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Bene Eugénio Machapule

Tema Transversal IV

Resumo de Conceitos sobre Ética e Moral

Docente: Mestre Rodrigues Chiziane

Universidade Pedagógica

Maputo, 13 de Dezembro de 2021


Ética e Moral

1. Questões transcendentais do agir moral.


 Consciência

Consciência (consciência moral), a faculdade humana de distinguir entre o bem e o mal,


ou seja, a capacidade ou a função que nos permite discernir o bem do mal e nos orienta
a agir e a julgar as nossas acções segundo o seu valor ou contravalor – conforme forem
julgadas boas ou más.

 Liberdade

Liberdade significa, antes de tudo, não impedimento de se fazer o que se quer. o

conceito “liberdade” designa determinações distintas:

 Significa liberdade de voto ou de escolha, capacidade que o homem tem de


escolher uma alternativa entre várias.
 Significa liberdade de acção, ausência de qualquer pressão interna ou externa
perante uma acção.
 Significa livre-arbítrio, a capacidade e a obrigação de estabelecer para si
próprio somente aqueles fins (objectivos) de acção que estejam em
concordância com as normas morais fundamentais, portanto, que estejam em
harmonia com interesses aptos de generalização.

 Norma Moral

Uma norma moral, ou lei moral, e uma regra de acção universal (valida para todos) e
obrigatória, a qual o homem se deve conformar para se desdobrar como ser racional e
livre. Ela e um critério ou um princípio que rege a conduta humana.
 Responsabilidade Moral
A palavra responsabilidade vem do latim respondere. Ora, responder pelos seus actos
significa assumi-los totalmente como seus, isto e, reconhecer-se como seu autor ou
dono.
E por isso que se afirma que quanto maior e a consciência, maior e a responsabilidade; e
quanto maior e a responsabilidade, maior e a pena.
Neste contexto, a responsabilidade não pode ser entendida como encargo, ou seja, uma
tarefa que se pode assumir.

2. Divisões da ética
 Meta ética
A meta-ética, diferentemente da ética normativa, não pretende determinar o que
devemos fazer, mas investiga a natureza dos princípios e teorias morais. Eles são
objectivos? São absolutos? Fazem parte daquilo que podemos conhecer? Podem ser
verdadeiros num mundo sem Deus?

 Ética Normativa
A ética normativa pretende responder a perguntas tais como “O que devemos fazer?” ou
de forma mais ampla “Qual a melhor forma de viver bem?”. As respostas a estas
questões são dadas, seja através da determinação da acção ou regra correta, seja através
da determinação mais ampla de um carácter moral.

 Ética Aplicada
A chamada ética aplicada é a aplicação de princípios retirados da ética normativa para
resolver problemas éticos quotidianos. Ela procura resolver problemas práticos de
acordo com princípios da ética normativa. Usualmente, as correntes de ética aplicada
têm-se detido, não apenas em princípios de uma corrente, mas apresentam centralmente
princípios da ética utilitarista, tais como a consideração das consequências, conjugados
com princípios da ética deontológica, tais como a consideração da dignidade da pessoa e
respeito pela sua livre decisão.

 Ética Descritiva

A Ética Descritiva, também conhecida como ética comparativa, é o estudo das crenças
das pessoas sobre a moralidade.[1] Contrasta com a ética prescritiva ou ética normativa,
que é o estudo das teorias éticas que prescrevem como as pessoas devem agir, e com
a meta-ética, que é o estudo de quais termos e teorias éticos realmente se referem.

 Ética na pesquisa

O debate sobre ética vai muito além do âmbito científico. Em linhas gerais, ética é como
se denomina o conjunto de valores que norteiam a conduta das pessoas em um
determinado período e em uma determinada sociedade. Justamente por isso, esses
valores não são estáticos ou universais. Embora as diferentes culturas adoptem critérios
semelhantes, a interpretação e a prática desses valores dificilmente é unânime, dando
lugar a amplas discussões de tempos em tempos.

Na pesquisa, a ética não foge aos parâmetros gerais, possuindo também os próprios
pilares, disputas e transgressões.

Pilares da Ética na Pesquisa

Uma questão que pode ser considerada universal nesse sector é o uso do pensamento
científico. Desse modo, as demais questões referentes à ética e ao estabelecimento de
um código de conduta estão sempre relacionadas com a integridade dos métodos
utilizados na pesquisa. A idoneidade do trabalho é avaliada pelo rigor na execução dos
experimentos e análises, além da clareza e honestidade na exposição dos resultados.

Como exemplos de má conduta, podem ser citados:

1 – Autoria indevida (por meio de plágio, auto plágio, abuso de autoridade);

2 – Conflitos de interesse que podem comprometer os resultados da pesquisa;

3 – Falsificação ou manipulação de dados/resultados;

4 – Falta de rigor científico (falta de cuidado com a colecta e análise de dados, por
exemplo);

5 – E, por fim, o descumprimento de exigências legislativas e regulamentares.

Os parâmetros éticos se tornam ainda mais rigorosos em pesquisas que envolvem seres
vivos e, em particular, experimentos em humanos.

