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11/08/21

Estávamos estudando o primeiro dos crimes patrimoniais, o crime de furto. Hoje veremos o
de roubo, dando continuidade.

ROUBO

Art. 157, Cap. II, Tit. II


Nada mais é do que o crime de furto com violência/ ou grave ameaça à pessoa.
Subtração de coisa alheia móvel para si ou para outrem mediante violência ou grave ameaça à
pessoa.
Ex – assalto a mão armada é crime de roubo, entretanto, não há necessidade que haja
emprego de arma, o crime de roubo não se resume a isso, pode ser praticado sem uso de
arma. Quando há o emprego de arma a pena é aumentada, inclusive. É praticado sob violência
ou grave ameaça. Violência não necessariamente acarreta lesão, pode ser a imobilização da
vítima, um empurrão, um golpe que a derrube. Mesmo quando acarreta lesão ou morte da
vítima, ainda assim é o crime de roubo, crime patrimonial. A grave ameaça também não
precisa ser exercida com o emprego de arma, pode ser exercida por qualquer meio idôneo. Se
for exercida com o emprego de arma a pena será aumentada na 3ª fase da aplicação da pena,
vários graus de aumento a depender do tipo de arma. A grave ameaça pode ser exercida
apenas com gestos, meras palavras, ameaça de agressão, intimidação.
Delito patrimonial – escopo final do agente
Mesmo diante da violência, o crime de roubo continua sendo um crime patrimonial
Sofreu duas alterações recentes:
(lei 13654/18 e 13964/19

SIMPLES: - Proprio “caput” -improprio “§1”


AGRAVADO/MAJORADO/CIRCUNSTANCIADO: - §2º - II, III, IV, V, VI, VII - §2ºA – I, II -§2ºB
QUALIFICADO RESULTADO: §3º - inc. I L.C.G - inc. II – Morte (latrocínio – embora haja a
morte de uma pessoa, ainda assim é um crime contra o patrimônio, e não um crime contra a
vida)

LETRA DA LEI

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
No caput é roubo simples próprio. Quando a violência ou grave ameaça for exercida antes ou
durante a subtração com a finalidade de subtrair a coisa alheia, é roubo simples próprio

§ 1º - Na mesma pena (4 a 10 anos) incorre quem, logo depois de subtraída a coisa,


emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do
crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
Aqui também é roubo simples, só que é roubo simples impróprio.
Portanto, no caput e no parágrafo primeiro, temos as duas modalidades de roubo simples.
Roubo simples próprio e roubo simples impróprio. Os dois tem a mesma pena. A diferença
entre eles reside no momento e da finalidade do emprego da violência / grave ameaça.
Quando a violência ou grave ameaça for exercida antes ou durante a subtração com a
finalidade de subtrair a coisa alheia, é roubo simples próprio. Quando a violência for exercida
depois da subtração e exercida com a finalidade de assegurar a impunidade é impróprio (ex. já
roubou, quando a vítima levanta para tentar recuperar ele emprega violência ou grave
ameaça, ele usou a violência ou grave ameaça depois de roubar)

§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade (ROUBO


AGRAVADO/MAJORADO/CIRCUNSTANCIADO) (Circunstâncias que geram o aumento da pena)
-Aqui ainda não é roubo qualificado, qualificado é no §3º, qualificado prevê pena nova, não
prevê simples aumento)
I – (revogado);
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal
circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro
Estado ou para o exterior;
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego
VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca;
(reforçando, a pena aumenta 1/3 quando arma branca)

§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços) *aumento maior:


I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo; (reforçando, a
pena aumenta 2/3 quando arma de fogo)
II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou
de artefato análogo que cause perigo comum.

§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso
restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo. A pena é
dobrada quando arma de fogo de uso restrito

Quando concorrerem circunstâncias, ou seja, quando houver mais de uma circunstancia de


aumento de pena, aplica-se a que tiver o maior aumento.

Essas foram as causas de aumento de pena, é o roubo na forma agravada, roubo agravado,
roubo majorado, roubo circunstanciado.
(esses aumentos são fixados pelo juiz na terceira etapa. Relembrando, na primeira etapa ele
fixa a pena base leva em consta circunstâncias do art.59, antecedentes, personalidade, etc, se
forem favoráveis, fixa a pena base no mínimo, se desfavoráveis, acima do mínimo). Na
segunda etapa ele verifica se tem agravantes ou atenuantes, lembrando que se a pena já
estiver no mínimo, a pena não atenua mais. Na terceira etapa o juiz verificasse tem causas de
aumento de pena, ou de diminuição de pena. Aqui na terceira etapa a pena pode abaixar além
do mínimo, ou amentar acima do máximo.
§ 3º Se da violência resulta: (ROUBO QUALIFICADO)

I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;

II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.


Aqui no latrocínio não importa se a morte é acidental ou incidental, será a mesma pena.
Competência, juízo comum da mesma maneira, continua sendo crime patrimonial. Não vai
para o tribunal do júri pois não é um crime contra a vida.

Essas são duas qualificadoras. Elas preveem penas novas. São modalidades de roubo
qualificadas pelo resultado.

HEDIONDO
Sem fiança, etc, prazo de cumprimento de pena pra progressão de regime é maior, prisão
temporária é maior, já vimos isso.
Temos 5 modalidades de roubo considerado crime hediondo.
São considerados crime hediondo:
Art. 157, §2, V - O roubo circunstanciado pela restrição da liberdade da vítima
Art. 157, §2-a - Pelo emprego de arma de fogo
Art. 157, §2-b - Pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito
Art. 157, §3, I - O qualificado por lesão corporal grave ou morte.
Art. 157, §3, II - E o qualificado por morte

OBJETIVIDADE JURÍDICA
Proteção / tutela do patrimônio -> posse / propriedade das coisas móveis
Protege também, secundariamente, a liberdade individual e integridade física/vida das
pessoas.

SUJEITO ATIVO
Qualquer pessoa pode praticar o crime de roubo, trata-se de crime comum.
CRIME COMUM
Exceto:
Proprietário contra possuidor -> 345 + 147 129 (o cara usa violência ou grave ameaça até
mesmo com arma, ele não pratica o crime de roubo, está praticando exercício arbitrário
+ameaça ou lesão corporal etc)
Possuidor contra proprietário -> 168 + sei lá o que (mesma coisa)

SUJEITO PASSIVO
Proprietário / possuidor da coisa (física / jurídica )
e
Pessoa que sofre ameaça ou a violência (pode não ser o proprietário/ possuidor) – pode ser
também a pessoa que só sofreu a grave ameaça, violência. O ladrão entra na loja, aponta arma
para o funcionário. São vítimas o proprietário do estabelecimento/do dinheiro, e o funcionário
que simplesmente sofreu a ameaça, violência (crime de roubo pode ter mais de uma vítima
portanto)
Obs: quando numa ação criminosa o agente pratica roubo contra vários patrimônios,
ele vai responder por vários crimes de roubos. Ex – ele rouba o caixa e a corrente do
funcionário, ele praticou dois crimes de roubo.

13/08/21
TIPO OBJETIVO (CONT. ROUBO)

Roubo = furto com violência ou grave ameaça à pessoa


Núcleo do tipo roubo = subtrair
Objeto material do tipo roubo = coisa alheia móvel

Meios de execução do roubo:


Grave ameaça = é a promessa de mal, intimidação
Violência = emprego de força física com ou sem lesão
Violência imprópria = qualquer outro meio idôneo que não seja violência física ou grave
ameaça que reduza a vítima à impossibilidade de resistência (no §1, não ocorre violência
imprópria, só no caput). Ex. de violência imprópria = boa noite cinderela etc.

