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Candomblé

O Candomblé é uma relgião africana trazida para o Brasil no periodo em


que os negros desembarcaram para ser escravos. Nesse periodo, a igreja
Catolica proibia o ritual afriano e ainda tinha o apoio do governo, que julgava o
ato criaminoso, por isso os escravos cultuavam seus Orixás Inquices e Vodus
omitindo em santas catolicos (sincretismo).

· História

Em quatros séculos de tráfico negreiro, cerca de 3,5 milhões de africanos aportaram no


Brasil na condição de escravos, o equivalente a 37% do total do continente americano. Eles
eram de diversas etnias: iorubás, fons, mahis, hauçás, éwés, ashantis, congos, quimbundos,
umbundos, macuas, lundas e diversos outros povos, cada qual com sua própria religião e
cosmogonia.

As religiões afro-brasileiras formaram-se em diferentes regiões e estados do Brasil e em


diferentes momentos da nossa história. Por isso, elas adotam não só diferentes formas rituais e
diferentes versões mitológicas derivadas de tradições africanas diversificadas, como também
adotam nome próprio diferente.

· Crenças

O candomblé é uma religião monoteísta, embora alguns defendam a ideia que são
cultuados vários deuses.

O orixa para o Candomblé, são os deuses supremos. Possuem personalidade e


habilidades distintas, bem como preferencias ritualisticas.

· Sincretismo

No tempo das senzalas, os negros, para poderem cultuar seus orixás, nkisis e voduns,
usaram, como camuflagem, um altar com imagens de santos católicos e, por baixo, os
assentamentos escondidos. Segundo alguns pesquisadores, esse sincretismo já havia
começado na África, induzido pelos próprios missionários cristãos para facilitar a conversão.

Depois da libertação dos escravos, começaram a surgir as primeiras casas de


candomblé, e é fato que o candomblé de séculos tenha incorporado muitos elementos do
cristianismo. Imagens e crucifixos eram exibidos nos templos, orixás eram frequentemente
identificados com santos católicos, algumas casas de candomblé também incorporam
entidades de caboclos, que eram consideradas pagãs como os orixás.

Mesmo usando imagens e crucifixos, inspiravam perseguições por autoridades e pela


Igreja Católica, que viam o candomblé como paganismo e bruxaria.

Nos últimos anos, tem aumentado um movimento em algumas casas de candomblé que
rejeitam o sincretismo aos elementos cristãos e procuram recriar um candomblé "mais puro"
baseado exclusivamente nos elementos africanos.

· Orixás e Seu Sincretismo

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Oxalá

Deus Pai

Jesus Cristo (em especial, Senhor do Bonfim)

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Xangô

Moisés

Santo Antônio

São Jerônimo

São João Batista

São José

São Judas Tadeu

São Pedro

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Ogum

Santo Antônio

São Jorge

_________________________________________________________

Oxóssi

São Jorge
São Sebastião

_________________________________________________________

Oxum

Nossa Senhora Aparecida

Nossa Senhora das Cabeças

Nossa Senhora da Conceição

Nossa Senhora de Fátima

Nossa Senhora de Lourdes

Nossa Senhora de Nazaré

Iansã Santa Bárbara

Santa Catarina

Santa Joana D'Arc

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Nanã

Sant'Ana

_________________________________________________________

Iemanjá

Nossa Senhora das Candeias

Nossa Senhora da Conceição

Nossa Senhora da Glória

Nossa Senhora dos Navegantes

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Obaluaê/Omulu

São Lázaro
São Roque

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Exu

Santo Antônio

São Miguel Arcanjo

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Oxumaré

São Bartolomeu

_________________________________________________________

Obá

Santa Joana D'Arc

_________________________________________________________

Ibejis

São Cosme e Damião

São Crispim e Crispiniano

_________________________________________________________

Tempo

São Lourenço

_________________________________________________________

Ossaim

São Benedito

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Euá

Nossa Senhora das Neves


Santa Luzia

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Orunmilá

Nenhum

· Estatisticas

Segundo dados do censo oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de


2010, apenas 0,3% da população brasileira se declarou como adepta de religiões de origem
afro. A Região Sul é a que apresenta a maior população relativa (0,6%), enquanto as regiões
Norte e Centro-Oeste apresentaram as menores (0,1%).

