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ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO

ESCOLA MARECHAL CASTELLO BRANCO

Maj Com ALFREDO FERRÃO DE OLIVEIRA JUNIOR

As Comunicações no contexto da “Guerra Centrada em


Redes”, possibilidades estruturais das Comunicações do
Exército Norte-americano, no escalão Brigada e
contribuições para o Exército Brasileiro.

Rio de Janeiro
2020
Maj Com ALFREDO FERRÃO DE OLIVEIRA JUNIOR

As Comunicações no contexto da “Guerra Centrada em


Redes”, possibilidades estruturais das Comunicações do
Exército Norte-americano, no escalão Brigada e
contribuições para o Exército Brasileiro.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Escola de Comando e Estado-Maior do
Exército, como pré-requisito para matrícula no
Curso de Especialização em Ciências Militares,
com ênfase em Defesa.

Orientador: Ten Cel Com Valdecir Gregory

Rio de Janeiro
2020

Maj Com ALFREDO FERRÃO DE OLIVEIRA JUNIOR


As Comunicações no contexto da “Guerra Centrada em Redes”,
possibilidades estruturais das Comunicações do Exército Norte-americano,
no escalão Brigada e contribuições para o Exército Brasileiro.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola


de Comando e Estado-Maior do Exército, como requisito
parcial para a obtenção do título de Especialista em
Ciências Militares, com ênfase em Defesa Nacional.

Aprovado em 02 de outubro de 2020.

COMISSÃO AVALIADORA

________________________________________
Ênio Corrêa de Souza - TC Com - Presidente
Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

__________________________________________
Valdecir Gregory - TC Com - Membro
Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

____________________________________________
Anderson Luiz Alves Figueiredo - Maj Eng - Membro
Escola de Comando e Estado-Maior do Exército
Ao Deus todo Poderoso, pela sua infinita
misericórdia, à minha esposa por sua
permanente companhia e a meus pais pelos
exemplos de perseverança e força de
vontade.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus pelo dom da vida, da saúde e por todas as


graças derramadas em minha vida. Também bendigo a Nossa Senhora, mãe de
Jesus, por sua poderosa intercessão em todos os momentos de minha vida.
Aos meus pais, Alfredo Ferrão de Oliveira (in memorian) e Maria Geraldina
Lima de Oliveira, pelos exemplos de fidelidade, resiliência, renúncia de si mesmo e
amor pela família.
À minha esposa Marília Beatriz Matos Simon Esteves Oliveira, pelo seu
carinho e dedicação a minha pessoa, mesmo nos momentos mais difíceis.
Aos meus filhos Alfredo e Samuel, pela infantil presença que me faz acreditar
que o mundo seguirá em boas mãos.
A Major do Exército dos EUA Elizabeth Nhambure, por sua amizade e
diversas dicas sobre a doutrina militar Norte-americana.
Ao meu orientador, o Senhor Tenente-Coronel Valdecir Gregory, pelo
respeito, amizade, orientação e direcionamentos corretos ao longo deste trabalho.
“Uma falha nas comunicações pode dividir suas
forças mais rápido que o inimigo”
(Mote propagandístico de empresa Iridium nos
anos 2000)
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Networkcentric Operations..................................................................... 19


Figura 2 - Domínios da GCR.................................................................................. 20
Figura 3 - INFANTRY BRIGADE COMBAT TEAM (IBCT)..................................... 22
Figura 4 - Estrutura da organizacional da “Signal Company” ……………….….…. 25
Figura 5 - Distribuição de pessoal e equipamentos da “Signal Company”….….… 27
Figura 6 - Estrutura de redes nos escalões Bda e inferiores............ ............ 29
Figura 7 - Ligações da Rede Nodal Conjunta (JNN)........................................ 29
Figura 8 - Conjunto do Link de Alta Capacidade em Visada Direta (HCLOS)….… 30
Figura 9 - HCLOS e Rádio NA/GCR-245 A (V)……………..…………………….…. 31
Figura 10 - Rádio HF AN/PRC-150…………………….……………………………… 32
Figura 11 - SINCGARS SIP (RT-1523 C/D) ………...…………………………….…. 32
Figura 12 - Rádio do Enhanced Position Location Reporting System
(EPRLS)……………………………………………..……………………………………. 33
Figura 13 - Rádio AN/PSC-11 – Equipamento que pode ser integrado ao
SINGARS ……………………………………………………………………………….. 33
Figura 14 - Esquema de conexão entre SC TACSAT e SINGARS………………... 34
Figura 15 - Joint Network Node – JNN………………………………………………... 35
Figura 16 - Command Post Node - CPN ……………………….……………………. 35
Figura 17 - Esquema da Rede WIN - T………………………………………………. 36
Figura 18 - Ilustração dos diversos meios de TI do PC………………………..…... 37
Figura 19 - Esquema de ocupação dos computadores e sistemas de C2 no PC... 39
Figura 20 - Interface do TIGR ……………………………………………….…..…….. 38
Figura 21 - Interface do CPOF …………..………………………………………...….. 39
Figura 22 - Interface do FBCB2……..…………………………………………………. 39
Figura 23 - Interface do C2PC..………………………………………………….……. 40
Figura 24 - Organograma da Bda Inf Mtz …………………………………….……… 45
Figura 25 - Organograma de uma Companhia de Comunicações de Brigada…… 47
Figura 26 - Esquema de sistema de instalação de linhas de campanha da
50
Brigada ……………………………………………………………………………………
Figura 27 - Rádio da série Falcon - Multibanda ………………………………..…… 51
Figura 28 - Equipamentos do Sistema de Rádio Digital Troncalizado SRDT
51
Motorola ………………………………………………………………………………..…
Figura 29 - Viaturas do MTO ……………………………………………………..…… 52
Figura 30 - Módulos da Estação SISCOMIS ………………………………………… 53
Figura 31 - Interface C2 em Combate ……………………………………………..… 54
Figura 32 - Interface Pacificador ……………………………………………………… 55
RESUMO

Este trabalho trata de uma pesquisa bibliográfica com a finalidade de estudar


como está estruturada a Arma de Comunicações, do Exército Norte-americano,
quando em apoio a uma Brigada de Infantaria, no contexto da Doutrina de Guerra
Centrada em Redes (GCR). Também foi verificado o mesmo tema, colocando em
evidência a Arma de Comunicações do Exército Brasileiro, em apoio a uma
Brigada de Infantaria. Desta feita, foram feitas comparações entre os dois casos e
buscado possíveis contribuições para a Arma de Comunicações brasileira, em
face da experiência Americana. Ao final, concluiu-se que de sistemas de
comunicações brasileiros, que hoje são prioritariamente em voz e com
equipamentos de visada direta, possam ser alterados por equipamentos,
baseados em dados, com conexões além da visada direta e dotados de
concepção nodal.

Palavras-chave: Arma de Comunicações, Exército Brasileiro, Exército Norte-


americano, Brigada de Infantaria, Guerra Centrada em Redes.
SUMMARY

This paper deals with a bibliographic research with the purpose of studying how the
U.S. Army Signal Corps is structured, when in support of an Infantry Brigade, in the
context of the Network-Centric Warfare Doctrine (NCW). The same theme was also
verified, highlighting the Brazilian Army Signal Corps, in support of an Infantry
Brigade. This time, comparisons were made between the two cases and possible
contributions were sought for the Brazilian Army Signal Corps, from the American
experience. In the end, it was concluded that, in fact, there are contributions,
especially with regard to rethinking the Brazilian Communications system base,
which today is based on voice and in Line Of Sight equipment, replacing them with
equipment data based, Beyond Line Of Sight and seted up on nodal structure.

