ambientais no local de trabalho (Genebra, 2001).

Noções de Desenvolvimento Sustentável;

Há quase uma década o desenvolvimento sustentável vem sendo


debatido, semanticamente, mais como bandeira política do que como objetivo social.

A carga político – emocional com que se vem tratando o assunto decorre


de um emaranhado de problemas mundiais, no qual despontam a desordem econômica,
a explosão demográfica e a saturação do meio ambiente. Nessa arena de conflitos e
interesses, as transformações de final e início de séculos podem, com facilidade, ser
comparadas às que ocorreram a partir da primeira revolução industrial, isso porque,
“nossas sociedades estão deslocadas pela agonia de uma ordem que, ainda por um
longo tempo, poderá sobreviver a sua própria morte sepultando – nos sob seus
aparelhos inertes” (GORZ, 1988, p.13).
No centro dessas ocorrências, está a condição, sempre questionada, do
trabalho produtivo como valor central nas sociedades industriais seja pela crescente
redução da oferta de trabalho, seja pela precarização dos postos oferecidos, o que acirra
a disputa por vagas, aumentando a desregulamentação e fazendo crescer a
informalidade.
A realidade é que não temos, no plano global, uma civilização de
produtores e trabalhadores. Para a maioria dos povos o trabalho não é o principal
suporte social, nem o “principal fator de socialização, nem a ocupação principal de
cada um, nem a principal fonte de riqueza e bem – estar, nem o sentido e centro de
nossas vidas” (GORZ, 1991, p.52).
A partir daí é preciso aceitar que o trabalho como processo generalizado
e altamente significativo bate de frente, nas sociedades industriais, com a busca do
desenvolvimento “como expressão máxima da crença no processo e na contínua
melhoria do bem-estar” (CASTRO, 1996, p.23). Chega-se, assim, à simbiose
desenvolvimento + progresso socioeconômico + desenvolvimento.
Como o crescimento assume, muitas vezes, formulações perversas, é
preciso exorcizar a idéia de que o desenvolvimento com base nos avanços tecnológicos
260
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

e científicos é “sempre capaz de garantir o desabrochar das potencialidades humanas,


da liberdade e dos poderes dos homens” (MORIN, 1994, p.441).
Assim, uma nova concepção do desenvolvimento torna-se indispensável
como forma de reduzir os efeitos da crise mundial (ricos x pobres) e encontrar soluções
para a pobreza estrutural que assola mais de uma centena de países. Para Sachs cabe à
ONU enfrentar “o mais importante desafio intelectual dos próximos anos que será a
renovação do pensamento sobre desenvolvimento” (SACHS, 1995, p.12).
Castro (1996, p.24) afirma:
Despojadas desde o Renascimento de uma providencia a que
possam confiar o seu destino, as sociedades e os indivíduos que
as integram não podem abdicar da decisão de moldar seu
futuro. Ora, o desenvolvimento, até hoje, constitui uma
poderosa alavanca de que dispõem para organizar o futuro
como projeto social.
As reflexões, até aqui propostas, nos autorizam a buscar o entendimento
do que seja desenvolvimento sustentável.
CONSTATAÇÕES
A busca de um novo paradigma de concepção do desenvolvimento, com
base em processos de produção que mantenham a sustentabilidade apoiada nos recursos
materiais e humanos, tem sido banalizada pelos discursos vazios das autoridades
mundiais.
Esse estado de coisas pode ser confirmado pelas seguintes constatações:
a) desenvolvimento e desenvolvimento sustentável são termos vulgarizados ao longo do
tempo; b) apesar da ênfase dada, os resultados efetivos ficaram muito aquém do que
prometeram os discursos e os tratados internacionais. Isso porque “uma visão estreita e
elitista levou a supor que, uma vez ocorrido o crescimento rápido das forças de
produção, ter-se-ia um processo completo de desenvolvimento que se espargiria
espontaneamente para todas atividades humanas” (SACHS ap. CASTRO, 1996, p.25),
e, c) após os abalos decorrentes da questão ecológico/ambiental e pela crise social da
idéia corrente de desenvolvimento, já não mais há como adiar a reconversão desse
conceito, o que se torna um grande desafio nesse início de século.
O que falta é, a partir de analises diferenciadas, estabelecer uma teoria
que dê conta das tendências de globalização do capitalismo nas áreas não econômicas, e
que reflitam políticas e ações globais que dominem o econômico em favor da
humanidade.
As considerações anteriores têm duas conseqüências, segundo o que
afirma Castro (1996, p.26):
... uma é que são os movimentos da realidade sócio histórica
acelerados pelo frenesi do desenvolvimento que expõem as
dificuldades e deficiências dos conceitos utilizados na
explicação deste processo, acarretando a crise dos mesmos. A
outra é que esse entrechoque entre teoria do desenvolvimento e

261
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

dinâmica é, por sua vez, revelador da dimensão do conceito que


estava esquecida e que é preciso ser levada em conta.

Com essa visão cabe registrar os dois momentos de crise que abalaram a
concepção vigente de desenvolvimento até meados da década de noventa.
O primeiro momento crítico estabeleceu-se a partir da constatação de
grandes áreas geográficas do planeta submetidas a um rigoroso subdesenvolvimento que
se instalou, paralelamente, ao esforço de reconstrução da Europa (30 anos gloriosos)
logo após a Segunda Guerra Mundial. Neste ponto crítico duas correntes se
contrapuseram. De um lado, defendeu-se a idéia de que o progresso tratava-se de um
processo linear e que, segundo Rostov, o desenvolvimento resulta de uma sucessão de
etapas que expressam a dinâmica de um processo universal, único, linear e ascendente,
o que implica dizer que o subdesenvolvimento é tido como mero atraso. Rostov (1964,
p.147): “o fato central acerca do futuro poder mundial é a aceleração das
precondições ou os prolegômenos do arranco na metade meridional do mundo”. Por
outro lado, o desenvolvimento é visto como um processo histórico, específico e capaz
de seguir várias trajetórias não-lineares. Nesta visão, subdesenvolvimento é tido como
resultado do avanço do capitalismo sobre os países pré-industriais. Nesse modelo, as
relações de dependência no plano externo de cada país subdesenvolvido correspondem à
formação de estruturas híbridas. Furtado (1963, p.180-81) explica:
O subdesenvolvimento é [...] um processo histórico autônomo e
não uma etapa pela qual tenham, necessariamente, passado as
economias que já alcançaram grau superior de
desenvolvimento. Para captar a essência do problema das
atuais economias subdesenvolvidas, necessário se torna levar
em conta essa peculiaridade.
A Comissão Econômica para a América Latina e Caribe – CEPAL –
desenvolveu uma teoria cuja relação centro-periferia é definidora de desenvolvimento e
subdesenvolvimento. Aqui, o interesse é explicar as características desse processo num
“sistema econômico mundial composto por centro e periferia...em contraste com a
estrutura produtiva da periferia, especializada e heterogênea, a dos centros se
caracteriza por ser diversificada e homogênea” (RODRIGUES, 1981, p.37-38).
Dessa concepção, três aspectos devem ser registrados: a) quaisquer que
sejam a vertentes estudadas e as diferenças entre elas, a tendência é a de identificar
desenvolvimento e crescimento econômico; b) mesmo sem a supremacia de um ponto
de vista sobre o outro, a temática do subdesenvolvimento terminou por impor a
necessidade de elaborar concepções do desenvolvimento como um processo complexo
em que a superação do “atraso” torna-se problemática e incerta, e c) apesar das
controvérsias existentes, o desenvolvimento manteve-se como um objetivo fundamental
para as sociedades.
No andamento dos debates, nesse novo contexto, o desenvolvimento
voltou a ser questionado e, agora, com manifestações de rua e de grupos organizados.
As agitações estudantis da década de 60 e movimentos socioculturais
como os “hippies” dirigiram seus ataques à supremacia do capitalismo e do
262
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

industrialismo sem freios que colocavam a acumulação material acima das melhorias
sociais. Como isso, surgiram críticas acirradas contra o produtivismo e o consumismo
como objetivos mais importantes da vida humana1.
Da osmose das idéias dos diversos movimentos surge o novo
ambientalismo com objetivos voltados para a compreensão política das novas demandas
desde que fossem preocupadas com os efeitos devastadores sobre o meio ambiente e a
natureza em geral que um desenvolvimento sem limites estava provocando.

Ao questionar os malefícios que a racionalidade econômica produz,


quando longe da moral e da ética, esses movimentos denunciavam que a administração
do planeta, ao buscar a eficiência a qualquer preço, colocava a própria morada em
perigo. Neste rastro consolidaram-se os movimentos ambientalistas com propostas
efetivamente inovadoras. McCormick (1992, p.61) afirma:

a natureza e os recursos naturais deixaram de ser a única


preocupação. O novo ambientalismo abrangia tudo, desde a
superpopulação e a poluição aos custos da tecnologia e do
crescimento econômico... ia além do mundo natural
questionando a essência do capitalismo.

Para Castoriadis e Cohn-Bendit (1983, p.24):

não há dúvida quanto à implicação radical do ecologismo, ao


declarar que esse movimento pôs em questão todo o esquema e
a estrutura das necessidades... o que está em jogo no
movimento ecológico é toda a concepção, toda a posição das
relações entre a humanidade e o mundo e finalmente a questão
eterna e central: o que é a vida humana? Vivemos para quê?.

Nesse enfoque, a racionalidade econômica é colocada em


questionamento a partir dos problemas que gera quando se desprende da moral e da
ética. Essas críticas revelaram que as ciências econômicas, que administravam a aldeia
global em sua busca pela eficiência, punha em perigo a morada de toda a vida. Assim,
iniciaram-se os movimentos ambientalistas.
A racionalidade econômica é questionada em termos de seus próprios
critérios. Contrariamente a eles, mostra-se que a busca incessante do aumento da
produção pode resultar em ameaça à sobrevivencia do próprio sistema econômico no
longo prazo. A superação dos problemas decorrentes do desenvolvimento industrial
1
Naqueles “anos de utopia e locura”..., o movimento hippie não titubeou em rejeitar a opulência em favor de uma
vida mais despojada, em contrapor ao trabalho regular o exercício de atividades esporádicas e sem patrão, realçar a
riqueza e o prazer do arcadismo da vida no campo contra o artificialismo das cidades, em opor à prepotência
objetivista da ciência ocidental a placidez autocentrada da sabedoria oriental”.
263
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

pode exigir não uma nova arrancada, mas a ação de medidas restritivas ao aumento da
produção. Surge daí a idealização de uma racionalidade ecológica que reivindica sua
condição de principio balizador e limitante do próprio desenvolvimento econômico.
Como não poderia deixar de ser, essa teoria passou a ser combatida pelo
radicalismo que apresentava, eis que no extremo oposto da racionalidade econômica
vigente. Além disso, seus defensores pregavam, muito mais, a possibilidade de
catástrofes do que soluções para o desequilíbrio entre o Norte e o Sul do planeta.
É dentro desse debate temático que surgem propostas as quais combinam
desenvolvimento econômico e defesa do meio. Muito se deve ao engajamento da ONU,
via PNUMA e de várias outras organizações, o fortalecimento dessa visão de integração
da riqueza material com os recursos oferecidos pela natureza2.
Foi nos debates da Conferência de Estocolmo em 19723 que surgiram
dois novos conceitos, com o propósito de dar conta da nova problemática.
O primeiro conceito a surgir foi o de ecodesenvolvimento, defendido por
Ignácio Sachs que faz uma dura crítica dos modelos comerciais e, também, da idéia de
crescimento zero defendida pelo Clube de Roma. A partir da denúncia dos desvios e
equívocos desses pontos de vista, o desenvolvimento é mantido como objetivo,
aspiração e mesmo como um direito de todas as sociedades do planeta.
Assim, advoga-se uma concepção de desenvolvimento em que este deve
atender ao objetivo de eficácias econômicas, representadas pelo aumento de riqueza,
simultaneamente com os requisitos de ordem ecológica, social, cultural e espacial.
Para Sachs (1986, p.10):
O ecodesenvolvimento é um caminho promissor tanto para
países ricos como para países pobres. Para estes mais do que
nunca, a alternativa se coloca em termos de projetos de
civilização originais ou de não-desenvolvimento, não mais
parecendo possível nem, sobretudo, desejável a repetição do
caminho percorrido pelos países industrializados...
Um segundo conceito contraposto ao primeiro começa a tomar corpo no
encerramento da reunião de Cocoyoc no México em 1974. Contestando a teoria do
ecodesenvolvimento, a assembléia de Cocoyoc, em seu encerramento, declara que “os
enormes contrastes no consumo per capitã entre minoria rica e a minoria pobre têm um
efeito muito maior do que seus números relativos sobre o uso e esgotamento dos
recursos” (apud McCORMICK, 1991, p.153).
Foi a partir daí que passa a tomar forma o conceito de “desenvolvimento
sustentável”, que nos anos 80 suplantou o conceito de ecodesenvolvimento. Desde
então, “desenvolvimento sustentável” passou a ser adotado como expressão oficial nos
documentos emanados de organizações como a ONU, a UICN e o WWF. Duas outras
razões fortaleceram esse conceito. A primeira é que, por ser uma expressão mais neutra
2
ONU: Organização das Nações Unidas.
PNUMA: Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Entre as organizações que mais se destacam-se a
União Internacional para a Conservação da Natureza – UICN e o Fundo Internacional para a Natureza – WWF.
3
O ponto culminante do movimento ambientalista foi a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano,
realizada em Estocolmo, em 1972.
264
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

axiologicamente, pode ser incorporada tanto em propostas liberais como de esquerda. A


segunda é que, por exprimir uma economia maior com o funcionamento dos
ecossistemas naturais, tornou-se atrativa para os ambientalistas.
Mas foi em 1987, com o relatório: “Nosso Futuro Comum que a
expressão desenvolvimento sustentável” foi consagrada com sua definição clássica.
“Desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem suas próprias
necessidades” (BRUNDTLAND, 1991, p.46)4.
Nesse conceito, firma-se a consciência de que é a solidariedade
integracional o principio ético que deve nortear o processo de desenvolvimento.
Portanto, com esse balizamento conceitual, a insustentabilidade do desenvolvimento é
determinada tanto pelo uso de tecnologias poluidoras e intensivas em energia, nos
países ricos, como pela expansão demográfica e pela expansão da pobreza, nos países
pobres. Para reverter este quadro, propõe-se a execução de estratégias que estimulem a
criação de tecnologias não poluidoras e pouco exigentes em energia; a organização de
um quadro institucional com capacidade de regular e fiscalizar a emissão de poluentes;
a aplicação de políticas compensatórias aos efeitos negativos dos ajustes
macroeconômicos, e o aumento da transferência de capital para os países pobres.
Embora quase unânime, esta proposta recebeu críticas discordantes.
Concordando com Redcliff (relatório Brundtland), Diegues (1992, 22-23) afirma que a
proposta:
... não leva em conta todo um conjunto de problemas,
especialmente os conflitos de interesses entre Norte e Sul, o
controle das empresas multinacionais sobre novas tecnologias e
seu poder de se opor às iniciativas que colidem com suas
estratégias globais, às relações desiguais no comércio mundial.
Em segundo lugar, a crítica pressupõe “uma confiança velada
nas soluções de mercado para os problemas ambientais,
minimizando-se a lógica empresarial de externalizar esses
custos. A terceira crítica5 envolve a própria noção do
desenvolvimento sustentável, que teria como objetivo tácito
atingir o desenvolvimento dos países industrializados”.

