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Estávamos estudando o primeiro dos crimes patrimoniais, o crime de furto. Hoje veremos o
de roubo, dando continuidade.
ROUBO
LETRA DA LEI
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
No caput é roubo simples próprio. Quando a violência ou grave ameaça for exercida antes ou
durante a subtração com a finalidade de subtrair a coisa alheia, é roubo simples próprio
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso
restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. A pena é
dobrada quando arma de fogo de uso restrito
Essas foram as causas de aumento de pena, é o roubo na forma agravada, roubo agravado,
roubo majorado, roubo circunstanciado.
(esses aumentos são fixados pelo juiz na terceira etapa. Relembrando, na primeira etapa ele
fixa a pena base leva em consta circunstâncias do art.59, antecedentes, personalidade, etc, se
forem favoráveis, fixa a pena base no mínimo, se desfavoráveis, acima do mínimo). Na
segunda etapa ele verifica se tem agravantes ou atenuantes, lembrando que se a pena já
estiver no mínimo, a pena não atenua mais. Na terceira etapa o juiz verificasse tem causas de
aumento de pena, ou de diminuição de pena. Aqui na terceira etapa a pena pode abaixar além
do mínimo, ou amentar acima do máximo.
§ 3º Se da violência resulta: (ROUBO QUALIFICADO)
Essas são duas qualificadoras. Elas preveem penas novas. São modalidades de roubo
qualificadas pelo resultado.
HEDIONDO
Sem fiança, etc, prazo de cumprimento de pena pra progressão de regime é maior, prisão
temporária é maior, já vimos isso.
Temos 5 modalidades de roubo considerado crime hediondo.
São considerados crime hediondo:
Art. 157, §2, V - O roubo circunstanciado pela restrição da liberdade da vítima
Art. 157, §2-a - Pelo emprego de arma de fogo
Art. 157, §2-b - Pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito
Art. 157, §3, I - O qualificado por lesão corporal grave ou morte.
Art. 157, §3, II - E o qualificado por morte
OBJETIVIDADE JURÍDICA
Proteção / tutela do patrimônio -> posse / propriedade das coisas móveis
Protege também, secundariamente, a liberdade individual e integridade física/vida das
pessoas.
SUJEITO ATIVO
Qualquer pessoa pode praticar o crime de roubo, trata-se de crime comum.
CRIME COMUM
Exceto:
Proprietário contra possuidor -> 345 + 147 129 (o cara usa violência ou grave ameaça até
mesmo com arma, ele não pratica o crime de roubo, está praticando exercício arbitrário
+ameaça ou lesão corporal etc)
Possuidor contra proprietário -> 168 + sei lá o que (mesma coisa)
SUJEITO PASSIVO
Proprietário / possuidor da coisa (física / jurídica )
e
Pessoa que sofre ameaça ou a violência (pode não ser o proprietário/ possuidor) – pode ser
também a pessoa que só sofreu a grave ameaça, violência. O ladrão entra na loja, aponta arma
para o funcionário. São vítimas o proprietário do estabelecimento/do dinheiro, e o funcionário
que simplesmente sofreu a ameaça, violência (crime de roubo pode ter mais de uma vítima
portanto)
Obs: quando numa ação criminosa o agente pratica roubo contra vários patrimônios,
ele vai responder por vários crimes de roubos. Ex – ele rouba o caixa e a corrente do
funcionário, ele praticou dois crimes de roubo.
13/08/21
TIPO OBJETIVO (CONT. ROUBO)
GRAVE AMEAÇA
- pode ocorrer com o emprego de arma (mas não necessariamente)
- intimidação
- promessa de mal grave e iminente
- mal considerável; certo; verossímil; próximo
- mal justo/injusto
-mal pode recair contra a vítima ou outra pessoa
- mal capaz de paralisar reação da vítima
- Tal ameaça pode ser praticada -> com atos, gestos, palavras, escritos -> simulando arma /
arma de brinquedo
Arma:
- Arma branca: + 1/3 - §2, VII
- Arma de fogo: + 2/3 - §2ª, I
- Arma de fogo de uso restrito/proibido: Duplica a pena - §2ºB
VIOLENCIA:
- violência é força física, também não precisa ser exercida com o emprego de arma, mas pode
ser, e se for a pena será aumentada
- agredir; bater; empurrar; amarrar; imobilizar; etc
- violência pode ou não acarretar lesão corporal. Pode ocorrer um roubo sem que a vítima
fique machucada.