GRAVE AMEAÇA
- pode ocorrer com o emprego de arma (mas não necessariamente)
- intimidação
- promessa de mal grave e iminente
- mal considerável; certo; verossímil; próximo
- mal justo/injusto
-mal pode recair contra a vítima ou outra pessoa
- mal capaz de paralisar reação da vítima
- Tal ameaça pode ser praticada -> com atos, gestos, palavras, escritos -> simulando arma /
arma de brinquedo
Arma:
- Arma branca: + 1/3 - §2, VII
- Arma de fogo: + 2/3 - §2ª, I
- Arma de fogo de uso restrito/proibido: Duplica a pena - §2ºB

VIOLENCIA:
- violência é força física, também não precisa ser exercida com o emprego de arma, mas pode
ser, e se for a pena será aumentada
- agredir; bater; empurrar; amarrar; imobilizar; etc
- violência pode ou não acarretar lesão corporal. Pode ocorrer um roubo sem que a vítima
fique machucada.
LESÃO: - Se da violência empregada no roubo acarretar lesão de natureza leve, o
agente só responde por roubo simples, do caput ou §1; - se a lesão for grave o roubo é
qualificado e a pena é de 7 a 18 anos + multa, conforme §3, I); - se da lesão resultar morte, o
roubo é qualificado e a pena é de 20 a 30 anos + multa, conforme §3, II.

VIOLENCIA IMPRÓPRIA
Só está prevista no caput, não está prevista no §1
- narcóticos, soníferos, álcool, hipnose, etc
- qualquer meio idôneo que não seja força física, grave ameaça, etc e que reduz a vítima à
impossibilidade de resistência
- o agente tem que empregar esse meio, se ele só se aproveitar de uma situação que ele não
causou, não será configurado roubo, e sim furto (ex – vítima bêbada caída, agente pega celular
largado ao lado)

- Não existe roubo privilegiado, roubo de bagatela, roubo de uso.


- Trombada: se a trombada/esbarrão for pesado, para desequilibrar, ou até mesmo derrubar
será artigo 157 (roubo). Se o esbarrão for leve, só pra distrair será artigo 155, §4, II (furto
mediante destreza)
- Arrebatamento da coisa:
É o emprego de força física no objeto a ser subtraído, o agente puxa a coisa com força
- se a violência ocorre só na coisa – trata-se de crime de furto, art. 155.
- violência atinge pessoa – trata-se de roubo ex: pessoa com o puxão
desequilibra e cai será art. 157

Com relação ao arrebatamento da coisa, se há uma disputa de força entre


agente e vítima (o agente puxa o objeto e a vítima tenta segurar) a vítima por fim tem
o bem subtraído, mas não se machuca. Neste caso configura crime de roubo ou de
furto?

CONSUMAÇÃO DO CRIME DE ROUBO


- Com a inversão da posse do bem pela ameaça ou violência, ainda que haja perseguição ou
não fique o agente com a coisa ainda que por breve espaço tempo. -> Dispensa a posse mansa
ou pacífica ou desvigiada da coisa.

TENTATIVA: -> SIM. O crime de roubo admite tentativa. Pena reduzida de 1/3 a 2/3 – art. 14,
II, CP

TIPO SUBJETIVO
- Crime doloso
-Culpa: NÃO
- Dolo + Especial fim de agir
- Dolo: vontade e consciência de subtrair com violência / grave ameaça à pessoa
- Especial fim de agir: “para si ou outrem”; animo assenhoreamento definitivo;
intenção de não devolver; propósito de se tornar dono da coisa.

ROUBO IMPRÓPRIO (§1º)


Roubo impróprio é o crime que começa com furto e vira roubo, o agente subtrai o objeto e
logo depois (em seguida) usa força, violência, grave ameaça para manter a posse do objeto.
Obs: Será roubo impróprio enquanto não tiver se consumado o furto. Se já tiver
configurado o crime de furto, não ocorre roubo impróprio.
- Pena é a mesma do roubo próprio / não tem previsão da violência imprópria (não confundir).
Aqui ele exerce violência própria (normal).
- Diferença do roubo do caput = momento e finalidade do emprego da violência ou grave
ameaça.
Momento: - Roubo simples (caput): antes/durante a subtração
- Roubo impróprio (§1º): logo depois da subtração
Finalidade: - Roubo simples (caput): para subtrair
- Roubo impróprio (§1º): para assegurar a detenção coisa ou impunidade
Logo depois: antes da consumação do furto
- se o agente emprega violência/grave ameaça depois que já obteve a posse
tranquila e desvigiada da coisa não é roubo. É 155, 147/129
CONSUMAÇÃO DO ROUBO IMPRÓPRIO: com o emprego da violência/grave ameaça.
Roubo impróprio admite tentativa.

ROUBO AGRAVADO (circunstanciado)


Causas de aumento de pena (aplicados na 3ª etapa) sobre a pena do “caput” ou do §1º
As causas de aumento de pena estão nos
- § 2º (II, III, IV, V, VI, VII) = +1/3 a ½
- §2-A (I e II) = +2/3
- §2º B = 2X ( o dobro)

Obs: Se tiver mais de uma causa de aumento de pena, vai prevalecer o maior aumento,
e a outra causa de aumento será usada como circunstancia judicial desfavorável.
O aumento tem que se pautar num critério qualitativo, o juiz tem que explicar porque
está aumentando a pena um pouco a mais.

18.08.21

Estudaremos hoje o roubo agravado (circunstanciado)

ROUBO AGRAVADO (ROUBO CIRCUNSTANCIADO)


- causas de aumento de pena na 3ª etapa -> pena
- não temos pena nova, e sim causas de aumento de pena
- juiz leva em conta o caso concreto na 3ª etapa (3ª fase)
Temos 3 parágrafos com várias causas de aumento de pena
§2º II, III, IV, V, VI, VII (+1/3)
§2º-A I, II (+1/3)
§2º-B – 2x (dobro)

§ 2º. A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:

I – (revogado);

II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;

III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal


circunstância.

IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro
Estado ou para o exterior

V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.


VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou
isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.

VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca;

§ 2º-A. A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços)

I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo.

II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de


artefato análogo que cause perigo comum.

§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso
restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.

Quando concorrerem causas de aumento de pena, ou seja, havendo mais de uma


causa de aumento de pena (de parágrafos diferentes), o juiz vai usar a causa de aumento que
mais aumenta. E a outra causa será usada como circunstancia desfavorável, permitindo que
ele fixe a pena base acima do mínimo legal (art. 59)
Quando concorrerem causas de aumento de pena do mesmo parágrafo (as duas tem a
pena igual) usa uma pra aumentar e outra como circunstância base.
Quando concorrerem causas de pena do parágrafo segundo (§2º) (com o mesmo aumento de
pena), ele não vai usar uma para aumentar e outra como circunstancia judicial.
Ele vai usar a pena maior Ele vai usar critérios:
- > Critério – quantitativo – leva em conta o numero de circunstâncias presentes
- qualitativo – leva em conta a qualidade da qualificadora
- há súmula do STJ com fundamentação concreta de maior gravidade e
consequentemente maior aumento

§2 (parágrafo 2º do art. 157) – aumento de 1/3 até a metade

INCISO I (arma) foi revogado porque não especificava o tipo de arma.


Hoje em dia não tem um aumento especcífico para “arma”. Tem que enquadrar o tipo da arma
em um dos incisos.

INCISO II – Concurso de Pessoas


- 2 ou + pessoas (regras art.29) praticando o roubo
- Não precisa que os agentes estejam no lugar do roubo (in loco) praticando atos de execução
- Inimputável / desconhecido (só encontrou um para prender) – sim – basta a certeza de
participação (responderá com aumento de pena normal)
- Associação Criminosa (288) – concurso crimes – STF (só quando tiver 3 ou mais pessoas
juntas de maneira estável e permanente de modo a praticar crimes) (se for pra praticar apenas
um crime, não é associação criminosa)
- Corrupção de Menores (art. 244-B ECA) – concurso crimes – súmula 500 STJ (quando um
imputável pratica um crime com um adolescente responde pelo crime e por corrupção de
menores.

