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EQUIPE PL

Tradução: Dolce Gross

Revisão Inicial: Adriksms, Marielle,

Squair, Mandy, Nina, Ma Nem Sei,

Thaty, Gilda Marie, Lary S.

2ª Revisão Inicial: Flavinha

Revisão Final: Cindy Pinky

2ª Revisão Final: Dolce Gross.

Leitura Final: Lola

Formatação: Lola

Verificação: Anna Azulzinha


SINOPSE
Ela era proibida, mas isso não impediu

Lucien de desejá-la.

Lucien Silver é o presidente dos Brothers of Menace

MC. Ele sabe que estragou tudo, há três meses, deixando

a filha do vice-presidente do clube dormir em sua casa.

Callie é jovem e fora dos limites, e embora nada tenha

acontecido entre eles, ele deveria ter dito a Kink. Ele

pode a querer desesperadamente, mas tê-la seria uma

traição.

Callie quer Lucien, e ela sabe que ele a quer também.

Mas estar com ele causaria uma briga de sangue entre

seu pai e Lucien. Ela não quer os relacionamentos do

clube arruinados, mas seus sentimentos por ele crescem,

e ela sabe que não pode ficar longe.

Quando Kink pega Lucien com Callie tudo vira um

inferno. Amizades antigas são testadas, o sangue é

derramado, e raiva e dor se tornam um.

Lucien e Callie devem decidir se estar juntos vale

tudo.
CAPÍTULO
1

Lucien ficou contra a parede da garagem, o cigarro que


ele não deveria estar fumando pendurado entre os lábios, e
olhando para o homem atualmente pendurado como um
porco amarrado. O homem que Cain trouxe para o clube era
o mesmo que quase estuprou anos atrás a filha, agora adulta,
de Cain. Cain esteve na prisão durante os últimos nove anos,
preso por tentar matar esse mesmo desgraçado. Alguém
chamou a polícia antes que pudesse terminar com o cara, e
ele manteve a raiva guardada, apenas esperando até que ele
fosse liberado para que pudesse terminar o trabalho. Lucien
não podia sequer imaginar ser pai e ter algum filho da puta
forçando-se em sua menina. Não importava que Fallina
tivesse vinte e cinco anos, ou que ela estava indo bem em sua
vida e estudos. Ela ainda teve que passar por isso, e Cain não
se vingou como ele queria.

Bem, ele estava chegando lá agora.

Cain o espancou, e apesar de estarem nesta garagem


atrás do clube pelas últimas horas, Cain estava incontrolável.
O filho da puta, parecia quase morto, tinha os braços acima
da cabeça, um pedaço de corda fixada em torno de seus
pulsos, e estava pendurado em uma das vigas. Ele estava
desmaiado no momento, mas Cain se aproximou para pegar
um balde de água gelada que Kink lhe trouxe, e jogou-o no
homem. O suposto estuprador cuspiu e voltou à consciência.
Cain deu um passo para trás, tirou a camiseta uma vez
branca que ele usava, e que agora estava manchada de
vermelho pelo sangue, e jogou para o lado. Lucien deu uma
inalada no cigarro e soprou a fumaça para fora suavemente
até que uma nuvem cobriu a sua visão. Ele a dispersou, e
observou quando Cain pegou um par de soqueiras da
bancada, colocou-as, e andou de volta para o cara.

—Por favor pare. Eu estava bêbado —, o homem cuspiu.


O sangue escorria do nariz e da boca, e caiu sobre seu peito e
no chão.

Cain balançou sem responder, conectando as juntas de


bronze com o rosto do homem. Ele uivou de dor, lutou em
suas amarras, mas depois lentamente parou. O sangue era
um fluxo contínuo a partir dele, e havia agora uma pequena
piscina no chão abaixo dele.

— Minha filha não parava de dizer pare, não é? E se eu


não tivesse chegado a tempo, a teria machucado ainda mais
do que você fez. — Disse Cain em uma voz calma e mortal. —
Mas você não parou para Vi... — Cain parou de falar
imediatamente. Ele balançou a cabeça, respirou
profundamente por um momento, e Lucien se perguntou o
que ele estava prestes a dizer. A raiva no rosto de Cain sobre
esta situação era a mais feroz que Lucien já tinha visto em
um irmão. Malice subiu ao lado de Cain, entregou-lhe a
garrafa de uísque, e, em seguida, moveu-se de volta para
Kink, que estava encostado no outro lado do edifício.

— O cara está prestes a ficar mal, irmão —, Lucien


disse, levou mais uma inspiração do seu cigarro, e depois
deixou-o cair no chão para esmagá-lo em seguida. — Se você
não acabar com ele, ele vai morrer de perda de sangue ou
choque, e você vai sentir falta de dar-lhe o golpe final.

Cain acenou com a cabeça, tomou outro gole da garrafa


de bebida, enquanto ele olhava para o homem que estava
prestes a finalizar, e depois colocou a garrafa no chão.

— Você está certo. É melhor eu acabar com isso agora


antes que este filho da puta desmaie novamente e não possa
sentir o que eu vou fazer nos últimos segundos de sua vida
ainda mais dolorosa. — Ele foi até a bancada de novo, pegou
uma faca serrilhada de caça de nove polegadas, e caminhou
para o homem, que estava lutando para respirar agora. O
sangue muito provavelmente estava começando a reunir em
seus pulmões, então Cain precisava ser rápido antes que o
filho da puta sufocasse em seus próprios fluidos. Cain
agarrou o queixo do rapaz, virou o rosto inchado e espancado
e obrigou-o a olhar para ele enquanto mostrava seus dentes.

— Se você tivesse morrido nove anos atrás, quando eu


tive você, sua morte teria sido muito mais rápida. Mas
durante os últimos nove anos, enquanto eu estava preso,
tudo o que eu podia imaginar era todas as maneiras que eu
faria para tirar sua vida. — Cain tomou a lâmina e ele correu
ao longo de cada lado do rosto do idiota. A pele se abriu
instantaneamente, mas não havia muito som que viesse do
homem.

Ele estaria morto em breve, pelas mãos de Cain, ou


porque seu corpo teve o suficiente.

— Você fez a minha filha ficar com medo por um longo


tempo, caralho, e embora ela seja forte e viva sua vida agora,
a imagem da sua existência ainda a assombra. — Cain
esfaqueou o homem no intestino. — Sua morte não vai fazê-la
se sentir melhor, porque ela não vai saber o que aconteceu.
Eu não posso lhe dizer o que eu fiz, mas ela vai saber que seu
medo não precisa controlá-la mais. — Cain moveu a lâmina
para cima, abrindo o estômago do idiota como uma faca
quente passando manteiga. — Eu poderia ter deixado você
viver a sua vida com a vergonha do que você fez com a minha
filha, e, provavelmente, outras jovens, mas matar você vai
saciar esse monstro sádico dentro de mim que está louco
para levá-lo para fora. — Ele continuou a mover a lâmina
lentamente, e o homem borbulhava, lutando em vão, e
quando Cain torceu a lâmina a vida desapareceu dos olhos
do estuprador.

O silêncio que se apresentou na sala era ensurdecedor,


mas havia também o som que parecia vir de Cain como o
alívio que cobriu o rosto. Ele deu um passo para trás, e a faca
que ele usou pingava o líquido vermelho, viscoso no chão.
Cain olhou para cada um deles, colocou a faca para baixo, e
pegou a garrafa. Ele bebeu o álcool até que nada foi deixado.
— Que merda é que eu vou fazer com o corpo? — Cain
perguntou sem emoção.

— Temos vinte acres nesta propriedade. Tenho certeza


de que podemos encontrar algum lugar para ele. — Malice
disse em uma voz profunda.

— E ninguém virá procurá-lo? — Perguntou Kink.


Andando para o cara e olhou para seu corpo sem vida.

— Não, este pedaço de merda estava vivendo em uma


casa de crack cerca de duas horas daqui, estava chapado
com uma agulha ainda na porra do braço e uma prostituta
caída sobre ele chupando o seu pau —, disse Cain e
entregando a Kink o cigarro oferecido. — Além disso, eu fiz
minha pesquisa sobre ele enquanto estava na prisão — eu fiz
algumas ligações enquanto estava trancado e sabia que uma
vez que eu estivesse fora teria tudo que precisava para caçá-
lo e terminar o que comecei há nove anos. – A ponta do
cigarro iluminou quando Cain inalou, e, em seguida, exalou.
Ele olhou para a fumaça. — Você deve largar esta merda. Ela
vai te matar —, disse Cain, deu mais um trago, e em seguida
apagou o toco do cigarro na sola do seu sapato. — Bem, se
vocês estão prontos para colocar esse pedaço de merda na
terra, eu estou pronto para enterrar o passado.

Lucien foi até o cadáver, desprendeu-o da corda que ele


estava ligado, e deixou seu corpo cair no chão. Kink e Malice
o pegaram do chão, e os quatro saíram da garagem pela porta
dos fundos, caminharam através dos bosques que cobriam o
clube. Lucien tinha pego algumas pás, e Kink pegou uma
lanterna. O corpo foi estendido sobre o ombro de Malice, e o
contorno de Cain liderando o caminho foi iluminado pela luz
da lua se movendo através das árvores.

Ao longo dos anos com o clube Lucien fez algumas


coisas fodidas, mas isso fazia parte do MC, mantendo todos
unidos, e certificando-se de que a retaliação fosse resolvida.
As coisas ilegais que fizeram, foram necessárias, e ele não se
arrependia de nada, nem mesmo do que eles estavam fazendo
agora.

Vinte minutos mais tarde, eles tinham cavado um


buraco grande o suficiente para manter o corpo enterrado, e
cobriram o molestador idiota com a terra. Ficaram ali quando
o buraco foi preenchido.

— Vocês sabem que são a minha família —, disse Cain,


mas ainda tinha o seu foco na sepultura recém preenchida.
—Eu tenho esperado por esse dia desde que eu puxei esse
filho da puta da minha filha todos esses anos atrás.

Lucien deu um tapa nas costas de Cain.

— Eu sei, irmão, e você é a nossa família, também.

— Para a vida. — Kink disse em voz alta.

— E nós faríamos qualquer coisa para ajudá-lo a


encontrar a paz e vingança, irmão. — Malice afirmou, e
aproximou-se pra colocar a mão no ombro de Caim.

Cain assentiu.
— Qualquer um que fode com uma criança de um
membro, droga, vamos nos unir e puni-lo. — Disse Kink em
um estrondo fundo que detinha ameaça e intimidação.

Lucien olhou para Kink depois que ele falou. Embora


Lucien quisesse a filha de dezoito anos de idade de Kink da
pior forma, ele também sabia que ele era muito velho para
ela, e que fazer alguma coisa com ela era uma grande
apunhalada para ele fazer a outro irmão. Mas quando Lucien
trouxe Callie para sua casa na noite que ela o chamou de
babaca, algo nele mudou. Ele nunca a viu como algo mais do
que uma jovem para proteger porque ela era da família. Ele
não a tocou, não fez outra coisa senão pensar sobre as coisas
do caralho totalmente erradas que iria levá-lo a ser baleado
por Kink. O homem era seu vice-presidente, um homem que
considerava um irmão, e uma pessoa pela qual ele daria sua
vida. Tentar qualquer coisa com Callie, mesmo que ela fosse
maior de idade, seria um movimento traiçoeiro por parte de
Lucien.

Mas Lucien ainda queria Callie, e não importava o quão


duro ele ficasse longe, tentasse não pensar sobre ela, e
dissesse a si mesmo que estar com ela seria uma traição,
Lucien a queria demais. Ele poderia prová-la, senti-la em seu
sangue a cada batida do seu coração, e tinha essa dor em seu
pau e suas bolas que gritava para estar dentro de Callie e
aliviar sua necessidade dela.

— Vamos ficar bêbados. — Lucien disse, olhando para


os três homens novamente, e depois voltando para o clube.
Ele precisava ficar bem bêbado, porque seus pensamentos
eram muito perigosos.

Callie olhou em volta para o quarto vazio que ela ficou


na maior parte do tempo em que ela vivia com sua mãe. O
funeral de sua mãe e Dale foi monótono, mas não foi porque
as únicas pessoas que apareceram foram os caras do clube e
umas senhoras de idade. Foi assim, porque, sua mãe
queimou um monte de pontes ao longo de sua vida, usando o
seu ódio, egoísmo e raiva para mantê-las alienadas de sua
própria família. Mesmo a morte não poderia ter trazido os
pais de sua mãe para o funeral de sua única filha. E isso foi
uma das coisas mais tristes que Callie experimentou.

Embora ela tivesse tirado a maior parte de suas coisas


da casa que compartilhou com a mãe e o namorado, Dale, ela
continuava voltando aqui mais vezes do que deveria. Primeiro
ela tinha apenas passado na frente da casa, mas, em seguida,
as duas últimas vezes que ela realmente entrou, andou pelas
salas, e pensou em todas as vezes que a mãe não esteve lá
para ela. Sarah era sua mãe, e estava morta e Callie não
deveria pensar, mas ela admitiu para si mesma, que ela não
foi uma boa mãe. Ela negligenciou Callie, a ignorou, gritou
com ela, repreendeu-a, e disse-lhe em mais de uma ocasião
que ela deveria ter sido abortada porque então, Kink não teria
estado em sua vida. Que mãe diz essas coisas, faz essas
coisas, a sua própria filha?

Callie sentiu as lágrimas começarem a encher seus


olhos, e odiava o fato. Ela não queria chorar sobre o passado,
não queria sentir qualquer tipo de raiva em relação à mãe
ainda mais porque ela estava morta, e qual era o ponto? Ela
afastou as lágrimas perdidas que caíram, se afastou de seu
quarto e desceu as escadas. Tinha muito a fazer, muitas
coisas para manter sua mente fora do que aconteceu. Ela
precisava pensar na faculdade, terminar de preencher as
aplicações e, em seguida, deixar tudo para trás. Seu pai e
Cookie foram ótimos, e ela nunca pensou que ela iria sentir
qualquer tipo de estreita ligação com a Senhora1 do seu pai.
Talvez fosse porque Cookie era uma alma torturada, e ainda
prevaleceu apesar de tudo contra ela?

Callie ficou com seu pai e Cookie em sua casa, e embora


ela gostasse de tê-los ao redor, gostava do fato de que seu pai
esteve sempre lá para ela, tentou sempre fazer o certo por ela,
e nunca deixou o seu violento e perigoso MC infiltrar-se e
manchar nada sobre ela, estar no River Run foi muito difícil.
Ela voltou a pensar na noite que ela ficou em uma festa da
faculdade com seu então namorado de merda. Naquela noite,
poderia ter sido muito ruim, e poderia ter terminado de uma
maneira totalmente diferente, mas então ela chamou Lucien
Silver, o presidente dos The Brothers of Menace. Só de pensar
1
Old Lady
nele, sentia esse frio na consciência que se deslocava através
dela. Aos quarenta anos de idade, ele era mais de duas vezes
sua idade, mortal e letal, e não porque ele tinha o título de
ser o líder de um clube de motoqueiros fora da lei. Ele apenas
levava este ar de ser capaz de matar um homem com as mãos
nuas, e não se abalar com isso, e ele era muito errado para
ela em todos os níveis de maldição.

Callie era uma virgem de dezoito anos de idade, que


festejou intensamente durante o ensino médio, teve um
namorado babaca, e agora queria Lucien como se ele fosse o
seu ar. O que ela realmente sabia sobre qualquer coisa na
vida? Além disso, seu pai era o vice-presidente do clube de
Lucien, e estar com um membro era um grande não... não.
Lucien nunca estaria com ela de qualquer maneira que se
possa imaginar, mesmo que ela soubesse que ele sentia a
mesma química intensa. Estar com ela seria uma traição aos
olhos de Lucien, e como ela poderia fazer isso com qualquer
um deles?

Ela exalou, sentindo-se tão confusa e fora do lugar, e


não sabendo o seu futuro. O que ela sabia era que ela
precisava sair de River Run e de perto de Lucien, porque a
cada dia que passava ficava cada vez mais difícil manter suas
emoções sob controle. Mesmo quando ela o viu no funeral e o
luto estava forte dentro dela, pensou em correr até ele e
apenas deixá-lo segurá-la. Deus, ela queria que ele a
segurasse. Mas depois disso ela não viu Lucien, mesmo
quando ela visitou o clube. Era como se ele estivesse
mantendo distância, e talvez isso fosse o melhor.
Então, ir para a faculdade, ficar no campus, e deixar
tudo isso para trás era o certo. Pelo menos ela esperava que
fosse, porque ela só queria dizer-lhe mais uma vez que ela
não queria sair, que ela não se importava que as pessoas
falassem, que a diferença de idade não era nada entre eles.
Ela também queria dizer-lhe que as coisas iriam dar certo,
que o que sentia não era apenas uma paixonite de uma
menina de dezoito anos de idade por um homem mais velho.
Ele consumia seus pensamentos, a fez se sentir segura
quando estava com ele, e ela queria muito mais com ele.

Mas talvez ela fosse uma menina estúpida que estava


fantasiando sobre algo que nunca iria acontecer. É por isso
que ela precisava sair, para seu próprio bem, para que ela
não fizesse nenhum papelão, e assim ela não acabaria com o
relacionamento entre dois homens que se consideravam
irmãos.
CAPÍTULO
2
Três meses depois

Lucien era um bastardo doentio, um velho tarado, e um


maldito traidor se ele fosse honesto consigo mesmo. Ele
pensou nela, Callie Roberts, uma mulher que ele não tinha o
direito de sequer considerar ficar de qualquer forma. Mas ele
não conseguia evitar. Ela era como a droga preferida de um
viciado, sua droga preferida. Ela era a única mulher que
parecia consumir seus mais profundos pensamentos desde
que ele a levou para sua casa meses atrás. Ela estava
bêbada, quase foi atacada por dois bandidos filhos da puta, e
ele falou com ela enquanto a colocava na cama e desaparecia
de lá.

Ele colocou outra dose, olhou para a garrafa de uísque


na frente dele, e viu a desaparecer por um segundo. Ele
estava bêbado, devastado, sentindo-se completamente
acabado, mas desde que foi baleado essa era sua nova rotina.
Lucien sentiu-se escorregar mais e mais em um abismo
profundo, e não importava quantas corridas ele tivesse
participado tentando clarear sua mente, nada ajudava. Mas
não era só por causa do que aconteceu com os idiotas da
gangue, ou o fato de que ele quase morreu. Caralho, nem
mesmo tinha relação com a louca tortura que fizeram ao
homem que machucou a filha de Cain.

Não, sua escuridão vinha do fato de que ele queria a


filha de dezoito anos de Kink. Mas ele sabia que ela estaria
partindo para a faculdade em breve, e isso era uma coisa boa,
porque se ela ficasse em River Run ele não sabia se poderia
controlar-se ao redor dela por muito mais tempo. Ele vinha
fazendo um bom trabalho. Sempre que ele via Callie vindo ao
clube com Cookie ou Kink ele desaparecia, porque era muito
difícil para ele não olhar para ela. Ele tentou não olhar para a
mulher que ela se tornou, e imaginá-la debaixo dele enquanto
ele adorava cada parte de seu corpo com as mãos e a língua.

Sim, ele era um filho da puta doentio por desejar uma


mulher tão jovem, e a filha do homem que considerava um
irmão. Era errado pensar nela em sua cama, debaixo dele, e
sendo apenas sua. Merda, ela era mais de duas décadas mais
jovem que ele, tinha especificamente vinte e dois anos a
menos. Ela era maior de idade, e ele era velho o suficiente
para ser seu pai. Mesmo pensando nisso, sabendo que se
Kink soubesse os malditos pensamentos íntimos e sujos que
tinha sobre Callie ele o mataria, mas isso não fazia com que
Lucien conseguisse parar de desejá-la como um homem
sedento por sua próxima dose. Ele não tinha sequer a tocado
de forma sexual, nem mesmo a beijou de fato, mas ele a
desejava como se estivesse viciado nela.
Kink estava no bar com Cookie, e sua Senhora só
trabalhava na cozinha agora, por vontade dela que gostava de
preparar as refeições, Lucien não a via no piso principal
muitas vezes. Mas ele sabia que Kink gostava que ela
estivesse nos bastidores. Mesmo que Cookie fosse dura em
sua própria maneira, e ela estava protegida dentro das
paredes do clube, isso não significava que Kink gostava de tê-
la em torno de toda a bebida, drogas e sexo que era uma
visão comum por ali. Lucien não podia culpar o irmão por
isso, porque se ele tivesse uma patroa para si, ele não
gostaria que ela ficasse no centro de toda esta orgia. A vida
do clube era agitada, às vezes vil, e uma dama não precisava
ver as besteiras que os membros solteiros do clube faziam por
trás dessas paredes.

Ele tomou outra dose e sentiu a dor persistente na coxa


começar a ficar entorpecida. Uma vez que os membros da
seita atiraram nele há meses atrás no armazém abandonado,
sua recuperação foi lenta. Embora Lucien fosse um idiota
teimoso, recusando-se a fazer a fisioterapia que Molly sugeriu
que ele participasse, ele estava voltando ao seu antigo eu. Ele
se exercitou com os outros membros, pegando mais leve, mas
ainda assim treinando com eles. Houveram situações em que
teve momentos difíceis com a rigidez na perna, mas também
faziam apenas três meses desde sua experiência de quase
morte.

Lucien observou enquanto Kink segurou Cookie pela


cintura e puxou-a para perto. Beijando-a como se ninguém
estivesse olhando, ou isso ou ele apenas não dava a mínima
para quem visse ele numa transa seca com sua mulher. O
que era triste era o fato de que Lucien ainda não foi capaz de
se recompor desde que levou Callie para sua casa. Ele tentou
ficar com algumas bocetas frequentadoras do clube, até
mesmo tentou juntar duas delas com Ruin, mas ele não foi
capaz de ficar de pau duro. Foda-se, ele estava sexualmente
frustrado, precisando transar e estava irritado porque ele
sabia que a única mulher que seria capaz de ajudá-lo nesse
departamento era uma que ele nunca poderia ter.

—Você quer uma tragada, chefinho? — Rook perguntou


e estendeu para Lucien o baseado.

Lucien sacudiu a cabeça e se levantou.

—Não, eu acho que vou malhar, porque tanto álcool não


está ajudando meus nervos, como eu não estou com vontade
de transar. — Bem, ele estava com vontade de transar, se ele
pudesse ser capaz de estar com a mulher que ele queria.
Callie nunca estaria em seu alcance. Lucien tomou outro gole
da garrafa, não a ponto de dizer a todos o motivo pelo qual ele
não conseguia ter uma ereção.

Ele passou pelos caras que jogavam sinuca, andando ao


redor das garotas dançando no clube à frente de alguns
recrutas, e passou por Kink e Cookie.

—Lucien. — Kink chamou.

Ele ficou tenso, mas virou-se. Durante os últimos meses


ele evitou Callie, não porque quisesse, mas porque era a coisa
certa a fazer. Quando ele a viu no funeral de sua mãe, teve
que se segurar para não ir até ela e consolá-la o tempo todo
que ela chorava. Falou com ela, embora brevemente, mas
tocá-la mexeu com algo dentro dele. O fez querer dizer para
ela que ele se certificaria que tudo ficaria bem, que ele nunca
deixaria ninguém a machucar, porque ela era dele, e sempre
seria. Mas ela não era dele, e nunca seria. Ele não podia trair
Kink, não podia ir contra as regras do clube que diziam que
um irmão nunca poderia foder com algum familiar de outro
membro em nenhuma forma sexual, mesmo se esse familiar
quisesse. Filhas estavam fora dos limites, e ainda assim
Lucien queria a filha de dezoito anos de idade de Kink com
uma ferocidade que era malditamente intensa e sentia como
se estivesse perdendo o controle. Mas mesmo pensar em
querer Callie era uma traição ao Kink, mesmo que o irmão
não tivesse ideia dos pensamentos que Lucien realmente
tinha.

— Está se sentindo bem? — Disse Kink.

— Eu estou bem. Só estou com a cabeça cheia nesses


últimos dias.

Kink concordou, ainda com o braço em volta de Cookie,


mas tinha um olhar preocupado no rosto.

— Sim, eu conheço o sentimento. Callie vai se mudar


para a faculdade durante o fim de semana. Alguma coisa de
orientação ou algo assim, e cara, eu lhe digo, eu já estou
enlouquecendo. — Kink coçou a parte de trás do seu pescoço,
e Cookie sorriu.

Lucien sentiu esse aperto em suas entranhas, tinha


essa coceira debaixo de sua pele, e sabia que ele não deveria
estar se sentindo dessa maneira sobre Callie partir. Isso era
bom para ela, e o fato de que ele mantivesse a distância, e
que ela estava se afastando de tudo isso era uma coisa boa.
Ele olhou para o homem que considerava um irmão, seu vice-
presidente, e o pai da mulher que ele sabia que se
preocupava mais do que qualquer outra em todo o planeta.
Ele estava pisando em ovos sobre essa situação, e se ele
fizesse o que realmente queria fazer, então ele estaria
passando dos limites, ferindo Kink, e, possivelmente,
derrubando seu clube pelas ramificações de tudo. Contar a
seu vice o que aconteceu todos esses meses atrás agora
parecia inútil, mas quando olhou para o outro homem, ele
abriu a boca, prestes a dizer tudo a Kink. Não deveria haver
segredos entre eles, no entanto, ele escondeu algo assim do
pai dela, tudo por causa de quê? Porque ele estava duro por
ela? Porque ela lhe pedira para não contar? Não, foi porque
ele amava Callie e se importava com Kink, e dizer qualquer
coisa seria desastroso.

Sim, ele a amava, caramba, a amava mais do que ele


tinha o direito. Ele nunca se importou com uma mulher por
mais de algumas horas de cada vez, fodendo para mostrar
sua afeição, e depois indo embora. Ele poderia ser um
bastardo frio e cruel, mas com Callie ele queria mostrar-lhe
que ele poderia ser gentil, que ele não era todo composto de
violência. Isso era o que ela merecia.

— Kink, cara—, disse Lucien e engoliu o nó na garganta.


Ele não conseguiria guardar esse segredo por mais tempo, já
se passou tempo demais.
— Hey, — Pierce gritou, levando sua bunda bêbada em
direção a eles com a garrafa de cerveja erguida. — Precisamos
começar essa festa, escolher alguma boceta aqui para ter
alguma ação, e dar um jeito nessa minha excitação toda. —
Pierce se empurrou entre Kink e Lucien, colocou sua garrafa
de cerveja no balcão, e fez um gesto para a visão do outro
lado do balcão.

—E essa é a nossa deixa para dar o fora daqui. — Disse


Kink e levou Cookie para longe do bar. Ele bateu no ombro de
Lucien quando passou, mas em vez de Lucien falar tudo, ele
se debruçou sobre o balcão e suspirou.

Deus, que fracote maricas ele era.

Lucien olhou para a porta da frente e viu quando Kink e


sua parceira saíram. Ele estava ferrado, e precisava sair
daqui e espairecer sua cabeça. Afastando-se do bar viu
Pepper, uma das meninas do clube, movendo-se em direção a
ele, com um sorriso em seu rosto, e seus peitos mal contidos
sob a blusa. Não ter sexo por tanto tempo era difícil para
caralho, mas ele não estava prestes a mudar essa situação
com uma das bocetas do clube, ou qualquer outra mulher na
verdade. Ele precisava descobrir o que diabos ele ia fazer, e
como ele iria apagar Callie de sua mente.

— Oi Lucien—, disse Pepper com um sorriso sedutor em


seu rosto e suas mãos já se movendo em direção ao peito
dele. Ele pegou os pulsos dela e empurrou-a para longe.
—Não, Pepper. — Lucien se virou e agarrou a bebida que
foi dada a ele. Depois de virar o copo, ele sabia que precisava
dar o fora dali.

—Vamos, Lucien. Já faz um maldito tempo desde que


você esteve comigo —, disse Pepper fazendo biquinho. —Eu
quero sentir o seu grande pau me enchendo, bebê. — Ela
sorriu, seus olhos ligeiramente injetados de sangue, e o
cheiro de cigarro velho a cobrindo. —Você está com alguém?

Sim.

— Eu tenho um pau cheio de uísque, por isso não irá


acontecer nada hoje à noite. — É claro que era uma mentira,
porque ele poderia ter ficado duro para Callie em um
segundo, duro como aço apenas pensando nela. E maldição,
ele estava ficando excitado agora, apenas com o pensamento
de Callie passando por sua cabeça.

—Sério? Porque, bebê, você parece que está pronto para


dar uma. — Pepper agarrou sua virilha, e ele se afastou.

Isso não era para ela, com toda maldita certeza.


Sacudindo a cabeça para Pepper, ele se virou antes que ela
começasse a se pendurar nele e saiu do clube. Ele iria para a
sua casa, se exercitaria até que não pudesse enxergar direito,
tomaria banho e, em seguida, bateria uma enquanto pensava
na mulher que o fazia se sentir tão malditamente no limite, e
tão possessivo com apenas o pensamento dela. Ele esperava
que as coisas parecessem mais claras na manhã seguinte,
mas ele não apostaria muito nisso.
CAPÍTULO
3

O clube estava tranquilo e Callie estava grata por isso.


Era bem no início da manhã, e embora ela pensasse que os
caras no clube estariam dormindo ou, ela esperava, não
estariam lá, ela não tinha como advinhar. O mais provável é
que ela veria alguma boceta do clube nua deitada ao redor,
garrafas de cerveja forrando o chão e sentiria o cheiro de
bebida derramada enchendo o ar.

Ela viu a Harley de Lucien estacionada lá fora, mas ela


não notou quaisquer outras motos ou até mesmo veículos na
propriedade do clube. Ela teria sorte se Lucien de fato,
estivesse aqui e sozinho, mas o cenário mais realista era de
que haveria uma prostituta do clube caída sobre ele como um
cobertor.

Callie não pensou direito quando ela entrou no carro, a


parte traseira lotada com bagagem de mão para o seu fim de
semana em Baker, e então caiu na estrada. A faculdade era a
última coisa em seu pensamento, mesmo três meses mais
tarde, porque ela ainda pensava em sua mãe, e ainda queria
Lucien. Estes últimos meses a fizeram perceber que ele
estava definitivamente querendo evitá-la, ou ela estava
totalmente fora da base no pensamento de que ele retribuía
seus sentimentos.

Deus, Callie realmente o amava. Mesmo quando ela


ficou na casa de Lucien porque estava bêbada demais para ir
para casa, e não sabia a quem mais recorrer, Lucien só foi
inocente e protetor em suas ações com ela. Teve a certeza que
ela estava segura, a protegeu quando alguns bandidos
tentaram aproveitar-se dela em seu estado embriagado, e
embora ele fosse muito mais velho que ela e presidente do
clube de seu pai, ela ainda o queria. Ele era tudo em que ela
pensava, tudo o que ela desejava. Nem mesmo passar tempo
com seu amigo Ian poderia ajudar a distraí-la de que ela o
queria, Lucien, que era presidente de um clube de
motociclistas e velho demais para ela.

Depois de dizer adeus pelo fim de semana, para a


Cookie e seu pai, Callie tinha a intenção de apenas ir direto
para a universidade, mas então se viu dobrando na entrada
da garagem da casa do clube The Brother´s of Menace. Ela
não devia ter vindo aqui, mas ela tinha que dizer adeus a
Lucien, porque após este fim de semana, ela sairia de casa,
arrumaria suas coisas, e depois iria para a faculdade para
sempre. Ela deixaria esta cidade e ele para trás, e tentaria
começar sua vida.

Andando através do clube comprovou que ele estava


vazio, mas isso não a impediu de continuar em direção a sala
de reunião, ou se perguntar onde todos estavam. Ela era
apenas grata que ela não teria de responder a quaisquer
perguntas a respeito de porque ela veio aqui, ou arriscar um
dos membros contando a seu pai que ela veio falar com
Lucien. Mas a verdade era que ela não pensou em nada disso
enquanto dirigia para cá. Ninguém sabia o que aconteceu
com ela e Lucien, como ele a salvou e deixou-a ficar em sua
casa. Embora não tenham feito nada, ele não contou a Kink,
a seu pedido. Embora ela tivesse dito a Lucien que ela
contaria a seu pai, ela ainda não tinha contado. Ela estava
com medo da ira de seu pai em relação a uma situação que
não era nada mais que inocente; do que isso faria para o seu
relacionamento com Lucien, e o fato de que ele iria tirar
conclusões precipitadas. Talvez por isso o clube estava vazio
com somente Lucien lá, era o destino tentando ajudá-la?

Deixaria seus desejos a parte.

Ela entrou na sala de reunião, mas estava vazia. O som


de algo no corredor a fez girar e se mover em direção a esse
sentido. Ela caminhou como se sua mente e corpo estivessem
desconectados, e sua necessidade de fazer isso a levasse para
frente. Ela pretendia apenas dizer-lhe adeus, mas talvez a
sua necessidade de o ver, e o fato de que ela estava realmente
lhe dizendo que estava indo embora, fosse porque gostaria
que ele finalmente se abrisse com ela? Talvez ele lhe dissesse
que ele não a queria, ou, finalmente admitisse que a queria
também, qualquer coisa, ela precisava ouvi-lo dizer algo.
Callie precisava que ele falasse. Ela tinha essa sensação na
boca do estômago cada vez que pensava nele, toda vez que ela
o via. Isso crescia a cada dia que passava, a consumia, e
estava perto de estourar e levá-la para baixo.
Andando, ela seguiu o ruído que podia ser ouvido atrás de
uma das portas no final do corredor. Ela estava entreaberta,
e quando a abriu um pouco mais, viu os poderosos e
tatuados músculos de Lucien. Ele estava sentado em uma
mesa pequena e, embora ela não pudesse ver o que estava
fazendo, ouviu o som de clicar de metal contra a mesa. Ela
conhecia bem esses sons, os ouviu muitas vezes na casa de
seu pai quando ele estava limpando suas armas. Lucien
estava sem camisa e as calças jeans que ele usava eram
baixas nos quadris estreitos. Deus, ela podia lembrar como
ele se parecia de frente todos esses meses atrás, quando ela
esteve na casa dele e ele saiu de seu quarto. Ele acabou de
sair do chuveiro, seu corpo maciçamente musculoso e
coberto de tatuagens. E então havia a tatuagem dos Brothers
of Menace no centro do peito, tão grande, tão poderosa, e
gritando que ele era perigoso.