LESÃO: - Se da violência empregada no roubo acarretar lesão de natureza leve, o
agente só responde por roubo simples, do caput ou §1; - se a lesão for grave o roubo é
qualificado e a pena é de 7 a 18 anos + multa, conforme §3, I); - se da lesão resultar morte, o
roubo é qualificado e a pena é de 20 a 30 anos + multa, conforme §3, II.
VIOLENCIA IMPRÓPRIA
Só está prevista no caput, não está prevista no §1
- narcóticos, soníferos, álcool, hipnose, etc
- qualquer meio idôneo que não seja força física, grave ameaça, etc e que reduz a vítima à
impossibilidade de resistência
- o agente tem que empregar esse meio, se ele só se aproveitar de uma situação que ele não
causou, não será configurado roubo, e sim furto (ex – vítima bêbada caída, agente pega celular
largado ao lado)
TENTATIVA: -> SIM. O crime de roubo admite tentativa. Pena reduzida de 1/3 a 2/3 – art. 14,
II, CP
TIPO SUBJETIVO
- Crime doloso
-Culpa: NÃO
- Dolo + Especial fim de agir
- Dolo: vontade e consciência de subtrair com violência / grave ameaça à pessoa
- Especial fim de agir: “para si ou outrem”; animo assenhoreamento definitivo;
intenção de não devolver; propósito de se tornar dono da coisa.
Obs: Se tiver mais de uma causa de aumento de pena, vai prevalecer o maior aumento,
e a outra causa de aumento será usada como circunstancia judicial desfavorável.
O aumento tem que se pautar num critério qualitativo, o juiz tem que explicar porque
está aumentando a pena um pouco a mais.
18.08.21
I – (revogado);
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro
Estado ou para o exterior
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso
restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.
MORTE (LATROCÍNIO)
Latrocínio: morte advém da violência empregada para subtrair – roubo próprio ou
impróprio.
É crime complexo: roubo + homicídio (doloso ou culposo)
É um crime patrimonial: Esse é o escopo do agente, muito embora possa até
deliberadamente matar para esse fim.
Não é crime contra a vida – competência singular – Súm 603 STF
- Morte da vítima ou de terceiro (ambas configuram latrocínio)
- Morte do comparsa (não é latrocínio)
- Resultado culposo – não admite tentativa
- Resultado doloso – sim, admite tentativa
CONSUMAÇÃO DO LATROCÍNIO
- Com a morte independentemente da subtração.
Subtração consumada + morte consumada = latrocínio consumado
Subtração tentada + morte tentada = Tentativa de latrocínio
Subtração consumada + morte tentada = Tentativa de latrocínio
Subtração tentada + morte consumada = Latrocínio consumado
Quando a morte não for consumada, não é latrocínio, é tentativa. Se a morte for
consumada, pouco importa se o roubo se consumou, já é latrocínio.
Quando há várias mortes num único roubo, estamos diante de vários latrocínios, num
concurso formal impróprio as penas são somadas
20.08.21
Estudaremos o crime de extorsão, capítulo II do Cp, está ali perto do crime de roubo,
Temos extorsão comum, mediante sequestro e indireta. Hoje estudaremos extorsão comum.
Temos o sequestro, aqui teremos o crime de extorsão mediante sequestro, não posso mais
falar errado, sempre que o agente sequestra alguém visando vantagem econômica para como
preço do resgate, é extorsão mediante sequestro e não só sequestro
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter
para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar
de fazer alguma coisa: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Extorsão comum
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-
se a pena de um terço até metade.
Quando a extorsão visa coisa móvel, pode haver uma confusão com o crime de roubo.