INCISO III (Transporte de Valores)


- O agente precisa estar em serviço de transporte de valores de outrem (PJ, ou PF)
- A coisa não pode pertencer ao próprio detentor
- O agente deve conhecer a situação do transporte (o agente tem que saber que ali onde ele
roubou se faz transporte de valores)
- Valores = dinheiro, títulos, jóias, pedras preciosas, etc. (Cargas de eletrônicos, cargas valiosas,
já se reconheceu até de remédio)

INCISO IV (Veículo automotor transportado para outro estado/exterior)


- Só configura se passar da fronteira, se não conseguir não configura

INCISO V – (restrição de liberdade da vítima) (crime hediondo)


- Aqui além de aumentar a pena, transforma o crime de roubo em hediondo
- restrição da liberdade da vítima ainda que por breve espaço de tempo (além de exercer o
roubo mantém a vítima em seu poder restringido a sua liberdade) (prende a vítima em algum
lugar, rendem o motorista em lugar até os autores desovarem a carga, etc)
- Vítima fica com a liberdade de locomoção cerceada – qualificadora (mesmo depois da
execução para facilitar a fuga ou dificultar a identificação)
- Antes respondia por roubo e sequestro (ficava pior para o agente)
- Se ocorrer privação depois do roubo e sem conexão com sua execução – delito autônomo –
art. 157 e art. 148
- Lei 13.964-19 - tornou crime hediondo – fatos a partir de 23/01/20
INCISO VI – (Subtração explosivo)
- Refere-se ao objeto material
-> substância explosiva
-> acessórios para fabricação, montagem, emprego
- é diferente do §2º-A, II – agente usa o explosivo para roubar

INCISO VII – Exerce emprego de Arma Branca (+1/3 até a metade)


- dois entendimentos:
qualquer arma que não seja de fogo
só os artefatos cortantes/perfurantes
- deve haver o emprego efetivo (ou ser mostrada a vítima)

§2º - A – ARMA DE FOGO (uso permitido) (


(COPIAR SLIDE)

§2º - B – ARMA DE FOGO (uso restrito) (2X – aumento de pena em dobro)


- violência / grave ameaça com arma de fogo – restrita/proibida
- art. 23 10826/03 – portaria 1222/19 comando do exército (uso permitido/restrito)
- quem tem arma de fogo e não é registrada comete crime do art 16, 10826/03 (porte art 14)
- absorvido
- salvo se praticado em conduta estranha ao roubo
ROUBO QUALIFICADO PELO RESULTADO
- Resulta:
- Inc. I - lesão corporal grave (art 129)
- Inc. II - morte
-separado em dois inciso – I e II (foi aumentada a pena do I)
- Ambos (I e II) são crimes hediondo
-se for lesão leve não vale
- não importa se tinha intenção ou não, o que importa é o resultado (culposo ou doloso)

LESÃO CORPORAL GRAVE (Inc. I)


- 7 a 18 anos e multa
- Lesões Graves - §§1º e 2º do art. 129

MORTE (LATROCÍNIO)
Latrocínio: morte advém da violência empregada para subtrair – roubo próprio ou
impróprio.
É crime complexo: roubo + homicídio (doloso ou culposo)
É um crime patrimonial: Esse é o escopo do agente, muito embora possa até
deliberadamente matar para esse fim.
Não é crime contra a vida – competência singular – Súm 603 STF
- Morte da vítima ou de terceiro (ambas configuram latrocínio)
- Morte do comparsa (não é latrocínio)
- Resultado culposo – não admite tentativa
- Resultado doloso – sim, admite tentativa

CONSUMAÇÃO DO LATROCÍNIO
- Com a morte independentemente da subtração.
Subtração consumada + morte consumada = latrocínio consumado
Subtração tentada + morte tentada = Tentativa de latrocínio
Subtração consumada + morte tentada = Tentativa de latrocínio
Subtração tentada + morte consumada = Latrocínio consumado

Quando a morte não for consumada, não é latrocínio, é tentativa. Se a morte for
consumada, pouco importa se o roubo se consumou, já é latrocínio.

Quando há várias mortes num único roubo, estamos diante de vários latrocínios, num
concurso formal impróprio as penas são somadas

20.08.21

Estudaremos o crime de extorsão, capítulo II do Cp, está ali perto do crime de roubo,
Temos extorsão comum, mediante sequestro e indireta. Hoje estudaremos extorsão comum.
Temos o sequestro, aqui teremos o crime de extorsão mediante sequestro, não posso mais
falar errado, sempre que o agente sequestra alguém visando vantagem econômica para como
preço do resgate, é extorsão mediante sequestro e não só sequestro

EXTORSÃO – Art. 158


Art. 158: - simples – caput (extorsão comum)
- agravado §1o (causa de aumento de pena)
- qualificado pelo resultado - §2o (qualificado)
- qualificado (relâmpago) - §3o

Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter
para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar
de fazer alguma coisa: Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Extorsão comum
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-
se a pena de um terço até metade.

§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior.

§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é


necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12
(doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas
previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente.
Também constrange a vítima mediante violência ou grave ameaça ele o faz
restringindo a liberdade da vítima.
Entender que aqui traz qualificadora do caput e traz qualificadoras da própria
qualificadora.

Conduta e objeto material se diferenciam do crime de roubo. No roubo o objeto é


coisa alheia móvel, na extorsão é vantagem econômica sobre a vítima. No roubo só vale coisa
móvel, a conduta recai sobre coisa móvel. Na extorsão, vantagem econômica pode ser coisa
móvel mas pode ser um crédito etc.
Meio de execução é igual ao do crime de roubo (violência, grave ameaça)
Crime patrimonial igual ao roubo

Quando a extorsão visa coisa móvel, pode haver uma confusão com o crime de roubo.
DIFERENÇA ENTRE EXTORSÃO X ROUBO: Existe um critério pra diferenciá-los. Consiste na
prescindibilidade ou não no comportamento da vítima para que o agente obtenha a
vantagem. O COMPORTAMENTO é indispensável para que o agente obtenha a vantagem é
imprescindível, indispensável é extorsão, se for dispensável é crime de roubo. Ex – aponta a
arma e pede a carteira? o comportamento de entregar é dispensável pois se a vítima não
entregar, o cara toma dela do mesmo jeito. Agora, aponta arma pra vítima no caixa eletrônico
e manda por a senha, ora, o comportamento é indispensável, pois se a vítima não colocar a
senha o agente não vai poder colocar, logo é extorsão.
A outra diferença é a coisa alheia móvel, no roubo é necessário que seja, no crime de extorsão
não.
O crime de extorsão art. 158, não pode ser confundido com o constrangimento ilegal
do art.146. Extorsão precisa ser vantagem econômica indevida.
Não pode ser confundido com o artigo 316. O crime de concussão do 316 (funcionário
público) exige-se vantagem indevida, mas aqui não é com violência ou grave ameaça, está
relacionada com a sua função pública, neste precisa ter funcionário público envolvido.
Não pode ser confundido com o de estelionato 171, pois na extorsão sempre precisa
ter violência ou grave ameaça. Se a extorsão tiver fraude, engano, características similares a
estelionato, mas tiver grave ameaça ou violência ainda assim é extorsão. No caso do detento
que liga pra casa da vítima e diz que tá com a filha dela, ele está usando fraude, meio
enganoso, mas não é estelionato, pois tem grave ameaça, não é extorsão mediante sequestro
também, porque o sequestro não é verdadeiro, é simplesmente o crime de extorsão.
Não confundir com o crime de estupro art. 213, aqui o agente também constrange a
vítima mediante violência ou grave ameaça a fazer alguma coisa, mas constrange com a
intenção de obter relação sexual.
Não confundir extorsão com o crime de exercício arbitrário direito (art.345) na
extorsão a vantagem que o agente quer não era devida a ele.
Não confundir o crime de extorsão mediante de liberdade (158, §3º), com extorsão
mediante sequestro. Nos dois o agente priva a vítima de liberdade. A diferença é que na
extorsão com restrição de liberdade ele restringe a liberdade da própria pessoa que ele está
exigindo comportamento. Já no crime de extorsão mediante sequestro, ele restringe a
liberdade de outra pessoa, a fim de obter o comportamento de outra.
Ex - extorsão com restrição de liberdade §3º, o agente acompanha a vítima até o caixa,
mantém ele no carro etc.