Engolindo o nervosismo, ela bateu em sua porta. Ele


apenas virou a cabeça e olhou por cima do ombro para ela, e
embora soubesse que era provavelmente a última pessoa que
esperava ver, ele não demonstrou nenhuma emoção.

—Callie? Ele disse o nome dela naquela voz profunda


dele, que ela imaginou muitas vezes quando fechava os olhos.
Ele levantou e virou-se, e ela olhou sobre o peito. A tatuagem
dos Brothers of Menace assumindo o centro de seu peito, e
ela começou a se excitar com a visão de sua forma muscular
e poderosa de pé na frente dela. Ele era tão grande em
comparação a ela, e embora nunca tivesse se considerado
pequena, em comparação com ele parecia uma criança. Eles
olharam um para o outro, e depois de embaraçosos segundos
ele finalmente falou novamente.

— O que você está fazendo aqui?

— Eu.... - Ela lambeu os lábios, olhou em torno de seu


quarto, e, em seguida, concentrou se nele novamente. — Eu
só queria dizer adeus.

Ele balançou a cabeça lentamente e, em seguida,


esfregou as palmas das mãos sobre as coxas. Ela olhou para
seu peito novamente, sentiu seu coração palpitar, e então
sentiu a garganta apertar com o pensamento de todas as
coisas que ela queria dizer.

— Eu estou saindo neste fim de semana para conhecer


Baker, conhecer o meu dormitório e pegar meus horários. Ela
ouviu o tremor em sua voz, sabia que provavelmente estava
tremendo um pouco, porque agora ela sentia como se fosse
desmaiar.

Ele assentiu.

— A faculdade vai ser boa para você, Callie. Você vai


conhecer novas pessoas, aprender coisas que vão ajudá-la na
vida, e talvez encontrar um cara da sua idade que irá tratá-la
como a princesa que você é.

Suas palavras atingiram bem no seu coração, e ela


ofegou. Será que ele percebeu o que ele acabou de dizer? A
expressão no rosto dele lhe disse que ele não tinha a intenção
de dizer qualquer coisa assim, mas as palavras já estavam lá
fora, penduradas entre eles, fazendo-a doer com a falta de
seu toque.
— Merda, eu não tinha a intenção de dizer nada disso.
— Ele levantou a mão e esfregou a parte de trás do seu
pescoço. A maneira como seu bíceps contraiu e flexionou teve
um potente desejo passando por ela, e ela realmente sentiu-
se dar um passo mais para perto dele.

— Estou feliz que você disse alguma coisa.

— Callie, nunca poderá haver qualquer coisa entre nós.


— Ele esfregou a mão pelo cabelo e suspirou. — Estar com
você significaria que eu teria que atravessar uma linha
perigosa, e eu não posso fazer isso, não importa o quanto eu
quero você. — Sua voz quebrou na última palavra.

Seu coração estava trovejando no peito. Gotas de suor


cobriam o vale entre seus seios, e ela só podia pensar em
estar com ele. Ele disse que eles não poderiam ser qualquer
coisa juntos, que estar com ela era uma linha que não ia
atravessar, e ela sabia que ele estava certo. Mas ele disse que
a queria, e ela o queria. Algo dentro dela estalou, e ela se
moveu em direção a ele sem pensar em qualquer outra coisa
além de estar com Lucien. Ela estava perto o suficiente para
tocá-lo, mas ele era um grande homem, pelo menos vinte
centímetros mais alto do que sua altura de um metro e
setenta e três.

Callie respirou fundo, sentindo-se ficar tonta com a


necessidade de tocá-lo.

— Callie, o que você está fazendo? — Sua voz era


profunda e ligeiramente rouca.
— Eu não sei, Lucien. — Ela o viu olhar para baixo em
sua boca, e ela lambeu os lábios. Ela não podia parar, não
conseguia segurar suas emoções em cheque quando havia
toda essa química sexual. Era como uma entidade viva entre
eles, e se movendo para trás e para frente até que ela estava
se afogando nele, sufocando pela intensidade. Suas mãos
tremiam, mas ela levantou-as e colocou as palmas das mãos
abertas direto sobre seu peito duro. Sua pele era quente e
lisa, dura e poderosa. Ele tinha os dedos em seus pulsos,
envolvendo suavemente ao redor do osso, mas não para
afastá-la. Ele flexionou os dedos ao seu redor, quase como se
ele quisesse mandá-la para longe dele, mas fosse incapaz.

— Callie, eu não posso fazer isso —, disse ele, mas sua


voz ainda estava rouca, e seu foco estava em seus lábios. —
Nós não podemos fazer isso. — Disse ele ainda baixo, mas
duro.

— Eu sei, Lucien, mas você é tudo que eu tenho sido


capaz de pensar desde aquela noite que você me levou para a
sua casa quando eu estava bêbada, me mantendo segura, e
não dizendo a meu pai porque eu pedi para você.

— Callie. — Ele gemeu quase como se ele estivesse com


dor. — Droga.

Ela não o deixou falar mais, apenas se levantou na


ponta dos pés, apoiou seu peso com as mãos ainda em seu
peito, e colocou seus lábios nos dele. Callie não aplicou
pressão, mas a eletricidade que bateu nela quando ela teve
sua boca na dele era tão intensa que ela realmente gemeu
baixinho. Lucien ainda tinha um aperto em seus pulsos, mas
ele alisou suas grandes, calejadas e ásperas palmas para
cima de seus braços e agarrou os ombros dela. Por alguns
segundos, eles permaneceram nesta posição. Mas, então, ele
a empurrou de volta, e o olhar no seu rosto tinha humilhação
enchendo-a. Ele parecia chateado, rasgado, como se não
quisesse o beijo que acabaram de compartilhar, não queria
nada. Agora ela se sentia como uma tola, porque beijando-o
colocou esse muro enorme entre eles. Callie não sabia o que
dizer, não sabia se ela devia apenas virar e deixar tudo isso
para trás. Mas ela sabia que não poderia deixar as coisas
como estavam neste momento embaraçoso.

— Lucien, eu não quis...

Mas antes que ela pudesse terminar o que ela ia dizer


Lucien estava na frente dela, sua mão atrás de sua cabeça, e
seu rosto bem a sua frente.

— Eu queria ficar longe, me forcei a ficar longe, porque


essa é a melhor coisa para nós dois.

— Lucien...

Ela não sabia o que ela ia dizer a ele, mas talvez se ela
explicasse que esta não era uma emoção passageira, e que
ela se importava com ele mais do que se importou por outro
homem, valia a pena o risco? — Eu não quero que você ache
que isso não é real para mim. — Seu rosto ainda estava
muito perto dela, e seu hálito quente cheirando um pouco de
uísque atravessava seus lábios. Ela engoliu em seco
novamente, sentiu seus mamilos duros, e tinha umidade
revestindo-a entre as coxas. Seu coração acelerava e
desacelerava um pouco, e repetiu o processo com cada
segundo que passava.

— Foda-se, Callie. Isso não é algo que posso fazer com


você.

— Mas você quer fazer —, disse ela, sem fôlego, o


cortando. Callie nem sequer queria pensar sobre o que ele
poderia dizer, que ele poderia dizer que ela precisava sair. É
claro que teria sido a coisa certa a fazer, mas agora ela não
queria pensar sobre ser inteligente.

— Querer você e ter você, são duas coisas muito


diferentes. — Ele procurou seu rosto com o olhar, e depois
mudou de volta até que não havia nenhum outro lugar para
ela ir. — Mas sim, eu quero você, quero você desde que eu a
trouxe a minha casa, depois de você ficar bêbada naquela
festa. Mas eu não posso ter você, Callie, porque é errado, nós
somos errados, é uma traição a um homem que considero um
irmão.

— Lucien, como você acha que eu me sinto? Kink é meu


pai. — Ela olhou em seus olhos cinza-prateados, e queria
inclinar-se e beijá-lo. Ele não disse nada, embora ainda
segurasse na parte de trás de sua cabeça. — Eu amo você,
Lucien.

Deus, por que ela disse isso? Por que ela disse que o
amava quando era claro que ele não queria levar isso
adiante?

— Droga, Callie, você não pode dizer coisas assim.


— Mas por que? É a verdade —, disse ela em um
sussurro, não sabia por que ela ainda estava falando, porque
estava apenas fazendo isso pior. Callie nunca deveria ter
vindo aqui, nunca deveria ter saído de seu carro, vindo a ele,
e o beijado como uma criança imatura e ingênua.

Ele não respondeu, mas parecia tão malditamente em


conflito que seu embaraço a consumia. Ela sentiu seu rosto
ficar quente, sabia que estava vermelha como um tomate, e
desejou que o chão se abrisse e a engolisse.

— Tudo bem, então talvez eu devesse ir, isso foi uma má


ideia. — Ela já não tinha as mãos sobre o peito, mas ela as
levantou novamente, colocou sobre seus peitorais firmes, e
olhou para sua tatuagem do MC. Ela traçou as linhas com
seu olhar, olhou para a Phoenix que estava por trás da moto,
e parecia que o coração dela estava prestes a explodir em seu
peito.

Eu quero você, Lucien. Deus, eu te quero tanto que dói.

— Você não pode dizer coisas assim, porque sou errado


para você, bebê.

Seus joelhos tremiam com o carinho.

— Eu sou um homem mau, Callie, perigoso e velho


demais para você.

— Eu não me importo com nada disso, Lucien.

Ele se inclinou, e ela prendeu a respiração. Ele moveu a


mão de trás de sua cabeça, segurou o lado de seu pescoço, e
mudou seu polegar ao longo de sua pulsação abaixo da
orelha.

— Você deveria —, disse com voz rouca. Lucien levantou


a mão e passou o polegar na parte superior do lábio, apenas
para tocá-la, e fazer todo o seu corpo leve com arrepios. —
Você deveria estar com medo de mim, correndo em outra
direção, e encontrando um cara na escola que usa casacos e
sapatos, não um que usa couro, e mata os homens com as
mãos nuas por ferrar com ele ou com aqueles que são
importantes. — Ele deslizou seu polegar para seus lábios
agora, e sem pensar ela abriu a boca e chupou o dedo dentro.
— E eu mataria por você, Callie, quebraria um filho da puta
em dois se tentasse ou tocasse em você, porque você é
preciosa para mim. — As narinas de Lucien tremiam, e ele
baixou as pálpebras, enquanto observava sua boca. Callie
nunca foi tão corajosa muito menos com um homem que
vivia a vida no limite.

E então ele estava tirando o dedo da boca e beijando-a


duro e possessivo. Pela primeira vez em sua vida ela
realmente sentiu o poder por trás de um homem ao beijá-la.
A ação estava cheia de calor, poder e tanta tensão sexual que
ela não podia deixar de gemer contra sua boca. Ele espetou a
língua para fora, passou ao longo de seu lábio inferior, e
depois gemeu em voz alta. Callie nunca ouviu um som tão
excitante, mas ouvir o desejo de Lucien por ela expresso em
sons e palavras a fez malditamente molhada. Ela sentiu sua
calcinha ficar desconfortavelmente encharcada. Ela deslizou
sua mão entre seus corpos, e colocou-a sobre seu pênis
coberto com o jeans.

Ele gemeu baixo em sua garganta e pressionou mais


seus corpos, prendendo ainda mais suas costas contra a
parede. Mas foi a sensação de sua ereção cutucando seu
estômago que a fez romper com sua boca e ofegar em choque.
Ele era um homem grande, forte e alto, e ela se sentia tão
pequena comparada a ele. Nunca sentiu como se ela fosse
pequena, não com os quadris largos e manequim tamanho M,
ou as coxas que eram um pouco demasiadas espessas para o
seu gosto.

Lucien olhou bem nos olhos dela e não se afastou. Ela


ainda podia sentir o quão duro e grande ele era entre as
pernas, e não podia deixar de pensar sobre qual seria a
sensação de tê-lo sobre ela, pela primeira vez, tendo a sua
virgindade e fazendo-a se sentir tão esticada que ela pensaria
que a dividiria em duas. Ela sabia que seria intenso e os
consumiria, e que ela nunca iria pensar em qualquer outro
cara tão apaixonadamente novamente.

— Será que isso te diz o quanto eu te quero? — Ele


apertou-se contra ela, e, em seguida, baixou a cabeça para
passar sua língua ao longo de seu lábio inferior. — Será que
isso te mostra que eu estou fazendo algo que vai me matar,
mas que eu não consigo controlar? — Ele disse suavemente e
moveu a boca para a garganta.

— Então fique comigo, Lucien. — Callie segurou seus


ombros, apertou os seios contra o peito, e beijou o pescoço.
Deus, ele cheirava tão bem, tão masculino, e ela estava
prestes a rasgar a roupa agora e entregar-se a ele.

Ele segurou seu rosto e inclinou-se para trás para olhar


o rosto dela. Por vários longos segundos ninguém disse nada,
mas ambos estavam respirando pesadamente, a tensão
sexual enchendo a sala e deixando-a alta e bêbada tudo na
mesma respiração.

E então Lucien exalou e a soltou. A súbita onda de frio


que tomou conta dela a teve apoiando as mãos na parede às
suas costas para que não caísse.

— Você precisa ir, Callie. — Lucien desviou o olhar.

Ela viu que ele ainda estava duro, sua ereção


pressionando contra o zíper, mas ele continuou se movendo
para longe dela.

— Lucien, não temos de parar.

O olhar que ele deu a ela a fez enrijecer. Sua expressão


era tão distante e dura, tão inabalável, que se sentia muito
fora de lugar agora. Foi-se a excitação que partilharam
apenas alguns segundos antes, e em seu lugar ficou essa
percepção gelada que o Lucien que acabara de tocá-la e beijá-
la já não estava na frente dela. Agora ele era o presidente dos
Brothers of Menace que matava homens com as próprias
mãos.

— Vá, Callie. — Ele passou a mão sobre seu cabelo,


virou-se para que estivesse de costas para ela, e ela viu seus
músculos tensos. — Você precisa ir antes que eu faça algo
que vou me arrepender, e antes que eu traia Kink e o faça me
odiar. — Ele não se virou, mas sentiu a verdade em suas
palavras.

— Eu não quero machucar meu pai também, Lucien,


mas eu te amo. — Ela sentiu sua humilhação crescendo
enquanto sua paixão e suas palavras tomavam a frente. —
Isso não significa nada para você?

Ele se virou, e o ardor em seu rosto a teve engolindo em


seco.

— Os meus sentimentos, ou o fato de que você me quer,


significam algo para você? — Ela perguntou.

Ele deu um passo em direção a ela.

— Significa muito, mas eu não posso ficar com a filha de


um membro, Callie. Isso significaria guerra, ódio, e um monte
de violência. — Ele se aproximou, e ela sentiu o calor de seu
corpo bater dentro dela. — Eu não posso ser tão egoísta, e eu
não posso colocá-la e Kink no meio de tudo isso. Não é certo,
Callie.

Ela sabia disso, mas não queria ouvi-lo. Ela expôs seus
sentimentos. Ele a deixou provar isso, deixando seu amor
crescer por aqueles poucos segundos, e então fechou a porta.
Ela sabia que estar com Lucien poderia doer e provocar a
raiva de seu pai, mas pela primeira vez em sua vida, queria
muito algo o suficiente que para lidar com as consequências e
tentar fazê-los direito.

— Você está certo. — Ser egoísta certamente não era um


traço em que Callie tinha prática, mas ela também nunca
esteve apaixonada antes.
— Callie ... —, ele disse em uma voz rouca, aflito.

Ela balançou a cabeça e virou-se em direção à porta. Ela


não podia olhar para ele, e não podia pensar sobre o fato de
que seus lábios ainda formigavam com seu beijo. Correr para
fora do clube parecia ser a melhor opção, porque o
constrangimento e dor que a enchiam tiveram seu tempo e
estavam querendo escapar. Ela não queria ficar aqui e se
fazer de estúpida. Ela só precisava ir, e colocar isso atrás dela
como ela planejou desde o início. A única que iria acabar se
machucando era ela, e já estava provando muita dor no
momento. Se ela não saísse agora ela não sabia se seria
capaz de lidar com algo mais.
CAPÍTULO
4

Callie dirigiu para Universidade Baker, que era a umas


boas três horas de distância de River Run. Apesar do
nervosismo de começar sua vida sozinha, pela primeira vez, o
incidente no clube com Lucien, e o fato de que ela ainda
estava humilhada, deprimida e com raiva por causa do beijo e
suas emoções, estava tentando pensar no futuro. Este era
apenas o fim de semana, onde ela começaria a conhecer seu
dormitório, ter um passeio do campus, e, esperava, conhecer
algumas pessoas antes do início das aulas. Era um novo
programa que eles começaram, onde ela estaria ocupada
durante todo o fim de semana, e até mesmo começaria a ficar
em seu dormitório. Embora as palavras de Lucien batessem
em sua cabeça, lembrando-lhe que ela nunca poderia
realmente estar com ele, não importasse o quanto ela o
amava, ela nem sequer queria pensar sobre sua vida com
outro cara. Sim, ela era jovem, tinha o mundo inteiro na
frente dela, mas Lucien era diferente. Ela certamente sabia
que ela não podia simplesmente esquecê-lo não importasse o
que ele ou ela dissessem.
Colocando os pensamentos de River Run e Lucien de
lado, ela se concentrou na estrada à sua frente. Viu a
universidade cerca de meia hora mais tarde, e seus nervos
cresceram a tal ponto que estavam a sufocando. Os edifícios
eram tão grandes e intimidadores, e se sentiu como uma
abelha pequena em uma colmeia enorme que iria comê-la
viva. Embora soubesse que havia algo muito profundo sobre
dar o próximo passo em sua vida, o medo era primordial
dentro dela. O escaldante terror que ela sentia naquele exato
momento não era algo sobre o qual vinha escrito na carta de
boas-vindas.

Ela estacionou o carro, pegou sua bolsa solitária para


fora do banco de trás, e olhou para o prédio em frente a ela. A
respiração profunda que ela tomou deveria ter lhe acalmado,
mas tudo o que ela sentia era um aperto no peito. Os alunos
entravam e saíam da porta aberta do prédio de
administração. Ela foi para a atendente ali, que lhe deu
informações do dormitório, mas ela estava paralisada, sem
saber para onde ir ou o que fazer.

— Você parece perdida. — A voz masculina atrás dela


fez Callie olhar por cima do ombro. O cara de pé apenas um
passo atrás dela parecia um daqueles modelos que tinham a
sua imagem encontrada através de revistas GQ. Totalmente
não o seu tipo, mas ainda lindo, e sorrindo para ela como um
menino da porta ao lado.

— Eu acho que eu estou, isso ou eu estou fazendo o


papel de burra. — Ela poderia ter batido a mão sobre sua
boca. Deus, ela realmente acabou de tentar fazer uma piada.
Uma coisa que ela fazia quando estava nervosa, mas ela
estava grata que o cara começou a rir.

— Bela e com senso de humor. Você vai se encaixar bem


—, disse ele, e ela sentiu o calor subir a face. Ela não estava
acostumada a elogios. Callie estava acostumada a estar em
torno de motociclistas rudes e alfas, e não homens que
tinham cabelo loiro perfeitamente estilosos, vestindo designer
de jeans, camisa de botão, e cheirando como se estivesse
usando uma colônia muito cara. Ela gostava do cheiro de
suor limpo e óleo de motor, gostava de um homem em roupas
desgastadas, jeans sujos, porque ele esteve consertando a
sua Harley, e ela gostava especialmente deles cobertos de
tatuagens.

Você está descrevendo Lucien, Callie. Você precisa tentar


se concentrar no aqui e agora, porque Lucien fez-se claro. Além
disso, você realmente quer que papai e Lucien briguem, porque
você não pode evitar suas emoções?

Não.

Já se sentia fora do lugar, mas agora, quando ela olhou


para esse cara legal, Adônis, ela sentiu como se tivesse sido
lançada dentro de Crepúsculo. Ela sabia que, com o tempo as
coisas se tornariam mais confortáveis... ou pelo menos era o
que ela dizia a si mesma.

— Não se preocupe, todo mundo sente medo em seu


primeiro dia —, disse ele, seu sorriso largo. —Sou Ritchie
Mitchell a propósito. — Ele estendeu a mão, e ela olhou para
ele. — Eu sou de Broomfield. E você? — Suas unhas
pareciam perfeitamente bem cuidadas, e sua pele era suave e
de cor dourada. Sim, ele nunca trabalhou com as mãos, de
forma clara. Ela tomou sua mão com a dela e, assim como
previu, a pele lisa a cumprimentou.

— Callie Roberts de River Run.

— Aqui, deixe-me levar isso para você, e então eu vou


lhe mostrar onde você pode ter o seu número de dormitório e
pacote de boas-vindas. — Ele pegou a bolsa de sua mão antes
que ela pudesse responder, e depois fez um gesto para que
ela o seguisse.

Callie passou por dois estudantes que transportavam


grandes malas para fora do prédio de administração. O
interior do edifício de administração era aberto, mostrando as
claraboias e um teto de catedral no centro da sala. Haviam
várias mesas alinhadas, cada um com uma placa pendurada
na frente deles e direcionando os alunos para diferentes
estações.

Horários, tarefas dormitório, pacotes de boas-vindas,


listas de atividades e de informação em geral foram alguns
dos primeiros quadros em que os alunos estavam fazendo fila
em frente. Após cerca de 25 minutos ela tinha todos os
papéis e se dirigiu de volta para fora. Ritchie esperou por ela
o tempo todo, e ela estava grata que ele levou-a através das
pessoas, e também foi capaz de chegar na frente das linhas,
para que ela não tivesse que esperar na fila pela próxima
hora.
Ritchie começou a falar sobre os diferentes locais em
torno da cidade, das irmandades que ela poderia se juntar,
que ela não se incomodou em dizer-lhe que não tinha planos
de se envolver e levou-a para o edifício dormitório de Stanford
East. Era como se ele fosse seu guia pessoal. Ela não sabia se
ela agradecia ao fato de que ele teve o interesse em ajudar um
estranho, ou se sentia-se um pouco constrangida com o fato
de que ela parecia tão indefesa.

Os estudantes encheram as salas do salão Stanford


East, e ela teve que desculpar-se continuamente à medida
que tentava passar por eles. Uma vez que chegou ao seu
quarto, Ritchie ficou ao lado da porta aberta e entregou sua
bolsa.

— Bem, este é o seu. — Ele sorriu. — E, na verdade,


estou apenas a poucas portas abaixo.

Ela olhou para ele, um pouco surpresa.

— Sério? Quais são as chances disso?

Ele deu de ombros e se destanciou da porta, mas ele


ainda estava falando.

— Se você precisar de alguma coisa é só me avisar, mas


eu vou deixar você se instalar. — Ele continuou a se afastar,
mas parou e pegou o batente da porta. Ele olhou para ela e
bateu com os dedos na madeira.

— Ei, se você estiver com tudo resolvido mais tarde, hoje


à noite, há uma festa na casa de fraternidade que faço parte.
Você pode encontrar um monte de alunos da faculdade, beber
um pouco, e socializar. — Ele levantou uma sobrancelha
agora, continuou sorrindo, e ela sabia que se ela quisesse
fazer a coisa da faculdade funcionar ela precisava chegar lá e
fazer alguns amigos. Ela também queria festa, porque, se
sentiu amarrada ao incidente esta manhã com Lucien.

— Sim, tudo bem. — Ela sorriu de volta e colocou sua


bolsa em uma das duas camas.

— Legal. Eu vou passar por volta das oito a levá-la lá. —


Ele bateu na armação, mais uma vez, e depois deixou-a
sozinha.

Ela andou até a porta e viu quando ele parou e falou


com alguns rapazes antes de ir para seu quarto no fim do
corredor.

Ela ficou lá por um minuto inteiro e olhou em volta. O


quarto era no lado maior, com um pequeno banheiro e até
mesmo uma pequena cozinha com um desses mini
frigoríficos. Haviam duas camas de solteiro, uns armários,
algumas prateleiras pintadas de branco, e uma pequena
janela entre as camas. Quando ela caminhou em direção à
janela, viu a frente do campus, podia ver o escritório
principal, Brown Hall, a biblioteca, e até mesmo o prédio de
administração.

— Pelo menos você tem uma vista.

Ao longo das próximas semanas ela teve que trazer suas


coisas aqui em cima, mas além de roupas, alguns objetos
pessoais, e talvez seus livros, ela não tinha nada de
importante que precisasse trazer com ela para lá. Depois de
olhar para fora da janela por mais alguns segundos, ela se
sentou na cama, pegou o celular e ligou para o pai. Ele queria
levá-la ao campus, mas disse que poderia fazê-lo sozinha, e
precisava ser capaz de ficar de pé sozinha, enquanto estivesse
no mundo a fora. Desde que sua mãe morreu seu pai esteve
na ponta dos pés em torno dela, sentindo-se como se talvez
não pudesse ser ele mesmo. Ela assumiu o máximo, pois
avaliou o que estava sentindo por causa da maneira como ele
olhava para ela com essa expressão quase triste. Ela suspirou
e discou o número dele, colocou o telefone no ouvido. Ele só
tocou duas vezes antes de seu pai atender.

— Ei, querida. — Kink disse em uma voz profunda e


grave, e o som de rock podia ser ouvido. Ela assumiu que seu
pai estava trabalhando em sua moto ou algum tipo de
veículo, e quando ela ouviu o barulho de algo duro de metal
contra outra coisa igualmente difícil e, possivelmente, metal,
ela sabia que era o que ele estava fazendo.

— Mantendo-me ocupada, então eu não me assusto e


corro para casa.

O som da música abaixando e de seu pai respirando


veio através do receptor.

— Querida, você não tem que ir para a escola. Você pode


ir para uma mais perto, onde você ainda pode ficar com
Cookie ou na sua casa. — O silêncio se estendeu entre eles
por um segundo. —Eu quero que você experimente a vida,
mas eu também quero que você esteja confortável. Com tudo
o que aconteceu nos últimos meses eu não quero que você
esteja estressada desnecessariamente.
— Eu estou bem, pai, realmente. — Ela olhou para suas
mãos, o olhar fixo em seus dedos enquanto ela pegava um fio
solto em sua camisa. Ela pensou em Lucien, sobre tudo o que
eles fizeram, e se perguntou o que ele estava fazendo agora.
Ele estava procurando uma daquelas meninas fáceis do clube
para aliviar as bolas azuis que ele tinha de ter? Ela não sabia
se ele ainda estava dormindo com elas, mesmo que ele mal se
recuperou, e o fato de que ela sabia que ele tinha sentimentos
por ela. O problema era que ela não sabia o quão profundo
seus sentimentos por ela eram, e pensar nele fazendo sexo
com alguém, muito menos todas aquelas meninas soltas que
sempre pareciam estar na sede do clube, lhe fez sentir
enjoada.

— Conheceu alguém?

— Pai, eu estive aqui por uma hora. — Ela olhou para a


porta, e lembrou-se da ajuda de Ritchie. — Na verdade, eu
conheci um cara, um muito bom que me ajudou com os meus
pacotes de informação e até mesmo me mostrou meu
dormitório. — A linha ficou mortalmente silencioso. — Pai?

— Ele tentou alguma coisa com você?

— O quê? — Ela olhou para a parede na frente dela e


começou a rir. — Pai, ele é como um conselheiro ou algo
assim, só me mostrou onde estavam as coisas.

— Uh huh, bem, se ele a tocar de qualquer forma


que é inadequada, então você me diga e eu vou rasgar suas
bolas.
— Pai, por favor, não seja todo motociclista alfa sobre a
situação.

— Ok, ok, mas eu quero ter certeza que minha filha está
bem.

— Eu estou bem, pai, e, na verdade vou para algum tipo


de evento social hoje à noite.

— Social, como uma festa?

— Sim, pai, mas está tudo bem. Eu não sou mais um


bebê.

Ele exalou.

— Eu sei, querida. Eu me preocupo.

Ela sorriu para a sua preocupação. Mesmo que ela


gostasse de falar com ele e adorava que ele estava
preocupado porque se importava com ela, ela sentia culpa
cada vez que falava. Callie queria dizer a ele sobre como ela
se sentia por Lucien, mas quanto mais o tempo passava mais
ela sabia que nunca diria qualquer coisa para seu pai. Ela
deveria ter apenas lhe dito imediatamente, mas agora depois
de meses que aconteceu ela sabia que mesmo se ele não
tivesse se apavorado se ela tivesse dito a ele antes, em
seguida, ele definitivamente iria agora.

— Tenha cuidado, Callie, e me ligue quando você voltar,


não importa a hora.

Eles falaram por mais cinco minutos, e ela finalmente


saiu do telefone, colocou-o na cama ao lado dela, e deitou-se.
Ela olhou para o teto branco, pensou sobre o problema que
ela poderia entrar neste fim de semana, mas sabia que
provavelmente estaria lastimando-se. Nada como ter suas
esperanças acabadas pelo homem que amava para colocar
alguém em um humor de merda.

— Ei, cuidado, idiota.

A voz vinda do fundo do corredor chamou a atenção de


Callie. Antes mesmo de ela entrar no quarto, sabia que a
linguagem grosseira deveria ser proveniente de seu
companheiro de quarto. Pelo menos ela esperava que sim.
Callie queria ser amigável com alguém, o que não era uma
tarefa simples, e tinha um pouco de vida. Histórias de horror.
No entanto, ela ouviu falar do irmão mais velho de Ian sobre
seu primeiro ano e o companheiro de quarto com quem ele
ficou preso.

Quando a jovem virou a esquina e entrou no lugar,


Callie se levantou na cama e apoiou seu peso corporal
superior nos cotovelos. O primeiro pensamento que veio à
mente de Callie era que ela estava junto com uma cigana. A
menina que ela presumia ser sua colega de quarto tinha o
cabelo que era uma massa selvagem de cachos negros que
caiam pelas costas. O som de suas vinte pulseiras tilintando
contra seus pulsos depois de cada passo que ela dava. Sua
saia no comprimento do tornozelo multicolorida girava em
torno dela enquanto ela literalmente desfilava através do
limiar. Ela era muito bonita, com um alargamento étnico que
instantaneamente teve Callie admirando cada parte dela.
—Oh hey —, disse a menina parada aos pés de Callie. —
Você deve ser minha colega de quarto. — Ela disse, sem
dúvidas, e Callie deveria ter se ofendido pela forma como ela
lhe olhou de cima a baixo. Mas com o sorriso caloroso tornou
difícil se sentir assim. Ela ofereceu a mão para Callie, e ela se
levantou e tomou o gesto oferecido.

—Eu sou Meredith Jacobson. — A menina largou a mão


de Callie e jogou a bolsa sobre a cama livre. Ela virou-se com
uma sobrancelha levantada e olhou para Callie. — Você tem
um nome ou devo chamá-la apenas de garota? — Ela estava
brincando. Callie poderia dizer em sua voz e vê-lo no sorriso
que ela ofereceu.

— Callie Roberts. — Ela sorriu para Meredith. — Eu não


sou geralmente tão boba, eu juro.

Meredith riu e levantou a mão, como se para deixar o


comentário de lado.

— Não se preocupe. Eu estava apenas dando-lhe um


tempo difícil. — Ela se virou e começou a jogar suas roupas
fora de sua mala. O som de suas pulseiras tilintando em seus
pulsos parecia encher o quarto e mantinha Callie em uma
espécie de transe.

Callie se sentou na cama e pegou uma camisola de sua


bolsa.

— De onde você é, Meredith?

— Originalmente, Utah, mas me mudei para o Colorado


quando eu estava na quarta série. Meus pais foram criados
em Northglenn. — Ela olhou por cima do ombro. — Você?
— River Run.

— Merda, eu acho que já ouvi sobre aquele lugar. —


Meredith se sentou na cama e mexeu as sobrancelhas. — Isso
foi onde uma explosão grande aconteceu, ou quando todos os
corpos das pessoas do culto foram encontrados?

— Como é triste que você conheça a cidade a partir


dessa notícia. — Callie riu, mas foi seco e não muito bem-
humorado. — Mas a explosão foi em Steel Corner, a cidade ao
lado River Run, que é onde as questões de culto estavam.

— Droga —, disse Meredith. — Você não é uma daquelas


princesas motociclistas, é?

Callie riu, e desta vez não foi diversão no tom.

— Não há realmente nada de princesas motociclista,


mas meu pai é o vice-presidente de um clube.

— Merda, — Meredith disse a sério. —Você deve ser tipo


Casca dura, então?

— Hum, eu? — Callie balançou a cabeça e riu. — O


mais grave que eu já fiz foi uma grande noitada em uma
festa, e chamar meu então namorado e a prostituta com
quem ele me traiu com um monte de nomes.

Meredith sorriu mais amplo.

— Sim, você é totalmente meu tipo de colega de quarto.


Então, qual é seu curso? — Meredith virou-se para pegar
mais algumas coisas de sua bolsa.

— Eu realmente não sei.

Meredith riu.
— Ei, você tem direito de estar indecisa em seu primeiro
ano. Só não deixe de mudar depois ou você se torna um
desses alunos.

— Um desses alunos? — Callie se inclinou para trás e


descansou a parte superior do corpo nos cotovelos
novamente.

— Sim, um daqueles estudantes que estão na faculdade


por seis anos, mas poderiam ter se formado dois anos antes
disso. Um desses alunos que goza da vida legal da faculdade
demais para realmente crescer. — Meredith jogou o cabelo
sobre o ombro e olhou Callie atentamente.

— Você tem um objetivo? — Perguntou Callie.

