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Escola Fazendária do

Estado de São Paulo


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4 cm
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PREGÃO ELETRÔNICO
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Escola Fazendária do
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EQUIPE RESPONSÁVEL PELO PROJETO

Designers Instrucionais CTec


Andrea Côrrea Silva
Vera Helena Grellet

Centro de Capacitação
Cecília Bezerra da Silva Fonseca

Gestor de Capacitação
Paula Almeida Melo

Área demandante
CCE

Responsável pela demanda


Rita Joyanovic

Conteudista(s)
Sheila dos Santos Silva

DIREÇÃO

Escola Fazendária
Rodrigo Bezerra da Silva

Centro de Tecnologia Educacional


Marissol David
SUMÁRIO
Pregão
Unidade 1 - Modalidade licitatória pregão: Legislação,
conceito e peculiaridades
Legislação do pregão 13
Conceito de pregão15
Peculiaridades do pregão19

Unidade 2 - Procedimento licitatório na modalidade pregão -


fase interna ou preparatória
Instrução do procedimento 30
Autoridade competente e atribuições 31
Pregoeiro e equipe de apoio 35

Unidade 3 - Procedimento licitatório na modalidade pregão:


fase externa
Publicação do aviso de licitação 40
Impugnação ao edital 41
Sessão pública do pregão na forma presencial e seus
atos procedimentais 42
Conclusão e atos finais do pregão na forma
presencial 53

Unidade 4 - Pregão na forma eletrônica


eletrônica
Conceito 63
Características específicas 64
Especifidades da fase interna 66
Pregão na forma eletrônica: fase externa 67
Publicação do aviso e impugnação ao edital 67
Envio das propostas 68
Sessão pública e seus atos procedimentais 69
Conclusão e atos finais do pregão na forma eletrônica81
Pregão na forma eletrônica: Desconexão 81
PREGÃO ELETRÔNICO
APRESENTAÇÃO

Olá, bem-vindo(a) ao curso Pregão Eletrônico que tem como objetivo


fazer com que você, caro(a) cursista, seja capaz de expandir e aprimorar a
gestão de processo de contratações eletrônicas.

Vamos começar? Bom curso!

Nosso curso é dividido em quatro unidades:

●● Unidade 01: Modalidade licitatória pregão: legislação, conceito e


peculiaridades.

●● Unidade 02: Procedimento licitatório na modalidade pregão: fase


interna ou preparatória.

●● Unidade 03: Procedimento licitatório na modalidade pregão: fase


externa.

●● Unidade 04: Pregão na forma eletrônica.

Agora, que sabemos quais são as unidades do curso, podemos começar,


aqui na apresentação a falar das licitações no Brasil que têm suas raízes
na Constituição da República, mais precisamente em seu artigo 37, inciso
XXI, escrito nos seguintes termos:

“Artigo 37. A administração pública direta e indireta, de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, obedecerá aos princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
XXI - Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras
e alienações, serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure
a igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da Lei,
o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis
à garantia do cumprimento das obrigações”.

A citação constitucional do Artigo 37 estabelece o denominado princípio


da obrigatoriedade da licitação.

Conforme o princípio da obrigatoriedade da licitação, todas as vezes


que a administração direta (administração centralizada, ministérios,
secretarias e todos os órgãos que os integram) e a administração indireta
(autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações
etc.) de todos os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e de todas
as esferas de governo (União, Estados membros da Federação, Distrito
Federal e Municípios), pretenderem realizar contratações, em regra, essas
contratações devem ser precedidas de licitação. 7
A licitação, segundo Justen Filho (2014, p. 15-16) é:

A P R E S E N TAÇ ÃO
“[...] um procedimento administrativo que visa à seleção, de acordo com critérios objetivos
predeterminados, da proposta mais vantajosa a ser contratada pela administração pública
e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável, assegurada a ampla participação
de interessados e a isonomia entre eles, com a observância de todos os requisitos legais
exigidos.”

O pregão tem sua origem diretamente atrelada ao princípio da


obrigatoriedade da licitação por se constituir em uma nova modalidade
licitatória, que veio a ser integrada ao ordenamento jurídico brasileiro
ao lado das demais modalidades licitatórias instituídas e disciplinadas
pela Lei n° 8.666 F, de 21 de junho de 1993, a saber: leilão, concurso,
concorrência, tomada de preços e convite.

Essa Lei regulamenta o artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal,


institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá
outras providências.

O pregão foi introduzido na legislação brasileira pela Lei n° 9.472 F,


de 16/07/1997, a denominada Lei Geral das Telecomunicações (LGT),
que criou a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), autarquia
federal de regime especial, encarregada de organizar a exploração de
serviços de telecomunicações no país. Essa Lei dispõe sobre a organização
dos serviços de telecomunicações, a criação e funcionamento de um
órgão regulador e outros aspectos institucionais, nos termos da Emenda
Constitucional n° 8 F, de 1995.

Lei Geral das Telecomunicações


Lei n° 9.472 F, de 16/07/1997.

Essa Lei ainda, em seus artigos 54 a 59, estabeleceu um regime próprio


de contratações para a ANATEL, desobrigando-a, em grande medida, da
submissão ao regime jurídico da Lei Geral das Licitações, a já mencionada
Lei n° 8.666/1993 F.

Os mencionados artigos estabeleceram o pregão como nova


modalidade licitatória a ser utilizada pela ANATEL em suas contratações,
sendo que o Conselho Diretor dessa Agência, por meio da Resolução nº
5, de 15/01/1998 F, editada com base na competência outorgada pelo
inciso II do artigo 22 da Lei Geral das Telecomunicações, regulamentou o
procedimento da referida modalidade licitatória. No artigo 22: “Compete ao
Conselho Diretor: II - aprovar normas próprias de licitação e contratação”.

Para tanto, Resolução nº 5, de 15/01/1998 F aprova o regulamento


de contratações da ANATEL.
8

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
SAIBA MAIS
A experiência de utilização do pregão no âmbito da ANATEL foi extremamente bem-
sucedida. Os resultados mostraram que o pregão propiciava a obtenção de preços melhores,
bem como a simplificação do procedimento competitivo, com a redução da burocracia
inerente à participação dos licitantes e ao próprio processamento das licitações.

Acompanhe abaixo a trajetória pela qual a modalidade pregão passou


de Medida Provisória à Lei Federal:

O pregão é, portanto, uma nova modalidade licitatória, com procedimento


e especificidades próprios estabelecidos na Lei n° 10.520/2002 F, que
a distinguem, em grande medida, das modalidades licitatórias tradicionais
previstas na Lei n° 8.666/1993 F (leilão, concurso, concorrência, tomada
de preços e convite), sendo, atualmente, a modalidade licitatória mais
amplamente utilizada para a realização das contratações em que é
possível a utilização do pregão.

Antes de iniciarmos a primeira unidade do curso, vamos ver a linha do


tempo com as Leis e os decretos que se referem à modalidade licitatória
pregão.

●● Lei n° 6.544 E, de 22 de novembro de 1989 - é criada a Lei


Estadual de licitações e contratos administrativos.

●● Lei n° 8.666 F, de 21 de junho de 1993 - institui normas para


licitações e contratos da Administração Pública e dá outras 9
providências.

●● Emenda Constitucional n° 8 F, de 15 de agosto de 1995 -


A P R E S E N TAÇ ÃO
dispõe sobre a organização dos serviços de telecomunicações, a
criação e funcionamento de um órgão regulador e outros aspectos
institucionais, nos termos dessa emenda.

●● Lei n° 9.472 F, de 16 de julho de 1997 - pregão foi introduzido na


legislação brasileira.

●● Resolução nº 5 F, de 15 de janeiro de 1998 - aprova o Regulamento


de Contratações da Agência Nacional de Telecomunicações.

●● Medida Provisória nº 2.026 F, de 04 de maio de 2000 - institui, no


âmbito da União, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição
Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para
aquisição de bens e serviços comuns.

●● Lei n° 10.520 F, de 17 de julho de 2002 - instituiu a modalidade


de licitação denominada pregão.

●● Decreto n° 47.297 F, de 06 de novembro de 2002 - criação da


modalidade pregão na forma eletrônica.

●● Resolução CEGP-10 E, de 19 de novembro de 2002 - aprova o


regulamento para a modalidade de licitação denominada Pregão
na forma presencial.

●● Decreto n° 49.722 E, de 24 de junho de 2005 - dispõe sobre o


pregão, realizado por meio da utilização de recursos de tecnologia
da informação.

●● Resolução CC-27 F, de 25 de maio de 2006 - aprova o regulamento


do pregão na forma eletrônica para a administração direta,
autárquica e fundacional do Estado de São Paulo.

●● Decreto n° 51.469 E, de 02 de janeiro de 2007 - dispõe sobre a


obrigatoriedade da adoção da modalidade pregão e em sua forma
eletrônica para aquisição de bens e serviços comuns.

●● Resolução SF-15 E, de 19 de março de 2007 - dispõe sobre


a obrigatoriedade da utilização do Pregão Eletrônico para
administração direta, autarquias, inclusive as de regime especial,
fundações e sociedades de economia mista.

●● Resolução CC-52 E, de 26 de novembro de 2009 - altera a


redação dos dispositivos que especifica do Regulamento do Pregão
Eletrônico para a administração direta, autárquica e fundacional do
Estado.

Após esse resumo das Leis e decretos, vamos estudar nessas quatro
unidades questões inerentes ao procedimento e as especificidades do
10 pregão, que é a modalidade licitatória mais utilizada no Brasil.

Começaremos pela Unidade 01 que tratará sobre legislação, conceito e

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
peculiaridades da Modalidade licitatória pregão.

Boa aula.

Até mais.

11

A P R E S E N TAÇ ÃO
PREGÃO ELETRÔNICO
UNIDADE 01 - MODALIDADE
LICITATÓRIA PREGÃO: LEGISLAÇÃO,
CONCEITO E PECULIARIDADES
Olá, seja bem-vindo(a) à Unidade 01 do nosso curso.

Na apresentação do curso, mostramos um breve histórico da criação e


da instituição da modalidade licitatória pregão no Brasil.

Agora, vamos nos aprofundar nas leis, conceitos e características da


modalidade licitatória pregão.

Vamos começar?

LEGISLAÇÃO DO PREGÃO
Caro(a) cursista, na apresentação do curso, mostramos a linha do
tempo de leis, e lá você viu que o pregão enquanto modalidade licitatória
utilizável por toda Administração Pública brasileira foi instituído e criado
pela Lei n° 10.520 F, de 17/07/2002, sendo essa Lei produto final de
conversão da Medida Provisória nº 2.026 F, de 04/05/2000 e suas
sucessivas reedições.

NOTA:
A Lei do Pregão – Lei n° 10.520 F, de 17/07/2002 – institui, no âmbito da
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do artigo 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição
de bens e serviços comuns, e dá outras providências.

A mencionada Lei veicula as normas gerais da modalidade licitatória


pregão, com todas as suas características e especificidades, as quais,
em grande medida, diferenciam essa modalidade das três modalidades
denominadas “comuns” estabelecidas na Lei n° 8.666/1993 F, a
Concorrência, a Tomada de Preços e o Convite. Veja o esquema abaixo
que explicita com mais detalhes:

É interessante e merecedor de destaque nesta oportunidade é que


a Lei n° 10.520/2002 F, em seus treze artigos, reservou apenas um 13
trecho para tratar especificamente do pregão na forma eletrônica (pregão
eletrônico), o artigo 2°, § 1°, e este dispositivo, absteve-se de estabelecer

M O DA L I DA D E L I C I TATÓ R I A P R EG ÃO : L EG I S L AÇ ÃO, CO N C E I TO E P E C U L I A R I DA D E S
disciplina específica para a forma eletrônica de processamento do pregão,
limitando-se a transferir tal tarefa à regulamentação dos entes realizadores
de licitação. Eis o teor literal da referida citação:

“Artigo 2° (Vetado). § 1° Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos
de tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica” (grifo meu).

No Estado de São Paulo, por exemplo, a realização do pregão e sua


utilização como modalidade licitatória foram regulamentadas pelos
seguintes atos normativos, que permanecem em pleno vigor:

●● Decreto n° 47.297, de 06/11/2002 E, que dispõe sobre o


pregão a que se refere à Lei n° 10.520/2002 F e dá providências
correlatas.Esse ato normativo regulamentar disciplina o pregão
na forma presencial (pregão presencial), já que o seu artigo 10
estabelece, expressamente, que o pregão na forma eletrônica
(pregão eletrônico) será objeto de regulamentação específica.

●● Resolução CEGP-10, de 19/11/2002 E, que aprova o regulamento


para a modalidade de licitação denominada Pregão na forma
presencial, destinada à aquisição de bens e serviços comuns pela
administração direta e autárquica do Estado.

●● Decreto n° 49.722, de 24/06/2005 E, que dispõe sobre o


pregão, realizado por meio da utilização de recursos de tecnologia
da informação, a que se refere o § 1° do artigo 2° da Lei
n° 10.520/2002 F e o artigo 10 do Decreto n° 47.297/2002 E
(pregão na forma eletrônica), e dá providências correlatas.

●● Regulamento anexo à Resolução CC-27, de 25/05/2006 E


(alterado pela Resolução CC-52, de 26/11/2009 E), que aprova
o regulamento do pregão na forma eletrônica para a administração
direta, autárquica e fundacional do Estado.

●● Decreto n° 51.469, de 02/01/2007 E, que dispõe sobre a


obrigatoriedade da adoção da modalidade pregão e em sua forma
eletrônica para aquisição de bens e serviços comuns.

●● Resolução SF-15, de 19/03/2007 E, que, nos termos do artigo


2° do Decreto n° 51.469/2007 E, dispõe sobre a obrigatoriedade
de adoção do pregão em sua forma eletrônica, pela administração
direta, autarquias, inclusive as de regime especial, fundações e
sociedades de economia mista, para aquisição de bens e serviços
comuns.

14 É importante ressaltar que no caso da modalidade licitatória


pregão, regida pela Lei n° 10.520 F e no Estado de São Paulo
pelos atos normativos regulamentares antes indicados, aplica-se

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
subsidiariamente, as normas da Lei n° 8.666/93 F (Lei geral federal
de licitações e contratos administrativos) e da Lei n° 6.544/89 E
(Lei Estadual de licitações e contratos administrativos).

A aplicação subsidiária das Leis n° 8.666/1993 F e n° 6.544/1989 E


ao pregão ocorrerá naquelas situações em que a Lei específica do pregão
(Lei n° 10.520/2002 F) e seus atos regulamentares acima elencados
não contiverem disciplina específica para as referidas situações e desde
que as normas a serem aplicadas subsidiariamente sejam compatíveis
com a Lei nº 10.520/2002 F e suas normas regulamentares.

Pelas mesmas razões, ao pregão em sua forma eletrônica aplicam-


se subsidiariamente as normas do Decreto n° 47.297/2002 E e do
Regulamento anexo à Resolução CEGP-10/2002 E.

CONCEITO DE PREGÃO
O que é o Pregão?

Pregão é uma modalidade de licitação do tipo menor preço, em que


a disputa é feita por meio de propostas e lances sucessivos, em sessão
pública. É destinada à aquisição de bens e de serviços comuns, qualquer
que seja o valor estimado para a contratação.

A simplicidade e a objetividade das palavras utilizadas no conceito


da modalidade licitatória pregão não oferecem efetivamente maiores
dificuldades à sua compreensão. Todavia, independentemente da análise
dos atos que compõem e integram o procedimento do pregão, análise
que será feita em unidades decorrentes deste curso, uma leitura atenta
do conceito do pregão já nos mostra, em parte, especificidades e traços
distintivos dessa modalidade licitatória, em relação às três modalidades
“comuns” estabelecidas na Lei n° 8.666/1993 F, ou seja, a Concorrência,
a Tomada de Preços e o Convite.

Tais especificidades e traços distintivos são os seguintes:

I. Como se sabe, a Lei n° 8.666/1993 F prevê quatro “tipos”,


ou seja, quatro critérios de julgamento distintos para a
classificação e seleção da melhor proposta a ser contratada pela
Administração: a) o tipo menor preço; b) o tipo melhor técnica;
c) o tipo técnica e preço; e d) o tipo maior lance ou oferta. A Lei
n° 10.520/2002 F, que veicula as normas gerais da modalidade 15
pregão, estabeleceu em seu artigo 4°, inciso X, a utilização
exclusiva do “tipo menor preço” para a classificação e o julgamento
M O DA L I DA D E L I C I TATÓ R I A P R EG ÃO : L EG I S L AÇ ÃO, CO N C E I TO E P E C U L I A R I DA D E S
das propostas nesta modalidade licitatória. Por outro lado, no
regime da Lei n° 8.666/1993 F, o “tipo de licitação” a ser
adotado, compreendidos neste termo “menor preço”, “melhor
técnica”, ou “técnica e preço”, não impede a utilização de qualquer
das modalidades comuns de licitação (a Concorrência, a Tomada
de Preços ou Convite). Nesse regime, o fator que leva à eleição
de uma das três modalidades é o valor estimado da contratação,
independentemente do tipo de licitação a ser adotado para a
classificação e o julgamento das propostas.

NOTA:
Referente ao artigo 4°, inciso X: A fase externa do pregão será iniciada com a
convocação dos interessados e observará as seguintes regras: [...] X - para julgamento
e classificação das propostas será adotado o critério de menor preço, observados
os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros
mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital.

II. No pregão, diferentemente do que ocorre nas modalidades comuns


da Lei n° 8.666/1993 F, o que leva à sua adoção não é o valor
estimado da contratação e sim o seu objeto. Se o objeto licitado
se enquadrar na definição de bem ou serviço comum para fins
de utilização do pregão, adota-se esta modalidade licitatória,
independentemente do valor estimado para a contratação. Na
sequência deste curso serão indicados os critérios a serem utilizados
para a definição do que se considera como bem ou serviço comum,
com vistas à utilização do pregão.

III. Nas modalidades comuns da Lei n° 8.666/1993 F (a Concorrência,


a Tomada de Preços e o Convite) a etapa competitiva entre os
licitantes se esgota com a apresentação de propostas escritas.
Essas propostas são analisadas e classificadas pelos critérios
estabelecidos no edital e conforme o tipo de licitação adotado
(menor preço, melhor técnica, ou técnica e preço), sagrando-se
vencedor do certame o detentor da proposta melhor classificada,
sem que haja qualquer outro tipo de disputa entre os licitantes.
Já no pregão, depois da análise e classificação das propostas
escritas apresentadas, há uma segunda etapa de disputa, em que
se possibilita aos licitantes selecionados a apresentação de novos
lances, com preços inferiores aos ofertados nas propostas escritas,
sagrando-se vencedor do certame aquele que oferecer o melhor
lance.

Uma vez conhecido o conceito do pregão, cabe ressaltar, que a


modalidade licitatória pregão é única, comportando duas formas de
16 processamento, a forma “presencial”, comumente chamada de pregão
presencial e a forma “eletrônica”, usualmente denominada de pregão
eletrônico.

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
NOTA:
“Portanto, as expressões popularmente utilizadas e difundidas “pregão
presencial” e “pregão eletrônico”, absolutamente destituídas de rigor
técnico/jurídico, não nos devem induzir ao erro de considerar a existência
de duas modalidades licitatórias distintas entre si, pregão presencial e
pregão eletrônico. O que existe são formas de processamento distintas
da mesma modalidade licitatória pregão, ou seja, a “forma presencial” e
a “forma eletrônica” de processamento da modalidade licitatória pregão.”