Outro exemplo de extorsão é ameaçar vazar fotos íntimas exigindo quantia em dinheiro.

Concurso material entre roubo (art.157 e extorsão (art. 158) -> SIM
-> Agente invade casa rouba tudo, e ainda obriga vítima assinar talão de cheque. Ora,
um crime não absolve o outro. O agente responderá em concurso material pelos dois crimes.

O Crime de extorsão crime hediondo?


§3 resultando lesão
e
§3 resultando morte

OBJETIVIDADE JURÍDICA
Proteção/tutela de todo patrimônio (o crime de roubo só protege a coisa móvel)
Liberdade individual/integridade física – protegidos secundariamente

SUJEITO ATIVO DA EXTORSÃO


Qualquer pessoa (comum)
Inclusive funcionário público (praticará quando empregar violência ou grave ameaça) (se não
empregar violência, usar só o seu cargo pra ameaçar, é concussão)

SUJEITO PASSIVO DA EXTORSÃO


Qualquer pessoa que sofre desfalque patrimonial, ou que sofre a violência grave ameaça (da
qual se exige o comportamento) – podem ou não ser a mesma pessoa
Pode ter mais de uma vítima, o patrimônio era da minha mãe, mas eu que sofri a violência.

TIPO OBJETIVO DA EXTORSÃO


Constranger = obrigar, forçar, compelir, coagir
Constranger = violência / grave ameaça
Para a vítima fazer, deixar de fazer algo, tolerar que se faça algo

Violência é o emprego de força física


Com ou sem lesão corporal

Grave ameaça é promessa de mal (intimidação)

Mal: considerável, certo, iminente


Atos, gestos, palavras, escritos etc
Não precisa ser só morte/lesão
Mal pode ser vazamento de fotos, contar segredos, chantagem é extorsão
Mal espiritual – SIM

Tem que ser vantagem indevida para ser extorsão, se a vantagem for devida, tiver fazendo isso
para cobrar dívida, é exercício arbitrário de direito.

CONSUMAÇÃO DA EXTORSÃO
Com o comportamento da vítima após o constrangimento.
(Local: onde a vítima é constrangida)
Extorsão Admite tentativa.

TIPO SUBJETIVO
Dolo + Especial fim de agir com fim de obter vantagem econômica indevida (qualquer coisa
que tenha valor em dinheiro e que não seja devido

EXTORSÃO AGRAVADA

Aumento de 1/3 a 1/2 - quando cometido por 2 ou + pessoas (Aqui tem que ter coautoria)
- emprego de arma (qualquer arma, não só a de fogo)

EXTORSÃO QUALIFICADA PELO RESULTADO


Se da violência resulta:
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa

EXTORSÃO QUALIFICADA COM RESTRIÇÃO DE LIBERDADE (sequestro relâmpago)


(sequestro relâmpago) – não usa muito esse termo pra não confundir com o sequestro do
próximo artigo. Não é o tempo que restringiu liberdade que define, é se a pessoa que teve
comportamento exigido é a mesma que foi “sequestrada”, só assim é sequestro relâmpago.
Na extorsão com restrição de liberdade ele restringe a liberdade da própria pessoa que ele
está exigindo comportamento. Já no crime de extorsão mediante sequestro, ele restringe a
liberdade de outra pessoa, a fim de obter o comportamento de outra.

Faltou copiar alguns slides (20.08.2021)

25.08.21

Hoje estudaremos extorsão mediante sequestro


Também é crime patrimonial
Já estudamos roubo, extorsão, e extorsão mediante sequestro.

EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO:

Extorsão - art. 158 = o agente não priva alguém de sua liberdade com o propósito de obter
uma vantagem econômica.
Vs.
EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO = o agente priva alguém de sua liberdade com o propósito
de obter uma vantagem econômica pela soltura da vítima. Condição ou preço do resgate.
Aqui, o meio que ele usa é o sequestro.

Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem,
como condição ou preço do resgate: Pena - reclusão, de oito a quinze anos...
Basta que ele sequestre a pessoa com o fim de obter vantagem , mesmo que ele não
consiga obter a vantagem, o crime se configura.

§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de


18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou
quadrilha. Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
Forma qualificada (não pelo resultado). Crime qualificado. Qualificadora

§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de


dezesseis a vinte e quatro anos.
Forma qualificada pelo resultado. Crime qualificado pelo resultado.

§ 3º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.


Maior pena do nosso ordenamento jurídico.
Forma qualificada pelo resultado. Crime qualificado pelo resultado

§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade,


facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
Delação premiada, causa de diminuição de pena.
Precisa de dois requisitos, que o crime seja cometido em concurso e precisa facilitar a
libertação do sequestrado.

O crime de extorsão mediante sequestro é hediondo em todas as suas modalidades.


A colaboração premiada está presente para vários crimes.
Possibilidade da extinção da punibilidade/perdão judicial (pode ocorrer, depende da situação,
precisa o agente ser primário, colaborar voluntariamente permitindo a identificação dos
demais autores, a libertação da vítima com a integridade preservada a recuperação total ou
parcial do proveito do crime). Possibilidade de restituição da pena
Precisa de dois requisitos, que o crime seja cometido em concurso e precisa facilitar a
libertação do sequestrado.

OBJETIVIDADE JURÍDICA DO CRIME:


- Proteção e Tutela do Patrimônio (‘lato sensu”)
- Liberdade individual / integridade física (secundariamente)
A proteção do patrimônio é a principal desse crime.

SUJEITO ATIVO
- Qualquer pessoa (crime comum)
- Admite coautoria e participação (concurso de pessoas)
-> art. 29, do CP
- não apenas quem sequestra
- mas também aquele que de qualquer forma concorre para o crime (o
que vigia o cativeiro / faz contato com familiares / arrecada o resgate / empresta o carro, o
sítio, o local do cativeiro, todos esses concorrem no crime. Esses que concorrem não precisam
participar desde o início, em qualquer momento que aderirem a essa conduta, responderão
pelo tipo penal

SUJEITO PASSIVO
- Pessoa que tem a liberdade restringida (sequestrado) – pessoa física
- Pessoa que tem o patrimônio desfalcado (pessoa física/jurídica)
- Pode ou não ser a mesma pessoa (o dinheiro pode sair da conta de quem foi
sequestrado)

Extorsão mediante sequestro é diferente de sequestro relâmpago (extorsão com restrição de


liberdade) do art. 158, §3º. Na extorsão com restrição de liberdade, é a mesma pessoa que
tem a liberdade restringida da qual se exige a vantagem. Na extorsão mediante sequestro ele
sequestra uma pessoa e exige de OUTRA o comportamento, é outra pessoa que faz o que o
sequestrador quer (o dinheiro pode até sair da conta do que foi sequestrado, mas foi exigido
de outra pessoa)

TIPO OBJETIVO:
Sequestrar: esse é o núcleo do tipo. Significa privar a vítima de sua liberdade ainda que por
breve espaço de tempo. Abrange também o cárcere privado – tipo de sequestro que
pressupõe confinamento, encarceramento, privação em lugar fechado.
-tolher o direito de ir e vir da vítima de QUALQUER MANEIR (não precisa levar pra um
lugar em específico, pode se dar na rua, num local aberto, desde que esteja sob o domínio do
agente)
- com ou sem violência / grave ameaça
- colocando em cativeiro ou não
- deixando-a imóvel ou mantendo-a em movimento
Sequestrar -> qualquer PESSOA (ser humano vivo). Animal não. Se for animal será do
art. 158. Cadáver também (art. 158 ou 211)
-> com o fim de obter para si ou outrem qualquer vantagem como condição ou
preço do resgate. -> elemento subjetivo do tipo -> elemento que diferencia o
crime de extorsão mediante sequestro com o do art. 148 (sequestro)
-> qualquer vantagem: indevida
-> dever ser patrimonial (natureza econômica): a maioria entende que para
configurar este crime a vantagem exigida deve ser econômica (e não sexual ou qualquer outra)
CONSUMAÇÃO: com o sequestro independente da obtenção da vantagem
Crime formal (sem recebimento) e permanente (enquanto durar a privação).
Precisa ficar demonstrado que o fim era a obtenção da vantagem.
Recebimento é o exaurimento do crime.
Permite a prisão em flagrante
TENTATIVA: é possível, basta que ele inicie a execução do crime e não consegue
sequestrar a pessoa por circunstancias alheias a sua vontade.
*Desistência voluntária: apenas antes da privação da liberdade. Se já privou de
liberdade, não é possível desistir. Não será tentativa. O crime já se consumou.