— Holística de cura é meu objetivo final, mas agora eu


estou tomando todas essas besteiras: Biologia, Química,
Inglês, coisas assim. Assim que eu receber o primeiro par de
anos sob a minha cintura e ter o material de pré-requisito
feito, eu vou entrar em meditação, algumas classes médicas,
e, em seguida, alguns dos cursos mais holísticos. — Meredith
soou muito apaixonada sobre seus objetivos, e Callie desejou
que ela estivesse assim em sua vida, também.

— Então, você se livrou do idiota do ex, mas há outro


namorado? — Perguntou Meredith, mas ela estava olhando
para o seu telefone agora.

— Ugh, sem namorado de qualquer espécie.

Meredith parou de digitar em seu telefone e olhou para


cima. Por um segundo, ela não disse nada, e então ela sorriu.
— O quê? — Callie perguntou e se endireitou.

— Esse tom que você usou, isso significa que você tem
totalmente um em vista. — Ela sorriu. — Deixe-me adivinhar,
porque, garota, eu sou boa em ler nas entrelinhas, e o fato de
seu rosto estar vermelho me diz que há mais para a história.

Callie sentiu o calor no rosto e sabia que, mesmo que ela


não tivesse chegado a se constranger, Meredith era
claramente o tipo de pessoa que podia ouvir o que não estava
sendo dito. Mas quem estava brincando? Ela tinha Lucien
sobre o cérebro, e claramente não era difícil de pegar.

— Não, não há mais para a história. — Callie limpou a


garganta. O olhar de Meredith estava imóvel, e ela desviou o
olhar, a necessidade de se concentrar em algo além desta
menina que acabara de conhecer, mas que claramente sabia
mais sobre ela do que ela contou a alguém.

— Eu sinto muito. Eu sou conhecida por ser intrometida


e assumir coisas. — Meredith sorriu, mas era suave e se
desculpando.

Callie deu de ombros.

— Não é nada, mas eu não quero falar sobre isso, se


isso faz sentido.

Meredith sorriu.

— Não é nada, mas você não querer falar sobre isso


significa que é alguma coisa, mas eu sinto você, menina.
Considere o assunto morto a menos que você queira falar.
Então eu estou aqui. — Meredith caiu de costas na cama. Ela
fechou os olhos e colocou as mãos acima da cabeça.

— Você viu os gatos que vivem no fim do corredor? —


Disse Meredith, mas não abriu os olhos ou se moveu. — Eu
juro que é como uma fábrica de enchimento em nosso andar.
Nós tivemos sorte, Callie. — Meredith sorriu amplamente,
mas ainda não olhou para Callie.

— Eu realmente não tive muito tempo para verificar


qualquer um, embora eu vou dizer que o cara que me
mostrou o lugar e tem um quarto à direita no final do
corredor era muito bonito.

Meredith sentou, e ela levantou uma sobrancelha. —


Sim? Parece que eu poderia precisar de alguma ajuda, e ele
poderia ser a pessoa a dar uma mão.

— Ele me convidou para uma festa da fraternidade esta


noite às oito. — Agora foi a vez de Callie para levantar uma
sobrancelha. — Eu lhe disse que iria, mas honestamente eu
provavelmente teria caído fora de qualquer maneira. Mas se
você for verificá-la, conhecer algumas pessoas, talvez até se
familiarizar com a área. — Memórias de sua festa, vários
meses e encontro bêbados atrás, e Lucien vindo para salvar o
dia, ainda estavam muito frescos em sua mente. Ela
concordou por cortesia, disse o mesmo ao pai dela, mas a
verdade era que ela provavelmente teria desistido quando
chegasse a hora de ir.

— Sim? — Meredith jogou o cabelo sobre o ombro. —


Menina, eu estou lá.
— Eu tenho que ir a esta coisa de orientação do calouro
ao meio-dia. — Callie não estava realmente ansiosa para ser
amarrada durante todo o dia com o que seriam estatísticas
chatas da universidade, os fundadores, e provavelmente um
monte de outros pontos de administração, mas ela veio aqui
para se familiarizar com tudo.

— Eu estou toda amarrada, também, mas eu não acho


que estamos no mesmo grupo desde que a minha começa as
duas. — Meredith levantou-se e tirou o telefone de sua bolsa
quando ele começou a tocar. — Ei, é minha mãe, e se eu não
a atender ela vai pirar —, disse Meredith e deu-lhe esse
sorriso simpático. — Ei, mãe, espera. — Ela puxou o telefone
longe e cobriu o bocal. — Eu sinto muito. — Ela sorriu. —
Mas eu estou totalmente aqui para a festa da fraternidade.
Mas nós ficamos juntas, bem, a menos que eu consiga um
cara, menina, — Meredith disse suavemente e piscou. Callie
não poderia dizer se ela estava falando sério. — Eu vou estar
de volta ao dormitório por volta das seis. Eu tenho alguns
papéis para preencher para minha ajuda financeira.

Callie assentiu, e Meredith virou-se e dirigiu-se ao


banheiro. Meredith começou a falar com sua mãe em um
idioma diferente, e o som de suas pulseiras batendo até que
ela fechou a porta do banheiro atrás dela. Callie se virou e
centrou-se na janela de novo, e depois caiu de costas na
cama, fechou os olhos, e então pensou sobre a vida que ela
estava prestes a levar, a viagem que tomaria, e o fato de que
ela poderia fazer isso sem ter Lucien em sua vida do jeito que
ela queria.
As coisas nem sempre funcionam do jeito que alguém
queria, e se pensava nisso constantemente iria ficar presa a
isso, coberto com seus desejos que nunca seriam uma
realidade e ela não queria viver dessa maneira. Ela poderia
fazer isso, podia ver Lucien na estrada e não sentir esse
desejo por ele, e pensando que talvez um dia as coisas iriam
facilitar para ela. Ela podia olhar para ele e ver o Presidente
dos Brothers, e nada mais.

Olhando para o teto, ela sabia que tudo aquilo não


passava de uma carga de besteira.
CAPÍTULO
5
Lucien entrou no clube com a mão apoiada em uma
tipoia e enfaixada. O corpo estava dolorido do treino que fez
no início do dia, porque precisava gastar energia de algum
jeito. Ainda tinha o sabor de Callie nos lábios, mesmo depois
de horas, ainda tinha o formigamento do seu beijo movendo-
se através de suas veias e ferrando com ele, fazendo-o sentir-
se fora de equilíbrio e instável. Trabalhou os músculos forte,
até sentir dor, suou tanto que praticamente ficou
desidratado, e então entrou no chuveiro pensando em Callie.
Mas ter o pênis em uma das mãos, a outra apoiada na
parede, a cabeça baixa e os olhos fechados enquanto pensava
nela, o fez sentir-se como um bastardo doente. As coisas que
ele pensou, o que imaginou fazer com Callie, fez com que ele
ficasse duro muito rápido. Ela nua diante dele, o corpo
exuberante em plena exibição, os seios e a boceta implorando
por sua boca, por suas mãos. Sim, ele gozou com força
suficiente para que as pernas ficassem tremendo.

Dormir por algumas horas também não limpou sua


cabeça, e ele estava de volta ao lugar onde esteve antes de
treinar. Agora, na sede do clube, pronto para beber e fumar
um pouco de maconha, esperava acabar com essa confusão
em sua vida.
Viu Cookie e Kink no bar e sabia que não deveria ir falar
com eles, porque estava se sentindo um idiota, mas Kink
acenou e ele não teve jeito de escapar.

— Ei, cara. — Kink disse, quando Lucien se aproximou.

— Hey. — Lucien respondeu, batendo no bar para pedir


uma cerveja para o aspirante a soldado.

— Você está bem? — Perguntou Kink.

Olhou para o outro homem e lembrou-se do que fez com


a filha dele mais cedo naquele dia, e precisou balançar a
cabeça para limpá-la.

— Eu estou bem irmão, e você? Parece que está no topo


do mundo.

— Eu estou, irmão. — Disse Kink, sorrindo e puxou


Cookie para perto dele

Lucien pegou a cerveja e virou-se, inclinando o corpo


para trás no bar.

— Estou feliz que algo bom resultou de toda a merda


que aconteceu com o clube. — Ele olhou para a cena que se
desenrolava diante dos seus olhos, os irmãos aproveitando o
momento, embriagando-se, fumando maconha para relaxar, e
felizes com as mulheres que estavam sobre eles, tentando
conseguir seus paus duros, rasgando o jeans. Por experiência
própria Lucien sabia que as bocetas do clube poderiam
conseguir um pênis mais duro do que granito. Bem, elas
costumavam ser capazes de deixar o seu pênis duro. Agora o
filho da puta ficava flácido, exceto quando pensava em Callie.
— Sim, só serviu para mostrar que alguma felicidade
pode acontecer a um bastardo como eu —, disse Kink, e
começou a rir. — Nós só viemos para Cookie deixar alguns
papéis com Tatum, mas todos esses idiotas começaram a vir
falar conosco, e então começamos a beber... — Ele olhou para
Cookie e sorriu. — De qualquer forma, as coisas estão ficando
muito selvagens por aqui, e eu quero ficar sozinho com a
minha mulher. — Kink olhou para Lucien. — Se eu não me
ocupar com alguma coisa vou me preocupar com Callie todo o
fim de semana. Merda!

Lucien ficou tenso e olhou para Kink.

— Por quê? Está tudo bem com ela? — Perguntou,


sentindo-se ainda mais no limite ao pensar em Callie com
problemas. Mas então disse a si mesmo que ela estava a
salvo, no dormitório, e que a preocupação de Kink era apenas
a preocupação de um pai dedicado.

— Ela está bem. Foi para essa coisa de orientação na


universidade. Ela vai estar de volta logo, mas ainda assim,
fico muito preocupado.

Lucien relaxou.

— Ela já foi? — Disse, com a voz um pouco tensa, e pela


primeira vez em sua vida sentindo-se muito desconfortável na
frente de um dos membros do clube. Sim, ele sabia que Callie
foi, porque a beijou bem antes de dizer a ela para ir.

— Foi. E eu juro que vou me preocupar com ela para


caralho e envelhecer uma década até vê-la novamente em
casa.
— Kink, ela vai ficar bem. É apenas por alguns dias, e
então ela vai estar de volta e você pode ser de novo o urso
super protetor. — Disse Cookie, rindo.

— Bebê, ela ainda vai demorar algumas malditas


semanas —, zombou Kink, passando a mão sobre o rosto e
respirando fundo. — Lucien, homem, que bom que você não
tem uma filha na faculdade, indo naquelas festas de
fraternidades e, provavelmente, tendo um bando de idiotas
farejando em volta dela.

Lucien endireitou-se com a menção de festas de


fraternidade.

— Ela já vai a festas? — Perguntou, vendo Kink dar de


ombros.

— Falou que vai em uma esta noite. Ela é uma boa


menina, e eu confio que vai cuidar de si mesma, mas,
homem, pensar em todos aqueles paus pendurados perto
dela... — disse, sacudindo a cabeça. — Neles é que eu não
confio.

Sim, Lucien não confiava naqueles pequenos idiotas


também, porque ele foi um deles anos atrás e sabia como eles
eram, sabia que tudo o que eles tinham em mente era o que
receberiam em seus paus molhados. Só o que conseguia
pensar era a merda que quase aconteceu com Callie meses
atrás. E se um desses filhos da puta colocasse drogas em sua
bebida e tentasse algo com ela? E se ele não fosse capaz de
cuidar dela como da última vez? Por que diabos ela iria
colocar-se nesta situação de novo? Ele estava começando a
ficar chateado, visualizando toda a merda que poderia dar
errado, e se sentindo como um idiota por empurrá-la para
isso. E foi então que levantou os olhos para Kink e percebeu
que ele estava olhando com curiosidade.

— Está tudo bem, cara? Você está olhando como se


algum otário tivesse te dado um soco e você estivesse prestes
a matá-lo.

Lucien respirou fundo e afastou o olhar de Kink para os


membros do clube, passando a mão na nuca e encobrindo
sua cara de pau. Quando olhou novamente sorriu, sabendo
que era falso para caralho, mas era tudo que podia fazer no
momento. Ele não conseguia parar de pensar em Callie, e
eram imagens horríveis, onde ela estava sozinha na festa e os
filhos da puta tentavam tirar vantagem. Não conseguia
pensar direito, estava vendo tudo vermelho, estava vendo
corpos a seus pés enquanto ele chutava cada imbecil que
falava com ela. Precisava sair agora. Sabia o que tinha que
fazer, porque se não fizesse ele seria uma bagunça, e
começaria a destruir tudo.

A música era alta e pulsante, e o número de corpos


amontoados na casa de dois andares não dava para contar.
Callie estava na festa há algum tempo, e além de uma única
cerveja que bebeu a uma hora atrás, tomou somente água.
Estava quente como o inferno e gotas de suor escorriam entre
seus seios e ao longo da coluna vertebral. Meredith estava ao
seu lado falando com um cara que ela aparentemente
conhecia desde o ensino médio, e as vibrações que eles
estavam jogando um ao outro eram nauseantes, de uma
forma sexual demais para o gosto de Callie.

— Ei, vou tomar um pouco de ar fresco. — Gritou Callie


sobre a música.

— Não, nós não vamos nos separar nem mesmo para


tomar ar —, disse Meredith, virando-se e balançando a
cabeça. — Vou convidar Brandon para ir com a gente, ok?

Agora foi a vez de Callie sacudir a cabeça.

— Eu meio que não estou me sentindo à vontade com


toda essa vibração me fode que estou percebendo entre vocês
dois. — Callie sorriu. — Além disso, só vou ali na varanda.
Está muito quente, e eu estou suando.

Meredith sacudiu a cabeça novamente. Era bom que,


embora tivesse acabado de conhecê-la, sentia como se já
fossem boas amigas. Estava prestes a dizer que ela estaria
bem e apenas a três metros de distância quando a voz de
Ritchie veio acima da música alta, perto da sua orelha.

— Quer ir comigo lá fora?

Ela olhou para ele e sorriu. Ele sorriu de volta e ergueu


uma garrafa de cerveja fechada, apontando para a porta da
frente.
— Olhe, eu tenho alguém agora para cuidar de mim, e
você pode ficar com Brandon e darem um ao outro o olhar de
foda-me. — Disse Callie, virando-se e cutucando Meredith no
ombro.

Meredith olhou para Brandon, sorriu e depois acenou


para ela. Callie afastou-se da parede em que esteve encostada
e foi para porta da frente. Lá fora haviam várias pessoas,
fumando cigarros, bebendo cerveja e jogando conversa fora.
Eles foram para a parte de trás da varanda onde não havia
ninguém e ela encostou-se na grade.

— Obrigada por me tirar de lá. Eu percebi que Meredith


queria conversar com Brandon um pouco mais de perto, e eu
estava me sentindo a amiga chata que atrapalha o casal.

Ritchie mostrou a cerveja, e ela balançou a cabeça e


ergueu a garrafa de água.

— Obrigada, mas não.

Ele deu de ombros e colocou a garrafa na beira, para


inclinar-se sobre o parapeito, também. Após tomar um gole,
ele olhou para ela.

— Então, Meredith conhece aquele cara?

— Sim, eu acho que eles estavam juntos na escola, tipo


amigos com benefícios. — Ela sorriu e depois riu quando as
sobrancelhas de Ritchie levantaram.

— Uau, não posso dizer que já tive esse tipo de amizade.


— Eu também não —, disse, rindo ainda mais. Cristo, eu
nunca tive qualquer tipo de relação sexual, por falar nisso. É
claro que era uma informação que ela não estava disposta a
compartilhar com ele. — Ei, obrigada novamente por nos
chamar para a festa. Conheci algumas pessoas interessantes,
e até mesmo algumas que estão nos meus cursos.

— Fico feliz que ninguém foi um babaca com você.


Alguns dos caras podem ser.... chatos quando eles estão
bêbados e há meninas bonitas por perto. — Ele olhou para
ela com o canto dos olhos.

Sentiu um calor subindo pelo rosto, e embora estivesse


escuro e ele provavelmente não pudesse ver como ela ficou
envergonhada com o elogio, não duvidava que ele tivesse
adivinhado, pela forma como ela balançou os pés.

— Bem, não sou nenhuma donzela, e se eles tivessem se


aproximado todos melosos eu teria chutado suas bolas.

— Isso que é garota! — Ritchie riu alto. — Chutar onde


realmente conta. Lembre-me de nunca ficar por perto quando
seu lado mau vier à tona. — Ele estendeu a mão, e antes que
ela percebesse afastou uma mecha de cabelo do seu ombro.
— Seu cabelo é tão suave —, disse, em voz baixa e olhando
diretamente nos seus olhos. — Você tem namorado, Callie? —
Perguntou, descendo o olhar para os lábios.

— Eu, hum... — Ela sentia-se realmente desconfortável


agora, e surpresa com o que estava acontecendo. — Não, eu
não tenho namorado, mas...
— Sem namorado, mas você é tão bonita. — Ele a cortou
e inclinou a cabeça, seu hálito com cheiro de cerveja
movendo-se ao longo do seu rosto.

Callie afastou-se antes que seus lábios se tocassem, e


limpou a garganta, desconfortável.

— Hum, Ritchie... — Ela viu que ele estava parecendo


um pouco sem graça, e sorriu suavemente. — Eu realmente
não estou procurando nada disso agora. — Falou, passando
as mãos pelas coxas e desejando tomar uma cerveja.
Pensando bem, era melhor não tomar porcaria de cerveja
nenhuma.

— Não, a culpa foi minha por ver algo que não estava lá,
e por ser tão ousado. — Ele riu, mas claramente estava se
sentindo estranho. — Eu estou um pouco bêbado, e não
estava pensando direito. — Ritchie esfregou o rosto com a
mão e terminou a cerveja. Depois, pegou a que ele trouxe
para ela, tirou a tampa e tomou também.

— Ei, não se preocupe. — Disse, não querendo que


qualquer um deles ficasse desconfortável. Quando ele riu
novamente ela sentiu a estranheza no ar ir embora.

— Tudo bem, não importa, e por favor, vamos esquecer


as coisas estúpidas que eu fiz e disse até agora? — Ele olhou
esperançoso.

— Claro. — Respondeu sorrindo, e já se sentindo


melhor. Ela poderia ter saído de perto dele, mas Ritchie foi
um cara legal, e desculpou-se quando não precisava. Se ele
tivesse sido um idiota, teria sido uma merda.
O som de um motor de moto acelerando disparou seu
coração, e ela olhou para a rua. É claro que sabia que não era
Lucien, mas era uma espécie de segunda natureza para o seu
cérebro chegar à conclusão de que era o homem que ela
desejava. Também foi instantâneo ter a imagem dele naquela
motocicleta enorme enchendo a sua cabeça, fazendo-a sentir-
se quente de um jeito que não tinha nada a ver com a festa,
fazendo seu corpo inteiro sensível.

— Ei, você se importa se eu for pegar outra cerveja? —


Disse Ritchie, sem perceber que ela estava olhando para a
rua como uma espécie de psicopata, a procura de alguém que
claramente não estaria lá.

— Claro que não, — respondeu, balançando a cabeça e


olhando para ele. — Eu não vou a lugar nenhum sem
Meredith. — Olhou na janela ao lado e viu Meredith sentada
no sofá com Brandon, que estava com a mão sobre o ombro
dela e brincando com uma mecha do seu cabelo. — E eu não
acho que vou a qualquer lugar por um bom tempo.

Ritchie assentiu e pegou as duas garrafas de cerveja


vazias.

— Tem certeza que está tudo bem no departamento de


bebidas?

— Tenho obrigada. — Respondeu, levantando a garrafa


de água.

Ele virou-se e entrou, atravessando a multidão de


pessoas em pé na porta da frente, para depois desaparecer.
Ela olhou para a rua de novo, sentindo-se estúpida por
sequer pensar em Lucien. Ela deveria tirá-lo da sua mente e
esquecer tudo o que sentia, mas claro que era mais fácil dizer
do que fazer. Respirou fundo, apoiando-se no parapeito e
olhando para os carros estacionados na frente da casa. De
repente um brilho prata sob a lâmpada de rua na esquina
chamou sua atenção. Seu olhar seguiu a roda dianteira
grande, o cromo brilhante e com detalhes feitos sob
encomenda, e parou quando viu as grandes e ásperas mãos
que seguravam o guidão. A batida do seu coração dobrou de
velocidade, as palmas das mãos começaram a suar, e ela
sabia, sem sombra de dúvida que não estava vendo coisas.

Lucien Silver estava aqui, sentado em sua Harley, a


apenas alguns metros de onde estava, e olhando diretamente
para ela.
CAPÍTULO
6
Não, Callie definitivamente não estava vendo coisas.
Lucien estava aqui, em sua faculdade e parecia que ele estava
prestes a fazer uma bagunça. Ele usava seu colete de couro,
tinha seus robustos e desgastados jeans, e as sombras de
barba parcialmente cobrindo seu rosto. Mas Callie sabia que
era ele, podia ver a forma como os seus misteriosos olhos
cinzentos a observavam, acompanhando suas ações, em
seguida, ela seguiu em frente. Mas uma mão em seu braço a
deteve. Ela olhou para trás, viu Ritchie entregando-lhe uma
garrafa de água. Ele então seguiu seu olhar para onde Lucien
se sentou.

— Ei, você conhece ele? —Perguntou Ritchie, com a


mão em seu braço.

Ela olhou para Lucien, e seu estômago deu uma


cambalhota quando ela o viu desmontar e sair de sua
motocicleta, seu rosto uma máscara de pura raiva enquanto
se movia com passos determinados em relação a eles.

— Eu conheço. — Ela puxou o braço para fora do


alcance de Ritchie. — Você deve ir. — Ela tentou fazer ele
sair, porque a forma como Lucien estava andando em direção
a eles, e o fato de que ele parecia muito chateado, dizia a
Callie que ele estava tirando conclusões precipitadas sobre
Ritchie tocá-la.

— Eu não posso deixá-la quando essa besta de cara está


vindo para nós.

— Ele é amigo do meu pai, mas ele não parece feliz,


então por favor, Ritchie, você deve ir. — Ela implorou, e,
finalmente, ele deu um passo para trás. Ele olhou entre ela e,
em seguida, Lucien e, finalmente, virou-se e voltou para casa,
mas ela podia ver que ele ficou na varanda. Era doce que ele
estava olhando por ela, mas contra Lucien isso não tinha
efeito.

Ela olhou para Lucien, e ele parou alguns passos dela.


Olhou por cima do ombro, provavelmente para Ritchie, e ela
viu suas narinas e sua mandíbula apertarem.

— O que você está fazendo aqui? — Ela perguntou,


ainda surpresa que Lucien estava bem na frente dela. Ele
cheirava bem, com água de colônia selvagem, e óleo de motor
de sua motocicleta. Ele usava uma camisa branca sob o seu
colete, e ela podia ver o contorno definido de seus músculos
sob o tecido fino. Seu cabelo escuro curto era uma desordem
em torno de sua cabeça, mas Deus, fez com que parecesse
bom, e seus misteriosos e poderosos olhos prateados
observavam os dois com ameaça. Ela sentiu sua excitação e
sentimentos por este homem voltar como uma vingança. É
claro que eles não desapareceram, nunca iriam desaparecer,
ela sabia, mas vê-lo aqui de carne e osso, a horas de
distância de River Run, teve seu sentimento voltando com
força total.

Ele puxou seu foco para longe da casa de fraternidade,


mas parecia que era um grande esforço. Ele olhou para ela,
seus músculos da mandíbula apertando, mas o olhar que ele
deu, apenas a ela, poderia ter feito uma fusão com a
intensidade, se ela fosse uma mulher mais fraca. Deus, a
quem estava enganando? Quando se tratava de Lucien... ela
era fraca.

— Seu pai me disse que você estava em uma festa, e


tudo que eu conseguia pensar era na confusão que você se
meteu a três meses. — Sua voz era dura e implacável.

— Eu estou bem, e estou bebendo água. — Ela sabia


que foi estúpida, na festa de que ele a salvou, mas ela
aprendeu a lição, e não estava prestes a ser colocada em tal
situação novamente, especialmente em um fim de semana
longe de casa. Ela cruzou os braços sobre o peito, sentindo
frio no ar, embora ela ainda estivesse quente. — Mas para ter
você montando até aqui, é porque você pensou que eu foderia
tudo de novo, certo? — Ela não mediu suas palavras, e
embora ela ficasse emocionada ao vê-lo em um nível físico e
emocional por causa de como se sentia por ele, ela estava um
pouco irritada que ele veio para chutar o traseiro de Ritchie.

— Não é com você que eu estou preocupado em cometer


erros, Callie. Você é inteligente para caralho, e eu sei que
você não se colocará no caminho do perigo de propósito. —
Ele inclinou o queixo em direção à casa de fraternidade. —
São todos aqueles filhos da puta lá que me deixam chateado,
porque eu sei o que está acontecendo através de suas mentes
quando eles olham para você. — Ele rosnou as palavras e
olhou para suas roupas. — Estou feliz que você está coberta.
Quando esse merda colocou a mão em você, eu fiquei
perdido, Callie. Eu vi vermelho e não dou a mínima se eu
cometesse um assassinato. — Ele olhou para ela com força.
— Eu quis dizer isso quando eu disse que mataria se algum
idiota colocasse as mãos em você. — Sua voz era um rosnado
baixo.

Sua voz foi ficando mais forte, mais escura, e ela olhou
para trás. Havia algumas pessoas assistindo-lhes um pouco
apreensivas, mas ela tinha a sensação de que tinha a ver com
o fato de Lucien ser um cara assustador em geral, e não o
fato de que um motociclista estava parado no quintal.

— Eu estou bem, tudo aqui é bom, e você está fazendo


uma cena. — Ela poderia amá-lo, mas agora ela estava
irritada. Callie agarrou seu antebraço musculoso e puxou-o
para longe, mas no início foi como tentar mover uma laje de
mármore. Finalmente, ele cedeu e permitiu a ela tirá-lo
alguns metros de distância da casa. Ela os moveu para a sua
moto, olhou para a casa novamente, e então exalou. — Será
que meu pai sabe que está aqui?

Ele cruzou os braços sobre o peito enorme e amplo, e


olhou para ela. Ela não era uma mulher magra, e com um
tamanho médio de cintura, seios que eram um pouco grandes
demais para seu gosto, e curvas que ela não ligava muito por
ter, Lucien ainda conseguia fazê-la se sentir muito feminina e
delicada.

— O que você acha, Callie?

A maneira como ele disse o nome dela fez um frio e


tremor passar por ela. Isso foi um não. Ele não disse a seu
pai, embora ela estivesse grata, porque Kink o teria matado, e
porque ela não queria que a relação de ninguém fosse
abalada, ela teve a sensação que as coisas se tornariam dessa
forma, eventualmente.

— Lucien, você foi claro no clube. Saí, fui embora


porque você me disse para ir. Eu não entendo por que você
iria aparecer agora, agindo como se você se importasse.

— Eu fodidamente me importo. — Sua voz tornou-se


mais difícil. — Fiquei preocupado com você, Callie, e a única
maneira que eu não podia perder a minha cabeça e destruir
algo, era vir até aqui e me certificar de que estava tudo bem.

Isso a calou, engoliu o nó que estava de repente em sua


garganta, e ela estava atordoada que ele disse a última parte
suavemente, intimamente. O som de passos se aproximando
alertou Callie. Meredith e Brandon estavam caminhando em
direção a eles, e pela aparência dos seus rostos era evidente
que Lucien de pé aqui chocou-os. Ele era intimidante no
melhor dos dias, mas com a sua raiva ainda abaixo da
superfície, e a aura de sua natureza perigosa fervendo tão
perto, ela sabia que qualquer pessoa perto dele podia sentir o
quão poderoso este homem realmente era.
— Eu, uh, Brandon e eu estávamos saindo para comer
algo, — disse Meredith, tropeçando em suas palavras, mas
ela estava olhando para Lucien enquanto falava. Ela
finalmente olhou para Callie. — Você está bem?

— Estou bem. Este é amigo do meu pai, Lucien. — Ela


acenou para Lucien.

Meredith olhou-o com curiosidade.

— Droga, motociclista durão em carne e osso. —


Meredith soou quase reverente, mas Brandon parecia um
pouco hesitante até mesmo estar tão perto de Lucien. —
Então você quer ir com a gente, ou, uh, outra coisa que você
tem planejado? — Ela olhou para Lucien novamente.

— Na realidade...

— Eu só vou levá-la de volta para o dormitório, Callie. É


tarde, e seu pai provavelmente estaria chateado em saber que
você está se divertindo com um grupo de adolescentes
bêbados. — Ele olhou para Meredith. — Sem ofensa. — Disse
ele, mas ele não parecia muito genuíno.

Ela não se incomodou dizendo que seu pai sabia onde


ela estava, que ela lhe disse que ela estava indo para uma
festa da fraternidade. Nada disso teria importância para
Lucien quando ele queria algo. Foi estranho Lucien ser todo
responsável, especialmente porque ela sabia que ele estava
por fora quando se tratava de sua vida e festas. Ela queria
discutir, para dizer que ele não podia simplesmente aparecer
e começar a dizer-lhe o que podia e não podia fazer, mas ela
estava pronta para esta noite acabar, e não queria começar
mais uma cena além da que Lucien já causou.

— Não me ofendeu, — disse Meredith, e depois o som de


alguém vomitando a distância não muito longe veio,
confirmando as palavras de Lucien. Meredith olhou por cima
do ombro, e então, quando ela olhou para eles ela tinha o
nariz amassado. — Daí porque estamos indo, porque o som e
cheiro de vômito me fazem mal. — Ela encolheu os ombros.
— Você está bem em voltar para o dormitório? — Ela
perguntou a Callie, e olhou Lucien novamente.

— Eu estava pensando em ir atrás de vocês de qualquer


maneira, e eu sei que você quer ir, por isso tudo bem. —
Callie olhou para Lucien, e sentiu sua guerra entre excitação
e aborrecimento.

— Tudo bem, você está certa.

Callie assentiu.

— Eu vou, obrigada. — Ela sorriu, sabendo que esta


cena de fraternidade não era para ela de qualquer maneira. E
desde que Ritchie tentou beijá-la, era um pouco
desconfortável.

— Bem, não espere por mim —, disse Meredith. — Sério,


eu não vejo esse cara em carne e osso a muito tempo. Ele se
afastou no primeiro ano, e vê-lo aqui me pegou totalmente
desprevenida. — Meredith estava olhando para Brandon.
Callie não sabia qual o negócio com eles, ou como eles foram
amigos com benefícios, mas não viu eles juntos em um longo
tempo, mas ela estava bem em ficar no escuro sobre tudo.
Meredith cutucou Brandon nas costelas, e então eles se
viraram e saíram. O som de suas pulseiras estridentes
quando ela caminhou em direção a seu carro soou alto e
distinto. Quando Meredith e Brandon entraram no carro e
foram embora, o silêncio, apesar da música vindo através da
casa, cercou Callie e Lucien.

— Vamos lá, vamos lá —, disse Lucien naquele seu tom


duro, mas quando ela olhou para a casa, viu Ritchie de pé na
varanda com alguns de seus amigos. Ele estava olhando para
ela, e ela olhou para Lucien.

— Espere. Eu não posso simplesmente sair sem falar


com Ritchie.

Lucien rosnou, e ela parou, surpreendida com o barulho


que veio dele porque parecia enfurecido, animalesco mesmo.

—Vamos embora, Callie. — Disse ele, mas ele estava


olhando para onde Ritchie estava.

— Lucien, pare com isso.

Ele estalou o olhar para ela, e ela sentiu as


sobrancelhas puxar para baixo quando a confusão se
estabeleceu nela.

— O que está errado com você? — Perguntou Callie.

Ele cerrou os dentes, endureceu sua mandíbula, e


parecia que ele não podia controlar-se. Ela queria acreditar
que ele se importava e tinha a necessidade de mantê-la perto
e a salvo. Isso era, provavelmente, ele olhando para a filha de
seu irmão motociclista, sentindo algum tipo de lealdade extra
para Kink e por causa do beijo que compartilharam. Ele
estava se sentindo culpado, e estar aqui, dirigir várias horas
para ter certeza de que ela estava bem, era prova disso. Era
deprimente pensar dessa forma, mas era a realidade. Sim, ele
disse que se preocupava com ela. Sem dizer qualquer outra
coisa, ou ele responder a sua pergunta, ela se virou e
caminhou em direção a Ritchie.

Ela estava olhando para Lucien um pouco nervosa, e se


sentia horrível que ele se sentisse assim. Ela subiu os poucos
degraus até a varanda, e os dois rapazes que estavam por
trás de Ritchie desviaram o olhar enquanto ela sorria. —
Escute, eu realmente sinto muito por apenas ter que sair,
mas eu acho que ir embora seja provavelmente o melhor.

Ela não ia se aproximar muito dele, porque Lucien não


pensaria duas vezes antes de jogá-la por cima do ombro, se
ele pensava que isso era o melhor para ela, ou se suas
tendências homem alfa das cavernas levariam a melhor sobre
ele. Ela também não ia chegar a ele, Lucien era um homem
perigoso, endurecido, e em comparação com todos esses
caras de fraternidade ele iria esmagá-los como se fossem
mosquitos irritantes. O que quer que estava acontecendo com
Lucien, por que ele tinha honestamente vindo até aqui, como
se fosse um capricho, dizia-lhe que ele poderia ser ainda mais
instável do que o normal. Mas o que ela não ia contar a
Ritchie, ou a qualquer um, era que o motociclista fora da lei
que ainda sentia olhando para ela, era o homem que ela
amava mais do que devia, e querendo ou não ele poderia
custar-lhe muito.
— Esse cara é muito, muito assustador, Callie, — disse
Ritchie rindo um pouco nervoso. — Ele está olhando para
mim como se ele quisesse lavar sua Harley com o meu
sangue.

Agora era a sua vez de rir, mas a dela também saiu um


pouco sem jeito, porque Lucien era capaz de tal violência.

