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Tópicos da nossa conversa


(para ir direto ao tópico desejado, clique na linha correspondente)

É um prazer ter você aqui. Podemos começar? ....................................................................................................5

Primeiros conceitos do mercado de derivativos ..................................................................................................6

Afinal, do que estamos falando? ......................................................................................................................7


Os tipos de opções existentes ..........................................................................................................................8
Opção de compra .................................................................................................................. 8
Opção de venda ..................................................................................................................... 8
Os participantes do mercado ...........................................................................................................................9
Titular..................................................................................................................................... 9
Lançador ................................................................................................................................ 9
Nomenclatura das opções ................................................................................................................................9
Tipo ...................................................................................................................................... 10
Ativo Objeto......................................................................................................................... 10
Vencimento ......................................................................................................................... 10
Exercício ............................................................................................................................... 10
A utilidade do mercado de derivativos.......................................................................................................... 10
Proteção agrícola ................................................................................................................. 10
Hedge Financeiro ................................................................................................................. 11
Alavancagem ....................................................................................................................... 11
Proteção de uma carteira de ativos .................................................................................... 11
Os tipos de opção .......................................................................................................................................... 12
Precificação de uma opção – Primeiros conceitos ............................................................................................ 13

O que é o prêmio de uma opção? ................................................................................................................. 14


Os fatores que influenciam no preço ............................................................................................................ 14
Os cinco fatores ............................................................................................................................................. 15
Tempo .................................................................................................................................. 15
Preço do ativo objeto .......................................................................................................... 15
Preço de Exercício................................................................................................................ 15
Taxa de juros........................................................................................................................ 15
Volatilidade .......................................................................................................................... 15
A influência dos fatores nas opções .............................................................................................................. 16
Tempo .................................................................................................................................. 16
Preço do ativo objeto .......................................................................................................... 16
Preço de Exercício................................................................................................................ 16
Esse texto foi desenvolvido pela Zetta Conhecimento como parte do material de apoio ao curso sobre mercado de derivativos.
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Taxa de Juros ....................................................................................................................... 16


Volatilidade .......................................................................................................................... 16
Retorno e outras análises importantes ............................................................................................................. 18

Payoff de uma opção ..................................................................................................................................... 19


Payoff – Opção de Compra (Call)......................................................................................... 19
Payoff – Opção de Venda (Put) ........................................................................................... 20
Classificação de opções pelo preço de exercício e sua relação com o payoff .............................................. 21
Dentro do dinheiro (in the money) ..................................................................................... 21
No dinheiro (at the money) ................................................................................................. 21
Fora do dinheiro (out of the money) ................................................................................... 21
Valor Intrínseco e Valor Tempo ........................................................................................... 22
Estratégias, do grego... ...................................................................................................................................... 23

Estratégias direcionais simples ...................................................................................................................... 24


Trava de alta (Call Spread) ................................................................................................... 24
Trava de baixa (Put Spread)................................................................................................. 25
Borboleta (Fly) ..................................................................................................................... 26
Condor ................................................................................................................................. 27
Relação Risco x Retorno das opções ................................................................................................................. 28

A ideia de risco e retorno .............................................................................................................................. 29


Qual risco você aceita tomar? ....................................................................................................................... 29
Margem de garantia ...................................................................................................................................... 29
Por que precisamos disso? .................................................................................................. 30
Como funciona esse deposito?............................................................................................ 30
Outras estratégias ............................................................................................................................................. 31

Estratégias direcionais avançadas ................................................................................................................. 32


Call Spread Ratio.................................................................................................................. 32
Seagull de Alta ..................................................................................................................... 33
Seagull de Baixa ................................................................................................................... 33
Seagull com risco limitado – Uma alternativa ............................................................................................... 34
Venda do pó......................................................................................................................... 35
Compra do pó ...................................................................................................................... 36
Financiamento ..................................................................................................................... 36
Volatilidade........................................................................................................................................................ 38

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O que é operar a volatilidade? ...................................................................................................................... 39


A dinâmica da operação de volatilidade ....................................................................................................... 39
Oscilação do preço de uma opção................................................................................................................. 40
Primeiros conceitos das Gregas..................................................................................................................... 41
Delta (Δ) ............................................................................................................................... 41
Gamma (γ) ........................................................................................................................... 42
Theta (θ) .............................................................................................................................. 42
Vega ..................................................................................................................................... 42
A importância das Gregas.............................................................................................................................. 42
Despedida da nossa conversa ....................................................................................................................... 43

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01
INTRODUÇÃO

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É um prazer ter você aqui. Podemos começar?

Vivemos em um mundo extremamente globalizado. Notícias vêm e vão em questão de segundos. O que de
manhã era uma certeza, no período da tarde não passa de história mal contada. Nesse cenário tão competitivo
e dinâmico é imprescindível buscarmos a única arma que pode nos ajudar, a Educação!

Antes de começarmos nossa conversa, gostaria de te parabenizar pela sua atitude de buscar por novos
conhecimentos. Sabemos que possuir esse perfil ajuda muito em qualquer área de atuação e no mundo
financeiro isso não é diferente.

“Para de filosofar e vamos começar a aprender? ”

Nesse nosso bate papo gostaria de apresentar todos os conceitos de um dos produtos mais interessantes do
Mercado Financeiro: Os Derivativos.

Infelizmente eu ainda não te conheço muito bem. Não sei se você é um expert em opções ou um entusiasta
do mercado que deseja aprofundar seus conhecimentos nesse novo mundo. Por essa razão, decidi organizar
meus pensamentos de uma maneira bem didática e abrangente. Começaremos com uma abordagem
conceitual importantíssima sobre derivativos, mostrando os principais fundamentos e suas aplicações mais
gerais. Depois da criação de uma base sólida e consistente, não tenho dúvida que teremos um suporte
interessante para mergulharmos no mundo da precificação, matemática e das estratégias envolvendo opções.

Seja você um investidor experiente ou um novato, convido-o a participar desse papo comigo. Com muito
empenho e dedicação, tenho certeza que sairemos daqui muito melhor do que entramos. Pegue sua caneta,
seu computador, aquele aperitivo esperto, toda sua sede por conhecimento e venha comigo!

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Apresentação do Professor]
[Apresentação do Curso]

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02
Primeiros conceitos do mercado de derivativos
Nesse capítulo:

O conceito de uma opção

Opção de compra

Opção de venda

Os participantes do mercado

Nomenclaturas importantes

A utilidade do mercado de derivativos

Os diferentes tipos de opção

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Afinal, do que estamos falando?


Não existe outra maneira de começarmos essa conversa senão falando de opções. A matéria prima de todo o
nosso estudo. A semente da nossa árvore...

“Ahhh, para de enrolação e começa logo! ”

Tudo bem, eu confesso, as vezes me empolgo um pouco. Para entendermos o que é uma opção, vamos fazer
uma analogia bem legal. Imagine que você acabou de comprar um carro. Zero quilômetro. Novinho. Cheiro de
coisa nova. Qual a primeira coisa que você faz? Um seguro.

Você liga para Seu Joel, seu corretor e fala:

“Seu Joel, comprei um carro e preciso fazer um seguro. Você poderia cotar para mim, por favor? ”

Após receber as propostas, você escolhe a que mais lhe agradar e fecha o negócio.

Todo mundo sabe como funciona o seguro de um automóvel ou pelo menos tem uma boa ideia do que se
trata. Vamos analisar exatamente o que queremos quando fechamos com a seguradora um seguro para o
nosso querido carrinho:

“Eu quero ter o direito de comprar um carro igual ao que possuo atualmente por R$0,00 caso o meu seja
roubado no final de 12 meses. Para adquirir esse direito, eu vou pagar um percentual do valor atual do
automóvel. ”

Não é exatamente assim que funciona o seu seguro? Repare que você não vai “ganhar” um carro caso o seu
seja roubado. Você terá, sim, o direito de comprar um carro igual por R$0,00 caso você seja vítima de um
furto.

Feito tal acordo, temos dois cenários para analisar:

1º cenário: Se, no decorrer do ano, o seu carro for roubado, você terá o direito de comprar o mesmo veículo
por R$0,00.

2º cenário: Se, no decorrer do ano, o seu carro não for roubado, nada acontece. Você continua com o seu
veículo atual, só perdendo o valor do prêmio inicial que pagou para adquirir tal direito.

“Está bem, mas o que isso tem a ver com o mercado de opções? ”

Uma opção tem exatamente o mesmo princípio. A única diferença é que ao invés de “assegurar” um carro,
você irá “assegurar” o preço de um ativo financeiro, uma ação ou um produto agrícola.

“Explica um pouco melhor: Eu entendi a sua analogia, mas não consigo trazer para o
mercado financeiro. Como eu faria um seguro do preço do dólar? Eu teria o direito de
comprar o dólar a R$0,00?

Vamos imaginar uma situação onde o dólar esteja valendo R$3,00. Por algum motivo, que não iremos discutir
agora, você precisará comprar dólar a R$3,00 daqui há um ano. Sabemos que o preço da moeda americana
oscila diariamente, logo, como garantir o preço desse ativo no futuro?

Você pode ir até um banco e falar:

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“Eu quero ter o direito de comprar o dólar por R$3,00 daqui há um ano se ele estiver valendo mais do que
isso, caso contrário eu não quero fazer nada. Para ter esse direito, eu vou te pagar um valor previamente
acordado”

Você percebeu a semelhança que isso tem com o seguro do nosso carro? A única diferença é o ativo e contra
qual fato estamos assegurando, mas a essência é a mesma.

Depois de acordarem um valor, temos dois cenários para analisar:

1º cenário: Se no final de um ano, o dólar estiver valendo mais do que R$3,00, você terá o direito de comprar
o dólar a R$3,00.