TIPO SUBJETIVO:
Dolo
+
Especial fim de agir (com o fim de obter para si ou outrem vantagem econômica indevida)

EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO QUALIFICADO (§1º)


I – Sequestro dura mais de 24 horas (do tempo que foi privada de sua liberdade até o tempo
que foi resgatada)
II – Se a vítima for menor de 18 anos ou maior de 60 anos:
- justifica-se o aumento pela maior facilidade do sequestro
- maior risco à integridade física/incolumidade pessoal da vítima
- a vítima pode atingir a idade em qualquer momento do sequestro, aplicar-se-á esta
qualificadora (tinha 17 quando foi raptada, fez mais de 60 depois que foi raptada
Pena maior: 12 a 20 anos
3 qualificadoras: - 1) tempo de duração do sequestro
- 2 ) idade da vítima -> basta uma das 3 = 12 a 20 anos
- 3) ação profissional/organizada -> mais de uma – art. 59

III) Sequestro praticado por Quadrilha/Bando


- funda-se na maior gravidade diante de ação profissional e organizada dos criminosos
- maior perigo à ordem pública
- maior eficiência na prática do crime
Expressão: cometido por “bando ou quadrilha” – organização criminosa, associação
criminosa etc
Dois entendimentos:
1) Qualificadora revogada (princípio da taxatividade)
2) Aplicável desde que presentes os requisitos antigos da
“quadrilha/bando”
- bis in idem entre a qualificadora e o crime do artigo 288 do CP: - NÃO – concurso de
crimes (momentos consumativos e bens jurídicos diversos)
- SIM – “bis in idem –
doutrina (maioria)

EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO QUALIFICADO PELO RESULTADO (§§2º e 3º)


- dois resultados qualificando o crime – Lesão Corporal Grave ou Morte (sequestrado tem que
sofrer isso para qualificar)
- §2º - L.C.G ( §§1 e 2 do 129) – pena 16 a 24 (sem multa)
- Não vai a júri, vai a juízo comum
- §2º Morte – pena: 24 a 30 anos (sem multa)
- Resultados podem advir de dolo ou culpa (desejados ou não pelo agente)
- Resultados devem recair sobre o sequestrado. Se recair sobre outra pessoa:
– art.159 (simples + - art.129 (LCG)
- art. 121 (morte)
Deve decorrer do “fato” (caso fortuito força maior – Não)

27.08.21

Trataremos de mais um crime patrimonial, o crime de Receptação previsto no Cap VII, tit II,
arts 180 e 180-A (receptação de animal)

RECEPTAÇÃO – art. 180 e 180-A


- Receptação (art. 180) / Receptação de Animal (art. 180-A – semovente domesticado e de
produção)
CONCEITO DE RECEPTAÇÃO: Crime de receptação consiste na conduta de adquirir, receber,
ou ocultar coisa produto de crime (Produto de crime. Produto de contravenção não configura).
Não prevê ameaça à pessoa, mas é crime patrimonial grave pois fomenta a prática de outros
crimes.

- Crime patrimonial
- Crime autônomo
- Crime acessório (parasitário)
Só existe quando se tem um crime antecedente, só ocorrerá quando houver
um produto de um crime. O crime de receptação é praticado apenas por pessoas que não
participaram de nenhuma maneira do crime antecedente. É crime do terceiro. É um crime
autônomo tem sua descrição típica própria, independentemente da pena do crime anterior, ou
da conduta do crime anterior. Independente se a coisa é produto de um furto ou de uma
extorsão seguida de morte, tanto faz. Quem praticar estará praticando um crime autônoma
com uma pena própria. É crime parasitário ou acessório, pois embora seja autônomo, só vai
existir se houver um crime antecedente gerando um produto (o produto do crime antecedente
é o objeto material do crime de receptação, é o produto que será adquirido, recebido ou
ocultado), se não houver, não podemos falar em receptação. No crime de receptação é
necessário o dolo. É necessário que o agente saiba que trata-se de produto de crime. Ou
deveria saber (dolo eventual).

-> Crime antecedente:


- crime – contravenção NÃO: precisa ser produto de um CRIME
antecedente e não de uma contravenção penal.
- crime patrimonial ou não (viés patrimonial) – esse crime antecedente
não precisa necessariamente ter sido um crime contra o patrimônio. O crime precisa apenas
gerar um produto que possa ser recebido, adquirido ou ocultado por alguém. Ex – crime contra
a administração pública, corrupção passiva, o funcionário solicita uma vantagem (uma joia) em
troca de um serviço. Ora, essa joia é produto de crime, se alguém receber, adquirir ou ocultar
essa joia, estará praticando crime de receptação em tese (se tiver conhecimento que o objeto
é proveniente de crime).
- apenas prova da existência - §4º

RECEPTAÇÃO
DOLOSA
Simples: própria – caput (1ª parte) / imprópria (2ª parte)
Privilegiada - §5 (2ª parte)
Agravada - §6º
Qualificada - §1º
De Animal – art.180-A

CULPOSA
Simples - §3º
Perdão judicial - §5º (1ª parte)

Receptação

Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou


alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a
adquira, receba ou oculte: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Própria é a receptação em proveito próprio ou alheio
Imprópria é influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte. O agente
não adquire, não recebe, não oculta, mas mesmo sabendo que é produto de crime influencia
um terceiro a adquirir, receber ou ocultar.
Na receptação dolosa, se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada,
o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou
aplicar somente a pena de multa. (receptação na modalidade privilegiada)

Receptação qualificada

§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,


montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser
produto de crime: Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
Quando a receptação for praticada no exercício de atividade comercial ou industrial.
Tal atividade comercial ou industrial pode ser comércio irregular ou clandestino, ou exercido
em residência, será aplicada essa qualificadora.

§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer


forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência.

Receptação culposa: Infração de menor potencial ofensivo, competência do JECRIM


§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o
valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio
criminoso: Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.
Modalidade de receptação culposa: Infração de menor potencial ofensivo,
competência do JECRIM, mas ainda assim é crime.
Produto caro vendido muito barato, preço desproporcional, ou de pessoa suspeita
(mesmo pagando preço normal). O indivíduo não pode saber que é produto de crime, se
souber responde pelo crime do caput (receptação dolosa).
Se o indivíduo recebe coisa produto de crime e não sabe que é produto de crime e
nem tinha como presumir pois não havia nenhuma dessas 3 condições (natureza,
desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece), o indivíduo estava
de boa-fé e nem tinha como saber, portanto, não comete crime de receptação, nem culposa.
Se o criminoso é primário e pratica receptação culposa, pode o juiz, tendo em
consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena (receptação privilegiada).

§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do


crime de que proveio a coisa.
A receptação depende sempre de um crime antecedente, e também configura
receptação a aquisição, recebimento ou ocultamento de coisa produto de crime mesmo que o
autor do crime antecedente seja desconhecido ou isento de pena, ou ato infracional (crime
praticado por adolescente), vai ser crime de receptação da mesma maneira. Obs: só não vai
ser receptação se for produto de contravenção penal.