— Sim, ele pode ser intimidante, mas acho que saindo


agora é provavelmente o melhor. — Ela olhou para Lucien,
viu que ele estava observando-os como um predador
esperando para atacar, e depois voltou a concentrar-se longe
dele. — Ele é amigo de meu pai, e é susceptível de lhe dizer
que eu estou festejando e pendurada com um bando de
degenerados. — Ela sorriu, na esperança de aliviar essa
tensão estranha entre eles.

— Espero que você não fique em apuros saindo com a


gente, e posso garantir que não somos degenerados. — Ele
sorriu, e era genuíno, e aliviou um pouco da tensão.

Ela riu.

— Tudo vai ficar bem. Lucien pode apenas se tornar...

— Intenso? — Disse Ritchie e levantou uma


sobrancelha.

Ela sorriu.

— Algo parecido. Bem, eu vou te ver mais tarde? — Ela


soou como uma pergunta, porque ela realmente não sabia se
ele sairia com uma menina que tinha grandes motociclistas
assustadores mostrando suas bundas nas festas de
fraternidades sendo algo que ele queria ser associado.

Ele se encostou no corrimão e balançou a cabeça.

— Eu não posso culpar você por quem você está ligada.


Olhe para os idiotas que me seguem ao redor. — Ele brincou,
apontando para os dois caras atrás dele. Eles bateram nele,
mas eles também estavam sorrindo. — Se eu não te ver antes
de sair amanhã, vamos recuperar o atraso em algumas
semanas quando a escola começar. Vamos deixar o
motociclista incondicional em casa, no entanto. — Ele
começou a rir, e ela sorriu.

— Te vejo mais tarde. — Ela se virou e voltou para onde


Lucien estava encostado em sua motocicleta. Ela não queria
nada mais do que uma amizade com Ritchie, e depois do
desajeitado quase beijo que ele lhe dera, e o problema com
Lucien indo todo mercenário, sabia que as coisas dariam
certo. Ritchie parecia um cara verdadeiramente agradável, e
talvez isso era o que ela precisava em sua vida. Mas mesmo
enquanto pensava isso e olhava para Lucien, ela sabia que o
que ela queria e o que ela precisava em sua vida, eram duas
coisas totalmente diferentes. O mais perigoso, o desejo errado
era o que estava ganhando.

Ele agora estava em pé em sua motocicleta, os braços


cruzados, uma carranca em seu rosto, e olhando tão durão
quanto a sua reputação implícita permitia. Ela parou na
frente dele, olhou em seus olhos de prata e esperou que ele
dissesse alguma coisa... qualquer coisa.
— Suba.

Callie moveu-se para a parte de trás da moto, mantendo


a boca fechada, porque ela só queria mais uma coisa esta
noite, e era ficar em cima da enorme Harley. Mas antes que
pudesse chegar nele Lucien tinha as mãos em volta da sua
cintura, e foi levantando-a tão facilmente como se ela não
pesasse nada. Apoiando as mãos no assento de couro na
frente dela, ela olhou para ele com os olhos arregalados.

— Aqui. — Ele entregou-lhe o capacete, e uma vez que o


colocou, ele montou a moto. Por um segundo, ela estava um
pouco surpresa por estar tão perto dele em sua motocicleta.
Sim, eles se beijaram, mas por algum motivo isso a fazia
sentir muito íntima. O calor do corpo infiltrou-se nela. As
coxas de Callie estavam de cada lado dele, segurando-o perto,
e sua boceta ficando molhada da proximidade de estar aqui
com ele. O grande logotipo dos Brothers of Menace foi
gravado em seu colete, e ela olhou para o colete de couro
desgastado com o emblema ligeiramente sujo, que mostrava
uma Phoenix e uma motocicleta.

— A menos que você queira voar fora da parte traseira


da moto, você precisa se segurar, Callie. — Disse ele com a
voz rouca, mas não se virou.

Olhando para sua cintura magra ela engoliu a saliva,


colocando os braços ao redor dele. Ela não deveria estar
sentindo esse nervoso em torno de Lucien, especialmente
depois do que eles fizeram esta manhã, mas talvez fosse por
isso que ela se sentia assim? E antes que ela soubesse o que
estava fazendo, ele agarrou seu quadril e puxou-a para a
frente. Sua vagina entrou em contato com ele. O cheiro de
couro, água de colônia, e óleo encheram seu nariz, e a
sensação dele duro e tenso debaixo de suas mãos a
consumia. Ela fechou os olhos, tentando se concentrar em
nada, somente em tocá-lo, e falhando miseravelmente. Ele
tinha a mão sobre as dela, pressionando para a pequena
curvatura fria de seu cinto de couro, e ela respirou
asperamente. Deus, ela precisava se manter fria, e uma vez
que ela estivesse em seu quarto, ela poderia quebrar, porque
agora ela estava no limite enlouquecendo.
CAPÍTULO
7

Callie entrou em seu dormitório, olhou por cima do


ombro e viu Lucien de pé ao lado da porta.

— Eu acho que eu entendi. — Ela tentou soar forte, mas


tê-lo bem atrás dela, olhando para ela como se ele pudesse
ver sua alma, foi irritante na melhor das formas. Ela queria
ainda estar zangada com ele por apenas aparecer e agir como
seu pai, dizendo-lhe o que ela deve e não deve fazer, ou com
quem ela deveria falar, mas não podia deixar de lembrar o
fato de que ele disse que se preocupava com ela.

A viagem para seu dormitório levou apenas 10 minutos,


mas para aqueles poucos momentos ela segurava Lucien com
força. Ela pensou em uma vida em que nada estava em seu
caminho e eles poderiam estar juntos, e por apenas um
segundo, ela imaginou que eles eram um casal. Apesar de
sua diferença de idade, o fato de que o clube era a sua vida e
que estar com ela destruiria o que ele tinha, podia se ver
amando este homem sem obstáculos no caminho. Ele não se
moveu, nem sequer respondeu ao que ela disse, então ela
abriu a porta e parou de pensar. Se ele queria jogar o – ―eu
não vou falar, apenas olhar duro para você‖ — então ela
poderia fazer o mesmo.

Ela jogou a bolsa sobre a cama, e quando ela se virou foi


para ver que ele entrou em seu quarto e fechou a porta atrás
dele. Ele não tinha os braços cruzados sobre o peito largo,
mas ele ainda parecia olhar fixamente, assustadoramente e
intensamente para ela.

— Você não respondeu por que está aqui, Lucien, e não


me venha com essa de que você queria me ver, porque você
estava preocupado. Você me empurrou, me disse que isso
não iria funcionar por causa de meu pai, a diferença de
idade, e do clube. — Ela estava sentindo suas emoções vindo
à tona, e ela não ia deixar isso acontecer. — Eu concordo que
eu não quero que você e meu pai se estranhem por causa de
algo que pode ou não pode fazer, mas eu não posso ter você
aparecendo do nada e agitando as coisas.

Ela precisava ficar calma, porque ele estava calmo,


recolhido, e ali de pé como se nada o tivesse afetado. A única
vez que ela viu a rachadura em sua resistência exterior foi
quando eles se beijaram no clube esta manhã. Ele se abriu
para ela, mostrou-lhe que havia essa paixão dentro dele, essa
necessidade, e ele afirmou isso. Mas então a empurrou, a
parede de tijolo de compostura estava de volta no lugar. Era o
motociclista frio Presidente que ela conheceu toda a sua vida.

Agora ele tinha a mesma expressão, e isso a irritou, mas


quebrou o coração dela também. Ela olhou para longe,
tentando se recompor. Era difícil tentar empurrar seus
sentimentos, e ele realmente queria que ela se movesse sobre
ele derrotando esse efeito. De costas falou de novo, tentando
não deixar que suas emoções se mostrassem, mas falhando.

— Você foi capaz de evitar-me pelos últimos três meses,


e depois de um beijo e me empurrar para longe eu pensei que
fosse o fim de tudo. — Ela inalou e exalou bruscamente. —
Você está tornando isso mais difícil. — Ela sussurrou. Ela
tomou mais uma respiração, e então se virou para ele. Um
suspiro a deixou com o fato de Lucien estar diretamente atrás
dela.

Ele olhou fixamente em seus olhos por um momento e,


em seguida, agarrou-a por trás da cabeça, puxou-a para a
frente, e reivindicou sua boca com a dele. Ela sentiu os
músculos contra sua suavidade e gemeu contra sua boca. Ele
acariciou seus lábios com a língua, e ela se abriu para ele
instantaneamente, aceitando-o completamente, e não se
preocupando com as consequências do que eles estavam
fazendo. Ela colocou as mãos em seu bíceps, fechou e abriu
seus músculos salientes, e gemeu em sua boca. Ela tornou-se
um demônio para ele, e todos e quaisquer pensamentos que
tinham a ver com ficar longe desapareceu.

Ele olhou para ela por um segundo, sem falar, mas


procurando o rosto com seu olhar. Sentia-se em exposição
por este homem, e sabia que o que ele estava prestes a dizer
mudaria a forma como as coisas foram nos últimos três
meses.
— Eu quero você, você me quer, e eu estou indo
reivindicar você, Callie, — ele disse contra sua boca. — Eu
vou ter cada parte de você até que você saiba
irrevogavelmente que você é minha. — Ele se inclinou para
trás uma polegada, ainda tinha a mão atrás da cabeça e os
dedos entrelaçados no cabelo dela, e respirou contra sua
boca. — Que se dane as consequências. — Ele a beijou de
novo e de novo, e ela derreteu nele, amando que ele a
segurava com tanta força, tão completamente, que parecia
como se fossem um. — Eu tentei lutar com o que eu sinto por
você, tentei ficar longe, e estava muito bem durante os
últimos meses. — Ele descansou sua testa contra a dela, e
ela ficou surpresa ao ver este homem com olhar tão
vulnerável.

Ele não era o presidente MC temido que ela sempre


conheceu, mas este homem se abrindo para ela e dizendo-lhe
como se sentia. Isso só pode acontecer uma vez, mas ela
queria ele, queria tudo dele, e ela não queria dizer algo que
iria estragar este momento.

— Eu estive sonhando com esse momento por muito


tempo, Lucien. — Ela inclinou-se e beijou-o, acariciou-lhe a
língua ao longo de sua boca, e realmente sentiu seu corpo
endurecer debaixo dela, e então ele tremeu um pouco. Agora
não havia nada neste planeta, exceto os dois.

—Callie —, ele gemeu, e pegou um pedaço de seu cabelo


para puxar a cabeça para trás suavemente. Ele beijou e
chupou sua garganta, passou a língua até o comprimento do
seu pescoço, e depois parou em seu ponto de pulsação. Ela
estava muito molhada, extremamente necessitada, e queria
levar isso para o próximo nível. Danem-se as consequências,
como ele colocou.

Ele estava respirando pesadamente, e quando empurrou


sua ereção contra seu ventre, um novo jorro de umidade saiu
dela. Ele estava tão grande e tão duro para ela. Ela nunca
esteve tão molhada para um homem, nunca teve um homem
inflamando-a como ele. Sim, Callie era virgem, e sim, agora
ela queria que Lucien fosse o primeiro homem dela.

— Estamos sozinhos, Lucien —, disse ela, sem fôlego, e


quando ele se afastou, ela sabia que tinha que ter um olhar
drogado no rosto. Ela sentiu seu toque e beijos, e queria ir
tão longe com a sensação e o sabor dele que ela não achava
que iria sobreviver. Lucien começou a beijá-la novamente,
moendo sua ereção massiva contra sua barriga como se ele
não pudesse ter o suficiente, e Callie estava mais do que
disposta a ser a saída para a sua necessidade.

— O que eu quero é você, e isso vai contra tudo o que


acreditam meus irmãos —, disse ele com uma voz triste. Mas
então ele segurou o rosto dela entre as mãos, inclinou a
cabeça para o lado, e acariciou seus lábios com a língua. —
Mas como eu disse antes, eu quero você, você me quer, e eu
vou ter você, porque não há outra alternativa, e será muito,
muito duro.

— Podemos concentrar apenas em você e eu? — Ela


deixou sua cabeça cair para trás em seu pescoço
ligeiramente, fechou os olhos, amando, quando ele começou a
acariciar a pele dela com os polegares. — Eu só quero que
você fique comigo agora.

Este grunhido de necessidade o deixou. Ele olhou para


ela por alguns segundos, quase como se estivesse lutando
consigo mesmo sobre o que ele devia fazer, e então ele estava
rasgando suas roupas como um animal no cio. Lá estava ela,
em seu sutiã e calcinha, seu corpo começava a suar de
excitação, e a necessidade dele estourou através dela. Apesar
do frio no ar, ela estava superaquecida. Seus mamilos
estavam duros, e ela sabia que eles estavam picando através
do material fino de seu sutiã. Sua calcinha estava embebida
de seu desejo e seu clitóris ficou inchado. Se ele a tocasse
entre as pernas, o que ele certamente iria, ela não aguentaria.
Ela pode não ter experiência em realmente ter relações
sexuais, mas ela não era uma puritana, e fez o suficiente
quando namorou, ela sabia o que um cara gostava.

O luar espetou através das cortinas, e quando ela


estendeu a mão e achatou-as em seu colete, alisou-as em seu
peito, e parou no botão da calça jeans, seus dedos
começaram a tremer incontrolavelmente. Ela estava
assustada e nervosa, e o pensamento de estar com Lucien
dessa maneira muito real, a enchia. Ele pegou suas mãos e
levou até a sua boca. Lá, ele beijou cada um dos seus dedos
suavemente enquanto observava.

— Lucien. — Ela respirou seu nome, sentindo as mãos


tremerem ainda mais duro agora. — Eu nunca ... — Ela
parou, sentindo-se um pouco constrangida com sua
inexperiência. Ela queria dar-lhe tudo o que precisava como
um homem, queria ser capaz de dar prazer a ele tanto quanto
ele certamente daria prazer a ela.

— Oh Callie, bebê. — Ele a puxou para perto, segurou-


lhe o rosto, e olhou para ela. Mesmo na escuridão, viu suas
narinas e este olhar possessivo, perigoso cobrir seu rosto. —
Você é virgem? — Ele quase gemeu.

Ele fez a pergunta, e ela concordou. Mas era devido à


maneira como ele disse, suave e baixo, e cheio de muita
emoção, que ela sentiu a garganta estreita. Lucien a levou até
a beira da cama e encostou a parte de trás dos joelhos. Ela
lentamente abaixou-se para a cama, e olhou para ele. Ele
segurou seu queixo, inclinou a cabeça para trás, e apoiou sua
outra mão sobre a cama quando se inclinou perto de seu
rosto. Eles respiraram o mesmo ar por um segundo, e então
ele estava beijando-a novamente.

— Callie, bebê. Você está me matando aqui —, disse ele


contra sua boca, e depois gemeu em voz alta. — Eu sou o seu
primeiro, e eu vou ser o seu último —, disse possessivamente,
ferozmente, e ela sabia, sem dúvida, que ele estava dizendo a
verdade. — Sua cereja é minha. — Ele acariciou seus lábios
com a língua, e moveu a mão pelo seu peito, sobre sua
barriga, e descansou em sua calcinha. — A sua boceta é
minha. — Ele puxou o lábio inferior com os dentes até que
ela gemeu, e ele enfiou a mão dentro do cós de sua calcinha,
mas não fez mais do que esfregar seu clitóris. — Você é
minha.
Ela sentiu a verdade profunda em seu corpo, e sabia,
sem dúvida que ele quis dizer cada palavra. Ele deu alguns
passos para trás, começou a tirar seu colete, e depois foi para
a sua camisa. Quando ele estava sem camisa, começou a
trabalhar desfazendo seu cinto, botão e zíper, ela olhou para
seu peito, duros planos de músculo cobriam cada polegada
de seu peito largo. A tatuagem grande no centro de seu peito
era o logotipo dos irmãos. Ele acenou com a tentação do lado
negro, no canto proibido de sua vida que ela nunca pensou
que se atreveria a ir. Seus braços estavam cobertos de tinta,
tudo escuro e intrincado como se eles estivessem contando
uma história. Ela não se conteve, Callie deixou seus olhos
viajarem mais baixo. Uma linha de cabelos escuros começava
abaixo do seu umbigo e fazia uma trilha até seu abdômen
desaparecendo sob suas calças. A baixa pulsação que esteve
presente entre suas coxas, estava agora batendo ferozmente e
pedia para ser notada.

— Se você soubesse o que eu vejo quando eu olho para


você. — Sua voz era baixa e cheia de calor. Acabando de se
despir, ele agora estava ali completamente nu, sem vergonha
ou tímido de sua nudez, e duro para ela. — Se você soubesse
que eu iria matar qualquer um que te machucasse. — Suas
palavras eram baixa e profundamente ameaçadoras.

Embora isso era o que ela queria com cada parte de seu
ser, ela realmente se entregaria a Lucien? A grossa ereção
dele ostentou, apertando suas coxas juntas com a
necessidade que a alcançou. Callie não disse nada, nem
sequer podia formar palavras naquele momento. Ela se
levantou, os joelhos tremendo, as pernas ameaçando
fraquejar, e deu um passo mais perto. Eles estavam de igual
para igual agora, a grandeza de seu corpo bloqueando tudo
atrás dele. A força de sua respiração roçou seu rosto,
despenteando os cachos do cabelo dela em uma carícia
suave. Seu peito subia e descia rápido e duro, e o pulso na
base da sua garganta batia descontroladamente. Era sua
necessidade tão evidente quanto a sua?

Suas mãos tremiam, mas ela levantou e colocou no seu


peito. Os músculos rígidos cerrados sob a palma da mão, e
ela deslizou as mãos para cima nas colinas ondulantes e
definidas de seu peito, ao longo de sua tatuagem até que ela
estava traçando as linhas da tinta com os dedos, e depois
apoiou as mãos em cada um dos seus peitorais. A batida de
seu coração era forte e constante, tão diferente da dela que
batia rapidamente.

— Callie. — Ele disse o nome dela em um sussurro.

Se ela descarrilhasse a partir do que ela queria fazer ela


não seria capaz de recuperar sua força e continuar com isso.

— Ninguém vai nos incomodar. Meredith foi para a


noite, e o dormitório está praticamente vazio quando todos
estão se divertindo. — Ela se inclinou para ele, sentiu o calor
dele escoar no corpo dela, e fechou os olhos. Era bom sentir
seu calor com nada entre eles. Quando ela olhou para seu
rosto, a expressão feroz de desejo refletido de volta para ela
aumentou seu pulso e luxúria para ele. Ali estava ela, em
nada mais do que em suas roupas íntimas, com Lucien nu e
a desejando. Muito gentilmente ela enrolou os dedos na carne
dura, mas flexível em seu peito.

— Seja meu primeiro, Lucien.

Ele tomou sua mão, segurou-a em seu peito, logo acima


de seu coração, e disse em voz baixa:

— Eu vou ser o seu primeiro, e seu único, Callie. Você é


minha, e não há nada nem ninguém que vai me impedir de
tê-la.

Ela engoliu em seco e assentiu.

— Mas meu pai...

Ele fechou os olhos por um segundo, e embora ela não


deveria ter dito nada, esse fato era um grande impedimento
em tudo isso.

— Não podemos falar sobre o seu velho quando estou


prestes a estar finalmente com você. — Ele ofereceu-lhe um
sorriso, e isso mudou toda a sua expressão. — Mas eu vou
atravessar essa ponte, e lidar com a guerra, quando chegar,
ok?

Ela assentiu, chegou por trás dela para desfazer o sutiã,


e deixá-lo no chão. Callie estava prestes a ficar com Lucien, e
ela sabia que isso iria mudar tudo.
CAPÍTULO
8
Lucien olhou para Callie, na visão dela cremosa,
impecável, o jeito como ela era agradável e com carne em
todos os lugares certos, e de como seus seios iriam
transbordar em suas mãos. Ela era uma coisa pequena,
enquanto crescia, e, em seguida, parecia que dentro de um
verão ela floresceu, na mulher que estava de pé diante dele
agora. Ele estava duro, mais duro do que nunca esteve na
sua vida, e, embora ele devesse estar se afastando e não a
tocando, ele não conseguia se conter. Ela era sua droga de
escolha, seu vício, e ele queria se perder nisso, se perder nela.

Ele estendeu a mão e segurou um dos grandes seios. O


peso era substancial, e seu pau empurrou para a frente. Suas
bolas apertaram, e seus músculos ficaram tensos. A imagem
de espalhá-la nesta cama pequena, abrindo suas coxas para
que ele pudesse vê-la toda doce, com a boceta virgem
molhada, e, em seguida, empurrar seu pau dentro dela,
bateu em sua cabeça como um animal violento. Ele alisou
sua outra mão em seus seios, segurou ambos os seios agora,
e sentiu seus mamilos endurecerem ainda mais sob a palma
da mão. Ele nunca deveria ter vindo até aqui, deveria ter
ficado longe dela como fez com sucesso nos últimos três
meses.

Mas a coisa era, quando ele ouviu Kink falar que ela
estava indo a uma festa, todas essas imagens fodidas de ela
ser usada o consumiu. Então, agora, ali estava ele, caralho,
tocando uma mulher que era muito jovem para ele, mas que
ele estava apaixonado. Ele a queria como se ele nunca
quisesse outra mulher, ele estava morrendo de fome e ela era
a única coisa que poderia saciar sua fome. Ele a amava.

Estar com ela era muito errado, ou pelo menos ele


manteve dizendo isso a si mesmo, talvez tenha sido por causa
desse fato que a quisesse como ele queria. Mas ele sabia que
era uma mentira maldita. Ele nunca teve amor, nunca quis
uma mulher por mais de algumas horas em um momento, em
todos os seus quarenta malditos anos neste planeta. No
entanto, com Callie ele queria protegê-la porque ela era dele,
porque ele olhava para ela e sabia que ele mataria por ela,
mutilaria para mantê-la segura, e a reclamaria de uma forma
que era imparável e inquebrável. Quando ele olhou para seu
rosto macio, doce, pegou em sua longa mecha de cabelos
coloridos e brilhantes olhos azuis, ele sabia que o que sentia
por essa mulher tinha que ser aquela emoção indescritível ...
amor.

Ele a amava, faria qualquer coisa por ela, mesmo


arriscar sua relação com o clube e Kink.

Ela apoiou a testa em seu peito, e ele fechou os olhos


apenas para aproveitar a sensação de tê-la tão perto.
Envolvendo os braços em volta dela, ele a segurou com força
e apoiou o queixo no alto da cabeça. Ele teve relações sexuais
com mulheres que eram prostitutas no melhor dos dias, que
não se preocupavam com homens que usam seus corpos. Ele
gostava dessa maneira, na verdade, ele não pensou duas
vezes sobre isso. Mas Callie estava intacta, e ela ser virgem
significava que ele não poderia ser áspero e insaciável com ela
na cama do jeito que ele gostava de sexo, pelo menos não
neste momento. Eles teriam que abordar a situação com Kink
mais cedo ou mais tarde, porque ele a queria e não ia desistir
dela, não importa o quê.

Ele respirou profundamente, sentindo o aroma floral do


seu cabelo, e fechou os olhos. Ele estava acostumado a tomar
o que ele queria, quando ele queria, mas ele seria gentil com
ela, mostraria que ela significava mais para ele do que apenas
uma transa rápida. Não importa o quão errado isso parecia,
ou o que os outros pensariam, ela era tudo para ele.

Ela se afastou e olhou para ele, e ele segurou o lado de


seu rosto. Ele se inclinou e beijou-a suave e lentamente. Com
as mãos ainda em seu peito a sentiu suavizá-los para baixo
de seu abdômen até que ela colocou os dedos em torno de
sua ereção. Ele gemeu na verdade, era Callie quem estava
tocando-o, acariciando-o. Isso fez com que fosse muito mais
agradável. Movendo a mão atrás da cabeça, ele segurou-a,
segurou-a enquanto aprofundava o beijo, e moveu a língua
mais rápido e com mais força contra a dela. Sua mente e
corpo gritavam por mais, para ser mais áspero, mais duro,
mas ele lutou com esses impulsos, porque agora ele precisava
mostrar-lhe que ele poderia ser um homem gentil quando ele
veio para ela.

Quando ela gemeu contra ele, ele moveu suas mãos


para a barra da sua calcinha cobrindo sua bunda, apertou os
globos, e em seguida a levantou facilmente. Ela enrolou as
pernas em volta da cintura de imediato, aterrou sua boceta
em seu pênis, e ele grunhiu a partir do contato. O
comprimento duro de seu pau cutucou entre suas pernas, e
ele desejou que o material que os separava tivesse
desaparecido.

Com suas bocas ainda fundidas, e suas pernas em torno


dele com firmeza, ele começou a movê-los para a pequena
cama novamente. Ele a deitou na cama.

— Tire a calcinha, bebê.

Ela respirou rapidamente, seus seios subindo e


descendo com força. Ela deslizou sua calcinha, e as deixou
cair no chão. A cabeleira preta aparada que cobria a parte
superior do seu monte chamou-o, mas a visão de sua boceta
com lábios nus teve pré-sêmen escorregando da ponta do seu
pênis. A forma como as pernas estavam abertas, dando-lhe a
visão principal de sua boceta molhada, inchada e vermelha, o
fez sentir-se uma fera. Ele agarrou seu eixo, começou a
acariciar-se da raiz às pontas, enquanto olhava para seu
corpo melado, e gemeu.

Ela sentou-se, estendeu a mão para ele, e empurrou a


mão dele. Ele não sabia o que estava fazendo até que ela
começou a mover a mão para cima e para baixo no pau dele,
agarrou suas bolas com a outra mão, e o deixou a ponto de
gozar.

Mas quando ela se inclinou para frente e colocou os


lábios em torno da coroa de seu eixo, ele quase gozou em sua
boca. Ela chupou em sua extensão, acariciou a raiz de sua
ereção, e ele espetou sua mão em seu cabelo. Lucien
empurrou para frente e para trás suavemente no início, mas
a maneira como ela escovava suas bochechas
profundamente, teve Lucien quase gozando. Ele empurrou-a
de volta na cama até que estava deitado sobre ela, as pernas
abertas, e seus lábios se separaram quando ela respirou
duramente com sua excitação.

Ela descansou contra o colchão e assistiu. Lucien


ergueu as mãos e alisou para baixo de suas pernas. O som de
sua deglutição encheu o quarto muito quieto. Por um
momento ele não fez nada, olhando para onde suas mãos
repousavam sobre suas coxas. Um aperto começou na base
de sua espinha quanto mais tempo ele olhava para sua
vagina, mais ele precisava estar enterrado dentro de seu
apertado calor.

Seja gentil. Vai devagar. Não tenha pressa.

— Por favor —, ela sussurrou na escuridão. — Eu


preciso de você, Lucien. — Ela fechou os olhos e deixou a
cabeça cair para trás quando ele moveu os dedos ao longo de
suas dobras de seda.

Ele precisava fazer isso ser bom para ela.


— Olhe para mim quando estou tocando em você, bebê.
— Sua voz era suave, mas havia uma nota distinta de
comando atado nas palavras, e ele não podia impedir. Ele era
endurecido naturalmente pela vida que levava, mas ele estava
tentando ser o homem que ela merecia pela primeira vez.

Por vários longos segundos, ele não falou, apenas olhou


para ela e continuou a manter um firme, olhar em suas
coxas. Lentamente, ele tirou as mãos dela. Deslizando as
mãos pelo corpo dela, ele parou logo abaixo dos seios. Lucien
podia sentir o quão rápido e duro seu coração batia.
Movendo-se de joelhos entre suas pernas, ele se inclinou para
frente e passou a língua ao longo de sua fenda. Ela era doce e
ligeiramente almiscarada, era suave sob seus lábios, e ele
sentiu seu peito apertado antes de cair para o meio. Ele
começou a lamber e chupar, passou os lábios em torno de
seu clitóris até que ela estava puxando seu cabelo e gemendo
forte. Ela moveu os quadris para trás e para frente, empurrou
sua boceta firmemente contra a sua boca, e então ele a sentiu
explodir em torno dele.

— Por favor —, ela sussurrou na escuridão. — Eu


preciso sentir você dentro de mim. — Ela olhou para ele.

— Você é tão bonita, Callie, — Lucien sussurrou. —


Você é minha, bebê. Ninguém terá você, só eu. — Apesar de
ser gentil com ela estava sendo mais naturalmente do que
jamais foi em sua vida, Lucien teve de refrear o seu desejo e
impulso por ela. Acariciou-a em movimentos suaves dos
dedos, boca e língua, até que arrepios formaram ao longo de
sua pele. — Cada parte de você é minha. — Ele moveu suas
mãos para que elas descansassem bem debaixo de seus
seios. — Olhe para mim. — Ele esperou até que ela
obedecesse, e então acariciou seus seios, acariciou os
mamilos, e adorou que ela arqueasse em seu toque.

Ele se inclinou e tomou sua boca novamente, e Lucien


se perdeu nas sensações dos seus lábios, línguas e mãos em
movimento ao longo uns do outro. Ela correu as pontas dos
dedos sobre o peito nu, e ele balançou ligeiramente a partir
do contato suave. Nenhuma mulher jamais o fez se sentir
assim, sentindo como se ele não a tivesse ele perderia sua
maldita mente. Mas não era só sobre sexo. Era sobre a
reivindicação de Callie como sua.

— Diga-me se isso é certo, que você deseja isso,


também. — Disse ela, como se ela estivesse delirando e
tentando provar que o que eles estavam fazendo era certo.

Ele segurou seu queixo em uma retenção temporária,


esperou até que ela olhasse em seus olhos, e então ele falou.

— Isso, aqui, você e eu, é o que é certo. É uma sensação


boa, porque você está destinada a ser minha. Somente as
melhores coisas da vida valem a pena lutar, e se elas não
valessem a batalha, então elas não valiam a pena o tempo
que leva para garantir que elas sejam suas. — Ele olhou para
o rosto dela. — Você vale a pena lutar, e eu sei que vou ter
um inferno de uma guerra quando se trata de ter certeza que
você seja minha.

Ela engoliu em seco, e este pequeno sorriso cruzou seus


lábios.
— Agora, basta dizer que você vai ser minha, não
importa o quê. — Ele estava agindo muito fora do normal,
mas nada nunca fez sentir tão bem.

— Eu sou sua, Lucien.

E então ele a beijou duro e possessivo, e estava prestes


a tomar Callie de uma maneira que nunca tomou uma
mulher antes.

Seu corpo grande descansou contra Callie,


pressionando-a contra o colchão enviando uma bela
sensação, pesada correndo por ela.

— Eu te quero tanto, bebê. — Lucien murmurou contra


sua garganta, e ela amava como sua barba raspava ao longo
de sua pele. Ele era tão musculoso, tão grande e pesado que
ela sentiu sua respiração deixando-a. Era uma sensação
agradável. Quente, carne masculina dura moldada à dela,
fazendo com que a antecipação doce de liberação apenas
estivesse a um palmo de distância. Seu pênis era longo e
grande, e é claro que ela estava nervosa sobre a dor que
sentiria uma vez que ele estivesse dentro dela.

Os quadris estreitos de Lucien se encaixavam


perfeitamente nas coxas dela, e o comprimento,
impossivelmente grosso dele separavam seus lábios. Ele
moveu os quadris para trás e para frente, esfregou sua
cabeça ao longo de sua boceta, revestindo seu eixo, e estava
tão pronta para ele que ela estava prestes a gritar. Ela estava
molhada, incrivelmente molhada. Um gemido gutural o
deixou, e ele empurrou seus quadris para a frente.

— É tão bom, Callie… bebê. — Ele fechou os dedos em


torno de seus braços e pressionou seus quadris nos dela
novamente, mas desta vez mais duro. Mais e mais ele fez
isso, seu comprimento deslizando para cima e para baixo em
sua fenda enquanto se balançava contra ela. A ponta de sua
ereção bateu seu clitóris em cada movimento ascendente, e
Callie teve que morder o lábio ou ela teria implorado para ele
se mover mais duro, mais rápido. Ela levantou-se um pouco e
olhou para baixo no comprimento do seu corpo. Ela viu seu
membro movendo-se entre suas dobras, assistiu a ponta do
seu eixo esfregando seu clitóris, e viu o pré-sêmen
derramando-se dele.

— Eu queria você a partir do momento que eu te peguei


três meses atrás, bebê. — Ele balançou contra ela mais
rápido agora. — Minha necessidade de você é inegável, e eu
não quero lutar com isso por mais tempo. — Ele estava
massageando-a, e trazendo-a mais perto de um orgasmo.
Outra colisão de seu clitóris e ela fechou os olhos. Assim, tão
perto de sentir essa explosão. Ela caiu de costas na cama e
respirava com as sensações a movendo.

— Eu quis você por um longo tempo, Lucien. — Ela


sussurrou em seu cabelo. Ele ainda tinha a boca em sua
garganta, ainda estava beijando e chupando sua pele, e ela
amou que ele estava eroticamente abusando de sua carne.

Ele empurrou para cima dela, um braço apoiado em


ambos os lados de sua cabeça, e olhou para seu corpo. As
barras escuras de suas sobrancelhas franziram com o
pensamento. Os músculos de sua mandíbula saltaram
debaixo de sua pele coberta de barba rala.

— Eu não quero feri-la, mas...

— Não pense sobre isso. Se eu não quisesse estar com


você, eu não estaria aqui agora, Lucien. — Ela estendeu a
mão e tocou o lado de seu rosto. Callie se ergueu sobre os
cotovelos e beijou o lado de sua mandíbula. Ele gemeu, e ela
o ouviu inalar profundamente. Quando ela se deitou, pegou a
mão de Lucien e colocou-a entre os seios. Ele se apoiou em
seu outro braço e olhou para sua mão. Ela, então, puxou a
mão para baixo até que ele estava colocando em sua vagina.
— Eu estou pronta para você.

Ele engoliu em seco, e ela viu a forma como a garganta


engatou.