Outras críticas surgiram ao conceito de desenvolvimento sustentável.


Entre várias pode-se citar a posição da pesquisadora Herculano (1986), a qual
argumenta que essa expressão, em sua elasticidade semântica, pode a abrigar desde um
sentido radical, voltado para um novo tipo de sociedade, até um significado

4
Em sua versão dessa mesma definição, a UICN define a expressão citada como “processo de mudança no qual a
exploração dos recursos, o direcionamento dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e as
mudanças institucionais se dirigem à satisfação das necessidades das gerações presentes sem comprometer a
possibilidade de as gerações futuras satisfazerem as suas” (apud DIEGUES, 1989, p.34).
5
Isto é uma idéia inadmissível porque desconsidera que esse desenvolvimento, em virtude de seus estilos de
produção e consumo desperdiçados e poluidores, é insustentável no médio e longo prazos. Essa crítica é injustificada:
a mudança nos padrões de produção e consumo é principio que, desde o início, é considerado uma exigência da idéia
de sustentabilidade. Uma questão diferente é saber se essa exigência é compatível com requisitos do capitalismo
(CASTRO, 1996, p.29).
265
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

conservador, em que renomeia o desenvolvimento capitalista, conferindo-lhe uma


preocupação social e ambiental.
No primeiro caso, o desenvolvimento sustentável refere-se à boa
sociedade humana que, se não consegue realizar a utopia socialista ou uma versão
alternativa desta, pelo menos tentará forçar a penetração de valores em sua
racionalidade econômica. No segundo, o desenvolvimento perde sua aura radical e
passa a designar apenas “um conjunto de mecanismos de ajustamento que resgata a
funcionalidade da sociedade capitalista, ora naturalizada como paradigma da
sociedade moderna” (1992, p.30, 42). Para Herculano (1986), esse dilema decide-se,
cada vez mais, em favor desta segunda vertente à medida que a agenda ecológica é
incorporada nas políticas governamentais, nas agências e organismos internacionais e
nas próprias decisões do empresariado privado.
Para melhor julgar os motivos que levaram à substituição do
ecodesenvolvimento pelo desenvolvimento sustentável, deve-se levar em contra três
aspectos: a) mesmo sem desconhecer a influência que as injunções extra-científicas
tiveram na adesão generalizada ao conceito de desenvolvimento sustentável, não é por
isso que se pode minimizar a importância dessa adesão para o estabelecimento da
dimensão ecológico-ambiental como uma aquisição definitiva desse conceito; b) sem
menosprezar a importância dos termos e das expressões nas nomeações de fenômenos,
considera-se mais importantes do que isso o tipo de conteúdo que a eles se atribui e, c)
implica indagar se, entre os usos e abusos das expressões em pauta, elas contêm um
conteúdo semântico teoricamente fecundo suscetível de ser recuperado numa análise
crítica.
É essa (semântica) idéia que alarga o debate sobre a necessidade ética de
um contrato natural a servir de base às idéias de sustentabilidade ecológica como
dimensão do desenvolvimento sustentável.
Mas o repto imposto pelo novo ambientalismo ao desenvolvimento foi o
prelúdio de um questionamento ainda mais radical: o da nova questão social, a qual
impôs-se numa época em que o capitalismo dava mostras não só de poder incorporar as
restrições ambientais como até de transformá-las em alavancas de uma nova etapa de
acumulações das forças produtivas. O que mais impressiona é que esse desafio, que se
prenunciou no final dos anos 70 e alcançou seu auge no final da década de 80, surgiu
como efeito das políticas neoliberais e num momento em que o contexto internacional
mostrava-se mais favorável ao capitalismo. Como resultado desse embate, o social
rompe as amarras que o subordinam ao econômico para se colocar na posição de novo
fator a comandar o desenvolvimento. Ao impor-se na cena, a emergência da
racionalidade social evidencia que o desenvolvimento capitalista, até hoje conhecido,
não é só um modo de produção que ameaça o “oikos” da vida, ele também empobrece e
escraviza os seus residentes.
É essa irrupção que permite dotar o desenvolvimento sustentável de sua
dimensão inovadora: sustentabilidade social, que não diz respeito apenas ao
estabelecimento de limites ou restrições para que o desenvolvimento persista ao longo
do tempo. Ela implica também a ultrapassagem do econômico: não para a rejeição da
eficiência econômica e nem pela abdicação do crescimento, mas pela sua colocação a
serviço de uma nova organização societária na qual a finalidade social esteja
“justificada pelo ético de solidariedade integracional e de equidade, materializada

266
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

num contrato social” (SACHS, 1995, p.26). São as cláusulas desse novo contrato que
dão sentido e finalidade à produção econômica. São também elas que oferecem
garantias para um contrato natural e carregam de sentido as relações com o mundo
natural, que vão além do seu reconhecimento como um espaço de usufruto de utilidades.
Na sua formulação inicial, o conceito de desenvolvimento sustentável
incorpora a dimensão social (comparação entre a pobreza do Sul e a riqueza do Norte).
Esse lado negativo é ampliado: nova visão inclusive nos países industrializados. Com
efeito, não se pode ter a pretensão de falar em sustentabilidade social sem levar a cabo
um diagnostico que penetre as raízes da crise. Mas há um aspecto novo, que envolve
uma olhada para o futuro, para o tipo de organização social que se deseja construir.
Trata-se de construir a ultrapassagem das atuais sociedades industriais, que continuam a
gravitar em torno do binômio produtivismo – consumismo. Romper essa subserviência
é um processo que vem sendo progressivamente incorporado nos discursos dos
organismos internacionais e de um número cada vez maior de autores como condição
para a viabilidade do desenvolvimento sustentável. Tais discursos não devem criar
nenhuma ilusão: a primazia do social sobre o econômico implica o deslocamento da
sociedade moderna, dominante desde o século XVIII. A falta de garantia quanto ao
êxito dessa luta não deve ser um pretexto para desistir dela, pois, como argumenta
Dumont (1973, p.247) “nada diz que a categoria econômica deva permanecer para
sempre o que ela vem sendo há tempos, a expressão privilegiada do individualismo.
Nada diz que um movimento semelhante ao que lhe deu nascimento não possa produzir
uma nova categoria capaz de suplantá-la”. É o debate sobre essa eventualidade que
coloca a sustentabilidade social como a dimensão que dota o desenvolvimento
sustentável de seu conteúdo mais inovador e capaz de revigorar o debate sobre a crença
na boa sociedade.

BLOCO 3:

Ações de Saúde: Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional; Prevenção de


Doenças Relacionadas ao Trabalho; Suporte Básico à Vida; Elementos de Ergonomia:
Conforto ambiental; Organização do trabalho; Mobiliário e equipamentos dos postos de
trabalho; Princípios de Planejamento e Resposta a Emergências: Plano Nacional de
Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a Emergências Ambientais com Produtos
Químicos Perigosos - P2R2. (Decreto federal 5.098/2004 e suas alterações); Resolução
CONAMA 398/2008 e suas alterações; Noções de resposta à contingência em acidentes
com hidrocarbonetos líquidos e gasosos; Noções de Sistema de Comando de Incidentes:
princípios, funções, estrutura e recursos;

Ações de Saúde:
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional;  
267
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Função – Promover a saúde dos funcionários, através da identificação de fatores de


risco a saúde, diagnósticos das doenças existentes e ênfase em sua prevenção.
Objetivo – Preservar a saúde dos funcionários, proporcionar um melhor ambiente de
Trabalho e minimizar riscos de acidentes.

Processo Elaborativo – A empresa deve encaminhar os funcionários para realização de


Atestados de Saúde Ocupacionais (ASO) e elaboração da ficha clínica sempre que tiver:
admissão, demissão, retorno ao trabalho,periódico, mudança de função ou realizar uma
consulta ocupacional com o médico coordenador do PCMSO quando apresentar
reincidências de atestados.

O PCMSO é previsto pela Portaria do Ministério do Trabalho número 3214 de 08/06/78; a qual determina
que todos os empregadores ou instituições que admitam trabalhadores como empregados regidos pela
CLT, elaborem e implementem tal programa.

NR–7 PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL

Esta norma tem como objetivo principal a prevenção de doenças ocupacionais nos
funcionários das empresas e instituições que admitam trabalhadores como empregados
realizando ordinariamente 5 (cinco) tipos de exames: admissionais, periódicos, mudança
de função, retorno ao trabalho e demissionais.

O PCMSO compreende as seguintes fases:

 Implantação do Programa
 Análise do Risco Ambiental ou Implantação do PPRA
 Realização de Exames Médicos:
 Preenchimento do Prontuário Clínico Individual
 Visita do Médico do Trabalho na Empresa ( a partir de 10 funcionários)
 Realização, no decorrer do período - Exames Médicos Admissionais,
Demissionais, Periódicos, Mudança de Função e Retorno ao Trabalho
 Emissão dos Atestados de Saúde Ocupacional - ASO
 Guarda dos Prontuários Clínicos Individuais
 Elaboração do Programa de Controle Médico para o período de 12 meses
 Relatórios e Informativos Mensais
 Relatório Anual

O PCMSO deve ser implantado por todas as empresas indepedentemente do número de


empregados.

O PCMSO não é um simples programa de realização de exames médicos. É também um


instrumento de avaliação da capacidade laborativa de um empregado ou candidato,
voltado principalmente para a função exercida ou a ser exercida.

Na ocorrência de doenças profissionais, por exemplo, o programa e o médico tem papel


fundamental na análise da doença, averiguando se esta é ou não de origem do trabalho,
solicitando medidas de controle e dando encaminhamento médico ao paciente.

Finalidade

268
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

 Proteger a Saúde e a Integridade física dos trabalhadores no local de trabalho.


 Orientar a realização dos Exames Médicos, Admissionais, Demissionais,
Periódicos, Acidentes do Trabalho, Retorno ao trabalho, Mudança de Função, 
por solicitação do Médico do Trabalho se julgar necessário.
 Orientação Educacional sobre a Saúde, promovendo cursos, treinamentos e
palestras no que diz respeito a Saúde, Segurança e em Medicina do Trabalho.
 Dentre as atividades desenvolvidas pela empresa, existem algumas que possuem
riscos ambientais, e por conseqüência exigem exames laboratoriais específicos
de Audiometria e Espirometria, que são solicitados aos trabalhadores além dos
exames habituais de sangue, raios-X, ultrassom e demais exames, laboratoriais, à
critério do médico do trabalho.
 São executados Programas de Imunização contra tétano e hepatite B, através de
vacinação, com aplicações dentro do esquema básico das três doses.   Após um
período determinado são realizados os exames para verificação da imunização, e
quando necessário repetir o esquema básico. São aplicadas outras doses, quando
o médico do trabalho julgar necessário, através de programas da secretaria
municipal de saúde ou ainda quando há riscos de epidemias.
 Os casos clínicos e de acidentes do trabalho são acompanhados desde o início
até o pronto restabelecimento do trabalhador para a vida laboral, pelo médico do
trabalho, fisioterapeuta e equipe de recursos humanos, que proporcionam
consultas médicas, medicações e outros recursos para o trabalhador.

EMPRESAS OBRIGADAS AO PCMSO

Todos os empregadores, e instituições que admitam trabalhadores, estão obrigados a


elaborar e Implantar o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).

FINALIDADE DO PROGRAMA

O PCMSO tem como objetivo a preservação da saúde dos empregados, em função dos
riscos existentes no ambiente de trabalho e de doenças profissionais.

As diretrizes e os parâmetros mínimos para funcionamento do PCMSO foram


estabelecidos pela NR-7, podendo essas condições serem ampliadas mediante
negociação coletiva do trabalho.

O programa deve ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos


agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da
constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis á
saúde do trabalhador.

Em fim, a empresa deverá planejar e implementar o seu PCMSO com base no risco que
a atividade desenvolvida possa provocar à saúde dos seus empregados.

A prevenção deve observar a relação saúde e o trabalho.

PRESTADORES DE SERVIÇO

As empresas que contratarem mão-de-obra por intermédio de empresa prestadora de


serviços deverão informar a esta os riscos decorrentes da execução do trabalho,
269
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

auxiliando inclusive na elaboração e implementação do PCMSO no local onde o serviço


for prestado.

RELATÓRIO ANUAL

PCMSO deve elaborar um relatório anual com o planejamento das ações de saúde a
serem executadas durante o ano.

Nesse relatório deve ser discriminado por setor da empresa, o número. a natureza doe
exames médicos, incluídos avaliações clinicas e exames complementares estatísticas de
resultados considerados anormais, bem como o planejamento para o próximo ano.

O relatório anual, que pode ser elaborado conforme modelo aprovado, deve ser
apresentado e discutido nas reuniões da Comissão Interna de Prevenção de Acidente
(CIPA), permanecendo uma cópia do mesmo anexada ao livro de atas quando a empresa
for obrigada a manter a comissão.

O relatório anual pode ser armazenado sob a forma de arquivo Informatizado desde que
propicie o imediato acesso por parte do agente de inspeção do trabalho.

Estão dispensadas de elaborar o relatório anual as empresas desobrigadas de indicaram


medico coordenador do PCMSO.

RESPONSABILIDADE DA EMPRESA

É da Inteira responsabilidade do empregador:

a) garantir a elaboração e a efetiva implementação do PCMSO, zelando pela sua


eficácia;

b) custear, sem ônus para o empregado, todos os procedimentos relacionados ao


PCMSO;

c) Indicar, dentre os médicos do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e


Medicina do Trabalho (SESMT) da empresa, um coordenador responsável pela
execução do PCMSO.

No caso de a empresa estar dispensada de manter o SESMT, o medico responsável para


coordenar o PCMSO poderá ser um medico especializado em medicina do trabalho
contratado ou não como empregado.

Isto significa dizer que, nessa hipótese, o responsável pelo PCMSO da empresa pode ser
um médico não empregado da empresa.

Já existem profissionais especializados prestando esses serviços que são cobrados em


função do número de empregados da empresa.

Se na localidade onde estiver situada a empresa não existir medico do trabalho, poderá
ser contratado médico de outra especialidade para coordenar o PCMSO.

270
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

EMPRESAS DESOBRIGADAS DE INDICAR MÉDICO COORDENADOR DO


PCMSO

Estão desobrigadas de manter médico coordenador do PCMSO as empresas:

1. com até 25 empregados, desde que enquadradas no grau 1 ou 2;


2. até 10 empregados, desde que enquadradas no grau de risco 3 ou 4.

Mediante negociação coletiva de trabalho, também poderão ficar dispensada de médico


coordenador as empresas cujo número de empregados esteja compreendido entre:

a) 26 e 50, se enquadrada no grau de risco 1 ou 2;

b) 11 e 20, se enquadradas no grau de risco 3 ou 4.