§ 5º - Na hipótese do § 3º (receptação culposa), se o criminoso é primário, pode o juiz,


tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa
aplica-se o disposto no § 2º do art. 155.
Na receptação culposa, se o criminoso é primário e pratica, pode o juiz, tendo em
consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena (receptação privilegiada).
Na receptação dolosa, se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada,
o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou
aplicar somente a pena de multa. (receptação na modalidade privilegiada)

§ 6o Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de


Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia
mista ou empresa concessionária de serviços públicos, aplica-se em dobro a pena prevista no
caput deste artigo.
Se o indivíduo além de adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar coisa
produto de crime, ainda o faz com coisa pertencente ao patrimônio da União, Estado, Distrito
Federal, de Município ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de
economia mista ou empresa concessionária de serviços públicos, pratica a receptação na
modalidade agravada.

Receptação de animal

Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com
a finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável de produção,
ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de crime: Pena -
reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Só para semoventes domesticáveis de produção. Se for animais silvestres (tigres) ou


animais domesticados (cachorros, gatos, domesticados), o agente estará cometendo a
receptação simples do artigo 180, e não receptação de animal.

01/09/21

Terminaremos o crime de receptação.


Crime autônomo, tem pena própria etc, mas embora seja autônomo é chamado de crime
parasitário ou crime acessório, pois para a sua existência é necessário um crime anterior. Esse
crime antecedente não precisa ser patrimonial, mas precisa gerar um produto. Para a
receptação CULPOSA está previsto o perdão judicial - §5º (na segunda parte do parágrafo 5º
prevê a receptação privilegiada quando for receptação dolosa)

OBJETIVIDADE JURÍDICA DA RECEPTAÇÃO


- proteção/tutela do patrimônio (lato sensu)
A segunda conduta reforça ainda mais a lesão patrimonial
Com a receptação há uma segunda lesão ao patrimônio já violado anteriormente
Diz-se que a coisa fica mais distante do titular
- protege também Adm. Pública (secundariamente)
Essa segunda conduta dificulta ainda mais a atuação da Autoridade Pública na
elucidação do crime.

No §1º (receptação qualificada) o legislador diz que terá pena maior (qualificada) quem
recepta produto que “deve saber que é produto de crime”, ou seja até quando o agente não
sabe que é produto de crime mas suspeita, porém ignora e aceita. Na receptação qualificada
(industrial, comercial) até nessa situação o agente responderá com pena maior.

Na culposa o agente deveria presumir que era produto de crime, pela natureza da coisa, pelo
desproporção entre preço e valor, pela condição de quem oferece a coisa pra ele etc. São
essas 3 circunstâncias que evidenciam a culpa. (O agente não sabe que é produto de crime,
mas deveria ter presumido por uma dessas 3 circunstâncias. Se não tiver nenhuma dessas
circunstancias, ele é terceiro de boa-fé e não comete crime)

No §6º trata da receptação agravada. Causas de aumento de pena só para o caput. Só vale
para a receptação dolosa do caput.
SUJEITO PASSIVO DA RECEPTAÇÃO
- é o titular do bem jurídico violado no crime antecedente
- é a vítima do crime anterior, do qual proveio a coisa objeto da receptação

SUJEITO ATIVO
- qualquer pessoa (crime comum).
Exceções: Quem de qualquer maneira praticar do crime antecedente também não
poderá responder por receptação e sim por outro crime (autor/coautor/partícipe).
O proprietário exclusivo da coisa produto de crime também não pode ser
sujeito ativo desse crime.
§1º na modalidade qualificada o tipo penal exige que o autor seja alguém que
exerça atividade industrial ou comercial.

TIPO OBJETIVO:
Caput (simples): - própria (1ª parte do caput)
- imprópria (2ª parte)

RECEPTAÇÃO PRÓPRIA: (caput 1ª parte)


- crime misto alternativo (várias condutas – mesma ação – crime único)

- adquirir: obter a propriedade da coisa seja a título oneroso (comprando), seja a título
gratuito (ganhando, herdando, se apoderando de algo que se encontrou) adquirir é obter a
propriedade (crime instantâneo, não é permanente, a partir do momento que adquire o crime
está consumado)
- receber: obter posse/detenção, ainda que transitória (crime instantâneo, não é
permanente, a partir do momento que recebe o crime está consumado)

- ocultar: esconder, homiziar, colocar em lugar desconhecido (crime permanente,


enquanto tiver ocultando considera-se crime permanente, a consumação está acontecendo)
- transportar: levar de um lugar a outro (crime permanente, enquanto tiver
transportando, considera-se crime permanente, a consumação está acontecendo)
- conduzir: dirigir, etc. (crime permanente, enquanto tiver conduzindo considera-se
crime permanente, a consumação está acontecendo)

- Crime permanente (receptação): quando transportar / conduzir / ocultar


-> permite a prisão em flagrante/prescrição a partir da cessação da permanência
- Crime instantâneo (receptação): ao adquirir/receber

Não desconfigura a receptação a transformação da coisa, a fusão da coisa, a criação de outra


coisa a partir da coisa, a substituição da coisa

O crime antecedente não precisa ser patrimonial, mas deve ter natureza, viés patrimonial Ex.
Peculato

§4º autoria não precisa ser provada (pode ser desconhecido o autor) é necessária apenas a
prova da existência do crime antecedente. Mesmo que o agente não tenha sido punido será
configurado o crime
COPIAR SLIDE

RECEPTAÇÃO IMPRÓPRIA
- O agente influencia, estimula o terceiro de boa-fé a adquirir, receber ou ocultar a coisa
produto de crime (o terceiro não sabe). Se o terceiro sabe, está de má-fé, praticará receptação
própria.

CONSUMAÇÃO RECEPTAÇÃO
Com a prática da conduta
Própria: com a aquisição/recebimento/ocultação/transporte
Imprópria: com a prática de ato idôneo/inequívoco de convencimento

Tentativa: receptação própria: SIM


Receptação impropria: NÃO ADMITE TENTATIVA

TIPO SUBJETIVO
Dolo + vontade de agir. Não há dolo eventual (só há dolo eventual na receptação qualificada),
no mais, quando ocorre isso é receptação CULPOSA.

RECEPTAÇÃO QUALIFICADA (§1º)


Crime cometido em circunstancia que o torna mais grave
É crime próprio. Na forma qualificada admite dolo eventual.
Pena 03 a 08 anos + multa
Além das condutas do caput:
Ter em depósito, desmontar, remontar, montar, vender, expor, utilizar de qualquer forma.

RECEPTAÇÃO PRIVILEGIADA
- para a receptação dolosa (2ª parte do §5º)
- Simples (caput)
- Qualificada (§1º)
- mesmas consequências e requisitos do furto privilegiado (§2º art 155)

RECEPTAÇÃO CULPOSA (§3º)


- Infração de menor potencial ofensivo. Competência do JECRIM.
Modalidade culposa. Há violação do dever objetivo de cuidado ao adquirir ou receber a coisa.
O agente deveria saber que se tratava de produto de crime por uma das 3 circunstancias que
eu já anotei duas vezes acima.

Falta Aula do dia 03.09.21

10/09/21

CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL


- ato sexual praticado contra a vontade da pessoa capaz de consentir. (os vulneráveis não são
vítimas desses 4 crimes previstos no cap. I, o consentimento dado por eles pouco importa,
quem tem relações com eles comete outro crime)
- Pessoa capaz = - pessoa com 14 anos ou mais
- pessoa hígida mentalmente para consentir
- pessoa que possa oferecer resistência por qualquer outra
causa (em coma, etc)

213 – ato sexual obtido com violência ou grave ameaça


215 – ato sexual obtido com fraude
215-A – ato sexual obtido ‘contra vontade’ (subsidiário)
216-A – ato sexual visado com abuso de poder de cargo/ emprego/ função

Todos esses 4 crimes são cometidos contra vontade da pessoa

ESTUPRO (art. 213)


- lei 12.105/09
- Art. 213

Estupro Simples: caput

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena -
reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.