— Sim, querida, você está realmente muito preparada


para mim. — Ele sussurrou. Ele esfregou seu clitóris
suavemente por alguns segundos, e para trás até que a
consciência viajou através dela, começando entre as pernas e
trabalhando até seu corpo. Seus mamilos apertados quando o
sangue correu para eles.

Ele trancou os lábios sobre seu pescoço novamente,


lambeu e chupou em sua pele até que se sentiu desgastado.
— Você é tão sensível. — Ele passou a língua até a
garganta. Um gemido a deixou, e ele respirou fundo. Seus
sentidos estavam em sintonia com os pequenos toques de
seus dedos em seu corpo, a raspagem de seus dentes em sua
clavícula, e ao movimento de fricção de sua mão entre as
coxas. Ele abaixou a cabeça, arrastando beijos molhados ao
longo do topo de seus seios antes de finalmente trancar a
boca com uma picada de dor no mamilo duro.

Deus, é tão bom. Os sons molhados de seus lábios ao


redor sua carne encheram o quarto. Agressivos, gemidos
guturais de Lucien encheram seus ouvidos. Sem pensar,
Callie pegou Lucien por atrás do pescoço e trouxe sua boca
para a dela. Ela bateu a língua ao longo de seus lábios,
amando o som áspero que veio dele. O almiscarado, doce
sabor dela ainda estava sobre ele, e ela ficou mais úmida. Por
vários momentos Lucien cedeu e permitiu-lhe explorar sua
boca.

— Eu preciso estar com você sem nada, bebê. Estou


limpo, sempre utilizei proteção, mas com você eu quero sentir
tudo.

Ela estava tomando a pílula para regular o seu período


e, embora não fosse estúpida sobre isso e insistisse que ele
usasse um preservativo, ela confiava Lucien com sua vida.

— Eu confio em você. Eu quero estar com você, tudo de


você.

Lucien olhou para ela, e levantou a mão para passar o


polegar ao longo da inchação de seu lábio inferior.
— Não há mais espera, Callie.

Ela abriu a boca e chupou o dedo entre os lábios. Ele


moveu a outra mão entre seus corpos, apoiando seu peso em
seus cotovelos, e colocou a ponta do seu pênis em sua
entrada. Ela estava muito nervosa, mas ela sabia que queria
fazer isso mais do que qualquer outra coisa. Um choque de
dor passou por ela quando ele começou a empurrar seu pau
em seu corpo, mas ela fechou os olhos e prendeu em seu
bíceps.

— Tão bom. Você está indo muito bem. — Ele beijou o


topo de sua cabeça e continuou a empurrar para dentro dela.

A sensação de alongamento e queimação foi intensa,


mas quando ele estava totalmente dentro dela, ela suspirou.
A sensação de estar completamente preenchida pelo homem
que amava era de tirar o fôlego, e então quando ele segurou
ambos os lados de seu rosto e a beijou possessivamente, sua
vagina se apertou em torno dele.

— Callie ... — Lucien disse suavemente, mas com


dureza, e começou a se mover nela, lento e fácil no início. A
ampla cabeça de seu pau esticou os músculos não utilizados
quando ele chegou até a entrada de seu corpo, e então ele
empurrou dentro dela novamente. Ele fez isso uma e outra
vez até que ela estava suando com a pressão e o prazer. Com
cada polegada que ele afundou dentro dela, Callie se sentiu
preenchida.

— Tão bom, bebê... Callie. Oh Deus.


Ele se inclinou ligeiramente para trás e viu-se empurrar
para dentro dela e puxar para trás. Ela levantou-se nos
cotovelos, viu a massa, comprimento longo, grosso dele
puxando para fora dela, e seus olhos se arregalaram com a
visão de seu sangue cobrindo seu pênis. Não era muito,
apenas alguns traços de vermelho, mas era como se aquela
visão significasse o caralho de algo muito mais grave.

— Estou falando sério, Callie. — Lucien disse, e ela


percebeu que deve ter falado em voz alta. — Isso significa que
você é minha, que está boceta virgem do caralho só vai ser
minha. Eu reivindiquei você, tomei a sua cereja, e por isso eu
não posso deixar você ir. — Ele rosnou as palavras, e
empurrou de volta para ela. O jogo de músculos que
ondulavam ao longo de seus ombros e bíceps mostrou sua
força, e um jorro de umidade escorregou dela, ainda
auxiliando na sua penetração. Ele retirou-se lentamente e
empurrou de volta. Mais e mais ele fez isso, estocadas lentas
e fáceis que a fez levantar os quadris, na esperança de que ele
fosse mais rápido. Gotas de suor pontilhavam a testa e
deslizavam por sua têmpora. A força que levou para se
controlar foi surpreendente, mas ela não queria gentileza,
mesmo que esta fosse a sua primeira vez. Ela queria que seu
suor escorresse sobre ela quando ele batesse em seu corpo.
Ela queria apenas... sentir os olhos prata de Lucien.

— Eu sei que você está segurando, e eu não quero isso,


Lucien. — Algo se moveu por trás de seus olhos depois que
ela falou, e seus movimentos o pegaram, como se ele não
pudesse controlar-se. Seu pênis deslizou dentro e fora dela,
crescendo cada vez mais rápido enquanto seus quadris
batiam contra o dela e o som de carne molhada enchia o
quarto.

— Cristo, Callie, — Lucien disse duramente. Ele se


levantou, recostando-se sobre os pés traseiros, e agarrou
suas coxas. Ele empurrou as pernas impossivelmente mais
abertas e olhou para onde o seu pau afundava em sua
vagina. Quando levantou o olhar para o dela disse com voz
rouca: — Olha. Veja como eu a faço gozar.

O prazer era intransponível, mas quando ela se apoiou


nos cotovelos e olhou para onde seus corpos se encontraram
mais uma vez, o êxtase aumentou. Ele puxou seu pênis
quase todo para fora, e o brilho de seu creme e seu sangue
virgem brilhava sob o luar que entrava pela janela. Ele
colocou seu polegar em seu clitóris e moveu o feixe de nervos
para trás, mais e mais, e então ela explodiu sem qualquer
preâmbulo.

Luzes passaram diante de seus olhos e seu orgasmo


veio. Mas Lucien não cedeu quando bateu dentro e fora dela,
puxando-a para outro clímax, para o pico, em seguida, a
manteve lá até que não conseguisse respirar. Quando o
mundo voltou em foco ela teve sua corrida de excitação
novamente. Ele parecia selvagem, indomável, e cheio de calor.
O suor escorria pelo seu peito em gotas e caia sobre os seios.
Seu cabelo curto estava molhado de sua transpiração, mas
nunca pareceu tão bonito para ela. Antes que ela pudesse
piscar, Lucien mudou-se de costas e a teve em cima dele.
Suas mãos estavam em sua cintura, e ele a levantou,
forçando seu pênis quase escorregando para fora antes que
ele empalasse sobre ela novamente. A cabeça de Callie girou
quando ele fez isso de forma contínua. Tudo o que podia fazer
era segurar-se com as mãos no peito dele enquanto ele a
fodia em seu eixo.

Grunhidos e gemidos ficaram mais e mais altos. Ela


sabia que ele estava perto. Tomando posse, Callie
pressionando todo o tempo em cima dele e aterrou sua boceta
em sua pélvis. Ela estava sensível, dolorida, mas ela não iria
parar com isso. Um suspiro a deixou quando seu clitóris
roçou os cabelos curtos, grossos de seu baixo ventre.

— Sim, Callie. Foda-me, bebê. — Ele apertou seus


braços em sua cintura quando ela assumiu os movimentos de
balanço. De cima e para baixo ela se moveu, afundando mais
e mais rápido até que sua cabeça ficou tonta. Ela ia gozar.

O gosto doce da libertação estava tão perto que no


próximo curso para baixo, ela aterrou seu clitóris contra ele.
A explosão dentro dela rivalizava com a anterior. Callie jogou
a cabeça para trás e gritou quando sua boceta apertada foi
para baixo em seu pau. Lucien cavou seus dedos nela, bem
embaixo, grunhido animalesco sinalizando que encontrou sua
própria libertação. Se fosse mesmo possível, ela o sentiu
endurecer ainda mais dentro dela.

Ela caiu contra seu peito, sua pele suada e sua


respiração falhando. Ele passou os braços em volta dela e
rolou então eles estavam em seus lados voltados um para o
outro. O comprimento pesado dele ainda estava enterrado
dentro dela, e espasmos continuaram a viajar através dela.
Fechando os olhos e descansando a testa no peito úmido, ela
ouviu o som do seu coração batendo.

Depois de vários minutos de silêncio, e a sensação de


Lucien acariciando os dedos para cima e para baixo em suas
costas, ela empurrou para trás e se apoiou em um cotovelo,
olhando para ele. Por um segundo, ele apenas olhou para ela,
e, em seguida, levantou a mão para tocar seu rosto.

— O que é, bebê? — Ele disse suavemente.

— Nada. — Ela sorriu. — Bem, isso não é verdade. Eu


só estou preocupada com como tudo isso vai ser jogado no
meu pai e no clube quando tudo isso vier à tona. — Ela
estava deitada de lado e olhou para o teto. A cama era
pequena, apenas o suficiente para segurá-la, mas com o
corpo maciço de Lucien nela também, era necessário que ela
ficasse pressionada contra ele, quase deitada em cima dele.
— Porque eu não quero que seja a única vez que vemos um
ao outro. — Ela olhou para ele. Ele estava olhando para o
teto, sua mandíbula trancada quando ele olhou
profundamente pensando. Ela pensou em não dizer nada,
não querendo estragar este momento, mas precisava ser dito,
porque essa era a sua realidade. — Eu amo você, Lucien. —
Ela disse suavemente, e quando ele olhou para Callie, seu
coração saltou em sua garganta.

— Tudo vai dar certo, Callie, porque eu vou ter certeza


que dê. — Ele a beijou na testa novamente, e ela amou essa
gentileza dele. — Porque eu nunca amei ninguém do jeito que
eu te amo, e eu quis dizer isso quando eu disse que não
deixaria nada nem ninguém a levar para longe de mim.
CAPÍTULO
9

Lucien agarrou uma ferramenta do lado dele e começou


a desmontar o motor enferrujado da Harley. Ele esteve na
garagem da sede do clube nas últimas três horas, e,
principalmente, mantendo seus pensamentos longe de Callie.
Fazia duas longas semanas que ele esteve com ela, e dizer
que era muito difícil era um eufemismo. Mas ela estava
ocupada embalando o resto de suas coisas para a escola.

Será que ele aguentaria que ela estivesse várias horas de


distância quando eles apenas começaram a ver um ao outro?
Sim, mas ele não iria segurá-la por ser um bastardo egoísta.
Ela precisava ir para a faculdade, aprender e fazer algo
grande para si mesma, mesmo que ela lhe tivesse dito que
não sabia o que ela queria fazer com sua vida. O ponto foi
que ela estava lá fora tomando a iniciativa, e isso era o que
ele queria para ela. Ela era uma jovem mulher inteligente —
sua mulher, e ele não iria dizer a ela o que ela deveria ou não
fazer quando se tratava de viver sua vida. Agora, esses filhos
da puta com quem ela estaria indo para a escola, bem, é
melhor terem boas maneiras, e manterem suas mãos para si
mesmos, porque se eles sequer olhassem para ela torto e ele
descobrisse, ele bateria suas bundas para o chão. Lucien
nunca pretendeu ser algo que ele não era. Ele sempre foi um
homem violento para com os que ele considerava injustos
com sua família. Mas com Callie era ainda mais possessivo,
dominante, e ele não se importava se outros viam como ele
agia em direção a ela sendo todo alfa protetor.

Estar dentro dela não saciou a sua necessidade por ela,


e de fato o fez querer mais, o fez sentir como um animal
obcecado possessivo que não conseguia parar até que ela
fosse dele. Mas ela era de Lucien, e nada iria mudar isso. Ele
com certeza não era um homem inseguro, e sabia o que
queria em todas as coisas, mas ele também se sentia um
pouco inseguro sobre onde ele estava indo com Callie, porque
ele nunca se sentiu assim antes. Ele ansiava por ela, mas não
apenas para estar com ela sexualmente. Ele queria abraçá-la,
beijá-la. Caralho, ele até mesmo se contentaria em ir à um
passeio com ela em sua Harley sentado em silêncio. Ele só
queria ela.

Falar ao telefone com ela em particular, certificando-se


de que nenhum dos outros membros pudesse ouvi-los, o fazia
se sentir como um maldito bastardo sorrateiro. Não era como
se ele não quisesse contar a Kink que amava Callie com esta
necessidade profundamente enraizada que beirava a
obsessão. Ele precisava falar sobre isso da maneira certa,
porque, foi ele que fodeu o grande momento por não dizer a
Kink como se sentia por Callie imediatamente. Era mais
sobre o tempo. Ele estava tentando decidir como falar sobre
isso, mas as últimas semanas o abriu os olhos para um
monte de coisas: seus sentimentos, o que ele queria da vida,
e o que ele queria com Callie. Esse era um assunto delicado,
e não era como se ele fosse dizer a Kink que não só ele estava
transando com sua filha, mas que ele também estava
loucamente apaixonado por ela. Ele queria uma vida com
Callie, queria ter uma família um dia com ela. Ela precisava
ter sua própria vida, experimentar coisas também, mas ele só
queria ela. Ele nunca poderia pensar em querer isso, querer
uma Senhora, mas ela era dele, ele a reclamou, e nada iria
mudar o resultado final.

Eles precisavam dizer a Kink, e aos outros membros


também, porque isto os envolvia também. Um membro do
clube não manteria as coisas de seus irmãos, mas Lucien
estava fazendo exatamente isso e ele se sentia como um
pedaço de merda por causa disso.

Seu celular tocou, e ele pegou um pano e limpou as


mãos antes de atender. Ele viu o flash do número de Callie
em sua tela, e se sentiu como um adolescente, por como ele
estava feliz quando viu que era ela. Lucien se levantou e
olhou para fora das portas do compartimento aberto da
garagem. Ele viu se estava sozinho, e então ele atendeu o
telefone.

— Hey, bebê. — Ele se afastou do clube e foi para a sua


bancada.

— Ei você. — Ela disse suavemente.

Ele estava ficando duro só de ouvir sua voz.


— Você está bem? — Ela estaria indo para a
universidade no próximo fim de semana, apenas alguns dias
de distância, e voltaria a River Run para férias e nos fins de
semana, o que ia ser muito duro. Mas isso não anula o fato
de que ele ia, provavelmente, aparecer aleatoriamente,
apenas para se certificar que ela estava bem, e para domar o
desejo de tocá-la em uma base constante.

— Eu estou, mas eu estava pensando... — Ela fez uma


pausa, e ele sabia o que ela ia dizer.

Ele se virou e olhou para o clube, viu Kink sair com


alguns dos outros caras, e sentiu essa dor angustiante de
traição. Lucien fechou os olhos e exalou bruscamente. Ele
sabia que não podia trair Kink mais.

— Bebê...

— Lucien, eu não posso fazer isso pelas costas do meu


pai mais. Temos que contar a ele sobre nós.

Ele suspirou, sentindo este alívio enchê-lo, mas foi de


curta duração quando Kink parou e acenou para ele.

— Até mais, irmão. Eu estou indo para casa ficar com as


minhas meninas. — Kink gritou, e Lucien ergueu a mão para
se despedir.

— Sim, querida, temos de dizer a ele agora, porque esta


já é uma situação ruim, e quanto mais nós nos mantivermos
calados, pior vai ficar. — Ele não ia lhe dizer que quando eles
fossem dizer a Kink ele iria bater para caralho nele, chutar o
traseiro de Lucien, e se preocupar com os danos depois.
— Eu sei. — Ela suspirou, e ele odiava que ela estivesse
se sentindo dessa forma. — Que tal você vir amanhã? Vamos
jantar, e nós podemos dizer ao meu pai juntos. — Ela parecia
insegura, com um pouco de medo, e ele odiava que ela
estivesse sentindo essas emoções turbulentas.

— Callie, tudo vai ficar bem. Eu vou me certificar que


fique. — Ele queria puxá-la para perto agora, para abraçá-la,
beijá-la, e certificar-se que ela não se sentisse assim. Sim, ele
estava totalmente atraído por esta mulher, e não havia
nenhuma mudança no fato de que ele só iria ficar mais
intenso.

— Eu vou te mandar uma mensagem com a hora para


você vir, mas eu quero isso resolvido, Lucien. Eu não quero
ter que falar com você pelas costas de ninguém. Eu não quero
esconder a minha relação com você, e eu espero que você faça
o mesmo.

— Não bebê. A última coisa que eu quero fazer é manter


o que eu sinto por você no escuro. Eu já fiz isso por muito
tempo. — Ela estava quebrando o seu coração. É claro que
ele não queria esconder o seu relacionamento, e, embora eles
não tivessem algum título infantil para dar ao que estava
acontecendo com eles, ela era sua e era mais do que qualquer
rótulo de namorado ou namorada que alguém desse. Ele era
velho o suficiente para saber o que ele queria na vida, e que o
que ele teve com Callie foi real. — Bebê, eu quero ser capaz
de te abraçar, te beijar, e poder ficar perto de você a qualquer
hora e em qualquer lugar. Eu não quero ter que fazer
qualquer coisa por trás de alguém, muito menos um irmão
Menace.

— As pessoas vão se machucar, Lucien. É inevitável. E


eu não quero isso, mas eu também te amo e não quero não
ser capaz de estar com você por causa do que os outros
pensam.

— Eu sei, Callie, e nós vamos descobrir isso. — Ele ficou


no telefone com ela por mais alguns minutos, e quando
desligou, olhou para a calçada. Ele era o pior tipo de pessoa
por fazer o que estava fazendo por trás das costas de Kink,
mas amanhã ele iria corrigir isso, porque a verdade era para
ter sido dita há três malditos meses atrás.

Callie estava uma pilha de nervos, e era por causa de


duas coisas. Hoje à noite Lucien estava vindo com alguns dos
caras do clube para o jantar, seu pai o chamou. Ela ainda
não teve tempo para conversar com seu pai sobre Lucien.
Kink organizou isso, para convidar alguns dos caras que não
estavam em uma corrida, porque ele disse que tinha algo
para falar com eles. Ele estava distante, mesmo quando
olhava para ela. Ela temia que ele já soubesse sobre eles, que
talvez ele tivesse de alguma forma ouvido de alguém que ela
estava com Lucien. Ele até parecia um pouco distante, como
se estivesse evitando Callie, o que a deixou preocupada que
talvez ela devesse apenas sair e dizer tudo antes que eles
tivessem em uma sala cheia de pessoas. Porque ela iria
querer membros do clube presentes quando isto tudo fosse
dito estava além dela. Embora todos eles fossem como uma
família, isso era algo que ela esperava apenas dizer a seu pai
em primeiro lugar.

Olhando para o relógio, viu que era 06:30h da noite.


Lucien, Caim, e Tuck deveriam estar vindo para comer, e
Cookie ainda estava na cozinha preparando as coisas.
Senhor, ela estava nervosa para caralho. Não só ela mal viu
Lucien desde que voltou de River Run, mas eles estariam
colocando tudo em pratos limpos.

— Você está bem, Callie? — Perguntou Cookie.

Callie se afastou do relógio e olhou para a outra mulher.

— Sim, eu estou bem, estava pensando sobre esta noite


e meu pai ligar e chamar alguns dos caras. — Ela esfregou as
mãos sobre as coxas. Ela mandou uma mensagem a Lucien
mais cedo esta noite, esperando que ele tivesse algum tipo de
dica sobre o porquê Kink queria que eles fossem hoje à noite,
mas ele estava tão ignorante quanto ela. Merda, Kink era o
único a sentar lá e dizer-lhe que precisava falar, que alguns
dos caras estavam vindo, e que era muito importante que ela
estivesse lá. Ela estava com medo do que ele ia dizer, de como
as coisas iriam ser, mas ela não teve escolha no assunto e
teria apenas que esperar. Se eles não estivessem abertos a
falar sobre o fato de que ela estava com Lucien, em seguida,
ela ainda teria que contar a verdade esta noite. Isso foi longe
demais, e ela planejava falar sobre os últimos três meses, os
seus sentimentos, e como ela estava com Lucien porque o
amava.

— Vai ficar tudo bem. — Cookie disse enigmaticamente,


e Callie observou enquanto a outra mulher se virou e
começou a ocupar-se na cozinha. Ela estava tentando
distrair-se, isso era certo, e Callie quis saber exatamente o
que diabos estava acontecendo. Callie nunca a viu
preocupada ou nervosa, mas esta noite ela estava
definitivamente mostrando essas características.

— Tudo bem, Cookie? — A outra mulher pode ser


apenas alguns anos mais velha que Callie, mas ela olhava
para Cookie como um modelo. Depois de tudo o que Cookie
passou nos anos de sua vida, ela ainda era forte, ela era
alguém que Callie gostava e aprendia muito com ela, e vê-la
nervosa como estava era um pouco inquietante. Cookie
sempre parecia no controle. Mesmo quando Callie recebeu a
notícia sobre o falecimento de sua mãe, Cookie estava lá,
dando-lhe a força necessária para não quebrar totalmente.

Cookie virou-se e acenou com a cabeça.

— Claro, querida. — Cookie começou a usar esses


carinhos maternais após a mãe de Callie falecer, e embora no
início fosse um pouco estranho ouvir a mulher um pouco
mais velha chamando-a assim, Callie não podia mentir e
dizer que não era reconfortante. Ela gostava de ouvir os
carinhos, de fato.

— Tem certeza? Você parece um pouco nervosa, e é isso


que me assusta. Bem, ainda mais do que hoje à noite.

Cookie assentiu e, em seguida, engoliu alto.

— Eu... — Ela olhou para baixo, torcendo a toalha em


suas mãos, e depois voltou a olhar para Callie novamente. —
Você deve saber antes de ser bombardeada lá com todos os
caras.

— Ok... — Callie olhou para ela, sentindo todo o seu


corpo ficar tenso. — O que está acontecendo? — Seu coração
estava acelerado, e ela teve um sentimento que isso
definitivamente tinha a ver com ela e Lucien. Maldição, tinha
alguém ouvindo eles conversarem? Ele não iria colocar um
dos caras seguindo Lucien até a universidade só para ver o
que ele estava fazendo, apesar de que teria sido um
comportamento sombrio. Mas, novamente, teriam visto o que
Lucien estava fazendo a mesma coisa fodida. — Eu não gosto
de surpresas, e toda essa vibração estranha e fodida que eu
estou recebendo de você e papai está me fazendo sentir como
se eu estivesse pisando em ovos.

Cookie se moveu para ela, olhou nos seus olhos, e por


um momento o que Callie podia ver no rosto de Cookie era
pura incerteza.

— Callie, seu pai e eu queríamos falar com você sobre


algo que acabamos de descobrir. — Cookie engoliu
pesadamente. — Nós já sabíamos há algum tempo, e
queríamos falar com você sobre isso, mas ele estava pirando,
e eu não sabia o que dizer, e...

— Oh Deus. — Callie se afastou, sentindo o calor no


rosto, porque ela sabia que isso estava prestes a ser sobre
Lucien e ela. — Nós realmente queríamos lhe dizer, Cookie. —
Ela se virou e olhou para a outra mulher. — Nós vamos dizer
ao meu pai hoje, porque estávamos cansados de nos
esgueirar, e parecia que era uma grande traição.

Cookie não respondeu, mas ela fechou as sobrancelhas


em confusão.

— Você iria nos dizer hoje à noite? — Perguntou Cookie.

Callie assentiu.

— Sim, eu ia cozinhar o jantar, e Lucien viria e nós


íamos dizer a vocês tudo, mas parece que vocês já sabiam. —
Ela esfregou a testa e suspirou. — Nós simplesmente não
sabíamos o que dizer, mas vocês já sabem. O que eu não
entendo é por que vocês convidaram os outros dois caras
também? Eu sei que o resto dos membros estão em uma
corrida, mas eu teria preferido que isso ficasse entre nós
quatro. Não que eu não ame os caras como a minha família,
mas, bem, você sabe. — Ela encolheu os ombros.

— Callie, querida. — Cookie deu um passo mais perto.


— Você ia nos dizer sobre você e Lucien estarem juntos esta
noite? — Cookie parecia confusa e chocada.

Oh. Merda.
— Você e Lucien? Como Lucien, o presidente do clube?
— Cookie sussurrou a última parte, os olhos arregalados.

O som do toque da campainha parou Callie de


responder. Mas ela não teria sabido o que diabos dizer de
qualquer maneira.

— Ei, pode uma de vocês abrir isso? — Kink chamou do


quarto ao lado, e Callie olhou para Cookie, e então olhou para
a porta da frente.

— Eu atendo —, Callie disse muito baixinho para


ninguém, mas para Cookie ouvir. Ela não disse nada a Callie,
mas ela continuou a olhar para ela com esta expressão de
choque no rosto. — Sim, eu só vou fazer isso. — Ela virou-se
e foi até a porta, com os joelhos tremendo, e suas pernas
pareciam como se fossem dobrar a qualquer segundo.
Quando ela agarrou a maçaneta e virou, abriu a porta, e viu
os três motociclistas massivamente enormes de pé na
varanda, ela olhou para Lucien imediatamente. Lá estava ele,
na frente dos outros dois homens que estavam falando
baixinho um com o outro, e seus olhos de prata treinados
direto sobre ela.

— Callie. — Ele disse o nome dela em voz baixa, e


quando os outros dois homens, Caim e Tuck, passaram por
ele e entraram, eles ainda ficaram lá olhando um para o
outro.

Callie queria dizer-lhe que esta noite não era sobre eles,
ou pelo menos não era o que parecia. Ela ainda não sabia o
que seu pai e Cookie iam dizer, mas agora Callie estava
preocupada que Cookie iria dizer a todos o que Callie disse na
cozinha. Mas seja o que for que Cookie e Kink estariam
dizendo, definitivamente era importante para que eles
planejassem este jantar improvisado, e ela pensou que era
um pouco irritante. Ela se afastou para deixar Lucien entrar.
Esta foi a primeira vez que o viu desde que ele foi atrás dela
na faculdade. Era mais seguro e mais inteligente, apenas
manter a distância até que pudessem dizer a seu pai sobre
tudo isso. Mas era muito difícil, e quando ele passou,
propositadamente roçando a mão ao longo dela de passagem,
essa emoção de eletricidade passou por ela. Ele cheirava bem,
masculino e poderoso, e lembrando-a de tudo o que era
Lucien. Ela olhou para a forma como os jeans moldavam seu
corpo duro, e no fato que sua camiseta preta não escondeu o
jogo de músculos por baixo do material. Ela lembrou-se
claramente como ele se parecia com nada, tão forte e grande,
elevando-se sobre ela quando ele empurrou profundamente
em seu corpo e tomou sua virgindade.

— Irmão. — A voz do pai a trouxe de volta, e ela se


afastou de Lucien para fechar a porta. Os dois homens
saudaram uns aos outros na parte de trás, e foi tão estranho
ver o homem que amava e seu pai abraçando como se o que
ela e Lucien estavam fazendo por trás de todos não fosse sua
realidade. Seu pai parecia tenso, e ela se perguntou, se eles
não iam enfrentá-los, o que estava fazendo-os agir de modo
estranho.
CAPÍTULO
10
Todos se sentaram ao redor da mesa, Tuck e Cain
parecendo alheios ao fato de que o resto deles estavam
olhando um para o outro com os olhos esquivos, perguntando
o que diabos estava acontecendo, mas não falando. Eles
acabaram de comer cerca de dez minutos atrás, e o silêncio
estava começando a tornar-se espesso e desconfortável. Callie
agarrou a água, tomou um gole, e olhou para Lucien sobre a
borda do seu copo. Ele sentou-se entre Cookie e Caim, e seu
pai estava na cabeceira da mesa, seu foco na garrafa de
cerveja na frente dele.

— Eu chamei vocês aqui esta noite porque eu tenho algo


que eu preciso dizer a todos. — Kink olhou para todos, e
Caim e Tuck pararam de comer a sua torta de maçã e
olharam para ele. — Achei que poderia esperar até que todos
os caras estivessem de volta da corrida, mas eu queria dizer a
todos agora desde que Callie voltará para a faculdade e está
tudo em família. — Ele olhou para Cookie. —Além disso, nós
não queremos esperar.
— O que está acontecendo? — Callie trocou em sua
cadeira e olhou entre Cookie e seu pai. Quando ela olhou
para Cookie novamente foi para ver que ela estava olhando
diretamente para ela. Cookie tinha essa expressão
preocupada, quase cheia de horror em seu rosto, e então ela
olhou para Lucien, como se quisesse dizer algo, mas
felizmente não disse nada. Quando Callie olhou para Lucien
viu essa expressão vazia no rosto, seu corpo relaxado na
cadeira, e um braço apoiado sobre a mesa. Ele parecia calmo,
mas Callie sabia que ele estava pronto para qualquer coisa.

— Você quer dizer a eles ou eu devo, Cookie? — Kink


disse, e quando Callie olhou para o pai ela viu, pela primeira
vez em sua vida, esta expressão vulnerável em seu rosto.
Todos os olhos se voltaram para Cookie, e então ela sorriu
grande.

— Nós não queríamos preocupar ninguém, — Cookie


disse e olhou diretamente para Callie. — Mas, queríamos
dizer-lhe tudo, bem, os que estão aqui, pelo menos, que nós
estamos tendo um bebê.

A sala ficou em silêncio por um segundo, todo mundo


olhando para o outro, e depois Tuck e Cain explodiu em
gritos de alegria.

— Eu estou com cerca de cinco semanas, e isso é


totalmente uma surpresa para nós. — Cookie disse e
começou a torcer as mãos. E então ela olhou para Callie. —
Nós não planejamos isso, mas estamos felizes com a notícia.
Caim e Tuck se levantaram e caminharam até Kink, que
agora estava fora de seu assento. Ele tinha esse sorriso bobo
no rosto, e bateu nos outros homens nas costas quando eles
deram um ao outro aquele abraços viris que os caras fazem
um com o outro. Lucien se levantou e fez a mesma coisa com
seu pai, e falavam em voz baixa, abraçando novamente. Callie
ficou de pé, seu pai e Cookie não estavam olhando para ela,
talvez pensando que ela estaria em pânico.

— Querida, nós não planejamos isso, embora o tempo


não seja o mais indicado.

Ela balançou a cabeça, parando o pai antes de terminar.


Sim, foi apenas alguns meses desde que sua mãe faleceu,
mas a vida não parou o que significa que acabou o luto. Ela
pode não ter tido o melhor relacionamento com sua mãe,
poderia ter desejado em uma centena de ocasiões diferentes
que ela só pudesse sair porque ela terminou a vida com ela,
lidar com besteira, e ter que lutar contra ela em tudo. Mas ela
estava seguindo em frente, indo para frente com sua vida, e
queria que seu pai e Cookie fizessem o mesmo.

— Eu acho que é o momento perfeito. — Callie sorriu e


viu o alívio no rosto de seu pai. Ele aproximou-se dela e
passou os braços em volta dela, e deu a Callie um grande
abraço de urso.

— Estou feliz que você está bem com isso, querida.


Preocupei-me que talvez você ficaria chateada porque isso foi
muito rápido após sua mãe...

Ela balançou a cabeça.


— Precisamos todos seguir em frente com a nossa vida,
pai. E embora eu perdi minha mãe, e a amei, não pode se
preocupar com que seja muito cedo para fazer alguma coisa.
— Ela se afastou e olhou para o rosto de seu pai.

— Você é bem inteligente, menina. — Ele se inclinou e


beijou-a na cabeça, e ela olhou para Lucien sobre o ombro de
seu pai. Observou-os, este olhar estranho em seu rosto, mas
que a fez se sentir feliz. Lucien fez sentir-se especial, querida,
e como se nada jamais fosse machucá-la.

— Vamos, irmãos, vamos beber e comemorar. — Disse


Cain, e os quatro homens entraram na sala de estar.

Cookie ainda estava sentada à mesa, quando Callie se


voltou para ela se levantando.

—Parabéns. — Disse Callie e deu a Cookie um abraço.

— Você está bem em ser uma irmã mais velha? —


Cookie perguntou e riu baixinho.

— Você está pronta para ser mãe? — Callie perguntou e


puxou para trás, sorrindo.

Cookie olhou para ela por um momento, e depois sorriu.

— Eu acho que eu realmente estou. — Elas se afastaram


uma da outra, e, em seguida, ela inclinou a cabeça em
direção à cozinha. Callie seguiu a Senhora de seu pai, e uma
vez que estavam várias salas de distância de onde os homens
estavam, Cookie virou e olhou para ela.

— Conte-me tudo, Callie, porque isso é uma merda


séria.
Callie assentiu e exalou.

— Sim, eu sei. — Ela olhou para a mulher que era como


uma melhor amiga para ela, que esteve lá durante seu
momento mais difícil, e ela olhou para cima. — Mas eu o
amo, Cookie, e ele me ama. — Ela disse suavemente,
sentindo todas as emoções se levantarem. — Não tive a
intenção de fazer qualquer coisa por trás das costas de
ninguém, mas simplesmente aconteceu.

O som dos caras rindo teve Callie olhando atrás dela no


corredor. Seu coração estava em sua garganta, e ela estava
tão nervosa sobre dizer tudo isso em voz alta.

— Há quanto tempo isso vem acontecendo exatamente?


— Perguntou Cookie, e Callie olhou para ela.

— Oficialmente? Duas semanas, mas temos ficado


afastados desde que eu fui para faculdade. Nós planejamos
dizer ao papai, mas o tempo não batia.

Cookie sacudiu a cabeça e encostou-se ao balcão. Elas


olharam uma para a outra por um momento com suspense.

— Diga-me o que diabos aconteceu.

Pelos próximos vários minutos Callie disse a Cookie


tudo. Ela disse a ela sobre a festa e Lucien levá-la de volta a
sua casa, porque ela não queria que o pai dela descobrisse.
Ela disse a ela como caiu loucamente apaixonada por ele, e
como ele se manteve afastado por meses até que ele veio para
a universidade e eles finalmente estavam juntos.
— Então... você era... e foi com ele? — Cookie estava
soando mais e mais chocada a cada segundo.