O censo revelou ainda uma forte concentração de afro-religiosos em municípios do sul


do Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai, bem como na zona pantaneira do Mato
Grosso do Sul, nas zonas metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro, no Triângulo
Mineiro, no Recôncavo Baiano e nas proximidades da cidade de Codó (Maranhão). Nesses
locais, o percentual varia de de 0,6% a 5,9% dos habitantes destes municípios, índices muito
acima da média nacional.

Os cinco estados com a maior proporção de afro-religiosos são o Rio de Janeiro (1,61%
), Rio Grande do Sul (0,94%), São Paulo (0,42%), Bahia (0,33%) e Mato Grosso do Sul
(0,26%).

· Templos

Os templos de candomblé são chamados de casas, roças ou terreiros. As casas podem


ser de linhagem matriarcal, patriarcal ou mista: Casas pequenas, que são independentes,
possuídas e administradas pelo babalorixá ou iyalorixá dono da casa e pelo Orixá principal
respectivamente. Em caso de falecimento do dono, a sucessão na maioria das vezes é feita por
parentes consanguíneos, caso não tenha um sucessor interessado em continuar a casa é
desativada. Não há nenhuma administração central.

Casas grandes, que são organizadas tem uma hierarquia rígida, não é de propriedade
do sacerdote, nem toda casa grande é tradicional, é uma Sociedade civil ou beneficente.

A lei federal 6 292, de 15 de dezembro de 1975, protege os terreiros de candomblé no


Brasil contra qualquer tipo de alteração de sua formação material ou imaterial. O Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o Instituto Patrimônio Artístico e Cultural da
Bahia (IPAC) são os responsáveis pelo tombamento das casas.

A progressão na hierarquia é condicionada ao aprendizado e ao desempenho dos


rituais longos da iniciação. Em caso de morte de uma ialorixá, a sucessora é escolhida,
geralmente entre suas filhas, na maioria das vezes por meio de um jogo divinatório Opele-Ifa
ou jogo de búzios. Entretanto, a sucessão pode ser disputada ou pode não encontrar um
sucessor, e conduz frequentemente ao rachar ou ao fechamento da casa. Há somente três ou
quatro casas no Brasil que viram seu 100° aniversário.

· Rituais

Aspectos de uma cerimonia (ritual) do Candomblé:

1. Os rituais do Candomblé são realizados por meio de cânticos, danças, batidas de


tambores, oferendas de vegetais, minerais, objetos e, as vezes, sacrificio de animais.

2. Os participantes devem usar trajes especificos com as cores e guias do Orixa


homenageado.

3. Um ritual pode reunir dezenas de pessoas variando de acordo com o tamanho da casa
que realiza as obrigaçãoes e festas.

4. Nestas ocasiões, há uma grande preocupação com a higiene e alimentação, pois tudo
deve estar purificado para estar digno de um Orixá.

5. Normalmente, os rituais do Candomblé são praticados em casas, roças outerreiros, os


quais podem ser de linhagem matriarcal, patriarcal ou mista.

6. As celebrações são dirigidas pelo ''pai ou mãe de santo'' ou ''babalorixa'' e ''iyalorixa''.

7. Os rituais do Candomblé são realizados em templos chamados casas, roças ou


terreiros quepodem ser de linhagem matriarcal (quando somente as mulheres assumem
o poder), patriarcal (quando só os homens podem assuiri a liderança) ou mista (quando
ambos os sexos podem assumir a liderança).

8. A celebração do ritual é feita pelo pai de santo ou mãe de santo , que inicia o despacho
do Exu. Em ritimo de dança, o tambor é tocado e os filhos de santo começam a invocar
seus orixás para que incorporem. O ritual tem no minimo duas horas de duração.

9. Sobre os Sacrificio de Animais:

No Candomblé existem as Obrigações, nos quais os animais são “sacro-oficiados” para


um Orixá. No candomblé, esta parte do ritual, denominada de sacrifício, não é propriamente
secreta; porém não se realiza senão diante de um reduzido número de pessoas, todos fiéis da
religião ou convidados.