Na hipótese da letra b, a negociação coletiva deverá ser obrigatoriamente assistida por


profissional do órgão competente em segurança e saúde no trabalho.

Todavia, as empresas mencionadas neste item poderão ficar obrigadas à indicação de


médico responsável pelo PCMSO por determinação da Delegacia Regional do Trabalho,
com base em parecer técnico conclusivo da autoridade regional competente em matéria
de segurança e saúde do trabalhador, ou em decorrência de negociação coletiva, quando
suas condições de trabalho representarem potencial de risco grave aos respectivos
empregados.

O grau de risco mencionado no presente comentário consta do Quadro 1 anexo à NR4,


com as alterações introduzidas pela Portaria 1 SSST. de 12-5-95)

ATRIBUIÇÕES DO MÉDICO COORDENADOR

Ao médico coordenador do PCMSO compete:

· realizar os exames médicos ou encarregar os mesmos a profissional médico


familiarizado com o princípios de patologia ocupacional e suas causas, bom como com
o ambiente, as condições de trabalho e os riscos a que está ou será exposto cada
empregado da empresa a ser examinado;

· encarregar-se dos exames complementares, profissionais e/ou entidades devidamente


capacitados, equipados e qualificados.

EXAMES MÉDICOS: Os empregados ficam sujeitos à realização dos seguintes exames


médicos a cargo do PCMSO, sem ônus para os mesmos:

Admissional

Esse exame deve ser realizado antes do empregado assumir suas atividades.

Periódicos

A avaliação clínica no exame médico periódico deve observar os seguintes prazos:


271
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a) anualmente, para os empregados menores de 18 anos e maiores de 45 anos de Idade;

b) a cada 2 anos, para os empregados entre 18 e 45 anos de idade.

No caso de trabalhadores expostos a riscos ou situações de trabalho que impliquem no


desencadeamento ou agravamento de doença ocupacional ou ainda para aqueles que
sejam portadores de doenças crônicas os exames devem respeitar a seguinte
periodicidade:

a cada ano ou a intervalos menores, a critério do médico encarregado, ou se notificado


peio medico agente da inspeção do trabalho, ou ainda, como resultado de negociação
coletiva do trabalho;

E a cada 6 meses, para os trabalhadores expostos a condições hiperbáricas.

De Retorno ao Trabalho

Exame médico de retorno ao trabalho somente será obrigatório quando o empregado


ficar afastado da atividade por período igual ou superior a 30 dias, em virtude de doença
ou acidente, de natureza ocupacional, ou parto.

De Mudança de Função

Esse exame somente será obrigatório quando a nova função expor o empregado a riscos
diferentes daqueles a que estava exposto antes da mudança.

O referido exame deverá ser realizado antes de o empregado passar a exercer a nova
função.

Demissional

Exame médico demissional era realizado dentro do período de 15 dias que antecedesse
o desligamento definitivo do emprego.

Como a legislação não era clara sobre o assunto para algumas correntes doutrinárias,
desligamento definitivo do trabalho entendia-se como sendo a data da homologação ou
quitação das verbas rescisórias.

Com o advento da Portaria 8 SSST/96, o exame médico demissional poderá deixar de


ser exigido, dependendo da data em que o empregado realizou seu último exame.

Assim, ficou definido que o exame médico demissional deve ser realizado,
obrigatoriamente, até a data da homologação da rescisão do contrato de trabalho, desde
que o último exame tenha ocorrido há mais de:

135 dias, quando se tratar de empresas com grau de risco 1 ou 2, podendo esse prazo ser
ampliado por mais 135 dias em decorrência de negociação coletiva;

90 dias, no caso de empresas enquadradas em grau de risco 3 ou 4, esse prazo também


poderá ser ampliado por até mais 90 dias, em decorrência de negociação coletiva.
272
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Essa negociação coletiva deverá, obrigatoriamente, ser assistida por profissional


indicado de comum acordo entre as partes ou por profissional do órgão local
competente em segurança e saúde do trabalho.

Entretanto, as empresas poderão ser obrigadas a realizar o exame médico demissional


independentemente da época de realização de qualquer exame, quando suas condições
representarem potencial de risco grave aos empregados.

A realização do exame será por determinação do Delegado Regional do Trabalho, com


base em parecer técnico conclusivo da autoridade regional competente em matéria de
segurança e saúde do trabalhador, ou em decorrência de negociação coletiva.

Os órgãos homologadores têm exigido, por ocasião da homologação das rescisões de


contrato de trabalho, o exame médico demissional.

ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL

Para cada exame médico realizado pelo PCMSO deverá ser emitido, em duas vias, o
Atestado de Saúde Ocupacional (ASO).

A primeira via do ASO deve ficar à disposição da fiscalização do trabalho, devidamente


arquivada no local de trabalho, inclusive nas frentes de trabalho ou canteiros de obras.

A segunda via do atestado deve ser obrigatoriamente entregue ao empregado, mediante


recibo na primeira via.

O atestado médico deverá conter, no mínimo: 

- Nome completo do empregado, o número de registro de sua identidade e sua função;

- Os riscos ocupacionais específicos existentes, ou a ausência deles, na atividade do


empregado, conforme instruções técnicas expedidas pela Secretaria de Segurança e
Saúde no Trabalho(SSST);

  - Indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o empregado, inclusive os


exames complementares e a data em que foram realizados;

  - Nome do médico coordenador, quando houver com o respectivo CRM;

  - Definição de apto ou inapto, para a função especifica que o trabalhador vai exercer,
exerce ou exerceu;  

- Nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato;

 - Data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo contendo seu número


de inscrição no CRM.

O histórico clínico do empregado deve ser registrado em prontuário individual que


ficará sob a responsabilidade do médico coordenador do PCMSO ou seu sucessor,
quando for o caso.
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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Esse documento deverá ser arquivado, no mínimo, pelo período de 20 anos, contados a
partir do desligamento do empregado.

DOENÇAS PROFISSIONAIS

Uma vez constatada a ocorrência ou agravamento de doenças profissionais ou sendo


verificadas alterações que revelem qualquer tipo de disfunção de órgão ou sistema
biológico o médico coordenador ou encarregado do PCMSO deverá tomar as seguintes
medidas:

 Solicitar á empresa a emissão da Comunicação de Acidentes do Trabalho(CAT);


 Indicar, quando necessário, o afastamento do trabalhador da exposição ao risco,
ou do trabalho;

Encaminhar o trabalhador á Previdência Social para estabelecimento de nexo casual,


avaliação de incapacidade e definição de conduta previdenciária em relação ao trabalho;

Orientar ao empregador quanto á necessidade de adoção de medidas de controle no


ambiente de trabalho.

PRIMEIROS SOCORROS

Em todos os estabelecimentos deve ser mantido material necessário à prestação de


primeiros socorros, guardado em local adequado sob os cuidados de pessoa
devidamente treinada para esse fim.

O equipamento destinado à prestação do socorro deve ser apropriado às características


da atividade desenvolvida na empresa.

Prevenção de Doenças Relacionadas  ao  Trabalho; 


A palavra prevenção, segundo o dicionário , significa ato ou efeito de prevenir-se, ou
seja, fazer ou ver antes. Pensando desta forma, qualquer intervenção preventiva é aquela
que tenta antever e realizar ações para evitar possíveis situações prejudiciais à saúde do
colaborador. Mas muitas se tornam ineficazes, sem o efeito esperado. Muitas empresas,
na ânsia de prevenir e dar qualidade de vida aos seus colaboradores, atropelam alguns
critérios importantes e, por fim, acabam investindo muito dinheiro e obtendo pouco
resultado.

E como fazer? Inicialmente, qualquer empresa que queira realmente melhorar a


qualidade de vida dos seus colaboradores deve estar aberta a ouvir sua equipe. É
necessário dar ao indivíduo com queixas a possibilidade de expor suas súplicas sem
medo de ser perseguido a partir de então. Fortalece-se, desta forma, uma relação de
trabalho confiável e saudável.

Após abrir este importante canal de comunicação, a empresa deverá fazer um


levantamento criterioso dos problemas que acometem a equipe, verificando a sua real
existência e suas incidências. Uma vez realizado este reconhecimento da saúde geral
dos trabalhadores, deve-se levantar os problemas mais comuns e fazer um estudo

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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

individualizado para descobrir de que forma estão ou não relacionados às rotinas de


trabalho de cada um, sendo importante nesta fase o auxílio de profissionais preparados.

Para um trabalho de prevenção eficaz, deve ser feito um estudo das condições de
trabalho, considerando fatores que, em geral, levam a problemas físicos, tais como:
fatores biomecânicos (equipamento, repetitividade, força empregada nas tarefas,
posturas inadequadas, vibração e compressão); fatores psicossociais (estresse no
ambiente, conflitos no relacionamento interpessoal); fatores de organização do trabalho
(ritmo acelerado, prêmios por produtividade, horas extras, trabalhos repetitivos ou
monótonos e ausência de pausas); fatores ambientais (iluminação, ruído,temperatura,
equipamentos inadequados e mobiliário sem especificações ergonômicas). A junção
negativa de cada um destes fatores resulta numa péssima e desastrosa qualidade de vida
do colaborador, levando a empresa a desenvolver sérios problemas de saúde
ocupacional.

Depois de todo este levantamento e análise, deve-se agir como num jogo de xadrez:
primeiro, tente eliminar os fatores de risco e, caso isso não seja possível, proteja os
colaboradores desses problemas. Isso pode ser feito, muitas vezes, com o uso de
equipamentos mais adequados, orientações de forma de trabalho e fornecendo ao
funcionário recursos de proteção direcionada.

Após essas ações, deve-se investir num mecanismo de defesa e preparo para a função,
adaptando todo o posto de trabalho e o indivíduo.

Em geral, o trabalho é realizado para anular os fatores já citados e só após isso começa o
investimento em programas de atividades físicas que visam prevenir ou compensar
esforços lesivos. Um programa bem feito e aplicado na hora certa coroa com grande
êxito toda a intervenção preventiva, elevando, e muito, a qualidade de vida dos
colaboradores, a produtividade da empresa e também sua imagem perante a comunidade
e o mercado, atraindo bons funcionários e negócios.

Concluindo, a empresa que quiser estar com a melhor equipe, com bons índices de
produtividade e com investimentos válidos nesta área deverá começar por conhecer a si
mesma. É preciso entender todas as suas necessidades e, por fim, direcionar seus
esforços seguindo critérios confiável e guiados por bons profissionais de saúde
envolvidos em todo este processo.

PREVENIR AS DOENÇAS DO TRABALHO

Conceber postos de trabalho corretos


Embora sem números precisos calcula-se que os custos economicos das doenças
causadas pelo trabalho nos Estados Membros da União Europeia, antes do alargamento,
variavam entre 2,6 a 3,8% do produto interno bruto e tinham ainda como consequência,
para além do sofrimento, a perda de 600 milhões de dias de trabalho.
Curiosamente uma parte substancial destes custos, talvez entre 40 a 50%, seria imputada
ás perturbações ou lesões músculo-esqueléticas. Esta doença afeta muito mais as
mulheres que os homens e deve-se em larga medida a trabalhos repetitivos, posturas
inadequadas e ao levantamento de cargas
275
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Todavia, muitas destas doenças podem ser evitadas com a intervenção técnica
(ergonomica) para modificar a organização do trabalho e a concepção dos locais e
postos de trabalho, concretizando assim o normativo comunitário e a legislação
nacional.
A prevenção dos riscos ligados aos postos de trabalho
A deficiente concepção dos postos de trabalho está frequentemente na base dos riscos
de acidente e doença profissional como cortes, esmagamentos, fadiga, lombalgias e
lesões músculo-esqueléticas. A falta de informação e formação impede, por vezes, os
gestores/empregadores e trabalhadores de darem mais atenção a este fato.
Uma correta concepção dos postos de trabalho exige que se tenham em consideração
vários aspectos, nomeadamente:
- As tarefas desempenhadas;
- As posturas dos trabalhadores que devem ser adequadas à atividade a desenvolver;

- Disposição e dimensão dos postos de trabalho;

- Planos de trabalho (quer seja para manipulação, quer para depósito de peças e
produtos);

- Localização dos comandos e meios de sinalização e visualização;

- Existência de obstáculos dificultando o alcance ou a visão.

- No trabalho sentado deve existir espaço suficiente para as pernas, assentos e apoios de
pé bem concebidos e o trabalhador deve levantar-se frequentemente.

- Para o trabalho de pé será necessário ter em conta o espaço suficiente para os pés,
apoios adequados e uso frequente de comando por pedal.

- No trabalho com computadores, para além de medidas ao nível da iluminação para


evitar reflexos, é necessário utilizar mobiliário adequado, nomeadamente mesa e cadeira
ergonomicas, adaptáveis ao corpo do trabalhador e apoio para os pés. Este trabalho
exige pausas, ou mudança de atividade, bem como exames periódicos à vista.

Um posto de trabalho informático, inclusive para trabalho no domicílio, não deve ser
menosprezado. Por vezes, damos muita importância à máquina e pouca ao respectivo
mobiliário e ambiente.

No caso de existirem pessoas deficientes nos locais de trabalho e no quadro da não


discriminação é necessário conceber postos de trabalho para os mesmos.
Não podemos esquecer, no entanto, que para encontrar uma solução eficaz ao nível da
prevenção é necessário observar a situação real de trabalho, porque muitos fatores
dependem da atividade e do posto de trabalho concretos.
Uma boa concepção dos locais e postos de trabalho integra na fase de projeto as
medidas de prevenção dos riscos profissionais, permitindo assim a redução de custos
devidos a medidas corretivas evitáveis, trabalhos de manutenção e acidentes. Aquilo

276
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

que eventualmente se gasta em assessoria técnica (ergonómica) não será um custo mas
um investimento na medida em que se pode melhorar a produtividade, a qualidade e o
bem-estar dos trabalhadores.
Programa de prevenção
Um programa de prevenção em uma empresa inicia-se pela criteriosa identificação dos
fatores de risco presentes na situação de trabalho. Deve ser analisado o modo como as
tarefas são realizadas, especialmente as que envolvem movimentos repetitivos,
movimentos bruscos, uso de força, posições forçadas e por tempo prolongado.
Aspectos organizacionais do trabalho e psicossociais devem ser especialmente
focalizados.
Prevenção significa abordar as causas na sua fonte, analisando os ambientes de
trabalho, para a eliminação/minimização dessas causas ou a redução de sua influência,
bem como conscientizando os empregados em todos os níveis, inclusive empregadores,
para a sua efetiva participação no programa. A prevenção de lesões é o fundamento
principal de toda a programação de segurança satisfatória. Tanto o trabalhador como a
empresa tem que assumir seu respectivo papel nessa responsabilidade.

É muito importante que haja incentivo da direção para o trabalho de investigação


dos resultados. Infelizmente, há carência de estudo nesse campo. O incentivo para o
trabalhador é pouco, ao contrário da cobrança da produtividade que na maioria das
vezes ultrapassa toda a orientação baseada na segurança. O respeito pelo limite de
segurança é a maior lição na prevenção das lesões.