2º cenário: Se no final do período, o dólar estiver mais barato do que R$3,00, você simplesmente não irá
exercer o seu direito de compra. Seu único “prejuízo” será o valor pago pelo direito adquirido.

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Grátis] [Uma analogia interessante sobre opções]
*Faça o cadastro para assistir

“Realmente esse negócio de opção é bem parecido com um seguro de carro. No seguro eu
compro o direito de comprar um carro por R$0,00 e nas opções, eu compro o direito de
comprar um ativo por certo preço. Fala sério, é muito simples! Mas se em vez de comprar,
eu já tiver dólares e quiser vendê-los por certo preço no futuro, é possível? “

Os tipos de opções existentes


Claro que é possível. No mercado de derivativos são negociados dois tipos de opções. Vamos explicar certinho
o que é cada um:

Opção de compra
Se você quiser adquirir o direito de comprar certo ativo em um determinado espaço de tempo a certo preço,
você deve comprar uma Opção de Compra. (Para ser chique, uma Call)

Opção de venda
Se você quiser adquirir o direito de vender certo ativo em um determinado espaço de tempo a certo preço,
você deve comprar uma Opção de Venda (Put para os gringos)

definição definição

OPÇÃO DE COMPRA OPÇÃO DE VENDA

CALL PUT
Direito de comprar um ativo específico Direito de vender um ativo específico
por certo preço em uma data pré- por certo preço em uma data pré-
determinada determinada

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“Ah, muito simples: Opção de Compra, direito de comprar. Opção de Venda, direito de
vender. Meu Deus, não pode ser mais simples do que isso! ”

Calma que não é tão simples assim. Você reparou que até agora estamos sempre analisando pelo lado do
comprador da opção. O que acontece com o vendedor?

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[O conceito de uma opção de compra e de venda]

Os participantes do mercado
Só para ficar bem claro, vamos definir que o comprador de uma opção (seja uma Call ou uma Put) é chamado
de Titular e o vendedor de Lançador, logo:

Titular
O titular de uma opção adquire o direito de comprar ou vender certo ativo.

Lançador
O lançador de uma opção adquire o dever de comprar ou vender certo ativo.

No nosso exemplo, podemos dizer que ao contratar um seguro você é o Titular de uma opção que dá o direito
de comprar um carro a R$0,00 em caso de roubo e a seguradora é o Lançador dessa opção, onde, em troca de
um prêmio, adquirirá o dever de vender o carro a R$0,00 caso seja roubado.

Repare que o Titular pode ou não exercer o seu direito de acordo com sua vontade, já o Lançador é obrigado
a cumprir seu dever independentemente se isso é bom ou ruim para ele. Esse é um dos conceitos mais
importantes sobre derivativos que precisamos ter.

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[A dinâmica do mercado de derivativos]

“Gostei desse negócio de formalizar as coisas, realmente fica mais simples de entender.
Teria mais alguma coisa para a gente formalizar? “

Nomenclatura das opções


Para que os conceitos do Mercado de Derivativos fiquem mais claros e a nossa conversa mais ágil, precisamos
começar a dar nomes aos bois. Vamos formalizar alguns conceitos importantes.

Calma, mesmo parecendo, eu não sou maluco. Não vou sair escrevendo um monte de nome estranho e sem
sentido para você. Isso só atrapalharia o desenrolar do nosso bate papo.

Para facilitar, antes de entrarmos no mercado financeiro de fato, vamos ver quais os conceitos existentes em
um seguro de carro, que pode ser resumido como:

“Direito de comprar um carro a R$0,00, daqui há um ano, caso meu carro seja roubado. ”

Ao ler a frase acima, podemos perguntar:

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Qual o tipo da operação?

É um direito de comprar ou de vender? Um direito de comprar.

Qual o objeto?

De qual ativo estamos falando? O carro.

Para quando é?

Qual a data dessa operação? Daqui há um ano.

Contra o que?

Qual é o fato que estamos considerando? O roubo do carro.

Sem perceber, nós formalizamos as quatro principais características de uma opção. Vamos ver agora como
funciona no mercado financeiro:

“Direito de comprar uma ação da PETR4 a R$16,00 no mês de janeiro de 2019”

Tipo: Opção de Compra (Call)


Ativo Objeto: PETR4, ação da empresa Petrobras
Vencimento: Janeiro de 2019
Exercício: R$16,00
Pronto. Tudo formalizado e muito mais simples para prosseguirmos com nossa conversa.

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Conceitos técnicos de uma opção]

“Ah, está fácil demais! Só uma coisa: Para que serve esse mercado todo? Não é possível que
inventaram tudo isso para eu poder fazer seguro de carro. “

A utilidade do mercado de derivativos


O mercado de opções, apesar de não muito conhecido, possui extrema importância para a economia e o
sistema financeiro como um todo, sendo usado por agricultores, cooperativas, empresas e bancos.

Vamos destacar as quatro principais utilidades do mercado de derivativos.

Proteção agrícola
Imagine que você seja um agricultor que produza milho. Em maio você está preparando sua fazenda para fazer
o plantio da safra que começa em junho e acaba em setembro. Suponha que o preço do milho esteja R$30,00
e pelas suas contas, esse valor é mais do que suficiente para você vender sua produção, pagando suas dívidas
e obtendo lucro na operação. O problema é que você só venderá esse milho em setembro, quando chegar o
momento da colheita, e pode ser que o preço do milho não esteja mais R$30,00. Pode estar valendo mais,
melhor para você, ou menos, diminuindo o lucro esperado. E agora? Será que você precisa assumir o risco da
oscilação de preço do produto?

Não! Isso seria péssimo para a economia. Apesar de existir um cenário vantajoso para você (o preço subir),
existe um cenário onde você facilmente pode quebrar (o preço despencar). O que fazer então?

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Você pode comprar uma opção de venda (Put) de milho em setembro a R$30,00. Dessa maneira, se o milho
estiver abaixo de R$30,00, você vende por R$30,00, agora, se estiver acima, simplesmente não exerce o direito
e vende no mercado por mais caro.

Essa operação é uma das mais importantes utilidades do mercado de opções e é chamada de Hedge Agrícola.

Hedge Financeiro
Imagine que você possua uma empresa que, em janeiro, com o dólar valendo R$3,00, contraia uma dívida de
1 milhão de dólares, ou seja 3 milhões de reais, para ser paga no final do ano.

Para esse valor do dólar, você está confortável com o pagamento, dado que suas vendas provenientes dessa
dívida serão de 4 milhões de reais ao longo do ano.

A situação é a seguinte: Você precisará comprar 1 milhão de dólares no final do ano com parte dos 4 milhões
de reais que você irá receber. Ficou fácil de ver onde a porca torce o rabo, não é?

Se algo acontecer e esse dólar estiver cotado a R$4,10 no final do ano, você não terá dinheiro para pagar sua
dívida e pode ir à falência facilmente.

Agora que você já está craque em mercado, você já sabe o que temos que fazer para resolver essa situação.
Se a empresa precisará comprar dólar no final do ano, basta comprar uma opção de compra de dólar a R$3,00,
assim, se estiver valendo os R$4,10 que falamos, ela compra a R$3,00 e fica tranquila, agora, se estiver valendo
menos, não exerce a opção e compra o dólar mais barato.

Apresentamos aqui o famoso Hedge Financeiro! (Ok, não é tão famoso assim.)

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Hedge agrícola e empresarial]

Alavancagem
Saindo um pouco do mundo real e indo para os trades do mercado financeiro, um investidor pode utilizar as
opções para alavancar uma posição, ou seja, gastar menos dinheiro para obter lucros maiores. Não iremos nos
aprofundar muito nesse tópico agora, mas você verá um pouco mais para frente que é possível obter altos
retornos com baixo investimento utilizando as estratégias de opção. Calma, não estamos falando de mágica,
e sim de um produto de alta complexidade e que precisa ser muito bem estudado antes de utilizado. (Uau,
falei sério agora!)

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Alavancagem utilizando opção]

Proteção de uma carteira de ativos


Você está apostando fortemente em uma alta da bolsa brasileira, ou seja, “compradasso” em Ibov. Mesmo
com muita convicção de que ela vai subir, você sabe que, por exemplo, as eleições nos EUA podem interferir,
e muito, nos preços da nossa bolsa. O dilema é: Fica na posição e reza para o candidato maluco não ganhar ou
zera tudo com medo de um revés muito grande?

Nenhum dos dois! Você pode comprar uma Opção de Venda (Put) de bolsa a um preço que você ache razoável
depois das eleições. Caso o maluco ganhe e a bolsa despenque, você exerce o seu direito de vender, agora,
caso não ganhe e a bolsa continue subindo, você deixa sua Put para lá e vida que segue.

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:

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[Grátis] [Proteção de carteira utilizando opções]


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“Uau! Realmente dá para fazer muita coisa com esse negócio de derivativos, não é? Sabe
uma dúvida que surgiu aqui: Eu consigo exercer esse meu direito a qualquer hora ou preciso
esperar chegar o vencimento? ”

Os tipos de opção
Existem dois tipos de opção: As europeias e as americanas. A diferença entre elas é exatamente o que você
perguntou. Uma opção americana pode ser exercida a qualquer momento até o vencimento, já uma
europeia só pode ser exercida no dia do vencimento.

“E qual das duas a gente utiliza aqui no Brasil? ”

Depende muito do mercado que estamos falando. No mercado futuro de moeda e agrícola, todas as opções
negociadas são europeias, ou seja, só podem ser exercidas no vencimento. Já no mercado de bolsa, a grande
maioria das Calls são americanas e todas as Puts são europeias.