Callie não entrou em detalhes, mas ela fez aceno.

— Droga, Callie, isso é muito ruim.

— Não, Cookie, não é ruim porque nós nos amamos.

Cookie sacudiu a cabeça.

— Não, eu não estou dizendo que é ruim que você o


ama. — Ela se aproximou. — Isso é ruim porque você está
com o presidente do clube, e escondeu-o por três meses de
seu pai e todos os outros, Callie. — Cookie pegou as mãos de
Callie e deu-lhes um aperto.

— Nós não escondemos nada nos últimos três meses


além do fato de Lucien me ajudar quando eu estava na festa.
Nada aconteceu até duas semanas atrás. — É claro que isso
não é uma desculpa. — Eu deveria ter dito a meu pai sobre a
festa e de estar bêbada e ir para o próximo dia de Lucien, o
mais tardar, mas eu estava com medo das repercussões
dentro do clube. Eu não quero que ninguém fique chateado
com Lucien de esconder isso deles. — Ela encolheu os
ombros, olhou para o chão, e se recusou a chorar. — Mas
então tudo só aumentou quando ele estava na universidade
comigo. Meus sentimentos só cresceram mesmo quando ele
tentou me empurrar para longe e manteve a distância.

— Oh, querida, — Cookie disse e puxou-a para um


abraço. — Tudo ficará bem.
— Não, não ficará, Cookie. — Callie sacudiu a cabeça. —
Meu pai vai se sentir traído, e eu posso ver por que ele faria,
mas eu juro por Deus, amo Lucien.

Cookie a puxou para trás e olhou em seus olhos.

— E ele te ama? — Ela perguntou, e Callie assentiu.

— Ele ama. Eu sei que ele ama pela maneira como ele
olha para mim, me toca, e fala comigo. Ele é diferente quando
ele está comigo, se você pode acreditar nisso.

Cookie lhe deu esse sorriso suave.

— Sim, querida, eu sei exatamente o que você quer


dizer.

Já era tarde, Cookie foi deitar uma hora atrás, e Caim e


Tuck já voltaram para o clube para terminar a festa. Lucien
estava feliz por Kink e Cookie, sabia que o clube era tanto
uma parte de sua família como a sua Senhora e filha eram,
mas desejou que pudesse ter falado sobre o outro assunto.
Hoje à noite, obviamente, não era a noite para falar com o pai
de Callie sobre Lucien querendo-a como sua Senhora, sobre
como ele a amava, faria qualquer coisa por ela e estava muito
malditamente apaixonado por ela.
Ele pegou as chaves do bolso e, embora ele quisesse ver
Callie antes de sair, ele sabia que não era a escolha mais
sábia agora.

— Saindo irmão? — Disse Kink da escada, e Lucien se


virou e olhou para ele.

— Sim, está ficando tarde.

Kink assentiu. Ele esfregou a mão pelo cabelo, olhou


para a porta do quarto que Cookie entrou, e então este
sorriso apareceu em seu rosto.

— Você acredita que eu vou ter outro filho?

Lucien sorriu.

— Cara, eu espero que você esteja preparado. Você está


ficando muito velho para isso.

Kink começou a rir, e, em seguida, virou para fora.

— Sim, eu sei. E se é uma outra menina aí eu estou


ferrado, porque eu já estou enlouquecendo, sobre Callie indo
para a faculdade e esses filhos da puta mexendo com ela.

Lucien limpou a garganta, abriu a boca para apenas


dizer a Kink sobre cada coisa fodida e sombria que fez e
pensou a respeito de Callie, mas, em seguida, o objeto de sua
afeição, obsessão, amor entrou pela porta da cozinha. Ela
parou, olhou entre eles, e ele podia ver como ela estava
nervosa. Cristo, isso aqui era uma situação embaraçosa.

— Escute, eu vou para a cama de qualquer maneira,


mas eu vou te ver na sede do clube amanhã.

Lucien assentiu.
— Soa bem, irmão. — Lucien deveria ter acabado de
sair, mas ele estava perto da porta da frente e olhou para o
caminho e viu Kink abraçando Callie, beijou-a na parte
superior da cabeça, em seguida, virou-se e dirigiu-se para o
seu quarto.

Callie olhou para ele, sorriu suavemente, e ele queria


beijá-la, abraçá-la e dizer-lhe que não tinha necessidade de
esconder mais. Mas hoje, agora, não era o momento.

— Eu te vejo mais tarde, Callie.

Ela engoliu em seco, passou as mãos sobre as coxas, e


depois assentiu.

— Tchau, Lucien.

Droga, foi ficando difícil ouvi-la dizer o nome dele. Ele


queria ela demais, e o fato de que tinha duas semanas desde
que ele a tocou estava o corroendo. Antes que ele dissesse
algo, ou fizesse algo, que iria desrespeitar a sua casa, ele se
virou e saiu pela porta da frente indo para sua motocicleta.
Ele montou sua Harley, pegou seu capacete, mas então ele
ouviu a porta da frente abrir e fechar, e viu Callie andando
em direção a ele com os pés nus pisando no cimento. Antes
que ele soubesse o que ela estava fazendo, ela estava em seus
braços, sua boca na dele, e sua língua varrendo ao longo de
sua. Callie tinha os braços em volta do pescoço, e ele cresceu
para ela. Foda-se, ele a queria muito.

— Bebê, não podemos fazer isso. Não podemos


desrespeitar Kink desta forma, não mais.
Ela se afastou, respirando pesadamente, e sua boca
brilhante e vermelha de seu beijo.

— Eu sei, mas eu senti sua falta. Eu sinto falta de você,


Lucien.

— Droga, Callie, eu sinto sua falta, também. — Ele disse


suavemente, e em seguida, agarrou a parte de trás de sua
cabeça e beijou-a profundamente. Ele correu sua língua ao
longo da dela, engoliu os gemidos dela, e sabia que ele
deveria parar, mas não era capaz de acabar com sua
obsessão por ela. Kink estava certo. Lucien não queria
desrespeitar seu irmão e VP, mas ele não podia parar. Ele
não podia levar-se a afastar-se, para fazer a coisa certa.

— Você está certo —, disse Callie contra seus lábios, e


se afastou. Ambos estavam agora respirando com dificuldade.
—Nós precisamos dizer a ele, mas esta noite não, não quando
eles deram a notícia do bebê. — Ela olhou para o chão. —
Mas amanhã, já que ele estará na sede do clube, os caras
ainda estão na corrida, e nós podemos ser abertos e
honestos.

Ele assentiu. Segurando o queixo com os dedos, ele


levantou a cabeça, para que ela olhasse para ele.

— Sim, querida, amanhã vamos dizer a ele, e então nós


não teremos que nos esconder. Tudo vai dar certo. — Mas ele
sabia que não era verdade, porque a luta seria feia, o sangue
seria derramado.

— Vamos dar um passeio, Lucien, — Ela disse


suavemente, e depois sorriu. — Meu pai e Cookie foram para
a cama, e acredite em mim quando eu digo que eles não
sairão a noite toda. — Ela fez uma careta, e depois balançou
a cabeça em desgosto. — Acredite em mim.

Ele começou a rir.

— Callie, provavelmente não é a melhor ideia no


momento.

— Eu sei, mas eu só quero ser livre, para estar na parte


traseira de sua moto, e quando disser ao meu pai eu sei que
estar com você vai ser difícil. — Ela olhou para a porta da
frente. — Assim como é difícil agora, porque ele vai ficar
furioso, Lucien, e com razão. — Ela olhou para ele
novamente. — Só vamos aproveitar este momento de alívio
pra estar juntos.

Olhando para o rosto, vendo a pequena inclinação do


nariz, a curva de seus lábios vermelhos, e a suavidade e o
brilho dos seus olhos azuis, ele sabia que não podia negar-lhe
qualquer coisa, mesmo quando ele deveria. Quando ele não
respondeu, mas levantou o canto da boca num sorriso, ela se
inclinou e beijou-o suavemente.

Ela parecia triste, e ele alisou um dedo para baixo da


ponte de seu nariz. — Basta um rápido passeio, Lucien,
porque eu sei que depois que tudo isso for dito as coisas
definitivamente vão ser diferente. — Ela virou-se e voltou
para casa, e ele exalou. Ele era um amigo de merda agora.
Ele sabia melhor do ninguém que manteria isso acontecendo,
embora ele soubesse que era errado, até que falasse com
Kink. Ele era um bastardo, mas amar Callie significava que
ele não podia ficar longe, não conseguia parar de estar com
ela, mesmo que isso fosse o que um irmão, um membro dos
Brothers of Menace, devia fazer.

Callie apertou sua mão na cintura de Lucien e


descansou sua bochecha contra suas costas. Se havia uma
pessoa de fora olhando para dentro de tudo isso, o que ela e
Lucien estavam fazendo e como eles estavam mantendo tudo
isso de seu pai, eles provavelmente veriam ela e Lucien como
um bando de idiotas traidores. Mas isso não era como ela via.
Ela via como não querendo ferir o pai dela, como amar um
homem que outros considerariam ser proibido, uma vez quem
ele era e quem era ela. Mas Callie não podia ajudar, como se
sentia, e não queria parar suas emoções, ou ser sufocada
pelo que os outros consideravam errado e traiçoeiro.

Lucien segurou as duas mãos com as suas, e deu-lhes


um aperto suave. Ela fechou os olhos e ouviu o estrondo de
sua Harley abaixo deles, o vento movendo-se sobre seus
corpos, e os aromas que invadiram seu nariz. Seu colete era
de couro liso e macio, e o cheiro de ele ser bem cuidado
encheu seu nariz. A força e o poder que sentia por Lucien a
consumia. Pode ter sido apenas um curto período de tempo
que ela esteve realmente com Lucien, mas eram os mais vivo
e emocionante de duas semanas de sua vida. Depois de
meses de desmaio por ele, querendo algo que ela nunca
pensou que ela tivesse, ela estava finalmente sentindo-se
completa. Era estranho sentir isso, ter essa solidez em sua
vida, e sentindo como se as coisas estivessem finalmente
certas.

Eles estavam montando durante os últimos vinte


minutos, ainda estavam perto de River Run, mas estavam
fora da cidade. As árvores os rodeavam, e a lua estava cheia e
brilhante o suficiente para que ela pudesse ver claramente.
Ela não sabia o que o futuro reservava, mas sabia que ela
não iria desistir do que ela queria, não importa o que alguém
dissesse. E o que ela queria era Lucien, um homem com o
dobro de sua idade, o presidente de uma gangue de
motoqueiros fora da lei, e amigo de seu pai. Ela só esperava
que seu pai visse que estar com Lucien a fazia feliz, e que ele
aceitasse, porque esta era a sua vida.
CAPÍTULO
11
Kink deveria aparecer na sede do clube mais tarde
naquele dia, e apesar de Lucien sentir-se aliviado por
finalmente revelar toda a verdade, também estava nervoso
sobre a reação de Kink. Kink sempre esteve ao lado dele, ele
arriscou sua vida por Lucien em mais de uma ocasião, e era
como uma família para ele.

Ele ia se magoar, e apesar de Lucien desejar que as


coisas não tivessem ido por esse caminho, ele também não
faria nada diferente daquilo que ele fez com Callie. No início
ele a afastou e se forçou a concentrar-se em coisas que não
eram proibidas para ele, mas, obviamente, seus sentimentos
por ela não mudaram.

O som de uma porta abrindo o fez afastar a vista dos


papéis que estava revisando. Além de alguns recrutas, de
Caim e Tuck, o resto dos membros estavam em uma corrida
para fechar alguns terrenos em Springs, juntamente com um
caixote cheio de armas do comércio de cocaína. Os Irmãos
normalmente não mexiam com drogas, mas depois que
receberam um estoque como pagamento para derrubar
alguns punks que estavam assediando meninas no colégio da
comunidade local em Harlow, cocaína era seu pagamento.
Ao som de passos se aproximando, ele se levantou e foi
até a porta. Ele viu Callie olhando ao redor da área principal
do clube, então ela parou e olhou para ele.

— Ei, o que você está fazendo aqui tão cedo? —, Ele


perguntou, sabendo que ela não deveria estar aqui por mais
uma hora, logo antes de Kink aparecer.

Ele encostou-se no batente da porta e cruzou os braços


sobre o peito. Ela parecia ótima, realmente muito bem de
fato. A saia jeans que ela usava não era muito curta, mas ele
viu uma boa quantidade de suas coxas exuberantes, e seu
pau empurrou dolorosamente atrás de seu zíper.

Ela encolheu os ombros, e depois sorriu lentamente.

— Eu sei, mas eu tive que ir até a loja para pegar mais


algumas coisas para o meu dormitório... — Ela ficou em
silêncio, como se falar essas coisas a aborrecessem.

— Ei, o que há de errado? — Ele se aproximou dela, e


lhe apertou sua mão firmemente.

— É ruim que eu queira ficar em River Run com você?


— Ele sabia o que ela queria dizer, mas não estava disposto a
deixá-la arruinar sua vida por causa dele. Lucien a puxou em
direção a sala de reunião e fechou a porta atrás deles.

Acariciando o cabelo dela, olhou em seus olhos azuis


brilhantes e soube que esta mulher seria seu fim. Ela
sustentava seu coração em sua mão, e ele nem sequer achou
que ela sabia disso.
— Bebê, eu sei o que você quer dizer, mas não há
possibilidade de que eu vá deixá-la mesmo sustentar a ideia
de ficar aqui por minha causa. — Ele examinou o rosto dela
com o olhar, pegando cada forma que a compunha, e sentiu
seu amor por ela crescer em um nível muito perigoso.

— Você vai ter sua graduação em Negócios, vai voltar


para casa e trabalhar com o clube, e todo o resto vai se
encaixar. — Ela disse a ele que era o que ela queria, e apesar
de dizer isso em voz alta, fazendo-a ouvir suas próprias
palavras, pode perturbá-la mais, ela precisava saber que ele
queria isso para ela.

Ela balançou a cabeça, olhou para baixo, e quando


olhou para ele novamente, ela estava sorrindo.

— Eu poderia ficar em River Run e ir para faculdade


comunitária, assim eu poderia estar perto de você, Lucien. —
As palavras dela o encheram de calor, droga, elas o
consumiram.

— Eu amo você, Callie Roberts. Eu te amo para caralho!


Mesmo que isso me faça sentir como um bastardo por pensar
que eu possa realmente ter algo bom e certo na minha vida.
— Ele continuou a olhar em seus olhos, sentiu seu coração
que um dia esteve frio e morto voltar a bater forte e
rapidamente, depois se inclinou para sussurrar contra a sua
boca. — Você é a porra da minha mulher, Callie, minha
Senhora, e eu faria qualquer coisa por você. — E então ele
sacudiu a cabeça. —Mas eu não vou deixá-la arruinar a sua
vida, o seu futuro. Você vai para Baker, tornar-se ainda mais
inteligente, e quando você terminar a faculdade você vai fazer
algo incrível da sua vida. — Ele começou a mover o polegar ao
longo de sua bochecha. —Mas eu vou estar aqui, bebê. Eu
não vou a lugar nenhum, porque você é minha e eu sou seu,
e é assim que sempre vai ser.

Callie assentiu, e então seu sorriso se alargou.

— Você está certo, mas não sobre eu arruinar a minha


vida.

Ele a soltou, virou-se para a pequena janela na sala de


reuniões e olhou para os poucos recrutas que estavam
trabalhando nas motos na garagem. Eles estavam sozinhos,
pelo menos pela próxima hora e, embora ele não devesse
estar pensando em nada além da próxima conversa que teria
com Kink sobre sua filha, quando ele se virou tudo o que ele
queria fazer era beijá-la. Ele olhou para ela, e a forma como
ela olhou para ele, um pouco nervosa, o fez se aproximar.

Callie recuou um passo. Ela poderia tentar escapar dele,


mas ela sorriu parecendo animada, e ele não ia deixá-la ir
embora, não até que ele a saboreasse. Callie estava ansiosa
por seu toque, ele poderia dizer pela forma como seu pulso
batia na base do pescoço dela, e do jeito que ela estava
respirando mais rápido. Ela se afastou mais um passo.

— Fugindo de mim, bebê? — Sua voz era baixa. Ele


poderia dizer que ela estava excitada, que ela o queria,
embora este fosse o momento mais impróprio. Quando a
parede deteve seus passos, ela colocou as mãos espalmadas
atrás dela, ele se aproximou até que seus peitos quase se
tocassem. Ele tomou uma respiração profunda, inalando o
cheiro dela, a memorizando.

— Eu não estou fugindo.

Ele se inclinou para que suas respirações se


misturassem e suas bocas estivessem apenas separados por
uma polegada.

— Não? — Ele levantou uma sobrancelha.

Ela balançou a cabeça, lambeu os lábios, e disse:

— Não. Eu não estou fugindo. — Sua voz era suave


quase um sussurro.

— Não, tem certeza, bebê?

Ela assentiu e fechou os olhos, exalando uma respiração


instável no processo. Ele olhou em direção aos lábios dela e
tomou sua boca em um beijo profundo e penetrante, fodendo
ela com a língua da mesma forma que faria quando estivesse
com o pênis entre as suas pernas. Lucien era forte em suas
ações, batendo as mãos na parede ao lado da cabeça dela e
pressionando o pênis em sua barriga. Um gemido rouco o
deixou quando ela acariciava sua língua com a dele. Ele se
afastou muito cedo, e ela piscou várias vezes.

Lucien deslizou as mãos para baixo na parede, tocou


seus ombros, acariciou seus braços e então pegou suas
mãos.

— Você é minha, Callie. Eu te amo, querida.

Era como se ele houvesse se tornado um tipo de homem


romântico e bunda mole. Estar com ela mudou algo nele, e
ele adorava. Ela foi a única a bater sua boca na dele agora, o
gemido suave que a deixou teve seu pênis saltando para a
frente, crescendo duro e desconfortável com a necessidade de
se enterrar profundamente dentro dela.

Ele deslizou as mãos pela bunda dela, e em um


movimento sem esforço, levantou-a do chão. Ela enrolou as
pernas em volta da cintura dele e inclinou a cabeça para o
lado para aprofundar o beijo. Lucien era tão duro, ela
adorava tomar a iniciativa de estar com ele, mostrar-lhe que
ela o queria também. Ele se inclinou para trás uma polegada,
tomou o caminho de sua saia e foi subindo por suas
cremosas coxas grossas, ele apertou seu pau contra sua
vagina coberta pela calcinha. Ela gemeu deixando cair a
cabeça contra a parede, e ele começou a beijar seu pescoço.
Ele empurrou contra ela novamente, moendo seu pênis em
sua vagina, tudo o que queria era apenas puxar a calcinha
dela de lado. Puxar o seu pau para fora e empurrar
diretamente em seu pequeno corpo molhado.

— Isso é tão bom, Lucien.

Ele gemeu contra seu pescoço e acrescentou um pouco


mais de pressão.

— Foda-me, Lucien.

Ele se afastou e olhou para o rosto coberto de êxtase.

—Foda-me bem aqui, onde qualquer um possa ver. —


Ela agarrou seus bíceps, apertando as unhas em sua carne, e
ele vaiou. — Qualquer um pode olhar pela janela e ver você
me fodendo muito duro. — Ela deslizou as mãos pelo pescoço
e agarrou a parte de trás da cabeça dele. — Eu gostaria de
gritar muito alto porque me sinto tão bem, mas sei que você
cobriria minha boca para abafar o som.

A explosão de erotismo da sua mulher, o teve respirando


com mais dificuldade.

— Maldição, Callie. — Ele estava tão duro, tão ligado por


ela. Justo quando ele alcançou entre seus corpos para
desabotoar as calças jeans e deslizar o zíper para baixo, teve
que levantar a cabeça da curva do pescoço dela ao som de
passos se aproximando. Antes que ele pudesse se mover ou
colocá-la no chão, Kink entrou. Kink tinha a cabeça baixa o
foco em seu celular, mas quando ele entrou na sala de
reunião olhou para cima. Durante vários segundos os três
ficaram ali, congelados.

Lucien não podia se mover, apesar de saber que ele


deveria colocar Callie para baixo. Era como se ele não
soubesse o que diabos fazer pela primeira vez em sua vida.
Kink olhou entre Lucien e Callie.

— Pai. — Callie disse baixinho, chocada e assustada, e


tão vulnerável que Lucien queria colocá-la atrás para
proteção de seu corpo, e certificar-se de que nada disto
explodisse nela.

E então todo o inferno começou quando o rosto de Kink


se converteu em uma máscara de pura raiva. Ele jogou o
telefone no chão o quebrando, e avançou em direção a Lucien
com promessas de assassinato em seus olhos.
Lucien a empurrou de lado quando Kink veio para a
frente. Callie nunca viu seu pai tão chateado, e ela o viu
zangado muitas vezes.

Callie recuou um passo quando seu pai começou a


lançar os punhos para a esquerda e direita. Lucien não
tentou se defender, apenas bloqueou os golpes. Ela sabia que
ele não iria lutar contra seu pai. Kink era como máquina para
atacar Lucien, e ela se sentiu impotente para detê-los.

— Papai! — Ela gritou, mas os grunhidos e maldições


eram muito altos para que eles a ouvissem.

— Quanto tempo você vem fodendo minha filha pelas


minhas costas? — Kink grunhiu, se jogando em Lucien. Ele
acertou um soco no lado de Lucien, e ela gritou, para que eles
parassem assim ela poderia explicar.

— Por favor, Deus, Pai, por favor, pare. — Ela implorou,


mas suas palavras caíram em ouvidos surdos.

— Kink, irmão, por favor, deixe-me explicar.

— Você não é meu irmão. Um irmão e amigo, não seria


capaz de fazer uma dessas pelas minhas costas. — Rosnou.
— Você e eu não temos nada para falar. — Kink lançou outro
soco, mas Lucien agarrou o punho dele antes que ele o
acertasse no rosto.
— Nós te chamamos no clube hoje para te dizer, Kink.
Nós queríamos te dizer ontem, mas a notícia do bebê nos
dissuadiu. — Lucien grunhiu quando Kink veio atrás dele
novamente, mas Lucien empurrou seu pai de volta. Kink
ficou ali, respirando com dificuldade, com o corpo tenso a
raiva em seu rosto tangível.

— Então, ao invés de esperar que eu aparecesse você


decidiu prender minha filha contra a parede e tocá-la como se
ela fosse sua, e achou que essa era a decisão certa? — Kink
rosnou e estalou os dedos. — Ela é a porra da minha filha,
Lucien. Minha filha de dezoito anos de idade. Você tem mais
que o dobro da idade dela. Callie é um maldito bebê
comparado a você.

Kink começou a andar, suas emoções selvagens e


turbulentas, e Callie não pôde evitar as lágrimas que
começaram a cair. Ela queria ser forte, precisava ser forte
agora, mas vendo seu pai e o homem que ela amava se
enfrentarem e tudo por causa do que ela queria e do que ela
fez com Lucien, partiu seu coração.

Kink parou de andar e olhou para ela quando ela


fungou, contendo as lágrimas.

— Papai, eu juro que não queriamos magoar ninguém.


Não tivemos a intenção de fazer qualquer coisa pelas costas
de ninguém. — Ela olhou para Lucien, e quando ele olhou
para ela havia essa expressão de dor no rosto dele.
— Callie bebê, por favor, não chore. — Lucien disse
baixinho, mas o som do pai dela rosnando e amaldiçoando fez
com que os dois olhassem para Kink.

Ele se moveu para a frente novamente, com o rosto


vermelho de raiva, e jogou Lucien no chão. Seus grandes,
corpos musculosos bateram contra a mesa de reunião e a
madeira pesada não a acertou por pouco. Ela foi pressionada
contra a parede, olhando com horror a forma como seu pai
acertava Lucien uma e outra vez no rosto, mas Lucien ainda
se recusava a levantar a mão para Kink.

— Eu não vou lutar com você, irmão. — Disse Lucien e


depois resmungou quando Kink de um murro na sua lateral.

O pai dela socava Lucien em qualquer lugar que ele


pudesse alcançar e Lucien somente o bloqueava. Ela ouviu as
portas da frente do clube serem abertas. O quebrar das
cadeiras ao bater nas paredes, a força da luta, o barulho dos
punhos batendo na carne, e grunhidos enchendo o ar, foi
uma experiência horrível.

— Oh, merda. — Dois recrutas estavam agora de pé na


soleira da porta da sala de reuniões, com os rostos numa
máscara de choque enquanto eles viam o presidente e o vice-
presidente do seu clube numa luta brutal.

Lucien empurrou Kink novamente.

— Kink, irmão, por favor pare com isso. Deixe-me


explicar, porque eu não vou lutar com você, caralho.

Seu pai não se importava, ou não estava pensando


claramente, porque ele se jogou para a frente como um
maldito rinoceronte que pretendia esmagar um tanque. Callie
gritou quando seu pai e Lucien se chocaram contra a parede
ao lado dela, jogando as fotos de membros no chão. Vidro
quebrado, e o som de trituração sob seus pés encheu sua
cabeça. Ela não pensou e acabou indo para a frente. Ela foi
estúpida por tentar parar o pai dela, mas agora ela não
estava pensando apenas reagindo.

Callie estendeu a mão para o pai dela, pegou sua


jaqueta, e tentou puxar Kink de volta, mas ele era tão grande
e poderoso como uma parede de tijolos. Ela puxou mais forte,
gritou o nome dele para chamar sua atenção, mas a força da
luta a fez cair para trás e bater seu quadril no lado da mesa
de reunião. Sibilando com a dor que cortou o lado dela, ela
empurrou-se de lado e olhou para os dois homens que amava
mais do que tudo. Kink, seu pai que sempre esteve ao seu
lado e a protegeu com sua vida. E então houve Lucien, o
presidente MC que ela caiu tão duro e que estava tão
apaixonado por ela que não conseguia nem pensar direito.

— Você, seu babaca. — Lucien gritou e empurrou Kink a


distância e foi em direção a Callie ao notar que ela estava
ferida.

— Tire as malditas mãos de cima da minha filha! —


Kink gritou.

Lucien a puxou para trás dele, colocou a mão dele em


seu quadril e a segurou perto de suas costas.

— Eu não vou desistir dela, Kink! Eu a amo, e você e eu


precisamos conversar sobre isso.
— Ela não é sua, Lucien. Ela nunca será sua. —Sangue
marcava o lábio de seu pai pelo momento em que ele foi
empurrado para longe e bateu na parede.

Ela olhou para o rosto de Lucien, e pelo que pôde ver, o


lábio dele estava partido e o olho esquerdo estava inchado e
com hematomas.

— De todas as mulheres do mundo, nesta cidade


maldita, por que diabos você teve que ir atrás da minha filha?

Os dois trocaram olhares num silêncio pesado e intenso.

— Nós não planejamos nada disso, Kink. Caramba, eu


tentei ficar longe, mas eu a amo, e juro por Deus eu tinha a
intenção de te contar a muito tempo. Nós não queríamos que
você descobrisse dessa maneira.

— O que? Você quer dizer que você queria me dizer


depois de ter me traído por estar fodendo com a minha
menina? — Kink rosnou.

Lucien rosnou.

— Eu não vou lutar com você, mas cuidado com o que


você fala sobre a Callie, Kink. — Lucien soou intenso,
perigoso, e apertou o quadril dela suavemente. — É sobre a
Callie que estamos falando. Eu não posso lutar com você
sobre isso, porque eu sou o errado, mas vou chutar sua
bunda se você disser mais alguma coisa sobre ela. — Ele
virou a cabeça e cuspiu um bocado de sangue. Lucien correu
as costas de seu braço em seus lábios, olhou para baixo viu o
vermelho cobrindo seu antebraço e suspirou em derrota. —
Eu não quis te desrespeitar, irmão, realmente eu não quis.
Eu também não planejei essa merda. Simplesmente
aconteceu. — Ele rosnou as palavras, e ela sentiu a raiva
proveniente de Lucien.

Kink olhou para Lucien com os olhos serrados. Seu


peito subia e descia rápido, e seu pai fechou e abriu as mãos
em seus lados.

— Não venha me pregar sobre o que dizer e o que não


dizer a respeito da minha filha. — Ele rolou a cabeça em
torno de seu pescoço, e fez um som baixo em sua garganta.
— Você pode não ter querido me desrespeitar, mas você com
certeza não se importou com nada disso enquanto você
estava com Callie mesmo sabendo que ela é minha filha,
Lucien. — Kink suspirou, virou as costas para eles, e passou
a mão sobre seu cabelo escuro e curto.

Ela se afastou de Lucien, e quando ele tentou impedi-la,


puxando-a de volta para ele, ela colocou a mão na dele e
balançou a cabeça.

— Pai —, disse ela baixinho e aproximou-se dele. — Por


favor não fiquei chateado. Nós honestamente não planejamos
nada disso, não queríamos fazer nada pelas suas costas. —
Ele se virou, e a raiva deixou sua expressão, em seu lugar a
dor tomou lugar. — Mas eu sou uma adulta e sei o que eu
quero. E o que eu quero é estar com ele.

— Se você tivesse vindo a mim e me dito como você se


sentia sobre Lucien, eu teria ficado chateado, sim, mas você é
minha menina, Callie. Eu teria suportado se você fosse
verdadeiramente feliz. — Ele olhou para Lucien, e a dor em
seu rosto se transformou novamente em raiva. — Mas você
fodeu com a minha filha, Lucien, e nenhuma quantidade de
desculpas vai mudar o fato de que você mexeu com o que é
meu. Você me traiu. — Kink olhou para Callie novamente.

— Eu pensei que estávamos perto o suficiente para que


você pudesse falar comigo sobre qualquer coisa sem medo.

Ele balançou a cabeça e sem dizer mais nada saiu da


sala. Ele empurrou os recrutas fora do seu caminho dizendo
palavrões em voz baixa, em seguida o som da porta da frente
do clube se fechando ecoou.

O silêncio era ensurdecedor. Ela queria correr atrás de


seu pai, explicar que não era assim que ela queria que as
coisas tivessem acontecido. Mas ela sabia que isso ia acabar
assim, tudo por que ela não contou a ele. Kink teria se
assustado mesmo que ele não tivesse visto os dois juntos,
mesmo que ela tivesse esperado para estar com Lucien, a
qualquer preço.

— Eu preciso ir atrás dele e acertar as coisas, Lucien. —


Disse ela, aos soluços, porque ela estava com raiva de si
mesma por deixá-lo assim.

— Deveríamos ter nos afastado até que contássemos a


ele. — Ela enxugou as lágrimas com raiva, se odiando muito.
Ela feriu seu pai.

— Bebê. — Lucien disse suavemente, afastando o cabelo


sobre o ombro dela e beijando sua nuca. Ela fechou os olhos
com força e mais lágrimas caíram por suas bochechas. Ela
estava chateada, com raiva, triste, e se odiava com uma
paixão que provavelmente rivalizava com as ações de seu pai,
nesse momento.

— Ele me odeia, Lucien. — Ela virou e eles olharam um


para o outro.

— Kink não te odeia. Ele te ama, Callie. Ele é seu pai e


nem mesmo o fato de você estar com um motociclista fodido
como eu, que o apunhalou pelas costas ao se apaixonar pela
filha dele fará com que ele pare de te amar. — Ele segurou o
rosto dela com ambas as mãos, inclinou-se para baixo, e a
beijou suavemente. — Agora, ele realmente me odeia, mas eu
vou acertar as coisas. Eu tenho de fazer isso direito, porque
eu não posso perdê-lo, e eu com certeza não vou deixar você
ir. — Fechando os olhos e apoiando a testa no peito dele, ela
suspirou, sem nem mesmo saber por onde começar a
consertar as coisas com o pai dela.
CAPÍTULO
12
Horas depois do seu pai ter deixado o clube, Callie
estacionou o carro na entrada da garagem do pai. Ela
precisava pensar, precisava tentar descobrir como diabos ia
se acertar com ele. Ela ficou realmente surpresa ao ver a
Harley de Kink estacionada em frente à casa. Achou que ele
ainda estava por aí, dirigindo para limpar a cabeça, ou beber
para afastar a raiva, ou que apenas quisesse ficar longe de
tudo. Ela sabia que teria feito qualquer uma dessas coisas se
estivesse no lugar dele. Deus, seu pai era um homem tão
bom, e por isso não merecia todo esse sentimento de traição,
e embora não tivesse a intenção de machucá-lo, ele estava
devastadoramente ferido. Ela viu isso na cara dele. Mas
Lucien era um homem bom também, e ela odiava que ele
estava sofrendo também, tudo por ele pensar que traiu seu
amigo. Esfregando a mão sobre o rosto ela suspirou, apoiou a
cabeça na parte de trás do assento, e orou para que tudo
ficasse bem.

— Isso tem que funcionar. — Ela sussurrou.

Saindo do carro ela subiu os degraus da frente e entrou


na casa. Tudo estava muito tranquilo, mas então ela ouviu o
som de garrafa sendo arrastada contra um vidro. Ela foi até a
cozinha, e viu seu pai encostado ao balcão com uma garrafa
de bebida em uma mão e um copo quadrado na outra. Ele
olhou para o chão e, em seguida, olhou para ela. Ele não
disse nada, e nem ela. Ele trouxe o copo à boca, e tomou um
longo gole. Mantendo os olhos focados nela por cima da borda
do copo, ela se sentiu desejando aproximar-se dele, mas
estava com medo. É claro que ela não tinha medo do pai, mas
ela estava com medo desta situação, e de tornar as coisas
piores.

Ele se afastou dela, colocou a garrafa no balcão, mas


encheu o copo antes de encará-la novamente.

— Deixe-me explicar —, disse ela suavemente. — Eu o


amo, papai.

Ele balançou a cabeça, parecendo derrotado.