Para encontrar soluções que resolvam ou diminuam os problemas relacionados é


necessário conhecer o processo de trabalho, uma medida que pode ser adotada são as
pausas durante as jornadas.

Alguns métodos a serem utilizados como prevenção:


· Modificação do mobiliário:
· Conforto é essencial para a prevenção.
· Os postos de trabalho devem ser feitos para acomodar o trabalhador no seu
ambiente para que ele tenha uma movimentação eficiente e segura.
· As operações mais freqüentes devem estar ao alcance das mãos.\As máquinas
devem se posicionar de forma que o trabalhador não tenha que se curvar ou
torcer o tronco para pegar ou utilizar ferramentas com freqüência.
· A mesa deve ser planejada de acordo com a altura de cada pessoa e ter
espaço para as movimentações das pernas.
· As cadeiras devem ter altura para que haja apoio dos pés, formato anatômico
para o quadril e encosto ajustável ao trabalhador.
· Planejamento dos métodos de trabalho.
· Pausas - As pausas nos trabalho devem permitir principalmente um alívio para
os músculos mais ativos. Diferente da pausa para a recuperação do esforço
físico pesado.
· Rodízio de funcionário, em determinados setores.
· Ginástica Laboral.
· Orientação ergonômica quanto ao mobiliário e equipamentos

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Embora normas técnicas ajudem a estabelecer alguns parâmetros, o resultado de


um programa de prevenção de agravos decorrentes do trabalho em uma empresa,
depende da participação e compromisso das pessoas envolvidas, em especial a direção
da empresa, passando pelos diversos níveis hierárquicos, incluindo trabalhadores e seus
sindicatos, supervisores, copeiros, profissionais da saúde e de serviço de segurança do
trabalho, gerentes e cargos de chefia.

Para a concretização dessas ações preventivas há necessidade de mudança de


comportamentos e hábitos já cristalizados na vida das pessoas, que priorizam os
objetivos técnico/administrativos, deixando de lado os valores humanos que preservam
e promovem a saúde.

A consciência da prevenção é uma ação que requer mobilização interior e individual,


que é um processo demorado e difícil, pois reserva um papel importante especialmente
para as áreas da educação e da saúde, ainda em processo de construção no nosso país.

Empregadores e empregados devem envidar esforços no sentido de aprimorar o


ambiente de trabalho, pela análise dos equipamentos, tarefas, sistemas e organização do
trabalho. Manter um ambiente de trabalho seguro e saudável é responsabilidade do
empregador e deve contar com a colaboração dos empregados.

Suporte  Básico  à  Vida;  


Suporte Básico de Vida (SBV) ou sequência de Reanimação Cardio-Pulmunar (RCP) é
o termo genérico aplicável ao conjunto de medidas utilizadas para restabelecer a vida de
uma vítima em paragem ventilatória (sem funcionamento do aparelho respiratório) e em
paragem cardíaca (sem funcionamento do sistema cardio-respiratório), nomeadamente a
avaliação inicial, libertação da via aérea, ventilação e compressão cardíaca externa.
Por definição, o SBV implica que seja praticado sem recurso a qualquer equipamento.
As manobras de SBV devem ser iniciadas tão depressa quanto possível e as suas etapas
devem ser executadas na seguinte ordem:
A – AIRWAY – Via aérea
B – BREATHING – Ventilação
C – CIRCULATION – Circulação
O principal objetivo da execução das manobras de SBV é o fornecimento de oxigênio
ao cérebro e ao coração, até que possa ser instituído tratamento médico e se restabeleça
o normal funcionamento cardíaco e ventilatorio, pelo que um rápido início do SBV é a
chave de sucesso na RCP.

Sequencia das ações em SBV

1. Avaliar as condições de segurança no local, isto é, garantir a segurança do socorrista


e da vítima.
2. Avaliar o estado de consciência da vítima, verificar se esta responde (abanar
suavemente, chamar em voz alta).
- se responder – verificar se tem lesões
- estimula-la com frequência
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- procurar ajuda se necessário


- se não responder – GRITE POR AJUDA
3. Permeabilização da via aérea (extensão da cabeça, elevação da mandíbula, procurar
respiração normal, ver – ouvir – sentir; durante 10 seg.), verificar se respira:
- se respira: - colocar a vítima em posição lateral de segurança
- reavaliar frequentemente
- chamar ajuda (se possível enviar alguém para ligar o 112)
- se não respira: - IR BUSCAR AJUDA
- desobstruir a via aérea
- fazer duas ventilações (soprar lentamente (2 seg) até elevação do tórax; fazer 2ª
insuflação após o tórax ter relaxado totalmente)

4. Avaliar sinais de circulação (verificar se tem circulação – pulso):


- procurar respiração normal, tosse ou movimentos
- pesquisar pulso carotídeo (no pescoço)
- não demorar mais de 10 segundos
- se apresentar algum sinal de circulação, mas não respira, continuar ventilações (10 por
minuto) e reavaliar sinais de circulação (uma vez por minuto).
- na ausência de sinais de circulação
- fazer 15 compressões deprimindo o tórax 4 a 5 cm, a uma frequência de 100 por
minuto
- fazer duas insuflações após cada ciclo de 15 compressões

5. Continuar manobras de SBV, até:


- chegar ajuda
- a vítima recuperar
- o socorrista ficar exausto.

Elementos  de  Ergonomia: 


Conforto  ambiental; 
O conforto ambiental tem como objetivo adequar os princípios físicos envolvidos e as
necessidades de caráter ambiental - higrotérmicas, visuais, acústicas e da qualidade do
ar interno e externo - aos projetos construtivos.

Dicas para condições ambientais de conforto:

Cores
As cores influencia no conforto ambiental e tem sido amplamente estudado. Gropius
(1945) em seu livro  Nova Arquitetura menciona que: "cor e textura de superfície têm,
por assim dizer, uma existência própria e emitem energias físicas, que são até
mensuráveis. O efeito pode ser quente ou frio, aproximativo ou retrocessivo em relação
a nós, de tensão ou de repouso, ou mesmo repulsivo ou atraente."
 
Relação das cores com influencia sobre o animo

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estimulação mental, concentração.


Amarelo
Incentiva a conversação;
tem efeito tranqüilizante e
Azul
refrescante. Evita a insônia;
o excesso de claridade pode lavar a
Branco
um cansaço mental;
estimulante, dá um ar social ao
Laranja
ambiente;
sedante, pode causar sensação de
Lilás
frustração;
aconchega, traz calor sem
Rosa
excitação;q
recompõe, equilibra. Efeito
Verde
regenerador;
excitante, pode deixar as pessoas
Vermelho
agitadas e irritadiças.
                          

RUÍDO
Segundo Koenigsberg et alli, contra o ruído exterior, dispomos dos seguintes meios de
proteção:
Distancia,
Não utilização de zonas de som dirigido,
Utilização de barreiras contra ruídos,
Posicionamento das aberturas,
Utilização de materiais isolantes.

Para ruídos gerados dentro do edifício os mesmos autores listam as seguintes medidas a
serem consideradas:
Redução na fonte de ruído,
Isolamento da fonte através de barreiras absorventes,
Zoneamento das atividades,
Redução dos ruídos produzidos por impactos,
Utilização de superfícies absorventes,
Utilização de construções herméticas com isolamento acústico,
Redução da transmissão sônica pelas estruturas mediante descontinuidades

Estas medidas serão consideradas uma a uma:

a) Distância: como já observado, as áreas  situadas em interstícios urbanos estão mais


sujeitas ao ruído, sobretudo se próximas a vias de tráfego intenso. Neste caso, o edifício
deve situar-se o mais distante possível dessa fonte sonora. A duplicação da distância
reduz o nível de ruído em 6 dB.

b) Não utilização de zonas de ruído dirigido: as paradas de ônibus e/ou semáforos


constituem locais pontuais geradores de ruídos.  A diferença desse exemplo com o do
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item anterior (via de tráfego interno como fonte sonora) reside no fato de ser mais fácil
remanejar mobiliários urbanos do que todo um sistema de circulações de veículos.

c) utilização de barreiras como telas de proteção contra o ruído: O croqui da página


seguinte ilustra o efeito das telas de proteção produzido por determinadas barreiras.

d) posicionamento das aberturas: as aberturas,  deverão estar voltadas para locais menos
ruidosos. As aberturas normalmente são os pontos mais frágeis à penetração do ruído.  

e) isolamento sonoro para o edifício: a utilização de materiais isolantes acústicos, pelo


custo que acarretam (ou mesmo por gerarem condições de desconforto térmico em
alguns casos) ter prioridade sobre os sistemas de controle mais passivos, como os
apresentados anteriormente. Para o caso de uma necessária utilização de materiais como
isolantes acústicos apresenta-se em anexo relação de materiais utilizados em paredes,
janelas portas e entrepisos com os respectivos níveis de redução da intensidade dos
ruídos (em dB).

f) redução da fonte do ruído: Os ruídos produzidos por alguns equipamentos


(compressores, motores, geradores) em determinadas zonas de atividades de um ES
podem ser reduzidos através do amortecimento de suas vibrações mecânicas. São
utilizados para tal fim os seguintes materiais: tecidos, feltros, linóleos, lã de vidro,
placas, de eucatex, isopor, poliestireno, neoprene etc. De Carvalho (1967) extraiu-se o
exemplo, ilustrado a seguir, onde através da utilização de placas isolantes foi observada
uma redução de vibração no compressor da ordem de 90%:

Organização  do  trabalho; 


A Ergonomia tem os seus objetivos centrados na humanização do trabalho e na
melhoria da produtividade. As condições de trabalho incluem todos os fatores que
possam influenciar na performance e satisfação dos trabalhadores na organização.
Isso envolve o trabalho específico, o ambiente, a tarefa, a jornada de trabalho, o horário
de trabalho, salários, além de outros fatores cruciais relacionados com a qualidade de
vida no trabalho, tais como nutrição, nível de atividade física habitual e todas condições
de saúde em geral.
O desempenho dos indivíduos dentro de uma organização está diretamente ligado à
conformidade entre os seus valores pessoais e os valores da organização, ou seja, a
cultura, e o clima organizacional. É evidente, também, que em função desta
conformidade, o empregado passa a sentir-se como parceiro e participante do processo,
resultando a sua conveniência dentro da organização não somente na satisfação das suas
necessidades econômicas, mas também, na realização das suas necessidades de auto
realização profissional dentro de um ambiente de trabalho bastante agradável.
Segundo a Norma Reguladora do Ministério do Trabalho relativa à Ergonomia - NR-17,
a organização do trabalho deve ser adequada às características psicofisiológicas dos
trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Para efeito desta NR, deve levar em consideração, no mínimo:


  As normas de produção;
  O modo operatório;
  A exigência de tempo;
  A determinação do conteúdo de tempo;
  O ritmo de trabalho; e
  O conteúdo das tarefas.
Iida (1993) define a Ergonomia como o estudo da adaptação do trabalho ao homem.
Neste contexto o autor alerta para a importância de se considerar além das máquinas e
equipamentos utilizados para transformar os materiais, também toda a situação em que
ocorre o relacionamento entre o homem e o seu trabalho, ou seja, não apenas o ambiente
físico, mas também os aspectos organizacionais de como esse trabalho é programado e
controlado para produzir os resultados desejados.
Os serviços realizados na zona rural, via de regra, caracterizam-se por trabalho intensivo
onde freqüentemente exige-se dos agricultores alta produtividade em tempo limitado,
porém em condições inadequadas de trabalho, com problemas de ambiente,
equipamentos e processos. Tais condições acabam levando à insatisfações, cansaços
excessivos, queda de produtividade, problemas de saúde e acidentes de trabalho.
Produtividade e qualidade não se alcançam com treinamento puro e simples de pessoal
mas andam de mão dadas com outros critérios ergonômicos, os quais têm como
principal campo de ação a concepção de meios de trabalho adaptados às características
fisiológicas e psicológicas do homem e de suas atividades (Odebrecht et al, 1993).
A pressão temporal da produção e a pouca flexibilidade do sistema, como problemas
gerados pelas características do produto envolvendo perecibilidade e cuidados de
manipulação (como é o caso da produção de leite), e a necessidade da produção ter que
ajustar-se aos horários de entrega ou transbordo do produto ao laticínio, criam situações
de tensão.
Para corrigir essa situação, diversas fazendas/empresas rurais estão buscando filosofias
administrativas cujo foco são as necessidades dos agricultores, uma vez que a
capacidade do trabalhador é o mais importante fator de produtividade levando-se em
conta que a capacidade humana é fortemente afetada pelas normas de produção,
projetos de produtos ou serviços, layout das instalações e projeto dos equipamentos.
Em relação aos recursos humanos, diversos autores (Duke e Sneed, 1989; Vyskocil-
Czajkowski e Gilmore, 1992; Visocan et al, 1993; Hsieh et al, 1994), têm considerado
as características do trabalho como um significante fator predisponente para a satisfação
do trabalho e ao mesmo tempo capaz de reduzir as taxas de absenteísmo e turnover,
aumentar a produtividade, melhorar a moral, a motivação e desempenho dos
trabalhadores, ajudar no recrutamento, na base de conhecimento e técnicas de trabalho.
A análise ergonômica do trabalho, conduzida de maneira ampla e procurando observar o
contexto organizacional e de trabalho, permite identificar e avaliar como as diversas
condicionantes tecnológicas, econômicas, organizacionais e sociais afetam o trabalho
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dentro da empresa e conduz ao estabelecimento do quadro geral de necessidades da


organização (Gontijo e Souza, 1993).
Soluções para o(s) problema(s)
Kazarian (1989) e Kotschevar (1985) têm escrito extensivamente sobre produtividade e
ambos advertem que o melhor caminho para alcançar a produtividade é planejar áreas
de trabalho de forma que os trabalhadores não tenham que alcançar objetos e se deslocar
além de certos limites, pois se as limitações e capacidades do homem, forem respeitadas
na sua atividade de trabalho, isso proporcionará uma performance mais criativa, mais
inteligente e portanto mais eficiente.

Segundo Hotchkin (1979), vários experts têm advertido para uma melhor administração
de pessoal, incluindo treinamento, maior motivação, estudos de tempo e movimento e
simplificação do trabalho. Alguns consultores e projetistas de equipamentos
recomendam melhor layout e equipamentos modernos para reduzir o trabalho.
Um aspecto interessante das questões discutidas aqui, é que a motivação de um
trabalhador não depende unicamente do administrador, mas é um processo que vem de
dentro e é afetado pelo ambiente de trabalho e estilo administrativo do administrador.
Isso nos leva a pensar na relação entre produtividade e aspectos culturais.

Mobiliário  e equipamentos dos postos de trabalho; 


Posto de Trabalho
Toda atividade de trabalho está inserida numa dada área, num certo espaço. O ambiente
físico ou posto de trabalho, pode favorecer ou dificultar a execução do mesmo. Seus
componentes podem ser fonte de insatisfação, desconforto, sofrimento e doenças ou
proporcionar a sensação de conforto.

