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Sustentabilidade e interação homem x saúde x ambiente

Atividade avaliativa 02- Paula Lorhanna Lopes

O impacto da mudança do clima é um dos fatores que contribuem para o aumento


dos riscos de desastres naturais, como inundações ou secas, por exemplo. Para calcular o
risco, deve-se levar em conta a exposição ao risco, a vulnerabilidade e
os perigos envolvidos. Em um cenário de mudança do clima, os extremos climáticos
como situações de altas temperaturas, chuvas intensas ou períodos de seca são mais
frequentes, e o risco de ocorrência de desastres tende a se intensificar. Por suas dimensões
continentais e pela diversidade ambiental, climática e geológica, o Brasil está suscetível
aos mais variados tipos de desastre. Entretanto, a maioria dos desastres naturais são
relacionados a eventos hidro meteorológicos e climatológicos, quando o excesso ou
escassez de chuva é o principal responsável por colocar em risco a população brasileira e
suas atividades econômicas (UFSC, 2013).
Como consequência, não somente pode-se afirmar que o resultado desses casos
proporciona uma grande quantidade de prejuízos ambientais, como também geram
impactos negativos em grande escala para a nossa sociedade, para a economia e até
mesmo para a cultura. As dimensões provocadas pelos desastres são constantes, e
responsáveis por grandes marcos na história do Brasil e do mundo, mesmo em casos que
ocorreram há muitos anos atrás.

Maiores desastres ambientais do mundo provocado por alterações


climáticas:
As inundações ou enchentes são fenômenos da natureza causados por grandes chuvas
ou intensificados pela ação humana. Um exemplo é o excesso de lixo, os quais entopem
os bueiros, impedindo a passagem de água. As enchentes, inundações e movimentações
de massa causadas pelo aumento de quantidade das chuvas e/ou impedimento da
evacuação, provocam desabamentos que podem levar a morte de milhares de pessoas,
além de grande destruição.
• Inundação do rio amarelo na China
- O Rio Amarelo é também chamado de Huang He e Huang Ho e é o segundo rio da
China mais longo e estando em sexto lugar entre os maiores do mundo. No final da
década de 1880, o rio estava precariamente situado muito acima da maior parte da terra
ao seu redor. Quando as fortes chuvas inundaram o rio em setembro de 1887, a água
espalhou-se sobre os diques nas terras baixas circundantes, inundando cerca de 12 949
quilómetros quadrados. O número estimado de mortos da inundação é de 900.000.
• A tragédia de Banqiao e Shimantan - China
- O complexo de barragens de Banqiao e Shimatan desmoronou em 1975, provocando
a maior inundação da história da China com 6 milhões de casas destruídas. 26 mil
pessoas morreram afogadas e outras 145 mil morreram de fome e epidemias
decorrentes da inundação, oficialmente. O número, porém, pode ter chegado a 230 mil.

• Rompimento da barragem da mineradora Samarco, localizada em Mariana,


Minas Gerais
-Tragédia mais recente
-Considerado pelo Governo Federal como sendo a maior tragédia ambiental da
história do nosso país.
-O rompimento da Barragem da Samarco – empresa controlada pela Vale – que
acarretou a liberação de cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos na
cidade, inundando o distrito de Bento Rodrigues, em Minas Gerais, deixando 19
mortos.
-Também foram destruídos mais de 1.775 hectares de margens da bacia do Rio Doce,
sendo 324 do bioma da Mata Atlântica.
-Os impactos ambientais pelo rompimento da barragem são enormes, podendo
destacar a contaminação de rios e mares pela lama, a morte de milhares de espécies
de peixes, soterramento de nascentes, destruição da vegetação, comprometimento do
solo, entre outros.

• Rompimento da barragem de brumadinho


- O rompimento da barragem do Córrego do Feijão, na região de Brumadinho (MG),
ocorreu em janeiro de 2019. Ao menos 270 pessoas morreram e 10 continuam
desaparecidas. A empresa Vale foi a responsável pelo desastre que lançou resíduos de
mineração diretamente nas águas do Rio Paraopeba.
- Segundo relatório da Fundação SOS Mata Atlântica, indicadores de qualidade
revelaram que água está imprópria e sem condições de uso por todos os 356km de rio
percorridos. “Foram encontrados metais pesados na água, como ferro, manganês, cobre e
cromo em níveis muito acima dos limites máximos fixados na legislação”, diz o
documento.

Intensificada nos últimos anos com o aquecimento global, a seca tornou-se um


problema enfrentado por muitos grupos pelo mundo. Dessa forma, as alterações
climáticas demonstram que diversas foram as consequências das ações humanas durante
séculos no planeta, gerando problemas como a seca e consequentemente a expansão do
processo de desertificação.
• Incêndio na Chapada dos Veadeiros
- Durante o mês de outubro de 2017, a região da Chapada dos Veadeiros sofreu com
incêndios por duas semanas. A estimativa é de que 75 mil hectares tenham sido destruídos
pelas chamas, que chegaram a suspender as visitações ao Parque Nacional Chapada dos
Veadeiros.
• Incêndio no Pantanal
- Entre julho e outubro de 2020, cerca de 28% do Pantanal foi consumido por
incêndios. Segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA), uma
área de 4,2 milhões de hectares foi queimada no bioma, o que é equivalente a mais de
sete vezes o tamanho do Distrito Federal.
- Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) contou quase 22 mil focos de
incêndio na região durante o ano passado. Foi o maior número registrado desde o início
do monitoramento no bioma em 1998.