DIFERENÇA ENTRE EXTORSÃO X ROUBO: Existe um critério pra diferenciá-los. Consiste na
prescindibilidade ou não no comportamento da vítima para que o agente obtenha a
vantagem. O COMPORTAMENTO é indispensável para que o agente obtenha a vantagem é
imprescindível, indispensável é extorsão, se for dispensável é crime de roubo. Ex – aponta a
arma e pede a carteira? o comportamento de entregar é dispensável pois se a vítima não
entregar, o cara toma dela do mesmo jeito. Agora, aponta arma pra vítima no caixa eletrônico
e manda por a senha, ora, o comportamento é indispensável, pois se a vítima não colocar a
senha o agente não vai poder colocar, logo é extorsão.
A outra diferença é a coisa alheia móvel, no roubo é necessário que seja, no crime de extorsão
não.
O crime de extorsão art. 158, não pode ser confundido com o constrangimento ilegal
do art.146. Extorsão precisa ser vantagem econômica indevida.
Não pode ser confundido com o artigo 316. O crime de concussão do 316 (funcionário
público) exige-se vantagem indevida, mas aqui não é com violência ou grave ameaça, está
relacionada com a sua função pública, neste precisa ter funcionário público envolvido.
Não pode ser confundido com o de estelionato 171, pois na extorsão sempre precisa
ter violência ou grave ameaça. Se a extorsão tiver fraude, engano, características similares a
estelionato, mas tiver grave ameaça ou violência ainda assim é extorsão. No caso do detento
que liga pra casa da vítima e diz que tá com a filha dela, ele está usando fraude, meio
enganoso, mas não é estelionato, pois tem grave ameaça, não é extorsão mediante sequestro
também, porque o sequestro não é verdadeiro, é simplesmente o crime de extorsão.
Não confundir com o crime de estupro art. 213, aqui o agente também constrange a
vítima mediante violência ou grave ameaça a fazer alguma coisa, mas constrange com a
intenção de obter relação sexual.
Não confundir extorsão com o crime de exercício arbitrário direito (art.345) na
extorsão a vantagem que o agente quer não era devida a ele.
Não confundir o crime de extorsão mediante de liberdade (158, §3º), com extorsão
mediante sequestro. Nos dois o agente priva a vítima de liberdade. A diferença é que na
extorsão com restrição de liberdade ele restringe a liberdade da própria pessoa que ele está
exigindo comportamento. Já no crime de extorsão mediante sequestro, ele restringe a
liberdade de outra pessoa, a fim de obter o comportamento de outra.
Ex - extorsão com restrição de liberdade §3º, o agente acompanha a vítima até o caixa,
mantém ele no carro etc.
Outro exemplo de extorsão é ameaçar vazar fotos íntimas exigindo quantia em dinheiro.
Concurso material entre roubo (art.157 e extorsão (art. 158) -> SIM
-> Agente invade casa rouba tudo, e ainda obriga vítima assinar talão de cheque. Ora,
um crime não absolve o outro. O agente responderá em concurso material pelos dois crimes.
OBJETIVIDADE JURÍDICA
Proteção/tutela de todo patrimônio (o crime de roubo só protege a coisa móvel)
Liberdade individual/integridade física – protegidos secundariamente
Tem que ser vantagem indevida para ser extorsão, se a vantagem for devida, tiver fazendo isso
para cobrar dívida, é exercício arbitrário de direito.
CONSUMAÇÃO DA EXTORSÃO
Com o comportamento da vítima após o constrangimento.
(Local: onde a vítima é constrangida)
Extorsão Admite tentativa.
TIPO SUBJETIVO
Dolo + Especial fim de agir com fim de obter vantagem econômica indevida (qualquer coisa
que tenha valor em dinheiro e que não seja devido
EXTORSÃO AGRAVADA
Aumento de 1/3 a 1/2 - quando cometido por 2 ou + pessoas (Aqui tem que ter coautoria)
- emprego de arma (qualquer arma, não só a de fogo)
25.08.21
Extorsão - art. 158 = o agente não priva alguém de sua liberdade com o propósito de obter
uma vantagem econômica.