Assista:
[Opções Europeias e Americanas]

“Beleza, agora que já falamos bastante sobre os conceitos básicos do mercado de


derivativos, vou me arriscar e fazer a pergunta que todo mundo quer saber. Quanto vai me
custar esse seguro, ops, essa opção? “

Dúvidas? Aqui na Zetta isso não existe!


Acesse: www.zettaforum.com e pergunte agora mesmo!

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03
Precificação de uma opção – Primeiros conceitos
Nesse capítulo:

Conceito de prêmio de uma opção

Os fatores que influenciam em um preço

Os cinco fatores

A influência dos cinco fatores

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O que é o prêmio de uma opção?


Antes de começarmos a falar sobre toda a matemática envolvida no processo de precificação de uma opção
(que não é pouca) a gente precisa entender duas coisas muito importantes: O que é o preço da opção e quais
os fatores que interferem nesse preço.

Para que esse tópico fique bem claro, acho bem válido voltarmos para o nosso exemplo do seguro de carro.

Vimos que um seguro nada mais é do que uma opção onde nós, clientes, somos os titulares e as seguradoras,
as lançadoras. Dessa maneira, sabemos que nós adquirimos um direito, enquanto elas um dever. Até aqui
perfeito, certo?

Agora pense comigo: Se eu estou adquirindo um direito sobre alguém, eu preciso pagar alguma coisa e a
seguradora irá cobrar algo para ter o seu devido dever. Esse valor pago a seguradora é chamado de prêmio.
No mercado, o valor acordado entre as duas partes também é chamado de prêmio e é o preço de uma opção.
Bem mais simples do que você imaginou, não é?

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Conceito de prêmio de uma opção]

Os fatores que influenciam no preço


Agora que já sabemos o que é o preço de uma opção, precisamos entender quais os fatores influenciam nessa
precificação.

Você já deve ter percebido que tudo na vida tem um preço. O computador que você está usando para ler esse
material, por exemplo, possui um preço e ele é influenciado por várias variáveis. A qualidade dos materiais, a
tecnologia utilizada e a marca são alguns dos fatores que os fabricantes utilizaram para precificar o seu
computador.

Com as opções não é diferente, são cinco os fatores que influenciam no preço. Como você já está habituado,
antes de falar disso, vamos voltar ao exemplo do seguro e analisar quais os fatores que influenciam no prêmio.

Tempo: Você concorda que o prazo que você deseja fazer o seguro do seu carro influencia no preço do seguro?
Uma apólice de 6 meses precisa custar menos do que uma apólice de 1 ano. Claro, se você fosse o dono da
seguradora, você não cobraria o mesmo valor para garantir o carro do cliente em seis meses e em um ano,
não é?

Preço do produto: O segundo fator é o valor do seu carro. O seguro de uma BMW precisa ser mais caro que o
seguro de um Uno, certo? - Sim, mesmo se o seu Uno tiver aquele negócio de levar bicicleta em cima – Portanto,
um fator importante é o preço do carro.

Valor do retorno: Quando você vai fazer o seguro, você pode escolher qual o percentual do valor do carro você
deseja que a seguradora pague em caso de roubo, portanto, se um cliente escolher 100% da tabela FIPE e o
outro 80%, o segundo seguro será mais barato do que o primeiro, perfeito?

Taxa de furto: Você é a pessoa responsável por calcular o valor do seguro dos carros em uma seguradora.
Chega na sua mesa um carro que é muito roubado e outro que raramente aparece em algum B.O da polícia.
Qual dos dois seguros será mais caro? O primeiro, é claro.

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Primeiros conceitos sobre a formação de preço]

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Vimos quatro fatores que influenciam diretamente no cálculo de uma apólice de seguro. A essa altura você já
deve estar de saco cheio de mim e pensando:

“E que raios tudo isso tem a ver com a precificação de opção? “

Os cinco fatores
Assim como acontece com o preço de um seguro de carro, as opções possuem vários fatores que influenciam
em seu preço e eles, como você deve supor, são bem parecidos.

Para facilitar nosso estudo, vamos analisar o preço de uma opção de compra (Call) de PETR4 e tentar encontrar
quais os fatores que influenciam nesse prêmio. (Nesse primeiro momento, não vamos nos preocupar com o
tipo dessa influência)

Tempo
É fácil perceber que o tempo será um importante valor a ser considerado. Uma opção de compra de PETR4
para dezembro de 2020 precisa ter um preço diferente da mesma opção para dezembro de 2021.

Preço do ativo objeto


Você concorda que o valor da PETR4 no momento da precificação precisa ser levado em consideração? Se eu
quiser adquirir o direito de comprar PETR4 a R$17,00, o prêmio dessa opção irá ser diferente se a PETR4 no
momento da precificação estiver R$16,00 ou R$15,00.

Preço de Exercício
É o preço que você deseja adquirir o direito de comprar ou de vender certo ativo. Pense comigo: O preço para
eu adquirir o direito de comprar PETR4 a R$17,00 no futuro precisa ser diferente do preço do direito de
comprar PETR4 a R$18,00.

Taxa de juros
A taxa de juros vigente no país também é um fator determinante no preço de uma opção, já que essa possui
forte influência no preço do ativo objeto. Como exemplo, o dólar sofre grande influência da taxa de juros em
seu preço, fazendo com que o direito de comprar ou vender o dólar se altere.

Volatilidade
A volatilidade mede o grau de incerteza sobre o nível de preço de um ativo no futuro. Em outras palavras, se
um ativo tiver alta volatilidade, significa que o seu preço oscila muito, tanto para cima como para baixo. Está
bem, e o que isso tem a ver com o preço da opção?

Imagine que você precise precificar uma opção de compra de PETR4 a R$17,00, ou seja, quanto alguém precisa
pagar para ter o direito de comprar a ação da PETR4 a R$17,00. Se o preço da PETR4 tiver uma volatilidade
alta, a sua incerteza sobre o valor dessa ação no futuro aumenta, logo, isso deve influenciar no prêmio da
ação.

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Os cinco fatores]
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“Ah, estou ficando profissional, posso começar a operar opção já? ”

A influência dos fatores nas opções


Calma Jacaré! Muito mais importante do que saber quais são os fatores que interferem no preço de uma opção
é saber como eles influenciam. Se a volatilidade aumenta, o que acontece com o preço da Call? Se ela diminui,
como que fica a sua Put?

Para isso, vamos analisar cada um dos fatores citados e ver a sua influência nos preços das Calls e Puts.

Tempo
Essa a gente mata fácil. Quanto maior o tempo, maior o preço da Call e da Put. Quanto menor o tempo,
menor o preço de ambas. Isso ocorre pois quanto maior o tempo até o vencimento maior a probabilidade do
ativo objeto chegar no preço de exercício.

Preço do ativo objeto


Se o preço do ativo objeto sobe, o preço da Call sobe e vice-versa.

Exercício mental: Pegue como exemplo uma opção de compra de dólar com preço de exercício de R$3,20
(direito de comprar dólar a R$3,20). O preço dessa opção com o dólar a R$3,00 precisa ser menor do que com
o dólar a R$3,10, pois quanto mais o ativo objeto sobe, mais perto a opção fica de ser exercida.

No caso da Put é o contrário, quanto maior o preço do ativo objeto, menor é o preço da Put e vice-versa.

Exercício mental: Uma opção de venda de dólar com preço de exercício de R$3,20 (direito de vender dólar a
R$3,20). O preço dessa opção com o dólar a R$3,00 precisa ser maior do que com o dólar a R$3,10, pois quanto
mais o ativo objeto sobe, mais longe a opção fica de ser exercida.

Preço de Exercício
Quanto maior o Preço de Exercício de uma Call, menor é o valor dela e vice-versa.

Exercício mental: Qual dos dois direitos você pagaria mais caro: Uma opção de comprar o dólar a R$3,00 ou a
R$3,20? Obviamente a R$3,00, já que o preço que você irá comprar o dólar é menor, logo, melhor para você.

No caso da Put, quanto maior o preço de exercício, mais caro o preço da Put e vice-versa.

Exercício mental: Qual das duas opções é mais cara: Uma opção de vender o dólar a R$3,00 ou a R$3,20? Como
vender o dólar a R$3,20 é melhor do que vender a R$3,00, a opção de venda a R$3,20 é mais cara.

Taxa de Juros
Para entender a relação entre a taxa de juros e o preço das opções, precisamos lembrar que quanto maior o
juro, maior o preço do ativo objeto, logo, essa relação segue a mesma regra da relação entre o preço da opção
e do ativo objeto citada acima, então:

Taxa de juros aumenta – Preço do ativo objeto aumenta – Preço da Call Aumenta

Taxa de juros aumenta – Preço do ativo objeto aumenta – Preço da Put diminui

Volatilidade
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Apesar da volatilidade ser um conceito complicado, a sua relação com o prêmio de uma opção é simples. A
volatilidade nos diz quanto o preço de um ativo oscila, tanto para cima, como para baixo, ou seja, quanto
maior a volatilidade, maior a nossa incerteza com relação ao preço do ativo objeto e maior o preço das Calls e
das Puts.

Para facilitar essa análise, veja a tabela abaixo:

Fator Call Put


Tempo Aumenta Aumenta
Ativo objeto Aumenta Diminui
Preço de Exercício Diminui Aumenta
Taxa de Juros Aumenta Diminui
Volatilidade Aumenta Aumenta

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[A influência dos fatores em uma Call]
[A influência dos fatores em uma Put]

Dúvidas? Aqui na Zetta isso não existe!


Acesse: www.zettaforum.com e pergunte agora mesmo!

“Beleza, já sabemos bastante coisa sobre os conceitos básicos do mercado de derivativos.


