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SISTEMAS EMBARCADOS OU EMBUTIDOS

1. INTRODUÇÃO:

Sistemas embarcados ou embutidos são sistemas ou dispositivos que


executam funções dedicadas, ou seja, são responsáveis por uma função especifica
ou um conjunto restrito de funções específicas e co-relacionadas. São encontrados
na maioria dos equipamentos, na maioria das vezes “escondidos”.

2. SISTEMAS EMBARCADOS: DEFINIÇÃO

Ao contrário de um computador, que pode executar diversos programas,


desempenhando diversas funções, os sistemas embarcados são dispositivos
que se fundem no nosso cotidiano, de forma que muitas vezes sequer
percebemos que eles existem. Eles são formados basicamente pelos mesmos
componentes de um computador: processador, memória, dispositivo de
armazenamento, interfaces e demais componentes. Porém a principal diferença
é que, ao contrário de um computador, eles se limitam a executar bem uma única
tarefa ou poucas tarefas.

3. APLICAÇÕES DIA-A-DIA

O fato de ser um sistema embarcado, não diz muito sobre a importância do


sistema, que pode ser desde um simples sistema para um brinquedo, até uma
máquina com centenas de processadores, destinado a criar previsões sobre
mercados de capitais, ou controlar o tráfego aéreo. Basicamente, qualquer
equipamento autônomo que não é um computador, acaba caindo nesta categoria.

Os sistemas embarcados fizeram com que processadores simples sejam os


mais produzidos, não só pelo baixíssimo custo, mas também por não ser necessário
um processador potente para um simples controle remoto, por exemplo. O
processador Z80 é um bom exemplo de processador que usa sistemas embarcados,
ele está presente em games, Mp3 players. Outro processador muito usado é o
Motorola 68000, o mesmo chip de 32 bits utilizado nos primeiros Macintosh’s,
porém em versões "modernizadas", que conservam o mesmo design básico, mas
são produzidas usando tecnologia atual e operam a freqüências mais altas.
Enquanto em dispositivos que precisam de mais processamento, usam-se
processadores ARM, chips RISC de 32 bits. Possuem um design simples, se
comparado aos processadores x86, mas conservam um bom desempenho. Um Treo
650, por exemplo, que é baseado num Intel Xscale de 312 MHz, consegue exibir
vídeos em Divx com resolução de 320x240 sem falhas, tarefa que mesmo um
Pentium II 266 tem dificuldades para realizar.

Se usarmos um processador ARM e pelo menos 4 MB de memória, um


sistema embarcado pode rodar Linux, o que abre grandes possibilidades em termos
de softwares e ferramentas de desenvolvimento. Adicionando um pouco mais de
memória, é possível rodar o Windows Mobile ou o Symbian.

Embora operem a freqüências relativamente baixas se comparados aos


processadores x86 (na maioria dos casos apenas 300, 400 ou 500 MHz), os chips
ARM são baratos e possuem um baixo consumo elétrico, por isso são
extremamente populares em celulares, PDAs, pontos de acesso, modems
ADSL, centrais telefônicas, sistemas de automatização em geral, videogames e
assim por diante. Cerca de 75% de todos os processadores de 32 bits usados em
sistemas embarcados são processadores ARM. Além dos chips ARM e Z80, existem
inúmeros outros chips e controladores. Cada uma conta com um conjunto próprio de
ferramentas de desenvolvimento, que incluem compiladores, debuggers,
documentação e ferramentas úteis. Em alguns casos o conjunto de ferramentas de
desenvolvimento é distribuído gratuitamente, mas em outras precisa ser comprado
ou licenciado, tornando um projeto um pouco caro.

Normalmente, podemos rodar as ferramentas de desenvolvimento em um


computador e transferir o software para o sistema que se está desenvolvendo
apenas nos estágios finais do desenvolvimento. Essa transferência é feita através de
uma porta USB ou de uma porta serial, porém, em alguns casos é necessário gravar
um chip de EPROM ou memória flash e transferir o chip para o sistema embarcado
para poder testar o software.

Para exemplo de sistema embarcado podemos citar um MP4 player. Ele


utiliza,apenas dois ou três chips, sendo um o controlador principal, outro um chip de
memória flash (usado para armazenamento) e em alguns casos um terceiro, um
sintonizador de rádio AM/FM, que poderia muito bem ser retirado do projeto sem
prejuízo para as demais funções do aparelho, pois existe um chip principal, um
microcontrolador que desempenha sozinho todas as funções do aparelho, incluindo
controladores para as diversas funções disponíveis e até mesmo uma pequena
quantidade de memória RAM. É este tipo de microcontrolador que permite que
modems ADSL, MP3 players, celulares e outros aparelhos que usamos no dia a dia
sejam tão baratos em relação ao que custavam há alguns anos atrás. Com menos
chips, o custo cai proporcionalmente.