De qualquer modo, cumpre registrar que estas poucas diferenças


decorrem de duas características distintas e específicas de processamento
nas formas presencial e eletrônica.

Mas que características são essas?

Espaço físico:

17

M O DA L I DA D E L I C I TATÓ R I A P R EG ÃO : L EG I S L AÇ ÃO, CO N C E I TO E P E C U L I A R I DA D E S
Na sequência, vamos ver como funciona a Forma de processamento
de documentos.

18

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
Depois de vermos as diferenças que acontecem nas formas presencial
e eletrônica, quanto ao espaço físico e documentação, podemos ter como
exemplo, o Estado de São Paulo, em razão das normas regulamentares,
a saber o Decreto n° 51.469 E, de 02/01/2007 c.c. a Resolução SF-15
E, de 19/03/2007, nos casos em que cabe a utilização da modalidade
pregão, qual seja para aquisição de bens e serviços comuns, sua adoção
é obrigatória (artigo 1°, II, do Decreto n° 51.469/2007 E) e em sua
forma eletrônica (artigo 2º, Decreto n° 51.469/2007 E, c.c. artigo 1°, I,
II e III, da Resolução SF-15/2007 E).

A impossibilidade da adoção da modalidade pregão ou de sua forma


eletrônica deve ser justificada nos autos da respectiva licitação, no
momento de sua abertura (artigo 1°, § 1°, do Decreto n° 51.469/2007
E, c.c. artigo 3° da Resolução SF-15/2007 E).

NOTA:
O Decreto n° 51.469 E, de 02/01/2007: dispõe sobre a obrigatoriedade da
modalidade pregão para aquisição de bens e serviços comuns.
E a Resolução SF-15 E, de 19/03/2007: dispõe sobre a obrigatoriedade da
utilização do Pregão Eletrônico para administração direta, autarquias, inclusive as
de regime especial, fundações e sociedades de economia mista.

PECULIARIDADES DO PREGÃO
Caro(a) cursista, conforme demonstrado anteriormente, o pregão foi
concebido com peculiaridades que o diferenciam em grande medida das
modalidades licitatórias “comuns” estabelecidas na Lei n° 8.666/1993
F (a Concorrência, a Tomada de Preços e o Convite).

Independentemente de outras que serão assinaladas adiante neste


curso, por ocasião das abordagens relativas às fases interna e externa
do pregão, cumpre destacar as seguintes peculiaridades inerentes a
modalidade licitatória pregão:

I. A adoção do pregão está relacionada ao objeto da licitação (aquisição


de bens e serviços comuns), independentemente do valor estimado
para a contratação;

II. O tipo de licitação (critério de julgamento) a ser adotado para o


julgamento das propostas e seleção do vencedor do certame é
exclusivamente o “menor preço”;

III. Há a inversão das etapas de habilitação e propostas, ocorrendo


em primeiro lugar análise e julgamento das propostas e só depois
análise e julgamento da habilitação apenas do licitante cuja 19
proposta for aceita;

M O DA L I DA D E L I C I TATÓ R I A P R EG ÃO : L EG I S L AÇ ÃO, CO N C E I TO E P E C U L I A R I DA D E S
IV. Possibilidade de saneamento de falhas relativas aos documentos
de habilitação;

V. Recurso único;

VI. Penalidade específica;

VII. Celeridade;

VIII. Concentração;

IX. Oralidade.

Na sequência, você verá com mais detalhes cada uma dessas nove
peculiaridades.

I - A ADOÇÃO DO PREGÃO ESTÁ RELACIONADA


AO OBJETO DA LICITAÇÃO
A adoção do pregão é referente ao objeto da licitação, que é a
aquisição de bens e serviços comuns, independentemente do valor
estimado para a contratação.

Diferentemente do que ocorre em relação às modalidades comuns da


Lei n° 8.666/1993 F (a Concorrência, a Tomada de Preços e o Convite),
em que a adoção de uma determinada modalidade, nos termos do artigo
23 da respectiva Lei, dá-se em função do valor estimado da contratação,
a adoção da modalidade licitatória pregão independe deste valor e se dá
unicamente em razão do objeto da licitação.

É que nos termos do artigo 1° da Lei n° 10.520/2002 F, para aquisição


de bens e serviços comuns, sem qualquer restrição relativa ao valor
da contratação, poderá ser adotado o pregão. Portanto, se o objeto da
licitação puder ser considerado um bem ou um serviço comum, poderá
ser adotada a modalidade licitatória pregão, qualquer que seja o valor
estimado para a contratação. Eis o teor literal do mencionado artigo 1°,
caput:

“Artigo 1°. Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na
modalidade pregão, que será regida por esta Lei”.

Pois bem, tendo em conta que a modalidade pregão, nos termos do


transcrito artigo 1°, “caput”, da Lei n° 10.520/2002 F, é adotável apenas
nas licitações em que o respectivo objeto se constitua em aquisição de
bens ou serviços comuns, para a correta adoção da referida modalidade
em cada caso concreto, é indispensável que se tenha a noção exata do
20 que deve ser considerado bens comuns e serviços comuns.

Nesse sentido, o mesmo artigo 1°, em seu parágrafo único, explicita o

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
que pode ser considerado “bem ou serviço comum”, para efeito da adoção
da modalidade pregão:

“Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste
artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente
definidos no edital, por meio de especificações usuais no mercado”.

A partir da definição legal oferecida, conclui-se que para efeito de adoção


do pregão, é preciso que, no caso concreto, dois fatores se evidenciem
conjugados em relação ao objeto da licitação, a saber:

I. É preciso que a Administração possa definir objetivamente no edital


as características e os padrões de desempenho e qualidade do bem
ou do serviço que pretende contratar, e, ainda, indissoluvelmente
ligado a esse primeiro fator;

II. É preciso que as especificações das características e dos padrões de


desempenho e qualidade do bem ou do serviço, definidas no edital
pela Administração, sejam conhecidas no mercado produtor dos
bens ou prestador dos serviços, havendo neste mercado produtores
ou prestadores de serviços em condições de oferecer os bens ou
os serviços com as especificações pretendidas pela Administração.

IMPORTANTE
A presença conjugada desses dois fatores permite que o bem ou o serviço seja considerado
comum para efeito da adoção da modalidade pregão. Portanto, a partir dessa afirmação,
outra conclusão importantíssima a ser assimilada e compreendida é que, para efeito da
adoção do pregão, o grau de eventual sofisticação do bem ou do serviço não lhe retira a
condição de comum. Essa condição independe do maior ou menor grau de sofisticação do
objeto, de tal maneira que, se no caso concreto estiverem presentes conjugadamente os
dois fatores antes indicados, o bem ou o serviço é considerado comum, ainda que do ponto
de vista técnico apresente alto grau de sofisticação. Satisfeita a condição de comum, será
possível adotar a modalidade pregão na licitação para sua contratação.

Cumpre registrar, finalmente, as exceções à utilização da modalidade


pregão, ou seja, aqueles casos em que mesmo o objeto sendo considerado
comum, há impedimento de ordem normativa à adoção da referida
modalidade.

A primeira exceção decorre do já mencionado artigo 1°, “caput”, da Lei


n° 10.520/2002 F, que, ao omitir menção expressa à realização de obras,
restringiu a utilização do pregão à aquisição de bens e serviços comuns.
Do ponto de vista da Lei n° 10.520/2002 F, então, não é possível a
utilização de pregão para a contratação de obras. Todavia, jurisprudência 21
formada a partir de decisões do Poder Judiciário, e, sobretudo de decisões
dos Tribunais de Contas, especialmente o da União, vem sistematicamente

M O DA L I DA D E L I C I TATÓ R I A P R EG ÃO : L EG I S L AÇ ÃO, CO N C E I TO E P E C U L I A R I DA D E S
admitindo a contratação de obras por meio de pregão, quando estas
puderem ser consideradas comuns, nos moldes antes apresentados.

As demais exceções, no âmbito do Estado de São Paulo, decorrem de


disposições regulamentares. As disposições regulamentares que veiculam
tais exceções vedam a adoção do pregão para as seguintes contratações:

●● Locações imobiliárias e alienações em geral (artigo 2°, § 2°, n°s


2 e 3, do Decreto n° 47.297/2002 E, com a redação que lhe foi
atribuída pelo artigo 4° do Decreto n° 56.565/2010 E);

●● Os diversos serviços de engenharia e arquitetura listados no artigo


2°, § 2°, n° 4, do Decreto n° 47.297/2002 E, com a redação que
lhe foi atribuída pelo artigo 4° do Decreto n° 56.565/2010 E.

II - O TIPO DE LICITAÇÃO
O tipo de licitação, que é o critério de julgamento, a ser adotado
para o julgamento das propostas e seleção do vencedor do certame é
exclusivamente o “menor preço”.

Tal circunstância decorre do texto expresso no inciso X do artigo 4° da


Lei n° 10.520/2002 F, moldado nos seguintes termos:

“[...] para julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério de menor
preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e
parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital”.

IMPORTANTE
Em razão dessa prescrição legal, se o caso concreto demandar a adoção de um dos
outros tipos de licitação estabelecidos na Lei n° 8.666/1993 F (equivale dizer “melhor
técnica” ou “técnica e preço”) para o julgamento das propostas e seleção do vencedor do
certame, não caberá a adoção da modalidade pregão e sim uma das modalidades comuns
da mesma Lei (a Concorrência, a Tomada de Preços ou o Convite), de acordo com o valor
estimado da contratação, conforme previsto no artigo 23 daquela Lei.

III - INVERSÃO DAS ETAPAS DE HABILITAÇÃO E


PROPOSTAS
Existe a inversão das etapas de habilitação e propostas, ocorrendo
em primeiro lugar análise e julgamento das propostas e só depois
análise e julgamento da habilitação apenas do licitante cuja proposta
for aceita.

22 É importante salientar que no transcurso do procedimento licitatório,


a Administração promove a prática de todos os atos e providências
indispensáveis à realização de todas as análises e julgamentos necessários

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
ao alcance do principal objetivo da licitação, que é a seleção da proposta
mais vantajosa para ser contratada.

Essas análises e julgamentos se dão em relação a duas etapas distintas


entre si, quais sejam, a de habilitação e a de propostas. Conheça-as a
seguir:

Etapa de Propostas: envolve a análise, a classificação e o julgamento


das propostas apresentadas pelos licitantes, em face do objeto contratual
e das condições e especificações estabelecidas para o próprio julgamento
e para a prestação desse objeto.

Etapa de Habilitação: envolve o preenchimento de determinadas


condições por parte dos licitantes, reputadas necessárias para que eles
assumam a condição de contratado junto à Administração e possam
bem executar o objeto contratual, independentemente das propostas
que apresentarem. Em regra, as análises e o julgamento a respeito do
atendimento dessas condições são feitos com base em documentos.

Com a falta de atendimento das condições estipuladas para a


habilitação dos licitantes gera a inabilitação deles, enquanto que a
desconformidade das propostas em relação às condições estabelecidas
para o julgamento e para a prestação do objeto dão ensejo à
desclassificação das propostas desconformes.

A seleção da proposta mais vantajosa a ser contratada pela


Administração que é o principal objetivo da licitação, pressupõe que o
respectivo licitante detentor da tal proposta tenha sido habilitado, ou
seja, preencheu todos os requisitos de habilitação estabelecidos para
a licitação, e também que a sua proposta tenha atendido todas as
especificações e condições fixadas para o julgamento e a prestação do
objeto, sagrando-se a vencedora de acordo com as regras estabelecidas
para o julgamento.

Agora em relação às etapas de habilitação e de propostas, a Lei n°


8.666/1993 F estabeleceu que:

●● Em primeiro lugar, devem ocorrer as análises e o julgamento da


habilitação de todos os licitantes participantes;

●● Em segundo lugar, as análises, a classificação e o julgamento das


propostas.

Os licitantes reprovados no julgamento da habilitação (os inabilitados)


sequer terão suas propostas examinadas e julgadas, sendo desde logo,
em face da inabilitação, alijados da disputa. Dessa forma, quando adotada
uma das modalidades licitatórias comuns previstas na Lei n° 8.666/1993
F, ou seja, a Concorrência, a Tomada de Preços ou o Convite, primeiro
ocorrem as análises e o julgamento da habilitação de todos os licitantes 23
e só depois as análises, a classificação e o julgamento das propostas dos
licitantes habilitados.
M O DA L I DA D E L I C I TATÓ R I A P R EG ÃO : L EG I S L AÇ ÃO, CO N C E I TO E P E C U L I A R I DA D E S
O pregão adotou a denominada “inversão destas etapas”. Nele se
processa em primeiro lugar a etapa das propostas, com as análises e
classificação que conduzem à seleção da melhor proposta, ocorrendo só
depois disso, em segundo lugar, a etapa de habilitação, com as análises
e o julgamento apenas em relação ao detentor da proposta aceita pela
Administração e não em relação aos detentores das demais propostas
classificadas.

IV - POSSIBILIDADE DE SANEAMENTO DE FALHAS


RELATIVAS AOS DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO
Já a possibilidade de saneamento de falhas relativas aos documentos
de habilitação, o artigo 43, § 3°, da Lei n° 8.666/1993 F, estabelece
que:

“[...] é facultada à Comissão de Licitação ou autoridade superior, em qualquer fase da


licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou complementar a instrução do
processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que deveria constar
originariamente da proposta”.

Por conta desse trecho legal que veda expressamente a inclusão de


documento ou informação posteriormente à apresentação da proposta,
não é possível promover o saneamento de falhas relativas aos documentos
de habilitação nos procedimentos licitatórios em que são adotadas as
modalidades licitatórias da Lei n° 8.666/1993 F (a Concorrência, a
Tomada de Preços ou o Convite).

IMPORTANTE
No âmbito do pregão, pela Lei n° 10.520/2002 F não conter a disposição proibitiva
similar a do artigo 43, § 3°, da Lei n° 8.666/1993 F, é possível o saneamento de falhas
relativas aos documentos de habilitação com vistas a que, se o licitante efetivamente
preencher aquela condição passível de saneamento, a Administração possa contratar a
sua proposta selecionada como a mais vantajosa no certame.

Atualmente, não há qualquer oposição ao saneamento de falhas


relativas aos documentos de habilitação no pregão, seja no âmbito da
doutrina seja no âmbito da jurisprudência, inclusive dos Tribunais de
Contas. A única dificuldade com a qual se pode defrontar em relação
ao referido saneamento decorre do fato da Lei n° 10.520/2002 F não
dispor expressamente a esse respeito e, consequentemente, não conter
disposições estabelecendo os limites e as condições para a realização do
saneamento.
24 Tal omissão, contudo, não impede a Administração de utilizar a
possibilidade desse saneamento, demandando apenas que haja regras
regulamentares específicas para a utilização, previstas em ato normativo
P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
ou no próprio edital da licitação, estabelecendo expressamente as
condições e os limites para que o saneamento ocorra.

No Estado de São Paulo, desde a implantação do pregão, utiliza-se


a faculdade de sanear falhas relativas aos documentos de habilitação,
tanto no caso do processamento na forma presencial quanto na forma
eletrônica, mediante regras expressas inseridas nos respectivos editais
dos certames, observados os seguintes limites e condições (selecione as
abas para saber sobre esses limites e condições):

I. Possibilidade de apresentação de documentos que não foram


apresentados originariamente;

II. Possibilidade de substituição de documentos defeituosos


apresentados originariamente;

III. Possibilidade de verificação por meios eletrônicos, notadamente a


Internet, por parte do pregoeiro e da equipe de apoio;

IV. O saneamento há de ser realizado obrigatoriamente na sessão


pública.

SAIBA MAIS
Veja alguns editais com as minutas padrões disponibilizadas na Bolsa Eletrônica de
Compras (BEC) disponível no site: www.bec.sp.gov.br e no site do pregão disponível em:
www.pregao.sp.gov.br.

V - RECURSO ÚNICO
No recurso único, as licitações processadas nas modalidades
estabelecidas na Lei n° 8.666/1993 F (a Concorrência, a Tomada de
Preços ou o Convite) há a possibilidade de interposição de dois recursos:
um, em um primeiro momento, em face do julgamento da habilitação
e outro, posteriormente, em face da classificação e julgamento das
propostas.

Em ambos os casos, você percebe que os recursos têm efeito suspensivo


porque ocasiona a suspensão da continuidade do procedimento licitatório
até a decisão acerca dos recursos interpostos, em dois momentos distintos
do mesmo procedimento: a primeira suspensão após o julgamento da
habilitação, por conta de eventuais recursos em face desse julgamento, e
a segunda suspensão após a classificação e o julgamento das propostas,
em razão de eventuais recursos direcionados a tais atos.

É importante você entender que no pregão, o recurso é único, por


disposição expressa do artigo 4°, inciso XVIII, e deve ser interposto
mediante manifestação motivada, na própria sessão pública, logo após, o 25
pregoeiro declarar o vencedor do certame. Para tanto, o recurso pode se
dirigir tanto à análise e o julgamento das propostas, quanto ao julgamento

M O DA L I DA D E L I C I TATÓ R I A P R EG ÃO : L EG I S L AÇ ÃO, CO N C E I TO E P E C U L I A R I DA D E S
da habilitação, mas é único e é interposto em momento único.

NOTA:
De acordo com o Artigo 4°, a fase externa do pregão será iniciada com a
convocação dos interessados e observará as seguintes regras: [...] XVIII - declarado o
vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e motivadamente a intenção
de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação
das razões de recurso, ficando os demais licitantes desde logo intimados para
apresentar contrarrazões em igual número de dias, que começarão a correr do
término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos.

VI - PENALIDADE ESPECÍFICA
Já a Lei n° 10.520/2002 F criou um regime próprio de penalidades
aplicáveis às licitações na modalidade pregão e aos contratos
celebrados a partir de licitações na modalidade em tela.

Dispõe o artigo 7° da referida Lei:

“Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato,
deixar de entregar ou apresentar documentação falsa exigida para o certame, ensejar o
retardamento da execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou fraudar na
execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará
impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e será
descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores a que se
refere o inciso XIV do artigo 4° desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das
multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais”.

O transcrito dispositivo legal criou penalidade específica, distinta


daquelas previstas no artigo 87, incisos I, III e IV da Lei n° 8.666/1993
F, a saber, o “impedimento de licitar e contratar por até 5 (cinco) anos”,
permitindo ainda a aplicação de penalidade de multa, caso o edital e o
contrato contenham previsão expressa nesse sentido.

NOTA:
De acordo com o Artigo 87 pela inexecução total ou parcial do contrato a
Administração poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes
sanções: I - Advertência; II - Multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou
contrato; III - Suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de
contratar com a Administração por prazo não superior a 2 (dois) anos; IV - Declaração
de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública [...].

26

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
VII - CELERIDADE
O que é celeridade? Celeridade é característico daquilo que é rápido,
que é feito de prontidão.

A celeridade alcançada pelo pregão decorre da simplificação de


suas regras procedimentais, em relação às regras procedimentais das
modalidades da Lei nº 8.666/1993 F.

Nesse sentido, pode-se destacar peculiaridades já indicadas, por


exemplo, a análise e julgamento da habilitação apenas do licitante que
tiver o preço aceito e não de todos os licitantes.