As definições de Call e Put estão cada vez mais claras para mim e já sei os fatores que
constituem os preços de uma opção. Vamos partir para a operação? “

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04
Retorno e outras análises importantes
Nesse capítulo:

Payoff de uma opção de compra

Payoff de uma opção de venda

Dentro do dinheiro

No dinheiro

Fora do dinheiro

Valor Intrínseco

Valor Tempo

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Payoff de uma opção


Olha você se precipitando novamente! A partir de agora vamos entrar na segunda parte de nossa conversa,
vamos falar de payoff das opções e algumas estratégias direcionais e não-direcionais. Os assuntos ficarão mais
interessantes e, consequentemente, um pouco mais complexos. Para que você entenda perfeitamente o que
está por vir é imprescindível que todos os conceitos passados até agora estejam muito sólidos na sua cabeça.
Se algo não estiver muito claro, vá até o fórum da Zetta Conhecimento (www.zettaforum.com), faça sua
pergunta e esclareça todas as dúvidas antes de avançar.

Pronto para começar? O primeiro conceito que precisamos esclarecer é o de payoff de uma opção...

“Espera, espera! Antes de começar a falar de payoff de uma opção, você pode falar o que é
payoff? “

Claro que sim, apesar do nome, o conceito é bem simples. Em termos técnicos, o significado de payoff remete
a compensação, logo, estudar o payoff de um investimento é analisar as recompensas que tal investimento
nos proporciona em todos os cenários possíveis, com isso, temos que, estudar o payoff de uma opção é
analisar quais os resultados financeiros que iremos obter ao assumir uma posição em um derivativo.

Ao comprar uma opção, seja de compra ou de venda, o que estamos assumindo, na verdade, é uma posição
no ativo objeto em questão no vencimento, por exemplo, ao comprar uma opção de compra de PETR4,
assumimos uma posição comprada em PETR4 na data de vencimento. Ficou fácil de ver que analisar o payoff
de uma opção, nada mais é do que estudar o payoff do ativo objeto.

Para nossa análise ficar mais simples, vamos ver como funciona o payoff de uma Opção de compra e de venda
separadamente.

Payoff – Opção de Compra (Call)


Vamos estudar o payoff de uma opção de compra de dólar para dezembro de 2019 e com preço de exercício
de R$3,20. (Dezembro 19 – Call de R$3,20)

Como dissemos, precisamos estudar o payoff de uma opção no vencimento, logo, o que temos em dezembro
de 2019? O direito de comprar o dólar a R$3,20, correto?

Analise os cenários a seguir:

1º - Dólar abaixo ou igual a R$3,20: Simplesmente não exerceremos o nosso direito de comprar o dólar a
R$3,20. A nossa opção virá pó e não temos posição alguma no dólar.

2º - Dólar acima de R$3,20: Você irá exercer o seu direito de comprar o dólar a R$3,20, já que está valendo a
pena, e ganhará a diferença entre o dólar no vencimento e o seu preço de exercício.

Com esses dois cenários, é fácil montar o gráfico de payoff dessa Call.

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0,4

0,3

0,2

0,1

0
2,9 3 3,1 3,2 3,3 3,4 3,5
-0,1

Payoff – Opção de Venda (Put)


Veja como é parecido com uma opção de compra. Vamos estudar o payoff de uma opção de venda de dólar
para dezembro de 2019 e com preço de exercício de R$3,20.

Como dissemos, precisamos estudar o payoff de uma opção no vencimento, logo, o que temos em dezembro
de 2019? O direito de vender o dólar a R$3,20, correto?

Analise os cenários:

Dólar acima ou igual a R$3,20: Simplesmente não exerceremos o nosso direito de vender o dólar a R$3,20. A
nossa opção virá pó e não temos posição alguma no dólar.

Dólar abaixo de R$3,20: Você irá exercer o seu direito de vender o dólar a R$3,20, já que está valendo a pena,
e ganhará a diferença entre o dólar no vencimento e o seu preço de exercício.

Com esses dois cenários, é fácil montar o gráfico de payoff dessa Put.

0,4

0,3

0,2

0,1

0
2,9 3 3,1 3,2 3,3 3,4 3,5
-0,1

“Calma ai! Pelo que eu entendi, em nenhum dos dois cenários eu posso perder mais do que
o prêmio investido na compra da opção. Está certo isso? “

Sim, você está correto. A compra de uma opção seca, como se diz no mercado quando compramos apenas
uma Call ou uma Put, possui prejuízo limitado ao prêmio que você pagou e lucro ilimitado, dependendo do
valor do ativo objeto no vencimento.

Repare que com esse tipo de operação é possível alavancar os seus investimentos. Imagine que você acredite
que o dólar irá subir muito em um futuro próximo, mas não quer colocar muito dinheiro nesse cenário, o que
fazer? Você pode comprar uma Call de dólar. Se suas previsões estiverem corretas, você irá ganhar dinheiro
no vencimento, caso contrário, você já sabe quanto irá perder desde a entrada na operação.

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“Opa, você está me falando que eu consigo operar uma queda do dólar sem precisar vender
o ativo? “

Que orgulho que estou de você! Exatamente isso. Nós sabemos que ganhar dinheiro com a queda do dólar,
por exemplo, é complicado, pois, sem o mercado de derivativos, teríamos que vender o ativo e isso é um
processo complicado, caro, quando não impossível por causa de restrições da nossa corretora. Utilizando as
opções, se você quiser operar uma desvalorização, basta você comprar uma Put. Se der certo, você ganha, se
der errado, o prejuízo é limitado.

Agora eu acho que estamos prontos para definir alguns conceitos utilizados no mercado e que irão te ajudar
muito em suas análises.

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Payoff de uma opção]

Classificação de opções pelo preço de exercício e sua relação com o payoff


É possível classificar uma opção pela relação entre o preço do ativo objeto atual e seu preço de exercício, ou
seja, pegando o dólar como exemplo, vamos classificar as opções de acordo com a relação entre quanto está
valendo o dólar no momento e qual o preço que eu quero ter o direito de comprar ou vender. (Tecnicamente:
Preço do Ativo x Preço de Exercício)

Dentro do dinheiro (in the money)


Uma opção é dita “dentro do dinheiro” quando valeria a pena exercer o direito adquirido já no momento da
compra da opção. Para facilitar, vamos a um exemplo:

A cotação do dólar no momento está R$3,20. Você quer comprar uma opção de compra de dólar com preço
de exercício de R$3,10.

Você concorda que a sua opção já é muito valiosa, pois vale a pena comprar o dólar a R$3,10 quando ele está
R$3,20. Em outras palavras essa opção é “dentro do dinheiro”

Faça o teste e veja se uma opção de venda com os mesmos parâmetros citados acima estaria “dentro do
dinheiro”

No dinheiro (at the money)


Uma opção é dita “no dinheiro” quando o preço de exercício está muito próximo ou igual a cotação do ativo
no momento.

Fica fácil verificar que com a cotação do dólar a R$3,20, uma opção de compra com preço de exercício a R$3,20
está “no dinheiro”

Faça o teste e veja se uma opção de venda com os mesmos parâmetros citados acima estaria “no dinheiro”

Fora do dinheiro (out of the money)


Agora está fácil demais. Uma opção é dita “fora do dinheiro” quando não valeria a pena exercer o direito
adquirido no momento da compra da opção. Exemplo:

A cotação do dólar no momento está R$3,20. Você quer comprar uma opção de compra de dólar com preço
de exercício de R$3,30.

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Como não vale a pena comprar o dólar a R$3,30 quando ele está valendo R$3,20, essa opção é dita “fora do
dinheiro”

Muito simples, não é? Vamos complicar um pouquinho?

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Classificação de opções pelo preço de exercício e sua relação com o payoff]

Valor Intrínseco e Valor Tempo


Existem outros dois conceitos bastante utilizados no mercado e que valem a pena mencionar aqui nessa
conversa.

Valor Intrínseco: O valor intrínseco de uma opção é o ganho financeiro que seria obtido se a opção fosse
exercida imediatamente no momento que assumimos a posição.

Exemplo: Uma opção de compra de dólar com preço de exercício de R$3,10, com a cotação do ativo a R$3,20
teria valor intrínseco de R$0,10, pois se exercermos nosso direito de comprar o dólar a R$3,10 e vendermos
no mercado a R$3,20 teríamos um ganho de R$0,10.

Você consegue perceber que o prêmio pago para comprar essa opção deve ser, obrigatoriamente, maior do
que R$0,10?

O vendedor dessa opção, ao assumir a posição vendida, parte de um prejuízo de R$0,10 já no momento da
venda, logo, não faria sentido vender por menos do que isso.

Valor Tempo: O valor do tempo vem da probabilidade que uma opção tem de ser exercida no decorrer do
tempo entre a compra e o vencimento. Isso faz com que mesmo opções fora do dinheiro possuam preços
positivos, dado que essas teriam valor intrínseco zero. Vamos ver um exemplo para facilitar o entendimento:

Uma opção de compra de dólar com preço de exercício de R$3,30, com a cotação do ativo a R$3,20 foi
negociada a R$7,00. É fácil ver que o valor intrínseco dessa opção é zero, pois não ganharíamos nada ao
exercer o nosso direito (Não vale a pena comprar o dólar a R$3,30 quando ele está sendo negociado a R$3,20).
Portanto, como essa opção foi negociada a R$7,00, dizemos que o Valor Tempo dela é R$7,00 e vem da
probabilidade do ativo objeto fechar acima do preço de exercício.

Agora eu acho que você está pronto para ver as estratégias de opções e suas utilidades.