Existem no mercado os mais diversos tipos de microcontroladores, cada um


com um conjunto próprio de periféricos e funções. Atualmente, as empresas estão
cada vez mais utilizando componentes disponíveis no mercado, que são fabricados
em massa e vendidos a preços incrivelmente baixos, ao invés de desenvolver e
fabricar seus próprios chips.

A maior parte do custo de um processador está em seu desenvolvimento,


mesmo um microcontrolador simples pode ser relativamente caro para ser
desenvolvido, entretanto o custo de produção é relativamente baixo, de forma que
os chips mais vendidos acabam tendo o custo inicial amortizado e passam a ser
cada vez mais baratos.

Muitos microcontroladores podem ser conectados a dispositivos analógicos,


permitindo o uso de sensores diversos. Isto faz com que seja possível a criação de
dispositivos simples, que monitoram temperatura, umidade, intensidade da luz,
aceleração e assim por diante, executando ações pré-definidas em caso de
mudanças, como ligar o ar condicionado, abrir ou fechar as persianas, ou mesmo
disparar o air-bag em um carro, caso este venha colidir.

Em aplicações onde um chip personalizado é essencial, existe a opção de


usar chips programáveis, chamados de FPGAs (field-programmable gate arrays) ou
de LCAs (logic-cell arrays). São chips compostos por um enorme número de chaves
programáveis, que podem ser configurados para simular o comportamento de
qualquer outro circuito.

Um único chip programável pode simular não apenas um processador simples,


mas também outros circuitos de apoio, como o controlador de vídeo, interface serial
e assim por diante. Os modelos recentes incluem inclusive uma pequena quantidade
de memória e circuitos de apoio, de forma que podemos ter um sistema completo
usando apenas um chip FPGA previamente programado, um chip de memória
EPROM (ou memória flash) com o software, a placa de circuito com as trilhas e
conectores e uma bateria ou outra fonte de energia.Os chips FPGAs são
naturalmente mais caros que chips produzidos em série, porém são uma boa opção
em situações onde são necessários apenas alguns chips exclusivos.

A memória flash é uma questão interessante nos sistemas embarcados. Com


a queda no preço, mesmo aparelhos que tradicionalmente usavam memória SRAM
(com custo maior) para armazenamento (como os palmtops e celulares), passaram a
utilizar memória flash. Porém a memória flash funciona apenas como espaço de
armazenamento e não como memória de trabalho. Numa analogia com um
computador, a memória flash seria similar a um HD, que serve para armazenar
arquivos, mas que não elimina a necessidade de usar memória RAM. Isso significa
que mesmo dispositivos com grandes quantidades de memória flash precisam de
uma cerca quantidade de memória RAM ou SRAM, seja ela incorporada ao próprio
microcontrolador, seja em um chip separado.

Nos primeiros Palms, por exemplo, tínhamos um chip de memória flash, que
armazenava os softwares e chips adicionais de memória SRAM, que serviam tanto
como memória de trabalho, quanto como espaço para armazenar dados e
programas. A partir do Treo 650, todos os programas e arquivos passaram a ser
armazenados em memória flash e foi adicionado um chip de memória SRAM que
serve como memória de trabalho. A grande questão é que memória SRAM é mais
cara que memória flash, de forma que vale mais a pena utilizar uma pequena
quantidade de SRAM e uma grande quantidade de memória flash, do que o oposto.

Parte interna de um roteador, exemplo de sistema embarcado.


4. CONCLUSÃO

Enfim, embora os computadores normalmente roubem a cena, os sistemas


embarcados são mais numerosos e são responsáveis por boa parte da estrutura que
utilizamos no dia a dia. Eles são também uma das áreas mais promissoras dentro da
área de tecnologia, já que um simples dispositivo FPGA pode ser programado para
desempenhar praticamente qualquer função.
BIBLIOGRAFIA:

http://www2.eletronica.org/artigos/eletronica-digital/sistemas-embutidos-em-
tempo-real <acesso em 09/11/2010>

http://www.compusoftware.com.br/embedded/html/conteudo/txt_vgeral.htm
<acesso em 09/11/2010>

http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_embarcado <acesso em 09/11/2010>

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