3. Questões centrais da ética


 O problema da virtude
Virtude pode ser entendida como a disposição ou a aptidão que se adquire na prática da
vida e se torna habitual para um bom comportamento moral. Virtude é, portanto,
habilidade ou capacidade de dominar situações da vida e os problemas que provêm da
acção; ela não pode ser aprendida e nem transmitida teoricamente, mas adquirida na
prática da vida. No entanto, essa prática deve-se reflectir na perspectiva da exigência
moral. Virtude é, então, uma qualidade adquirida da razão prática para o hábito
comportamental moral.
 O problema da Felicidade (bem aventurança)
O conceito de felicidade desempenha na ética um papel preponderante como princípio
da bem-aventurança. Entenda-se por bem-aventurança, sob o ponto de vista moral, a
perfeição última do ser intelectual, ou seja, a felicidade espiritual do homem; segundo a
religião, a glória celestial.
 O problema da liberdade
Os behavioristas defendem que liberdade e dignidade não são nada mais senão ilusões
porque todo o comportamento humano e exclusivamente determinado pelo equipamento
genético e pelo “reforço” ou “enfraquecimento” das tendências inatas de
comportamento através de determinados mecanismos de condicionamento, como sejam
a recompensa e o castigo.
A ética Kantiana, aborda a problemática da liberdade e do determinismo partindo do
princípio de que o homem é um ser vivo racional, nisto, a natureza e a razão são 2 (dois)
aspectos que o integram. Como ser natural, o homem está como tal como qualquer ser
vivo sujeito as condições de espécie (psicológico, geográfico, biológico) que lhe
provam da sua auto-disposição, isto é, depende das determinações necessárias causais.
A determinação alheia existe quando o homem se deixa impor no seu querer e se
entrega a uma total dependência à factores não determinados por se, de certa forma não
é possível ao homem suprir as leis da natureza, determinantes da sua natureza sensorial.
Com tudo, é lhe muito bem possível reconhecer esses determinantes como tal e reagir
perante eles, ele pode a partir de uma distancia crítica decidir se aquilo que por força da
natureza deseja também pode desejar por força da razão, assim sendo, o homem
estabelece uma diferença na sua vontade, deixando-se determinar por factos externos ou
a de se determinar por se próprio.
Deverá o homem obedecer exclusivamente e cegamente as expressões da sua natureza e
as das relações em que vive? Por tanto, é necessário que haja o princípio que exige a
cada um a tomar em primeiro lugar contas em relação à satisfação dos seus desejos.
O homem emprega a sua liberdade moral na medida em que se livra das pressões das
forças externas e determinar por se o que deseja, assim o homem nem é absolutamente
livre no sentido em que não existe uma causa externa que determina a sua vontade e
nem é absolutamente determinado no sentido de que a sua vontade seja determinada
exclusivamente por factores externos.
 O problema de bem-estar
Moralmente bom é algo que seja bem em se mesmo e não em função a algo deferente.

Como é que o homem na presença do bem pode escolher o mal?

Sempre se procura interpretar a origem do mal a partir das múltiplas formas em que se
manifesta como (criminalidade, crueldade, morte, opressão), assim as circunstâncias,
a sociedade ou diabo, tem sido o tomados como a fonte do mal, mais o autor do bem e
do mal é sempre o individuo que deseja o bem ou mal, mas o realiza como um bem para
ele. Por tanto, todos as estruturas que procuram transformar a humanidade através da
eliminação das condições do mal, isto é, procurando as condições do mal fora do
homem, estão eticamente falhadas pós deve-se eliminar o mal a partir do elo humano e
podem inverter os princípios à condição do bem e do mal, é a liberdade do homem.

Então, uma mudança para um estado melhor só será possível através da educação moral
do homem.

4. Formas de Argumentação Moral


 Facto

Um facto não é sempre um fenómeno. O enunciado de uma lei científica, acerca de um


fenómeno, transforma-a em facto que não se confunde com o fenómeno em si mesmo; e
um fenómeno só é um facto se não for "imaginário"

 Sentimentos
Os sentimentos são informações que todos seres biológicos são capazes de sentir nas
diferentes situações que vivenciam, todo ser é dotado de sentimentos e eles são
diferentes entre si.
A parte do cérebro que processa os sentimentos e emoções é o sistema límbico. Sendo
alvo do estudo da medicina, biologia, filosofia e psicologia.
 Resultados
Resultado pode ser entediado como aquilo que resulta de um ato, de um facto, etc.;
consequência; efeito.
 Consciência
A consciência ou consciez é uma qualidade da mente, considerando abranger
qualificações tais como subjectividade, autoconsciência, senciência, sapiência, e a
capacidade de perceber a relação entre si e um ambiente. É um assunto muito
pesquisado na filosofia da mente, na psicologia, neurologia e ciência cognitiva.

 Autoridade
Autoridade (do termo latino auctoritate) é um sinónimo de poder. É a base de qualquer
tipo de organização hierarquizada, sobretudo no sistema político. É uma espécie de
poder continuado no tempo, estabilizado, podendo ser caracterizado como
institucionalizado ou não, em que os subordinados prestam obediência ao indivíduo ou à
instituição detentores da autoridade.

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