Vs.
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO = o agente priva alguém de sua liberdade com o propósito
de obter uma vantagem econômica pela soltura da vítima. Condição ou preço do resgate.
Aqui, o meio que ele usa é o sequestro.
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem,
como condição ou preço do resgate: Pena - reclusão, de oito a quinze anos...
Basta que ele sequestre a pessoa com o fim de obter vantagem , mesmo que ele não
consiga obter a vantagem, o crime se configura.
SUJEITO ATIVO
- Qualquer pessoa (crime comum)
- Admite coautoria e participação (concurso de pessoas)
-> art. 29, do CP
- não apenas quem sequestra
- mas também aquele que de qualquer forma concorre para o crime (o
que vigia o cativeiro / faz contato com familiares / arrecada o resgate / empresta o carro, o
sítio, o local do cativeiro, todos esses concorrem no crime. Esses que concorrem não precisam
participar desde o início, em qualquer momento que aderirem a essa conduta, responderão
pelo tipo penal
SUJEITO PASSIVO
- Pessoa que tem a liberdade restringida (sequestrado) – pessoa física
- Pessoa que tem o patrimônio desfalcado (pessoa física/jurídica)
- Pode ou não ser a mesma pessoa (o dinheiro pode sair da conta de quem foi
sequestrado)
TIPO OBJETIVO:
Sequestrar: esse é o núcleo do tipo. Significa privar a vítima de sua liberdade ainda que por
breve espaço de tempo. Abrange também o cárcere privado – tipo de sequestro que
pressupõe confinamento, encarceramento, privação em lugar fechado.
-tolher o direito de ir e vir da vítima de QUALQUER MANEIR (não precisa levar pra um
lugar em específico, pode se dar na rua, num local aberto, desde que esteja sob o domínio do
agente)
- com ou sem violência / grave ameaça
- colocando em cativeiro ou não
- deixando-a imóvel ou mantendo-a em movimento
Sequestrar -> qualquer PESSOA (ser humano vivo). Animal não. Se for animal será do
art. 158. Cadáver também (art. 158 ou 211)
-> com o fim de obter para si ou outrem qualquer vantagem como condição ou
preço do resgate. -> elemento subjetivo do tipo -> elemento que diferencia o
crime de extorsão mediante sequestro com o do art. 148 (sequestro)
-> qualquer vantagem: indevida
-> dever ser patrimonial (natureza econômica): a maioria entende que para
configurar este crime a vantagem exigida deve ser econômica (e não sexual ou qualquer outra)
CONSUMAÇÃO: com o sequestro independente da obtenção da vantagem
Crime formal (sem recebimento) e permanente (enquanto durar a privação).
Precisa ficar demonstrado que o fim era a obtenção da vantagem.
Recebimento é o exaurimento do crime.
Permite a prisão em flagrante
TENTATIVA: é possível, basta que ele inicie a execução do crime e não consegue
sequestrar a pessoa por circunstancias alheias a sua vontade.
*Desistência voluntária: apenas antes da privação da liberdade. Se já privou de
liberdade, não é possível desistir. Não será tentativa. O crime já se consumou.
TIPO SUBJETIVO:
Dolo
+
Especial fim de agir (com o fim de obter para si ou outrem vantagem econômica indevida)
27.08.21
Trataremos de mais um crime patrimonial, o crime de Receptação previsto no Cap VII, tit II,
arts 180 e 180-A (receptação de animal)
- Crime patrimonial
- Crime autônomo
- Crime acessório (parasitário)
Só existe quando se tem um crime antecedente, só ocorrerá quando houver
um produto de um crime. O crime de receptação é praticado apenas por pessoas que não
participaram de nenhuma maneira do crime antecedente. É crime do terceiro. É um crime
autônomo tem sua descrição típica própria, independentemente da pena do crime anterior, ou
da conduta do crime anterior. Independente se a coisa é produto de um furto ou de uma
extorsão seguida de morte, tanto faz. Quem praticar estará praticando um crime autônoma
com uma pena própria. É crime parasitário ou acessório, pois embora seja autônomo, só vai
existir se houver um crime antecedente gerando um produto (o produto do crime antecedente
é o objeto material do crime de receptação, é o produto que será adquirido, recebido ou
ocultado), se não houver, não podemos falar em receptação. No crime de receptação é
necessário o dolo. É necessário que o agente saiba que trata-se de produto de crime. Ou
deveria saber (dolo eventual).