Estupro Agravado: Art. 226, II e IV, “a” e “b” e 234-A, III e IV

Art. 226. A pena é aumentada:


II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge,
companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer
outro título tiver autoridade sobre ela;
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado:
a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes; (Estupro coletivo, concurso
de agentes) * Se o crime foi praticado antes de 24/09/18, aumento de pena é de ¼
b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima. (Estupro
corretivo) * Se o crime foi praticado antes de 24/09/18, aumento de pena é de ½

Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada:


III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez;
* Se o crime foi praticado antes de 24/09/18, aumento de pena é de ½.
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima
doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador,
ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência.
* Se o crime foi praticado antes de 24/09/18, aumento de pena é de
1/6 a 1/2.
Estupro Qualificado: Art.213
§1º - LCG/ 14-18 anos
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a
vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8
(oito) a 12 (doze) anos
§ 2º - morte
§ 2o Se da conduta resulta morte (o agente não deseja matar): Pena -
reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos
*em todas as modalidades estupro é crime hediondo

SUJEITO PASSIVO ESTUPRO


- homem ou mulher (antes era só mulher)
-> desde que não seja vulnerável (menor de 14 anos, sem discernimento por
doença mental, sem resistência por qualquer causa). Porque aí já estupro de
vulnerável.

Homem -> homem (atos libidinosos)


Homem -> mulher (atos libidinosos/conjunção carnal)
Mulher -> mulher (atos libidinosos)
Mulher -> Homem (atos libidinosos/conjunção carnal)

- Menor 18 anos e maior de 14 anos -> 8 a 12 anos (§1)


- Idosa (COPIAR SLIDE)

SUJEITO ATIVO ESTUPRO


- Qualquer pessoa (crime comum). *antes de 2009 era crime próprio, precisava ser
praticado por homem)

- Praticado por 2 ou + pessoas (estupro coletivo): aumento de pena +1/3 a 2/3 (art.
226, IV, ‘a)
- Praticado por ascendente/padrasto/madrasta; tio, irmão; cônjuge/companheiro;
tutor/curador/preceptor/tem autoridade a qualquer título: aumento de pena +1/2 (art. 226,
III)
- Marido contra esposa? Sim (violência doméstica – Lei 11340/06

TIPO OBJETIVO ESTUPRO


- Tipo penal Misto – unificação de dois crimes 213 e 214
- tem duas condutas dentro do tipo
- Constranger alguém com violência ou grave ameaça: - a ter conjunção carnal
- a praticar/permitir que se
pratique outro ato libidinoso

Constranger: forçar, obrigar, exigir, compelir


- Deve haver dissenso sério, positivo, sincero da vítima. Oposição ao ato deve
ser real, efetiva, firme, positiva. Não basta meras recusas verbais, oposição simbólica,
negativas tímidas
- a oposição da vítima deve ser vencida pela violência ou grave ameaça
- não se exige da vítima atos de heroísmo, mas deve estar presente o
constrangimento, submissão forçada ao ato

Violência: emprego de força física para vencer resistência com ou sem lesão
corporal. Acabou a tal da “violência presumida do artigo 224, foi criado um tipo próprio
chamado “estupro de vulnerável”

Grave ameaça: promessa de mal considerável e iminente


- O mal prometido pode recair sobre a vítima ou ente querido.
- Deve ser analisado em cada caso concreto

Temor reverencial = medo da autoridade paterna

Filha submissa (pouca instrução) Pai autoritário -> SIM

CONSUMAÇÃO DO ESTUPRO
- com a introdução do pênis ainda que parcial na vagina (conjunção carnal)
- ato sexual não precisa ser completo
- não requer ejaculação/orgasmo
- com a prática do ato libidinoso (1º ato – basta um)

Estupro admite tentativa ( - 1/3 a 2/3 )


Intenção do agente é que vai diferenciar a tentativa de conjunção carnal e o ato
libidinoso completo

Várias cópulas vagínicas – mesmo ato/mesma vítima = 1 crime


Vários atos libidinosos – mesmo ato/mesma vítima = 1 crime

Cópula vagínica e ato libidinoso (exceto prelúdios) – mesmo ato/mesma vítima


- Antes: 2 crimes distintos
- Agora: - crime único (doutrina/jurisprudência minoritária
- concurso de crimes “típico cumulativo” -> porém, crime
continuado (STF e STJ)

15.09.21

Continuaremos crimes contra a dignidade sexual

VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE (art. 215)

- Crime onde a vítima é levada a erro quanto à identidade pessoal do agente ou legitimidade
do ato sexual. A vítima pratica o ato sexual acreditando ser outra pessoa. Ou a vítima se
entrega para o agente achando que está se entregando para outro ato que não o ato sexual.
Ela não sabe que se trata de relação sexual.
- Houve unificação 215 e 216. Mas não houve abolitio criminis. Só mudou de dispositivo. A
conduta
- “estelionato sexual”
Fraude:
- qualquer expediente ardiloso capaz de levar a erro
- é empregada pelo agente para obter o ato sexual
- vence à oposição, a resistência que haveria caso a vítima tivesse exata e correta
representação da realidade
- vontade aqui não é aniquilada (aniquilada – 217-a)
- vítima consente no ato (enganada)
- diferente do 217-A – não pratica querendo, pelo engodo/engano, mas sim porque não pode
oferecer resistência
- erro recai sobre: identidade pessoal do agente ou legitimidade do ato sexual. A vítima pratica
o ato sexual acreditando ser outra pessoa. Ou a vítima se entrega para o agente achando que
está se entregando para outro ato que não o ato sexual. Ela não sabe que se trata de relação
sexual.

OBJETIVIDADE JURÍDICA
- proteção da liberdade sexual

SUJEITO PASSIVO DA VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE (ESTELIONATO SEXUAL)


- Qualquer pessoa homem ou mulher, exceto vulnerável (menor de 14 anos, s/ discernimento,
não pode oferecer resistência por qualquer outra causa). Se cometer violação sexual contra
essas pessoas estará cometendo estupro de vulnerável

AUMENTO DE PENA - 234-A DO CP


- GRAVIDEZ
Se resultar em gravidez a pena é aumentada.
Antes de 24/09/18: aumenta ½
A partir de 24/09/18: aumenta ½ a 2/3
- DST / IDOSO / DEFICIENCIA
Antes de 24/09/18: 1/6 a ½
Depois de 24/09/18: 1/3 a 2/3

SUJEITO ATIVO
(copiar slide)
Qualquer pessoa homem ou mulher
Art. 226:
- Se praticado em concurso de pessoas (concurso de agentes) (2 ou mais pessoas) aumenta ¼
- Se praticado por agente ascendente, parente etc, aumenta em ½.
EXEMPLOS DE VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE
- Identificação pessoal:
- marido viajante – mulher sonolenta
- baile de máscara
- irmão gêmeo
-Legitimidade do ato sexual:
- curandeiro – promessas de cura, mediante a prática do ato sexual
- pai de santo – cura espiritual pela prática do ato sexual
- médico – abusa sexualmente sobre o pretexto de realizar exames
- farmacêutico: ao aplica injeção
Qualquer outro meio ou expediente enganoso

CONSUMAÇÃO:
Com a conjunção carnal
Com o ato sexual
Tentativa: sim

Tipo subjetivo
Dolo (só). Não é possível ser praticado com culpa

FORMA QUALIFICADA (violação sexual fraude qualificada)


Parágrafo único: também a pena multa – art. 49 – 10 a 360 dias multa. Conduta praticada com
o fim de obter vantagem econômica

Todos os crimes dos capítulos I e II tratam-se de ação penal pública incondicionada. Art. 225,
CP. Não depende mais da vontade da vítima. Verificar a data do crime, se ocorreu a partir da
data da lei, vai ser ação penal pública incondicionada.