Assim como, a interposição de recurso único, direcionado tanto ao


julgamento da habilitação, quanto ao julgamento das propostas. E,
também, a peculiaridade da concentração da realização dos atos mais
importantes da fase externa da licitação, em sessão pública sob a direção
do pregoeiro, peculiaridade esta que será abordada na sequência desta
unidade.

VIII - CONCENTRAÇÃO
Concentração trata-se aqui da realização dos atos mais importantes
da fase externa da licitação, ou seja, todos aqueles relativos à
apresentação, a análise e o julgamento das propostas e da habilitação,
em sessão pública única, sob a direção do pregoeiro.

Nessa sessão previamente designada, cujo passo a passo com todos


os atos que a integram encontra-se detalhado nas Unidades 03 e 04
deste curso. Bom, o procedimento acontece da seguinte forma:

1. Comparecem os interessados em participar, apresentam suas


propostas e seus documentos de habilitação.

2. E, nesse momento se estabelece entre eles a disputa por meio da


oferta de lances.

3. Na sequência, os documentos apresentados são analisados pelo


pregoeiro e pela equipe de apoio, ocorre o julgamento das propostas
e da habilitação.

4. Logo, é selecionada a proposta mais vantajosa a ser contratada


pela Administração.

5. Acontece então a interposição de recursos e, se não houver


interposição, ocorre, inclusive, a adjudicação do respectivo objeto
ao licitante vencedor por ato do pregoeiro.

27

M O DA L I DA D E L I C I TATÓ R I A P R EG ÃO : L EG I S L AÇ ÃO, CO N C E I TO E P E C U L I A R I DA D E S
IX - ORALIDADE
A oralidade é uma característica marcante do pregão processado na
forma presencial.

Na sessão pública em que, como se viu, estão concentrados os atos


mais importantes da fase externa da licitação, todo o relacionamento entre
pregoeiro, membros da equipe de apoio e licitantes é feito oralmente. Todas
as deliberações do pregoeiro são comunicadas oralmente. Na disputa
por lances, as ofertas são apresentadas oralmente pelos licitantes. A
interposição de recursos é feita oralmente.

Já no pregão processado na forma eletrônica não há manifestação


oral, na medida em que a sessão pública é processada “virtualmente”, com
todos os licitantes, pregoeiro e membros de equipe de apoio, interagindo
via Internet, no sistema eletrônico que apresenta o processamento do
pregão. A única forma válida de comunicação entre o pregoeiro e os
licitantes durante a sessão se dá por intermédio de “chat” ou “sala de
comunicação” disponibilizada pelo próprio sistema eletrônico, conforme
explicitado na Unidade 04 deste curso.

Bom, chegamos ao final da primeira unidade, e aqui,


conhecemos melhor as leis que conduzem a modalidade
licitatória pregão. E na sequência, vimos seu conceito e
suas peculiaridades.

Na Unidade 02, discorreremos sobre a fase interna ou preparatória do


processo licitatório na modalidade pregão.

Até lá.

28

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
PREGÃO ELETRÔNICO
UNIDADE 02 - PROCEDIMENTO
LICITATÓRIO NA MODALIDADE
PREGÃO - FASE INTERNA OU
PREPARATÓRIA
Olá, bem-vindo(a) à Unidade 02 do nosso curso!

Antes de iniciarmos esta unidade, vamos relembrar o que falamos na


Unidade 01. Lá, conhecemos os atos normativos que regulamentam a
realização do pregão e sua utilização como modalidade licitatória no estado
de São Paulo. Abordamos também, os conceitos e as peculiaridades do
pregão.

Agora, na Unidade 02, abordaremos a fase interna, também conhecida


como fase preparatória, do procedimento licitatório na modalidade pregão
e veremos como é definida a autoridade competente para a realização e o
processamento dos pregões.

Bons estudos!

INSTRUÇÃO DO PROCEDIMENTO
A fase interna ou preparatória é aquela em que a tomada das
providências necessárias ao processamento do procedimento licitatório
compete à Administração. Com isso, a atuação da Administração nessa
fase destina-se, especialmente, ao planejamento da contratação e da
licitação, a busca das melhores soluções que atendam aos seus interesses
e ao interesse público, com a definição dos modelos da contratação e
da licitação, inclusive da modalidade licitatória a ser adotada. Envolve a
tomada de deliberações, aprovações e elaboração de documentos.

I. Deliberação da autoridade competente contendo os elementos


previstos no artigo 3°, incisos I, III e IV da Lei n° 10.520/2002 F
no artigo 6°, incisos I, II, III e IV do regulamento anexo à Resolução
CEGP -10/2002 E e no artigo 13, incisos I, II, III e IV do regulamento
anexo à Resolução CC - 27/2006 E. Tais elementos estão indicados
expressamente mais adiante nesta unidade, no tópico relativo à
autoridade competente e suas atribuições;

II. Termo de referência, ou seja, o documento que deve definir com


nível de precisão adequado o objeto da contratação, com todas
as regras, condições e prazos de sua execução, bem como deve
possibilitar a avaliação do seu custo;

III. Planilha de orçamento com os quantitativos e valores unitários e


total da contratação, elaborada a partir da composição de todos os
custos unitários, no caso de serviços, e pesquisa de preços, no caso
de compras;

IV. Cronograma físico-financeiro, quando for o caso. Será necessário


quando o modelo da contratação previr a execução do objeto
30 contratual em etapas e o pagamento do preço em parcelas,
condicionando o pagamento de cada parcela do preço à execução,
conclusão e entrega de cada etapa executada;

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
V. Manifestação indicando a existência de recursos orçamentários na
Lei orçamentária do exercício em curso, disponíveis e suficientes
para custear a futura contratação;

VI. Minutas de edital e de termo de contrato previamente aprovadas


pelo órgão jurídico que serve o órgão ou entidade promotor da
licitação.

NOTA:
O edital da licitação deve conter todos os elementos indicados no inciso V do
artigo 7° do Decreto n° 47.297/2002 E – que trata da fase preparatória do pregão
– e no artigo 9° do Decreto n° 49.722/2005 E.

Por envolver a definição de regras que dizem respeito à participação


nos certames e, por isso, estão relacionadas à fase interna ou preparatória
dela, cumpre registrar que por força de disposição expressa contida no
artigo 5° da Lei n° 10.520/2002 F, no pregão é vedado à Administração
formular as seguintes exigências:

I. Garantia de proposta. Esse tipo de garantia, nos casos em que


admitida, é exigível de todos os licitantes, unicamente como condição
de participação no certame e não se confunde com a garantia de boa
execução do contrato, prevista no artigo 56 da Lei n° 8.666/1993
F, exigível apenas do licitante vencedor por ocasião da assinatura
do contrato. No pregão, a vedação se aplica unicamente à garantia
de proposta e não à garantia de boa execução contratual;

II. Aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participar


do certame;

III. Pagamento de taxas e emolumentos para fornecimento do edital,


salvo valores não superiores ao custo de reprodução das cópias
das peças que compõe o edital e seus anexos, ou valores relativos
a custos de utilização de recursos de tecnologia da informação.

AUTORIDADE COMPETENTE E ATRIBUIÇÕES


Muito bem, vimos até então os elementos que instruem
o expediente da licitação durante a fase interna e quais as
exigências vedadas à Administração durante esse processo.
A partir deste tópico, veremos como é definida a autoridade competente
para realizar o processamento dos pregões no âmbito da Administração
direta e autárquica do Estado de São Paulo.

No âmbito da Administração direta e autárquica do Estado de São


Paulo, é o artigo 3° do Decreto n° 47.297/2002 E que define a autoridade
competente para a realização e o processamento dos pregões, bem como 31
suas atribuições, nos seguintes termos:

P R O C E D I M E N TO L I C I TATÓ R I O N A M O DA L I DA D E P R EG ÃO - FA S E I N T E R N A O U P R E PA R ATÓ R I A
I. Autorizar a abertura da licitação, justificando a necessidade da
contratação.

II. Definir o objeto do certame, estabelecendo:

a) As exigências de habilitação;

b) Sanções por inadimplemento;

c) Os prazos e condições da contratação;

d) O prazo de validade das propostas;

e) Os critérios de aceitabilidade dos preços;

f) O critério para encerramento dos lances.

III. Justificar as condições de prestação de garantia de execução do


contrato.

IV. Designar o pregoeiro e os membros de sua equipe de apoio.

V. Decidir os recursos interpostos contra ato do pregoeiro.

VI. Adjudicar o objeto da licitação, após a decisão dos recursos.

VII. Revogar, anular ou homologar o procedimento licitatório. Parágrafo


único. Nos pregões cujos valores estimados sejam inferiores ao
limite fixado no caput deste artigo, a competência é dos dirigentes
das unidades de despesa.

Como se vê pelo teor do dispositivo regulamentar transcrito


anteriormente, a definição da autoridade competente se dá em razão
do valor estimado da contratação. Dessa forma, define-se a autoridade
competente de acordo com o valor estimado:

32

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
NOTA:
As atribuições da autoridade competente são aquelas indicadas nos incisos I
a VII do transcrito artigo 3°, mais a fixação do valor de redução mínima entre os
lances, atribuição essa expressamente prevista no artigo 6°, inciso II, alínea “f” do
regulamento anexo à Resolução CEGP-10/2002 E e no artigo 13, inciso II, alínea “f”
do regulamento anexo à Resolução CC-27/2006 E.

Agora que já apresentamos todas as atribuições da autoridade


competente, cumpre registrar que a sua deliberação no pregão, elemento
obrigatório de instrução do expediente na fase interna ou preparatória do
certame, conforme mencionado no item (I) do tópico anterior (Instrução do
Procedimento), deve conter os seguintes atos, de acordo com a previsão
contida no artigo 6°, incisos I a IV do regulamento anexo à Resolução
CEGP-10/2002 E e no artigo 13, incisos I a IV do regulamento anexo à
Resolução CC-27/2006 E:

I. Autorização para a abertura da licitação e as justificativas a respeito


da necessidade da contratação;

II. Definição do objeto do certame de forma clara, concisa e objetiva,


estabelecendo:

a) As exigências de habilitação;

b) Os critérios de aceitabilidade dos preços, observado o inciso X


do artigo 40 da Lei n° 8.666/1993;

c) As sanções por inadimplemento previstas nos atos


regulamentares antes indicados e em atos específicos dos
dirigentes dos órgãos ou entidades promotores do certame;

d) Os prazos e condições da contratação;

e) O prazo de validade das propostas;


33
f) O valor de redução mínima admissível entre os lances sucessivos
e o critério de encerramento da etapa de lances (critérios de

P R O C E D I M E N TO L I C I TATÓ R I O N A M O DA L I DA D E P R EG ÃO - FA S E I N T E R N A O U P R E PA R ATÓ R I A
encerramento só para o pregão na forma presencial);

III. Fixação das condições de prestação de garantia de execução do


contrato ou a dispensa da garantia;

IV. Designação do pregoeiro e dos membros da equipe de apoio. No


caso do pregão na forma eletrônica, também o subscritor do edital.

É importante ressaltar também, quais atos devem conter a cogitada


deliberação da autoridade competente.

I. A Lei n° 10.520/2002 F não contém regras próprias estabelecendo


quais documentos podem ser exigidos para fins de habilitação no
certame. Dessa forma, aplicam-se subsidiariamente ao pregão, no
que diz a respeito a exigência de habilitação, as disposições da Lei nº
8.666/1993 F, de maneira que, para estabelecer tais exigências,
a autoridade competente deverá levar em consideração a situação
concreta da contratação e observar as prescrições contidas nos
artigos 27 a 31 da Lei n° 8.666/1993 F;

II. Conforme anotado anteriormente, a Lei n° 10.520/2002 F criou


regime próprio de penalidades, de maneira que no pregão, aplica-se
a penalidade específica estabelecida no artigo 7° da mencionada
Lei, ou seja, impedimento de licitar e contratar por até 5 (cinco) anos,
com a possibilidade de se aplicar também penalidade de multa,
desde que expressamente previsto no edital e no contrato. Portanto,
no momento de baixar a deliberação, a autoridade competente
definirá se será aplicada apenas a penalidade específica ou também
a penalidade de multa;

III. No que tange ao prazo de validade das propostas, o artigo 6º da Lei


n° 10.520/2002 F estabelece que tal prazo será de 60 (sessenta)
dias, se outro não estiver fixado no edital. Portanto, se a autoridade
entender conveniente, pode fixar outro prazo de validade;

IV. Há competência da autoridade para fixação do critério de


encerramento da etapa de lances somente no caso do pregão na
forma presencial. Na forma eletrônica, o critério de encerramento
leva em conta determinado tempo de duração e é estabelecido pelo
sistema eletrônico e não pela autoridade;

V. O valor de redução mínima entre os lances tem por objetivo motivar


a competição entre os licitantes, com vistas à obtenção de preço
menor a ser contratado. Não há regras legais ou regulamentares que
estabeleçam parâmetros para a fixação desse valor. A experiência
com a realização de pregões mostra que valores muito altos
ou muito baixos em relação ao valor de referência fixado para a
34 contratação normalmente prejudicam a competição esperada entre
os licitantes, frustrando assim o alcance do objetivo esperado com
a fixação. A mesma experiência mostra que bons valores fixados

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
para redução mínima são aqueles compreendidos entre meio a um
por cento do valor de referência estabelecido para a contratação.

Vimos até então, que a definição da autoridade competente se dá em


razão do valor estimado da contratação no processo licitatório. Por fim,
neste tópico, elencamos quais atos contêm a deliberação da autoridade
competente e suas atribuições.

No entanto, você pode estar se perguntando: o que define o responsável


por conduzir as licitações? Bom, a partir do próximo tópico, esclareceremos
quais as características do papel do pregoeiro e sua equipe de apoio.

PREGOEIRO E EQUIPE DE APOIO


O pregoeiro, auxiliado pela equipe de apoio, é o responsável pela
condução da sessão pública do pregão, bem como por todas as análises e
julgamentos que conduzirão à seleção da melhor proposta a ser contratada
pela Administração. Há disposições normativas estabelecendo condições
para que alguém possa atuar como pregoeiro e como membro de equipe
de apoio.

IMPORTANTE
De acordo com o artigo 3°, “caput”, da Lei n° 10.520/2002 F, o pregoeiro,
obrigatoriamente, deve ser servidor do órgão ou entidade promotora da licitação. Não
importa o tipo de vínculo empregatício (estatutário, celetista, comissionado etc.), mas a
existência deste vínculo é imprescindível, o que inviabiliza a arregimentação de pessoas de
fora dos quadros da Administração.

No Estado de São Paulo, por exemplo, as regras regulamentares


estabelecem ainda outras condições para a atuação como pregoeiro: o
respectivo servidor deve ter realizado curso de capacitação específica
e, no caso do pregão na forma eletrônica, também treinamento
específico para atuar nesta forma, promovido por órgão ou entidade da
Administração estadual (artigo 4° do Decreto n° 47.297/200 E e artigo
7° do regulamento anexo à Resolução CEGP - 10/2002 E, c.c artigo 7°
do Decreto n° 49.722/2005 E e artigo 7°, inciso II do regulamento anexo
à Resolução CC - 27/2006 E).

Em relação à equipe de apoio, o mesmo artigo 3°, § 1° da Lei n°


10.520/2002 F obriga que a maioria dos integrantes sejam ocupantes
de cargo efetivo ou emprego da Administração, preferencialmente
pertencentes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora da
licitação.

Aqui também se divisa nítida distinção entre o pregão e as modalidades


comuns da Lei n° 8.666/1993 F: concorrência, tomada de preços e
convite. 35

Nessas modalidades (Concorrência, Tomada de Preços e Convite)

P R O C E D I M E N TO L I C I TATÓ R I O N A M O DA L I DA D E P R EG ÃO - FA S E I N T E R N A O U P R E PA R ATÓ R I A
não existem as figuras do pregoeiro e da equipe de apoio. Mas, sim, da
comissão de licitação, ou, excepcionalmente no caso da modalidade
convite, o responsável pelo seu processamento.

Veja a seguir quais atos competem ao pregoeiro.

No Estado de São Paulo, pelo teor do disposto no artigo 3°, “caput”, da


Lei n° 10.520/2002 F, c.c. o artigo 6° do Decreto n° 47.297/2002 E,
artigo 9° do regulamento anexo à Resolução CEGP-10/2002 e artigo 14
do regulamento anexo à Resolução CC-27/2006, compete ao pregoeiro:

Apenas na forma eletrônica:

●● Agendar o pregão no sistema eletrônico;

Apenas na forma presencial:

●● Promover o credenciamento dos licitantes para participar do


certame;

●● Receber dos licitantes a declaração de que cumprem todos os


requisitos de habilitação e os envelopes contendo as propostas e
os documentos de habilitação;

●● Selecionar e ordenar as propostas que participarão da etapa de


lances;

●● Promover a classificação das propostas e ofertas.

Em ambas as formas:

●● Realizar a abertura, análise e a classificação ou desclassificação


das propostas;

●● Conduzir a etapa de lances;

●● Coordenar os trabalhos na sessão pública;

●● Conduzir o exercício do direito de preferência por parte das


microempresas, empresas de pequeno porte e cooperativas;

●● Promover a negociação do preço;

●● Decidir sobre a aceitabilidade do preço;


Analisar os documentos de habilitação e julgá-la;

●● Dar parecer sobre eventuais recursos interpostos;

●● Adjudicar o objeto ao licitante vencedor, não havendo interposição


de Recursos;

36 ●● Elaborar a ata da sessão pública;

●● Formular proposta de revogação ou anulação da licitação, se

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
entender cabível.

Por fim, em relação à equipe de apoio, embora não haja disposições


legais ou regulamentares dispondo expressamente sobre as tarefas que
lhe compete, pode-se afirmar, dada a sua natureza de colegiado de apoio,
que aos seus membros cabe auxiliar o pregoeiro em todas as atribuições
que lhe competem, sem, contudo, possuir qualquer poder de decisão.

Caro(a) aluno(a), chegamos ao final desta unidade! E vimos aqui, que a


fase interna do processo licitatório define-se no processo de planejamento
da contratação. Abordamos como é definida a autoridade competente
para realizar o processamento dos pregões, e também, os aspectos do
pregoeiro e sua equipe de apoio.

Na próxima unidade, você verá as características da fase externa do


procedimento licitatório na modalidade pregão.

Até lá!

37

P R O C E D I M E N TO L I C I TATÓ R I O N A M O DA L I DA D E P R EG ÃO - FA S E I N T E R N A O U P R E PA R ATÓ R I A
PREGÃO ELETRÔNICO
UNIDADE 03 - PROCEDIMENTO
LICITATÓRIO NA MODALIDADE
PREGÃO: FASE EXTERNA
Olá, bem-vindo(a) à Unidade 03 do nosso curso!

Antes de iniciarmos essa unidade, vamos relembrar o que falamos


na Unidade 02. Lá, abordamos a fase interna, também conhecida como
fase preparatória, do procedimento licitatório na modalidade pregão e
vimos como é definida a autoridade competente para a realização e o
processamento dos pregões.

Agora, nesta unidade, abordaremos a fase externa do pregão, veremos


como se dá o início desse processo, passando pela fase de impugnação
ao edital e também da sessão pública do pregão na forma presencial e
seus atos procedimentais.

Bons estudos!