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Valor Intrínseco e Valor Tempo]

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05
Estratégias, do grego...
Nesse capítulo:

Trava de alta (Call Spread)

Trava de Baixa (Put Spread)

Borboleta (Fly)

Condor

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Estratégias direcionais simples


Chegamos na parte mais legal da nossa conversa! Vamos falar das estratégias existentes no mercado de
derivativos. Vale ressaltar que esse tipo de mercado é dotado de um grande número de estratégias que dão
aos investidores uma gama muito grande de possibilidades, tanto especulativas quanto para proteção.

Para facilitar os nossos estudos, vamos primeiro tratar das estratégias direcionais, ou seja, que visam única e
exclusivamente o movimento do ativo objeto. Em cada uma delas iremos falar sobre sua aplicação, os possíveis
riscos e as utilidades tanto para proteção quanto para especulação.

Trava de alta (Call Spread)


Situação: Imagine que você esteja acreditando em uma valorização da moeda americana. Vimos que para
ganhar dinheiro nesse cenário precisaríamos comprar uma Call de dólar, porém, algumas vezes, o prêmio
cobrado para comprar uma Call seca é tão caro que inviabiliza nossa operação. Veja uma ótima alternativa
para essa situação:

O dólar está sendo cotado a R$3,00. Você acredita que ele valorizará até R$3,20 nos próximos meses, mas não
acha que ele vai além disso. Ao comprar uma Call de R$3,00, como vimos no gráfico de payoff, você está
comprando um lucro para qualquer valor acima de R$3,00. A pergunta é: Para que “comprar” um lucro para
qualquer valor acima de R$3,00, dado que você acha que o dólar só vai até os R$3,20? Seria muito mais
interessante fazermos uma estratégia que limitasse o nosso lucro no R$3,20, reduzindo os custos da operação
e maximizando o lucro no cenário estudado. A trava de alta é a melhor opção para a situação citada.

O que é: A trava de alta consiste na compra de uma Call de preço de exercício A e a venda da mesma
quantidade de outra Call de preço de exercício B. Onde o valor de A é menor do que B.

Exemplo:

Compra da Call Strike R$3,00

Venda da Call Strike R$3,20

No mercado financeiro dizemos apenas: Call Spread R$3,00 / R$3,20

Gráfico de payoff:

0,4

0,3

0,2

0,1

0
2,8 2,9 3 3,1 3,2 3,3 3,4
-0,1

Risco: Limitado. O único risco dessa operação é o capital investido na compra da trava. Não existe nenhum
cenário que você perca mais do que isso.

Cenário de lucro: A operação começa a dar lucro se o ativo ficar acima do preço de exercício A. Possui
rentabilidade crescente até o preço de exercício B, onde alcança o lucro máximo.

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Pode ser utilizado como hedge? Sim, se você deseja se proteger contra a valorização do ativo objeto, você
pode utilizar uma trava de alta. É uma proteção mais barata do que a compra simples de uma Call, mas não
protege para qualquer valor do ativo objeto.

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Trava de alta (Call Spread)]

Trava de baixa (Put Spread)


Para fins educacionais, repetiremos quase a mesma explicação da trava de alta:

Imagine que você esteja acreditando em uma desvalorização da moeda americana a médio prazo. Vimos que
para ganhar dinheiro nesse cenário precisaríamos comprar uma Put de Dólar, porém, algumas vezes, o prêmio
cobrado para comprar uma Put seca é tão caro que inviabiliza nossa operação. Veja uma ótima alternativa
para essa situação:

O dólar está sendo cotado a R$3,00. Você acredita que ele desvalorizará até R$2,80 nos próximos meses, mas
não acha que ele vai além disso. Ao comprar uma Put de R$3,00, como vimos no gráfico de payoff, você está
comprando um lucro para qualquer valor abaixo de R$3,00. A pergunta é: Para que “comprar” um lucro para
qualquer valor abaixo de R$3,00, dado que você acha que o dólar só vai até os R$2,80? Seria muito mais
interessante fazermos uma estratégia que limitasse o nosso lucro no R$2,80, reduzindo os custos da operação
e maximizando o lucro no cenário estudado. A trava de baixa é a melhor opção para a situação citada.

O que é: A trava de baixa consiste na compra de uma Put de preço de exercício A e a venda da mesma
quantidade de outra Put de preço de exercício B. Onde o valor de A é maior do que B.

Exemplo:

Compra da Put Strike R$3,00

Venda da Put Strike R$2,80

No mercado financeiro dizemos apenas: Put Spread R$3,00 / R$2,80

Gráfico de payoff:

0,4

0,3

0,2

0,1

0
2,6 2,7 2,8 2,9 3 3,1 3,2
-0,1

Risco: Limitado. O único risco dessa operação é o capital investido na compra da trava. Não existe nenhum
cenário que você perca mais do que isso.

Cenário de lucro: A operação começa a dar lucro se o ativo ficar abaixo do preço de exercício A. Possui
rentabilidade crescente até o preço de exercício B, onde alcança o lucro máximo.

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Pode ser utilizado como hedge? Sim, se você deseja se proteger contra a desvalorização do ativo objeto, você
pode utilizar uma trava de baixa. É uma proteção mais barata do que a compra simples de uma Put, mas não
protege para qualquer valor do ativo objeto.

Pronto! Falamos das 4 estratégias mais simples do mercado financeiro, agora a brincadeira começa a ficar
mais legal.

Borboleta (Fly)
Situação: A PETR4 está cotada a R$17,00 e você acredita que ela irá fechar o mês cotada a R$18,00. Repare
que não estamos falando que você acredita apenas na valorização e sim em um preço especifico de
fechamento. Sabemos que você pode comprar uma Call Seca, ou ainda uma trava de alta para ganhar com
esse cenário, porém, a Borboleta é uma alternativa muito melhor quando buscamos um preço específico do
mercado. O investimento é mais baixo que a trava de alta e o retorno maior.

O que é: A borboleta consiste na compra de uma Call de preço de exercício A, a venda dobrada de outra Call
de preço de exercício B e a compra de uma Call de preço de exercício C. O valor de A é menor do que o de B,
que por sua vez, é menor do que o de C.

Exemplo:

Compra da Call Petr4 Strike 17,00

2x Venda da Call Petr4 Strike 18,00

Compra da Call Petr4 Strike 19,00

Gráfico de payoff:

1,1
0,9
0,7
0,5
0,3
0,1
-0,1 14 15 16 17 18 19 20

Risco: Limitado. O único risco dessa operação é o capital investido na compra da Borboleta. Não existe nenhum
cenário que você perca mais do que isso.

Cenário de lucro: A operação começa a dar lucro a partir do preço de exercício A, possui seu lucro máximo no
preço de exercício B e começa a ter um lucro decrescente quando começa a se aproximar do preço de exercício
C. Depois de C, a operação não dará mais lucro.

Pode ser utilizado como hedge? Não, essa operação não protege uma posição.

Obs: Uma Borboleta feita com opções de compra é chamada de Borboleta de alta, se for feita com opções de
venda, é chamada de Borboleta de baixa.

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Borboleta (Fly)]

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Condor
Situação: O milho está cotado a R$30,00 e você acredita que irá fechar o mês a R$33,00. Com a mesma ideia
da Borboleta, não estamos pensando na valorização apenas e sim em um preço específico de fechamento. A
vantagem do Condor é que ele permite que você escolha um intervalo de preços onde teremos o lucro máximo
e não um único ponto, como é o caso da Fly. Ele possui um preço um pouco mais alto do que a Borboleta, mas
bem inferior a uma trava.

O que é: O Condor consiste na compra de uma Call de preço de exercício A, a venda de outra Call de preço de
exercício B, a venda de uma Call de preço de exercício C e a compra de uma Call de preço de exercício D. O
valor de A é menor do que o de B, que por sua vez, é menor do que o de C, que é menor do que o D.

Exemplo:

Compra da Call Milho Strike 30,00

Venda da Call Milho Strike 31,00

Venda da Call Milho Strike 32,00

Compra da Call Milho Strike 33,00

Gráfico de payoff:

1,1

0,9

0,7

0,5

0,3

0,1

-0,1 29 30 31 32 33 34

Risco: Limitado. O único risco dessa operação é o capital investido na compra do Condor. Não existe nenhum
cenário que você perca mais do que isso.

Cenário de lucro: A operação começa a dar lucro a partir do preço de exercício A, possui seu lucro máximo
entre B e C, começa a ter um lucro decrescente quando começa a se aproximar do preço de exercício D. Depois
de D, a operação não dará mais lucro.

Pode ser utilizado como hedge? Não, essa operação não protege uma posição.

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Condor]

“Beleza, estou gostando dessas operações. Elas possuem uma rentabilidade bem legal, mas
não tanto quanto eu imaginei quando eu comecei essa conversa aqui. ”

Antes de falar de outras estratégias, tenho algumas coisas para falar para você...

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06
Relação Risco x Retorno das opções
Nesse capítulo:

A ideia de risco e retorno

Qual risco você aceita tomar?

Margem de garantia

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A ideia de risco e retorno


Repare que as estratégias que propusemos até então, não possuem risco alto. Apresentam prejuízo limitado
e conhecido antes do início da operação. Em todas, só é possível perder o que foi investido, nada além disso.
Essa “vantagem” acaba limitando nossos lucros.

Você provavelmente já ouviu a frase “Quanto maior o risco, maior o retorno”, não é mesmo? Essa é uma regra
que permeia todas as operações do mercado financeiro. Veja que a poupança, que é um investimento de risco
próximo a zero, possui um retorno baixíssimo. Fazer um CDB, que tem um risco maior, possui uma
rentabilidade um pouco melhor. Investimento em ações ou dólar, que possuem risco alto, vem com uma
rentabilidade elevada.