RECEPTAÇÃO
DOLOSA
Simples: própria – caput (1ª parte) / imprópria (2ª parte)
Privilegiada - §5 (2ª parte)
Agravada - §6º
Qualificada - §1º
De Animal – art.180-A
CULPOSA
Simples - §3º
Perdão judicial - §5º (1ª parte)
Receptação
Receptação qualificada
Receptação de animal
Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com
a finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável de produção,
ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de crime: Pena -
reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
01/09/21
No §1º (receptação qualificada) o legislador diz que terá pena maior (qualificada) quem
recepta produto que “deve saber que é produto de crime”, ou seja até quando o agente não
sabe que é produto de crime mas suspeita, porém ignora e aceita. Na receptação qualificada
(industrial, comercial) até nessa situação o agente responderá com pena maior.
Na culposa o agente deveria presumir que era produto de crime, pela natureza da coisa, pelo
desproporção entre preço e valor, pela condição de quem oferece a coisa pra ele etc. São
essas 3 circunstâncias que evidenciam a culpa. (O agente não sabe que é produto de crime,
mas deveria ter presumido por uma dessas 3 circunstâncias. Se não tiver nenhuma dessas
circunstancias, ele é terceiro de boa-fé e não comete crime)
No §6º trata da receptação agravada. Causas de aumento de pena só para o caput. Só vale
para a receptação dolosa do caput.
SUJEITO PASSIVO DA RECEPTAÇÃO
- é o titular do bem jurídico violado no crime antecedente
- é a vítima do crime anterior, do qual proveio a coisa objeto da receptação
SUJEITO ATIVO
- qualquer pessoa (crime comum).
Exceções: Quem de qualquer maneira praticar do crime antecedente também não
poderá responder por receptação e sim por outro crime (autor/coautor/partícipe).
O proprietário exclusivo da coisa produto de crime também não pode ser
sujeito ativo desse crime.
§1º na modalidade qualificada o tipo penal exige que o autor seja alguém que
exerça atividade industrial ou comercial.
TIPO OBJETIVO:
Caput (simples): - própria (1ª parte do caput)
- imprópria (2ª parte)
- adquirir: obter a propriedade da coisa seja a título oneroso (comprando), seja a título
gratuito (ganhando, herdando, se apoderando de algo que se encontrou) adquirir é obter a
propriedade (crime instantâneo, não é permanente, a partir do momento que adquire o crime
está consumado)
- receber: obter posse/detenção, ainda que transitória (crime instantâneo, não é
permanente, a partir do momento que recebe o crime está consumado)
O crime antecedente não precisa ser patrimonial, mas deve ter natureza, viés patrimonial Ex.
Peculato
§4º autoria não precisa ser provada (pode ser desconhecido o autor) é necessária apenas a
prova da existência do crime antecedente. Mesmo que o agente não tenha sido punido será
configurado o crime
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RECEPTAÇÃO IMPRÓPRIA
- O agente influencia, estimula o terceiro de boa-fé a adquirir, receber ou ocultar a coisa
produto de crime (o terceiro não sabe). Se o terceiro sabe, está de má-fé, praticará receptação
própria.
CONSUMAÇÃO RECEPTAÇÃO
Com a prática da conduta
Própria: com a aquisição/recebimento/ocultação/transporte
Imprópria: com a prática de ato idôneo/inequívoco de convencimento
TIPO SUBJETIVO
Dolo + vontade de agir. Não há dolo eventual (só há dolo eventual na receptação qualificada),
no mais, quando ocorre isso é receptação CULPOSA.