A fase externa do pregão se inicia com a divulgação (publicidade)


do aviso de licitação e propicia a intervenção e a participação dos
futuros licitantes e da sociedade em geral no procedimento licitatório. Seu
encerramento ocorre com a homologação ou a revogação da licitação,
ou, ainda, com o reconhecimento de que se trata de licitação deserta
ou fracassada. Trata-se, portanto, da fase em que os licitantes têm a
oportunidade de agir e praticar todos os atos necessários e pertinentes à
participação na licitação, com vistas a que a proposta de um deles seja a
selecionada para ser contratada pela Administração.

Para a Administração, por outro lado, essa fase ocasiona a realização


de todas as análises e julgamentos necessários ao alcance do principal
objetivo da licitação que é a seleção da proposta mais vantajosa para
ser contratada.

Veja abaixo as etapas que a fase externa do pregão compreende e, em


seguida, abordaremos o processo de publicação do aviso da licitação:

39

P R O C E D I M E N TO L I C I TATÓ R I O N A M O DA L I DA D E P R EG ÃO : FA S E E X T E R N A
PUBLICAÇÃO DO AVISO DE LICITAÇÃO
O que é o aviso de licitação?

É um instrumento (documento físico ou eletrônico) utilizado pela


Administração para divulgar de modo amplo a realização da licitação.

A partir de sua publicação, a licitação que até então se encontrava em


processamento no âmbito interno do órgão licitante “ganha o mundo” e a
sua realização passa a ser de conhecimento público.

De acordo com o inciso I do artigo 3° da Lei n° 10.520/2002 F


estabelece os meios de divulgação dos avisos de licitação são:

I. Os Diários Oficiais do respectivo ente federado ou, não existindo,


jornal de grande circulação local; e, facultativamente

II. Meios eletrônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de


grande circulação, nos termos de regulamento.

No Estado de São Paulo, as normas regulamentares (artigo 8° do


Decreto n° 47.297/2002 E e artigo 12, incisos I e II do regulamento anexo
à Resolução CEGP-10/2002 E, c.c artigo 10 do Decreto n° 49.722/2005
E e artigo 11, incisos I e II do regulamento anexo à Resolução CC-27/2006
E) dispõem sobre a divulgação do aviso de licitação, da seguinte forma:

1. Em licitações cujo valor estimado da contratação seja inferior a R$


650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais), o aviso deve ser
divulgado no Diário Oficial do Estado (DOE) - e na Internet, no site
da Imprensa Oficial do Estado, www.imprensaoficial.com.br (opção
e-negociospúblicos). Em se tratando de pregão na forma eletrônica,
a realização é divulgada também no site da Bolsa Eletrônica de
Compras: www.bec.sp.gov.br.

2. Em licitações cujo valor estimado da contratação seja igual ou


superior a R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais), o
aviso deve ser divulgado nos mesmos meios indicados no item (1) e
também em jornal de grande circulação local.

O prazo entre a data de divulgação do aviso de licitação (a data da


última divulgação) e a realização da sessão pública não pode ser inferior
a 8 (oito) dias úteis (artigo 4°, inciso V da Lei n° 10.520/2002 F).

O aviso deve conter a definição do objeto da licitação, a indicação


do local, dias, horários em que poderá ser obtida a íntegra do edital, a
modalidade licitatória, o dia, o horário e o local da realização da sessão.
E, no caso de pregão na forma eletrônica, a informação de que será
realizado por meio eletrônico, a indicação do site onde será realizado
40 o certame e a indicação do endereço eletrônico onde está disponível a
íntegra do edital (artigo 4°, inciso II da Lei n° 10.520/2002 F, c.c artigo
12, inciso III do Regulamento anexo à Resolução CEGP-10/2002 E, artigo

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
10, § 1°, n°s 1 a 4 do Decreto n° 49.722/2005 E e artigo 10, incisos I a
IV do regulamento anexo à Resolução CC-27/2006 E).

IMPUGNAÇÃO AO EDITAL
A impugnação ao edital da licitação constitui-se em instrumento pelo
qual qualquer pessoa natural ou jurídica pode se opor à manutenção de
cláusulas e condições do edital que reputem ilegais, pleiteando a sua
modificação ou exclusão.

No entanto, a Lei n° 10.520/2002 F não tratou expressamente da


impugnação ao edital. Tal matéria é objeto de disciplina apenas nas
normas regulamentares por duas razões:

As regras regulamentares, veiculadas no artigo 14, §§ 1° e 2° do


regulamento anexo à Resolução CEGP-10/2002 E, são as seguintes:

1. Até 2 (dois) dias úteis anteriores à data fixada para a realização


pública, qualquer pessoa poderá solicitar esclarecimentos,
providências ou impugnar o edital;

2. A autoridade competente para decidir a impugnação é o subscritor


do edital e o prazo para a decisão é de 1 (um) dia útil. Se não for
possível a decisão nesse prazo, deve ser designada nova data para
a realização da sessão, a qual não poderá ocorrer com impugnação
pendente de decisão;

3. Se a impugnação for acolhida e o edital alterado, designa-se nova


data para a realização da sessão pública. Em razão do disposto
no artigo 21, § 4° da Lei n° 8.666/1993 F, aplicável ao pregão
subsidiariamente à Lei n° 10.520/2002 F, caso a alteração
promovida no edital impacte a formulação das propostas, a nova
sessão pública não poderá ocorrer em prazo inferior a 8 (oito) dias
úteis, contado da divulgação da referida alteração.

NOTA:
De acordo com o 13 Artigo 21, § 4°: Qualquer modificação no edital exige
divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo
inicialmente estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não 41
afetar a formulação das propostas.

P R O C E D I M E N TO L I C I TATÓ R I O N A M O DA L I DA D E P R EG ÃO : FA S E E X T E R N A
Veja abaixo algumas situações a respeito da impugnação ao edital que
independem das disposições regulamentares do pregão:

I. Todas as pessoas naturais ou jurídicas podem apresentar


impugnação ao edital com fundamento no artigo 5°, XXXIV,
alínea “a” da Constituição da República (trata-se do exercício do
denominado “direito constitucional de petição”);

II. Qualquer pessoa natural ou jurídica, independentemente de


promover a impugnação do edital perante o órgão licitante com
fundamento nas normas regulamentares indicadas, pode também
representar ao Tribunal de Contas em face de irregularidades
verificadas nos pregões, inclusive aquelas que foram objeto de
impugnação junto ao órgão licitante, com fundamento no artigo
113, § 1° da mesma Lei n° 8.666/1993 F;

III. A Administração tem o poder/dever de invalidar seus atos


praticados com nulidade ou ilegalidade. Trata-se da aplicação do
princípio da autotutela a que se submete a Administração, princípio
esse consagrado nas súmulas n° 346, “a administração pública
pode declarar a nulidade dos seus próprios atos”, e n° 473, “[...] a
administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornem ilegais, porque dele não se originam direitos; ou
revogá-los, por motivos de conveniência e oportunidade, respeitados
os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação
judicial”, ambas do Supremo Tribunal Federal. Portanto, em razão
do princípio da autotutela, independentemente de impugnações
apresentadas por terceiros, toda vez que a administração constatar
nos editais a existência de cláusulas ou condições ilegais ou nulas,
ela própria deve sanear tais defeitos, promovendo a alteração ou a
exclusão das respectivas disposições defeituosas.

Eventuais esclarecimentos prestados pela Administração no curso da


licitação, que contenham interpretação em relação a disposições do edital,
vinculam a sua atuação, de maneira que futuras análises e decisões que
vierem a ser tomadas deverão estar de acordo com as interpretações
veiculadas nas respostas aos pedidos de esclarecimentos formulados.

SESSÃO PÚBLICA DO PREGÃO NA FORMA


PRESENCIAL E SEUS ATOS PROCEDIMENTAIS
Conforme frisamos anteriormente, a fase externa da licitação
ocasiona para a Administração a prática de todos os atos e providências
indispensáveis à realização de todas as análises e julgamentos necessários
ao alcance do principal objetivo da licitação, que é a seleção da proposta
mais vantajosa para ser contratada.
42
A sessão pública do pregão na forma presencial, por assim dizer, pode
ser entendida como o que há de mais importante na fase externa da

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
licitação, porque nela se concentram e são praticados os principais atos
para a seleção da proposta vencedora do certame, desde o recebimento
dos documentos - e sua subsequente análise - exigidos dos participantes,
até a interposição de recursos contra decisões tomadas pelo pregoeiro,
ou até a adjudicação do objeto ao licitante vencedor, por ato do pregoeiro,
quando não há interposição de recursos.

Independentemente de outras que serão assinaladas adiante neste


curso, por ocasião das abordagens relativas às fases interna e externa
do pregão, cumpre destacar as seguintes peculiaridades inerentes a
modalidade licitatória pregão:

I. Credenciamento;

II. Recebimento dos demais documentos relativos à participação dos


licitantes;

III. Abertura e análise das propostas;

IV. Seleção das propostas que poderão participar da disputa por lances;

V. Disputa por lances

VI. Exercício do direito de preferência por parte de microempresas,


empresas de pequeno porte e cooperativas;

VII. Negociação;

VIII. Análise e aceitabilidade do melhor (menor) preço ofertado;

IX. IX - Análise dos respectivos documentos e julgamento da habilitação,


apenas do licitante detentor da proposta aceita.

X. Interposição de recursos e da adjudicação do objeto ao licitante


vencedor.

Na sequência, você verá com mais detalhes cada um destes atos


procedimentais que integram a sessão pública.
I - CREDENCIAMENTO
O credenciamento é o ato que define o universo de participantes do
pregão, de forma que os interessados em participar, que comparecerem
na sessão e forem credenciados, adquirirão a condição de licitantes, e os
que não forem credenciados, não adquirirão tal condição e, portanto, não
participarão do certame, podendo apenas permanecer na sessão, assim
como quaisquer outras pessoas, posto que a sessão é pública.

O credenciamento ocasiona três tipos de análises distintas entre si,


por parte do pregoeiro e da equipe de apoio, com vistas a que os licitantes
possam ou não participar do certame. 43

A primeira análise diz respeito à compatibilidade entre o segmento de

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mercado de atuação do interessado e o objeto da licitação. Só estarão
autorizados a participar do pregão aqueles interessados cujo segmento
de mercado de atuação seja compatível com o objeto do certame. Assim,
por exemplo, só poderão participar de um pregão para aquisição de
medicamentos os interessados cujo mercado de atuação seja venda
de medicamentos e não prestação de serviços de limpeza ou venda de
material de escritório. Essa análise é feita com o exame do ato constitutivo
da empresa interessada, ou seja, o seu instrumento de registro empresarial,
o estatuto social ou o contrato social, conforme a forma societária adotada
(sociedade anônima, sociedade por cotas de responsabilidade limitada
etc.). O referido ato constitutivo, obrigatoriamente, possui uma cláusula
explicitando o objeto social, ramo, ou o segmento de atuação da empresa
no mercado. Ali estará indicado qual o seu ramo de negócio ou os seus
ramos de negócios, já que é usual as empresas atuarem em mais de um
ramo. Pelo menos um deles há de ser compatível com o objeto da licitação.

A segunda espécie de análise está relacionada à regularidade de


representação da empresa interessada na sessão pública. Em outras
palavras, a pessoa que comparecer à sessão para representar a empresa
deverá ter os poderes necessários para tanto. Essa segunda análise
é feita com a exibição de um documento oficial do representante, que
contenha sua foto e os seus dados de identificação (nome e números de
documentos), acompanhado do respectivo documento que registre os seus
poderes de representação. Nesse sentido, duas são as possibilidades.
Quando o representante é um procurador (esta é a situação mais comum),
deverá apresentar a procuração contendo os poderes necessários para a
representação, bem como o ato constitutivo da empresa. No exame da
procuração, o pregoeiro e a equipe de apoio verificarão se os necessários
poderes foram efetivamente outorgados ao representante pela empresa
(prestar declarações, firmar documentos, ofertar lances, interpor ou
desistir da interposição de recursos etc.). No ato constitutivo da empresa,
a partir do exame da cláusula que explicita quais são os diretores ou
sócios com poderes para representar a empresa, será verificado se quem
outorgou a procuração em nome da empresa tinha poderes para tanto.
Por outro lado, quando o representante já é um sócio ou um diretor, deve
ser verificado na respectiva cláusula do ato constitutivo da empresa, que
trata de sua representação perante terceiros, se tal sócio ou diretor tem,
efetivamente, os necessários poderes para representá-la.

A terceira (e última) análise tem por objetivo verificar se a empresa


interessada está impossibilitada de licitar com a Administração do Estado
de São Paulo, em razão da aplicação de uma ou mais penalidades previstas
nas diversas Leis que estabelecem penalidades desta espécie (Lei geral
de licitações – n° 8.666/1993, Lei do pregão, Lei do RDC, entre outras).
O efeito decorrente da aplicação de qualquer destas penalidades é,
44 justamente, impedir que o apenado participe de licitações e contrate com
a Administração Pública. A verificação para tanto, atualmente, pode ser
feita via Internet consultando o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
e Suspensas (CEIS), no Portal da Transparência do Governo Federal (www.
portaltransparencia.gov.br) e o site “esancoes” do Estado de São Paulo
(www.esancoes.sp.gov.br). O primeiro site veicula informações em caráter
nacional, contendo informações das sanções aplicadas por todos os entes
federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e o segundo
contém informações sobre as sanções aplicadas por órgãos e entidades
do Estado de São Paulo (administração direta e indireta).

A empresa interessada que for aprovada nas três análises deverá ser
credenciada e como tal adquirirá a condição de licitante.

Uma só reprovação resultará na impossibilidade de credenciamento e


inviabilizará a sua participação na licitação.

II - RECEBIMENTO DOS DEMAIS DOCUMENTOS


RELATIVOS À PARTICIPAÇÃO DOS LICITANTES
Depois de encerrado o credenciamento, o pregoeiro solicitará aos
licitantes, àqueles interessados que foram credenciados, a apresentação
da declaração, sob as penas da Lei, de que cumprem todos os requisitos
de habilitação exigidos no edital, bem como os respectivos envelopes, um
contendo as suas propostas (envelope n° 1) e o outro os seus documentos
de habilitação (envelope n° 2).

A apresentação da referida declaração é determinada


expressamente pelo artigo 4°, inciso VII da Lei
n° 10.520/2002 F. Tal declaração, cuja apresentação é obrigatória,
constitui-se em condição de participação no certame. Se o licitante não a
apresentar, será excluído da licitação.

O objetivo dessa declaração é chamar a atenção do licitante para a


inovação introduzida pelo pregão, a inversão das etapas, em que primeiro
ocorre a análise e julgamento das propostas e só depois a análise e
julgamento da habilitação, e esta última, só do detentor da proposta
aceita, evitando a participação daqueles licitantes que, efetivamente, não
preenchem os requisitos de habilitação. A formulação de declaração falsa
constitui hipótese que autoriza o desencadeamento de procedimento
próprio, com vistas à aplicação de penalidades ao declarante.

NOTA:
De acordo com o artigo 4° a fase externa do pregão será iniciada com a
convocação dos interessados e observará as seguintes regras: [...] VII - aberta a
sessão, os interessados ou seus representantes apresentarão declaração dando
ciência de que cumprem plenamente os requisitos de habilitação e entregarão os
envelopes contendo [...].
45

P R O C E D I M E N TO L I C I TATÓ R I O N A M O DA L I DA D E P R EG ÃO : FA S E E X T E R N A
III - ABERTURA E ANÁLISE DAS PROPOSTAS
Na sequência, tendo em conta a já comentada inovação criada pelo
pregão, que consiste na “inversão das etapas habilitação/proposta”, o
pregoeiro e os membros da equipe de apoio devem proceder à abertura
dos envelopes n° 1, contendo as propostas de todos os licitantes,
procedendo às respectivas análises de acordo com as condições e regras
estabelecidas no edital.

Em um primeiro momento, regra geral, as propostas serão analisadas


para se verificar se estão de acordo com objeto, as especificações, os prazos
e demais condições exigidos no edital. As propostas que apresentarem
conformidade serão classificadas e as que não, serão desclassificadas.

Se o edital contiver cláusula expressa que fixe o preço máximo a ser


aceito, com base no permissivo legal do artigo 40, inciso X da Lei n°
8.666/1993 F, todas as propostas que apresentarem valor superior ao
máximo fixado serão desclassificadas.

IV - SELEÇÃO DAS PROPOSTAS QUE PODERÃO


PARTICIPAR DA DISPUTA POR LANCES
Em um segundo momento e apenas em relação às propostas
classificadas, serão analisados os preços apresentados, com vistas
à realização de uma seleção, para se saber quais propostas poderão
participar da disputa por lances, que deverá ocorrer na sequência.

As regras para essa seleção, estabelecidas nos incisos VIII e IX do artigo


4° da Lei n° 10.520/2002 F, são:
46

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
De acordo com a Lei nº 10.520 F:

Artigo 4. [...] VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das
ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances
verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos; IX - não havendo pelo
menos três ofertas nas condições definidas no inciso anterior, poderão os autores das
melhores propostas, até o máximo de três, oferecer novos lances verbais e sucessivos,
quaisquer que sejam os preços oferecidos.

Concluída a seleção nos moldes indicados, o pregoeiro elaborará uma


grade de classificação em ordem decrescente de preços selecionados,
com o objetivo de estabelecer a posição de cada licitante na disputa por
lances.

NOTA:
A grade de classificação aqui cogitada é estabelecida em ordem decrescente (do
maior para o menor preço), porque, na disputa por lances, o detentor do maior preço
será o primeiro a ser chamado para apresentar nova oferta, e assim, sucessivamente,
serão chamados os demais selecionados, cada um na sua vez, de acordo com esta
ordem de classificação.

V - DISPUTA POR LANCES


A disputa por lances, como já se disse, ocorre de acordo com a grade
de classificação aludida no item abordado anteriormente (IV).

Um a um, respeitada a ordem daquela grade, os selecionados são


chamados pelo pregoeiro para, verbalmente, oferecer os seus lances 47
(novos valores). Aqueles que oferecerem um novo valor permanecerão na
disputa para uma nova rodada de lances. Aqueles que não quiserem ou
P R O C E D I M E N TO L I C I TATÓ R I O N A M O DA L I DA D E P R EG ÃO : FA S E E X T E R N A
não tiverem condições de oferecer novo valor, declinarão (desistirão) de
continuar na disputa por lances e, automaticamente, não participarão da
próxima rodada.

Os lances considerados válidos e que permitem a continuidade na


disputa são aqueles de valor inferior ao do menor preço ofertado até
então, menos o valor de redução mínima entre os lances estabelecidos
no edital.

Essa é a sistemática da disputa: obedecida a ordem de classificação, um


a um, os novos lances são oferecidos verbalmente ao pregoeiro; à medida
que a disputa evolui, os licitantes que não quiserem ou não puderem
oferecer novos lances saem da disputa que se encerra automaticamente
quando remanescer o único licitante que não declinou de continuar na
competição.

Com o encerramento automático da etapa de lances, nos moldes antes


explicitados, o pregoeiro estabelece nova grade classificatória, agora em
ordem crescente de valores (do menor para o maior preço). Nessa nova
grade entram todos os licitantes que tiveram suas propostas classificadas,
inclusive aqueles que não foram selecionados para a etapa de lances. Os
licitantes que foram selecionados para a disputa por lances integrarão a
grade classificatória com o valor do melhor lance ofertado.

