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ATABAQUES

O ATABAQUE E SEUS FUNDAMENTOS


O atabaque é um instrumento musical Sagrado na Umbanda, utilizado nos trabalhos
espirituais para produzir vibrações energéticas, que são direcionadas pelo guia chefe, para
determinados trabalhos realizados no terreiro.
Há três tipos de atabaques: O Rum, o Rumpi e o Lé.
O Rum é o primeiro atabaque, o maior entre os outros, e sempre é tocado pelo Ogan chefe,
e só poderá ser tocado por outra pessoa, desde que o Ogan chefe permita. A função deste
atabaque é dar os primeiros toques nos pontos, repicar e conduzir os trabalhos
impulsionando energias, isso justifica tamanha importância e respeito por se tratar do
atabaque do Ogan.
O Rumpi é o segundo atabaque, de tamanho médio, e poderá ser tocado por qualquer outro
filho considerado um atabaqueiro, e autorizado pelo o Ogan chefe. A função do Rumpi é
dar somente o ritmo do toque e manter a harmonia, tendo sua importância particular, pois
ele é responsável por sustentar a energia básica trabalhada pelo toque.
O Lé é o terceiro atabaque, o menor entre os três, tocado pelo Ogan ou atabaqueiro
iniciante, que ainda está em processo de aprendizado, seguindo sempre os toques do Rumpi.
Pode ocorrer de que o guia chefe indique futuros Ogans e atabaqueiros, e o Ogan chefe tem
o direito de compartilhar ou não desta indicação, caso seja compartilhada, cabe a ele
designar o atabaque que será tocado pelo iniciante.
O atabaque é composto por 3 elementos naturais, que são: a madeira, o ferro e o couro.
A madeira, que é regida por Xangô, tem a função de equilibrar a vibração do som e
sustentar o cumprimento da justiça divina durante os trabalhos.
O ferro, que é regido por Ogum, tem a função de fortalecer o trabalho realizado no
atabaque, dando garra e força ao Ogan e demais atabaqueiros, para enfrentar as dificuldades
que ocorrerem durante os trabalhos, e energeticamente garantir a ordem.
O couro, que é regido por Exú, tem a função de atrair parte das energias condensadas
trabalhadas dentro do congá, auxiliando na limpeza das mesmas, e quando o Ogan toca o
couro do atabaque, a vibração produzida pelo toque, quebra a contra parte etérea destas
energias, dissolvendo-as no astral.
Sendo assim, o atabaque é responsável, juntamente com as entidades, pela manipulação de
três energias básicas, que são: sustentação, ordem e movimento.
Ao ingressar com o atabaque dentro do terreiro, é iniciado um processo de limpeza, para
descarregar todas as energias depositadas no atabaque, desde quando foi manipulado para
sua fabricação, até o momento de ser comercializado.
Após ser descarregado, o guia chefe (dono do atabaque) imanta-o com suas mirongas,
energizando-o e ligando-o com a energia da casa.
Feito isso, o atabaque está pronto para ser utilizado pelo Ogan ou atabaqueiro nos trabalhos
realizados pelo terreiro.
A responsabilidade do Ogan ou atabaqueiro é:
1) Do Ogan:
- Avaliação e aprovação dos pontos cantados que serão introduzidos nos trabalhos;
- Conservação e manutenção da pasta de pontos cantados;
- Ensinar os preceitos de utilização dos atabaques, mantendo a disciplina;
2) Do Ogan e atabaqueiros:
- Cumprir com os preceitos de utilização;
- Conservação e cuidado com os atabaques;
- Responsabilidade do transporte dos atabaques (trabalhos realizados fora do terreiro);
- Se aprofundar nos toques e pontos cantados, e em seus fundamentos.
Tendo em vista o exposto, os atabaques jamais deverão ser utilizados para quaisquer outros
fins, a não ser para os trabalhos espirituais realizados pelo terreiro.
Os três tambores de nossa religião, também conhecido
pelo nome de atabaques, dos quais não vejo a necessidade
de citar seus respectivos nomes em Ioruba e nem Fon Gbe,
pois todos já estão cansados de saber; deveriam ser
tratados com mais seriedade e respeito.

O Tambor “por si só” já se encontra no “status” de sagrado,


pois para ser confeccionado, uma árvore teve que ser
sacrificada e nessa habitava o “espirito da árvore” do qual
dividia sua morada com outras entidades. O Tambor para
ser encourado um animal teve que ser sacrificado, em seu
corpo habitava o “espirito do animal”.

Quando esses instrumentos de percussão, adentra um


Terreiro de Candomblé, os mesmos são “sacramentados”,
onde cada um deles são parcialmente abertos, para que
através de determinados ritos propiciatórios a essência de
três divindades femininas adentrem em cada um dos
tambores e após o término da cerimônia, este são
novamente fechados, ou seja, essas três divindades são
“aprisionadas” em seu interior, e dali só serão previamente
libertadas em um determinado espaço de tempo.

Poucos são aqueles que detém o conhecimento e


entendimento, desse rito, pois se assim o fosse, a maioria
das pessoas teriam mais respeito pelos tambores. Aqueles
que estão por detrás deles, reproduzindo o som sagrado,
não são mais importantes do que os próprios tambores.
Primeiro reverenciamos os tambores, nos prostrando no
chão, depois pedimos a benção aos seus tocadores.

