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INTRODUÇÃO
Os transistores bipolares são constituídos pela união de três cristais do tipo P e do tipo
N alternadamente, formando duas junções PN (daí seu nome). Assim, eles podem ser
do tipo PNP ou NPN de acordo com a disposição dos cristais (Fig. 01).
CARACTERÍSTICAS
Os transistores são dispositivos que podem ser analisados isoladamente pelas Leis de
Kirchhoff para definição de um modelo de funcionamento eletroeletrônico e assim de-
terminar a relação existente entre os seus terminais tanto em nível de corrente quanto
em nível de tensão.
1. LEI DOS NÓS
O somatório das correntes que chegam a um nó é igual ao somatório das correntes que
saem deste mesmo nó. Logo, tomando o transistor representado graficamente pela Fig.
02 como um nó, podemos obter a relação entre as correntes que por ele circulam atra-
vés da expressão (1.1).
I E I B IC (1.1)
A nomenclatura com duplo índice indica que o primeiro tem maior potencial que o se-
gundo. Portanto, podemos escrever cada membro da equação (1.2) como:
U CE U C U E
U CB U C U B (1.3)
U BE U B U E
NOTA DE AULA
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As expressões (1.2) e (1.3) foram obtidas para o transistor bipolar NPN (Fig. 03a), equa-
ções semelhantes são obtidas para o modelo PNP (Fig. 03b) invertendo-se as posições
dos índices (UCE → UEC; UCB → UBC e UBE → UEB).
TOPOLOGIAS
Todo e qualquer circuito elétrico para funcionar corretamente necessita ter pelo menos:
1. Malha de Entrada → Conectar a Fonte;
2. Malha de Saída → Conectar a Carga.
Desta forma, percebe-se que qualquer circuito pode ser representado por uma CAIXA
PRETA com quatro terminais. Este princípio é ilustrado pelo uso de quadripolos, que diz
que um circuito pode ser representado por seus principais parâmetros (impedância – z,
admitância – y, condutância – g, híbrido – h). A Fig. 04 apresenta a representação de
um quadripolo.
U1 h I + h12 U2
= 11 1 (1.5)
I2 h21 I1 + h22 U2
U1
h12 = U2 I =0
(1.7)
1
I2
h21 = U2 I =0
(1.8)
1
I2
h22 = I1 U =0
(1.9)
2
NOTA DE AULA
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Onde,
O parâmetro h11 representa a impedância de entrada
O parâmetro h12 representa o ganho reverso de tensão
O parâmetro h21 representa a admitância de saída
O parâmetro h22 representa o ganho direto de corrente
Como o transistor pode apresentar tais características com apenas três terminais? A
resposta a essa indagação é que o transistor deverá ter um de seus terminais comum
tanto a malha de entrada quanto a malha de saída.
3. BASE COMUM
Esta configuração é apresentada na Fig. 05 e nela observamos que o terminal da base
é comum tanto a malha de entrada quanto a de saída. Assim, o sinal de entrada é apli-
cado entre a base e o emissor e a carga está conectada ao terminal de coletor.
Comparando a Fig. 04 com a 05, constata-se que as tensões de entrada (U1) e de saída
(U2) correspondem respectivamente à UBE e a UCB. Enquanto as correntes de entrada
(I1) e de saída (I2) se relacionam com IE e IC. A Tab. 1 apresenta as principais caracte-
rísticas desta configuração.
Tab. 1 - Principais características.
Característica Entrada Saída Ganho
Tensão UBE UCB ↑
Corrente IE IC <1
Impedância Zin ↓↓ Zout ↑↑
5. EMISSOR COMUM
Esta configuração é apresentada na Fig. 07 e nela observamos que o terminal de emis-
sor é comum as duas malhas. Desta forma, aplica-se o sinal de entrada entre a base e
o emissor, enquanto a carga está conectada ao coletor.
Comparando a Fig. 04 com a 07, constata-se que as tensões de entrada (U1) e de saída
(U2) correspondem respectivamente à UBE e a UCE. Enquanto as correntes de entrada
(I1) e de saída (I2) se relacionam com IB e IC. A Tab. 3 apresenta as principais caracte-
rísticas desta configuração que é uma combinação das duas anteriores.
Tab. 3 - Principais características.
Característica Entrada Saída Ganho
Tensão UBE UCE Alto
Corrente IB IC Alto
Impedância Zin ↓ Zout ↑
A Fig. 08 apresenta um circuito para teste usado para determinação das características
de transistores.
Quando R1 tem um valor muito baixo e uma corrente de maior intensidade circula entre
a base e o emissor do transistor, observa-se pela indicação do amperímetro do coletor
que sua corrente tem intensidade constante.
NOTA DE AULA
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y(x) = a x + b (1.10)
Por analogia
IC = a I B + b (1.11)
Como a curva passa pela origem, o termo independente, na equação (1.11), é nulo,
permitindo escrevê-la como:
IC = a I B (1.12)
I C .I B (1.13)
Resolução:
Substituindo os valores da corrente de base (IB) e do ganho de cor-
rente () na equação (1,13) obtemos a corrente de coletor (IC).
IC = IB
IC = 50 x 1x10-3 = 50x10-3
IC = 50 mA
IE = IB + IC
IE = 1x10-3 + 50x10-3 = 51x10-3
IE = 51 mA
O exemplo mostre que os valores de IE e IC são praticamente iguais. Vejamos por que
isso ocorre, substituindo a equação (1.13) na (1.1), obtém-se:
IE = IB + IC ⇒ IE = IB + β IB
IE = (1 + β) IB
Para valores de muito maior que a unidade, pode-se fazer a simplificação abaixo:
β >> 1 ⇒ β + 1 ≅ β
Assim, podemos reescrever a equação (1.1) como:
I E .I B I E I C (1.14)
UCC - RB IB - UBE = 0
Malha de Saída:
UCC - RC IC -UCE = 0
Na expressão de saída, todas as variáveis são conhecidas à ex-
ceção do resistor de polarização do coletor (RC). Manipulando
adequadamente a equação encontra-se o valor da resistência.
UCC - UCE 10 - 5
RC = =
IC 80x10-3
RC = 62,50 Ω
IC 80x10-3
IB = = ∴ IB = 1,6 mA
β 50
NOTA DE AULA
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RB = 5k8 Ω