Keywords: Signal Corps, Brazilian Army, U.S. Army, Infantry Brigade, Network-
Centric Warfare.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................... 11
1.1 PROBLEMA.................................................................................................... 12
1.2 OBJETIVOS.................................................................................................... 12
1.3 HIPÓTESE..................................................................................................... 14
1.4 VARIÁVEIS.................................................................................................... 14
1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO......................................................................... 15
1.6 RELEVÂNCIA DO ESTUDO.......................................................................... 16
2. METODOLOGIA.............................................................................................. 16
2.1 TIPO DE PESQUISA...................................................................................... 16
2.2 COLETA DE DADOS..................................................................................... 17
2.3 TRATAMENTO DE DADOS........................................................................... 17
2.4 LIMITAÇÕES DO MÉTODO.......................................................................... 17
3. A DOUTRINA DE “GUERRA CENTRADA EM REDES”................................ 18
4. ESTRUTURA DE UMA BRIGADA DE INFANTARIA NORTE-AMERICANA
(INFANTRY BRIGADE COMBAT TEAM - IBCT)................................................ 21
5. ORGANIZAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES DO “US ARMY” EM UMA 23
“IBCT”.................................................................................................................
6. PRINCIPAIS SISTEMAS E MEIOS DE COMUNICAÇÕES DO “US ARMY”,
EM APOIO A “IBCT”.................................................................................. 28
7. ANÁLISE DAS NECESSIDADES IMPOSTAS PELA DOUTRINA DE
“GUERRA CENTRADA EM REDES” COM AS POSSIBILIDADES DE APOIO 41
PELA “SIGNAL CORPS” A UMA “IBCT” .........................................................
8. ESTRUTURA DE UMA BRIGADA DE INFANTARIA BRASILEIRA E A
ORGANIZAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES DO EXÉRCITO BRASILEIRO EM 44
APOIO A ESSE ESCALÃO.................................................................................
9. PRINCIPAIS SISTEMAS E MEIOS DE COMUNICAÇÕES ADOTADOS
PELO EXÉRCITO BRASILEIRO (EB), EM APOIO A UMA BRIGADA DE 49
INFANTARIA E SUA POSSIBILIDADE DE OPERAR EM UMA GCR ..............
10. COMPARAÇÃO DO CASO NORTE-AMERICANO, NO ASSUNTO, COM
O CASO BRASILEIRO DA ARMA DE COMUNICAÇÕES ................................ 56
11. CONCLUSÃO................................................................................................ 58
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 60
10
11

1 INTRODUÇÃO

A “Guerra Centrada em Redes”, em inglês, Network-Centric Warfare (NCW)


ou Network-Centric Operations (NCO) é uma doutrina militar trabalhada pelo
Departamento de Defesa (Departament of Defense - DOD) dos Estados Unidos da
américa (EUA), desde os anos de 1990.
Segundo Wilson Clay1, essa linha de pensamento preconiza ser possível obter
vantagens militares competitivas a partir das vantagens informacionais. Esta última é
possibilitada pela tecnologia da informação (TI) associada a uma robusta rede de
computadores, geograficamente dispersa, alimentada por uma gama variada de
sensores.
Após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos da
América protagonizaram diversas operações militares de grande vulto, em um
movimento denominado “Guerra Global Contra o Terrorismo” (Global War on
Terrorism - GWOT), o qual perdura até os dias atuais.
Nesse contexto, o Exército Norte-Americano (US Army), participou ativamente
de operações de amplo espectro no Oriente Médio, sobretudo no Iraque e
Afeganistão. As ligações necessárias para o cumprimento das missões de combate
do “US Army”, nos diversos escalões, foram providas pela Arma de Comunicações
Norte-Americanas (Signal Corps), a qual empregou materiais dotados de tecnologias
de ponta e uma doutrina concebida para aquele cenário.
Ou seja, os EUA desenvolveram uma doutrina inovadora, denominada NCO,
nos anos 1990. Nos anos 2000 executaram operações militares, em âmbito global,
contra o terrorismo. No transcurso dessas manobras militares, as diversas tropas
receberam o suporte de Comunicações por meio de seu ramo especializado, a
Signal Corps. Esse conjunto de eventos levam ao questionamento de se Arma de
Comunicações do Exército Norte-Americano (US Army) possuía as capacidades
para o atendimento das metas da doutrina de “NCW”. Caso essa resposta seja
positiva, quais seriam as possíveis contribuições para a doutrina militar terrestre
brasileira.
_____________
1
Wilson Clay, no artigo “NETWORK CENTRIC OPERATIONS: BACKGROUND AND OVERSIGHT
ISSUES FOR CONGRESS faz uma abordagem das origens dos Operações Centradas em Rede,
seguido de um “sobrevoo” sobre suas peculiaridades. (CLAY, 2007).
12

Os sistemas disponíveis para o pessoal de “Signal Corps” teriam realmente a


fluidez informacional necessária, entre os escalões, para incrementar o poder de
combate dos EUA e, assim, contribuir para a doutrina militar brasileira?
Serviu de motivação para este trabalho, o fato do autor haver frequentado o
Curso Avançado de Comunicações do US Army no ano de 2012, em Fort Gordon
estado da Geórgia, EUA. Naquela ocasião, foi possível travar contato com o material
de Comunicações americano utilizado nas Guerras do Afeganistão e Iraque.
Também foram coletadas as vivências dos oficiais de Comunicações que haviam
servido nas operações no Oriente Médio.
Outra motivação, foi o trabalho exercido pelo autor como instrutor da Escola de
Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO), nos anos de 2013 a 2015, onde foi possível
aprofundar os conhecimentos da doutrina militar brasileira e compará-la com a
Norte-americana.
Esse conjunto de fatos permite, assim, definir como objeto deste Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC) a análise da estruturação da Arma de Comunicações do
Exército Norte-americano (Signal Corps), no escalão Brigada de Infantaria, no
tocante às suas possibilidades de atingirem os anseios da doutrina militar de “Guerra
Centrada em Redes” e, consequentemente, apontar possíveis contribuições para as
Comunicações da Força Terrestre brasileira.

1.1 O PROBLEMA

A forma como está estruturada a Arma de Comunicações do Exército Norte-


americano (Signal Corps), no escalão Brigada de Infantaria, teria a possibilidade de
atingir os anseios da doutrina militar de “Guerra Centrada em Redes” (GCR) e com
isso, contribuir como o desenvolvimento de um novo modelo para aplicação no
Sistema Tático de Comunicações de Brigada (SISTAC/Bda) do Exército Brasileiro
(EB)?

1.2 OBJETIVOS

Verificar se a estrutura da Arma de Comunicações do Exército Norte-americano


(Signal Corps), no escalão Brigada de Infantaria tem a possibilidade de atingir os
13

objetivos desejados pela doutrina militar de “Guerra Centrada em Redes” e,


consequentemente, contribuir com aperfeiçoamentos para o SISTAC/Bda do EB.

1.2.1 Objetivo Geral

Verificar se a organização da Arma de Comunicações do Exército Norte-


americano (Signal Corps), no escalão Brigada de Infantaria, tem a possibilidade de
atingir os objetivos desejados pela doutrina militar de “Guerra Centrada em Redes”
e, a partir desta experiência, contribuir para o SISTAC/Bda do EB.

1.2.2 Objetivos Específicos

Com a finalidade de permitir a conquista do objetivo deste trabalho num


desenvolvimento lógico, coerente e progressivo, foram levantados os seguintes
objetivos específicos:

a) Apresentar, suscintamente, a doutrina de “Guerra Centrada em Redes”.

b) Apresentar a estrutura de uma Brigada de Infantaria Norte-americana

(Infantry Brigade Combat Team - IBCT).

c) Apresentar a organização das Comunicações do US Army (Signal Corps)

na estrutura de uma “IBCT”.

d) Identificar os principais sistemas e meios de Comunicações do US Army,

em apoio a “IBCT”.

e) Confrontar as necessidades impostas pela doutrina de “Guerra Centrada

em Redes” com as possibilidades de apoio da “Signal Corps” a uma

“IBCT”.

f) Apresentar, sucintamente, a estrutura de uma Brigada de Infantaria

Brasileira e SISTAC em apoio a essa Bda.


14

g) Identificar os principais sistemas e meios de Comunicações adotados pelo

Exército Brasileiro (EB), em apoio a uma Brigada de Infantaria e verificar

sua capacidade de operar em uma Guerra Centrada em Rede (GCR).

h) Comparar o caso Norte-americano, no assunto, com o caso brasileiro da

Arma de Comunicações.

1.3 HIPÓTESE

As possibilidades organizacionais e doutrinais de Comunicações do Exército


Norte-americano, no contexto da guerra centrada em redes, podem contribuir com a
doutrina de Comunicações empregada pelo Exército Brasileiro.

