Você está na página 1de 3

UFRN/CCHLA/DELET

DISCIPLINA: Introdução aos Estudos Gramaticais


PROFESSORA: Sandra Cristina Bezerra de Barros

ATIVIDADE 1

QUESTÕES

1. Quais as duas concepções de linguagem apresentadas pelas autoras da apostila?

As autoras apresentaram duas diferentes concepções de linguagem/língua: uma


centrada na função comunicativa/social , que vê a linguagem/língua como instrumento
de comunicação e forma de interação; e outra centrada na função cognitiva/biológica
da linguagem.

2. Explicite as concepções de linguagem presentes no texto complementar 1.

São três:
 Primeira - linguagem como expressão do pensamento;
 Segunda - linguagem como meio objetivo para a comunicação;
 Terceira - linguagem como processo de interação verbal.

3. Estabeleça uma diferenciação entre linguagem e língua a partir do que as autoras


dizem sobre elas.

De acordo com as autoras, linguagem é a capacidade humana de expressar nossos


pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos. A Linguagem está relacionada a
fenômenos comunicativos; onde há comunicação, há linguagem. Podemos usar inúmeros
tipos de linguagens para estabelecermos atos de comunicação, tais como: sinais,
símbolos, sons, gestos e regras com sinais convencionais (linguagem escrita e
linguagem mímica, por exemplo). Já a língua é um instrumento de comunicação, sendo
composta por regras gramaticais as quais possibilitam que determinado grupo de
falantes consiga produzir enunciados que lhes permitam se comunicar e compreender-
se. Por exemplo: falantes da língua portuguesa. A língua possui um caráter social:
pertence a todo um conjunto de pessoas, as quais podem agir sobre ela.

4. A que se opõem as línguas naturais?


Elas se opõem às línguas formais, construídas por matemáticos e lógicos, e às línguas
artificiais, como o esperanto (criada por um médico em 1887).

5. De que se ocupa a linguística?


Ela se ocupa das línguas naturais.

6. De acordo com as autoras, que propriedades caracterizam e particularizam as línguas


naturais? Explique, com suas palavras, em que consiste cada uma delas.
Flexibilidade e adaptabilidade:

Além de servir para produzirmos diferentes atos de fala (é uma atividade


comunicativa que considera as intenções do falante e os efeitos que consegue
provocar no ouvinte), a propriedade de flexibilidade e adaptabilidade da língua
permite nos reportar no tempo (ao passado, ao presente e ao futuro), nos referir a
coisas que não existem no mundo real, e assim por diante.

Arbitrariedade

A língua não é um conjunto de rótulos, ou uma nomenclatura, que se aplica a uma


realidade preexistente. A realidade só passa a ter existência para os homens quando
é nomeada, de modo que só percebemos no mundo o que nossa língua nomeia. A
realidade é apreendida e nomeada através de signos linguísticos.
Não existe um vínculo natural entre a forma das palavras (seja a cadeia fônica ou a
representação escrita) e o seu sentido ou significado. O vínculo é convencional ou
arbitrário e estabelecido social e culturalmente.

Dupla articulação

A língua pode ser decomposta em unidades mínimas significativas (os morfemas –


unidades da primeira articulação) e em unidades ainda menores sem conteúdo
semântico (os fonemas – unidades da segunda articulação), as quais podem se
combinar e recombinar indefinidamente. Por exemplo, a palavra “refazer” pode ser
segmentada em 4 morfemas: re/faz/e/r, que significam, respectivamente: duplicação
(prefixo re-), “realizar” (radical faz-), 2ª conjugação (vogal temática -e-), infinitivo
(desinência modo-temporal -r). A mesma palavra ‘refazer’ é constituída de 7 fonemas:
r/e/f/a/z/e/r. Tanto os morfemas como os fonemas aparecem em novas combinações
como em re/l/e/r, faz/ia, cant/a/r; e em r/e/z/a/r, f/e/z, respectivamente.

Produtividade
A produtividade é uma propriedade que permite que uma dada regra seja estendida a
novos casos. Assim, a partir de um número reduzido de regras combinatórias,
podemos produzir um número ilimitado de novas palavras e enunciados. A noção de
produtividade se aplica tanto no âmbito da formação de palavras (combinação de
morfemas), como na construção de frases (combinação de palavras). Por exemplo:
Na formação de palavras: o sufixo -idade, formador de substantivos, é bastante
produtivo, pois aparece num número bastante significativo de palavras no português
(facilidade, dificuldade, seriedade, familiaridade, legalidade). Já o sufixo -ura é
menos produtivo na formação de substantivos (quentura, largura, espessura). A regra
subjacente a esses casos é a de formação de substantivos a partir de adjetivos:20
adjetivo + -idade /-ura = substantivo (fácil + -idade = facilidade; quente + -ura =
quentura).
Um determinado afixo (prefixo ou sufixo) pode ser produtivo numa certa época e não
em outra. Por exemplo: “o prefixo disque-, próprio para formar substantivos, nem
sequer existia antes dos anos 1980, mas hoje é prodigiosamente produtivo em
português do Brasil: disque-pizza, disque-remédio, disque-denúncia ”. (TRASK, R.L.
2004, p. 241)
Vale lembrar que a aplicação de afixos não se dá de maneira aleatória: existem certas
condições gramaticais que precisam ser respeitadas. Assim, o prefixo - re pode se
aplicar a bases verbais ou substantivas sem alterar a classe da nova palavra ( re +
contar = recontar; re + impressão = reimpressão). Já os processos de sufixação
geralmente alteram a classe da palavra. Por exemplo, - ismo se aplica tanto a adjetivo
(ótimo) como a substantivo (Marx) formando substantivo (otimismo, marxismo).

Na construção de frases ou constituintes de frases: a combinação de N (nome) + V


(verbo) pode gerar: Pedro saiu; crianças brincam etc. A combinação de Art (artigo) +
N (nome) + Adj (adjetivo) pode gerar: a menina bonita; os rapazes inteligentes; uma
maçã madura etc. E assim por diante.

Heterogeneidade

Outra propriedade das línguas naturais é que elas não são homogêneas. Pelo
contrário, as línguas variam e mudam ao longo do tempo. Essa variação/mudança
ocorre nas dimensões geográfica, social e estilística.

Você também pode gostar