RECEPTAÇÃO PRIVILEGIADA
- para a receptação dolosa (2ª parte do §5º)
- Simples (caput)
- Qualificada (§1º)
- mesmas consequências e requisitos do furto privilegiado (§2º art 155)
10/09/21
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena -
reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
- Praticado por 2 ou + pessoas (estupro coletivo): aumento de pena +1/3 a 2/3 (art.
226, IV, ‘a)
- Praticado por ascendente/padrasto/madrasta; tio, irmão; cônjuge/companheiro;
tutor/curador/preceptor/tem autoridade a qualquer título: aumento de pena +1/2 (art. 226,
III)
- Marido contra esposa? Sim (violência doméstica – Lei 11340/06
Violência: emprego de força física para vencer resistência com ou sem lesão
corporal. Acabou a tal da “violência presumida do artigo 224, foi criado um tipo próprio
chamado “estupro de vulnerável”
CONSUMAÇÃO DO ESTUPRO
- com a introdução do pênis ainda que parcial na vagina (conjunção carnal)
- ato sexual não precisa ser completo
- não requer ejaculação/orgasmo
- com a prática do ato libidinoso (1º ato – basta um)
15.09.21
- Crime onde a vítima é levada a erro quanto à identidade pessoal do agente ou legitimidade
do ato sexual. A vítima pratica o ato sexual acreditando ser outra pessoa. Ou a vítima se
entrega para o agente achando que está se entregando para outro ato que não o ato sexual.
Ela não sabe que se trata de relação sexual.
- Houve unificação 215 e 216. Mas não houve abolitio criminis. Só mudou de dispositivo. A
conduta
- “estelionato sexual”
Fraude:
- qualquer expediente ardiloso capaz de levar a erro
- é empregada pelo agente para obter o ato sexual
- vence à oposição, a resistência que haveria caso a vítima tivesse exata e correta
representação da realidade
- vontade aqui não é aniquilada (aniquilada – 217-a)
- vítima consente no ato (enganada)
- diferente do 217-A – não pratica querendo, pelo engodo/engano, mas sim porque não pode
oferecer resistência
- erro recai sobre: identidade pessoal do agente ou legitimidade do ato sexual. A vítima pratica
o ato sexual acreditando ser outra pessoa. Ou a vítima se entrega para o agente achando que
está se entregando para outro ato que não o ato sexual. Ela não sabe que se trata de relação
sexual.
OBJETIVIDADE JURÍDICA
- proteção da liberdade sexual
SUJEITO ATIVO
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Qualquer pessoa homem ou mulher
Art. 226:
- Se praticado em concurso de pessoas (concurso de agentes) (2 ou mais pessoas) aumenta ¼
- Se praticado por agente ascendente, parente etc, aumenta em ½.
EXEMPLOS DE VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE
- Identificação pessoal:
- marido viajante – mulher sonolenta
- baile de máscara
- irmão gêmeo
-Legitimidade do ato sexual:
- curandeiro – promessas de cura, mediante a prática do ato sexual
- pai de santo – cura espiritual pela prática do ato sexual
- médico – abusa sexualmente sobre o pretexto de realizar exames
- farmacêutico: ao aplica injeção
Qualquer outro meio ou expediente enganoso
CONSUMAÇÃO:
Com a conjunção carnal
Com o ato sexual
Tentativa: sim
Tipo subjetivo
Dolo (só). Não é possível ser praticado com culpa
Todos os crimes dos capítulos I e II tratam-se de ação penal pública incondicionada. Art. 225,
CP. Não depende mais da vontade da vítima. Verificar a data do crime, se ocorreu a partir da
data da lei, vai ser ação penal pública incondicionada.