Quem faz o sacrifício é um sacerdote treinado e especializado, chamado Axogun, ou


Azogun ou Azogue (da onde vem nossa palavra “Açougue”) que tem uma função
extremamente importante na hierarquia do templo. O Axogun não pode deixar o animal sentir
dor ou sofrer de maneira nenhuma, porque senão a oferenda não seria aceita pelo Orixá.
O objeto do sacrifício, que é sempre um animal, muda conforme o Orixá ao qual é
oferecido; trata-se, conforme a terminologia tradicional, ora de um animal de duas patas, ora de
um animal de quatro patas (galinha, pombo, bode, carneiro, pato…)

Esse sacrifício não é apenas uma oferenda aos Orixás. Todas as partes do animal vão
servir de alimento, nada é jogado fora. O couro do animal é usado para encourar os atabaques,
o animal inteiro é limpo e cortado em partes; algumas partes são preparadas para os Orixás e o
restante é destinado aos demais. Normalmente há uma festa no dia seguinte (o sacrifício é feito
durante a madrugada e as carnes preparadas durante a manhã para serem servidas no almoço
– COZINHADAS e tudo é aproveitado: até a porção oferecida aos Orixás é posteriormente
distribuída entre os filhos da casa como o inché do Orixá.

É usada para confraternização: unem-se os filhos a comer com o pai ou mãe, havendo
repartição do Axé gerado pelo Orixá. (após algum tempo que a comida esteja no Peji ela fica
impregnada pela energia do Orixá que está imantando aquela festividade).

O sacrifício no candomblé é a renovação do Axé, feito uma vez por ano para cada Orixá
da casa ou em circunstâncias especiais.

Os animais usados nestas festas geralmente são criados em granjas e fazendas


próprias, livres e com cuidados especiais.

· Batismo

O batismo significa o recomeço o acordar para a religião em que você se propõem a


seguir e a adorar.

Alguns preceitos devem ser seguidos para que possamos estar preparados de corpo e
alma para tal cerimonia.

• Na semana anterior a do dia do batismo 7 dias antes devemos acender um vela de sete dias
para Oxalá para que nos prepare para a cerimonia e ilumine nosso Ori (cabeça);

• Durante a semana deve-se evitar ambientes carregados e uso de roupas escuras, sempre
pense em coisas agradáveis e alegres faça dessa semana a sua melhor semana.

• Devemos nos sete dias anteriores ao do Batismo tomar banho de Tapete de Oxalá (boldo) de
cabeça e corpo para mantermos o equilíbrio do espírito.

• No dia da cerimonia devemos providenciar uma Toalha Branca sem desenhos ou estampas,
caso saiba seu Orixá de cabeça é permitido colocar fita da cor do Orixá * (conforme cores
designadas pelo primado de Umbanda ) sem exageros essa toalha não é usado nas giras
apenas nos trabalhos de Cachoeira e Praia.

• No dia da cerimonia devemos providenciar uma Vela Branca simples de Batismo.


LOCAIS PARA A PRÁTICA DO BATISMO.

O ritual pode ser praticado dentro do próprio terreiro como também na cachoeira, local
de maior vibração de Mãe Oxum, mãe e protetora de todos os filhos de Umbanda e senhora
das águas doces.

Em alguns terreiros, por orientação do Chefe da Casa, o batismo pode também ocorrer
na praia, sendo então os filhos consagrados a Iemanjá.

Orientação aos padrinhos e aos pais

Ser padrinho é assumir perante Pai Olorum e Pai Oxalá o compromisso de segundo pai e
segunda mãe, prometendo cuidar de seu(sua) afilhado(a) sempre que necessário.

A vela batismal será levada para casa e guardada pela mãe. Essa vela é símbolo da Luz Divina
e deve ser acesa (apenas quando necessário), posta sobre a cabeça da criança e, de
preferência, às suas costas. Se houver algum problema de causa desconhecida com a criança,
acender a vela e elevá-la sobre a sua cabeça. O campo imantador da própria criança começará
a se abrir e a criar a proteção e a limpeza necessárias.