A Portaria número 3751 de 23/11/90 criou a Norma Regulamentadora NR-17


(Ergonomia) do Ministério do Trabalho - MTE, que obriga as empresas regidas pela
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT a realizar a Análise Ergonômica das
Condições de Trabalho e a adequar as condições de trabalho a proporcionar conforto e
segurança nas tarefas e atividades realizadas nos postos e ambientes de trabalho.

A Análise Ergonômica de que trata a Norma, diz respeito a 4 frentes:


 Levantamento, transporte e descarga individual de materiais;
 Mobiliário do posto de trabalho;
 Condições ambientais de trabalho; e
 Organização do trabalho.

1 - Carga Manual
Sempre que possível, o levantamento, o transporte e a descarga manual de objetos
pesados devem ser evitados.

2 - Mobiliário

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Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem ser adequados às


características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser
executado. Adequados à natureza do trabalho significa que os equipamentos devem
facilitar a execução da tarefa específica. No uso das máquinas agrícolas, por exemplo,
uma série de exigências ergonômicas devem ser respeitadas.

Às vezes, uma simples cadeira ergonômica (como a da foto ao lado), pode fazer a
diferença. A altura de uma bancada pode estar adequada a uma pessoa alta, mas não
para outra, baixa. Produtos e postos de trabalho inadequados provocam tensões
musculares, dores e fadiga. Ás vezes, podem levar a lesões irreversíveis. Na maioria dos
casos, os problemas podem ser evitados com a melhoria dos postos de trabalho e dos
equipamentos em uso no trabalho (Guimarães, 1998).

3 - Ambiente de Trabalho
Todos sabem que a atividade agrícola, muitas vezes, está sujeita a raios e trovoadas. A
abordagem ambiental sob a ótica da Ergonomia, é centrada no ser humano e abrange
tanto o critério da saúde quanto os de conforto e desempenho.
Assim, com relação ao posto de trabalho, principalmente nos ambientes cobertos
(residência, galpão, escritório, fábrica, armazém, silo, etc.), devem ser observados os
cuidados construtivos e operativos necessários para propiciar ao trabalhador: conforto
térmico, acústico, luminosidade, instalações sanitárias e locais para dessedentação e
descanso.

4 - Organização do Trabalho
A organização do trabalho define quem faz o que, como e em quanto tempo. É a divisão
dos homens e das tarefas, principalmente nas empresas agropecuárias, vez que, quando
o agricultor é o proprietário e trabalha a sua própria terra, é o dono do seu nariz e
organiza o trabalho ao seu jeito, sem interferência da figura do patrão.
Na agricultura, como são menores as exigências de tempo (quando comparado com o
trabalho nas cidades), os mais idosos conseguem permanecer na ativa, mesmo tendo
atividade física geral bem mais intensa que na indústria.

Ergonomia
NR17 - Redação dada pela Portaria nº 3.751, de 23/11/1990
17.1 Esta Norma Regulamentadora visa estabelecer parâmetros que permitam a
adaptação das condições de trabalho às características psico-fisiológicas dos
trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente.
17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos, relacionados ao levantamento,
transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições
ambientais do posto de trabalho e a própria organização do trabalho.
17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características psico-
fisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do
trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho conforme
estabelecido nesta Norma Regulamentadora.
17.2. Levantamento, transporte e descarga individual de materiais.
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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

17.2.1. Para efeito desta Norma Regulamentadora:


17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso da carga é
suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a
deposição da carga.
17.2.1.2. Transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada de
maneira contínua ou que a inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual de
carga.
17.2.1.3. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a dezoito anos
e maior de quatorze anos.
17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas, por um
trabalhador, cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua segurança.
17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de cargas, que não
as leves, deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos métodos de
trabalho que deverá utilizar com vistas a salvaguardar sua saúde e prevenir acidentes.
17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas, deverão ser
usados meios técnicos apropriados.
17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o transporte
manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente inferior àquele
admitido para os homens, para não comprome ter a sua saúde ou sua segurança.
17.2.6. O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsao ou tração de
vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou qualquer outro aparelho mecânico deverão ser
executados de forma que o esforco físico realizado pelo trabalhador seja compatível
com sua capacidade de forca e não comprometa a sua saúde ou sua segurança.
17.2.7. O trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecânico de
ação manual deverá ser executado de forma que o esforço físico realizado pelo
trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde
ou sua segurança.
17.3. Mobiliário dos postos de trabalho.
17.3.1. Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de
trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição.
17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito de pé, as bancadas,
mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa
postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes requisitos mínimos:
a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo de
atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a altura do
assento;
b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador;
c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e movimentação
adequados dos segmentos corporais. 17.3.2.1. Para trabalho que necessite tambem a
utilização dos pés, além dos requisitos estabelecidos no subitem 17.3.2, os pedais e
demais comando para acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões
que possibilitem fácil alcance, bem como ângulos adequados entre as diversas partes do
corpo do trabalhador, em função das características e peculiaridades do trabaIho a ser
executado.
17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes
requisitos mínimos de conforto:
a) altura ajustável a estatura do trabalhador e a natureza da função exercida;
b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;
c) borda frontal arredondada;
285
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar.
17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da
análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés que se adapte ao
comprimento da perna do trabalhador.
17.3.5. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser
colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os
trabalhadores durante as pausas.
17.4. Equipamentos dos postos de trabalho.
17.4.1. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar
adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e a natureza do trabalho
a ser executado.
17.4.2. Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação, datilografia
ou mecanografia deve:
a) ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado
propocionando boa postura, visualização e operação evitando movimentação frequente
do pescoço e fadiga visual;
b) ser utilizado documento de fácil legibilidade, sempre que possível, sendo vedada a
utilização de papel brilhante. ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento.
17.4.3. Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com
terminais de vídeo, devem observar o seguinte:
a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à
iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos
de visibilidade ao trabalhador;
b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao trabalhador ajustá-lo
de acordo com as tarefas a serem executadas;
c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as
distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais;
d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável. 17.4.3.1. Quando
os equipamentos de processamento eletrônico de dados com terminais de video forem
utilizados eventualmente, poderão ser dispensadas as exigências previstas no subitem
17.4.3, observada a natureza das tarefas executadas e levando-se em conta a análise
ergonômica do trabalho.
17.5. Condições ambientais de trabalho.
17.5.1. As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às características
psico-fisiológicas dos trabalhadores e a natureza do trabalho a ser executado.
17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação
intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, Iaboratórios, escritórios,
salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as
seguintes condições de conforto:
a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma brasileira
registrada no INMETRO.
b) índice de temperatura efetiva entre 20 e 23 ºC.
c) velocidade do ar não superior a 0,75 m/s.
d) umidade relativa ao ar não inferior a 40% (quarenta por cento). 17.5.2.1. Para as
atividades que possuem as características definidas no subitem 17.5.2, mas não
apresentam equivalência ou correlação com aquelas relacionadas na NBR 10152, o
nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB(A) e a curva de
avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB.
17.5.2.2. Os parâmetros previstos no subitem 17.5.2 devem ser medidos nos postos de
trabalho, sendo os níveis de ruído determinados próximos a zona auditiva e as demais
286
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

variáveis na altura do tórax do trabalhador.


17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou
artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade.
17.5.3.1. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.
17.5.3.2. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a
evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.
17.5.3.3. Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho
são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma brasileira registrada
no INMETRO.
17.5.3.4. A medição dos níveis de iluminamento previstos no subttem 17.5.3.3 deve ser
feita no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de luxímetro
com fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função do ângulo de
incidência.
17.5.3.5. Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no subitem
17.5.3.4 este será um plano horizontal a 0,75 m do piso.
17.6. Organização do trabalho.
17.6.1. A organização do trabalho deve ser adequada às características psico-
fisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.
17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em consideração, no
mínimo:
a) as normas de produção;
b) o modo operatório;
c) a exigência de tempo;
d) a determinação do conteúdo de tempo;
e) o ritmo de trabalho;
f) o conteúdo das tarefas. 17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular a
estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a
partir da análise ergonocoletivos de trabalho, observar o seguinte:
a) o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos trabalhadores
envolvidos nas atividades de digitação, baseado no número individual de toques sobre o
teclado, inclusive o automatizado, para efeito de remuneração e vantagens de qualquer
espécie;
b) o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser superior a
8.000 por hora trabalhada, sendo considerado toque real, para efeito desta NR, cada
movimento de pressão sobre o teclado;
c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite máximo de
5 (cinco) horas, sendo que no período de tempo restante à jornada, o trabalhador poderá
exercer outras atividades, observando o disposto no art. 468 da Consolidação das Leis
do Trabalho, desde que não exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual;
d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo; uma pausa de 10 minutos
para cada 50 minutos trabalhados. não deduzidos na jornada normal de trabalho;
e) quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou superior a
15 (quinze) dias, a exigência de produção em relação ao número de toques deverá ser
iniciada em níveis inferiores ao máximo estabelecido na alínea b e ser ampliada
progressivamente.

Princípios de Planejamento e Resposta a Emergências:


287
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Plano Nacional de Prevenção, Preparação e Resposta 


Rápida  a  Emergências  Ambientais  com  Produtos 
Químicos  Perigosos  -  P2R2.  (Decreto  federal 
5.098/2004  e  suas  alterações);

DECRETO Nº 5.098, DE 3 DE JUNHO DE 2004.

Dispõe sobre a criação do Plano Nacional de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida


a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos - P2R2, e dá outras
providências

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84,


inciso VI, alínea "a", da Constituição, e

        Considerando as referências da Constituição ao papel do poder público e da


sociedade, no que diz respeito às medidas de prevenção e proteção à saúde humana e ao
meio ambiente;

        Considerando o disposto no art. 5o da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, sobre


a Política Nacional de Meio Ambiente, determinando que as diretrizes da referida
Política sejam elaboradas sob a forma de normas e planos;

        Considerando os compromissos internacionais decorrentes da assinatura ou


ratificação mediante decretos legislativos, de instrumentos que tratam do controle de
produtos e resíduos químicos, tais como a Convenção de Roterdã sobre o Procedimento
de Consentimento Prévio Informado para o Comércio Internacional de Certas
Substâncias Químicas e Agrotóxicos Perigosos, a Convenção de Estolcolmo sobre os
Poluentes Orgânicos Persistentes e a Convenção de Basiléia sobre os Movimentos
Transfronteiriços de Resíduos Perigosos;

        Considerando as declarações e textos como a Agenda 21 da Conferência das


Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio-1992), que trata em
seus Capítulos 19 e 20, respectivamente, da gestão ambientalmente segura e prevenção
do tráfico ilícito de produtos químicos tóxicos e também dos resíduos tóxicos, e o Plano
de Implementação da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável
(Joanesburgo-2002), que determinou a elaboração da Abordagem Estratégica para a
Gestão Internacional de Substâncias Químicas;

        Considerando as diretrizes do Plano Plurianual 2004/2007, que incluem dentre os


seus objetivos a promoção da prevenção e redução de riscos e a mitigação de impactos
decorrentes de acidentes e emergências ambientais relacionadas às atividades químicas
que podem ocasionar contaminação ao homem e ao meio ambiente;

        DECRETA:

288
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

        Art. 1o  Fica criado o Plano Nacional de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida


a Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos - P2R2, com o objetivo
de prevenir a ocorrência de acidentes com produtos químicos perigosos e aprimorar o
sistema de preparação e resposta a emergências químicas no País.

        Parágrafo único.  O P2R2 será constituído de ações, atividades e projetos a serem


formulados e executados de forma participativa e integrada pelos governos federal,
distrital, estaduais e municipais e pela sociedade civil, e observará os princípios,
diretrizes estratégicas e a organização definidos neste Decreto.

        Art. 2o  São princípios orientadores do P2R2, aqueles reconhecidos como


princípios gerais do direito ambiental brasileiro, tais como:

        I - princípio da informação;

        II - princípio da participação;

        III - princípio da prevenção;

        IV - princípio da precaução;

        V - princípio da reparação; e

        VI - princípio do poluidor-pagador.

        Art. 3o São diretrizes estratégicas do P2R2:

        I - elaboração e constante atualização de planejamento preventivo que evite a


ocorrência de acidentes com produtos químicos perigosos;

        II - identificação dos aspectos legais e organizacionais pertinentes a tais


ocorrências;

        III - criação e operação de estrutura organizacional adequada ao cumprimento das


metas e dos objetivos estabelecidos no P2R2;

        IV - estímulo à adoção de soluções inovadoras que assegurem a plena integração


de esforços entre o poder público e a sociedade civil, especialmente no âmbito dos
Estados e Municípios;

        V - definição das responsabilidades respectivas do poder público e dos setores


privados em casos de acidentes com produtos químicos perigosos, e dos compromissos
a serem assumidos pelas partes de proteger o meio ambiente e a saúde da população;

        VI - desenvolvimento e implementação de sistemas de geração e compilação de


informações essenciais à execução eficaz do P2R2, integrando as ações de controle
(licenciamento e fiscalização) e de atendimento a emergências, com as atividades de
produção, armazenamento, transporte e manipulação de produtos químicos perigosos,
bem como assegurando ao cidadão o acesso à informação sobre os riscos de acidentes
com produtos químicos perigosos;
289
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

        VII - mobilização de recursos humanos e financeiros apropriados e suficientes para


assegurar os níveis de desempenho estabelecidos pelo P2R2;

        VIII - fortalecimento da capacidade de gestão ambiental integrada dos órgãos e


instituições públicas no âmbito federal, distrital, estadual e municipal, para o
desenvolvimento de planos de ações conjuntas, no atendimento a situações
emergenciais envolvendo produtos químicos perigosos, estabelecendo seus níveis de
competência e otimizando a suficiência de recursos financeiros, humanos ou materiais,
no sentido de ampliar a capacidade de resposta; e

        IX - aperfeiçoamento contínuo do P2R2 por meio de processo sistemático de


auditoria e avaliação do desempenho e da revisão periódica das diretrizes, dos objetivos
e das metas.

        Art. 4o  A estrutura organizacional incumbida de formular e supervisionar a


execução do P2R2, compreendendo os projetos e as ações de prevenção, preparação e
resposta rápida a acidentes ambientais com produtos químicos perigosos nos âmbitos
federal, distrital e estadual, bem como a articulação e proposição de parcerias com
órgãos públicos e entidades privadas afins, com vistas à sua implementação, constará,
basicamente, da Comissão Nacional do P2R2 (CN - P2R2) e de Comissões Estaduais e
Distrital do P2R2 (CE - P2R2 e CD - P2R2).

        Parágrafo único.  A critério das autoridades estaduais e distrital, as CE - P2R2 e


CD - P2R2 poderão ser substituídas por estruturas equivalentes, desde que formalmente
constituídas.

        Art. 5o  A CN - P2R2 terá a seguinte composição:

        I - um representante de cada Ministério a seguir indicado:

        a) do Meio Ambiente, que a coordenará;

        b) da Integração Nacional;

        c) da Saúde;

        d) de Minas e Energia;

        e) do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;

        f) do Trabalho e Emprego;

        g) dos Transportes; e

        h) da Justiça;

        II - cinco representantes de cada instituição a seguir indicada:

        a) Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Meio Ambiente - ABEMA; e

290
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        b) Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente - ANAMMA;

        III - dois representantes de organizações não-governamentais e do setor privado.