IMPORTUNAÇÃO SEXUAL
Ato libidinoso contra alguém, gerando mal estar situação embaraçosa
Sem violência
Sujeito passivo: homem ou mulher desde que não seja vulnerável. Aí é estupro de
vulnerável – 217-A. Se for praticado na presença de vítima menor de 14 anos é 218-A
Idosa/ portadora de deficiência ou = + 1/3 a 2/3 ou
Gravidez = + ½ a 1/3
Deve se dirigir a uma pessoa específica. Se o sujeito mostra as partes íntimas no meio de uma
praça pública comete ato obsceno
Esse crime é de ação penal pública incondicionada. Antes de 24 de setembro não existia,
portanto esse crime já nasceu com ação penal publica incondicionada
ASSÉDIO SEXUAL
- Assedio sexual não é crime, só quando se tratar de assédio dentro de ambiente de emprego
(assédio laboral) e para ser crime o agente deve estar numa posição de superioridade
hierárquica ou ascendência perante a vítima decorrente de cargo emprego ou função.
- Nem sempre quando existe assedio sexual, trata-se do CRIME DE ASSEDIO SEXUAL.
O crime de assédio sexual só ocorre quando a vítima está numa posição de inferioridade
perante o agente.
O agente deve estar numa posição de superioridade hierárquica ou ascendência perante a
vítima decorrente de cargo emprego ou função. Senão, não há crime de assédio sexual.
Se as pessoas estiverem no mesmo patamar na empresa, não há crime de assédio sexual
Se não for num ambiente de emprego, não há crime de assedio também.
Superioridade hierárquica ou ascendência decorrente de cargo emprego ou função.
SUJEITO ATIVO
Apenas homem ou mulher que tenha superioridade hierárquica ascendência sobre o ofendido
(emprego/cargo/função)
Crime (bi)próprio – exige situação especial do agente/vítima
CONSUMAÇÃO
Com os simples atos praticados pelo agente, já causa o assédio.
FORMA AGRAVADA
Inserido pela Lei 12015/09 – 07/08/2009
A pena é aumentada em até 1/3
17/09/21
Só configura esse crime se a vítima for maior de 18 anos, se for menor, será crime do artigo
240 do ECA.
Armazenar somente não é crime, se eu possuo foto, vídeo de alguém maior de idade que não
fui eu que produzi, não configura o crime.
Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena
de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos
participantes: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo,
áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual
ou libidinoso de caráter íntimo.
É permitido manter relações sexuais consentidas com maior de 14 anos. Não pode expor, ser
mediante pagamento, etc. Não pode filmar, fotografar, senão comete crime só em filmar,
fotografar, pois tem menos de 18, mesmo que ela autorize.
Se a pessoa tiver mais de 18 anos e permitir a fotografia, não haverá crime. Se a pessoa não
permitir, comete crime.
- qualquer situação intima que envolva uma ou mais pessoas em ambiente restrito
- cena pode ter um única pessoa, embora a expressão “participantes”
- registrar e depois divulgar – concurso material (216-B + 218-C)
CONSUMAÇÃO
- com a conduta, produção registro montagem
- Tentativa – SIM
- Tem caráter subsidiário, se não configurar crime mais grave poderá configurar esse aqui
- Crime de menor potencial ofensivo – competência do jecrim
- Quem apenas armazena esse tipo de conteúdo não comete crime (exceto se vulnerável)
SIMPLES
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir,
publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou
sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que
contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua
prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia: Pena -
reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave.
MAJORADA
Aumento de pena
§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por
agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de
vingança ou humilhação.
EXCLUDENTE DE ILICITUDE
Exclusão de ilicitude
§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo em
publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso
que impossibilite a identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior
de 18 (dezoito) anos
SUJEITO PASSIVO
- qualquer pessoa que esteja na foto/vídeo
- Exceto crianças/adolescentes. Aí será 240/241-A do ECA
- idosa/portadora de deficiência – aumento de 1/3 a 2/3 – art 234-A, II
- sem consentimento para a divulgação
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze)
anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato,
ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência
234-A:
Inciso III – gravidez = aumenta ½ a 2/3 a pena se cometido depois da nova lei 24/09/18;
aumenta ½ se cometido antes de 24/09/18
Inciso IV – DST, idoso, portador de deficiência = aumenta de 1/3 a 2/3 se cometido depois de
24/09/18; aumenta 1/6 a ½ se cometido antes da lei de 24/09/18