IMPORTUNAÇÃO SEXUAL
Ato libidinoso contra alguém, gerando mal estar situação embaraçosa
Sem violência

Admite tentativa mais é raro

Sujeito passivo: homem ou mulher desde que não seja vulnerável. Aí é estupro de
vulnerável – 217-A. Se for praticado na presença de vítima menor de 14 anos é 218-A
Idosa/ portadora de deficiência ou = + 1/3 a 2/3 ou
Gravidez = + ½ a 1/3

TIPO OBJETIVO IMPORTUNAÇÃO SEXUAL

Deve se dirigir a uma pessoa específica. Se o sujeito mostra as partes íntimas no meio de uma
praça pública comete ato obsceno

Esse crime é de ação penal pública incondicionada. Antes de 24 de setembro não existia,
portanto esse crime já nasceu com ação penal publica incondicionada

ASSÉDIO SEXUAL
- Assedio sexual não é crime, só quando se tratar de assédio dentro de ambiente de emprego
(assédio laboral) e para ser crime o agente deve estar numa posição de superioridade
hierárquica ou ascendência perante a vítima decorrente de cargo emprego ou função.
- Nem sempre quando existe assedio sexual, trata-se do CRIME DE ASSEDIO SEXUAL.
O crime de assédio sexual só ocorre quando a vítima está numa posição de inferioridade
perante o agente.
O agente deve estar numa posição de superioridade hierárquica ou ascendência perante a
vítima decorrente de cargo emprego ou função. Senão, não há crime de assédio sexual.
Se as pessoas estiverem no mesmo patamar na empresa, não há crime de assédio sexual
Se não for num ambiente de emprego, não há crime de assedio também.
Superioridade hierárquica ou ascendência decorrente de cargo emprego ou função.

SUJEITO ATIVO
Apenas homem ou mulher que tenha superioridade hierárquica ascendência sobre o ofendido
(emprego/cargo/função)
Crime (bi)próprio – exige situação especial do agente/vítima

Assediar sexualmente: é constranger (importunar, embaraçar, incomodar) ára obter


concessões sexuais, abusando da superioridade.
Simples gracejos, cantadas, elogios sem causar constrangimento não basta. A vítima precisa
sofrer um sacrifício, mesmo que não seja uma ameaça expressa.

CONSUMAÇÃO
Com os simples atos praticados pelo agente, já causa o assédio.

FORMA AGRAVADA
Inserido pela Lei 12015/09 – 07/08/2009
A pena é aumentada em até 1/3

-> Trata-se de crime com AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA

17/09/21

REGISTRO NÃO AUTORIZADO DA INTIMIDADE – ART. 216-B

Só configura esse crime se a vítima for maior de 18 anos, se for menor, será crime do artigo
240 do ECA.

Armazenar somente não é crime, se eu possuo foto, vídeo de alguém maior de idade que não
fui eu que produzi, não configura o crime.

Crime de menor potencial ofensivo, competência do jecrim.

- Ação penal pública incondicionada

Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena
de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos
participantes: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.

Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo,
áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual
ou libidinoso de caráter íntimo.
É permitido manter relações sexuais consentidas com maior de 14 anos. Não pode expor, ser
mediante pagamento, etc. Não pode filmar, fotografar, senão comete crime só em filmar,
fotografar, pois tem menos de 18, mesmo que ela autorize.

Se a pessoa tiver mais de 18 anos e permitir a fotografia, não haverá crime. Se a pessoa não
permitir, comete crime.

SUJEITO ATIVO DO CRIME DE REGISTRO NÃO AUTORIZADO DE INTIMIDADE


- Qualquer pessoa (crime comum)
Art. 226 I) Aumento de pena de ¼ - quando praticado em concurso de agentes
II) Aumento de pena de ½ - ascendente, parente etc

SUJEITO PASSIVO DO CRIME DE REGISTRO NÃO AUTORIZADO DE INTIMIDADE


Qualquer pessoa com 18 anos ou mais sem consentimento
Se for menor de 18 anos é crime do ECA
Idosa/portadora de deficiência - +1/3 a 2/3 – 234-A, IV

- qualquer situação intima que envolva uma ou mais pessoas em ambiente restrito
- cena pode ter um única pessoa, embora a expressão “participantes”
- registrar e depois divulgar – concurso material (216-B + 218-C)

CONSUMAÇÃO
- com a conduta, produção registro montagem
- Tentativa – SIM

DIVULGAÇÃO DE CENA DE ESTUPRO OU DE CENA DE ESTUPRO DE VULNERÁVEL, DE CENA DE


SEXO OU DE PORNOGRAFIA – ART. 218-C

- Tem caráter subsidiário, se não configurar crime mais grave poderá configurar esse aqui
- Crime de menor potencial ofensivo – competência do jecrim
- Quem apenas armazena esse tipo de conteúdo não comete crime (exceto se vulnerável)

SIMPLES
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir,
publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou
sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que
contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua
prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia: Pena -
reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave.

MAJORADA
Aumento de pena
§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por
agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de
vingança ou humilhação.
EXCLUDENTE DE ILICITUDE
Exclusão de ilicitude
§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo em
publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso
que impossibilite a identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior
de 18 (dezoito) anos

SUJEITO ATIVO CRIME DE DIVULGAÇÃO


- qualquer pessoa (crime comum)
- §1º +1/3 a 2/3 -> quando o agente que divulga as fotos/vídeos é namorado, esposo, noivo,
possui união estável etc
- praticado por duas ou mais pessoas (concurso de agentes) = +1/4

SUJEITO PASSIVO
- qualquer pessoa que esteja na foto/vídeo
- Exceto crianças/adolescentes. Aí será 240/241-A do ECA
- idosa/portadora de deficiência – aumento de 1/3 a 2/3 – art 234-A, II
- sem consentimento para a divulgação

CONSUMAÇÃO: com a prática da ação


Crime permanente: expor à venda. Disponibilizar de forma continua. No
demais é crime instantâneo.
Tentativa: Sim

FORMA AGRAVADA §1º

CAUSA EXCLUDENTE DE ILICITUDE §2º


ESTUPRO DE VULNERÁVEL – ART. 217-A
- Praticar ato sexual (conjunção carnal ou ato libidinoso) com menor de 14 anos, com sem
discernimento, ou com quem não pode oferecer resistência por qualquer outra causa.
- Esse crime ocorre mesmo que a vítima consinta com a prática do ato sexual, pois a vítima
tem menos de 14 anos, ou não oferece resistência, ou não tem discernimento por conta de
doença mental.
- Trata-se de crime hediondo.

Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze)
anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.

§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato,
ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência

§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de 10 (dez)


a 20 (vinte) anos.

§ 4o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.


§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se
independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações
sexuais anteriormente ao crime.

SUJEITO PASSIVO DO ESTUPRO DE VULNERÁVEL


- Homem ou mulher vulnerável (menor de 14 anos; sem discernimento para o ato –
enfermidade ou doença mental; não pode oferecer resistência por qualquer outra causa, em
coma, por exemplo)

234-A:
Inciso III – gravidez = aumenta ½ a 2/3 a pena se cometido depois da nova lei 24/09/18;
aumenta ½ se cometido antes de 24/09/18

Inciso IV – DST, idoso, portador de deficiência = aumenta de 1/3 a 2/3 se cometido depois de
24/09/18; aumenta 1/6 a ½ se cometido antes da lei de 24/09/18

SUJEITO ATIVO DO ESTUPRO DE VULNERÁVEL


- Qualquer pessoa (crime comum) – Homem ou Mulher
- Art. 226: Praticado em concurso de agentes (2 ou mais pessoas):
ANTES DE 24/09/18 = +1/4
A PARTIR DE 24/09/18 = +1/3 a 2/3
Praticado por ascendente, parente etc = +1/2

Consumação com o ato sexual


Admite tentativa, iniciada a execução não há o ato sexual por circunstancias alheias à vontade
do agente Art 14 II Cp, redução de 1/3 a 2/3

Estupro corretivo – art. 226, IV – “b” = +1/3 a 2/3

ESTUPRO DE VULNERÁVEL QUALIFICADO


§§3º e 4º
Resultados: Lesão corporal / Morte
Resultado causado a título de culpa
§3 LCG – 10 a 20 anos
§4 Morte – 12 a 30 anos

COMPETENCIA – JUIZO COMUM

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