        § 1o  Os representantes de que tratam os incisos I e II, e seus respectivos suplentes,
serão indicados pelos titulares dos Ministérios e instituições representados.

        § 2o  Os representantes de que trata o inciso III, e seus respectivos suplentes, serão
indicados pelos segmentos representados.

        § 3o  Os representantes de que tratam os incisos I a III, e seus respectivos suplentes
serão designados pelo Ministro de Estado do Meio Ambiente.

        § 4o  A CN - P2R2 contará com uma secretaria-executiva e poderá constituir


grupos de apoio a emergências e de preparação a resposta, bem assim comitês técnicos
para finalidades específicas.

        Art. 6o Compete à CN - P2R2:

        I - zelar pela observância dos princípios e assegurar o cumprimento do objetivo


geral e das diretrizes estratégicas do P2R2;

        II - articular e propor parcerias com órgãos públicos e entidades privadas afins,
visando à implementação do P2R2;

        III - identificar as oportunidades e estimular o aperfeiçoamento dos instrumentos


de gestão do P2R2;

        IV - proceder à análise de acidentes em conjunto com outras entidades, quando


julgar necessário;

        V - promover o desenvolvimento, implantação, atualização, padronização e acesso


ao sistema de informações do P2R2 e apoiar os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios nesse sentido;

        VI - divulgar e disseminar informações relativas ao P2R2, seus objetivos, diretrizes


e organização;

        VII - mobilizar os recursos humanos e financeiros de suporte ao plano, visando


garantir a implantação e manutenção do P2R2;

        VIII - incentivar a criação de Comissões Estaduais e Distrital e colaborar com elas


na implementação do P2R2;

        IX - apoiar as CE - P2R2, CD - P2R2 e entidades municipais, mediante solicitação


dessas, na ocorrência de acidentes de maior gravidade;

        X - elaborar o seu regimento interno e unidades vinculadas.

291
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        Art. 7o  A participação nas atividades das CN - P2R2 será considerada função
relevante, não remunerada.

        Art. 8o  Poderão ser convidados a participar das reuniões da CN - P2R2


representantes de órgãos públicos e entidades privadas afins.

        Parágrafo único.  As despesas decorrentes do desempenho da função de membros


na CN - P2R2 correrão à conta das dotações dos Ministérios, instituições e segmentos
representados.

        Art. 9o  Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 3 de junho de 2004; 183º da Independência e 116º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Marina Silva

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 4.6.2004

Resolução CONAMA 398/2008 e suas alterações;


(TEXTO ANEXO)
Noções de resposta à contingência em acidentes com
hidrocarbonetos líquidos e gasosos;
Esta categoria engloba por definição líquidos, mistura de líquidos ou líquidos contendo sólidos em solução ou
em suspensão, que produzem vapores inflamáveis a temperaturas de até 60,5º C em teste de vaso fechado.
Via de regra, as substâncias inflamáveis são de origem orgânica, como por exemplo hidrocarbonetos, álcoois,
aldeídos e cetonas, entre outros.

Para uma resposta mais segura às ocorrências envolvendo líquidos inflamáveis faz-se necessário o pleno
conhecimento de algumas propriedades físicas e químicas dos mesmos, antes da adoção de quaisquer ações.
Essas propriedades, assim como suas respectivas aplicações, estão descritas a seguir.

Ponto de Fulgor (Flash Point)


É a menor temperatura na qual uma substância libera vapores em quantidades suficientes para que a mistura
de vapor e ar logo acima de sua superfície propague uma chama, a partir do contato com uma fonte de ignição.

Considerando a temperatura ambiente numa região de 25º C e ocorrendo um vazamento de um produto com
ponto de fulgor de 15º C, significa que o produto nessas condições está liberando vapores inflamáveis,
bastando apenas uma fonte de ignição para que haja a ocorrência de um incêndio ou de uma explosão. Por
outro lado, se o ponto de fulgor do produto for de 30º C, significa que este não estará liberando vapores
inflamáveis.

Limites de Inflamabilidade
---Para um gás ou vapor inflamável queimar é necessária que exista, além da fonte de ignição, uma mistura
chamada "ideal" entre o ar atmosférico (oxigênio) e o gás combustível. A quantidade de oxigênio no ar é
praticamente constante, em torno de 21 % em volume.

292
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Já a quantidade de gás combustível necessário para a queima, varia para cada produto e está dimensionada
através de duas constantes : o Limite Inferior de Inflamabilidade (ou explosividade) (LII) e o Limite Superior de
Inflamabilidade (LSI).

O LII é a mínima concentração de gás que, misturada ao ar atmosférico, é capaz de provocar a combustão do
produto, a partir do contato com uma fonte de ignição. Concentrações de gás abaixo do LII não são
combustíveis pois, nesta condição, tem-se excesso de oxigênio e pequena quantidade do produto para a
queima. Esta condição é chamada de "mistura pobre".

Já o LSI é a máxima concentração de gás que misturada ao ar atmosférico é capaz de provocar a combustão do
produto, a partir de uma fonte de ignição. Concentrações de gás acima do LSI não são combustíveis pois, nesta
condição, tem-se excesso de produto e pequena quantidade de oxigênio para que a combustão ocorra, é a
chamada "mistura rica".

Pode-se então concluir que os gases ou vapores combustíveis só queimam quando sua percentagem em volume
estiver entre os limites (inferior e superior) de inflamabilidade, que é a "mistura ideal" para a combustão.

Esquematizando:

Limites de inflamabilidade de gases ou vapores combustíveis

0% LII LSI 100%

MISTURA MISTURA
CONCENTRAÇÃO MISTURA RICA
POBRE IDEAL
(% EM VOLUME)       Não ocorre  
Não ocorre Pode ocorrer
- combustão
combustão combustão

Conforme já mencionado, os valores de LII e LSI variam de produto para produto,


alguns exemplos podem ser observados abaixo:

Exemplos de LII e LSI para alguns produtos


Produto LII (% em volume) LSI (% em volume)
Acetileno 2,5 80,0
Benzeno 1,3 7,9
Etanol 3,3 19,0
 
Existem equipamentos capazes de medir a porcentagem em volume no ar de um
gás ou vapor combustível. Estes instrumentos são conhecidos como
"explosímetros".

Monitoramento com explosímetro em Medição de explosividade e

293
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carreta-tanque concentração de vapores orgânicos em


vazamento de nafta

Além do ponto de fulgor e do limite de inflamabilidade, outro fator relevante a ser


considerado é a presença de possíveis fontes de ignição.

Nas situações emergenciais estão presentes, na maioria das vezes, diversos tipos de
fontes que podem ocasionar a ignição de substâncias inflamáveis. Entre elas
merecem destaque: chamas vivas, superfícies quentes, automóveis, cigarros, faíscas
por atrito e eletricidade estática.

Especial atenção deve ser dada à eletricidade estática, uma vez que esta é uma
fonte de ignição de difícil percepção. Trata-se na realidade do acúmulo de cargas
eletrostáticas que, por exemplo, um caminhão-tanque adquire durante o
transporte. Portanto, sempre que produtos inflamáveis estão envolvidos, deve-se
realizar o aterramento.

Por questões de segurança muitas vezes não é recomendável a contenção de um produto inflamável próximo
ao local do vazamento, de modo a se evitar concentrações altas de vapores em locais com grande
movimentação de pessoas ou equipamentos.

Combustão espontânea
Alguns produtos podem se inflamar em contato com o ar, mesmo sem a presença de uma fonte de ignição.
Estes produtos são transportados, na sua maioria, em recipientes com atmosferas inertes ou submersos em
querosene ou água. O fósforo branco ou amarelo, e o sulfeto de sódio são exemplos de produtos que se
ignizam espontaneamente, quando em contato com o ar.

Quando da ocorrência de um acidente envolvendo estes produtos, a perda da fase líquida poderá propiciar o
contato dos mesmos com o ar, motivo pelo qual a estanqueidade do vazamento deverá ser adotada
imediatamente.

Outra ação a ser desencadeada em caso de acidente é o lançamento de água sobre o produto, de forma a
mantê-lo constantemente úmido, desde que o mesmo seja compatível com água, evitando-se assim sua ignição
espontânea.

Perigoso quando molhado


Algumas substâncias, por interação com a água, podem tornar-se espontaneamente inflamáveis ou produzir
gases inflamáveis em quantidades perigosas. O sódio metálico, por exemplo, reage de maneira vigorosa
quando em contato como a água, liberando o gás hidrogênio que é altamente inflamável. Outro exemplo é o
carbureto de cálcio, que por interação com a água libera acetileno. Para esses materiais as ações preventivas
são de suma importância, pois quando as reações decorrentes destes produtos se iniciam, ocorrem de maneira
rápida e praticamente incontrolável.

Comparação das características físicas de vários tipos de óleo

Gravidade Ponto de Ponto de Ponto de


específica Grau API Viscosidade pureza ignição ebulição
(15 C) 15 C cs (38C) ºC ºC ºC
  Óleo crú 0,8 a 0,95 5 a 40 20 a 1000 - 35 a 10 variável 30 a 500
  Gasolina 0,65 a 0,75 60 4 a 10 na - 40 30 a 200
  Querozene 0,8 50 1,5 na 55 160 a 290
  Óleo com combustível nº 2 0,85 30 1,5 - 20 55 180 a 360
  Óleo com combustível nº 4 0,9 25 50 - 10 60 180 a 360
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  Óleo com combustível nº 5 0,95 12 100 -5 65 180 a 360


  Óleo com combustível nº 6 0,98 10 300 a 3000 2 80 180 a 500

   

Principais Cenários de Acidentes 


  
As principais tipologias acidentais do refino são as seguintes:
Explosão ou incêndio ocasionados pela liberação de gases ou líquidos inflamáveis;
Liberação de gases tóxicos;
Explosão de vasos pressurizados;
Explosão de equipamentos devido à entrada de ar em sistemas contendo
hidrocarbonetos aquecidos;
Explosão devido ao contato de produtos aquecidos com água;
Incêndio em tanques de estocagem, materiais contaminados ou canaletas de drenagem
com resíduos de produtos inflamáveis;
Derramamento de óleo, derivados e outras substâncias líquidas para o ambiente.

Noções de Sistema de Comando de Incidentes: princípios,


funções, estrutura e recursos.
Durante milhões de anos de vida na terra, o homem enfrentou inúmeros problemas para
garantir sua sobrevivência. Primeiramente defendíamos dos animais que nos
perseguiam, procuramos lugares mais tranqüilos e seguros para viver em sociedade,
durante essa busca encontramos lugares sem água (desertos), com inundações,
terremotos, maremotos, furacões, ciclones, pragas, epidemias, vulcões, enfim inúmeras
foram as adversidades encontradas pelo homem no transcorrer de sua evolução.

Obviamente que durante sua história o homem encontrou lugares seguros e adequados
para desenvolver-se de forma harmoniosa e em sociedade.

Nos dias atuais, não são poucas as notícias de que várias cidades, estados ou mesmo
países inteiros sofrem em decorrência dos chamados acidentes naturais ( furacões,
terremotos, ciclones, vulcões, etc.). Inúmeras são as estatísticas de ocorrências que
possibilitam inclusive desenvolver análises de quando, onde e com qual intensidade um
evento de origens naturais vai ocorrer.

Como o homem convive com esses "eventos" desde o princípio de sua vida na terra,
possui considerável conhecimento a cerca deles e já desenvolveu inúmeras formas de
planejar-se a fim de minimizar as conseqüências quando de sua ocorrência.

Emergências tecnológicas ou acidentes tecnológicos são aqueles derivados ou em


função dos segmentos tecnológicos, tais como incêndios em tanques, vazamentos de
produtos químicos, explosões de caldeiras, intoxicação de pessoas ou acidentes

295
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nucleares. A freqüência destes acidentes nos últimos 20 anos tem sido incrementada
significativamente, como resultado da proliferação mundial de processos industriais,
desenvolvimentos tecnológicos, novas fontes de energia, produtos combustíveis e a alta
concentração demográfica.

2. A planificação para os desastres tecnológicos

Apesar de ser uma modalidade emergencial um tanto quanto recente quando


comparamos a história do homem sobre a face da terra, inúmeras são as ferramentas
atuais que podem ser utilizadas para minimizar seus efeitos para a humanidade,
propriedades e para o meio ambiente.

Existem atualmente modelos matemáticos informatizados que podem auxiliar nas etapas
de preparação e planificação de resposta às emergências tecnológicas. Apesar de ser um
tanto quanto antagônico, as últimas guerras ( ex. Golfo ) proporcionaram um grande
desenvolvimento de equipamentos de proteção pessoal, principalmente na área química
e de operações contra incêndios; os terremotos do México e o atentado a bomba nos
Estados Unidos desenvolveram métodos e equipamentos para resgates. Outro aspecto
positivo é que muitos esportes radicais, dos dias de hoje, tais como: alpinismo,
espeleologia, rafting, entre outros também têm auxiliado no desenvolvimento de
equipamentos de proteção, além de proporcionar uma considerável gama de
equipamentos utilizados atualmente nas indústrias.

A quantidade de informação disponível sobre esta modalidade emergencial, bem como a


facilidade de sua pesquisa e velocidade de sua divulgação ( ex. internet ) fazem com que
essas ferramentas sejam cada vez mais acessíveis e utilizadas.

3. A resposta aos incidentes

Cada empresa ou organização inserida no contexto de resposta a emergências


tecnológicas deve equacionar de forma adequada o balanceamento entre os recursos
humanos e materiais envolvidos nessas operações, bem como a interação entre esses
recursos, na forma de treinamentos e operações reais.

Uma análise do diagrama a seguir pode auxiliar no equacionamento e estabelecimento


de prioridades envolvendo os recursos destinados às emergências tecnológicas.

Os 3 conjuntos apresentados, que interagem-se entre si na forma de intersecção,


representam as 3 modalidades mais comuns de emergências tecnológicas: Operações
Contra Incêndios, Resgates e Emergências com Produtos Químicos. Essas modalidades
emergências desenvolvem-se dentro de um meio ambiente que de forma direta é
envolvido.

296
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Analisando as possíveis combinações entre os elementos, pode-se verificar que


essas modalidades emergenciais podem desenvolver-se de forma isolada ou de
forma conjunta. Desta forma, podemos ter um evento emergencial tal como uma
operação contra incêndios que necessite de atividades de resgate, por exemplo
de vítimas de uma edificação em chamas. Esse evento esta representado pela
intersecção entre os conjuntos Resgate e Operações Contra Incêndios, definidos
pela área A . Outro exemplo pode ser um acidente rodoviário envolvendo
produtos químicos onde o produto vazado atinge às populações vizinhas ao
acidente além dos próprios motoristas dos veículos envolvidos. Esse evento esta
representado pela intersecção das respectivas modalidades emergenciais,
definindo a área C .