A relação de risco e retorno não é uma ideia restrita a economia, na verdade, aparece em diversas situações
de nossas vidas. Para facilitar o entendimento, vamos fazer um jogo mental:

Por qual quantia você pularia de paraquedas de um prédio de 40 andares? Mesmo que você tenha pavor de
altura, deve existir um valor pelo qual você aceitaria, correto? Vamos dizer, R$100,00. Agora, por quanto você
pularia de paraquedas de um avião? Com certeza um valor bem maior do que o primeiro desafio, podemos
utilizar R$1000,00? E se eu te perguntar, quanto você cobraria para pular de um avião sem paraquedas? Calma,
vou colocar uma rede bem grande no chão para você cair em cima, se você conseguir acertar. E agora, quanto
custaria?

Repare que quanto maior o risco que você estiver correndo, maior é o retorno que você deseja. É exatamente
dessa maneira que funciona os investimentos no mercado financeiro.

“Está bem, mas existe um nível de risco ideal? “

Qual risco você aceita tomar?


Depende. Depende de você, da sua situação e do quanto de risco você aceita e pode tomar. No nosso exemplo,
se você está tranquilo e não precisa de muita grana, você pode fechar a primeira opção. Se a situação não
estiver muito boa, mas nada desesperadora, você pula do avião com o paraquedas. Agora, se tudo estiver
desmoronando na sua vida, talvez tentar cair na rede lá embaixo não seja má ideia!

Brincadeiras à parte, você precisa analisar a sua situação, saber os seus objetivos e qual risco você está
disposto a tomar para alcançar tais metas.

“Beleza, beleza. Para de enrolar e me fale das operações mais legais! ”

Você nasceu de seis meses, foi?

Margem de garantia
Antes de falarmos sobre as operações com maior retorno, precisamos entender o que é a Margem de Garantia
da Bolsa de Valores.

Quando montamos uma estrutura onde o risco de prejuízo é maior do que o dinheiro investido, diferente das
que estávamos analisando até agora, a Bolsa de Valores exige que o cliente tomador de risco deposite um
valor antecipadamente para garantir que ele terá como bancar o eventual prejuízo futuro.

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Por que precisamos disso?


Como a Bolsa do Brasil garante a liquidação de todas as operações que acontecem no mercado financeiro, ou
seja, caso algum cliente não consiga arcar com algum compromisso assumido, a bolsa garante a contraparte,
é necessário cobrar certa garantia dos investidores. Vale ressaltar que essa garantia é menor do que o prejuízo
máximo da operação, obviamente.

“E como eu deposito essa grana aí para a bolsa? “

Como funciona esse deposito?


Normalmente a bolsa aceita investimentos de renda fixa, ações ou dinheiro para cobrir o valor da margem.
Caso tudo corra bem e a Bolsa não precise utilizar essa garantia, o rendimento no período é devolvido para o
cliente.

Agora que você já sabe o que é Margem de Garantia, vamos falar das operações legais!

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Relação Risco e Retorno das opções]

Dúvidas? Aqui na Zetta isso não existe!


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31

07
Outras estratégias
Nesse capítulo:

Call Spread Ratio

Seagull de Alta

Seagull de Baixa

Seagull com risco limitado

Venda do pó

Compra do pó

Financiamento

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Estratégias direcionais avançadas


As operações que serão apresentadas daqui para frente possuem risco de perder mais do que o capital
investido e chamada de margem pela bolsa de valores. O mercado de derivativos, ao contrário do que muita
gente pensa, não é perigoso, apenas exige que o investidor preste bastante atenção no que está fazendo e,
mais do que tudo, saiba muito bem o que está fazendo.

Sem mais enrolação, vamos as estratégias.

Call Spread Ratio


Situação: A USIM5 está cotada a R$5,00, segundo suas análises, possui uma forte tendência de alta para os
próximos meses e você, obviamente, deseja lucrar com esse cenário.

Um investidor com aversão ao risco falaria: “Faz um Call spread que é dinheiro na certa! ”

Sim, é uma solução, mas estamos em busca de operações mais rentáveis e estamos dispostos a assumir certo
risco.

O primeiro cenário de risco que iremos assumir é o da alta excessiva do ativo objeto, ou seja, você acredita na
valorização até certo ponto, mas está disposto a assumir o risco de subir mais do que a sua previsão.

O que é: O Call Spread Ratio consiste na compra de uma Call de strike A e a venda dobrada de uma Call de
strike B. Com A menor do que B. Repare que a venda dobrada da segunda Call irá baratear a compra da
primeira.

Exemplo:

Compra da Call USIM5 strike 5,00

2x Venda da Call USIM5 strike 7,00

Gráfico de payoff:

2,5
2
1,5
1
0,5
0
4 5 6 7 8 9 10
-0,5
-1
-1,5

Risco: Ilimitado. Caso o ativo objeto suba mais do que o esperado, a operação passa a dar prejuízo maior do
que o valor investido. Quanto mais o ativo subir, maior será o prejuízo da operação.

Cenário de lucro: A operação começa a dar lucro a partir do preço de exercício A, possui seu lucro máximo no
preço de exercício B, assim como a trava de alta comum.

Pode ser utilizado como hedge? Não, essa operação não protege uma posição.

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Call Spread Ratio]

Esse texto foi desenvolvido pela Zetta Conhecimento como parte do material de apoio ao curso sobre mercado de derivativos.
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Seagull de Alta
Situação: A PETR4 está cotada a R$17,00, segundo suas análises, possui uma forte tendência de alta para os
próximos meses e você, obviamente, deseja lucrar com esse cenário.

Qual o risco mais natural a se tomar quando acreditamos na alta de um ativo? Que ele não vai cair de jeito
nenhum. Logo, o Seagull de Alta pode ser utilizado quando você acreditar que certo ativo irá subir e aceita
tomar o risco que esse ativo não cairá.

O que é: Consiste na compra de um Call Spread (Strikes A e B, com B maior que A) e a venda de uma Put de
Strike C (menor do que A e B). Repare que a venda da Put irá baratear a compra do Call Spread, tornando sua
operação muito mais rentável do que a compra simples da trava de alta.

Exemplo:

Compra do PETR4 Call Spread 18,00 / 19,00

Venda da PETR4 Put Strike 16,00

Gráfico de payoff:

1,5

0,5

0
15 16 17 18 19 20 21
-0,5

-1

-1,5

Risco: Ilimitado. Caso o ativo objeto caia abaixo do valor do Strike C, a operação passa a dar prejuízo maior do
que o valor investido. Quanto mais o ativo cair, maior será o prejuízo da operação.

Cenário de lucro: A operação começa a dar lucro a partir do preço de exercício A, possui seu lucro máximo no
preço de exercício B, assim como a trava de alta comum.

Pode ser utilizado como hedge? Não, essa operação não protege uma posição.

Seagull de Baixa
Para fins educacionais, repetiremos quase a mesma explicação do Seagull de Alta:

Situação: A VALE5 está cotada a R$30,00, segundo suas análises, possui uma forte tendência de baixa para os
próximos meses e você, obviamente, deseja lucrar com esse cenário.

Qual o risco mais natural a se tomar quando acreditamos na baixa de um ativo? Que ele não vai subir de jeito
nenhum. Logo o Seagull de Baixa pode ser utilizado quando você acreditar que certo ativo irá cair e aceita
tomar o risco que esse ativo não irá subir.

O que é: Consiste na compra de um Put Spread (Strikes A e B, com A maior que B) e a venda de uma Call de
Strike C (maior do que A e B). Repare que a venda da Call irá baratear a compra do Put Spread, tornando sua
operação muito mais rentável do que a compra simples da trava de baixa.

Exemplo:
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Compra do VALE5 Put Spread 29,00 / 28,00

Venda da VALE5 Call Strike 31,00

Gráfico de payoff:

1,5

0,5

0
26 27 28 29 30 31 32
-0,5

-1

-1,5

Risco: Ilimitado. Caso o ativo objeto suba acima do valor do Strike C, a operação passa a dar prejuízo maior do
que o valor investido. Quanto mais o ativo subir, maior será o prejuízo da operação.

Cenário de lucro: A operação começa a dar lucro a partir do preço de exercício A, possui seu lucro máximo no
preço de exercício B, assim como a trava de baixa comum.

Pode ser utilizado como hedge? Não, essa operação não protege uma posição.

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Seagull]

“Eu gostei dessa operação, mas esse risco ilimitado é muito perigoso para mim! Não teria
algo no meio termo? ”

Seagull com risco limitado – Uma alternativa


Muitas pessoas, mesmo as que tem certo apreço pelo risco, se assustam quando uma operação possui prejuízo
ilimitado. Essa atitude é completamente compreensível, dado que nem todo mundo tem estômago para
aguentar as oscilações do mercado. Para tentar balizar esse problema, temos uma estratégia que possui um
pouco do risco de um Seagull e um pouco da estabilidade de uma trava.

A ideia principal é, ao invés de vender uma Put seca, no caso do Seagull de alta, ou uma Call seca, no caso do
Seagull de baixa, vendermos uma trava no sentido oposto ao que acreditamos, dessa maneira o seu risco ficará
limitado à venda da sua trava.

Obviamente essa operação possui um retorno mais baixo do que o Seagull convencional, porém bem mais alto
do que uma trava comum.

Vamos ver algumas características para um Seagull de alta com risco limitado. Você com certeza conseguirá
replicar para um Seagull de baixa.

O que é: Consiste na compra de um Call Spread (Strikes A e B) e a venda de uma Put Spread (Strikes C e D).
Repare que a venda do Put Spread irá baratear a compra do Call Spread, tornando sua operação muito mais
rentável do que a compra simples da trava de alta.

