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INTRODUÇÃO
Como mencionado no capítulo anterior, os diodos são dispositivos eletrônicos formados
a partir da junção de um cristal tipo P com outro do tipo N, daí serem conhecidos como
diodos de junção (Fig. 1).
POLARIZAÇÃO
Quando polarizamos um diodo, podemos fazê-lo de 2 maneiras distintas i) o positivo e
o negativo da fonte conectados ao anodo (A) e ao catodo (K) respectivamente e/ou ii) o
positivo e o negativo da fonte conectados ao catodo e ao anodo respectivamente (Fig.
3).
direta, o terminal de anodo (A) apresenta um potencial MAIOR ou MAIS POSITIVO que
o de catodo (K). Caso contrário, a polarização será dita reversa.
UA > UK ⟹ polarização direta
(1)
UA ≤ UK ⟹ polarização reversa
POLARIZAÇÃO DIRETA
Quando o diodo está polarizado diretamente, isto é, quando o terminal positivo da fonte
está conectado ao anodo (A) do diodo, os elétrons do cristal N se deslocam para o
terminal positivo da fonte, mas são impedidos pela Barreira de Potencial (BP) (Fig. 4).
POLARIZAÇÃO REVERSA
Quando o diodo está polarizado reversamente, os elétrons do cristal N se deslocam
para o terminal positivo da fonte, tentando sair do diodo e se “afastam” da BP (Fig. 9).
COMPORTAMENTO DA BP
A barreira de potencial aumenta ou diminui de espessura e consequentemente sua opo-
sição à passagem de corrente de acordo com a polarização do diodo. A BP funciona
como uma espécie de “Resistência” à passagem da corrente pelo diodo.
A diferença de potencial que um diodo está submetido (UA – UK) deve ser capaz de
vencer a RESISTÊNCIA DA BARREIRA DE POTENCIAL (RBP). Assim, em uma polarização direta
a barreira de potencial diminui de intensidade e a passagem de corrente é facilitada
NOTA DE AULA
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(Fig. 7). Por outro lado, na polarização reversa a BP aumenta e dificulta o estabeleci-
mento da corrente pelo dispositivo (Fig. 11).
Na polarização DIRETA, as lacunas (tipo P) e os elétrons (tipo N) migram para a junção
e se combinam, fazendo com que a BP DIMINUA sua espessura e apresenta uma
RESISTÊNCIA MENOR (idealmente 0). Na INVERSA, os elétrons e as lacunas se afastam da
junção, AUMENTANDO a barreira e apresenta uma RESISTÊNCIA MAIOR (idealmente infinito).
Portanto, a RBP assume valores diferentes para cada polarização do diodo. Quando em
polarização direta, a RBP será chamada de RESISTÊNCIA DIRETA (RD) e tem um valor
baixo; quando inversamente polarizado, a RBP é denominada de RESISTÊNCIA REVERSA
(RR), apresentando um valor elevado.
Desta forma, temos:
UA > UK ⟹ ID ≠ 0 ⟹ R BP = R DIRETA → 0
(4)
UA ≤ UK ⟹ ID = 0 ⟹ R BP = R REVERSA → ∞
CURVA CARACTERÍSTICA
O comportamento de um diodo pode ser verificado em laboratório submetendo-o a di-
ferentes valores de polarizações direta e reversa. As diversas medições podem ser ta-
buladas e, em seguida, um gráfico de funcionamento pode ser construído, este gráfico
é conhecido como CURVA CARACTERÍSTICA do diodo.
A curva característica é a curva (Fig. 13) que representa graficamente o comportamento
de um diodo quando polarizado, mostrando os pontos de condução plena e de corte.
Cada região (Fig. 14) tem características específicas (o nome já indica a característica).
A região direta (1º quadrante) é a região onde se dá a condução do diodo (ID) e sobre
seus terminais surge uma ddp (UD) cujo valor depende do material utilizado. Na região
reversa (2º quadrante) não há condução de corrente (diz-se que o diodo está cortado)
e a tensão inversa está não deve ultrapassar o valor de PIV sob o risco de danos ao
diodo. Por fim, a região de ruptura (3º quadrante), onde a tensão de polarização reversa
ultrapassou a intensidade do PIV e o diodo perdeu suas características dielétricas.
PONTO DE OPERAÇÃO
Pela Fig. 7, nota-se que o diodo polarizado diretamente tende a conduzir uma corrente
elevada, a qual poderá danificá-lo (Fig. 8) e para evitar tal situação se faz necessário
identificar a corrente de operação que circulará pelo circuito sob uma determinada ten-
são de operação. Tal ponto é conhecido como PONTO DE OPERAÇÃO (UD, ID) ou PONTO
QUIESCENTE (Q), conforme a Fig. 15.
Ao polarizarmos diretamente um diodo, sua resistência direta tende a ser nula (3) e a
corrente torna-se muito alta (lei de Ohm) podendo danificar o mesmo. Para evitar isto,
deve-se colocar em série com o diodo um elemento capaz de limitar a intensidade da
corrente. O dispositivo que desempenha esse papel é o resistor. A Fig. 16 traz um exem-
plo deste circuito.
U UD
I = (7)
Na Fig. 15 vê-se uma reta que passa pelo ponto de operação e corta os eixos. Esta reta
é conhecida como equação da RETA DE CARGA do diodo, sendo sua equação dada por
(7).
U UD
R = (8)
ID
Na grande maioria das vezes o valor obtido para a resistência não coincide com nenhum
valor comercial. Então, o que fazer? Adota-se o valor comercial mais próximo do calcu-
lado. Por exemplo, na Fig. 16 o valor calculado do resistor foi 130 . Qual o valor ado-
tado, sabendo que os valores comerciais são de 100 e 150 ?
Valores comerciais: 100 e 150
Valor calculado: 130
Adotando: 100 ⟹ ID maior do que a utilizada
150 ⟹ ID menor do que a utilizada.
ANÁLISE DE CIRCUITOS
A compreensão de como um determinado circuito funciona depende do entendimento
de como o diodo se comporta sob as condições de trabalho. Em outras palavras, saber
qual o modelo de diodo que melhor se adéqua a análise de um circuito pode favorecer
ou não sua análise.
NOTA DE AULA
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MODELO REAL
O modelo real (Fig. 17) é utilizado quando a tensão de polarização do diodo (UD) é da
mesma ordem de grandeza das tensões envolvidas no circuito e se deseja um maior
rigor na análise.
MODELO IDEAL
O modelo ideal (Fig. 21) é usado quando a tensão do diodo (UD) for muito menor que
as tensões existentes no circuito.
EXERCÍCIO RESOLVIDO
No circuito da Fig. 16, considere que o diodo é de silício (UD = 0,7 V). Determine a
tensão sobre o resistor para uma fonte de:
i) 5 V;
ii) 10 V;
iii) 20 V.
Da equação (3.5) obtém-se...
UR = U – UD
Assim, em i) UR = 4,3 V 14 %
em ii) UR = 9,3 V 7%
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BIBLIOGRAFIA