1.4 VARIÁVEIS

Em alinhamento com o tema, as variáveis independentes a serem investigadas


devem ser os fatores que influenciam ou afetam a variável dependente, são
condição ou causa para um determinado efeito ou consequência (MARCONI e
LAKATOS 2010, p. 138). Diante da apreciação de tal conceito, definiu-se como
variável independente as possibilidades organizacionais e doutrinais de
Comunicações do Exército Norte-americano, no contexto da guerra centrada em
redes.
Por sua vez, a variável dependente é o palco dos fenômenos que se desejam
descobrir, em virtude de serem influenciados pelas variáveis independentes. Os
fenômenos a serem levantados poderão encontrar terreno para contribuição na
doutrina militar brasileira. Desta forma, as variáveis são apresentadas da seguinte
maneira:

Variáveis independentes Variável dependente


Guerra centrada em redes
A doutrina militar de Comunicações no
As possibilidades organizacionais e
doutrinais de Comunicações do Exército Exército Brasileiro
Norte-americano
Quadro 1 – Definição conceitual de variáveis
Fonte: o autor.
15

1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

A estrutura do Exército Norte-americano é gigantesca e reúne escalões amplos


e complexos. O site oficial do Exército Norte-americano (US Army) apresenta uma
concepção que oferece uma ideia de quão complexa é sua estrutura operacional:

... O Exército operacional consiste em numerosos Exércitos, Corpos,


Divisões, Brigadas e Batalhões que conduzem operações de amplo
espectro em todo o mundo [...] (tradução do autor), (USA, 2020,
https://www.army.mil/organization/ acessado em 10 de março de 2020 às
18:15 hs).

A fim de permitir uma abordagem exequível, com profundidade adequada e


coerente com a proposta deste trabalho acadêmico, a pesquisa enfocará no escalão
Brigada (Brigade Combat Team - BCT). A escolha justifica-se, pois, este é, o
módulo básico de combate do “U.S. Army”, uma vez que reúne as unidades de
combate e apoio necessárias para operar de forma independente, constituindo uma
amostra substancial da Força Terrestre americana, conforme preconiza o manual de
Brigadas dos EUA:
... A Brigada é o principal elemento de armas combinadas do Exército,
constitui uma força de combate aproximado. As Brigadas geralmente
operam como parte de uma Divisão ou Força Combinada. A Divisão ou
Força Combinada atua como uma sede tática que pode controlar até seis
Brigadas em operações de combate de alta ou média intensidade. [...]
(tradução do autor), (USA, 2015, FM 3-96 - Brigade Combat Team. Pag 1-
1).

As Brigadas dos EUA, conforme o manual FM 3-96 - Brigade Combat Team,


são classificadas em de: Infantaria, Mecanizada e Blindada. No caso do presente
estudo, ele se limitará às Brigada de Infantaria, pois possui uma estrutura mais
generalista, permitindo uma boa amostragem do Exército dos EUA.
Ao mesmo tempo, serão discriminados apenas os sistemas de Comunicações
mais comumente adotados pelo “US Army”, particularmente, Rádio, Microondas e
Satelitais, pois, são os mais abordados no Curso Avançado de Comunicações dos
EUA (Signals Advanced Course) e no manual Norte-americano “Apoio de
Comunicações às Operações” FM 6-02. Dessa forma, constituindo melhores fontes
de estudo.
16

1.6 RELEVÂNCIA DO ESTUDO

O presente estudo justifica-se, pois, o Curso de Comando e Estado-Maior


(CCEM) da Escola de Comando e Estado-Maior o Exército (ECEME), trabalha
profundamente a doutrina militar brasileira, a qual é frequentemente revisada,
visando manter-se atualizada e eficaz.
Nesse sentido, conhecer as capacidades e doutrinas de forças militares
recentemente empregadas em combate, principalmente a Norte-americana, permite
alimentar a doutrina nacional com experiências reais que favorecem sua evolução
constante.

2 METODOLOGIA

Nessa seção é apresentada a metodologia que será utilizada para desenvolver


o trabalho, evidenciando-se os seguintes tópicos: tipo de pesquisa, coleta de dados,
tratamento de dados e limitações do método.

2.1 TIPO DE PESQUISA

O presente trabalho seguirá a taxionomia apresentada por Vergara (2008) para


delinear o tipo de pesquisa a ser executada e suas adequações aos objetivos
propostos. Após o estudo inicial e considerando os pressupostos citados, esta pesquisa
terá uma abordagem do tipo qualitativa, descritiva, explicativa e bibliográfica.
A pesquisa é qualitativa, visto que requer procura de fontes de informações mais
profundas, cuja seleção contempla a subjetividade, mas que permitam entender as
capacidades e doutrina de Comunicações dos EUA. Descritiva porque pretende
evidenciar caraterísticas dos fenômenos em pauta, visando definir as suas naturezas e
estabelecer correlações entre as mesmas. A pesquisa descritiva servirá de base para a
pesquisa explicativa, que tentará tornar o conhecimento da estrutura das Comunicações
Norte-americanas inteligíveis, facilitando o esclarecimento de como suas relações
influenciam na Guerra em redes e, consequentemente, como poderão contribuir para a
Doutrina militar brasileira. Bibliográfica porque terá sua fundamentação teórico-
17

metodológica baseada na investigação de manuais, artigos, relatórios, jornais, revistas


e redes eletrônicas de acesso livre ao público em geral.

2.2 COLETA DE DADOS

Esta pesquisa obterá os meios de informação utilizando pesquisa bibliográfica


de literatura (manuais, artigos, relatórios, jornais, revistas e redes eletrônicas) de
fontes confiáveis e com dados pertinentes aos propostos no referencial teórico.
Nesta oportunidade, será feita a seleção da documentação que será utilizada para
atingir os objetivos do trabalho. As conclusões decorrentes desta pesquisa
permitirão conhecer as contribuições para a Doutrina militar brasileira.

2.3 TRATAMENTO DOS DADOS

Por se tratar de uma pesquisa qualitativa, na qual fica evidenciada a procura


subjetiva de fontes de informação, desde as rasas até as mais profundas, o tratamento
dos dados se dará de forma não estatística. Em decorrência, serão empregadas as
técnicas de análise de conteúdo e o método comparativo. A análise de conteúdo
permitirá obter significados apurados do conhecimento levantado. O estudo comparativo
irá destacar similaridades entre a doutrina militar Norte-americana e a Brasileira.

2.4 LIMITAÇÕES DO MÉTODO

O método escolhido possui limitações, haja vista que por se tratar de uma
pesquisa bibliográfica, estará limitada às consultas realizadas pelo autor, que
buscará a maior variação possível. Entende-se como de extrema importância a
seleção criteriosa das fontes a serem utilizadas no trabalho, a fim de se evitar que a
análise subjetiva seja tendenciosa. Enfim, a metodologia utilizada buscará evidenciar
de forma objetiva e clara os seus tipos, tratamento de dados e as limitações dos
métodos elencados. Com isso, acredita-se que a metodologia escolhida será
permitirá alcançar com sucesso o objetivo final desta pesquisa.
18

3 A DOUTRINA DE “GUERRA CENTRADA EM REDES”

O termo “Guerra Centrada em Redes” (GCR) pode ser entendido como um


conceito, um entendimento estratégico-militar que serve de base para uma doutrina
bélica. Conforme definido no Manual MD31-M-03 - DOUTRINA PARA O SISTEMA
MILITAR DE COMANDO E CONTROLE, a “Guerra Centrada em Redes é:

“...uma forma de atuar na guerra com a visão específica oriunda da


era da informação. Caracteriza-se pelo estabelecimento de um ambiente de
compartilhamento da consciência situacional, de modo a contribuir para a
obtenção da Superioridade de Informação e da iniciativa, mesmo que as
peças de manobra estejam dispersas geograficamente. ” (BRASIL, 2015).

O manual EB70-MC-10.241 - AS COMUNICAÇÕES NA FORÇA TERRESTRE,


por seu turno, explica que este conceito:

“...é um fator que busca facilitar a tomada de decisão dos comandantes


táticos, desde as pequenas frações até os grandes comandos operativos da
F Ter.” (BRASIL, 2018).