• Ondas de extremo calor no Iraque


- Em 4 de julho, as autoridades do Iraque anunciaram um feriado, incluindo a capital
Bagdá, porque estava simplesmente muito quente para trabalhar ou estudar, depois que
as temperaturas ultrapassaram os 50 graus Celsius e seu sistema elétrico entrou em
colapso.
• Terremoto em São Francisco
- O violento terremoto ocorreu às 5:14 horas da manhã no dia 18 de abril de 1906 em
São Francisco, com magnitude estimada média de 8.0 na Escala de Richter. O desastre
provocou a destruição de cerca de 80% da cidade, os dados apontam cerca de três mil
mortos e 225 mil desabrigados.

• Terremoto no Haiti
- O terremoto de grau 7 na Escala Richter com profundidade de 10 quilômetros
ocorreu em 2010 e o desastre matou 220 mil pessoas, deixou 1,5 milhão de desabrigados.
• Terremoto Tangshan na China
- O terremoto de Tangshan de 28 de julho de 1976 foi o mais grave terremoto que
afligiu o mundo moderno em relação às vidas perdidas, tendo sido registados 7,5 graus
na escala de Richter. Atingiu a cidade da Tangshan, na República Popular da China às
3h52 horas da manhã, matando 242 419 pessoas, de acordo com os dados oficias, mas
segundo algumas fontes esse número está estimado como sendo três vezes maior.
• Ciclone na Índia
- Esse foi uma das taxas de morte mais altas dentre as grandes catástrofes. Entre 300
e 500 mil pessoas perderam suas vidas com a inundação das ilhas do Delta do Rio Ganges
no ano de 1970.
• Furacão Katrina
- Ocorreu em 29 de agosto de 2005, nos Estados Unidos, surge um enorme furacão
de categoria 5, responsável por destruir parte da região litorânea sul do país. A velocidade
dos ventos ultrapassou 280 quilômetros por hora e resultou na morte de duas mil pessoas.

Os desastres evidenciam as condições latentes de vulnerabilidade socioambiental


que se encontram relacionadas às desigualdades sociais, econômicas e ambientais,
afetando, principalmente as populações e países mais pobres. Essas desigualdades se
materializam na exposição das populações expostas a estes eventos, nas consequências
mais graves sobre a saúde e sobre as condições de vida e na baixa capacidade de
governança para estratégias de redução do risco e construção da resiliência. O rápido
crescimento econômico de muitos países, principalmente os de renda média, como o
Brasil, tem contribuído para reduzir a pobreza e melhorar as condições de vida de milhões
de pessoas. Paradoxalmente crescem, principalmente nesse grupo de países, os riscos de
maiores impactos, incluindo os econômicos, pois as capacidades de governança para a
redução do risco e a resiliência não se desenvolvem com a mesma rapidez que o
crescimento econômico. (OCDE) (ISDR, 2011).
Diante desse quadro, o tema da redução do risco de desastres vem recebendo
grande atenção na agenda do desenvolvimento sustentável global. Reconhece-se que
políticas de redução do risco de desastres podem contribuir para acelerar o
desenvolvimento, proteger os investimentos e reduzir a pobreza (WB, 2010). Porém,
essas políticas, que devem envolver desde a preparação para as respostas aos desastres
até a construção de sociedades e comunidades resilientes, requerem ações intersetoriais
no governo e ampla participação da sociedade (UNCSD, 2012). As políticas de redução
do risco de desastres e construção da resiliência devem ser integradas em todos os níveis
de planejamento para o desenvolvimento, incluindo além dos necessários investimentos
em infraestrutura, estratégias sustentáveis para melhoria das condições de vida e saúde,
incluindo as políticas sociais, econômicas e ambientais.
Referências Bibliográficas

FREITAS CM, CARVALHO ML, XIMENES EF, ARRAES EF, GOMES JO.
Vulnerabilidade socioambiental, redução do risco de desastres e construção da resiliência
– lições do terremoto no Haiti e das chuvas fortes na Região Serrana, Brasil. Rev Ciência
e Saúde Col 2012; 17(6): 1577-1586.
FREITAS, C. M. et al. Desastres naturais e saúde: uma análise da situação do Brasil.
Ciência e Saúde Coletiva (Impresso), Fiocruz, v.19, n.9, p. 3645-3656,2014. Disponível
em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v19n9/1413-8123-csc-19-09-3645.pdf Acesso em 1
jul. 2016.
COSTA, DT et al. Grandes Impactos Ambientais no Mundo. Caderno Meio Ambiente e
Sustentabilidade, Uninter. Disponível
em: https://www.uninter.com/revistameioambiente/index.php/meioAmbiente Acesso
em: 1 jul. 2016.

Índice de Vulnerabilidade aos Desastres Naturais de Secas para o Brasil no Contexto da


Mudança do Clima. Camarinha, P. I. M.; Debortolli, N. S.; Hirota, M. 2015.

Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima: volume 2. Ministério do Meio


Ambiente. Brasil, 2016b.

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