Exemplo:

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Compra do PETR4 Call Spread 18,00 / 19,00

Venda do PETR4 Put Spread 16,00 / 15,00

Gráfico de payoff:

1,5

0,5

0
14 15 16 17 18 19 20
-0,5

-1

-1,5

Risco: Limitado. A operação começa a dar prejuízo caso o ativo objeto caia abaixo de C, mas se limita ao valor
D, quando o prejuízo estabiliza.

Cenário de lucro: A operação começa a dar lucro a partir do preço de exercício A, possui seu lucro máximo no
preço de exercício B, assim como a trava de alta comum.

Pode ser utilizado como hedge? Não, essa operação não protege uma posição.

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Seagull Protegido]

Venda do pó
Não, não faça isso.

É muito comum, quando começamos a aprender sobre o mercado de derivativos, ter a brilhante ideia de
vender opções completamente fora do dinheiro para rentabilizar nossa carteira. Se você pensar bem, até faz
sentido. Ao olhar uma tela de negociação de derivativos, vemos que sempre existe preço para comprar alguma
opção que nunca será exercida, aquelas que estão bem “Fora do Dinheiro”. A mão chega a coçar quando
pensamos:

“Eu posso ganhar um dinheiro extra vendendo uma coisa que a chance de acontecer é
muito baixa, quase zero! ”

Realmente existem preços de compra para opções completamente fora do dinheiro. Realmente esse é um
bom dinheiro extra. Realmente a chance de você ser exercido é quase zero. Realmente a mão chega a coçar.

O único problema é: A chance é quase zero, mas não é zero. O que nos faz entrar em um cenário onde o lucro
é muito pequeno e o prejuízo pode ser devastador.

Portanto, se eu pudesse dar um conselho para você: “Não venda pó”

Se você não está entendendo muito bem, vamos a um exemplo:

A ação da PETR4 está cotada a R$15,00. O mercado está bem calmo e você está confortável com as suas
posições. Na tela de opções existe uma compra de R$0,10 em uma Call de PETR4 com preço de exercício
R$20,00 para dois meses. Instantaneamente você pensa:

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“Nunca que a PETR4 vai valer mais do que R$20,00 nos próximos meses. Esse cara quer
comprar o direito de comprar uma coisa que vale R$15,00 a R$20,00. Sem problemas”

Você já deve ter reparado onde o caldo pode entornar, não é? Qualquer notícia favorável, acontecimento ou
ajuste do mercado pode fazer, mesmo que dificilmente, a PETR4 valer R$22,00. Aquela opção que era
completamente fora do dinheiro quando você vendeu, pode ficar muito cara quando vencer, causando um
prejuízo grande.

Compra do pó
Em contrapartida, existe a estratégia de comprar o pó. É exatamente o que falamos acima, mas você entraria
na ponta que está apostando na reviravolta e não na que está correndo o risco de mercado.

Basicamente, a ideia é comprar uma opção (Call ou Put) que esteja bem fora do dinheiro, esperando que o
ativo objeto tenha uma grande mudança de preço em direção favorável à sua posição.

Essa estratégia não possui risco de perder mais do que o capital investido, normalmente é barata e, se der
certo, pode dar um bom lucro. A única questão é que a chance é baixa.

Financiamento
Essa estratégia é largamente utilizada no mercado de opções de ação. A ideia principal é criar uma operação
envolvendo a compra de um papel (ação) e a venda de uma opção de compra desse mesmo ativo. Repare que
o prêmio recebido na venda da opção irá financiar a compra do papel, diminuindo o valor gasto e,
consequentemente, o seu preço médio. Caso a opção venha a ser exercida, você já sabe de antemão o seu
retorno nessa operação.

“Sabe o que eu não entendi? Nada! ”

Realmente foi muito técnico, não é mesmo? Vamos simular uma situação que você tenha feito essa
operação e analisar os cenários existentes.

Você comprou 100 ações de PETR4 a R$20,00 e vendeu 100 lotes de uma opção de compra de PETR4 strike
22,00 a R$0,50. O que você tem no começo da operação?

- 100 ações de PETR4 com preço médio de R$20,00

- O dever de vender 100 ações de PETR4 a R$22,00

- O dinheiro do prêmio da venda das opções.

O que pode acontecer no final da operação?

1º A ação da PETR4 ficar acima de R$22,00 (vamos dizer R$23,00)

Você será exercido pelo titular da opção, sendo obrigado a vender suas 100 ações a R$22,00, ficando com o
lucro de R$2,00 nas ações e R$0,50 da opção. Lucro total de R$2,50. Apesar de não ser um cenário ruim, não
é o ideal, pois você deixou de ganhar R$0,50 da sua ação.

2º A ação da PETR4 ficar entre R$20,00 e R$22,00 (vamos dizer R$21,00)

Você não será exercido pelo titular, ficando com suas ações de PETR4 a R$21,00 e o prêmio de R$0,50 das
opções. Logo, seu preço médio de compra é R$19,50. Caso queira vender suas ações a mercado, terá um
lucro total de R$1,50. Esse é o cenário ideal da operação.

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3º A ação da PETR4 ficar entre R$19,50 e R$20,00 (vamos dizer R$19,75)

Você não será exercido pelo titular, ficando com suas ações de PETR4 a R$19,75 e o prêmio de R$0,50 das
opções. Como seu preço médio de compra é R$19,50, você pode vender suas ações e, mesmo com a queda,
lucrar R$0,25.

4º A ação ficar abaixo de R$19,50 (vamos dizer R$19,00)

Você não será exercido pelo titular, ficando com suas ações de PETR4 a R$19,00 e o prêmio de R$0,50 das
opções. Mesmo com a queda das ações, seu prejuízo foi reduzido. O ideal seria desfazer a operação antes da
ação cair até esse nível. Para sair dessa estratégia, basta recomprar sua opção (que vai valer menos do que
os R$0,50 que você recebeu anteriormente) e vender suas ações no mercado.

“Aí eu te pergunto, e o que a Maria leva? ”

Posso citar 4 vantagens dessa operação:

1º Apesar de ser uma operação de rentabilidade limitada, você fica com a ação em carteira em um preço
médio reduzido.

2º Caso seja exercido, já sabe qual será o seu ganho.

3º Como você comprou suas ações no início da operação, não precisará adquirir no mercado em caso de
exercício. Além disso, sua posição já cobre a chamada de margem da bolsa.

“Como eu já te conheço bem, qual o risco disso aí? ”

A culpa não é minha, tudo na vida é assim. Dois são os riscos dessa operação:

1º Caso o mercado suba mais do que o strike da sua Call, você será exercido e o seu lucro será limitado. Você
deixará de ganhar alguns trocados.

2º Quando a ação cair mais do que o valor que você recebeu na venda da sua opção você precisa ter muita
disciplina para desfazer a estratégia.

Dúvidas? Aqui na Zetta isso não existe!


Acesse: www.zettaforum.com e pergunte agora mesmo!

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08
Volatilidade

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O que é operar a volatilidade?


Nesse momento mudaremos todo o foco da nossa conversa, entraremos em um assunto de alta complexidade
e que requer muita atenção. Desligue seu celular, feche a aba do Facebook, deixe o Youtube no mudo e vamos
começar!

Antes de falarmos de todos os conceitos dos modelos matemáticos de precificação e volatilidade, precisamos
entender o que significa e por qual razão operar volatilidade.

Até o momento vimos diversas estratégias que visam exclusivamente a oscilação do ativo objeto. A compra
da Call seca ou do Call spread visam a valorização, já uma Put ou o Put Spread precisam de uma desvalorização
para dar lucro. Sabemos que todo mercado precisa de liquidez para funcionar plenamente, ou seja, é
necessário sempre existir preços de compra e venda ativos para que os investidores se sintam confortáveis
em liquidar suas posições quando quiserem. Os bancos, chamados de formadores de mercado (Market
Makers), possuem extrema importância na liquidez de todos os mercados existentes na bolsa de valores. São
eles os principais responsáveis por sempre precificar os produtos negociados na bolsa. Sabido isso, vamos
imaginar a seguinte situação:

Você, precisando comprar uma Call de dólar de strike R$3,20, vai até um banco, negocia o preço e fecha o
negócio. Outro cliente, precisando comprar uma Put de strike R$2,80, também o faz através da mesma
instituição. Depois dessas duas operações, vamos analisar a posição do banco:

- Vendido em uma Call de dólar strike R$3,20. Dever de vender o dólar a R$3,20

- Vendido em uma Put de dólar strike R$2,80. Dever de comprar o dólar a R$2,80

Fica fácil de ver que o banco tem um problema sério, não é mesmo?

Tendo a função de prover liquidez ao mercado de opções, o banco acaba ficando com uma posição estranha
com relação ao movimento do ativo objeto. Basicamente, se operar a oscilação do ativo, ele não sabe se torce
para cair ou subir.

A solução encontrada para resolver essa situação é justamente operar a volatilidade da opção.

A dinâmica da operação de volatilidade


Não tenho dúvidas que você deve estar se perguntando como retirar o efeito da oscilação do ativo objeto de
uma opção. Tudo que aprendemos até agora foi relacionado exatamente a esse fato. Para facilitar muito a
nossa explicação, vamos imaginar a seguinte situação:

Ao vender 100 lotes de uma Call de VALE5 strike R$17,00, assumimos o dever de vender 100 ações de VALE5
ao preço de R$17,00. Se a cotação do papel, no momento da operação, estiver em R$17,00, precisaríamos de
uma desvalorização do ativo para ganhar dinheiro, correto? Para eliminar os efeitos da oscilação, poderíamos,
no início da operação, comprar 100 lotes de VALE5 a R$17,00, ficando com:

- Vendido em 100 lotes de Call

- Comprado em 100 lotes de ação

Repare que dessa maneira, se o ativo objeto subir, você perderá dinheiro na opção, mas ganhará na compra
das ações, por outro lado, se o ativo objeto cair, você ganhará dinheiro na opção e perderá na outra ponta,
ficando, assim, completamente livre dos efeitos da oscilação do ativo objeto.