VI - EXERCÍCIO DO DIREITO DE PREFERÊNCIA


POR PARTE DE MICROEMPRESAS, EMPRESAS DE
PEQUENO PORTE E COOPERATIVAS
O direito de preferência previsto no ordenamento jurídico brasileiro
se refere ao tratamento diferenciado atribuído exclusivamente às
microempresas, empresas de pequeno porte e cooperativas, constituindo-
se, por isso, em um privilégio que os demais licitantes que não
microempresas, empresas de pequeno porte e cooperativas não podem
usufruir.

Para a melhor compreensão, é importante que nos


reportemos à origem do tratamento diferenciado atribuído a
microempresas, empresas de pequeno porte e cooperativas.
Tratamento esse que compreende vários outros direitos e não apenas o
48 direito de preferência aqui cogitado e que abrange não só privilégios em
matéria de licitações, mas também relacionados a obrigações trabalhistas,
tributárias, administrativas, previdenciárias etc.
P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
O tratamento diferenciado a microempresas e empresas de pequeno
porte remonta ao artigo 179 da Constituição da República, que estabelece:

“A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas


e às empresas de pequeno porte, assim definidas em Lei, tratamento jurídico diferenciado,
visando incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias,
previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de Lei”.

Em relação às cooperativas, o tratamento diferenciado decorre do


disposto no artigo 174, § 2°, assim expresso:

“Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma


da Lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo essas determinantes
para o setor público e indicativo para o setor privado. §2°. A Lei apoiará e estimulará o
cooperativismo e outras formas de associativismo”.

Com base no artigo 179 da Constituição da República, foi editada a


Lei Complementar n° 123, de 14/12/2006 F, instituindo o denominado
Estatuto Nacional de Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte,
contendo o tratamento diferenciado aqui cogitado, com disposições de
ordem trabalhista, tributária, creditícia, previdenciária e outras.

Nessa Lei, os artigos 42 a 49 cuidaram do tratamento diferenciado e


privilégios no âmbito das licitações e contratações públicas, estabelecendo
vários direitos em benefício exclusivo das microempresas e empresas de
pequeno porte. Especificamente, nos artigos 44 e 45, foi disciplinado o
direito que aqui se cogita, o direito de preferência de microempresas e
empresas de pequeno porte.

Em relação às cooperativas, com base no já citado artigo 174, § 2°


da Constituição da República, foi editada a Lei Federal n° 11.488 F,
de 15/06/2007, cujo artigo 34 determinou que são extensíveis às
cooperativas com renda bruta até o limite de enquadramento das
empresas de pequeno porte (artigo 3°, inciso II da Lei Complementar n°
123/2006 F), os mesmos direitos previstos originalmente em benefício
das microempresas e empresas de pequeno porte, nos artigos 42 a 49 da
antes mencionada Lei Complementar n° 123/2006 F.

Portanto, atualmente, não são todas as cooperativas que fazem jus aos
referidos direitos. Nos termos do citado artigo 34 da Lei n° 11.488/2007 F,
apenas as cooperativas com receita bruta anual de até R$ 3.600.000,00
(três milhões e seiscentos mil reais) são beneficiárias desse direito, já que
esse é o limite a que se refere o artigo 3°, inciso II da Lei Complementar
n° 123/2006 F. 49

P R O C E D I M E N TO L I C I TATÓ R I O N A M O DA L I DA D E P R EG ÃO : FA S E E X T E R N A
NOTA:
Em razão da nova redação atribuída ao artigo 3°, inciso II da Lei Complementar
n° 123/2006 F, pelo artigo 1° da Lei Complementar Federal n° 155, de
27/10/2016 F, c.c o disposto no artigo 11, inciso II da mesma Lei Complementar
n° 155/2016 F, esse valor, a partir de 01/01/2018, passará a ser de R$
4.800.000,00 (Quatro milhões e oitocentos mil reais).

Cooperativas com receita bruta anual de até R$ 3.600.000,00 são


beneficiárias do direito exposto na Lei Complementar n° 123/2006 F

Pois bem, uma vez explicitada a origem do direito de preferência


conferido às microempresas (ME), empresas de pequeno porte (EPP) e
cooperativas (COOP), o exercício desse direito nos pregões se dá com a
observância das seguintes regras:

I. Ao final da disputa por lances, se na grade de classificação então


alcançada houver ME, EPP ou COOP com preços iguais ou superiores
até 5% (cinco por cento) do valor da proposta melhor classificada,
deve ser elaborada uma classificação paralela que contenha
as ME, EPP e COOP cujos preços estejam dentro do limite antes
mencionado, respeitada a ordem de classificação entre elas. As
propostas das ME, EPP e COOP que integrarem esta classificação
paralela são consideradas empatadas com a proposta melhor
classificada na disputa por lances. Trata-se do que se convencionou
chamar de “empate ficto”, porque decorrente de mera ficção, já que
aritmeticamente não há empate algum.

II. A ME, EPP ou COOP melhor colocada na classificação paralela antes


mencionada deve ser convocada para apresentar preço inferior ao
do licitante mais bem classificado na grade (geral) elaborada depois
de encerrada a disputa por lances, no prazo improrrogável de 5
(cinco) minutos, sob pena de preclusão (perda do direito). Em caso
de empate, convoca-se a ME, EPP ou COOP vencedora de sorteio.

III. Não havendo apresentação de novo preço inferior ao da melhor


proposta classificada, serão convocadas as demais ME, EPP ou
COOP integrantes da classificação paralela, com preços iguais ou
superiores até 5% (cinco por cento) ao valor da proposta mais bem
classificada, respeitada sempre a ordem de classificação, de sorte
que a próxima classificada só será chamada a exercer o direito
quando a anterior não o fizer.

IV. Se a melhor proposta da classificação obtida ao final da disputa por


lances já for de ME, EPP, ou COOP, não há direito de preferência a
ser exercido.
50

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
VII - NEGOCIAÇÃO
A negociação entre o pregoeiro e o licitante detentor da melhor proposta
é mais uma novidade introduzida pelo pregão nas licitações brasileiras,
mais precisamente pelo artigo 4°, inciso XVII da Lei n° 10.520/2002 F.

Ao encerramento da disputa por lances, ou se for o caso, do exercício


do direito de preferência mencionado anteriormente no item VI
(Exercício do direito de preferência por parte de microempresas,
empresas de pequeno porte e cooperativas), o pregoeiro poderá
negociar com o detentor da melhor proposta, objetivando, ainda,
a redução do preço obtido até então.

NOTA:
De acordo com o Artigo. 4° [...] XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI,
o pregoeiro poderá negociar diretamente com o proponente para que seja obtido
preço melhor.

Trata-se de possibilidade conferida ao pregoeiro, razão porque, se esse


entender que não deva proceder à negociação, não há nisso (a falta de
negociação), uma nulidade prejudicial à conclusão do certame, exatamente
porque o mencionado artigo 4°, inciso XVII, tratou da negociação como
possibilidade e não obrigatoriedade.

Contudo, sem embargo de constituir-se em possibilidade do ponto


de vista legal, o pregoeiro deve sempre utilizar esta possibilidade, ainda
que não seja bem sucedido nessa empreitada, já que o objetivo da
Administração é a obtenção do melhor (menor) preço possível e, como
tal, a falta da negociação por certo exporá o pregoeiro à ação dos órgãos
de fiscalização interna ou do Tribunal de Contas, que dele cobrarão as
justificativas plausíveis para a não utilização dessa prerrogativa.

A negociação aqui cogitada se opera em limites muito estreitos, eis que


se cinge tão somente a redução do preço. Quaisquer outras condições
da licitação ou da contratação não comportam alteração e portanto não
são mais negociáveis, porque isto implicaria violação ao denominado
“princípio da vinculação ao edital”, que incide sobre o pregão por aplicação
subsidiária do disposto no artigo 3° da Lei n° 8.666/1993 F.

NOTA:
De acordo com o Artigo 3°, a licitação destina-se a garantir a observância do
princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para
a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será
processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da 51
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento
objetivo e dos que lhes são correlatos.

P R O C E D I M E N TO L I C I TATÓ R I O N A M O DA L I DA D E P R EG ÃO : FA S E E X T E R N A
IMPORTANTE
Embora seja evidente, por tratar-se de negociação e não imposição, não é demais
lembrar que o licitante não tem a obrigação de mudar o preço que ofertou na disputa com
os demais licitantes. Dessa forma, se ele não concordar com a redução do valor, a sessão
pública seguirá normalmente, passando o pregoeiro ao ato de aceitabilidade do preço,
como se verá a seguir.

VIII - ANÁLISE E ACEITABILIDADE DO MELHOR


(MENOR) PREÇO OFERTADO
Na sequência da sessão pública, cabe ao pregoeiro a análise e decisão
sobre a aceitabilidade do preço da melhor proposta obtida até então,
apenas daquele licitante que ofereceu o melhor (menor) preço e não de
todos os preços dos demais licitantes que figuram na grade classificatória.

Essa análise, expressamente estabelecida no inciso XI do artigo 4° da


Lei n° 10.520/2002 F, tem por objetivo aferir se o melhor (menor) preço
obtido pregão é ou não compatível com os praticados no mercado para a
execução do objeto contratual.

O instrumento a ser utilizado para essa aferição é o denominado “preço


de referência” estabelecido pela Administração, com base no orçamento
elaborado na fase interna da licitação. O preço de referência estabelecido
deve espelhar com fidelidade a realidade do mercado no momento da
análise e decisão sobre a aceitabilidade.

De maneira que, se entre a data de elaboração do orçamento na fase


interna e a análise da aceitabilidade na fase externa houver a modificação
das condições primitivas, com a consequente alteração do preço praticado
no mercado, novo orçamento deve ser elaborado para que o novo preço
de referência reflita efetivamente o preço de mercado no momento da
análise da aceitabilidade.

A análise da aceitabilidade do preço conduz a duas possibilidades de


decisão, ou seja: A aceitabilidade ou a inaceitabilidade do preço.

Será aceito o preço que estiver compatível com o mercado, ou, em


outras palavras, que for igual ou inferior (porém exequível) ao preço de
referência estabelecido pela Administração.

A inaceitabilidade do preço conduz à desclassificação da respectiva


proposta que o apresentou. Tanto no caso da aceitabilidade quanto no
da inaceitabilidade, a respectiva decisão sempre deve conter a devida
motivação.

52 Entretanto, a inaceitabilidade do preço comporta duas espécies:

I. O preço é inaceitável por ser superior ao preço de mercado (preço


de referência), o denominado “preço superfaturado”;
P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
II. O preço é inaceitável por ser “inexequível”.

IMPORTANTE
Preço inexequível é aquele que se apresenta muito abaixo em relação aos preços
praticados no mercado e a respectiva diferença entre ele e o mercado é tão significativa,
que cria para a Administração sérias dúvidas sobre a possibilidade do objeto contratual ser
executado por preço tão baixo.

Em relação ao preço inexequível, antes de decidir sobre sua


inaceitabilidade, a Administração, usando as prerrogativas que lhe são
conferidas pelo artigo 43, § 3°, c.c artigo 48, inciso II, ambos da Lei n°
8.666/1993 F, deverá abrir a oportunidade de o interessado demonstrar
a possibilidade de executar o objeto contratual pelo preço ofertado.

NOTA:
De acordo com o artigo 43, a licitação será processada e julgada com observância
dos seguintes procedimentos: [...] § 3°. É facultada à Comissão ou autoridade
superior, em qualquer fase da licitação, a promoção de diligência destinada a
esclarecer ou a complementar a instrução do processo, vedada a inclusão posterior
de documento ou informação que deveria constar originariamente da proposta.
E de acordo com o artigo 48, serão desclassificadas: [...] II - propostas com valor
global superior ao limite estabelecido ou com preços manifestamente inexequíveis,
assim considerados aqueles que não venham a ter demonstrada a sua viabilidade
por meio de documentação que comprove que os custos dos insumos são
coerentes com o mercado e que os coeficientes de produtividade são compatíveis
com a execução do objeto do contrato [...].

Para tanto, a Administração pode se valer da realização de todas as


diligências necessárias e, sobretudo, exigir que o licitante, mediante a
apresentação de sua planilha de custos, demonstre a possibilidade de
execução aventada.

Nesse sentido não é demais ressaltar que o intuito da Administração


é a obtenção do menor preço possível para uma execução satisfatória do
objeto contratual.

A partir desse momento, para não se desviar desse intuito, a


inexequibilidade do preço, geradora de sua inaceitabilidade, há de estar
sempre perfeitamente demonstrada no caso concreto.

IX - ANÁLISE DOS RESPECTIVOS DOCUMENTOS E


JULGAMENTO DA HABILITAÇÃO
53
O próximo passo na sessão pública é o pregoeiro promover a análise
dos respectivos documentos e o julgamento da habilitação, apenas do
P R O C E D I M E N TO L I C I TATÓ R I O N A M O DA L I DA D E P R EG ÃO : FA S E E X T E R N A
licitante detentor da proposta aceita nos moldes indicados no item VIII
(Análise e aceitabilidade do melhor (menor) preço ofertado) abordado
anteriormente.

Os envelopes contendo os documentos de habilitação dos demais


licitantes permanecerão lacrados sob a guarda da Administração,
aguardando para serem abertos em oportunidade futura, caso se configure
hipótese que a propicie, conforme se indicará mais adiante nesta apostila.

A análise dos documentos de habilitação e o seu julgamento se fará


em estrita conformidade com as condições e exigências estabelecidas
no edital, sendo habilitado o licitante se atender a todas as referidas
condições e exigências e inabilitado se deixar de atender uma, alguma ou
todas aquelas condições e exigências.

Conforme já registrado na Unidade 01, no tópico “peculiaridades do


pregão”, no pregão é admitido o saneamento de falhas relativas aos
documentos de habilitação.

A propósito dos pressupostos, das condições e dos limites para esse


saneamento, para evitar desnecessária e mera repetição, sugerimos a
leitura do tópico e item IV (Seleção das propostas que poderão participar
da disputa por lances) da primeira unidade deste curso.

Muito bem, chegamos ao último aspecto a ser salientado a respeito


dessa etapa de habilitação, aspecto esse, que diz respeito a um direito
inerente a essa etapa, conferido às licitantes microempresas, empresas
de pequeno porte e cooperativas. Trata-se do direito de ser habilitado
com irregularidade fiscal.

Esse direito, assim como o já visto direito de preferência, é mais


um integrante do tratamento diferenciado e privilegiado decorrente do
disposto nos artigos 174, § 2° e 179 da Constituição da República F, dos
artigos 42 a 49, da Lei Complementar Federal n° 123/2006 F e do artigo
34 da Lei Federal n° 11.488/2007 F.

NOTA:
Em razão da nova redação atribuída aos artigos 42 e 43 e seu § único, da Lei
Complementar n° 123/2006 F, pelo artigo 1°, da Lei Complementar n° 155/2016
F, c.c. o disposto no artigo 11, inciso II, da mesma Lei Complementar n° 155/2016
F, o atual direito de ser habilitado com irregularidade fiscal será ampliado a partir
de 01/01/2018, para abranger também a regularidade trabalhista, passando a
partir da referida data a ser direito de ser habilitado com irregularidade fiscal e
trabalhista.

Para o melhor entendimento a respeito do direito de ser habilitado com


54 irregularidade fiscal ora cogitado e para evitar desnecessária repetição,
é necessário reportar-se a tudo que foi registrado anteriormente sobre o
tratamento diferenciado e privilegiado conferido às ME, EPP e COOP.
P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
Mais especificamente, no item VI (Exercício do direito de preferência
por parte de microempresas, empresas de pequeno porte e cooperativas)
abordado anteriormente, por ocasião da abordagem sobre o direito de
preferência

Pois bem, veja abaixo as regras a respeito do direito de habilitação com


irregularidade fiscal:

I. A regularidade fiscal é condição apenas para a formalização da


contratação, não sendo indispensável à habilitação nas licitações.
Dessa forma, ME, EPP e COOP são habilitadas com irregularidade
fiscal nas licitações, mas para usufruírem esse direito, são obrigadas
a apresentar no pregão todos os documentos de regularidade fiscal,
mesmo constando restrições impeditivas dessa regularidade. A
falta de apresentação dos documentos de regularidade fiscal - no
pregão - que comprovem a existência da irregularidade e implicam
a inabilitação;

II. ME, EPP e cooperativas habilitadas com irregularidade fiscal


deverão comprovar o saneamento dessa irregularidade, sob pena
de decadência (perda) do direito à contratação;

III. Essa comprovação deve ser feita com apresentação de certidões


negativas de débitos, ou positivas com efeito de negativas, no
prazo de 5 dias úteis, prorrogável por igual período a critério da
Administração, a partir do momento em que o licitante é declarado
vencedor do certame, o que ocorre na sessão pública, no momento
em que é habilitado com irregularidade fiscal;

IV. Consequentemente, o prazo para a comprovação se esgota depois


de encerrada a sessão pública do pregão.

Antes de apresentar o próximo ato da sessão pública, que é o da


possibilidade de interposição de recursos, cumpre abordar aqui uma
questão inerente ao procedimento legal do pregão, que diz respeito ao
denominado exame das ofertas subsequentes.

Em outras palavras, identificar quais são as hipóteses legais em que a


Administração é autorizada a descartar a proposta melhor classificada e
partir para a tentativa de celebrar o contrato com um dos detentores das
propostas subsequentes entre os integrantes da grade de classificação
elaborada por ocasião do encerramento da disputa por lances.