As primeiras referências, ao termo em tela, surgiram ainda nos anos 1990, em


textos publicados por militares Norte-americanos2. Estes artigos discorrem sobre a
evolução da necessidade de ligação no contexto das operações militares e os
reflexos advindos da Internet no mundo dos negócios e no campo militar.
Na Europa, o Coronel António Luís Beja Eugénio, do Exército Português 3, cita
estudos que apontam que:

“...a superioridade “informacional (tal como antes as outras


superioridades…terrestres, navais, aéreas) permitia alcançar os novos
desideratos, nomeadamente, a Manobra Dominante, o Envolvimento
Preciso, a Logística Focada e a Protecção Total”. (REVISTA MILITAR,
2008).

Ou seja, a vantagem informacional passa a ser vista como elemento decisivo


para o combate, a qual coloca os Comandantes em posição vantajosa sobre o
inimigo, no tocante a conquista dos objetivos militares desejados.
_____________
2
“NETWORK-CENTRIC WARFARE: ITS ORIGIN AND FUTURE” (CEBROWSKI, ARTHUR K - VICE
ALMIRANTE DA MARINHA DOS EUA (US NAVY) e GARSTKA, JOHN J., 1998).
_____________
3
“A GUERRA CENTRADA EM REDE: UM BREVE BALANÇO, DEZ ANOS DEPOIS” - Revista Militar
(EUGÉNIO, 2008)
19

Abaixo, é possível enxergar uma representação teórica do que seria a


concepção de GCR:

Figura 1 – Networkcentric Operations and Effects Based Warfare Simulation


Fonte: https://es.wikipedia.org/wiki/Guerra_centrada_en_redes

Contudo, é importante salientar que a tecnologia não mudou a natureza da


guerra, conforme é descrito no Manual MD31-M-03 - DOUTRINA PARA O SISTEMA
MILITAR DE COMANDO E CONTROLE:

“...A GCR não mudará a essência da guerra e não substituirá a força


militar em si. O efeito desejado é o incremento relativo do poder de
combate (grifo do autor) em relação ao oponente, aumentando a rapidez
nas decisões e na identificação de alvos, a precisão das armas e a
letalidade dos ataques. ” (BRASIL, 2015).

Isso quer dizer que, a tecnologia por si só não mudou nada, mas, ela
incrementou as capacidades existentes, aumentando as chances de vitória sobre o
inimigo.
Para melhor entendimento, o manual citado anteriormente, define 3 domínios
para a GCR, a saber: Físico, da Informação e Cognitivo.
Para melhor entendimento, é importante saber que o Domínio Físico:

“...é representado pelo ambiente onde ocorrerá o conflito, no qual as


forças buscarão exercer influência e onde ocorrerão as ações de ataque e
defesa nos ambientes naval, terrestre, aeroespacial e cibernético. Nesse
domínio, residem as plataformas de combate e as redes que as
interconectam. ” (BRASIL, 2015).

Já o Domínio da Informação:

“... É onde a informação propriamente dita será criada, manipulada e


compartilhada. Permite o fluxo de informações entre combatentes e entre as
forças empregadas nas operações, transmitindo as intenções do
comandante” (BRASIL, 2015).
20

Por sua vez o Domínio cognitivo:

“...se encontra nas mentes das pessoas, abrangendo a percepção, a


consciência, os entendimentos, as crenças e valores e, também, como
resultado do raciocínio, as decisões” (BRASIL, 2015).

A figura abaixo ilustra a junção desses 3 domínios:

Figura 2 – Domínios da GCR


Fonte: MD31-M-03 - DOUTRINA PARA O SISTEMA MILITAR DE COMANDO E
CONTROLE. Pag 42/46

Ou seja, existe uma tríade que envolve as tropas e equipamentos fisicamente


desdobrados; os dados que precisam fluir e serem gerenciados e o material humano
que precisa compreender a informação que trafega e utiliza-la da melhor maneira
possível.
O produto final disso tudo será a ampliação do poder de coordenar forças em
combate, como o próprio manual do MD especifica:

“...A GCR proporciona a ampliação da capacidade de C² (grifo do autor),


por meio da interação das capacidades específicas dos três domínios
apresentados, o que facilita a coordenação das forças em presença
(grifo do autor)” (BRASIL, 2015).

Portanto, da análise dos diversos conceitos apresentados, depreende-se que a


“Guerra Centrada em Redes” (GCR), consiste da ideia de desdobrar, em máxima
amplitude, tropas dotadas de meios de comunicações e sensores para que
transmitam de maneira veloz, informações robustas e confiáveis. Estas alimentarão
21

os Comandantes nos diversos níveis, os quais devem avaliar os cenários


amparados por um quadro informacional amplo do oponente, garantindo decisões
acertadas em uma eficácia superior à do inimigo.

4 ESTRUTURA DE UMA BRIGADA DE INFANTARIA NORTE-AMERICANA


(INFANTRY BRIGADE COMBAT TEAM - IBCT)

Conforme explanado na introdução deste trabalho, a Brigada Norte-americana


(BCT) é o principal elemento de armas combinadas do Exército. Usualmente elas
operam como parte de uma Divisão ou Força Combinada as quais podem contar
com até seis Brigadas em operações de combate de alta ou média intensidade.
Elas possuem uma estrutura constituída de uma gama de elementos que
trabalham de forma conjunta, conforme descreve o manual FM 3-96 - Brigade
Combat Team:
... Todos as BCTs incluem elementos de Manobra; Artilharia de Campanha;
Inteligência; Comunicações; Engenharia; Defesa Química, Biológica,
Radiológica e Nuclear (DQBRN) e Manutenção. O escalão superior pode
aumentar o poder de combate das BCTs para o cumprimento de missões
específicas. O aumento pode incluir Aviação, Blindados, Infantaria, Artilharia
de Campanha, Defesa Aérea, Polícia do Exército, Assuntos Civis,
Elementos de apoio à informação, Engenheiros, DQBRN e Sistemas de
Informação. A flexibilidade organizacional permite que o BCT cumpra
missões no amplo espectro das Operações Militares. [...] (tradução do
autor), (USA, 2015, FM 3-96 - Brigade Combat Team. Pag 1-1).

O FM 3-96 classifica as Brigadas dos EUA em 3 (três) tipos: INFANTRY


BRIGADE COMBAT TEAM (Brigada de Infantaria), STRIKER BRIGADE COMBAT
TEAM (Brigada Mecanizada) e ARMORED BRIGADE COMBAT TEAM (Brigada
Blindada). A INFANTRY BRIGADE COMBAT TEAM (IBCT) possui uma estrutura
genérica, fornecendo uma boa amostra do US Army, motivo pelo qual este trabalho
se limitará a ela em sua análise.

O manual FM 3-96 - Brigade Combat Team prevê que ela pode atuar em
operações terrestres, anfíbias e aeromóveis entre outras. Também estabelece como
missão da IBCT:
... estabelecer o contato com o inimigo utilizando o fogo e movimento para
destruir ou capturar forças inimigas, ou repelir ataques inimigos pelo fogo,
combate aproximado e contra-ataque.. [...] (tradução do autor), (USA,
2015, FM 3-96 - Brigade Combat Team. Pag 1-2).
22

Para tanto, o manual divide a Brigada em Unidades Militares conforme o


organograma abaixo:

Figura 3 – INFANTRY BRIGADE COMBAT TEAM (IBCT)


Fonte: FM 3-96 - Brigade Combat Team. Pag 1-2

O organograma detalha que uma IBCT, seguindo da esquerda para a direita,


possui:

a) 1 (uma) Companhia de Comando e Apoio da Brigada, constituindo-se a


tropa de apoio ao Quartel-General (QG).
b) 3 (três) Batalhões de Infantaria. Cada um formado por 1 (uma)
Companhia de Comando, 3 (três) Companhias de Fuzileiros e 1 (uma) Companhia
23

de Armas de Apoio, constituindo-se assim, o principal elemento de manobra da


Brigada.
c) 1 (um) Grupo de Artilharia de Campanha a 4 (quatro) Baterias.
Constituído de 1 (uma) Bateria de Comando e Apoio, 2 (duas) Baterias de 105mm
(apenas uma se for paraquedista) e 1 (uma) Bateria de 155mm. Também possui 1
(um) Pelotão de Busca de Alvos, constituindo-se o principal elemento de apoio de
fogos da IBCT.
d) 1 Esquadrão de Cavalaria (Nível Batalhão). Formado por 1 (uma)
Companhia de Comando e 2 Apoio, 2 (duas) Companhias de reconhecimento sobre
rodas e 1 (uma) Companhia de reconhecimento a pé, assim, constituindo a Unidade
de reconhecimento da Brigada.
e) 1 (um) Batalhão de Engenharia. Formado por 1 (uma) Companhia de
Comando e apoio, 2 (duas) Companhias de Engenharia, 1 (uma) Companhia de
Comunicações e 1 (uma) Companhia de Inteligência, constituindo-se a Unidade de
apoio ao combate da Brigada.
f) 1 (um) Batalhão de Suprimento e Manutenção. Formado por 1 (uma)
Companhia de Comando e apoio, 1 (uma) Companhia de Suprimento, 1 (uma)
Companhia de Manutenção, 1 (uma) Companhia de Saúde e 6 (seis) Companhias
de Apoio Avançado, configurando-se como a tropa de suporte logístico da Brigada.