“Fala sério! ”

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Como eu tenho certeza que você está muito ligeiro, vou deixar você pensar como eliminar os efeitos da
oscilação do ativo objeto nos seguintes casos:

- Compra da Call

- Compra da Put

- Venda da Put

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Grátis] [Primeiros conceitos sobre volatilidade I]
*Faça o cadastro para assistir
[Primeiros conceitos sobre volatilidade II]

“Tudo certo, mas como eu ganho dinheiro nisso aí? “

Oscilação do preço de uma opção


Pergunta justa! Nas duas situações que analisamos, o banco está completamente protegido, mas parece nunca
ganhar dinheiro com essa operação. Conhecendo essas instituições como eu conheço, eles não entrariam em
nada que não desse dinheiro, não é mesmo?

Para entender como ganhar dinheiro com isso, precisamos pensar nos cinco fatores que influenciam o preço
de uma opção, são eles:

Tempo | Preço de exercício | Preço do ativo objeto | Juros | Volatilidade

Repare que ao vender 100 lotes de uma Call de VALE5 strike R$17,00 para dezembro de 2022, quase todas as
nossas variáveis estão travadas e já não podem influenciar no preço da opção:

Tempo: Travado e já é conhecido. Dezembro de 2022.

Preço de exercício: Travado e já é conhecido. R$17,00

Juros: Travado e já é conhecido. É o juro praticado no mercado.

Portanto, temos o preço do ativo objeto e a volatilidade interferindo no preço da opção. Vimos que se
comprássemos o ativo objeto simultaneamente com a venda da opção, eliminaríamos o efeito da oscilação do
preço do ativo objeto, sobrando apenas ela, a Volatilidade!

Logo, ao vender uma Call e comprar o ativo objeto, estamos travando 4 das 5 variáveis existentes na
precificação de uma opção, operando a volatilidade do ativo.

Como qualquer outro mercado existente na bolsa, para ganhar dinheiro precisamos comprar volatilidade na
baixa e vender na alta. Apesar de não ser tão simples operacionalmente, o conceito é trivial.

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Volatilidade e o preço de uma opção]

“Sério mesmo, muito boa essa ideia! “

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Primeiros conceitos das Gregas


Você deve estar pensando que agora estamos prontos para começar a operar volatilidade e ganhar rios de
dinheiro com isso. Eu tenho uma má notícia...

Operar opção visando a oscilação da volatilidade requer um conhecimento avançado a respeito do modelo de
precificação das opções. Não faz muito sentido começar a falar disso nesse momento. Para iniciar uma nova
ideia, vamos pensar na seguinte situação:

Você vendeu 100 contratos de opção de compra de dólar de strike R$3,20 para janeiro de 2022. Como temos
o dever de vender 100 lotes de dólar em janeiro de 2022, precisamos comprar 100 lotes de dólar agora para
retirarmos o efeito da oscilação do ativo, correto?

Mais ou menos. Repare que existem dois cenários para analisarmos:

1º Se o dólar, no vencimento, estiver acima de R$3,20, você será exercido, terá que vender os 100 lotes de
dólar que você comprou e a sua proteção deu certo!

2º Se o dólar, no vencimento, estiver abaixo de R$3,20, você não será exercido e ficará com 100 lotes de dólar
sem ter o que fazer com ele. Sua proteção não deu certo e você acabou não operando a volatilidade do ativo.

Vimos que a nossa ideia de proteção contra a oscilação do ativo objeto funciona quando somos exercidos, mas
falha quando não somos. Para resolver esse problema precisaríamos saber qual a probabilidade que temos de
ser exercidos no futuro, dessa maneira, poderíamos fazer o nosso hedge (palavra nova nessa conversa,
significa proteção) com maior precisão, ao invés de ficarmos ao acaso.

O modelo matemático de precificação de uma opção é chamado de Black & Scholes. Utilizando as cinco
variáveis que citamos no começo desse bate papo, ele consegue encontrar o preço justo de uma opção. Além
disso, com algumas manipulações algébricas e um pouco de cálculo numérico (bem pouquinho mesmo)
conseguimos retirar diversas informações extremamente úteis de uma opção especifica. Uma dessas
informações, por exemplo, é a probabilidade de exercício de uma opção, exatamente o que a gente precisava
para fazer o nosso Hedge.

Essas informações são comumente chamadas de Letras Gregas, ou apenas, Gregas, para os íntimos.

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Introdução as Gregas]

“Agora, além de tudo o cara, vai começar a falar de matemática na minha cabeça”

Delta (Δ)
Vamos começar falando da Grega mais importante do mercado de derivativos, o Delta. Resumidamente, o
Delta nos diz qual a probabilidade de certa opção ser exercida no futuro. Expresso em percentual, ele é muito
utilizado para sabermos quantos lotes precisamos comprar/vender para proteger a nossa operação de
volatilidade.

“Whaaaat? ”

Voltando ao nosso exemplo:

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Você vendeu 100 contratos de opção de compra de dólar de strike R$3,20 para janeiro de 2022. Utilizando o
modelo de B&S, vemos que o delta dessa opção é de 30%, a grosso modo, podemos dizer que a probabilidade
de o dólar estar acima de R$3,20 em janeiro de 2022 é de 30%. Para fazermos a nossa proteção, ao invés de
comprar 100 lotes de dólar, compraremos apenas o suficiente para satisfazer a nossa probabilidade, ou seja,
30 contratos (30% de 100).

Agora ficou fácil! Com essa nova informação conseguimos fazer o nosso Hedge de maneira muito mais fácil e
assertiva.

Outra informação que o Delta nos traz é a variação do preço da opção quando o ativo objeto mudar um ponto
(para cima ou para baixo). No nosso caso, podemos dizer que toda vez que o dólar mexer um ponto o preço
da nossa opção será alterado em R$0,30.

Repare que: Opções “dentro do dinheiro” possuem Delta mais alto do que “opções fora do dinheiro”. Uma
opção que esteja “no dinheiro” possui Delta próximo a 50%

Matemática: O delta é a primeira derivada do prêmio da opção em relação ao preço do ativo objeto.

“Calma aí, se esse número é calculado utilizando as cinco variáveis de uma opção, então ele
deve mudar toda vez que uma dessas variáveis mudarem”

Exato! Por isso temos as outras letras gregas para nos ajudar.

Gamma (γ)
A segunda letra grega que o modelo de B&S nos fornece é o Gamma. Essa variável mede a intensidade que o
Delta da opção irá mudar quando o preço do ativo objeto variar. É possível então, além de saber a
probabilidade que uma opção possui de ser exercida (utilizando o Delta), saber como o Delta se comporta com
a mudança do mercado.

Matemática: O Gamma é a segunda derivada do prêmio da opção com relação ao preço do ativo objeto.

Theta (θ)
Chamado também de “variável tempo”, o Theta mede a variação do preço de uma opção em relação ao tempo.
Com esse valor é possível saber exatamente qual será o prêmio de uma opção no futuro.

Matemática: O Theta é a primeira derivada do prêmio da opção com relação ao tempo.

Vega
O Vega mede a alteração do prêmio de uma opção com relação à variação da volatilidade do ativo objeto.

Matemática: O Vega é a primeira derivada do prêmio da opção em relação a Volatilidade.

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Delta, Gamma, Theta, Vega e Rho]

A importância das Gregas


Todo investidor que deseja operar a volatilidade de um ativo objeto precisa conhecer todas as gregas de sua
carteira. Além delas ajudarem a ter uma noção muito clara sobre a sua posição, é possível conhecer o
comportamento do seu dinheiro em diversos cenários do mercado.

É extremamente importante saber o que vai acontecer com os seus investimentos caso o ativo objeto suba
muito ou a volatilidade caia demais. Esse tipo de análise só é possível através do estudo das gregas.

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Despedida da nossa conversa


Infelizmente nossa conversa chegou ao fim, mas não nossa parceria. Avançamos bastante no nosso
conhecimento a respeito do mercado de derivativos. Além de uma boa visão dos principais conceitos que
envolvem uma opção, vimos as utilidades que esse mercado possui para o sistema financeiro e a enorme gama
de estratégias que podemos aplicar no nosso dia-a-dia como investidor.

Espero que esse bate papo tenha sido tão proveitoso e agradável para você como foi para mim. Que os
conceitos tenham ficado claros e que a partir de agora você veja o mercado de derivativos com outros olhos.

Tenho certeza que aquela visão muito comum de que as opções são perigosas e sempre acabam em prejuízo
foi para o espaço. Vimos que, na verdade, é um mercado com grande diversidade e que traz inúmeras
oportunidades para qualquer tipo de investidor.

Sei que os conceitos abordados aqui não são triviais. Leva um tempo para nos habituarmos a todas as
definições existentes e para conseguirmos entender completamente esse mercado. Por essa razão, eu e a
Zetta Conhecimento nos colocamos totalmente a disposição para te auxiliar nessa caminhada até o
conhecimento pleno do mundo das opções.

Sempre que uma dúvida aparecer, não hesite em acessar o nosso fórum (www.zettaforum.com) e fazer sua
pergunta. Estamos sempre aqui para ajudar, não esqueça da gente, pode ter certeza que não iremos esquecer
de você!

Grande abraço e até a próxima!

Assista ao vídeo relacionado a essa explicação:


[Como operar no mercado de opções]
[Encerramento]

Dúvidas? Aqui na Zetta isso não existe!


Acesse: www.zettaforum.com e pergunte agora mesmo!

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