Essas hipóteses legais de exame da oferta subsequente tem um


objetivo claro: evitar que a Administração, em face de impossibilidades
de contratar o detentor da melhor proposta classificada, perca a licitação
e se veja obrigada a realizar outra para poder celebrar o contrato. Tais
hipóteses são as seguintes: 55
1. Quando o detentor da proposta de menor valor não tiver o seu preço
aceito, nos moldes indicados no item VIII (Análise e aceitabilidade
P R O C E D I M E N TO L I C I TATÓ R I O N A M O DA L I DA D E P R EG ÃO : FA S E E X T E R N A
do melhor (menor) preço ofertado) abordado anteriormente. Nessa
hipótese, na própria sessão pública, o pregoeiro, respeitando a
ordem de classificação, convoca o próximo colocado, negocia
com ele novo preço, decide sobre a aceitabilidade do seu preço
e, se o preço for aceito, examina e julga sua habilitação. Se o seu
preço não for aceito ou ele for inabilitado, respeitada a ordem de
classificação, o pregoeiro chama o próximo colocado, com ele
negocia o preço, decide sobre a aceitação do seu preço e sobre sua
habilitação e assim sucessivamente, sempre respeitando a ordem
de classificação, enquanto ainda houver classificados e até que
algum deles tenha o preço aceito e seja habilitado;

2. Quando o detentor da proposta de menor valor for inabilitado, nos


moldes indicados anteriormente no item IX (Análise dos respectivos
documentos e julgamento da habilitação, apenas do licitante
detentor da proposta aceita). Nessa hipótese, na própria sessão
pública, o pregoeiro, respeitando a ordem de classificação, convoca
o próximo colocado, negocia com ele novo preço, decide sobre a
aceitabilidade do seu preço e, se o preço for aceito, examina e julga
sua habilitação. Se o seu preço não for aceito ou ele for inabilitado,
respeitada a ordem de classificação, o pregoeiro chama o próximo
colocado, com ele negocia o preço, decide sobre a aceitação do
seu preço e sobre sua habilitação e assim sucessivamente, sempre
respeitando a ordem de classificação, enquanto ainda houver
classificados e até que algum deles tenha o preço aceito e seja
habilitado;

3. Quando o detentor da proposta de menor valor é ME, EPP, ou COOP


habilitada com irregularidade fiscal e não saneia a irregularidade em
tempo hábil, nos moldes indicados anteriormente no item IX (Análise
dos respectivos documentos e julgamento da habilitação, apenas
do licitante detentor da proposta aceita). Nessa hipótese, cuja
ocorrência se dará depois de encerrada a sessão pública, deverá ser
designada uma nova sessão, convocando-se para a mesma todos
os demais licitantes classificados. Na nova sessão, respeitando a
ordem de classificação, o pregoeiro convoca o próximo colocado,
negocia com ele novo preço, decide sobre a aceitabilidade do seu
preço e, se o preço for aceito, examina e julga sua habilitação. Se o
seu preço não for aceito ou ele for inabilitado, o pregoeiro chama o
próximo colocado, com ele negocia o preço, decide sobre a aceitação
do seu preço e sobre sua habilitação e assim sucessivamente,
sempre respeitando a ordem de classificação, enquanto ainda
houver classificados e até que algum deles tenha o preço aceito e
seja habilitado;

4. Quando o licitante vencedor, depois de encerrado o certame, é


56 convocado para a assinatura do contrato e se recusa a fazê-lo.
Nessa hipótese, cuja ocorrência se dará depois de encerrada a
licitação e, portanto, depois de encerrada a sessão pública, deverá
P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
ser designada uma nova sessão, convocando-se para a mesma
todos os demais licitantes classificados. Na nova sessão, o pregoeiro
convoca o próximo colocado, respeitada a ordem de classificação,
negocia com ele novo preço, decide sobre a aceitabilidade do seu
preço e, se o preço for aceito, examina e julga sua habilitação. Se o
seu preço não for aceito ou ele for inabilitado, respeitada a ordem
de classificação, o pregoeiro chama o próximo colocado com ele
negocia o preço, decide sobre a aceitação do seu preço e sobre sua
habilitação e assim sucessivamente, sempre respeitando a ordem
de classificação, enquanto ainda houver classificados e até que
algum deles tenha o preço aceito e seja habilitado.

Como se extrai do teor de todas as considerações formuladas a


respeito das hipóteses de exame de ofertas subsequentes, em todas
as mencionadas hipóteses, o chamamento dos demais classificados
integrantes da grade de classificação deve sempre respeitar a respectiva
ordem classificatória, e todos os atos a serem praticados na tentativa
de contratá-los (negociação de novo preço, análise e decisão sobre a
aceitabilidade do preço, análise e julgamento da habilitação) só podem
ser realizados em sessão pública obrigatoriamente.

Finalmente, vale registrar que, para a contratação, não é necessário


que um detentor de oferta subsequente concorde em fornecer pelo menor
valor obtido ao encerramento da etapa de lances ou em face do exercício
do direito de preferência. Basta para a contratação que o seu preço seja
aceito e que ele venha a ser habilitado.

X - INTERPOSIÇÃO DE RECURSOS E DA ADJUDICAÇÃO


DO OBJETO AO LICITANTE VENCEDOR
Depois do encerramento da habilitação, o próximo passo na sessão
pública é a abertura de vistas aos documentos apresentados na sessão e
aos demais documentos já existentes no expediente da licitação. Trata-se
de direito conferido aos licitantes e a todos os demais presentes, como
desdobramento do princípio de publicidade incidente sobre os certames.

IMPORTANTE
Não há disposições de ordem legal ou regulamentar estabelecendo o momento exato
para a realização dessas “vistas”, de forma que esse processo pode ser realizado em
qualquer momento e até mais de uma vez, durante toda a sessão. Contudo, para evitar
tumultos prejudiciais ao bom andamento dos trabalhos, a sugestão é que isso ocorra
apenas em momento imediatamente anterior à interposição dos recursos e sob a vigilância
do pregoeiro da equipe de apoio.

Para evitar extravio de documentos, é aconselhável que aqueles que 57


desejarem, um a um, de forma organizada, tenham acesso à mesa de
trabalho e ali, na presença do pregoeiro e da equipe de apoio, exerçam o
P R O C E D I M E N TO L I C I TATÓ R I O N A M O DA L I DA D E P R EG ÃO : FA S E E X T E R N A
seu direito de “vistas”.

Na sequência, de forma clara, o pregoeiro deve anunciar que se trata


do momento próprio para interposição de recursos por parte daqueles
licitantes que desejarem, sendo certo que a falta de interposição nesse
momento implicará a decadência (perda) do direito de recorrer.

Conforme dito anteriormente, no pregão o recurso é único, podendo


dirigir-se tanto a atos relativos à análise e classificação das propostas
quanto à análise e o julgamento da habilitação. É o instrumento legal de
que dispõe o licitante para pleitear diretamente junto à Administração a
alteração de decisão que considere desfavorável aos seus interesses. O
recurso deverá ser interposto oralmente, mediante manifestação motivada,
a ser oportunamente registrada pelo pregoeiro na ata da sessão pública.

É importante salientar que, a motivação é condição de admissibilidade


do recurso, no qual, à sua falta, o pregoeiro não o admitirá. Os recursos
têm efeito suspensivo, razão pela qual havendo interposição, o pregão
não poderá seguir adiante sem que eles sejam decididos.

Havendo portanto interposição, o pregoeiro comunicará ao recorrente


a concessão do prazo de 3 (três) dias corridos para apresentação de
memoriais de recurso e aos demais licitantes a concessão do prazo de
3 (três) dias corridos, contado do término do prazo de apresentação
dos memoriais dos recorrentes, para apresentação de contrarrazões ao
recurso, sendo a todos assegurada vista imediata dos autos.

Se não houver interposição de recursos na forma antes indicada,


o pregoeiro adjudicará o objeto da licitação ao vencedor do certame e
encerrará a sessão pública, passando desde logo à elaboração da
58 respectiva ata.

Caso haja interposição de recursos, em face do efeito suspensivo

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
desses, o pregoeiro encerrará a sessão pública e passará à elaboração da
ata. Nesse caso, a adjudicação ocorrerá fora da sessão pública, só depois
de decididos os recursos e por ato da mesma autoridade responsável por
decidir os recursos e não por ato do pregoeiro.

A ata, por seu turno, é o documento que deve registrar com fidelidade
tudo que ocorreu na sessão pública, especialmente todos os atos nela
praticados. Uma vez elaborada, deve ser assinada pelo pregoeiro e pelos
membros da equipe de apoio e colocada à disposição para assinatura dos
representantes dos licitantes. A eventual ausência dos representantes
no momento da assinatura ou a recusa deles em assiná-la devem ser
registradas na própria ata.

IMPORTANTE
O artigo 12, § 5°, do regulamento anexo à Resolução CEGP-10/2002 F, admite que a
sessão pública seja gravada por meios eletrônicos e o artigo 21 do mesmo ato regulamentar
determina que todos os atos essenciais do pregão serão documentados nos expediente da
licitação.

CONCLUSÃO E ATOS FINAIS DO PREGÃO NA


FORMA PRESENCIAL
Decididos os recursos e adjudicado o objeto da licitação ao vencedor,
ou, no caso de não haver interposição de recursos, depois de encerrada
a sessão pública, o procedimento licitatório segue à sua conclusão. A
conclusão do pregão ocorre com a prática de um dos seguintes atos:

I. Homologação: é ato formal praticado por autoridade competente,


reconhecendo, após a devida análise, que o procedimento
transcorreu regularmente, com todos os seus atos praticados sem
nulidades ou ilegalidades;

II. Revogação: é ato da autoridade competente que extingue o


pregão por razões de interesse público decorrentes de fato
superveniente devidamente comprovado. Portanto, a ocorrência do
fato superveniente (fato posterior à instauração do procedimento
licitatório) devidamente comprovado é condição para que a
revogação seja efetuada. Nesse caso, a Administração desfaz a
licitação por considerá-la incompatível com o interesse público.
Embora a revogação provoque a conclusão do procedimento
licitatório, ela pode ser levada a efeito a qualquer momento durante
todo o transcorrer do procedimento. Se durante o transcurso da
licitação, mesmo no início da fase interna, restarem configuradas
razões de interesse público decorrentes de fato superveniente 59
à instauração do procedimento, devidamente comprovado, a
Administração estará legitimada a promover a sua revogação;

P R O C E D I M E N TO L I C I TATÓ R I O N A M O DA L I DA D E P R EG ÃO : FA S E E X T E R N A
III. De reconhecimento formal da existência de licitação deserta. Diz-
se que a licitação é deserta quando nela não ocorre a participação
de interessado algum. São aqueles casos em que, não obstante
realizada a publicidade da licitação pelos meios legais exigidos, a
Administração não recebe qualquer proposta para análise e seleção;

IV. De reconhecimento formal da existência de licitação fracassada.


A licitação é fracassada quando há a participação de interessados
em contratar com a Administração, porém esta não logra selecionar
uma proposta vencedora que atenda a todas as condições
estabelecidas na licitação (todas as propostas são desclassificadas
e/ou todos os licitantes são inabilitados).

Embora não se enquadre no rol de atos relacionados à conclusão do


procedimento licitatório, porque pode ocorrer a qualquer momento durante
todo o transcurso da licitação e pode também não levar ao encerramento
do procedimento.

Cumpre abordar agora o instituto da anulação, que pode atingir


individualmente qualquer ato ou vários atos do procedimento ou mesmo o
procedimento licitatório inteiro.

A anulação está prevista expressamente no artigo 49 da Lei n°


8.666/1993 F:

Nos termos do referido artigo, a Administração deve promover a


anulação de ofício ou por provocação, quando constatar a prática de atos
ilegais no procedimento licitatório. O poder/dever de anular os próprios
atos ilegais que pratica insere-se no poder de autotutela da Administração,
já abordado anteriormente no tópico atinente à impugnação ao edital,
desta Unidade 03.

Em razão desse poder/dever de autotutela, ao tomar conhecimento de


um vício de ilegalidade, por si própria ou por terceiros, a Administração não
pode deixar de agir para saná-lo. Veja abaixo as principais características
da anulação:

I. A anulação implica o desfazimento do ato viciado e de todos os atos


posteriores a ele que, de alguma forma, foram atingidos pelo vício
motivador da anulação. Dessa forma, a anulação do procedimento
licitatório pode provocar inclusive a anulação do contrato celebrado
a partir do procedimento anulado.

II. A anulação não gera a obrigação de a Administração indenizar os


atingidos por ela, ressalvados o pagamento pelo que já houver sido
executado e outros prejuízos regularmente comprovados, desde
que o atingido não tenha concorrido para a ocorrência dos fatos
60 geradores da anulação.

III. Para que a anulação seja efetuada regularmente, a Administração


deve garantir ao atingido pela anulação o direito à prévia e ampla
P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
defesa, bem como o direito ao contraditório.

Por fim, havendo a homologação da licitação por ato da autoridade


competente, o resultado final do pregão – apenas o resultado e não a
íntegra da ata – deve ser divulgado no Diário Oficial do Estado (DOE) e na
Internet, no site www.imprensaoficial.com.br (opção-e-negociospublicos).

Caro(a) aluno(a), chegamos ao final desta unidade! E vimos aqui, o


processo de publicação do aviso da licitação e da impugnação ao edital.
Acompanhamos os detalhes da sessão pública do pregão na forma
presencial e seus atos procedimentais. Por fim, apresentamos os atos
finais do pregão nessa modalidade.

Na próxima unidade, você verá as características da fase externa do


Pregão na forma Eletrônica.

Até lá!

61

P R O C E D I M E N TO L I C I TATÓ R I O N A M O DA L I DA D E P R EG ÃO : FA S E E X T E R N A
PREGÃO ELETRÔNICO
UNIDADE 04 - PREGÃO NA FORMA
ELETRÔNICA: FASE EXTERNA E
DESCONEXÃO
Olá, caro(a) cursista, chegamos ao final do curso Pregão Eletrônico

Mas antes de entrarmos na última unidade do curso, vamos retomar


o que aprendemos na Unidade 03. Lá, falamos sobre a fase externa ou
preparatória da modalidade pregão, como se começa todo procedimento
licitatório e como se impugna um edital.

Agora, na Unidade 04, trataremos do pregão na forma eletrônica com


suas características específicas e seus atos procedimentais que integram
a sessão pública.

Bom aprendizado, vamos começar?

CONCEITO
Pregão na forma eletrônica é modalidade de licitação do tipo menor
preço, destinada à aquisição de bens e de serviços comuns, qualquer que
seja o valor estimado para a contratação, em que a disputa é feita por
meio de propostas e lances sucessivos, com a utilização de recursos de
tecnologia da informação que promovam a comunicação pela Internet.

O exame do conceito antes registrado, em comparação com o conceito


apresentado na primeira unidade deste curso, mostra que a diferença
entre ambos reside tão somente no fato do pregão na forma eletrônica
ser processado com a utilização de recursos de tecnologia da informação
que promovam a comunicação pela Internet.

A partir desse traço característico do pregão processado na forma


eletrônica e para a melhor compreensão das ideias inerentes às poucas
diferenças entre o processamento na forma presencial e na forma
eletrônica, vale repetir ainda uma vez o que já foi falado na primeira
unidade deste curso: todas essas poucas diferenças decorrem de duas
características distintas e específicas de processamento, como:

Na forma presencial:

I. Na forma presencial tem a presença física dos licitantes e dos


representantes da Administração (pregoeiro e membros da
equipe de apoio) na sessão pública do pregão. A sessão pública é
realizada em um espaço físico determinado pelo órgão responsável
pela licitação, ao qual comparecem “fisicamente” os licitantes
e os representantes da Administração, para realização dos atos
necessários a apresentação, análise e julgamento das propostas,
com vistas à seleção da proposta a ser contratada;

II. No processamento na forma presencial, todos os documentos


apresentados e analisados para a seleção da proposta a ser
contratada são documentos “físicos” (em papel).
63
Na forma eletrônica:

I. Já no pregão processado na forma eletrônica não tem essas


P R EG ÃO N A FO R M A E L E T R Ô N I C A : FA S E E X T E R N A E D E S CO N E X ÃO
presenças físicas. A sessão pública não ocorre em um espaço físico
determinado pelo órgão responsável pela licitação, realizando-se de
forma virtual, com os licitantes, pregoeiro e membros da equipe de
apoio interagindo via “Internet”, cada qual do seu local de trabalho,
em um sistema eletrônico disponibilizado pela Administração;

II. No processamento na forma eletrônica, não a totalidade, porém, a


grande maioria dos documentos apresentados não são documentos
“físicos” (em papel) e sim documentos “eletrônicos” que os licitantes
e a Administração produzem e lançam no próprio sistema eletrônico
disponibilizado pela Administração para o processamento do
pregão (por exemplo: as propostas, as impugnações e pedidos de
esclarecimentos em relação ao edital, os recursos, as razões e as
contrarrazões de recursos, os atos de adjudicação do objeto e de
homologação do certame, entre outros).

CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS
São características específicas do pregão processado na forma
eletrônica do Estado de São Paulo:

I
O Sistema do Pregão Eletrônico para Administração Direta e Indireta
do Estado está hospedado na Bolsa Eletrônica do Governo (BEC) do
Estado de São Paulo, no endereço eletrônico disponível em: www.bec.
sp.gov.br. Como se sabe, a BEC é um grande portal de contratações do
Estado. Nele estão inseridos diversos sistemas para a realização de
procedimentos competitivos. O mais importante e utilizado é, justamente,
o de processamento do pregão na forma eletrônica. Além do pregão, há o
sistema de processamento das licitações na modalidade convite para os
casos de compra com entrega imediata e parcela única, o denominado
“convite eletrônico”, bem como o sistema competitivo utilizado para
compras com entrega imediata e parcela única, enquadradas na hipótese
de dispensa de licitação em razão do valor.

II
Participação dos interessados no pregão na forma eletrônica
condicionada a registro prévio no sistema de cadastro de fornecedores. No
Estado, tal sistema é o denominado Cadastro Unificado de Fornecedores
do Estado de São Paulo (CAUFESP), que se acha disponibilizado em meios
eletrônicos na Internet e é interligado ao sistema eletrônico do pregão.
Duas são as razões que tornam obrigatório o prévio registro no CAUFESP
como condição de participação na licitação:

a) O registro prévio facilita a análise e o julgamento da habilitação,


na medida em que, para o cadastramento, é necessária a apresentação
64 de boa parte dos documentos de habilitação normalmente exigidos nos
pregões. Assim, os documentos que foram apresentados por ocasião do
cadastramento e se encontrem com prazo de validade em vigência não
P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
precisam ser apresentados novamente por ocasião da habilitação no
pregão;

b) Para acessar o sistema eletrônico e participar do pregão, o interessado


precisa de login e senha, o que deve ser obtido anteriormente à data da
sessão pública, já que atualmente não há meios técnicos disponíveis
que permitam a respectiva concessão no início da sessão pública. Uma
vez concedido o login e senha, a empresa estará em condições de
participar de todos os pregões realizados no Estado, cujos objetos sejam
compatíveis com o segmento de mercado ou ramo de negócio de atuação
do interessado.

III
Apresentação da proposta inicial e dos lances sempre por meio da
Internet, com a utilização de formulários disponibilizados no sistema para
essa finalidade. Não é admitida a utilização de outros meios, tais como:
papel e telefone.

IV
A proposta inicial se manterá criptografada até a hora da abertura da
sessão pública. A criptografia é um recurso de tecnologia da informação
que permite manter sob sigilo o teor de determinado documento eletrônico,
como é o caso da proposta. Na forma eletrônica do pregão, esse recurso é
indispensável em face do princípio que determina a manutenção do sigilo
da proposta, até sua abertura.

V
Manutenção do sigilo quanto à identidade dos licitantes: para o
pregoeiro, até a etapa de negociação com o autor da melhor oferta e para
os demais, até a etapa de habilitação. Esse sigilo tem por objetivo dificultar
possível conluio entre os participantes durante a sessão pública, conluio
esse facilitado pela inexistência de presença física na mesma sessão.

VI
O sistema eletrônico possibilita a utilização do recurso de certificação
digital. Tal recurso é outro mecanismo de tecnologia da informação que
permite em relação aos documentos eletrônicos que transitam no sistema:

I. Certeza quanto ao efetivo emitente do documento;

II. Certeza quanto ao fato do conteúdo do documento eletrônico não


ter sofrido adulteração durante o seu trânsito pelo sistema. Não obstante,
o sistema do pregão ter sido construído para operação com certificação
digital, atualmente tal recurso ainda não se encontra em operação,
utilizando-se em seu lugar apenas as senhas pessoais e intransferíveis 65
conferidas a todos que nele interagem.

P R EG ÃO N A FO R M A E L E T R Ô N I C A : FA S E E X T E R N A E D E S CO N E X ÃO
VII
Todas as propostas não desclassificadas podem participar da disputa
por lances. Diferentemente do que ocorre na forma presencial, não há
regras outras de seleção para participação na disputa por lances que não
o fato da proposta ter sido classificada.