Em suma, a IBCT é constituída de elementos de Manobra, Fogos, Logísticos e


Apoio ao combate o que lhe garante sua autonomia para cumprir suas missões no
amplo espectro das operações. Essa estrutura, sinaliza a necessidade de uma
sinergia que deve ser favorecida pela estrutura de Comando e controle a qual será
vista a seguir.

5 ORGANIZAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES DO “US ARMY” EM UMA “IBCT”

Conforme explanado no capítulo anterior, a IBCT possui uma fração de


Comunicações, no valor Companhia (Signal Company). Esta está inserida dentro de
um Batalhão de Engenharia (Brigade Engineer Battalion - BEB).
24

O manual FM 3-96 - Brigade Combat Team designa uma missão específica à


Signal Company:
... conectar a Brigada à Rede de Informações do Departamento de Defesa
[...] (tradução do autor), (USA, 2015, FM 3-96 - Brigade Combat Team.
Pag 1-6).

A Rede de Informações do Departamento de Defesa, em Inglês, Department of


Defense Information Networks (DODIN), consiste de uma infraestrutura global que
abarca o Departamento de Defesa dos EUA, a Segurança Nacional, informações
públicas de inteligência e Inteligência4.

Também o FM 6-02 SIGNAL SUPPORT TO OPERATIONS explicita que a


Companhia de Comunicações:
... instala, explora, mantém e assegura o funcionamento das redes
orgânicas da Brigada, dos sistemas automatizados de informação e das
redes para dar suporte às operações do Posto de Comando nas situações
estáticas e em movimento. A Companhia emprega seus pelotões e equipes
em toda a área de operações da Brigada. [...] (tradução do autor), (USA,
2015, FM 6-02 SIGNAL SUPPORT TO OPERATIONS. Pag 2-7).

Isso significa que a Companhia de Comunicações da IBCT tem a missão de


integrar toda a Brigada à gigantesca rede de informações do Sistema de Defesa
Norte-americano.
Para tanto, ela é organizada da seguinte forma, conforme os manuais FM 3-96
- Brigade Combat Team e FM 6-02.43 Signal Soldier’s Guide:

_____________
4
Congressional Research Service, 14 de janeiro de 2020, linha 7, disponível em
https://fas.org/sgp/crs/natsec/IF10537.pdf.
25

Figura 4– Estrutura da organizacional da “Signal Company”


Fonte: FM 6-02.43- Signal Soldier’s Guide. Pag 1-13

a) 1 (um) Pelotão de Comando e Apoio (Headquarters and Network


Support Platoon).
Segundo o FM 6-02.43 Signal Soldier’s Guide, esta fração é subdividida em
Seção de Comando (Company Headquarters), Equipe de Extensão de Rede
(Wireless Network Extension Team) e Equipe de Apoio ao Posto de Comando (Small
Command Post Support Team).
A Seção de Comando tem a missão de prover Comando e Controle, Logística
e Apoio administrativo à Subunidade, além de coordenar o apoio de manutenção
dos sistemas de Comunicações e Eletrônica.
A Equipe de extensão de rede tem a missão de prover ligações entre os
outros Postos de Comando, por meio de sistemas “Além da Linha de Visada”
(Beyond Line of Sight - BLOS).
A Equipe de Apoio ao Posto de Comando tem a incumbência de prover
ligações por meio de sistemas “Além da Linha de Visada” e apoio de rede
informatizada local ao Posto de Comando Tático e a outros nós de Comando e
Controle.

b) 2 (dois) Pelotões de Extensão de Rede (Network extension platoons)


26

Um dos Pelotões de Extensão de Rede fica junto ao Posto de Comando


Principal da IBCT e outro junto ao Posto de Comando Tático da Brigada. Os
elementos da Brigada se valem de softwares de Comando e Controle e
equipamentos de informática para colaborar, decidir e conduzir as operações, por
meio dos dados providos pela Companhia. Ambos pelotões, possuem a mesma
organização.
O manual referenciado acima, explica que cada pelotão é dividido em Seção
de Rede Nodal Conjunta (Joint Network Node Team - JNN Section) e Seção de
Extensão de rede (Wireless Network Extension).
A Seção de Rede Nodal Conjunta (Joint Network Node Team - JNN Section)
tem a tarefa de prover serviços de voz, vídeo e dados ao Posto de Comando
Principal e Tático, por meio de equipamentos em “Linha de Visada” (Line of Sight -
LOS) e “Além da Linha de Visada” (BLOS).
A referida seção é subdivida em:
1) Turma de Rede Nodal Conjunta (Joint Network Node Team - JNN
Team). Esta equipe fornece comutação, via satélite, para emissão e recepção de
pacotes de dados dos Postos de Comando Principal e Tático.
2) Turma de Link de Alta Capacidade em Visada Direta (High-Capacity
Line of Sight - HCLOS). Esta fração provê conexões por sistema em Linha de
Visada, via micro-ondas, aos Postos de Comando do Escalão Superior, outras
Brigadas, Unidades Subordinadas ou tropas adjacentes.
3) Turma do Terminal Tático Móvel Seguro Confiável e Anti-
interferência (Secure Mobile Anti-Jam Reliable Tactical Terminal - SMART-T), a
qual provê ligações “BLOS”, via satélite, entre a Brigada e o Escalão Superior e
entre Postos de Comando adjacentes.

A Seção de Extensão de rede (Wireless Network Extension) provê aumento


do alcance das redes sem fio, aumentando a extensão de atuação do Comando da
Brigada.
A referida tropa é escalonada em:
1) Equipe de extensão de rede, a qual tem a missão de prover a
extensão da rede em Frequência Modulada (FM), por meio de repetidoras. Esta
27

fração garante que as Redes Rádio de Combate (Combat Net Radios - CNR),
possuam a capacidade de ligação aumentada.
2) Equipe de gerenciamento do Sistema Aprimorado de Relatórios de
Localização de Posições (Enhanced Position Location Reporting System Network -
EPRLS). Esta tropa gerencia o sistema de localização das tropas desdobradas no
terreno. Esta equipe mobilia apenas as Brigadas da 4ª Infantaria Divisionária e da 1ª
Cavalaria Divisionária.
3) Equipe do Gateway do Sistema Aprimorado de Relatórios de
Localização de Posições (Enhanced Position Location Reporting System Network -
EPRLS). Esta fração cuida do Gateway que roteia os dados do sistema de
localização das tropas desdobradas em operações. Esta equipe mobilia apenas as
Brigadas da 4ª Infantaria Divisionária e da 1ª Cavalaria Divisionária.

A figura abaixo revela o efetivo e o material que acompanha cada equipe


descrita acima:

Figura 5– Distribuição de pessoal e equipamentos da “Signal Company”


Fonte: Apresentação de Mr. Dwayne T. Williams, Fort Gordon 2014
28

Em resumo, a Companhia de Comunicações orgânica de uma “IBCT” é


constituída de tropas que garantem o apoio de comunicações em toda a extensão
da área de Operações da Brigada, seja durante os altos ou em movimento. Também
ela possui capacidades de desdobrar equipamentos que não se limitam às
distâncias usuais dos sistemas em visada direta, garantindo possibilidades de
elevada ramificação de suas redes.