Batismo de Médium

O batismo é um acolhimento dos filhos de fé. É um sacramento indispensável para a


pessoa ter vida religiosa plena. É uma iniciação. Cada religião tem uma hierarquia divina:
anjos, arcanjos, querubins, devas… Na Umbanda temos a hierarquia dos Orixás. O batismo é,
portanto, uma apresentação às divindades da Umbanda, para que enviem as suas vibrações
ao espírito encarnado e assim ele passe a receber a proteção dos Orixás. O espírito e o mental
do batizando passam a ser amoldados sutilmente na nova egrégora, na nova religião,
revestidos com uma aura protetora divina.

Os Padrinhos e Madrinhas

Os Padrinhos Espirituais – Orixás- assumem o amparo divino do afilhado, juntamento


com o Orixá de frente e o Orixá juntó.

Os Padrinhos Encarnados – assumem a responsabilidade de serem orientadores do(a)


afilhado (a) na Umbanda juntamente com a sacerdote (isa).

O Significado do Ato Ritualístico:

A PEMBA BRANCA – Representa Oxalá nosso grande Orixá, divindade sincretizada


por nós como Jesus Cristo no qual foi crucificado e com essa pemba é que seremos cruzados
confirmando com este símbolo sinal cristão, da acolhida deste filho à Família de Almas de
Angola (SARAVÁ PAI Oxalá)
O INCENSO: Representa a energias de proteção e de irradiação luminosa. Nela
pedimos a Iansã senhora dos ventos que leve o aroma das sagradas ervas a todos o lugares
que andastes o protegendo de todo o mal e ultrapassando as dificuldades da vida. (SARAVÁ
Iansã)

O SAL: Em nome de Ogum senhor dos caminhos e das batalhas o sal que representa a
proteção que lhe será dada durante sua vida pelo plano espiritual; representa ainda a terra e
sua prosperidade e o crescimento de suas plantações interiores; a preservação da vida;
(SARAVÁ Ogum)

O FOGO (A VELA DO BATISMO): Representa Xangô Senhor do Som e da Justiça


Divina essa chama de justiça acendera em seu coração na proteção dos menos aflitos o
testemunho dos presentes à sua nova vida dentro dos princípios Cristãos de Almas de Angola,
representa ainda a luz interior de cada um de nós, luz a ser desvelada para que cheguemos a
Oxalá. (SARAVÁ Xangô)

O ÓLEO : Nesse domínio reina Oxossi Senhor das Matas Guardião de Nossa
Comunidade, sobre a ordem do Orixá que reina nossa Casa. Cuja unção significa as bênçãos
do PAI sobre seu FILHOS . A consagração desses filhos às entidades de Almas de Angola e a
sua distinção entre os homens. Pois a partir de agora eles são membros da Grande Família
Universal Umbandista. (SARAVÁ OXOSSI)

A ÁGUA: Nesse domínio reina Iemanjá, Oxum e Nanã senhora das águas sagradas,
que são as grandes Mães geradoras onde tudo é criado. Diante dessa cachoeira limpe as
impureza que tenhas e prepare seu coração durante sua jornada te tornando digno de ser
Umbandista pois a aguá é a purificação do Espírito, Mente e Corpo. (SARAVÁ Oxum, SARAVÁ
Iemanjá, SARAVÁ Nanã).

E Finalmente a Obaluâie a bondade e o carinho dos teus velhos espíritos venha a


doutrinar esse filho no caminho do bem e da responsabilidade com ele pedimos aos padrinhos
que intercedam sempre em tudo o que achares errados em seu filho no decorrer dessa nova
caminhada. (SARAVÁ).

· O Ritual da Morte no Candomblé

A iniciação no Candomblé, Ibèrè, é simbolicamente uma morte para vida material e o


nascimento para a vida espiritual. O noviço ganha um novo nome e uma nova identidade, com
o objetivo de reforçar seus laços com o céu (orún) e é seus passos a partir desse momento que
irão construir um novo futuro.