VIII
Processo de negociação e demais comunicações durante a sessão
entre pregoeiro e licitantes por meio exclusivo de sala virtual (chat). Não
há outro meio de comunicação entre o pregoeiro e os participantes. O chat
é disponibilizado desde o início até o final da sessão pública e o seu teor
é integralmente (sem qualquer tipo de censura ou corte) transportado à
ata da sessão.

IX
Impugnações ao edital e respectivas decisões, pedido de esclarecimentos
e respectivas respostas, recursos e respectivas decisões, memoriais e
contrarrazões são apresentados/recebidos via formulários eletrônicos
disponibilizados no sistema.

X
Os atos essenciais serão documentados no processo físico (em papel),
o que implica a necessidade de haver processo físico correndo em paralelo
ao processo eletrônico. O sistema permite a impressão de todos os atos
nele praticados.

ESPECIFICIDADES DA FASE INTERNA


Caro(a) aluno, os assuntos relativos à fase interna do pregão já foram
tratados na segunda unidade deste curso, em seus itens:

1. Instrução do Procedimento;

2. Autoridade Competente e Atribuições;

3. Pregoeiro e equipe de Apoio.

Salvo os poucos aspectos em que consta expressamente assinalado a


incidência apenas no pregão na forma presencial, todo o restante abordado
nessa unidade e seus itens, aplica-se ao pregão na forma eletrônica.

Para evitar agora desnecessária repetição, recomenda-se a leitura da


segunda unidade e seus itens. Além do que já se registrou na referida
unidade, vale ressaltar aqui duas questões relativas à fase interna do
pregão, que são específicas da forma eletrônica. São elas:
66 A primeira questão diz respeito:

À designação do pregoeiro, dos membros da equipe de apoio e do

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
subscritor do edital. As regras e os pressupostos para atuação como
pregoeiro e como membro de equipe de apoio são exatamente as mesmas
indicadas na segunda unidade, aplicando-se indistintamente as duas
formas de processamento do pregão, ou seja, tanto à forma presencial
quanto à eletrônica.

A especificidade em relação à forma eletrônica diz respeito unicamente


à obrigatoriedade da autoridade competente para a nomeação, fazer o
registro dos designados no próprio sistema eletrônico do pregão. Sem essas
informações, o sistema não identificará quais são os representantes da
Administração legalmente indicados para a atuação naquele determinado
pregão, e sem essa identificação, o acesso dessas pessoas ao sistema
para a prática dos atos necessários ao processamento da licitação não
será permitido.

Em relação ao subscritor do edital, seu próprio registro se faz necessário


porque nos termos do artigo 14, § 1°, do Regulamento anexo à Resolução
CEGP-10/2002 E, aplicável ao pregão na forma eletrônica em razão do
disposto no artigo 22 do Regulamento anexo à Resolução CC-27/2006 E,
é esse subscritor que detém competência para decidir as impugnações
oferecidas ao edital. Tais impugnações são integralmente processadas no
próprio sistema (apresentação, decisão e divulgação) e não no processo
físico (papel).

A segunda questão está relacionada:

Às atribuições da autoridade competente para a licitação. No pregão


na forma eletrônica, diferentemente do que ocorre em relação à forma
presencial, tal autoridade não detém competência para definir o critério
de encerramento da disputa por lances, já que na forma eletrônica esse
critério é temporal e estabelecido pelo sistema, ou seja, a disputa se
encerra depois de transcorrido determinando tempo pré-estabelecido e
quem estabelece esse tempo é o próprio sistema e não a autoridade.
Mais adiante, trataremos dos referidos critério e tempo.

PREGÃO NA FORMA ELETRÔNICA: FASE EXTERNA


Na fase externa, por exemplo, o pregão eletrônico começa com a
divulgação/publicidade do aviso de licitação e possibilita a intervenção
e a participação dos licitantes e da sociedade em geral no procedimento
licitatório. É finalizado com a homologação ou a revogação da licitação,
ou, ainda, com o reconhecimento de que se trata de licitação deserta ou
fracassada.

PUBLICAÇÃO DO AVISO E IMPUGNAÇÃO AO EDITAL


Os assuntos relativos à fase externa do pregão já foram tratados na
terceira unidade, no item introdutório e nos itens: 67
●● Aviso de Licitação;

P R EG ÃO N A FO R M A E L E T R Ô N I C A : FA S E E X T E R N A E D E S CO N E X ÃO
●● Impugnação ao edital.

Tudo o que ali se acha consignado se aplica ao pregão na forma


eletrônica. Por essa razão, recomenda-se a leitura daquela unidade e
respectivos itens.

No que se refere tais assuntos, é importante destacar aqui as seguintes


especificidades em relação ao pregão na forma eletrônica:

I. Os pedidos de informações, esclarecimentos e impugnação ao edital


devem ser formulados diretamente no sistema, com o acesso e
utilização de formulários eletrônicos próprios nele disponibilizados.
Qualquer pessoa (natural ou jurídica) tem acesso ao sistema e
seus formulários, podendo ali manifestar seus pleitos. As decisões,
esclarecimentos e informações produzidos pela Administração e
respectivas divulgações ocorrem igualmente no próprio sistema e
são acessáveis por todas as pessoas naturais e jurídicas;

II. Conforme já salientado, nos termos do artigo 14, § 1°, do


Regulamento anexo à Resolução CEGP-10/2002 E, aplicável ao
pregão na forma eletrônica em razão do disposto no artigo 22
do Regulamento Anexo à Resolução CC-27/2006 E, compete ao
subscritor do edital decidir impugnações formuladas ao mesmo.
Se, entretanto, houver impugnação não ao edital e sim ao sistema
eletrônico, a competência para decidir a respeito é de autoridade
afeta à Coordenadoria da Secretaria da Fazenda responsável pela
administração e gestão do sistema do pregão. Meros pedidos
de esclarecimentos e informações podem ser respondidos pelo
pregoeiro e por membros da equipe de apoio;

III. O sistema eletrônico possui uma “consistência técnica” que não


permite a abertura da sessão pública se houver impugnação ao
edital pendente de decisão.

ENVIO DAS PROPOSTAS


O envio das propostas por parte dos interessados em participar do
pregão na forma eletrônica não ocorre do mesmo modo que o envio na
forma presencial. Acontece da seguinte forma:

Na forma presencial, conforme visto na terceira unidade deste curso,


os interessados comparecem à sessão pública do pregão munidos de
dois envelopes, um contendo as propostas e o outro os documentos de
habilitação e, uma vez credenciados para participar do pregão, fazem a
entrega desses envelopes, acompanhados da declaração de cumprimento
de todos os requisitos de habilitação ao pregoeiro, na própria sessão.

Porém, na forma eletrônica, a proposta não é apresentada em papel


68 e envelopada, nem na sessão pública. A elaboração da proposta e o seu
envio se dá por meios eletrônicos, antes do início da sessão pública.

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
Aqueles interessados que possuem o login e senha acessam o
sistema eletrônico e o respectivo pregão e em formulários eletrônicos
disponibilizados pelo sistema, formulam as declarações de cumprimento
dos requisitos de habilitação e de conhecimento e aceitação das regras
do sistema Bolsa Eletrônica de Compras (BEC).

Uma vez concluídas essas declarações, o interessado tem acesso


ao formulário eletrônico próprio, que é utilizado para elaboração e o
consequente envio de propostas. As propostas enviadas são recepcionadas
no próprio sistema e nele ficam guardadas sob sigilo absoluto até o
momento em que, na sessão pública, o pregoeiro aciona o comando de
abertura das propostas.

O sistema aceita a formulação das declarações, a elaboração e o envio


das propostas a partir da divulgação do edital no próprio sistema BEC, até
o momento imediatamente anterior ao horário designado para a abertura
da sessão pública. Atingido esse horário de abertura, o sistema “se fecha”
para a recepção de novas propostas.

Como se sabe, em razão do disposto no inciso V do artigo 4° da Lei


n° 10.520/2002 F, o prazo entre a divulgação do edital e a realização
da sessão pública do pregão não pode ser inferior a 8 (oito) dias úteis.
Portanto, o prazo para a formulação das declarações e o envio das
propostas no pregão na forma eletrônica não pode ser inferior a 8 (oito)
dias úteis.

SESSÃO PÚBLICA E SEUS ATOS PROCEDIMENTAIS


Conforme já apresentamos, a fase externa da licitação possibilita para
a Administração a prática de todos os atos e providências indispensáveis
à realização de todas as análises e julgamentos necessários ao alcance
do principal objetivo da licitação, que é: a seleção da proposta mais
vantajosa para ser contratada.

A sessão pública do pregão na forma eletrônica, assim como ocorre em


relação à forma presencial, pode ser entendida como o que há de mais
importante na fase externa da licitação, porque nela se concentram e são
praticados os principais atos para a seleção da proposta vencedora do
certame, desde:

69

P R EG ÃO N A FO R M A E L E T R Ô N I C A : FA S E E X T E R N A E D E S CO N E X ÃO
Registram-se na sequência os atos procedimentais que integram a
sessão pública, de acordo com a ordem estabelecida nas normas legais
e regulamentares para a realização de cada um deles, bem como as
considerações pertinentes a cada um desses atos.

I. Abertura e análise das propostas;

II. Disputa por lances;

III. Exercício do direito de preferência por parte de microempresas,


empresas de pequeno porte e cooperativas;

IV. Negociação;

V. Análise e aceitabilidade do melhor (menor) preço ofertado;

VI. Análise dos respectivos documentos e julgamento da habilitação,


apenas do licitante detentor da proposta aceita;

VII. Interposição de recursos e da adjudicação do objeto ao licitante


vencedor.

Na sequência, você verá com mais detalhes cada um desses sete atos
procedimentais que integram a sessão pública. Vamos conhecê-los?

I - ABERTURA E ANÁLISE DAS PROPOSTAS


A partir do horário designado para a realização da sessão pública, o
pregoeiro acessa o sistema, aciona o comando de abertura da sessão e
esta é aberta.

Por ser pública, a sessão pode ser acessada não só pelo pregoeiro,
pelos membros da equipe de apoio e pelos licitantes, mas também por
qualquer outra pessoa que no momento acessa o sistema BEC e o
respectivo pregão.

O chat, único meio disponível de comunicação entre o pregoeiro


e os licitantes, é disponibilizado desde a abertura da sessão, assim
permanecendo até o encerramento.

O primeiro ato da sessão é o de abertura e análise das propostas. O


sistema promove essa abertura, disponibilizando os respectivos conteúdos
para as devidas análises por parte do pregoeiro e dos membros da equipe
de apoio, que o farão de acordo com as condições e regras estabelecidas
no edital.

Salvo se o edital, com base no permissivo legal do inciso X do artigo


40 da Lei n° 8.666/1993 F, contiver cláusula expressa fixando o preço
máximo a ser aceito, as propostas serão analisadas pela conformidade
com o objeto, as especificações, os prazos e demais condições exigidos no
70 edital. As propostas que apresentarem conformidade serão classificadas
e as que não apresentarem serão desclassificadas.

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
Agora se, por outro lado, o edital contiver cláusula expressa fixando o
preço máximo a ser aceito, todas as propostas que apresentarem valor
superior ao máximo fixado serão desclassificadas.

O sistema disponibiliza uma grade de classificação das propostas por


ordem crescente de preços apresentados.

Ao contrário do que ocorre no pregão na forma presencial, na forma


eletrônica não há seleção para participar da disputa por lances com base
no preço apresentado pelos licitantes, de modo que todos os licitantes
detentores de propostas classificadas poderão participar da cogitada
disputa, independentemente do valor apresentado na proposta enviada
antes da realização da sessão pública.

Uma vez concluída a análise, a classificação e desclassificação das


propostas, os respectivos conteúdos das propostas são disponibilizados
no sistema e a eles têm acesso todos os licitantes e quaisquer pessoas
que desejarem.

II - DISPUTA POR LANCES


Encerrada as análises, a classificação e desclassificação das propostas,
o pregoeiro emite ao sistema o comando para a realização da disputa por
lances e esta se inicia.

A disputa por lances se processa exclusivamente por meio do sistema


eletrônico. Os licitantes cujas propostas foram classificadas acessam o
formulário eletrônico de oferta de lances e durante o período de disputa,
quando e enquanto desejarem vão enviando os seus novos lances. A partir
do momento que decidirem não continuar na disputa, simplesmente se
abstêm de oferecer novos lances.

Veja a seguir as hipóteses levantadas:

●● Os lances devem ser inferiores ao valor do menor preço registrado


no sistema,

●● Ou até inferiores ao valor do último preço apresentado pela própria


licitante ofertante até então, menos o valor de redução mínima
entre lances, em ambos os casos.

Nas duas hipóteses aqui levantadas, valor inferior ao menor preço


menos o valor de redução mínima, ou valor inferior ao último preço
apresentado pela própria licitante menos o valor de redução mínima, os
lances são considerados válidos e aceitos na competição.

Já em casos de oferta de dois ou mais lances com o mesmo valor,


prevalece o primeiro lance recepcionado pelo sistema, para efeito de se
estabelecer a ordem de classificação.
71
Durante a disputa por lances, o sistema informa em tempo real:

P R EG ÃO N A FO R M A E L E T R Ô N I C A : FA S E E X T E R N A E D E S CO N E X ÃO
I. Os lances admitidos e os respectivos valores e horários de registro;

II. O tempo restante para o encerramento da disputa.

O tempo de duração da disputa por lances em cada pregão é


determinado a partir das seguintes regras:

I. A disputa sempre ocorre durante um tempo fixo e pré-determinado


de 15 minutos, podendo haver prorrogação automática (levada a
efeito pelo sistema) desse tempo fixo, quando nos últimos 3 minutos
do tempo fixo (entre o 12° e o 15° minuto), o sistema registrar a
recepção de um novo lance válido. Nesse caso, a duração da disputa
por lances é prorrogada automaticamente por mais três minutos, a
partir do instante em que o sistema registra o novo lance válido
(por exemplo: se o lance válido foi registrado pelo sistema no 14°
minuto do tempo fixo, a disputa se prorroga automaticamente até o
17° minuto);

II. Haverá novos períodos de prorrogação automática se durante o


próprio período de prorrogação (durante os 3 minutos de prorrogação
automática) o sistema registrar a recepção de novos lances válidos;

III. Observadas as regras indicadas nos itens (I) e (II), poderá haver
sucessivas prorrogações automáticas, até que, no último período
de prorrogação (nos últimos 3 minutos de duração), o sistema não
registre a recepção de novo lance válido. Nessa hipótese, em que o
sistema não registra a recepção de um novo lance válido no último
período de prorrogação, a disputa é encerrada automaticamente
pelo próprio sistema, quando atingido o 3° minuto desse último
período de prorrogação.

Finalizado o tempo de duração de acordo com as regras antes


enunciadas, o sistema automaticamente encerra a disputa por lances e
disponibiliza a grade classificatória dos licitantes, em ordem crescente
de valores.

Nessa grade, entram todos os licitantes que tiveram suas propostas


classificadas. Os que ofertaram lances integrarão a grade de acordo com
o valor do último lance válido apresentado, enquanto que aqueles que
deixaram de ofertar lances integrarão a mesma grade de acordo com o
valor da proposta enviada antes da sessão pública.

72

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
Todas as tarefas relativas à disputa por lances são executadas pelo
sistema.

É ele que recepciona, registra e divulga os lances, informa o tempo


restante de duração da disputa, promove a prorrogação do prazo de
duração, bem como o encerramento da disputa. Em relação à disputa por
lances, a participação do pregoeiro é meramente motivacional, cabendo
a ele tão somente, por meio de mensagens lançadas no “chat”, incentivar
os licitantes a melhorarem suas ofertas.

IMPORTANTE
Caro(a) cursista, na sequência, o sistema conduz ao ato seguinte da sessão pública,
que poderá ser o exercício do direito de preferência por parte de microempresas, empresas
de pequeno porte e cooperativas, ou caso o exercício do direito de preferência não exista,
prossegue a negociação do preço com o licitante detentor da melhor oferta até então (a
de menor preço).
Não é demais ressaltar, ainda, que depois de encerrada a disputa por lances, o sistema
automaticamente conduz à realização de todos os atos subsequentes da sessão pública,
respeitando, como não poderia deixar de ser, a ordem legal e regulamentar estabelecida
para as respectivas práticas.

III - EXERCÍCIO DO DIREITO DE PREFERÊNCIA POR


PARTE DE MICROEMPRESAS, EMPRESAS DE PEQUENO
PORTE E COOPERATIVAS
A propósito da natureza, dos pressupostos de exercício, da origem e
demais aspectos atinentes ao de:

Recomenda-se, a leitura da Unidade 03, item “Sessão pública do


pregão na forma presencial e seus atos procedimentais” e o subitem VI
(Exercício do direito de preferência por parte de microempresas, empresas
de pequeno porte e cooperativas).

O exercício desse direito nos pregões na forma eletrônica é efetuado 73


com a observância das seguintes regras:

P R EG ÃO N A FO R M A E L E T R Ô N I C A : FA S E E X T E R N A E D E S CO N E X ÃO
Primeira regra:

Ao final da disputa por lances, se na grade de classificação então


alcançada houver ME, EPP ou COOP com preços iguais ou superiores até
5% (cinco por cento) ao valor da proposta melhor classificada o sistema
identifica essa situação e ele próprio elabora uma classificação paralela
integrada pelas ME, EPP e COOP, cujos preços estejam dentro do limite
antes mencionado, respeitada a ordem de classificação entre elas.

As propostas das ME, EPP e COOP que integrarem essa classificação


paralela são consideradas empatadas com a proposta melhor classificada
na disputa por lances.

Trata-se do que se convencionou chamar de “empate ficto”, porque


decorrente de mera ficção, já que, aritmeticamente, não há empate algum.

Segunda regra:

O sistema traz automaticamente para o exercício do direito a ME, EPP


ou COOP mais bem colocada na classificação paralela antes mencionada,
para apresentar, no prazo improrrogável de 5 (cinco) minutos, sob pena
de preclusão (perda do direito), preço inferior ao do licitante mais bem
classificado na classificação (geral) elaborada depois de encerrada a
disputa por lances.

Em caso de empate, convoca-se a ME, EPP ou COOP vencedora de


sorteio. O próprio sistema controla a fluência do referido prazo.

Terceira regra:

Não havendo apresentação de novo preço inferior ao da melhor


proposta classificada, seja porque a interessada desistiu expressamente
de exercer o direito, ou porque fluiu o prazo de exercício sem que ela se
manifestasse, o próprio sistema, automaticamente, vai trazendo as demais
ME, EPP ou COOP integrantes da classificação paralela com preços iguais
ou superiores até 5% (cinco por cento) ao valor da proposta mais bem
classificada, respeitada sempre a ordem de classificação, de maneira
que a próxima classificada só será chamada a exercer o direito quando a
anterior não o fizer.

Quarta regra:

Se a melhor proposta da classificação obtida ao final da disputa por


lances já for de ME, EPP, ou COOP não há direito de preferência a ser
exercido.

IV - NEGOCIAÇÃO
Todos os aspectos relativos à negociação que já comentamos em
74 relação ao pregão na forma presencial também se aplicam ao pregão na
forma eletrônica.

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
Na terceira unidade, falamos sobre esse assunto no item “Sessão
pública do pregão na forma presencial e seus atos procedimentais”,
subitem VII (Negociação). É interessante você voltar e retomá-lo se ainda
tiver dúvida.