6 PRINCIPAIS SISTEMAS E MEIOS DE COMUNICAÇÕES DO “US ARMY”, EM


APOIO A “IBCT”

Conforme tratado nos capítulos anteriores a Arma do Exército Estadunidense


(branch) responsável por estabelecer as ligações entre as tropas desdobradas no
terreno e gerenciar as informações no campo de batalha é a “Signal Corps”,
conforme cita o Manual do US Army FM 6-02:

“...O pessoal e as unidades de Comunicações, em todos os escalões,


fornecem e protegem os sistemas de Comunicações em rede para apoiar os
Comandantes, de forma que estes possam exercer o Comando e Controle e
se integrar às Funções de Combate em toda o espectro de Operações
militares”. (tradução do autor), (EUA, FM 6-02, 2019).

No que tange ao apoio de uma Brigada de Infantaria Norte-americana “IBCT”, é


possível depreender, da leitura do manual citado acima e das ilustrações inseridas,
que a “Signal Corps” pode desdobrar os sistemas de:

1) Redes em linha de visada;


2) Redes rádio;
3) Rede de Comunicações satelitais;
4) Rede de TI local para apoio ao PC; e
5) Softwares de Comando e Controle.

Esses sistemas seguem o escalonamento Doutrinal do manual “Apoio de


comunicações às Operações” FM 6-02. Estes buscam conectar desde os elementos
internos do pelotão, passando pelas Companhias e Postos de Comando dos
Batalhões de forma integrada, conforme mostrado na figura abaixo:
29
Lower Echelon C2
Network Architecture
EBC

LAN USMTF
VMF Source
Dest. BDE
EPLRS
BDE BDE INC R TOC
C2
CSMA
EPLRS
C2 INC R
BN Multicast LAN BN
Messages USMTF
TOC
VMF
Dest. Dest.
BN EBC
C2
EPLRS
VMF CSMA VMF
Dest. Switched
Dest.
FBCB2 Virtual
CO Traffic Circuit
(SVCs)

PLT VMF
Source
EPLRS
INC
APPLIQUE
SINCGARS
INC Handset
SIP Net SINCGARS
APPLIQUE Voice/
Data
Handset
SINCGARS

Figura 6 – Estrutura de redes nos escalões Bda e inferiores


Fonte: Material do Signal Advanced Course (autor)

Figura 7 – Ligações da Rede Nodal Conjunta (JNN)


Fonte: Material do Signal Advanced Course (autor)
30

Essa concepção de apoio de Comunicações exige que suas frações sejam


dotadas dos mesmos equipamentos (com pequenas exceções) conforme observado
por este autor na ocasião que realizou o Curso Avançado de Comunicações no
EUA, garantindo sua interoperabilidade. Estes sistemas conectam seus usuários por
meios dos equipamentos e softwares descritos a seguir, conforme previsto nos
manuais Tactical Radio Operations - FM 6-02.53 e Signal Soldier’s Guide - FM 6-
02.43:
1) Redes em linha de visada
Utiliza os equipamentos de (High-Capacity Line of Sight - HCLOS). Consiste de
rádios, de micro-ondas, com elevada capacidade transmissão de Dados (atualmente
a empresa Harris já disponibiliza placas que permitem alcançar até 428 Mbps de
Ethernet). Em geral, é desdobrado nos Postos de Comando (PC) a partir do escalão
Batalhão.
Admite os conjuntos de equipamentos AN/TRC-190(V)3 e AN/TRC-190(V)1. O
primeiro possui 3 (três) rádios digitais em full duplex AN/GRC-245 HCLOS e pode
ser associado a um JNN, já o segundo, possui apenas um rádio de HCLOS e é
desdobrado apenas em Unidades que possuam o nó satelital de Posto de Comando
(Command Post Node - CPN).

Figura 8 – Conjunto do Link de Alta Capacidade em Visada Direta (HCLOS)


Fonte: https://slideplayer.com/slide/13043680/
31

Figura 9 – HCLOS e Rádio NA/GCR-245 A (V)


Fonte: https://www.yumpu.com/en/document/view/39388566/an-grc-245av-hclosa-radio-
ultra-tcs

2) Redes Rádio de Campanha


As redes rádios são denominadas como “Combat Net Radios” (CNR). Elas são
formadas por variados modelos de equipamentos que podem operar em HF, VHF,
UHF e Monocanal Tático via Satélite. Sua velocidade de dados é limitada, mesmo
nos canais satelitais ela trabalha a 64 Kbps. Seu alcance pode ser aumentado pelas
turmas de repetidoras, orgânicas da Companhia de Comunicações da IBCT. Por
esse motivo, seu papel primário é a transmissão via voz, somente transmitindo
dados caso não exista outro meio disponível. São desdobrados em todos os
escalões da “IBCT”, tendo uso priorizado nos pequenos escalões, sobretudo em
movimento.
Quanto às redes em HF o FM 6-02.53 aponta que elas devem trabalhar em
modo “ALE” para conectar-se com outra estação de forma automática. Também
ressalta a escolha da melhor frequência e o uso da antena mais adequada. Entre
os principais rádios estão o HF AN/PRC-150.
32

Figura 10 – Rádio HF AN/PRC-150


Fonte: FM 6-02.53 – Tactical Radio Operations

No tocante às redes em VHF a prioridade é o uso de equipamentos da


família “SINGARS”. SINGARS é o acrônimo de SINGLE-CHANNEL GROUND
AND AIRBORNE RADIO SYSTEM, em tradução do autor, Sistema de Rádio
Monocanal para Tropas de Solo e Paraquedista. Este sistema garante uma
elevada interoperabilidade entre os rádios das Forças Armadas dos EUA e até
entre Forças da OTAN.
Pode transmitir voz e dados sendo transportado nas costas (Manpack) ou
viatura. Admite amplificadores e uso de repetidoras. Independente do modelo ou
fabricante. Sua maior virtude é a interoperabilidade.

Figura 11 – SINCGARS SIP (RT-1523 C/D)


Fonte: FM 6-02.53 – Tactical Radio Operations
33

Quanto aos rádios em UHF seu maior uso vem sendo nas operações
urbanas. Admites diversos tipos de modelos entre eles estão o Enhanced Position
Location Reporting System Network (EPRLS), Near Term Digital Radio (NTDR),
Multifunctional Information Distribution System (MIDS) e o Joint Tactical
Information Distribution System (JTIDS).

Figura 12 – Rádio do Enhanced Position Location Reporting System (EPRLS)


Fonte: FM 6-02.53 – Tactical Radio Operations

No que tange à rede de Monocanal Tático via Satélite (SINGLE-CHANNEL


TACTICAL SATELLITE - SC TACSAT), ela constitui-se em um sistema de
transmissão de voz e dados em banda larga e estreita, podendo conectar-se a
qualquer ponto do Exército dos EUA.
Os sistemas mais adotados são: AN/PSC-5 (Spitfire), AN/PSC-5I (Shadowfire),
AN/PSC-5D (multibanda/multimodo) e AN/PRC-117F SC, entre outros.

Figura 13 – Rádio AN/PSC-11 – Equipamento que pode ser integrado ao SINGARS


Fonte: FM 6-02.53 – Tactical Radio Operations
34

Figura 14 – Esquema de conexão entre SC TACSAT e SINGARS


Fonte: FM 6-02.53 – Tactical Radio Operations

Também podem ser adotados outros rádios, inclusive civis, contudo, não serão
descritos, pois, seu uso é muito particularizado e não prioritário e foge ao escopo
deste trabalho.