A morte é vista pelos candomblecistas como uma passagem, porém os ritos fúnebres
são complexos e exigem do sacerdote (babálorisá) grande preparo, pois são invocados forças
primordiais. São elas: Esú (Orisá mensageiro), Iku (Orisá da Morte), Obatalá (Orisá da Vida),
Oiá (Orisá que guia os Mortos) e Egungun (Orisá da Ancestralidade). Após o falecimento do
omo-Orisá (filho de santo), são preparadas as comidas específicas deste momento (ebós),
além da terra, que vai receber o corpo (ara).
Para isso, contamos com pessoas que possuem diferentes cargos em uma casa de
santo. No caso da organização do rito fúnebre, precisamos do trabalho e asè do babálorisá (ou
iyálorisá), iyálasé (ou babálasé), Ojé, Iyámoro, Iyádagan, Iyájibudá. É importante ressaltar que
estes cargos são dados pelo orisá para que estas pessoas possam exercer funções de
liderança, a fim de auxiliar o pai ou mãe da casa. Desta forma, elas respondem ao babálorisá,
porém possuem posições de sacerdócio dentro da comunidade. Outro dado importante, é que
em muitos casos os cargos podem ser recebidos por homens (Babás) e mulheres (Iyas), mas
existem exceções nas quais as funções só podem ser realizadas pela energia feminina ou
masculina.

Após o enterro, seguiremos mais sete dias nos quais a comunidade se reúne para
entoar cantigas e rezas pela alma do irmão que retornou para a terra dos ancestrais, o Orún.
Existe a obrigatoriedade do uso do branco, pois significa a eternidade e igualdade, símbolos
fortes e fundamentais do Candomblé. A cor preta não possui um significado negativo, apenas
representa a terra; desta maneira, se o objetivo de todos os atos religiosos é a alma se voltar
para o orún, pois na terra seu papel já foi cumprido e agora começa um novo ciclo, os iniciados
na religião devem evitar o uso desta e de outra cor em suas vestimentas.

A morte nessa religião, como já dito, possui um caráter cíclico. Desta maneira, ela pode
também ser considerada um renascimento, pois Ikú e Obatalá estão presentes em ambos os
momentos. Conceito que reforça ainda mais o uso do branco, pois é o renascimento do Omo
Orisá para o orún e todo nascimento é celebrado com a cor de Oxalá. Retornar para a terra dos
ancestrais, para os candomblecistas, não significa aguardar o momento de voltar para uma
vida na terra (aye), pois não cultuamos o conceito de vidas pregressas.

O Povo de Santo, como é popularmente chamado os adeptos da religião, acredita que


viemos de uma “lama primordial”, que é resultado dos que nasceram e morrem antes de nós.
Por este motivo, cada um tem a missão de resgatar dificuldades (como por exemplo os defeitos
pessoais) e evoluir aquilo que trazemos de bom desta lama (qualidades), para quando
retornarmos e de nossa “lama” forem criados novos seres humanos, eles sejam melhores, mais
evoluídos e com menor quantidade de resgates. Desta maneira, a principal responsabilidade de
uma pessoa iniciada para o Orisá é a de devolver à terra uma lama que possa formar melhores
indivíduos.

· Casamento

A cerimônia de casamento no Candomblé pode mudar muito de acordo com a região


onde é realizada e conforme as divindades que acolhem a união. Em geral, ela é realizada em
um terreiro e conduzida por um babalorixá, o sacerdote que tem ligação com o orixá do templo.

Os valores familiares são muito importantes para o Candomblé, seja qual for o orixá
cultuado. O casamento é considerado um passo importante para a consolidação da família, e a
escolha da esposa é um momento muito delicado, uma vez que a mulher é vista como ponto de
harmonia, educação e formação cultural do povo. São exatamente estes os valores lembrados
na celebração da união do casal.
Durante a cerimônia, a energia do orixá é invocada para contemplar os noivos e
conceder à nova família todas as riquezas que o humano não tem capacidade de produzir,
como “coisas boas”, plenitude e felicidade. Os noivos vestem trajes brancos e, após receber a
aprovação do orixá, são ungidos com elementos naturais, como folhas e frutas.

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