Convém, contudo, ressaltar as seguintes peculiaridades pertinentes à


forma eletrônica:

I. A negociação entre pregoeiro e licitante se opera exclusivamente


por meio do “chat”, não se admitindo a utilização de qualquer outro
meio (por exemplo, o telefone). É regra procedimental do pregão,
independentemente de sua forma presencial ou eletrônica, que a
negociação ocorra em sessão pública e a utilização de qualquer outro
meio que não o “chat”, violaria tal regra;

II. Na negociação por meio do “chat”, caso o licitante concorde em


diminuir seu preço, não basta que o novo valor seja registrado apenas
no “chat”. Para que o sistema entenda (assuma) que há um novo
valor, este deve ser lançado em formulário eletrônico específico
disponibilizado no próprio sistema. Cabe ao pregoeiro orientar o
licitante para a utilização deste formulário eletrônico específico.

V - ANÁLISE E ACEITABILIDADE DO MELHOR (MENOR)


PREÇO OFERTADO
A análise e aceitabilidade do melhor (menor) preço ofertado em relação
ao pregão na forma presencial também se aplicam ao pregão na forma
eletrônica.

Desse modo, recomendo que você leia na terceira unidade, item “Sessão
pública do pregão na forma presencial e seus atos procedimentais”,
subitem VIII (Análise e a aceitabilidade do melhor (menor) preço).

O ato de decisão sobre a aceitabilidade ou não do preço, que, como


se sabe, sempre deve ser devidamente motivado, há de ser lançado em
formulário eletrônico específico disponibilizado no próprio sistema. E cabe
ao pregoeiro a análise e decisão sobre a aceitabilidade do preço da melhor
(menor) proposta

VI - ANÁLISE DOS RESPECTIVOS DOCUMENTOS


E JULGAMENTO DA HABILITAÇÃO, APENAS DO
LICITANTE DETENTOR DA PROPOSTA ACEITA
Cabe também ao pregoeiro promover a análise dos respectivos
documentos e julgamento da habilitação, apenas do licitante detentor da
proposta aceita.
75
A análise dos respectivos documentos e o julgamento da habilitação se
fará em estrita conformidade com as condições e exigências estabelecidas

P R EG ÃO N A FO R M A E L E T R Ô N I C A : FA S E E X T E R N A E D E S CO N E X ÃO
no edital, sendo habilitado o licitante se atender a todas as referidas
condições e exigências e inabilitado se deixar de atender uma, alguma ou
todas aquelas condições e exigências.

Conforme já mencionado na primeira unidade, no pregão é admitido o


saneamento de falhas relativas aos documentos de habilitação, desde
que esse saneamento ocorra durante a sessão pública até o encerramento
da própria habilitação. Para a realização do saneamento, admite-se que
o pregoeiro e a equipe de apoio façam consultas e verificações por meios
eletrônicos (internet).

Neste momento, serão apresentados documentos que não foram vistos


anteriormente, bem como que esses sejam substituídos por ocasião do
cadastramento do licitante junto ao Cadastro Unificado de Fornecedores
do Estado de São Paulo (CAUFESP), cujos eventuais prazos de validade já
estejam vencidos.

As providências para análise de habilitação que o pregoeiro e a equipe


de apoio devem promover são:

I. Verificação dos dados do licitante junto ao Cadastro de Fornecedores


(CAUFESP) e, se for o caso, em outro meio eletrônico hábil,
notadamente a Internet;

II. caso a partir da verificação a que alude o item (I) ainda permaneça
pendente de atendimento algum requisito ou condição de habilitação,
o pregoeiro, por intermédio do “chat” pedirá que o licitante envie os
documentos faltantes com a utilização de formulário disponibilizado
para tanto no sistema, ou por fax.

Após concluídas tais providências e atendidos todos os requisitos e


condições de habilitação, o licitante será habilitado, caso contrário, será
inabilitado.

Os originais ou cópias, autenticadas em Cartório de notas, dos


documentos postados no próprio sistema ou enviados por fax devem ser
apresentados ao órgão promotor da licitação, no prazo de até 2 dias após
o encerramento da sessão, sob pena de invalidade do ato de habilitação
e aplicação das sanções cabíveis.

O pregoeiro informará a possibilidade de serem consultadas no site


da https://www.bec.sp.gov.br/ as informações cadastrais existentes
no CAUFESP e utilizadas para o julgamento da habilitação, bem como
esclarecerá o teor dos documentos obtidos por fax, já que naquele
momento os demais participantes da sessão não têm acesso aos
respectivos conteúdos.

O último aspecto a ser salientado no que se refere à etapa de habilitação


76 diz respeito a um direito inerente a essa etapa, conferido às licitantes de
microempresas, empresas de pequeno porte e cooperativas. Trata-se do
direito de ser habilitado com irregularidade fiscal.
P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
IMPORTANTE
Acerca do direito de ser habilitado com irregularidade fiscal diz que em razão da nova
redação atribuída aos artigos 42 e 43 e seu § único, da Lei Complementar n° 123/2006
F, pelo artigo 1°, da Lei Complementar n° 155/2016 F, c.c. o disposto no artigo 11,
inciso II, da mesma Lei Complementar n° 155/2016 F, o atual direito de ser habilitado
com irregularidade fiscal será ampliado a partir de 01/01/2018, para abranger também a
regularidade trabalhista, passando a partir da referida data a ser direito de ser habilitado
com irregularidade fiscal e trabalhista.

Esse direito, assim como o já visto “direito de preferência”, é mais


um integrante do tratamento diferenciado e privilegiado decorrente do
disposto nos artigos:

●● 174, § 2° e 179 da Constituição da República;

●● dos artigos 42 a 49 da Lei Complementar n° 123/2006 F;

●● do artigo 34 da Lei n° 11.488/2007 F.

Para o melhor entendimento a respeito do direito de ser habilitado com


irregularidade fiscal ora cogitado e para evitar desnecessária repetição,
aconselho que você, caro(a) cursista retome o conteúdo.

Falamos sobre o tratamento diferenciado e privilegiado conferido às


ME, EPP e COOP, na Unidade 03 deste curso, item Sessão pública do
pregão na forma presencial e seus atos procedimentais, subitem IX.

Pois bem, as regras a respeito do direito de habilitação com irregularidade


fiscal são:

1. A regularidade fiscal é condição apenas para a formalização da


contratação, não sendo indispensável à habilitação nas licitações.
Desta forma, ME, EPP e COOP são habilitadas com irregularidade
fiscal nas licitações, mas para usufruírem esse direito são obrigadas
a apresentar no pregão todos os documentos de regularidade fiscal,
mesmo constando restrições impeditivas desta regularidade. A
falta de apresentação dos documentos de regularidade fiscal no
pregão, que comprovem a existência da irregularidade implica a
inabilitação;

2. ME, EPP e cooperativas habilitadas com irregularidade fiscal


deverão comprovar o saneamento dessa irregularidade, sob pena
de decadência (perda) do direito à contratação;

3. Essa comprovação deve ser feita com apresentação de certidões


negativas de débitos, ou positivas com efeito de negativas, no prazo 77
de 5 (cinco) dias úteis, prorrogável por igual período a critério da
Administração, a partir do momento em que o licitante é declarado

P R EG ÃO N A FO R M A E L E T R Ô N I C A : FA S E E X T E R N A E D E S CO N E X ÃO
vencedor do certame, o que ocorre na sessão pública, no momento
em que é habilitado com irregularidade fiscal;

4. No caso de haver habilitação com irregularidade fiscal, a sessão


pública é suspensa logo após o encerramento da habilitação, pelo
prazo estabelecido para o saneamento (5 dias úteis) e, por ocasião
da retomada da sessão, o pregoeiro decide se a irregularidade
foi saneada ou sobre a prorrogação do prazo (por mais 5 dias
úteis) para o saneamento. Se a decisão for pela prorrogação do
prazo, novamente a sessão é suspensa e, por ocasião de sua
retomada, a comprovação do saneamento deve ser efetuada.
Caso o saneamento não seja comprovado, a ME, EPP ou COOP
habilitada com irregularidade fiscal perde o direito de contratar com
a Administração.

Antes de apresentar o próximo ato da sessão pública cumpre abordar


uma questão inerente ao procedimento legal do pregão e que diz respeito
ao denominado exame das ofertas subsequentes.

Em outras palavras, identificar aqui quais são as hipóteses legais em que


a Administração é autorizada a descartar a melhor proposta classificada e
partir para a tentativa de celebrar o contrato com um dos detentores das
propostas subsequentes entre os integrantes da grade de classificação
elaborada por ocasião do encerramento da disputa por lances.

Como se extrai do teor de todas as considerações formuladas a


respeito das hipóteses de exame de ofertas subsequentes, em todas
as mencionadas hipóteses, o chamamento dos demais classificados
integrantes da grade de classificação deve sempre respeitar a respectiva
ordem classificatória (o sistema faz automaticamente essas chamadas).

E todos os atos a serem praticados na tentativa de contratá-los


(negociação de novo preço, análise e decisão sobre a aceitabilidade do
preço, análise e julgamento da habilitação) só podem ser realizados em
sessão pública obrigatoriamente.

Finalmente, vale registrar que para a contratação de um detentor de


oferta subsequente, não é necessário que ele concorde em fornecer pelo
menor valor obtido ao encerramento da etapa de lances, ou em face do
exercício do direito de preferência. Basta para a contratação que o seu
preço seja aceito e que ele venha a ser habilitado.

VII - INTERPOSIÇÃO DE RECURSOS E DA


ADJUDICAÇÃO DO OBJETO AO LICITANTE
VENCEDOR
78 Nesse contexto, o que é recurso?

Recurso é o instrumento legal de que dispõe o licitante, para pleitear

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
diretamente junto à Administração a alteração de decisão que considere
desfavorável aos seus interesses.

Conforme já salientado, na modalidade pregão, o recurso é único,


podendo se dirigir tanto a atos relativos à análise e classificação das
propostas, quanto à análise e o julgamento da habilitação.

As regras para interposição, processamento e julgamento dos recursos


no pregão na forma eletrônica são:

1. A interposição ocorre na própria sessão pública, depois de


encerrada a etapa de habilitação. A falta de interposição nesse
momento implicará a decadência (perda) do direito de recorrer;

2. Os licitantes que desejarem interpor recurso, acessarão o


formulário eletrônico próprio disponibilizado no sistema e ali o
farão, mediante manifestação motivada. A motivação é pressuposto
de admissibilidade do recurso, de modo que a apresentação de
manifestação sem a devida motivação implica a inadmissibilidade
do recurso;

3. Uma vez interposto o recurso, o pregoeiro exercerá em relação


a ele o denominado “juízo de admissibilidade”, que consiste em
verificar se o recurso apresenta ou não motivação. No juízo de
admissibilidade, o pregoeiro avalia apenas e tão somente se o
recurso está motivado ou não, sem fazer qualquer análise de
mérito, pois não é a autoridade competente para analisar o mérito
do recurso e decidi-lo. Se o recurso estiver motivado, por mais
absurda que seja a motivação, deve ser admitido. Se não estiver
motivado e apenas nessa hipótese, não deve ser admitido. A
decisão do pregoeiro sobre a admissibilidade do recurso é lançada
em formulário eletrônico próprio disponibilizado no sistema;

4. Os recursos têm efeito suspensivo, razão pela qual sendo eles


admitidos por ocasião do juízo de admissibilidade, o pregão não
poderá seguir adiante sem que eles sejam decididos;

5. Admitido o recurso, o pregoeiro, por meio de mensagem lançada no


chat, comunicará ao recorrente a concessão do prazo de 3 (três)
dias corridos para apresentação de memoriais de recurso e aos
demais licitantes, a concessão do prazo de 3 (três) dias corridos
contado do término do prazo de apresentação dos memoriais,
para apresentação de contrarrazões ao recurso, sendo a todos
assegurada vista imediata dos autos. Tanto os memoriais quanto
as contrarrazões devem ser apresentados em formulário eletrônico
próprio disponibilizado pelo sistema;

6. Caso seja necessária a apresentação de documentos para a 79


comprovação de fatos alegados nos memoriais ou nas contrarrazões,
tais documentos deverão ser apresentados ao órgão promotor da

P R EG ÃO N A FO R M A E L E T R Ô N I C A : FA S E E X T E R N A E D E S CO N E X ÃO
licitação, mediante protocolo e em local indicado no edital;

7. Depois de esgotados os prazos para apresentação de memoriais e


contrarrazões, cabe ao pregoeiro manifestar-se sobre os recursos
e as contrarrazões, por meio de formulário eletrônico próprio
disponibilizado no sistema. Tal manifestação é um mero parecer,
porque o pregoeiro não é a autoridade competente para decidir os
recursos;

8. Finalmente, depois de colhida a manifestação do pregoeiro,


caberá à autoridade competente, por meio de formulário próprio
disponibilizado no sistema, proferir as respectivas decisões em
cada recurso interposto.

Questão importante a merecer o devido destaque neste momento diz


respeito: ao tempo a ser conferido na sessão pública para que os licitantes
possam interpor os recursos que desejarem. Nesse sentido, há que se ter
presente o fato do sistema não possuir mecanismos que lhe permitam
agir sem a intervenção do pregoeiro.

A este caberá definir, em cada caso concreto, o tempo a ser


disponibilizado aos licitantes para a interposição dos recursos na sessão
pública, emitindo ao sistema, com base em sua decisão, comando de
início da duração, para que este disponibilize os respectivos formulários
eletrônicos próprios aos licitantes. E também, o comando de encerramento
do tempo de duração, para que o sistema torne indisponíveis os mesmos
formulários, impedindo, a partir daquele instante, a interposição de novos
recursos.

Não há qualquer regra pré-estabelecida a propósito do que seria o tempo


ideal de duração. Em cada caso concreto e à luz de suas especificidades,
caberá ao pregoeiro determinar o tempo para interposição dos recursos,
sem perder de vista que este tempo há de ter a duração necessária para
que os licitantes efetivamente não tenham violado o direito constitucional
de ampla defesa e ao contraditório, estabelecido no artigo 5°, LV, da
Constituição da Republica F, no qual se insere o direito a interposição
de recursos nos procedimentos licitatórios. O artigo diz:

“Artigo 5°. Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...] LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ele inerentes”.

80 De outra parte, não é demais lembrar aqui que os memorais têm por
objetivo propiciar ao recorrente melhor desenvolver os argumentos e
motivos apresentados por ocasião da interposição motivada do recurso

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
na sessão pública.

Se os memoriais veicularem motivos novos, distintos daqueles


apresentados por ocasião da interposição do recurso, essa parte
inovadora não será conhecida como recurso e sim como exercício do
direito constitucional de petição.

Isso está previsto no artigo 5°, XXXIV, alínea “a”, da Constituição da


República, direito esse que, diferentemente do recurso, não tem efeito
suspensivo, possibilitando, portanto, que o procedimento licitatório
prossiga antes mesmo da Administração decidir a respeito.

Se não houver interposição de recursos ou se os eventuais recursos


interpostos não forem admitidos, na forma antes indicada, em seguida,
na própria sessão pública, o pregoeiro adjudicará o objeto da licitação
ao vencedor do certame e encerrará a sessão, passando desde logo a
elaboração da respectiva ata. A adjudicação será efetuada em formulário
eletrônico próprio disponibilizado no sistema.

Caso haja a admissibilidade dos recursos interpostos, em razão do


efeito suspensivo destes, o pregoeiro desde logo encerrará a sessão
pública e passará à elaboração da ata.

Nesse caso, a adjudicação ocorrerá fora da sessão pública, só depois


de decididos os recursos, por ato da mesma autoridade responsável por
decidir os recursos e não por ato do pregoeiro.

CONCLUSÃO E ATOS FINAIS DO PREGÃO NA


FORMA ELETRÔNICA
Ao pregão na forma eletrônica cabe a aplicação das mesmas
considerações e ponderações formuladas em relação ao pregão na forma
presencial, no que tange à conclusão e aos atos finais dos respectivos
procedimentos licitatórios.

Caro(a) cursista, é importante que seja retomado esse assunto que foi
abordado com mais detalhes na terceira unidade no item “Conclusão e
atos finais do pregão na forma presencial”.

Àquele conteúdo cabe acrescentar tão somente que, na forma eletrônica


do pregão, todos os atos de conclusão do procedimento ali mencionados
devem ser praticados pela autoridade competente, em formulários
eletrônicos próprios disponibilizados no sistema.

PREGÃO NA FORMA ELETRÔNICA: DESCONEXÃO


A desconexão é um fato relacionado diretamente à utilização de
tecnologia da informação, por meio da Internet.
81
Conforme já registrado em diversas passagens deste curso, a sessão
pública do pregão na forma eletrônica ocorre virtualmente, com a utilização

P R EG ÃO N A FO R M A E L E T R Ô N I C A : FA S E E X T E R N A E D E S CO N E X ÃO
de um sistema eletrônico.

Ou seja, todos os participantes (licitantes, pregoeiro e membros de


equipe de apoio) interagem por meio da Internet, ou, dito de outro modo, em
que todos os participantes, cada qual do seu posto de trabalho, acessam
o sistema eletrônico do pregão por meio da Internet e nele praticam todos
os atos de sua competência e interesse, inerentes à sessão pública.

Nesse contexto, a desconexão que aqui se cogita diz respeito à real


possibilidade de durante o transcurso da sessão pública no sistema
eletrônico do pregão, em algum momento, cair (desligar-se) a conexão dos
participantes com a Internet.

A disciplina sobre as responsabilidades e os efeitos decorrentes da


desconexão foi estabelecida em sede regulamentar pelos artigos 11 e 12
do Decreto n° 49.722/2005 E e pelos artigos 15 a 18 do regulamento
anexo à Resolução CC-27/2006 E, os quais veiculam as seguintes regras:

I. Ao licitante cabe acompanhar as operações no sistema eletrônico,


durante a sessão pública do pregão, respondendo pelos ônus
decorrentes de sua desconexão ou pela inobservância de quaisquer
mensagens emitidas pelo sistema;

II. A desconexão de qualquer licitante com o sistema eletrônico não


prejudica a conclusão válida da sessão pública ou do certame;

III. A desconexão do pregoeiro com o sistema eletrônico, durante a


sessão pública, implica:

a) Fora da etapa de lances, a suspensão da sessão pública e o seu


reinício, desde o ponto em que foi interrompida. Se a desconexão
persistir por tempo superior a 15 (quinze) minutos, a sessão deve
ser suspensa e reiniciada somente após comunicação expressa
aos licitantes, de nova data e horário para sua continuidade;

b) Durante a etapa de lances, a continuidade da apresentação de
lances pelos licitantes, até o término do período de disputa por
lances estabelecidos no edital.

Nestas quatro unidades, falamos de vários assuntos, agora é hora de


retomá-los.

Na Unidade 01, falamos da legislação, conceitos e características da


modalidade licitatória pregão.

Na Unidade 02, conhecemos a fase interna ou preparatória do processo


licitatório na modalidade pregão

82 Na Unidade 03, entendemos o que é a fase externa do pregão, sobre


impugnar um edital e ainda vimos pregão na forma presencial e suas
características.

P R EG ÃO E L E T R Ô N I CO
Na Unidade 04, discorremos sobre o pregão eletrônico, suas
especificidades e os atos procedimentais que constituem a sessão

Bom, chegamos ao final do curso.

Esperamos que você, caro(a) cursista, esteja apto para conduzir uma
sessão pública de Pregão Eletrônico.

Até a próxima!

83

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