— Eu não acho que há muito para explicar, Callie. É


bastante óbvio o que estava acontecendo. — Disse ele de
forma baixa e profunda sem qualquer emoção. Ela podia lidar
com a raiva dele, poderia lidar com a gritaria, até mesmo a
decepção, mas o que ela não poderia lidar era com o pai dela
se fechando para ela porque ele estava tão chateado que ele
não poderia mostrar emoção.

—Tudo o que eu queria era que as coisas não tivessem


ido pelo caminho que elas foram, porque eu juro por Deus
que nós não queríamos machucar ninguém.

Kink exalou olhando para o chão, ele não falou durante


vários segundos.
— Será que ele a forçou a algo ou a pressionou? — Ele
olhou para ela.

Ela franziu as sobrancelhas.

— O quê? — Ela balançou a cabeça, confusa quanto ao


caminho que ele queria chegar. — Por que você acha que ele
me pressionou a algo?

Ele balançou a cabeça, tomou um gole de sua bebida


alcoólica e olhou para ela.

— Callie, eu estou tentando pensar em uma boa razão


para não voltar ao clube e matar Lucien por ter colocado as
mãos em você. Agora eu estou pendurado por um fio. — Ele
virou-se para ela, apoiou as mãos no balcão, e ela jurou que
ele começou a ranger os dentes. — Será que ele forçou você a
fazer alguma maldita coisa? —, Kink perguntou, e ela fechou
os punhos com o pensamento.

— Eu não posso acreditar que você possa pensar isso,


mesmo depois de eu dizer que o amava. — Ela falou tão
suavemente que não achou que ele a ouviu, mas quando seu
pai levantou a cabeça, com o rosto tomado pela dor ela soube
que ele ouviu bem.

Antes que ele pudesse responder o som da abertura da


porta da frente a avisou que Cookie estava em casa. Ela
entrou na cozinha, poucos minutos depois, os sacos que
carregava movendo-se contra as pernas a cada passo que ela
dava.

— Kink, querido, você pode pegar o resto dos sacos no


carro?
Callie olhou para Cookie quando ela entrou na cozinha,
seu foco sobre os sacos de compras nas mãos. Ela parou,
olhou para cima, e quando ela olhou entre Kink e Callie, a
realização do que estava acontecendo atravessou seu rosto.

— Acho que, pela atmosfera de raiva e esta estranha e


embaraçosa intensidade que está aqui, você já sabe? — Disse
para Kink.

— Você sabia disso, Cookie? — Kink disse em voz alta,


olhando entre ela e Cookie. Ela pôde dizer que ele estava
ficando mais irritado num segundo, pelo fato de que seu rosto
ficou vermelho e seu corpo ficou tenso e ele parecia pronto
para destruir alguma coisa.

— Pai, não grite ou fique chateado com Cookie. Eu disse


a ela apenas ontem, involuntariamente. — Callie agarrou
seus cabelos, puxou suavemente os fios, e desejou que esta
situação estranha acabasse.

— Quanto tempo? — Ele perguntou numa voz baixa e


mortal.

— O que quer dizer? — Oh, Callie sabia do que ele


estava falando, mas ela estava nervosa por esta situação.

— Você sabe do que eu estou falando, Callie.

Quando ela não respondeu de imediato ele exalou


bruscamente.

— Há quanto tempo você e Lucien estão... — Ele não


terminou a frase.

— Duas semanas.
Ele mostrou os dentes e amaldiçoou.

— Mas ele me pegou em uma festa há três meses atrás.


— Ela olhou para Cookie, viu a expressão desconfortável no
rosto da outra mulher, e sabia que ela precisava apenas falar
tudo. — Eu estava em uma festa, muito bêbada, sem saber
como chegar em casa, e eu acidentalmente chamei Lucien.

Kink disse lentamente:

— Você acidentalmente chamou Lucien? Pode explicar-


me como caralho isso aconteceu?

— Kink, por favor, olhe sua maldita boca.

Callie poderia ter rido com o fato de Cookie dizer ao seu


pai para olhar sua linguagem enquanto xingava, mas rir
nesse momento provavelmente seria um erro, e faria esta
situação muito pior.

— Sim, eu acidentalmente o chamei. Eu estava bêbada


não queria chamá-lo, ou a mãe. — Ela engoliu o nó de
emoção na garganta com a menção de sua mãe. — Eu queria
ligar pra um amigo, mas acabei chamando Lucien em seu
lugar. — Ela passou as mãos sobre as coxas sentindo os
dedos tremerem, e suas mãos começarem a suar. — Ele veio,
me pegou e me levou para a casa dele.

— Ele o quê? — Kink falou tão baixo e tão ameaçador,


que Callie sentiu arrepios correndo pela sua espinha. — E eu
acho que você sabia sobre isso, também? — Ele dirigiu a
pergunta a Cookie.
Cookie olhou para Callie, mas antes dela poder falar
Kink estava falando novamente.

— O que você estava pensando?

Callie fechou os punhos.

— Eu estava pensando que ele era um membro do


Brothers of Menace, que eu confiava nele, e que ele não iria
deixar nada me machucar. — Ela engoliu em seco e viu
Cookie fazer o mesmo e então olhou para o seu pai.

— Eu dormi no quarto de hóspedes, sozinha, e ele foi


um cavalheiro. Ele queria chamá-lo imediatamente, para te
contar tudo, mas eu pedi a ele que não fizesse. Eu queria
dizer eu mesma a você, e então eu apenas nunca fiz. Mamãe
morreu, e depois as coisas ficaram agitadas. — Ela passou a
mão em suas coxas. — Eu sei que não é uma desculpa, mas é
a verdade. Nada aconteceu até duas semanas atrás, quando
ele veio até campus para se certificar de que eu estava bem
depois que você lhe disse que eu estava indo para uma festa.
— Ela encolheu os ombros. — Eu acho que ele me imaginou
na mesma situação de antes. — Kink não disse nada no
começo, mas então ele pegou a garrafa de licor e a jogou
contra a parede. O álcool de cor âmbar deslizou para o chão e
pedaços de vidro se espalharam pelo chão e parede. Cookie
deu um passo para trás, e Callie fez o mesmo. Ela nunca viu
esse tipo de raiva em seu pai, não pessoalmente.

— Eu sinto muito. Eu não queria assustar vocês —,


disse ele em voz baixa, mas sua voz ainda estava dura. Ele
olhou para Callie. — Você dormiu com ele. — Afirmou.
— Kink, não é apropriado.

— Não, Cookie, é realmente muito apropriado. Eu tenho


o direito de saber se o presidente do meu clube está
dormindo com a minha filha. Minha muito jovem filha de
dezoito anos de idade.

— Nós realmente tínhamos planejado contar tudo


ontem, mas então você soltou a bomba do bebê, e nós,
obviamente, não achamos que dizer que estávamos em um...
relacionamento... ou o que é que isso seja, seria a melhor
coisa no momento.

Ela nunca esteve neste tipo de situação com seu pai


antes, e ela odiava. Callie tinha a melhor relação com ele,
sempre foi confortável ser honesta com todas as coisas que
aconteciam com ela, mas com isso ela não disse uma única
palavra, e por causa disso ela perdeu a confiança dele e
ganhou sua decepção.

— Caralho, Filho da Puta.

— Kink, — Cookie disse entre dentes, e Callie sabia que


a única pessoa que poderia, talvez, chegar até o pai dela e
fazê-lo ver que esta era a sua vida e sua decisão era a sua
Senhora.

Ele deu as costas para elas, passou a mão pelos cabelos


pretos, e confusos fios curtos. O fato de que ele estava
andando disse a Callie que ele estava irritado, no limite, e que
provavelmente nada seria resolvido ou trabalhado hoje. E
então ele parou e olhou para ela, seu rosto uma máscara de
indiferença, e luta.
— Eu não posso falar sobre isso agora, porque eu quero
odiar Lucien, quero ir para o clube e bater no maldito traseiro
dele novamente. Ele é o Presidente do meu clube, o homem
que eu via como um irmão, e o que ele fez com você, está
fazendo com você ... — Ele balançou a cabeça. — Isso vai
contra tudo o que o clube representa. Ele sabe que não pode
estar com você, Callie. Você é jovem demais para ele. — Ele
apertou os dentes a mandíbula travada em sua raiva. — Ele é
velho o suficiente para ser seu pai, maldição. — Ele parecia
revoltado com o pensamento, e ela estava tão brava com o
comentário que ela sabia que não podia ficar quieta.

— Pai, você não pode falar nada. Cookie é apenas alguns


anos mais velha que eu, e você é tão velho quanto Lucien.
Você ligou para o que os outros pensavam? — Ela não
esperou pela resposta dele. —Não, porque você a ama, e não
é isso o que importa?

Ele ainda não respondeu, e quando ele amaldiçoou


baixo e olhou entre ela e Cookie, Callie sabia que ele não ia
ver o seu lado ainda.

— Isso é fodido, e eu não posso ficar aqui agora. Eu não


vou deixar isso ficar assim, Callie. Eu não posso. Eu acho
que eu nunca poderei. — Ele pegou as chaves do balcão e
passou por elas.

Callie ia atrás dele, mas Cookie agarrou sua mão e a


deteve.

— Não, querida, apenas deixe-o ir por agora. Ele precisa


ficar sozinho.
Callie sabia que ele precisava de um tempo para
processar tudo isso, mas o que a preocupava era que ele não
estava indo para ficar sozinho, e sim para ir terminar o que
começou com Lucien na sede do clube. E a coisa era, Lucien
não iria lutar de volta, ele não colocaria a mão sobre Kink, e,
portanto, ele estaria além de fodido.

Agora o clube inteiro sabia sobre ele e Callie, e que era


apenas horas desde que toda a merda com Kink fosse do
conhecimento de todos. Lucien entornou bebida, soprou
através da queimadura, e olhou para os membros que
terminaram sua corrida no início desta semana. Os membros
voltaram, os resultados positivos, e parte de trás da van
preenchida com armas que comercializaram. Mas quando
eles descobriram o que diabos aconteceu, uma estranha
tensão preencheu o clube. Eles nem precisaram ver os lábios
cortados de Lucien ou as contusões em volta dos olhos, para
saber o que aconteceu. Os recrutas informaram a eles. Não
que eles não tivessem o direito de saber, mas esta era uma
questão interior, uma que Lucien teria gostado de dizer por si
mesmo aos caras. Mas agora ele não se importava com nada
além de ter este assunto resolvido para que ele pudesse estar
com Callie. Ele amava Kink como uma família, mas ele não ia
desistir de Callie. Ela o mudou para melhor. Podia senti-lo
dentro de si, e se isso significava que ele estava em um lugar
ruim agora com Kink, então ele teria que trabalhar com ele.
Eles iriam passar por isso, porque eles eram uma família,
unida por um voto de fraternidade que ia muito além de
qualquer outra coisa.

E você fodeu isso.

Ele bateu de volta uma outra dose, sentindo o álcool


queimar o corte em seu lábio.

— Ei, cara. — Disse Cain e tomou o assento ao lado do


dele. Lucien ergueu o copo para o homem, em resposta, mas
não olhou para ele. Ele bateu o fundo do copo no balcão para
chamar a atenção do recruta. Uma vez que ele foi
reabastecido, ele entornou esse copo, também.

— Você é o primeiro a vir falar comigo. Eu acho que os


outros têm medo que eu exploda.

— Bem, os recrutas nos disseram tudo, quando os caras


viram o estado da sala de reunião, e notaram as marcas de
pneus na calçada. Cacete, eles praticamente arrancaram as
informações deles —, disse Cain e começou a rir. Ele tomou a
cerveja que o recruta serviu, tomou um gole da garrafa e, em
seguida, o colocou no balcão. — Quer falar sobre isso,
homem?

A sensação do celular vibrando fez com que Lucien o


pegasse do bolso dianteiro, ele olhou para a tela. Era um
texto de Callie, e isso não era bom.
Callie: Tentei falar com ele... não rolou. Ele saiu e estava
realmente chateado. Não tenho certeza se ele está indo aí.
Deus, eu odeio isso, Lucien.

Lucien: Está tudo bem, bebê. Vou me certificar de que


está tudo bem. Eu te amo.

Foda-se, ele queria estar lá para ela, abraçá-la, prometer


a ela que tudo ficaria bem, mas ele não poderia dar esse tipo
de garantia até que ele acertasse as coisas com Kink.

— Ei, Lucien. Você quer falar sobre isso?

Ele terminou de digitar o texto em resposta e colocou o


celular de volta no bolso. Ele enfrentou Cain para que o
homem pudesse ver seu rosto inteiro, e então o olhou bem
nos olhos.

— Vê como eu quero falar sobre isso? — Disse ele, sem


qualquer emoção.

Cain levantou as mãos em sinal de rendição, o som de


pneus cantando e do ressoar do motor da Harley, fez com que
Lucien se levantasse. Os outros membros também se
levantaram, em seguida, através da janela do clube, ele e os
outros viram Kink saltando de sua moto perto do
carregamento que estava em frente ao clube.

— Merda. — Lucien disse, enquanto pegava seu copo e


bebia o licor. Ele precisa dele para o que estava prestes a
acontecer.

Kink abriu as portas da frente, procurou ao redor da


sala até que ele parou o olhar direito sob Lucien, e depois
rosnou como se fosse algum tipo de animal. Kink se lançou
em direção a ele, e quando Lucien viu alguns dos membros
irem para a frente, ele estendeu a mão.

— Não, deixem ele vir.

Kink lançou-se para a frente, bateu em Lucien, e os dois


caíram no chão. Lucien não ia lutar com Kink por causa
disso, porque o outro homem tinha todo o direito de
vingança, especialmente desde que ele foi injustiçado. O que
ele tinha com Callie, o que Lucien sentia por Callie, não
estava errado. Foi a coisa mais acertada deste planeta
maldito, mas se fosse o contrário Lucien iria querer bater no
traseiro de alguém, também.

Kink acertou a mandíbula de Lucien, e ele sentiu o


sabor do sangue em sua língua.

— Seu filho da puta. Você mentiu para mim por três


meses. — Kink bateu nele de novo e de novo e tudo o que
Lucien fez foi ficar lá e apanhar.

—Merda, isso é besteira. — Um dos membros disse, mas


Lucien não podia dizer quem era.

— Me bata de volta. Lute comigo, Lucien. — Kink


cuspiu, e o socou no estômago. Ele derrubou Lucien, o puxou
pela camisa e o empurro contra o bar.

— Você está com ela por duas malditas semanas, a


levou para sua casa meses atrás sem me chamar e me
contar. — Kink estalou os dedos, limpou o cuspe de sua
boca, e olhou para Lucien com ódio. — Eu confiei em você, e
você foi atrás de minha menina, se aproveitou dela como
algum tipo de animal de merda, porque você não poderia
manter o seu pau em suas calças.

Lucien rosnou, odiando o fato de Kink estivesse


cuspindo estas palavras desagradáveis e, embora ele dissesse
a si mesmo para fechar a boca e não ir atrás de Kink, ele só
poderia prometer o último.

— Cuidado com a boca maldita, Kink. Ela não é apenas


um pedaço de bunda para mim. Eu a quero como minha
Senhora.

Houve um coro de murmúrios abafados dos homens que


estavam perto, mas Lucien manteve seu foco em seu VP.

Kink avançou novamente, e eles colidiram contra o bar.


Vidros quebrados no chão, cerveja derramada e espalhada
pelo chão e balcão, e Kink o atingiu no maldito olho direito.

— De todas as mulheres no caralho no mundo que você


poderia ir atrás, você foi logo atrás da minha filha.

Lucien tentou sair debaixo de Kink, mas o outro homem


o atingiu no rim direito e, em seguida, moveu-se para o rim
esquerdo. Kink o agarrou pelo colarinho, o virou e o jogou
contra a mesa. A madeira caiu no chão, e assim o fez Lucien.

— Precisamos parar com isso. — Disse Tuck.

— Não, não interfira —, Cain disse antes que Lucien


conseguisse pronunciar as palavras. — O Pres. disse para
trás, fora, e isso é o que faremos.
— Como você pôde, Lucien? — Disse Kink, e apesar de
seus golpes serem muito poderosos, sua energia estava
diminuindo.

— Eu te amo como se fosse minha família, Kink, mas


me apaixonei pela Callie, e eu não vou deixá-la ir. — Disse
Lucien, enquanto seu sangue escorria pelos seus olhos a
partir de um corte na testa borrando sua visão. — Eu mataria
por ela, eu morreria por ela, Kink. Eu errei, errei muito por
não contar a você, mas eu não posso ficar longe dela. Eu não
vou ficar longe. Se o fato de me espancar nos levar de volta
onde estávamos antes, então faça, irmão, porque eu não vou
lutar com você sobre isso.
CAPÍTULO
13
Ele parou os golpes ao escutar as palavras. Havia
sangue por toda parte, principalmente de Lucien, embora os
nós dos dedos de Kink estivessem em carne viva e sangrando
como um porco. Olhou para o seu Presidente, o homem que
conhecia há anos, por quem daria a vida e mataria. Este cara
esteve com ele nas horas boas e nas ruins, quando precisava
de alguém para conversar ou alguém para tratar de negócios,
para qualquer coisa ele esteve lá. Kink olhou também através
da sala, para os homens que formaram um círculo em volta
da violência que irrompeu as paredes de sua irmandade. Os
semblantes mostravam lealdade, falavam de sua
determinação em ter uma família unida, de homens que
lidavam com qualquer coisa que aparecesse em seus
caminhos. As expressões nos rostos eram horrorizadas,
chocadas e confusas. Eles estavam vendo seu Vice-Presidente
e o seu Presidente irem para cima um do outro como
inimigos.

Kink olhou para Lucien novamente, o homem que


considerava um irmão, embora o mesmo sangue não corresse
em suas veias. Ele estava todo ensanguentado, o rosto
completamente ferido, mas ainda assim olhava-o com uma
expressão dura e inquebrável. Soltou Lucien e olhou para
suas mãos, vendo a pele cortada e sangrenta por ter batido
nele.

Deus! Ele explodiu, perdeu a cabeça, não foi capaz de se


controlar. E Lucien, alguém capaz de lidar com qualquer um
e qualquer coisa que fosse uma ameaça, em vez de lutar
recebeu tudo sem reagir. E para quê? Para provar que ele
sabia que estava errado e que merecia isso? Bem, ele merecia
isso e muito mais, e admitiu, aguentando tudo como um
homem. Como diabos poderia Kink continuar chutando sua
bunda enquanto ele apenas ficava lá e se rendia?

Estendeu a mão para Lucien, e depois de um segundo,


ele a segurou. Kink o ajudou a sair chão, mas não queria
falar sobre toda essa merda no momento. Realmente não
queria fazer isso. Ele olhou para Lucien, e então virou-se e
saiu pela porta da frente. Quando chegou lá fora fechou os
olhos e respirou fundo. Havia o leve cheiro de escapamento
no ar, de um carro que acabou de passar por ali, o som da
música que os recrutas ouviam na garagem enquanto
ajudavam no conserto das motos, e o silêncio, que sempre
esteve presente no clube.

Ele colocou as mãos nos bolsos e amaldiçoou quando


vieram vazias. Não tinha nenhum cigarro. Ok, parou, e isso
era uma boa coisa, mas agora precisava da nicotina, ou até
mesmo de uma bebida ou, caralho, precisava das duas coisas
juntas para ajudá-lo a se acalmar.
— Precisa de um destes?

Kink fechou os olhos por um segundo quando ouviu a


voz de Lucien atrás dele. Olhando por cima do ombro viu o
outro homem de pé na porta da frente, acendendo um
cigarro. Deu a ele um aceno curto e Lucien se aproximou,
entregando o maço. Os dois ficaram lado a lado por vários
segundos, sem falar. Lucien ainda estava sangrando, mas
parecia que passou uma toalha no rosto. O lábio estava
cortado, o olho estava inchado e quase fechando, e os
hematomas eram horríveis para caralho. E apesar da razão
pela qual bateu em Lucien ser justa, sentiu-se horrível por
fazer o cara parecer como se tivesse sido atropelado por um
caminhão.

Por alguns instantes, o único som entre eles era o de


inalar e exalar de fumaça. Depois de Lucien dar a última
tragada, jogou o cigarro no chão, e cruzou os braços sobre o
peito. Ele era um homem grande, alto e musculoso,
semelhante a Kink em altura e peso, mas sempre houve essa
força, que o fez líder do clube, esse silêncio, que falava do seu
poder. Ele presidia com mãos de ferro, sabia quando parar, e
quando avançar, e Kink sempre teve orgulho em chamá-lo de
amigo, de irmão, e de líder. Mas com toda essa merda vindo à
tona, ficou perdido no limbo, sem saber como proceder. Uma
parte dele queria que Callie fosse feliz, não importando com
quem ela escolhesse ficar na vida, mas outra parte dizia que
isso não era certo. Como ele poderia concordar?
Olhou para Lucien, observou o outro homem e depois
olhou para longe. Sabia que ele estava prestes a falar pela
forma como sua mandíbula contraiu com força.

— Eu realmente quis dizer aquilo, quando disse que não


vou deixá-la. — Lucien olhou para Kink. — Eu estou
apaixonado por ela, tão apaixonado que não consigo nem
pensar direito, ver direito. E sei que não vou sentir isso por
nenhuma outra mulher, nunca. — Lucien suspirou, olhou
para o chão por alguns segundos, e quando ele olhou para
Kink novamente havia uma honestidade latente no seu rosto.
— Nunca amei ninguém do jeito que a amo. Ela me faz ver
que nem tudo neste mundo é ruim e precisa ser colocado em
seu lugar. Ela me faz ser uma pessoa melhor por causa dela.
— O silêncio se estendeu entre eles durante alguns segundos,
antes de Lucien falar novamente. — Sei que você entende o
que eu quero dizer, o que eu sinto, porque quando vejo você
olhar para Cookie, é exatamente a maneira como eu olho
para Callie. Nós olhamos para elas como se não houvesse
nada neste mundo que pudesse nos derrubar, não enquanto
elas estiverem ao nosso lado.

Ele olhou para a frente de novo, e embora Kink não


tenha respondido, porque não sabia o que dizer, ele sabia que
Lucien estava certo.

— O que eu fiz foi errado em muitos níveis, e mereci


tudo o que você me deu. Mas quero que você entenda que o
que eu sinto por sua filha é real. Sei que precisa de tempo
para processar tudo isso, para assimilar, e eu vou dar esse
tempo. — Lucien olhou para ele novamente. — Também sei
que você pode nunca aceitar que eu fique com ela. Mas não
posso deixá-la, Kink, não vou deixá-la porque sou totalmente,
loucamente apaixonado por Callie. — Eles olharam um para o
outro por um momento, e então Lucien assentiu com a
cabeça uma vez, virou-se e voltou para o clube.

Kink ficou ali, de pé, sozinho, decidindo se ele queria


ficar bem com a filha estar com Lucien, se queria dizer foda-
se a tudo e aceitar o que estava acontecendo, que Callie
estava crescendo e era capaz de tomar suas próprias
decisões. Mas havia uma parte dele, a parte pai, que queria
pegar sua família e afastar-se, deixar o clube e tudo o mais
para trás, somente para protegê-la. Claro que nunca poderia
deixar o clube, porque esta era a sua vida, o seu mundo, e a
sua família estava enraizada aqui. Não podia simplesmente
fugir dos problemas porque, pela primeira vez em sua vida,
sentia-se perdido e não estava no controle. Olhou para o
clube sentindo o amor que ele tinha por aqueles homens lá
dentro, e percebendo que essa situação era uma das mais
difíceis que ele já teve que enfrentar na vida. Aconteceu em
casa, e, portanto, foi direto ao seu coração.

Três dias depois


— Dê algum tempo a ele. Eu te amo, e eu juro que vai dar
tudo certo. Ele está assimilando isso. Não vou deixar você,
Callie. Se há alguma coisa neste mundo pela qual vale a pena
lutar, é estar com você. Eu estou aqui, e não importa o que vier
a acontecer, nunca vou deixar você.

Callie ouviu a mensagem de voz que Lucien deixou há


três dias. Depois que ela disse a seu pai sobre eles, descobriu
que ele foi para o clube e atacou Lucien. Também descobriu
que Lucien não reagiu. Sabia que tudo isso chegou muito
longe, num nível que ela não poderia sequer chegar a
compreender. Adorava Lucien. Deus sabia que ela o amava.
Foi decisão dele passarem alguns dias afastados, dando ao
seu pai algum tempo para se acostumar com a ideia deles
estarem namorando, para compreender o quanto era
importante para eles estarem juntos. Ainda falava com Lucien
todos os dias, ansiava em tê-lo perto, pelo cheiro dele, por
seu corpo grande a segurando com força. Com ele sentia-se
segura e protegida, e estes eram sentimentos fundamentais
para ela.

Mas amava o pai também, e saber que o magoou, fez


coisas pelas suas costas com um homem que ele considerava
praticamente da família, a feria em um nível totalmente
diferente.

Ouviu a mensagem mais uma vez, sentindo uma


pontada de dor no coração com a sinceridade presente na voz
dele. Ela não queria que ficassem afastados, mas com certeza
não iria exibir seu relacionamento com Lucien na frente do
pai. Só que estar longe de Lucien era difícil. Sério. E não
porque só fizeram sexo apenas uma vez. Eles realmente
conversavam um com o outro, talvez não conversas
intelectuais profundas, mas coisas que eram importantes
para os dois. E Lucien era muito diferente com ela. Com os
membros do clube, era calmo, frio e mantinha uma postura
dura, que dizia que não iria colocar-se em qualquer
problema. Com ela falava com calma, olhava com suavidade.
Era um osso duro de roer que os outros temiam, mas tudo o
que sentia vindo dele era amor e confiança.

Jogando o telefone na cama, começou a colocar as


roupas na mochila. Voltaria amanhã à noite para a
universidade e recusou a oferta de Lucien para levá-la, não
porque não queria estar com ele, mas porque estava
esperando que seu pai a levasse para que pudessem
conversar sobre tudo isso. Ela chorou mais vezes nos últimos
três dias do que em sua vida inteira, e embora fosse adulta e
soubesse que tinha todo o direito de estar com o homem que
amava, também fez algo que era repreensível na comunidade
MC.

Mas se recusava a deixar Lucien, e sabia que ele não a


deixaria abandoná-lo também. Sentia que pela primeira vez
em sua vida, encontrou a pessoa com quem deveria estar. O
que importava se ela era muito mais jovem que ele? O que
importava se nos últimos três meses eles passaram por um
vai e vem? Não havia nenhuma dúvida que as pessoas
falariam que ela era jovem e impressionável, até um pouco
ingênua. Merda, seu pai disse que Lucien se aproveitou dela.
É claro que era um monte de besteiras, era uma garota
sensata, e certamente não deixaria que outras pessoas
dissessem o que ela deveria ou não deveria fazer.

Sabia o que almejava em sua vida, e para o seu futuro.


E seria feliz com Lucien, teria sua família com ele e tudo
ficaria bem.

Pegou a calça jeans de uma pequena pilha de roupas e


colocou na mochila. Seu pai e Cookie estavam lá embaixo, e
apesar de não ter conversado com ele, o que era de se
esperar, desejou que entendesse o lado dela também.
Suspirando em um tom quase derrotado, olhou ao redor do
seu quarto. Haviam algumas caixas a esquerda e outras no
andar de baixo que estavam prontas para serem colocadas no
SUV. Ela, obviamente, não levaria qualquer coisa que não era
importante, já que iria dividir o dormitório com Meredith.

— Está tudo pronto? — A voz do pai surgiu atrás dela, e


seu coração começou a bater rápido.

Virou-se para vê-lo de pé na porta, inclinado contra o


batente, com os braços cruzados e olhando ao redor do
quarto. Ele usava jeans, uma camiseta simples e estava com
os pés descalços. Mesmo quando estava olhando de modo
casual, ela sabia quem o real Kink Roberts era, o motociclista
perigoso e intimidante, que usava suas armas quando estava
sendo pressionado. Mas neste momento, enquanto olhava
para ela, era apenas um pai olhando para a filha, tentando
deixar para trás os últimos três dias de revelações, dor e
raiva.
Limpando a garganta, balançou a cabeça. Esta frase foi
o máximo que ouviu dele desde o momento que saiu da
cozinha e foi lutar com Lucien.

— Sim, só faltava isso. — Disse, apontando para a


mochila sobre a cama.

Ele assentiu e afastou-se do batente da porta, entrando


no quarto para sentar na beira da cama. Depois de empurrar
a mochila bateu no colchão, fazendo um gesto para que ela
sentasse ao seu lado. Olhou para ele por um momento,
passando do cabelo curto e preto cortado em estilo moicano,
para os olhos azuis brilhantes, que eram da mesma cor que
os dela, e percebeu o quanto a opinião deste homem
significava.

Sentou-se e moveu o corpo para ficar de frente para ele.


Por um segundo ele apenas olhou através do quarto,
aparentemente conferindo se ela pegou tudo, ou talvez
pensando no que dizer. Depois olhou para ela.

— Você o ama. — Ele declarou, sem qualquer ódio, raiva


ou malícia na voz.

Callie assentiu.

— Eu amo, papai.

Ele olhou para a mãos no colo.

— Você entende por que eu fiquei tão zangado?

— Sim, entendo, mas nós realmente não tivemos a


intenção de ferir ou trair ninguém intencionalmente.

Ele balançou a cabeça novamente.


— Sim, eu entendo bebê, e eu não queria explodir
daquela forma na sua frente e de Cookie, mas eu meio que
explodi.

— Eu sei, mas eu queria que você não tivesse ido atrás


de Lucien do jeito que você foi. — Quando percebeu o quanto
sua mandíbula estava dura, arrependeu-se de dizer o nome
dele. — Mas você pode entender onde eu quero chegar?

Ele não respondeu por alguns segundos, e então ele


balançou a cabeça, segurou a mão dela e apertou.

— Sim garota, eu sei onde você quer chegar, e apesar de


ser difícil para mim aceitar que minha menina agora é uma
mulher e pode tomar suas próprias decisões, eu sei que você
tem uma boa cabeça. — Levantou a mão e afastou uma
mecha do seu cabelo. — Você é esperta, resistente, e não leva
desaforo de ninguém. — Ele inclinou-se e a beijou na testa.
— Eu amo você, querida, e quero que seja feliz. Se estar com
Lucien significa que você irá sorrir, e que você nunca terá um
dia triste, então quem sou eu para ficar no caminho? —
Disse, sorrindo. — Se existe um homem que eu gostaria que
você ficasse, para protegê-la tão ferozmente como eu, esse
homem é Lucien. — Ele olhou para os pés. — Sei que ele te
ama também. Eu consigo ver na maneira como ele olha para
você, fala sobre você, e quando não lutou comigo de volta. É
difícil aceitar isso tudo, querida, — falou, olhando para ela
novamente. — É difícil para mim não ver a menina com um
rabo de cavalo preto, grandes e belos olhos azuis, sorrindo
para mim com um dente da frente faltando e gritando porque
queria ir mais rápido no balanço.
Ela inclinou-se e ele a puxou para mais perto, passando
os braços em volta dos seus ombros.

— Eu sempre serei sua menina, papai. — Ela apertou a


cintura dele. — Mas eu estou crescida agora, e sei o que
quero na vida. Sei que quero pegar o meu diploma em
Negócios e depois trabalhar com o clube. — Sentiu ele
balançar a cabeça, concordando. — Mas preciso que você
esteja bem, porque você é meu mundo, e eu não posso
suportar a ideia de que você está com raiva de mim.

— Oh, menina. — Ele colocou-a para trás e segurou seu


rosto. — Eu não estou bravo, e nunca poderia ficar com raiva
de você. Eu só me preocupo.

— Você não precisa se preocupar tanto. — Callie disse,


sorrindo.

Ele balançou a cabeça e puxou-a para um abraço


novamente.

— Eu estou percebendo, querida. — Eles ficaram em


silêncio por um momento, apenas abraçados, uma coisa que
não faziam mais. — Só não aguente qualquer merda dele.

Ela começou a rir. Ele estava aceitando, ou pelo menos


tentando o que já era um começo. Isso era tudo o que ela
poderia pedir.
— Você está fazendo a coisa certa, Kink. — Disse
Cookie, atrás dele, enquanto estava parado na janela da
cozinha, observando as luzes traseiras do carro de Callie que
desaparecerem no final da rua.

— Eu espero que você esteja certa. — Odiava que a sua


menina não fosse mais uma criança. Ela poderia ter apenas
dezoito anos, mas era uma adulta, uma jovem mulher que
sabia o que queria da vida, e que não aguentaria desaforo de
ninguém. Sim, era realmente muito duro pensar que sua filha
estava com o Presidente do seu clube, mas desde que
descobriu, pensou muito sobre o assunto. Ele bateu em
Lucien, feriu o homem que era sua família por mais tempo do
que podia lembrar...

— Tudo o que eu conseguia pensar é que Callie era uma


criança e Lucien um homem velho e sujo que se aproveitou
da minha menina.

— Você sabe que não é verdade, — Cookie rebateu,


fazendo ele virar-se e olhar para ela. — Se esse fosse o caso,
então você também seria um velho sujo. — Ela sorriu e
caminhou até ele. Kink passou os braços em volta do seu
corpo, puxou-a para mais perto, e a manteve lá.

— Eu sei que não é o caso, mas foi o meu primeiro


pensamento e reação. Agora, depois de pensar sobre isso nos
últimos dias, percebo que Callie tem que andar com os
próprios pés, e que Lucien vai cuidar dela com a sua vida. E
eu sei que eu não posso parar isso.
Cookie inclinou a cabeça para trás e olhou para ele.

— Eu não conheço o código de lealdade do clube, ou


qualquer coisa assim, mas se houvesse um homem neste
mundo em quem você pudesse confiar para tratar sua filha
com respeito, e protegê-la com a sua vida, quem seria?

Ele nem sequer precisou pensar sobre isso, não poderia


imaginar sua filha com mais ninguém.

— Lucien. Eu quero que ela esteja com um homem como


Lucien.

Cookie balançou a cabeça e inclinou-se para ele


novamente.