Através de uma análise desenvolvida no diagrama, pode-se evidenciar eventos


potenciais que podem desenvolver-se em nossas empresas ou sob a responsabilidade de
resposta de nossas organizações. Diante disso, pode-se priorizar treinamentos,
endereçando-os para os possíveis cenários, e investir em equipamentos de forma
específica aos eventos emergenciais mais possíveis. Outros aspecto positivo e
desenvolver essa análise sempre tomando em conta que essas modalidades
emergenciais, de forma isolada ou conjunta afetam o meio que as envolvem.

4. Padrão de resposta em emergências químicas

Existem atividades básicas para o sistema de resposta ao incidente que podem dividir-se
em cinco amplos segmentos que interagem-se entre si :

 Reconhecimento: Identificação das substâncias envolvidas e suas características


que determinam seu grau de periculosidade.
 Avaliação: Impacto ou risco que a substância apresenta a saúde e ao meio
ambiente.
 Controle: Métodos para eliminar ou reduzir o impacto do incidente.
 Informação: Conhecimento adquirido sobre as condições ou circunstâncias de
um incidente em particular.
 Segurança: Proteção contra os possíveis danos para todos os recursos humanos e
materiais, envolvidos na resposta do incidente.

297
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Estes segmentos compõem um sistema, uma disposição ordenada de componentes que


interagem para cumprir uma tarefa. No desenvolvimento do atendimento ao incidente, a
tarefa é prevenir, reduzir o impacto do incidente à pessoas, propriedades e ao meio
ambiente, restaurando o mais breve possível as condições normais. Para alcançar este
objetivo, o pessoal deve realizar uma série de atividades, por exemplo: combater
incêndios, obter amostras, desenvolver planos de intervenção, instalar sistemas de
controle físico, manter comunicações, avaliações , etc. Estas atividades estão todas
relacionadas, o quê ocorre numa, afetará as outras.

Cinco elementos classificam todas as atividades do sistema de atendimento a


emergência. O reconhecimento, a avaliação e o controle, descrevem os elementos que
orientam as ações. Disto surge um resultado: identifica-se uma amostra, instala-se um
sistema de controle, identifica-se um produto químico ou determina-se um risco.

A informação e a segurança são classificados como elementos de apoio. São suportes


e/ou resultados de reconhecer, avaliar e controlar.

O entendimento do sistema e conhecimento da relação entre as atividades, auxiliam no


desenvolvimento e equacionamento do atendimento emergencial.

4.1 Reconhecimento

O reconhecimento do tipo e grau de risco presente num incidente é , de forma geral, um


dos primeiros passos a serem tomados ao atender uma emergência com produtos
perigosos. Deve-se identificar as substâncias envolvidas. Depois deve-se determinar as
propriedades químicas e físicas. Como base preliminar, pode-se adotar estas
propriedades para analisar o comportamento ou antever problemas relacionados com o
material.

O reconhecimento pode ser fácil, por exemplo, pode-se utilizar uma placa (sinalização)
de um carro tanque para identificar rapidamente seu conteúdo. De outro modo, um
depósito de resíduos químicos pode apresentar uma dificuldade para seu detalhado
reconhecimento e identificação. O elemento reconhecimento envolve a utilização de
toda a informação disponível, resultados de amostras, dados históricos, observação
visual, análise instrumental, rótulos, documentos de embarque e outras fontes para
identificar as substâncias envolvidas.

Os problemas causados pelo vazamento de um certo produto químico ao meio ambiente


podem ser previstos baseando-se a análise em suas propriedades químicas e físicas. No
entanto, o dano que esse produto produzirá ao vazar, depende das condições específicas
do lugar de ocorrência.

Uma vez que as substâncias tenham sido identificadas, suas propriedades podem ser
determinadas utilizando-se material de referência.

4.2 Avaliação

O reconhecimento promove a informação básica referente as substâncias envolvidas na


emergência. A avaliação é uma determinação de seus efeitos ou potencial de impacto na
saúde pública, propriedades e meio ambiente. Uma substância perigosa é uma ameaça
298
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devido a suas características físico e químicas. No entanto, seu potencial de impacto real
depende da localização do incidente, do tempo e outras condições específicas do lugar.

O risco é a probabilidade de que produzam-se danos, uma medida do potencial de


impacto ou efeito. A presença de uma substância perigosa constitui um risco, porém se
o material está controlado, o risco é baixo; no entanto, se o material está fora de
controle, o risco aumenta. Para sofrer danos, o receptor crítico deve estar exposto ao
material. Por exemplo, o gás cloro é muito tóxico e representa um risco. Se o gás cloro
vazar numa área densamente povoada, o risco às pessoas é muito grande, no entanto, o
risco do vazamento de cloro às pessoas numa área desabitada é muito menor.

A avaliação dos riscos deste exemplo é relativamente simples. Muito mais complexos
são os episódios onde estão envolvidos muitos compostos e existe um alto grau de
incerteza a respeito de seus comportamentos no meio ambiente e efeitos nos receptores.
Por exemplo : "Qual o efeito se milhares de pessoas bebem água fornecida por um
lençol freático contaminado com alguns ppm de estireno ?".

Para avaliar completamente os efeitos de uma emergência com produtos perigosos,


deve-se identificar todas as substâncias, estabelecer seus padrões de dispersões e para
produtos tóxicos, determinar as concentrações. O risco é avaliado baseado na exposição
do público e outros receptores críticos.

Freqüentemente a identificação dos produtos envolvidos num incidente e a avaliação do


impacto é chamado de caracterização do lugar da emergência. A caracterização do lugar
pode ser fácil e rápida, ou como no caso de um depósito de resíduos químicos, o
processo pode ser longo e de resolução complexa.

4.3 Controle

O controle é exercido por métodos que visam prevenir e/ou reduzir o impacto do
incidente. Geralmente instituem-se ações preliminares de controle tão rápido quanto
possível. Ao obter-se informações adicionais através do reconhecimento e avaliação, as
ações iniciais de controle modificam-se ou instituem-se outras. Os vazamentos que não
requerem uma ação imediata permitem mais tempo para planejar e implantar as medidas
corretivas. As medidas de controle incluem tratamentos químicos, físicos e biológicos
assim como técnicas de descontaminação, objetivando o reestabelecimento das
condições normais. Incluem-se também medidas sobre a saúde pública, por exemplo,
abandono ou corte no fornecimento de água potável para prevenir a contaminação do
produto nas pessoas.

4.4 Informação

Um importante componente no sistema de atendimento a emergências envolvendo


produtos perigosos é a informação.

Todas as atividades que compõem o sistema de atendimento à emergências estão


baseadas no processo de receber e transmitir informações. A informação é um elemento
de apoio ao reconhecimento, avaliação e controle. É um elemento de suporte aos
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elementos de ação, oferecendo dados para a tomada de decisões. É também um


resultado do equacionamento dos outros elementos.

Uma amostra de um determinado produto pode oferecer informações para determinar


opções de tratamento do incidente. A informação provêm de três fontes:

 Inteligência: Informações obtidas de registros ou documentos existentes, placas,


etiquetas, rótulos, configuração dos recipientes, observações visuais, informes
técnicos e outros.
 Instrumentos de Leitura Direta: Informações obtidas de instrumentos com
relativa rapidez.
 Amostragem: Informações obtidas ao coletar porções representativas do meio ou
materiais e subseqüentemente analisadas em laboratórios de campo ou fixos.

A aquisição de informações, a análise e a tomada de decisões são processos interativos


que definem a extensão do problema e a seleção de possíveis ações de resposta ao
incidente. Para que o atendimento ao incidente seja efetivo, deve estabelecer-se uma
base de informação precisa, válida e a tempo. Através do tempo de desenvolvimento do
incidente, reúne-se, processa-se e aplica-se um fluxo intenso de informações.

4.5 Segurança

Todas as ações de intervenção num atendimento envolvendo produtos perigosos


oferecem riscos diversos para aqueles que respondem a eles. Para estabelecer um
programa de proteção a estes riscos, deve-se analisar as características físico-químicas
dos produtos e relacioná-las com cada operação de resposta. As considerações de
segurança são contribuições a cada atividade que se inicia e são um resultado de cada
atividade de intervenção que se executa. Cada organização de atendimento emergencial
químico deve possuir um efetivo programa de segurança, incluindo exames médicos,
equipamentos de segurança apropriados, procedimentos operacionais padronizados e
um ativo programa de treinamento.

4.6 Relação entre os elementos

O reconhecimento, a avaliação, o controle, a informação e a segurança descrevem os


cinco elementos do sistema de atendimento a emergências envolvendo produtos
perigosos. Cada um inclui uma variedade de atividades e operações. Os elementos não
são necessariamente passos sequencias para o processo de atendimento. Em algumas
situações, pode-se começar as medidas de controle antes que as substâncias sejam
completamente identificadas. Em outros, é necessário uma avaliação mais completa da
dispersão dos materiais antes de poder-se determinar as ações corretas de controle.

Cada elemento e atividade está relacionado. Desenvolve-se um dique (controle) para


conter a água residual de combate a incêndios de um depósito com suspeita da
existência de pesticidas. Uma vez determinada que a água residual não contém produtos
químicos perigosos (reconhecimento), e que as concentrações nessa água estão abaixo
dos limites aceitáveis (avaliação), desta forma não é necessário o tratamento e pode-se
eliminar o dique. Este conhecimento (informação) altera os requisitos de segurança
para todos aqueles que atendem ao incidente.

300
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O sistema de atendimento a emergências envolvendo produtos perigosos é um conceito


que explica, em termos gerais, os processos envolvidos na intervenção ao incidente.
Todas as intervenções requerem os elementos de ação : reconhecimento, avaliação e
controle , apoiados pelos elementos: informação e segurança.

5. Sistema de comando de incidentes

O Sistema de Comando de Incidentes (SCI) é um modelo de gerenciamento


desenvolvido para comando, controle e coordenação em resposta a uma situação de
emergência, tendo como objetivo a estabilização do incidente e a proteção da vida, da
propriedade e do meio ambiente.

A complexidade de gerenciamento de um incidente associado a necessidade crescente


de ações de vários grupos de atuação, é indispensável a existência de um único sistema
de gerenciamento que seja padrão a todos. Os princípios do SCI permitem que
diferentes grupos desenvolvam atividades conjuntas dispondo de elementos comuns:
comando unificado,, planos de ação, terminologia, administração, recursos humanos e
materiais, flexibilidade organizacional, conceitos de segurança, procedimentos
padronizados, etc.

O SCI dispõem de uma considerável flexibilidade, podendo expandir ou contrair de


acordo com as diferentes necessidades, tornando-o um eficiente sistema de
gerenciamento.

O sistema foi testado e validado em resposta a todos os tipos de incidentes e situações


de não emergência, como por exemplo: emergências com produtos perigosos, acidentes
com grande número de vítimas, eventos planejados ( celebrações, paradas militares,
concertos, etc.), catástrofes, incêndios, missões de busca e salvamento, programa de
vacinação em massa, etc.

O SCI foi desenvolvido na década de setenta em resposta a uma série de grandes


incêndios florestais ao sul da Califórnia – USA. Neste período as autoridades
envolvidas em combate a incêndio do município, organismos estaduais e federais,
reuniram-se para formar o Firefighting Resources of California Organized for Potential

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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Emergencies (FIRESCOPE). Esta unidade identificou muitos problemas quando vários


grupos distintos são envolvidos em uma mesma missão, tais como:

 Falta de padronização na terminologia utilizada;


 Falta de capacidade de expandir e contrair a estrutura gerencial do incidente;
 Ausência de padronização e integração nos meios de comunicação;
 Falta de instalações apropriadas;
 Ausência de planos de ação consolidados.

Os esforços para resolver estas dificuldades resultaram no desenvolvimento do modelo


original do SCI para gerenciamento de incidentes. Entretanto, o que foi originalmente
desenvolvido para combate a incêndios florestais, evoluiu para um sistema aplicável a
qualquer tipo de emergência, sendo incêndio ou não.

Muito do sucesso do SCI, é resultado da aplicação direta de:

 Uma estrutura organizacional comum;


 Princípios de gerenciamento padronizados.

5.1 A organização do sci

Todo incidente ou evento tem certas atividades e ações de administração que deverão
ser executadas. Até mesmo se o incidente for de pequeno porte, tendo apenas duas ou
três pessoas envolvidas na operação, atividades administrativas serão sempre realizadas
até certo ponto, mesmo que inconscientemente.

A organização do SCI é constituída de cinco setores funcionais distintos:

 Comando
 Operações
 Planejamento
 Logística
 Finanças

A relação entre estes setores é mostrada no diagrama abaixo. 

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Estes cinco componentes principais são a base na qual a organização do SCI se


desenvolve. Eles se aplicam durante uma pequena emergência ou quando na existência
de um incidente de grande porte.

Em incidentes de pequena escala, todos os componentes podem ser administrados por


uma só pessoa, o Comandante do Incidente (CI). Em caso de grandes incidentes,
normalmente, requerem que cada componente, ou setor, tenha um responsável na
administração respondendo ao CI. Porém, cada um destes setores primários do SCI,
com exceção do Comando do Incidente, podem ser divididos em funções secundárias de
acordo com a necessidade.

A organização do SCI tem a capacidade de expandir e contrair-se para satisfazer as


necessidades do incidente, mas todos os incidentes, independente de sua dimensão ou
complexidade, deverão obrigatoriamente ter nomeado um Comandante do Incidente.
Num SCI básico, quando houver necessidade do CI afastar-se do Posto de Comando
(PC) para realizar uma atividade operacional ou uma supervisão no local do incidente, o
comando deverá ser transferido para outra pessoa que então se torna o CI.

5.2 Funções do comando

A função de comando é dirigida pelo Comando do Incidente (CI), ele é a pessoa


tecnicamente qualificada para assumir a responsabilidade e o gerenciamento global do
incidente. As principais responsabilidades do CI incluem:

 Executar a atividade de comando e estabelecer o local do Poso de Comando;


 Proteger vidas, propriedades e o meio ambiente;
 Controlar os recursos humanos e materiais;
 Estabelecer e manter contato com outros grupos de atuação e outras instituições.

Com relação à administração do incidente:

 Coletar e analisar os dados sobre o incidente;


 Estruturar o plano de alerta e desencadear ações prioritárias;
 Aprovar pedidos de recursos adicionais;
 Manter contato com os coordenadores de setor;
 Estabelecer o comando;
 Estabelecer o sistema de segurança;
 Avaliar as prioridades do incidente;
 Determinar os objetivos operacionais;
 Desenvolver e implementar o Plano de Ação do incidente;
 Desenvolver uma estrutura organizacional apropriada;
 Nomear e supervisionar os coordenadores dos diversos setores;
 Manter o controle global da situação;
 Administrar os recursos do incidente;
 Coordenar atividades de emergência;
 Coordenar as atividades de outros grupos;
 Autorizar a divulgação de informações à mídia;
 Controla os custos envolvidos;
Um CI eficaz deve ser confiante, decisivo, afirmativo, objetivo, tranqüilo e Ter
raciocínio rápido. Para dirigir todas as responsabilidades decorrentes desta função, o CI
303
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precisa ser ainda flexível, adaptável e realista com reação às próprias limitações. O CI
também precisa saber quando e a quem delegar funções caso haja necessidade durante o
desenvolvimento das atividades no incidente.