3) Rede de Comunicações satelitais


As redes satelitais constituem a base das Comunicações Norte-americanas.
Elas permitiram a transformação do “US Army” em uma Força modular, plenamente
adaptada ao Amplo Espectro das Operações, sejam elas, lineares ou não. Esses
meios são desdobrados a partir do escalão Batalhão, contudo, podem também
operar em escalões inferiores.
Seus principais equipamentos são o Nó da Rede Conjunta (Joint Network Node
– JNN) e o Nó Satelital de Posto de Comando (Command Post Node - CPN).
O Nó da Rede Conjunta (Joint Network Node – JNN) é um conjunto de
equipamentos satelitais, com capacidade de prover serviços de VOIP e transmissão
de pacotes de dados, acoplados a um Shelter Operacional. Ele possui uma antena
parabólica de 2,4 m a qual transmite pela Banda Ku informações multiplexados por
FDMA ou TDMA. Seu gateway permite a conexão com as redes rádios e
equipamentos HCLOS.
35

Figura 15 – Joint Network Node – JNN


Fonte: WIN - T (COMMANDER’S HANDBOOK). 2016

Com isso, ele consegue conectar todas as Comunicações da Brigada às redes


operacionais seguras e não seguras do sistema de defesa (denominadas SIPRNET
e NIPRNET) para executar transmissões de arquivos, serviços de telefonia por IP e
Vídeo conferência, entre outros.
O Nó Satelital de Posto de Comando (Command Post Node - CPN), é um
equipamento muito semelhante ao JNN. Desdobrado nos Batalhões, principalmente,
ele se constitui de um conjunto de terminais embarcados em viatura com uma
antena de 2,4 m transportável.

Figura 16 – Command Post Node - CPN


Fonte: WIN - T (COMMANDER’S HANDBOOK). 2016
36

Sua interface permite se conectar com outros sistemas em linha de visada. Sua
transmissão é por banda Ku por multiplexação FDMA ou TDMA. Possui limitada
banda de dados (4 Mbps) e oferece serviços de transmissão de pacotes e VOIP,
conectando os Batalhões à “IBCT”.
É importante frisar que ambos equipamentos permitem sua integração a uma
rede gigantesca denominada Warfighter Information Network-Tactical WIN-T, Rede
Tática de Informações Operacionais, em tradução do autor. Esta rede consiste de
uma malha mundial formada por estações satelitais operacionais transportáveis,
móveis ou fixas, exclusivas do Departamento de Defesa dos EUA. Elas permitem o
fluxo informacional desde os menores escalões até os mais elevados escalões
decisórios, garantindo elevada consciência situacional.

Figura 17 – Esquema da Rede WIN - T (


Fonte: WIN - T (COMMANDER’S HANDBOOK). 2016

4) Rede de TI local para apoio ao PC


Os Postos de Comando são organizados de forma modular. As diversas
seções são dotadas de equipamentos de informática para o fluxo dos dados
operacionais. Estes computadores são interligados por meio de servidores internos,
37

gateways, fibra ótica e cabos de rede, garantindo total interconectividade física e


virtual bem como o gerenciamento das mensagens e arquivos.

Figura 18 – Ilustração dos diversos meios de TI do PC


Fonte: Material do Signal Advanced Course (autor)

Figura 19 – Esquema de ocupação dos computadores e sistemas de C2 no PC


Fonte: Material do Signal Advanced Course (autor)
38

5) Softwares de Comando e Controle


O U.S. Army utiliza vários softwares de Comando e Controle para apoiar
diferentes sistemas. Todos estão interligados por Gateways às redes citadas
anteriormente, garantindo o fluxo seguro e dinâmico das informações. Entre os
principais estão: TIGR, CPOF, FBCB2 e C2PC.
O Tactical Ground Reporting System (TIGR), é um sistema que permite que as
tropas em solo, principalmente Companhias e inferiores, possam reportar
informações como localização, vídeos e documentos digitalizados entre outros.

Figura 20 – Interface do TIGR


Fonte: Material do Signal Advanced Course (autor)

O Command Post of the Future (CPOF), é um software de Comando e Controle


que permite que se possa visualizar o campo de batalha e planejar missões por
meio de recursos e eventos críticos. Os diversos escalões e participantes podem ter
a consciência situacional garantida de forma rápida.
39

Figura 21 – Interface do CPOF


Fonte: Material do Signal Advanced Course (autor)

O Force XXI Battle Command Brigade and Below (FBCB2) consiste de uma
plataforma de Comando e Controle baseada em Linux. Ela foi concebida para que
os comandantes possam rastrear suas Forças amigas e inimigas. As Forças amigas
possuem sua localização enviada por meio de rádios EPLRS ou transmissores
ligados à uma rede satelital de rastreamento chamada de “BFT” (Blue Force
Tracking).

Figura 22 – Interface do FBCB2


Fonte: Material do Signal Advanced Course (autor)
40

O Command and Control Personal Computer (C2PC) é um outro software de


Comando e Controle, no caso, baseado em Windows. Ele permite a exibição de um
mapa com a imagem tática de instalações e rastreamento em tempo real das tropas
em movimento, facilitando as tomadas de decisão.

Figura 23 – Interface do C2PC


Fonte: https://www.militarysystems-tech.com/

Conforme o apresentado, o apoio de Comunicações prioriza as conexões em


rede, de acordo com os princípios fundamentais do apoio de Comunicações às
Operações do US Army, previsto no manual “Apoio de Comunicações às
Operações” FM 6-02:

“...As redes conectam forças geograficamente separadas para


operações baseadas em rede (grifo do autor). Visto que o Exército realiza
operações como parte de uma força conjunta, o apoio de Comunicações
requer interoperabilidade conjunta em sistemas, engenharia, planejamento,
implantação e operação. As forças conjuntas devem ser conectadas em
rede, conectadas e sincronizadas no tempo e no propósito, para que as
forças dispersas possam se comunicar, manobrar, compartilhar
informações, colaborar e compartilhar uma imagem operacional comum. ”.
(tradução do autor). (EUA, FM 6-02, 2019).

Da análise do que foi observado na presente seção deste trabalho, é possível


observar que os sistemas e meios de Comunicações da “Signal Corps” estão em
alinhamento com princípios fundamentais do apoio de Comunicações às Operações
do U.S. Army, sinalizando a possibilidade de executar operações em rede.
Este conjunto, por sua vez merece ser comparado ao que prevê a doutrina
GCR a fim de verificar se eles podem atender, ou não a esta doutrina.
41

7 ANÁLISE DAS NECESSIDADES IMPOSTAS PELA DOUTRINA DE


“GUERRA CENTRADA EM REDES” COM AS POSSIBILIDADES DE APOIO
PELA “SIGNAL CORPS” A UMA “IBCT”

No Capítulo 3, deste trabalho, a Doutrina de GCR foi apresentada. Nos


capítulos que se sucederam, foram apresentadas as estruturas, sistemas e meios de
Comunicações nos quais a “Signal Corps” atua. Nesta seção, serão confrontados os
conceitos que definem a GCR com a atuação da Arma de Comunicações dos EUA,
em uma IBCT, e será verificado se ela tem a capacidade de atender as concepções
desejadas em uma GCR.
Para tanto, serão confrontados os 3 domínios da GCR com o caso americano,
visando verificar a possibilidade de ocorrência do produto desejado da doutrina de
GCR, a saber: O incremento relativo do poder de combate (MD31-M-03 -
DOUTRINA PARA O SISTEMA MILITAR DE COMANDO E CONTROLE).

a) O Domínio Físico
No domínio físico é onde “residem as plataformas de combate e as redes que
as interconectam” (BRASIL, 2015). Ou seja, é onde são desdobrados os meios de
combate, apoio ao combate e logístico e que serão interligados por um elemento
especializado. Em outras palavras, é onde estarão desdobradas as Unidades da
Brigada as quais serão conectadas pela Fração de Comunicações.
No caso do US Army, a “IBCT” possui 7 Batalhões e 1 Companhia de
Comando os quais devem ser ligados pela “Signal Company”. Conforme
apresentado anteriormente, cada Unidade é dotada de equipamentos para conexões
em visada direta (LOS) e além da visada direta (BLOS), para que possam ligar-se ao
Comando da Brigada. Estes equipamentos trabalham utilizando ondas de HF, VHF,
UHF, micro-ondas e canais satelitais. Eles fornecem, prioritariamente, conexões via
dados em alta velocidade ou voz digital e analógica. Cada Unidade e Subunidade,
ligada à Brigada, possui rádios (como o SINGARS e EPRLS), conjuntos de HCLOS
e de JNN que, garantindo sua interconexão física.
Ou seja, no que tange ao domínio físico, o U.S. Army atende os requisitos de
possuir plataformas de combate interconectadas, atendendo a esse conceito da
GCR.
42

b) O Domínio Informacional

No domínio da Informação é onde a “informação propriamente dita será criada,


manipulada e compartilhada. Permite o fluxo de informações entre combatentes e
entre as forças empregadas nas operações, transmitindo as intenções do
comandante” (BRASIL, 2015). Ou seja, é a posse do ambiente que garante o fluxo
das mensagens. Parte deste ambiente é formado pelo homem ou pelos
equipamentos de vigilância e parte dele são os ambientes virtuais (canais de
informação), por onde fluem os dados.
No modelo do U.S. Army, a “IBCT” possui efetivo humano e Unidades com
missões específicas para gerar informação. Por sua vez, “Signal Company” conecta
seus diversos meios a uma rede de dados operacional própria, a “WIN-T”, por onde
fluem as informações transmitidas pelos equipamentos citados no item anterior.
Cada Unidade produz informações que são inseridas em equipamentos físicos,
cujos dados são transmitidos e recebidos, em alta velocidade, pela WIN-T, sem
interferências e de modo seguro, (SIPRNET), demonstrando a capacidade de
domínio da Informação.
Assim, no que tange ao domínio da Informação, o US Army atende aos
requisitos de possuir um ambiente seguro de fluxo informacional, atendendo a esse
conceito da GCR.