— Idade é apenas um número, mas família é família, e


amor é amor, Kink. Além de você, não há um homem neste
planeta que vai cuidar, proteger, ou dar sua vida por uma
mulher como Lucien faria por Callie.

Ela estava certa, ela estava sempre certa, e ele sabia que
precisava deixar Callie viver sua vida do jeito que ela queria.
CAPÍTULO
14
Callie foi para o clube em primeiro lugar, pensando que
ele poderia estar lá fazendo a papelada, mas ela não viu o seu
SUV ou a sua Harley estacionados do lado de fora. Então ela
ouviu o som de um baixo vindo do clube, viu algumas das
prostitutas do clube que se dirigiam para fora com alguns
membros envolvidos em torno de seus corpos como um
pretzel, e Callie nem sequer saiu do carro. Ela poderia ter
apenas chamado e perguntado onde Lucien estava, mas a
verdade era que ela estava com a cabeça na lua pelo fato do
que seu pai falou com ela. Ela estava indo para a faculdade
amanhã à noite, e, embora ela estivesse voltando para casa
nos fins de semana ela gostaria de ver Lucien e ela queria
esse tempo com ele agora.

O sorriso em seu rosto estava realmente começando a


ficar doloroso, mas as palavras que seu pai falou para ela
apenas uma hora antes se repetiam em sua cabeça uma e
outra vez.

— Eu te amo, querida, e eu quero que você seja feliz. Se


estar com Lucien significa que você vai sorrir, então quem sou
eu para ficar no caminho disso? Honestamente, eu não poderia
ter pedido um homem melhor para protegê-la com a sua vida.
Eu não posso estar cem por cento a bordo disso, eu vou
precisar de algum tempo para me acostumar com o fato de que
meu bebê está com o presidente do clube, mas eu quero que
você seja feliz.

Ela estacionou na garagem de Lucien, desligou o motor


e olhou para a casa dele. O sol se pôs, e a luz na sala de estar
iluminou o local com um brilho amarelo. Saiu do carro e
dirigiu-se para a casa. Mas antes que pudesse chegar até a
porta ou até mesmo bater nela, Lucien a abriu. Ele ficou na
entrada, sem camisa, com o peito tatuado em plena exibição,
suor escorrendo pelo seu quadril. O V do quadril estava em
exposição, a luz desenhava o perfil dele acentuando os
músculos de seu corpo. Ela sentiu falta do seu toque, ansiava
por sua boca sobre ela, sentia falta dele em geral. Mas ela não
conseguia parar de olhar para o rosto dele que estava
machucado, com cortes e inchado em alguns lugares.

Ele deu um passo para o lado, e ela foi para dentro,


instantaneamente lembrou de como foi estar aqui com ele,
mesmo de forma inocente. Lembrava-se da casa dele muito
bem, lembrou-se do cheiro, a sensação do tapete sob seus
pés, e a visão de Lucien que saiu do seu quarto em nada além
de suas calças. Deus, ele parecia tão bom naquele dia, e ela
estava tão atordoada que se passaram três meses desde que
todas essas coisas aconteceram.

— Bebê. — Disse Lucien e fechou a porta atrás dele,


trancando-os. Eles se encararam por alguns segundos.
— Você está bem? — Ela disse, sentindo sua garganta
apertar com o pensamento de seu pai fazendo isso para ele.

— Eu estou bem. — Ele sorriu. — Não que eu não esteja


feliz em vê-la, porque eu realmente estou, mas o que você
está fazendo aqui? Pensei que íamos esperar para ver um ao
outro somente quando Kink estivesse um pouco mais calmo?

Callie não disse nada, nem sequer pensou sobre o que


ela estava fazendo até que ela começou a andar em direção a
ele. Colocou os braços ao redor da sua cintura e bateu na sua
boca. O beijou como se sua vida dependesse disso, como se
ela não pudesse viver outro segundo sem que tivesse este
momento com ele.

Lucien os girou em torno de forma que agora Callie era a


única pressionada contra a porta. Ele pressionou seu corpo
ao dela, e ela sentiu seu pênis duro escavar em sua barriga.
Ele segurou sua bunda com uma mão e com a outra segurou
um pedaço de seu cabelo em seu punho. Ele a beijou de
forma crua e dura, varrendo sua língua dentro da sua boca a
reclamando. Um gemido a deixou quando ele chupou sua
língua em sua boca e gentilmente arrastou os dentes ao longo
dela. A mão em seu cabelo ficou mais firme enviando uma
picada de dor prazerosa através de seu couro cabeludo, para
os seios, e em linha reta no centro de sua vagina.

Ela parou o beijo, respirando pesadamente e olhando


em seus olhos de um cinza-prateado líquido.

— Falei com o meu pai, ou, bem, ele falou comigo. — Ela
respirava com dificuldade, tão no limite com sua excitação
que não queria falar, mas sabendo que era necessário que ele
soubesse.

— Eu não posso dizer que ele está cem por cento bem
com tudo isso, mas ele aceita o que eu quero e que eu seja
incrivelmente feliz com você.

— Callie … — Lucien segurou seu rosto, olhou nos


olhos, e depois sorriu. — Deus, eu te amo para caralho. —
Ele a beijou novamente, fazendo-a sentir-se possuída, amada
e tão propriedade dele que toda a situação quase parecia
surreal. E quando ele a levantou facilmente em seus braços e
aprofundou o beijo, ela sabia que esta noite não ia ser algo
suave e lento, mas uma junção forte e rápida que deixaria
todo o resto na poeira.

Ela apertou as pernas ao redor da cintura dele e moeu


sobre sua ereção. Ele resmungou e utilizou o poder que ele
tinha em seu cabelo para inclinar a cabeça dela para trás.
Com a garganta arqueada ele parou o beijo e arrastou sua
língua por seu pescoço, como se estivesse marcando-a como
sua. Deus, amava isso, adorava que ele não podia controlar-
se com ela, da mesma forma que ela não podia controlar-se
com ele.

Ele deslocou as mãos de modo que ambas mantivessem


em sua bunda, e depois levou uma delas até seu quadril, e o
apertou por um segundo. Quando a colocou sob a bainha de
sua camisa ela sentiu cada polegada áspera de seus dedos
em sua pele. Era bom ser tocada por ele, sentir a aspereza
que cobria as pontas de seus dedos. Ele correu os dentes
para cima e para baixo em seu pescoço, mordiscou sua
carne, e empurrou sua ereção contra ela uma e outra vez. Ela
não queria esperar mais tempo para senti-lo dentro dela. Eles
já esperaram muito tempo, e agora que seu pai estava
começando a aceitar essa relação, ela só queria estar com o
homem que amava, e não ter que esconder nada disso.

Ela estava febril e animada, e tudo o que podia pensar


era como seria a sensação de tê-lo empurrando todas essas
polegadas rijas dentro dela novamente. Lucien murmurou
algo contra sua carne, mas foi distorcida contra a base de
sua garganta. Ela não se importava com as palavras. Tudo o
que ela queria era tê-lo. Movendo as mãos entre seus corpos,
ela se atrapalhou para ter suas calças fora. Mas no instante
seguinte ela estava sendo transportada no ar de forma brusca
e, em seguida, colocada de volta em seus pés. Sentiu o tecido
frio e suave do sofá pressionado em sua barriga. Puxando-a
na posição vertical ele tirou a camisa dela em um movimento
rápido, em seguida, rasgou o sutiã fora. Suas ações eram
duras e rápidas, frenéticas em sua intensidade. Ela adorava
tudo.

Um pequeno som escapou dela com o fato de que ele


estava tão excitado que rasgou o material direto do seu corpo.
Ele tirou suas calças em seguida, a sensação de sua
respiração morna, úmida contra as bochechas de seu traseiro
lhe disseram que ele estava atrás dela. Ele agarrou sua parte
inferior, massageou os globos até que ela sentiu
pressionando-se contra ele. Será que ele podia ver quão
molhada a calcinha dela estava? Ele gemeu e espalmou sua
bunda antes de correr seu nariz para cima e para baixo sob o
vinco de seu traseiro. Deus, isso era tão selvagem, tão
selvagem e incomum para ela que sentiu-se ficar mais
molhada. Ele estava agindo como um animal, como um
homem que não podia controlar-se.

— Eu não me canso de você. Depois de ter um gosto


todas essas semanas atrás, você é tudo que eu penso. Eu
quero fazer você gozar para mim, gritar meu nome, e saber
que você é minha, Callie.

Ela não se importava que ela tivesse, obviamente, falado


em voz alta.

— Eu quero ir devagar, ser gentil com você, bebê, mas


não posso esta noite. Eu tenho que estar com você dessa
maneira. Diga-me que está tudo bem. — Disse ele contra sua
carne, e continuou a espalmar sua bunda.

— Eu só quero você, Lucien.

Lucien fechou os dedos em seus quadris e gemeu, e ela


mordeu o lábio e fechou os olhos. Ele agarrou a beira da sua
calcinha, e deslizou para o lado. O ar a deixou quando ele
usou a outra mão para espalhar sua bunda aberta e começou
a correr a sua língua para baixo na fenda de sua vagina. Ele
chupou e lambeu e mordiscou ao longo de sua carne inchada
e aquecida. Ela estava prestes a gozar.

— É isso aí, bebê. Goze para mim. Goze na minha boca.


— Ele chupou seu clitóris em sua boca. Lucien zumbia ao
redor do feixe de nervos, até que ela mordeu o lábio com força
suficiente para saborear sangue. O orgasmo que rasgou
através dela era tão intenso que ela arfou para respirar e
sentiu o suor escorrer por sua coluna e testa.

— Peça-me por isso, Callie. — Ele gemeu contra ela. —


Peça-me pelo meu pau em sua boceta.

Oh. Meu. Deus.

Suas palavras eram tão vulgares e deviam tê-la parado,


mas este era Lucien, o homem que a transformou com
apenas um olhar.

— Lucien, por favor, dê para mim.

No segundo seguinte ele rasgou a calcinha dela e jogou


para o lado. Suas calças ásperas rasparam nas suas costas
quando ela sentiu ele se afastar. Aspirando uma grande
golfada de ar, Callie olhou por cima do ombro e o viu tirar as
calças. Tudo o que podia fazer era olhar para o que se erguia
de seu corpo grande e longo.

Agarrando a base do pênis, ele se acariciou algumas


vezes. Seu olhar se movendo entre seu traseiro e os olhos.

— Se espalhe para mim, Callie bebê.

O coração dela estava batendo tão forte que ela não


conseguia pensar direito. Alcançando atrás, ela agarrou cada
bochecha e as espalhou, sentindo o ar frio da sala na sua
carne aquecida. Era obsceno, mas tão quente que ela queria
mais. Ela pode ter tido apenas um homem — este homem,
mas tudo isso era muito certo e bom, e ela queria tudo.
— Ela é minha, — ele disse, e deu um passo mais perto,
estendeu a mão, e tocou sua vagina. — Ela é minha. — Ele
olhou nos olhos dela. — Diga.

Ela lambeu os lábios.

— Minha boceta é sua.

— Cacete, você está tão rosa e molhada para mim. —


Ele passou o dedo para baixo em sua rachadura e o
empurrou em sua boceta. Imediatamente, ela se apertou
contra ele, e ele grunhiu em aprovação. O Interior das suas
coxas eram tão sensíveis desde a junção e ao longo de suas
bochechas quando ele a comeu. Ele pressionou seu
comprimento entre os lábios da sua boceta e um gemido saiu
de ambos.

O primeiro toque da cabeça do seu pau na sua boceta


enviou um estremecimento por sua espinha. Esfregou-se
mais e mais contra ela, para cima e para baixo, rápido e duro
até que ela estava movendo a bunda de volta contra ele,
suplicando sem palavras que queria ele enterrado dentro de
seu corpo.

— Você é gananciosa. — Não havia nada além de calor


em suas palavras. — Você é minha pequena coisa
gananciosa. Você entende?

Ela lambeu os lábios.

— Sim, eu entendo. — Eles olharam um para o outro


por alguns segundos, e o único aviso que ela teve antes que
ele a levasse foi suas unhas cravadas em sua carne. Ele
empurrou todas essas duras polegadas de espessura dentro
dela, e ela gritou de prazer e dor. Seus músculos internos se
apertaram ao longo de seu comprimento, e ele grunhiu.

— Você continua fazendo isso e não vou durar dez


malditos minutos dentro de você, bebê.

Ele soltou a cintura dela e espalhou suas nádegas tão


abertas que ela sabia que ele estava assistindo o movimento
do seu pau dentro e fora do corpo dela.

— Puta merda, Callie. Eu estive pensando sobre isso


desde que eu estive dentro de você da última vez. — Ele
pegou velocidade e bateu com mais força contra ela. — Se eu
te machucar, bebê, me diga, porque eu quero que você goze
tantas vezes que você não vai conseguir nem ver direito. —
Ele bateu nela novamente e novamente até que ela não
pudesse sugar ar suficiente em seus pulmões.

—Você é tão apertada.

Suor acumulando em seu corpo, e ela sentiu o início do


orgasmo se agitar dentro dela, ameaçando que o que estava
para acontecer iria terminar muito em breve. Ele trabalhou
seu pênis dentro dela em profundos e longos movimentos, e
ela enrolou as mãos no sofá.

— Eu vou gozar. — Ela engasgou, e mesmo desejando


sentir isso ela não queria que acabasse ainda.

Gotas de suor de Lucien pousaram em suas costas, e ela


se arqueou, querendo que a cobrissem. Como se seu desejo
tácito fosse dito em voz alta Lucien se inclinou para frente
para que o suor no peito dele esfregasse ao longo das costas
dela.
— Eu quero que você cheire como eu, que tenha o meu
gosto, e que tenha minhas marcas cobrindo seu corpo,
porque você me pertence. — Ele continuou a empurrar para
dentro dela, e ela se forçou a adiar o orgasmo. Ele bombeou
mais três vezes e depois puxou para fora. Antes que a
decepção a preenchesse ele a virou de modo que ela pudesse
encará-lo. Ela envolveu suas pernas ao redor da cintura dele
e os braços em volta de seu pescoço. Ele empurrou de volta
em seu interior facilmente. Deus, ela estava tão molhada para
ele.

Enquanto ele mordia a base do seu pescoço, ela o


deixou fodê-la sem sentido. Ele começou a andar pelo
corredor com sua boceta ainda prendendo o pau dele.
Cravando as unhas em seus bíceps, ela mordeu o lábio
inferior. Ele imediatamente parou de se mover dentro dela.
Ela gemeu em frustração. Em poucos passos rápidos ele
estava em seu quarto com a porta se fechando atrás deles. O
quarto estava escuro demais para realmente ver algo, mas ela
não precisava de um visual. Ele a teve no centro do colchão
apenas um segundo mais tarde, e estava de volta dentro dela,
empurrando profunda e longamente, beijando a lateral de seu
pescoço novamente.

— Eu amo o jeito que você cheira. — Ele bombeou


dentro dela lentamente desta vez. — Eu amo o seu sabor. —
Ele recuou e empurrou de volta para dentro dela. Ele tomou
suas mãos e as levantou acima de sua cabeça. Ele fez amor
com ela suave e lentamente, longa e profundamente, e ela
sentiu outro orgasmo surgindo.
— Lucien. — Ela suspirou.

— Eu adoro a forma como você goza, e eu, com certeza,


amo que você é toda minha. — Ele bateu nela, as estocadas
lentas e longas desapareceram. Em seu lugar ele gozou
rápido e duro, exigente e dominador.

— Caramba, Callie. — Seu enorme tórax subia e descia


com a força de sua respiração. A picada de dor de seus dedos
cavando em sua carne sensível teve seu prazer crescendo. —
Eu vou rasgá-la. — Ele falava de forma imunda, suja, e tudo
veio abaixo. Ele certamente mostrou exatamente do que ele
era feito, mas ela queria muito mais. — Você quer isso, não
é? Você quer que eu te coma tão duro que você não será
capaz de se sentar por uma semana, para que você saiba a
quem você pertence.

— Deus. Lucien. — O ar a deixou. Será que ele


realmente esperava que ela respondesse? A sensação de
formigamento viajou por todo o seu corpo com o som de sua
voz rouca. Com seus músculos e tendões tensos se
destacando em seu corpo faziam com que ela sentisse o
desejo de lamber e morder sua pele a consumindo.

A crista grossa do eixo dele pressionou contra a entrada


de sua vagina, e ele segurou seu olhar por um momento
suspenso antes de bater nela com tanta força que ela
deslizou para cima da cama. Um grito chocado a deixou
quando ele afundou dentro dela. Com os olhos arregalados,
lágrimas de agonia e êxtase escorrem pelo canto dos olhos e
ela gemeu ainda mais.
— Olhe para mim. — A voz de Lucien era profunda e
forte enquanto ele emitia o comando. Quando ela fez o que ele
disse tudo ao seu redor desapareceu até que houvesse
apenas este momento no tempo. Ele pairava sobre ela, a
parte superior do corpo bloqueando a luz do luar que se
derramava através da janela. — Eu quero que você observe
enquanto eu enfiar meu pau em sua pequena boceta gostosa.

Callie se ergueu em seus cotovelos. Ele lentamente


puxou para fora dela, e ela observou como seu comprimento
enorme se tornou visível polegada após polegada. Sua
espessura estava brilhante pela umidade dela, e justo quando
ela pensou que ele iria atormentá-la com apenas a ponta
alojada em sua entrada, ele empurrou de volta para ela. Com
braços tremendo, a respiração a deixando com suspiros
irregulares, Callie sabia que não podia aguentar muito mais
tempo. Ela precisava gozar... novamente.

Lucien observava seu pau deslizando dentro e fora da


boceta gostosa de Callie. Ele queria ir devagar com ela, fazer
amor com ela e mostrar o quanto ela significava para ele. Mas
agora ele era esse animal, necessitando-a como um demônio.
Ele não fez amor com ela, não, ele não pôde. Ele precisava
dela como um viciado, e parecia que ela o queria muito
ferozmente, também. Sua carne estava rosa, molhada,
inchada e agarrou-o como um punho de ferro. Nunca desejou
estar com uma mulher tanto quanto ele a desejava, e não era
apenas sobre o sexo que foi incrível. Era apenas estar com
ela.

A maciez da sua vagina e o calor que o rodeava teve seu


orgasmo correndo precariamente perto da superfície. Ele
empurrou dentro dela e puxou de volta para fora. Suas coxas
deliciosas o tinham imaginando-se com o rosto enterrado
entre elas, e seu cabelo longo e escuro lhe tinha imaginando
suas mãos cerradas nele. Mergulhando a cabeça para o
quadril dela, ele tirou a mão e passou a língua em torno de
sua pele. Seus gemidos eram macios e ofegantes, e ele
trabalhou seus quadris contra os dela. Ele estava tomando
toda a sua força para adiar o inevitável. Ele deixou seus olhos
viajarem até a barriga arredondada, do tipo que ele
absolutamente amava, e pelos seios grandes. Ele sempre foi
mais um homem de bundas, e oh cara, ela tinha uma bunda
assassina, mas as mamas dela eram belas. O bombeamento
de seus quadris fez com que eles saltassem para cima e para
baixo, e os mamilos estavam apertados e rosados. Sua boca
encheu de água para provar, mas no momento ele não podia
se mover de forma que ele ficou imobilizado quando ela
levantou os quadris e encontrou seus impulsos.

Ele colocou a mão na cintura dela, e cravou as unhas


mais fundas em seu corpo suave. Ela arqueou as costas
quando a cabeça de seu eixo raspou ao longo do seu ponto G.
Deus, ele podia sentir o pequeno pacote de carne inchado.
Ele não podia durar por mais tempo. Ele precisava disso,
precisava estar com ela desta forma e enchê-la com sua
semente.

— A sua boceta toda rosa e molhada é a perfeição, bebê.


Sugando meu pau como se você estivesse faminta pela minha
porra. — Ele estava falando tão sujo com ela, tão atrevido que
ele deveria ter vergonha. Ela era muito inocente em todos os
sentidos, e ele estava sendo um maldito bastardo sujo.

Seu pau esticando sua abertura, e músculos internos


dela apertaram ao redor de sua circunferência. Braços e
pernas dormentes, ele sentiu seu orgasmo mover para cima
através de sua espinha. Ela gozou pela terceira vez, sua
boceta convulsionando em torno de seu pau.

— É isso aí. Ordenhe o meu pau, Callie bebê. — Mais e


mais, ele deslizou dentro e fora dela, prolongando a
intensidade de seu ápice até que ela bateu a cabeça na cama.
Seu clitóris inchava a cada golpe baixo que ele dava, e
quando suas investidas aumentaram ainda mais, ela gritou.
— Merda. Eu poderia transar com você durante toda a noite e
nunca ter o suficiente. — O suor dele escorria sobre os seios
dela que saltavam, misturando-se com o seu próprio suor e
deslizando ao longo da sua pele.

Uma vez, duas vezes, e no terceiro impulso ele enterrou


sua ereção tão profundamente nela que suas bolas bateram
contra o seu traseiro. Ele gozou e gozou ainda mais, seu
corpo esticando apertado através do prazer, seu pênis se
contraia na sua vagina enquanto ele se esvaziava dentro dela.

— Deus, bebê. — Todo o seu corpo tremia, e apesar de


seu orgasmo ter sido possivelmente o mais longo na história,
ele nunca parou, lentamente empurrando dentro dela. Com
um gemido final, ele ficou imóvel.

Ele retirou-se dela, mas quando foi sair da cama, ela


puxou-o para ela.

— Apenas me segure Lucien. Eu não me importo com o


suor ou qualquer outra coisa. Eu só quero que você me
abrace.

Ele sorriu e voltou para a cama, puxou-a perto de seu


corpo, e beijou-a na testa. Ela levantou a mão e afastou o
cabelo suado. Ele desejava seu toque, ansiava por sua
presença. Ela confiava nele, e ele, amava isso. Ele alcançou
entre seus corpos e passou o dedo ao longo do buraco da sua
vagina. Ele sentiu seus fluidos combinados escorrerem para
fora dela, mas ele empurrou o dedo de volta, não deixando
qualquer um de seus fluidos saírem dela. Lucien queria ela
preenchida com a sua semente, tão fundo dentro dela que ela
estaria sentindo a umidade sair de seu pequeno e apertado
corpo pelo dia seguinte.

Ela suspirou, agarrou seu pulso com uma mão, mas não
puxou o dedo para fora dela. Na verdade, ela empurrou-o
outra polegada. Ele rosnou baixo, mergulhou sua boca em
direção a seu pescoço e chupou a sua carne.
— Eu não sei o que fiz para ganhar um presente como
você, Callie.

— Lucien.

— Não, bebê, por favor, deixe-me dizer isto. — Ele a


beijou novamente. —Eu fiz um monte de besteira na minha
vida, machuquei pessoas, roubei e mutilei, e fui apenas um
grande bastardo, mas quando eu olho para você eu sinto que
ainda há coisas boas neste mundo. O que eu sinto por você
faz fronteira com a loucura e a possessividade, mas são
emoções genuínas, reais emoções, e eu posso te jurar que
você vai ser sempre uma prioridade para mim.

Ela sorriu, e ele descansou sua testa contra a dela.

— Meu clube sempre foi o mais importante para mim.


Eu tenho uma família fora do MC, obviamente, mas quando
se trata de lealdade, eles sempre tiveram minhas costas,
sempre estiveram lá por mim. Mas agora eu tenho você na
minha vida, e eu nunca vou deixar você ir.

— Eu não vou a lugar nenhum, Lucien.

— Eu quero que você tenha uma vida, um futuro, e ir


para a faculdade é um passo certo nessa direção. Eu sempre
estarei aqui para você. Eu não quero que você se preocupe
com nada. — Ele disse suavemente.

Ela o beijou suavemente e descansou a testa em seu


peito. Ele segurou a parte de trás da cabeça dela com uma
mão, e respirou fundo.
— Você é minha, e eu sou seu. Para sempre.
Irrevogavelmente. Sempre. — Ele olhou nos olhos dela,
fazendo-a ver que ele quis dizer cada maldita palavra. — Eu
quis dizer isso quando eu disse que você é minha, e não há
nada neste planeta que irá levá-la para longe de mim, nunca.

Cain sentou em sua Harley, soltou a fumaça de seu


cigarro, e olhou para a pequena casa que ficava a cerca de
uma hora fora de River Run. Ele passou um caralho de um
monte de tempo na prisão, mas ele finalmente acertou a
situação, acabou eliminando o homem que machucou sua
filha, e agora ele podia seguir em frente. Houve movimento
por trás da cortina, e seu coração perdeu o ritmo. A única
mulher que o ajudou ao longo de todo este processo, nunca
deixando de dar-lhe apoio, e que foi a única a mantê-lo
atualizado sobre o filho da puta que ele acabou de enterrar
no chão, apenas a alguns pés de distância.

Violet Wing.

O nome dela era gentil, até mesmo excêntrico, mas a


mulher que ele conhecia por mais tempo do que ele conseguia
se lembrar, não era apenas a pessoa que lhe deu a
localização do desgraçado que ele perdeu, mas a única
mulher que ele não deveria querer por causa de quem ela era.

Você não deveria estar aqui, apenas observando-a como


um perseguidor, à espera de ter um vislumbre dela.

Ele levou mais uma inspiração do seu cigarro e o


descartou pisando com o calcanhar da bota antes de passar
rapidamente para o lado. Sim, ele deveria sair, mas ele não
podia. Servir nove dos dezesseis anos que ele foi condenado
não lhe ensinou nada além de buscar sua vingança quando
ele saísse. Seus irmãos estiveram lá para ele o tempo todo,
assim como para sua filha. Mas foi Violet que se manteve
escrevendo para ele, apesar do fato de ele lhe dizer para
esquecê-lo, para seguir em frente com sua vida, e colocar
toda essa merda atrás dela. Ela não era apenas a mulher que
foi a melhor amiga de sua filha enquanto crescia, ela também
foi uma vítima desse sádico que ele teve o prazer de matar.

Ele nunca contou a ninguém que Violet foi ferida por


esse imbecil. Ele não disse a seu clube, e nem mesmo a sua
filha. Violet disse a ele em confiança, e manteve esse pesadelo
dentro dela durante anos após o fato, e ele teve prazer em
acabar com a vida daquele desgraçado pela sua menina e
pela mulher que ele se preocupava mais do que deveria.

Desmontando de sua moto, ele caminhou em direção à


porta da frente, e mesmo sabendo que não deveria estar
fazendo isso, nada poderia tê-lo impedido. Ele só a viu uma
vez, anos depois de terem começado a falar ao telefone e por
cartas, foi quando ela o visitou na prisão. Essa foi a única
vez, porque ele disse a ela para não voltar, que o pesadelo que
ele estava vivendo em todos esses anos não era um lugar que
ele queria que ela fosse. E ela o ouviu, graças aos céus,
porque os homens que viviam na prisão não eram bons. Cain
não era bom, nunca foi, e iria recorrer a qualquer coisa para
fazer seu ponto conhecido, ou para proteger o que era dele.
Ele era perigoso, violento, esse era apenas quem ele era, e
quem ele sempre seria.

Ele encontrou-se em pé na frente de sua porta, a mão


fechada em um punho para bater na madeira com cicatrizes,
mas antes que pudesse fazer isso, a porta da frente se abriu e
lá estava ela. Seu cabelo escuro estava em uma trança por
cima do ombro, e seus brilhantes olhos verdes estavam
arregalados enquanto o observava com uma mistura de
emoção.

Era errado para ele estar aqui.

— Eu me perguntei se você viria a mim quando saísse.


— Ela disse suavemente.

Ele limpou a garganta, sem saber o que dizer.

— Fiquei longe, sabendo que era o que você queria. —


Ela olhou para baixo, e quando ela levantou apenas o olhar
para ele, o coração de Cain parou em seu peito.

— Eu não ia vir aqui, ia ficar longe porque sua vida está


melhor sem eu nela. — Ele esfregou a mão sobre sua
mandíbula. Os últimos meses foram um turbilhão com ele
cuidando dos negócios, e tendo que decidir o que ele ia fazer
a seguir.
— Estou feliz que você veio Cain. — Ela sorriu
suavemente, olhando para baixo novamente. Quando ela se
afastou, deixando-o entrar, ele se amaldiçoou por tomar o
primeiro passo para frente. Esse foi o começo do fim, porque
o que Violet não sabia, merda, o que ninguém sabia, era que
ele se importava com ela. Ele a amava, a amou durante anos,
mesmo que ele fosse um bastardo e não merecesse sentir tal
emoção. Ela era a melhor amiga de sua filha, foi violada por
um homem que tentou fazer a mesma coisa com seu bebê, e
era vinte anos mais jovens do que ele. Ele iria arruinar sua
vida com a sua toxicidade. Mas caramba, ele não conseguia
parar a si mesmo ou seus sentimentos, e apenas os viu
ficando mais intensos ainda mais agora que ela estava aqui
com ele em carne e osso, sem parede de plástico ou telefones
os separando.
EPÍLOGO

Um ano depois

A casa estava uma loucura com toda a atividade, e só ia


ficar ainda mais agitada com todos que continuavam a
chegar. Callie voltou para casa na Ação de Graças, e ela
estava atualmente segurando seu irmão bebê. Marcus tinha
apenas alguns meses de idade, e ele já tinha os olhos azuis
brilhantes que ela compartilhava com seu pai, e uma
cabeleira negra. Ele dormia, e a mamadeira que Callie
atualmente detinha em sua boca estava agora vazia. Ela
afastou a mamadeira, limpou seus pequenos lábios, e o
levantou por cima do ombro para acariciar gentilmente suas
costas.

Os caras do clube já estavam na casa de Kink e Cookie.


O barulho era muito alto, mas Marcus continuava dormindo.
Cookie enfiou a cabeça ao virar da esquina, o nariz salpicado
de farinha da torta que ela estava assando, e seu sorriso
largo.

— Como está indo?

— Está brincando? Eu sou uma campeã nisto. Quase


me faz querer ter um próprio. — Callie brincou suavemente e
sorriu.
— Não tenha ideias de ter qualquer um deles até que
você esteja formada na faculdade. — Disse o pai dela e sorriu.
Ele beijou Cookie nos lábios, e ela desapareceu de volta para
a cozinha. Kink entrou na sala e olhou para Marcus.

— Ele com certeza é alguma coisa, não é?

Marcus se agitou levemente, e ela entregou seu irmão


para o pai.

— Ele realmente é. — Ela se levantou e passou os dedos


no pequeno tufo de cabelo escuro em sua cabeça.

— Eu me lembro de quando você era pequena. Você


chorava muito quando sua mãe segurava você. — Ele sorriu
com a memória. — Me fazia sentir orgulhoso para caralho
que você parava de chorar quando você estava em meus
braços.

Ela riu suavemente.

— Mas você não é mais um bebê. Está crescida,


trabalhando em direção a sua formação em Negócios, e
vivendo a sua vida. — Kink olhou para ela. — Você me faz
profundamente orgulhoso, querida. — O som de um veículo
estacionando lhe disse que Lucien finalmente chegou. Kink se
inclinou e beijou-a na parte superior da cabeça. — Vá. Eu sei
que tem sido umas semanas desde a última vez que o viu, e
ele tem feito uma tempestade de reclamações da sua falta.

Ela sentiu seu rosto corar com as palavras de seu pai.

— Eu juro que ele é um bastardo irritadiço quando você


não está por perto. — Seu pai disse com um tom duro em sua
voz, mas depois sorriu. Ele se virou e a deixou sozinha, e ela
foi até a janela.

Lucien saiu do seu SUV, viu-a imediatamente, e deu-lhe


uma piscadela. Deus, ela aqueceu instantaneamente com
aquele pequeno gesto. Ela o encontrou na porta, e assim que
ele estava bem na frente dela, ele a tinha em seus braços. Ela
estava fora de seus pés e, em seguida, mudou-se para dentro
do hall de entrada com ela, fechou a porta atrás dele, e
beijou-a apaixonadamente. Ele tinha um gosto bom, menta e
doce, e seu corpo se lembrava de tudo sobre ele com
surpreendente clareza.

— Eu senti sua falta, bebê.

— Eu senti sua falta, também. — Ela respondeu, e


apertou seus bíceps espessos. No ano passado ela focou na
escola, voltando para casa durante os fins de semana, e
gastando tanto tempo com Lucien quanto possível. Era difícil
estar longe dele, mas ela tinha que fazer isso para si mesma,
tinha que fazer algo fora de sua vida para que ela pudesse
estar com ele e ter uma conquista em seu currículo. Receber
seu diploma de Negócios parecia o passo certo a tomar,
porque Lucien e o clube eram a sua vida, e ela queria estar
perto dele quando ela terminasse a faculdade. Ela poderia
ajudar a gerir os livros, manter a papelada em ordem, e ainda
estar perto de sua família e do homem que amava. Mas os
dois últimos fins de semana ela teve que permanecer no
campus, estudar para as provas finais do semestre. Parecia
uma eternidade desde que o vira, mas, em seguida,
momentos como estes faziam tudo valer a pena.
Lucien se afastou gentilmente a colocando no chão, e
olhou para ela nos olhos.

— Eu não quero desrespeitar o seu pai em sua própria


casa, mas nós definitivamente vamos terminar isso mais
tarde. — Ele a beijou suavemente nos lábios e a colocou
sobre seus pés. Kink podia ser rude e áspero, às vezes, mas
ele aceitou seu relacionamento. Todos os membros tinham.
Eles eram uma família gigante, leal até o fim, e tinham tanto
amor uns pelos outros que nunca haveria escassez do
mesmo.

— Eu amo você, Callie. — Disse Lucien contra sua boca,


e ela o sentiu sorrir.

— E eu te amo. — E ela amava, tanto que às vezes era


quase doloroso, mas era um desconforto que ela queria,
ansiava, e esperava que nunca terminasse. Esta era a sua
vida, e a estrada que ela tomou para chegar até aqui era
irregular, mas ela não teria mudado isso por nada.

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