Aquele que “toca” o tambor, tem que ser preparado para tal
finalidade, não é todo mundo que pode tocá-lo,
principalmente um noviço que entre em transe de
possessão. Os tocadores de outros terreiros, só podem
manuseá-los com a permissão do dirigente da Casa de
Candomblé. Tambor que todo mundo toca e faz dele o que
bem entender são aqueles nas “Escolas de Samba e não os
de Candomblé”.

Por algum descuido, o tambor que caí no chão, nada se vê


fazer para levantá-lo de sua imprudente queda.
Simplesmente o colocam de volta no estrado, independente
de ser um homem ou uma mulher, para a maioria tanto faz
que levantou ou quem derrubou o tambor no chão.

Enfeitá-lo com laços e laçarotes é outra questão polêmica,


quanto a questão de quem amarra e quem desamara os
tambores, principalmente quando se cobre os tambores
com pano e quando os deixam expostos. Sem mencionar
no fato de quando os tambores devem se deitar para
“dormir” e o momento certo de “despertar”.

Mas não é somente as pessoas que não respeitam os


tambores, tenho visto muito que existem pessoas
manifestadas que mesmo nessa situação, não tem nenhum
respeito pelo tambor. Como no fato de dar cabeçada,
barrigada, peitada e colocar as mãos no couro do tambor,
com o intuito de pará-los. Não respeitam nem a ordem das
“passagens rítmicas” que emanam dos tambores.

Os tambores que não foram consagrados e sacramentados,


não passam de simples instrumentos de percussão, assim
como qualquer outro instrumento musical.
Como hidratar o couro do atabaque?
Todo óleo de origem vegetal hidrata a pele e da mais durabilidade ao couro,
pode ser azeite doce, dendê ou até mesmo manteiga de carité(banha de ori).
passe um pouquinho e espalhe bem e tire o excesso com um pano seco.
ATABAQUES
Todas as vezes que o ogã da casa der obrigação, os atabaques devem ir junto.
Os atabaqus são oborizados na inauguração da casa.
Os laços dos atabaques significam: rum = orixá da casa; Rumpi = juntó; Lé = Oxalá
(sempre).
Quando alguém dá um tombo num atabaque tem que obrigatoriamente dar um frango para
ele.
Todas as vezes que se trocar o couro, o velho não vai para o lixo. O de Angola fica junto a
Tempo, os demais vão para a cachoeira. É bom utilizar o couro das matanças de
obrigações feitas na casa para encourar atabaques.
Os atabaques devem ser periodicamente colocados ao sol e untados com óleo de
amêndoas ou azeite doce. para energizar.
Embora dê menos trabalho, não se deve passar dendê, porque o Lé pertence a Oxalá.
Quando o ogã começa a se machucar no atabaque é porque está com problemas (sexo,
álcool, etc.)
O ogã ao pegar no atabaque para bater deve passar omieró nas mãos. (Não é agbo, é
erva fresca: elevante, macaçá, etc.)
Era costume colocar uma quartinha com omieró e uma bacia junto aos atabaques.
No chão do Angola estão as energias dos ancestrais, Bukulu ou Akua Ukulu = Baba Egun
("energias que comem a carne e devolvem os ossos")
A coluna que se coloca no meio do barracão nas casas de Jeje representam fisicamente a
energia vital existente entre a cumeeira e o chão. Não há necessidade, é apenas uma
representação.
Esse local entre a cumeeira e o chão é o melhor lugar para se dar obrigação.
Excremento de boi - elemento básico da cultura Jeje. O estrume de boi é a verdadeira
folha curtida.
Banho de Karu - mel, estrume de boi, ervas, espanta qualquer egun.
Tata Numbi - Tem que ser de Kaiangu, Kavungu, Se não tiver colocar alguém de Ogun ou
Oxossi, que deve ser devidamente preparado, com umbigueira, contra-egun, fazer
obrigações, limpeza etc.)
Ainda sobre atabaques:
O atabaque come com o ogã do santo a que pertence, o alabê ou o zelador, ou na
inauguração do barracão.
O atabaque fica deitado com o couro para dentro do runkó, coberto de branco. Acende-se
uma vela para cada um, uma quartinha com água para cada um, comida seca para cada
um. Com a mão direita passa ibosé no couro.
A casa deve ter 2 conjuntos de atabaques preparados, para evitar surpresas
desagradáveis, se por exemplo o couro rebentar no meio de uma cerimônia.
Semanalmente, ou todas as vezes que for ser tocado acende-se uma vela embaixo do
atabaque, ele vai para o sol, recebe banho de ervas, é untado com azeite, etc.
Atabaque de Candomblé não é para tocar Umbanda, e vice versa.
Quebrou, manda consertar. Não se despacha (Bairro Centenário em Caxias - conserta e
fabrica)
O couro em Angola é pendurado na árvore do Tempo. Nos demais é colocado na
cachoeira
O prazo mínimo sempre que se recolhe o atabaque é de 3 dias.

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