Inicialmente, a primeira pessoa qualificada a chegar no local do incidente, deverá


assumir o papel de Comandante do Incidente estabelecendo o controle da situação até a
chegada do CI nomeado, que passará a ter controle total do incidente.

A medida que os incidentes evoluem ou se tornam mais complexos com o envolvimento


de autoridades de diferentes jurisdições ou ações conjuntas de vários grupos de resposta,
poderá ser designado um CI mais qualificado. Na troca de comando, o CI que está
saindo deve passar instruções detalhadas ao CI que está assumindo e todo pessoal
envolvido deverá ser notificado.

5.3 Assessoria do comando

Para um incidente de grande porte ou complexo, existem algumas posições de


assessoria que são estabelecidas para auxiliar o Comandante do incidente à cumprir as
responsabilidades associadas diretamente à administração do Incidente. Os assessores
dirigem funções chaves, permitindo que o CI tenha maior liberdade para se concentrar
na administração global do incidente. O pessoal de assessoria não faz parte da
organização em linha, ou seja, são parte integrante da função de comando.

Segurança

Objetivo : Garantir a segurança geral das operações, desenvolvendo o monitoramento


das medidas de segurança que envolvem as equipes, vítimas e publico em geral.

Atribuições    :

 Atuar na orientação do CI;


 Utilizar sua autoridade, emergencialmente, para interromper qualquer atividade
considerada insegura, quando uma ação imediata seja necessária;
 Identificar, monitorar e avaliar situações de risco associadas ao incidente;
 Responsável pela segurança dos integrantes das equipes de resposta;

304
CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

 Determinar o isolamento da área envolvida no incidente;


 Documentar todas as ocorrências suspeitas;
 Manter registros formais.

Porta Voz

Objetivo : Gerenciar a divulgação das informações sobre o andamento das operações


para autoridades e a imprensa, seguindo rigorosamente a coordenação do CI.

Atribuições :

 Atuar na orientação do CI;


 Responsável por transmitir informações para a imprensa e outros órgão
envolvidos com as operações;
 Estabelecer um único centro de informações do incidente, sempre que possível;
 Organizar o local de trabalho, materiais, telefone e pessoal necessário;
 Obter autorização do CI para divulgação das informações;
 Manter registros formais.

Contatos

Objetivo : Efetuar, quando necessário, contatos com órgãos oficiais, outras equipes de
atendimento e profissionais especializados.

Atribuições :

 Atuar na orientação do CI;


 Providenciar contatos com órgãos oficiais. Ex.: Corpo de Bombeiros, Defesa
Civil, Polícia Militar, etc.
 Identificar e localizar o representante de um órgão específico quando necessário.
 Providenciar contatos com profissionais e serviços especializados, quando
necessário;
 Manter lista de nomes/telefones/endereços de pessoas e entidades chaves;
 Manter registros formais. 

O CI tomará a decisão de expandir ou contrair a estrutura da organização do SCI


baseado em três pontos principais:

 Segurança de vida: A prioridade principal do CI sempre é a segurança à vida de


todos os envolvidos;
 Estabilidade do Incidente: O CI é responsável por determinar a estratégia que
vai:

 Minimizar o efeito que o incidente poderá causar;


 Maximizar o esforço com relação à rapidez de resposta utilizando os
recursos eficazmente.

O tamanho e complexidade da estrutura do SCI que o CI desenvolve deve estar de


acordo com a complexidade do incidente ( nível de dificuldade na resposta ), não no
tamanho ( que está baseado em área geográfica ou quantidade de recursos ).
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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

Os recursos humanos e materiais disponíveis deverão ser administrados racionalmente,


ou seja: utilizando-se somente os recursos estritamente necessários para uma
determinada tarefa, ficando os demais disponíveis para quando necessários.

 Preservação do Meio Ambiente: O CI é responsável por minimizar o dano à


propriedade e ao meio ambiente enquanto é alcançado os objetivos do plano de
ação.

5.4 Setor – finanças

Normalmente, só é estabelecido durante incidentes ou eventos de grande porte. É


responsável por prover e administrar todos os recursos financeiros relacionados ao
incidente. É responsável por disponibilizar ao Comando um planejamento financeiro e
também administrar toda documentação fiscal exigida por lei.

 Atua sob orientação do CI;


 Seleciona e nomeia os chefes de cada equipe dentro do setor;
 Supervisiona as ações de cada equipe do setor;
 Mantém registros formais.

5.5 Setor – logística

O Setor de logística é responsável por prover os recursos materiais necessários às


atividades durante o incidente. Inclui as responsabilidades de transporte, alimentação,
alojamento e o controle, disponibilização e manutenção dos equipamentos utilizados. O
Coordenador do Setor de Logística, também, é responsável por instalar e manter
operacional um sistema de comunicação adequado para cada situação.

 Atua sob a orientação do CI;


 Fornece condições adequadas de atuação para as diversas equipes em relação ao
material necessário;
 Seleciona e nomeia os chefes de cada equipe dentro do setor;
 Supervisiona as ações de cada equipe dentro do setor;
 Monta a infra-estrutura necessária à logística;
 Efetua solicitações de aquisição ao CI de itens eventualmente solicitados e não
disponíveis;
 Coordena o pessoal encarregado de organizar equipamentos, alimentação,
medicamentos, transporte e alojamentos;
 Prevê as necessidades de materiais para as equipes;
 Mantém registros formais.

5.6 Setor – operações

O Setor de Operações é responsável por realizar as atividades descritas no Plano de


Ação. O Coordenador do Setor de Operações administra todas as atividades do setor e
tem a responsabilidade primária de receber, desenvolver e implementar o Plano de
Ação.

306
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O Coordenador do Setor de Operações reporta-se diretamente ao CI e determina a


estrutura organizacional e os recursos necessários dentro do setor. As responsabilidades
principais do Coordenador são:

 Dirigir e coordenar todas as operações e garantir a segurança de todos os


envolvidos;
 Auxiliar o CI no desenvolvimento das metas e na elaboração do Plano de Ação
do Incidente;
 Implementar o Plano de Ação;
 Solicitar recursos ao Comandante do Incidente (CI);
 Manter o CI informado sobre o desenvolvimento das atividades dentro do setor;
 Atuar sob orientação do CI;
 Atuar em conjunto com o setor de planejamento;
 Responsável pela supervisão e execução de todas as operações técnicas
necessárias para a realização das operações de resposta;
 Coordenar e planejar a execução das tarefas;
 Encaminhar pedidos de recursos adicionais ao CI;
 Selecionar e nomear os chefes de cada equipe dentro do setor;
 Submeter à aprovação do CI cada tarefa;
 Supervisionar às operações;
 Manter registros formais.

5.7 Setor – planejamento

Em eventos de menor porte, o Comandante do Incidente é responsável por efetuar o


planejamento, mas quando o incidente é de grande proporção, o CI estabelece o Setor de
Planejamento.

A função do Setor de Planejamento é coletar, registrar, avaliar e disseminar as


informações necessárias à preparação do Plano de Ação e qualquer outro tipo de
informação que poderá ser útil durante o evento. O Coordenador do Setor de
Planejamento participa efetivamente com o CI na elaboração do Plano de Ação do
Incidente. É responsável por fazer previsões do provável curso do incidente, e preparar
planos alternativos para possíveis mudanças do plano de ação principal.

As principais responsabilidades do Coordenador são:

 Atuar sob orientação do CI;


 Atuar em conjunto com os coordenadores dos demais setores;
 Encaminhar solicitação de recursos adicionais ao CI;
 Selecionar e nomear os chefes de cada equipe dentro do setor;
 Supervisionar as ações das equipes dentro do setor;
 Organizar a gestão da documentação e informação;
 Manter registros formais.

Estrutura do SCI 
O Comandante do Incidente (CI) inicialmente desempenha todas as funções. À
medida que o incidente cresce em magnitude ou complexidade e necessidade de
pessoal, o CI poderá ativar seções e designar responsáveis para dirigi-las.  
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Coordenar o uso efetivo de todos os recursos disponíveis não é fácil. É necessário


formalizar uma estrutura de gestão e operação que proporcione direção, eficácia e
eficiência à resposta.  
 O Sistema de Comando de Incidentes está baseado em oito funções, como já foi
detalhado no capítulo anterior. São as seguintes:
 Comando do Incidente
 Planejamento
 Operações
 Logística
 Administração/Finanças
 Segurança
 Informação Pública
 Ligação
  Todas essas funções devem ser cumpridas qualquer que seja o incidente;
  A organização do SCI é modular;
  Todos os incidentes, independentemente de sua magnitude e complexidade,
devem ter um só Comandante do Incidente (CI).
  O Comandante do Incidente 
 Inicialmente, o comando do incidente será assumido pela pessoa de maior
competência ou nível hierárquico que chegue à cena;
  Ao transferir o comando, o CI que sai deve entregar um relatório completo ao
que o substituiu e também notificar ao pessoal sob sua direção acerca dessa
mudança.
  
 Responsabilidades do ci 
 Assumir o comando e estabelecer o PC;
 Zelar pela segurança do pessoal e segurança pública;
 Avaliar as prioridades do incidente;
 Determinar os objetivos operacionais;
 Desenvolver e executar o Plano de Ação do Incidente (PAI);
 Desenvolver uma estrutura organizacional apropriada;
 Manter o alcance de controle;
 Administrar os recursos;  
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 Manter a coordenação geral das atividades;


 Coordenar as ações das instituições que se incorporem ao Sistema;
 Autorizar a divulgação das informações através dos meios de comunicação
pública;
 Manter um quadro de situação que mostre o estado e aplicação dos recursos;
 Encarregar-se da documentação e controle de gastos e apresentar o Relatório
Final.
  Staff de comando 
     Oficial de Segurança: tem a função de vigilância, avaliação e controle de
situações perigosas e inseguras; 
 Oficial de Informação Pública: Ponto de contato e responsável pelo manejo da
informação acerca do incidente aos meios de imprensa, instituições e público em
geral;
  Oficial de Ligação: é o contato para os representantes das instituições que
estejam trabalhando no incidente ou que possam ser convocadas.
  Segurança 
     Responsabilidades mais importantes:
 Identificar situações perigosas associadas com o incidente;
 Participar das reuniões de planejamento. Revisar os Planos de Ação do
Incidente;
 Fazer uso de sua autoridade para deter ou prevenir ações perigosas;
 Investigar/pesquisar os acidentes que ocorram nas áreas do incidente;
 Revisar o Plano de Ação do Incidente.
INFORMAÇÕES PÚBLICAS 
      Responsabilidades mais importantes:
 Obter um breve relato do Comandante do Incidente;
 Estabelecer um centro único de informações, sempre que possível;
 Preparar um resumo inicial de informações depois de chegar ao incidente;
 Respeitar as limitações para a emissão de informação que imponha o CI;
  Obter a aprovação do CI para a emissão de informação;
 Emitir notícias aos meios de imprensa e enviá-las ao Posto de Comando e outras
instâncias relevantes;
 Participar das reuniões/atualizar notas de imprensa;
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  LIGAÇÃO 
     Responsabilidades mais importantes:
 Proporcionar um ponto de contato com os representantes das instituições
envolvidas;
 Identificar os representantes de cada uma das instituições, incluindo sua
localização e linhas de comunicação;
 Responder às solicitações do pessoal do incidente para estabelecer contatos com
outras organizações;
 Observar as operações do incidente para identificar problemas atuais ou
potenciais entre as diversas instituições;
  SEÇÕES 
 Nível da estrutura que tem a responsabilidade de uma área funcional principal no
incidente (Planejamento, Operações, Logística, Administração/Finanças).
  As Seções são posições subordinadas diretamente ao CI; estão sob a
responsabilidade de um Chefe.
  PLANEJAMENTO 
 Principais responsabilidades:
 Ativar as unidades necessárias para a Seção;
 Estabelecer as necessidades e agendas de informação para todo o Sistema de
Comando do Incidente (SCI);
 Estabelecer um sistema de obtenção de informações meteorológicas, quando
necessário;
 Supervisionar a preparação do Plano de Ação do Incidente;
  Organizar as informações acerca de estratégias alternativas;
 Identificar a necessidade de uso de recursos especializados;
 Dar conta do planejamento operacional da Seção de Planejamento;
 Proporcionar previsões periódicas acerca do potencial do incidente;
 Compilar e distribuir informações resumidas acerca do estado do incidente.
  
 
 UNIDADES DA SEÇÃO DE PLANEJAMENTO 
 Unidade de Documentação;
  Unidade de Desmobilização;

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  Unidade de Recursos;
  Unidade de Situação.
  
 
 OPERAÇÕES 
 Principais responsabilidades:
 Desenvolver a parte operacional do Plano de Ação do Incidente (PAI) em
conjunto com a seção de planejamento;
 Apresentar um rápido relato e dar destino ao pessoal de operações de acordo
com o PAI;
 Supervisionar as operações;  
 Determinar as necessidades e solicitar recursos adicionais;
 Compor as equipes de resposta designadas para a Seção de Operações;
 Manter informado o CI acerca de atividades especiais e outras contingências da
operação.
  LOGÍSTICA 
 Principais responsabilidades:
 Notificar à unidade de recursos acerca das unidades da seção de Logística que
sejam ativadas, incluindo nome e localização do pessoal designado;
 Participar da preparação do Plano de Ação do Incidente;
 Identificar os serviços e necessidades de apoio para as operações planejadas e
esperadas;
 Dar opinião e revisar o plano de comunicações, o plano médico;
 Coordenar e processar as solicitações de recursos adicionais;
  Revisar o Plano de Ação do Incidente e fazer uma estimativa das necessidades
da Seção para o período operacional seguinte;
 Apresentar conselhos acerca das capacidades disponíveis de serviços e apoio;
 Recomendar a descarga de recursos da unidade de acordo com o Plano de
Desmobilização.
   
 UNIDADES DE LOGÍSTICA 
 Unidade de Comunicações;  
 Unidade Médica;  
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CONCURSO PETROBRAS 2011 APOSTILA DIGITAL EDUC LINE

 Unidade de Alimentos;  
 Unidade de Instalações;  
 Unidade de suprimentos  
 Unidade de Apoio Terrestre.  
 
 ADMINISTRAÇÃO E FINANÇAS 
 Apesar de que freqüentemente não se dê a importância que merece, a Seção de
Administração e Finanças é crítica para manter o controle contábil do incidente.
É responsável por justificar, controlar e registrar todos os gastos e por manter
em dia a documentação requerida para processos indenizatórios.
  Principais responsabilidades:
 Participar das reuniões de planejamento para obter informação;
 Identificar e solicitar insumos e necessidades de apoio para a Seção de
Administração/Finanças;
 Reunir-se com os representantes das instituições de apoio, quando seja
necessário;
   Manter contato diário com as instituições no que diz respeito a assuntos
financeiros;
 Assegurar que todos os registros de tempo do pessoal sejam transmitidos à
instituição, de acordo com as normas estabelecidas;
 Participar de todo o planejamento de desmobilização.

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