c) O Domínio Cognitivo

O domínio Cognitivo “se encontra nas mentes das pessoas, abrangendo a


percepção, a consciência, os entendimentos, as crenças e valores e, também, como
resultado do raciocínio, as decisões” (BRASIL, 2015). Ou seja, é o ambiente
subjetivo onde reside o conhecimento processado. É o local mental que recebeu as
informações, comparou com sua bagagem de conceitos técnicos e valores e criou
um juízo de valor. No que tange às operações militares, adquiriu uma consciência
situacional.
No que tange à verificação deste conceito, à primeira vista, ele se revela difícil
de demonstrar, por causa de sua subjetividade. Contudo, boa parte dessa tarefa
passa pela utilização de softwares que garantem a ansiada consciência situacional.
43

Nesse sentido, esta análise se limitará a utilização, ou não, destas plataformas


de informação.
No caso da “IBCT”, seus diversos escalões e Postos de Comando trabalham
com softwares que permitem inserir dados e compartilha-los em tempo real, criando
uma fotografia holística do ambiente de combate. Os softwares TIGR, CPOF, FBCB2
e C2PC, permitem rastrear tropas, visualizar instalações, enxergar tropas amigas e
inimiga e planejar operações com base nos dados inseridos, facilitando o domínio do
conhecimento da situação.
Desse modo, no que tange ao domínio Cognitivo, o U.S. Army possui meios
que permitem atender aos requisitos de se obter uma consciência situacional do
campo de Batalha, por seus decisores, atendendo a esse conceito da GCR.

d) Avaliação geral
O produto final desejado pela concepção de uma GCR é a melhoria no poder
de combate. O manual MD35-G-01 - GLOSSÁRIO DAS FORÇAS ARMADAS,
explica que o Poder de Combate é a:

“...Capacidade global de uma organização para desenvolver o combate,


a qual resulta da combinação de fatores mensuráveis e não mensuráveis
que intervêm nas operações, considerando-se a tropa com seus meios,
valor moral, nível de eficiência operacional atingido e o valor profissional
do comandante. (grifo do autor)” (BRASIL, 2007).

De acordo com o descrito acima, o US Army, em uma “IBCT”, detém os


ambientes da GCR do: Domínio Físico, com seu equipamentos e frações apoiadas;
do Domínio Informacional, com suas redes de defesa próprias em alta velocidade de
transmissão; e do Domínio Cognitivo, auxiliado pelos softwares de Comando e
Controle. Esses meios e nível de eficiência operacional, combinados, intervém de
forma positiva no gerenciamento das operações, dotando a IBCT da capacidade de
ter seu poder de combate incrementado.
Desse modo é possível concluir que os sistemas de comunicações de uma
“IBCT” integram a amplitude de seus espaços, por meio de uma robusta rede de
informações, que geram conhecimentos amplos do campo de batalha, revelando
que os EUA possuem a capacidade de operar em uma Guerra Centrada em Redes.
44

8 ESTRUTURA DE UMA BRIGADA DE INFANTARIA BRASILEIRA E A


ORGANIZAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES DO EXÉRCITO BRASILEIRO EM APOIO
A ESSE ESCALÃO.

O Exército Brasileiro é a Força militar mais destacada no subcontinente sul-


americano na atualidade. Ele possui missões constitucionais precípuas de Defesa
Externa e a Garantia da Lei e da Ordem interna do Brasil.
No contexto desta força militar, a “Arma de Comunicações” é a responsável por
estabelecer as ligações entre as unidades desdobradas no terreno e garantir o fluxo
de informações no campo de batalha, conforme cita o Manual EB70-MC-10.241 - AS
COMUNICAÇÕES NA FORÇA TERRESTRE:
“...O Apoio de comunicações à F Ter deve proporcionar rapidez, confiança e
segurança na transmissão das informações de combate e das decisões do
comando. Os sistemas de comunicações devem possibilitar a estrutura
integrada de C², além de proporcionar ligações de comunicações e de
sistemas de tecnologia da informação efetivas a todos os escalões
desdobrados no Teatro de Operações/Área de Operações, alicerçada por
um conjunto de meios (pessoal e material), processos e serviços”. (BRASIL,
2018).

A arma de Comunicações, portanto é uma arma de apoio, pois, dá suporte às


ações dos elementos de manobra, ou seja, a Infantaria e Cavalaria. No contexto
deste estudo, o elemento apoiado a ser trabalhado é a Infantaria, enquadrada no
organograma de uma Brigada. Esse conhecimento servirá de subsídio pra que se
possa fazer uma comparação com o modelo Norte-americano.
Segundo o Manual C 7-30 BRIGADAS DE INFANTARIA, o Exército Brasileiro
possui os seguintes tipos de Brigada de Infantaria:
“...brigada de infantaria (motorizada); brigada de infantaria blindada, brigada
de infantaria de selva; e brigada de infantaria para-quedista”. (BRASIL,
1984).

A partir de uma análise do C 7-30, é possível verificar que a Brigada que mais
se assemelha com a “IBCT” é a Brigada de Infantaria (Motorizada), portanto, ela
será o principal objeto deste estudo.
A missão conceitual da Brigada de Infantaria Motorizada (Bda Inf Mtz) é
“executar o combate terrestre sob quaisquer condições de tempo e terreno”
(BRASIL, 1984).
Para executar esta tarefa, o manual C 7-30 divide a Bda Inf Mtz em Unidades e
Subunidades conforme o organograma abaixo:
45

Figura 24 – Organograma da Bda Inf Mtz


Fonte: C 7-30 BRIGADAS DE INFANTARIA. Pag 1-4

O organograma detalha que uma Bda Inf Mtz, da esquerda para a direita,
possui:

a) 1 (uma) Companhia de Comando (Cia C) da Brigada, constituindo-se a


tropa de apoio ao Quartel-General (QG).
b) 1 (uma) Companhia Anti-carro, constituindo-se a tropa que “reforça e
aprofunda os fogos de defesa anti-carro da Bda” (BRASIL, 1984).
c) 1 (um) Pelotão de Polícia do Exército, cuja missão é dar o suporte às
atividades de polícia da Bda.
d) 1 (uma) Companhia de Administração, constituindo-se a tropa de apoio
mecanizado, contabilidade e recompletamento (ativada em campanha).
e) 1 (um) Batalhão Logístico, configurando-se como a tropa de suporte
logístico da Brigada.
f) 1 (um) Esquadrão de Cavalaria Mecanizado (Nível Subunidade),
constituindo-se a tropa de reconhecimento da Brigada.
g) 3 (três) Batalhões de Infantaria, sendo o principal elemento de manobra
da Brigada.
46

h) 1 (uma) Companhia de Engenharia de Combate, constituindo-se a


fração que permite garantir o movimento da tropa, aumentando o poder de
combate da Brigada.
i) 1 (uma) Companhia de Comunicações (Cia Com), constituindo-se a
tropa que garante as ligações dos elementos da Bda, garantindo o exercício
do Comando e Controle.
j) 1 (uma) Bateria de Artilharia antiaérea, é a tropa responsável pela
defesa antiaérea da Bda, garantindo proteção sobretudo do PC e pontos
críticos.
k) 1 (um) Grupo de Artilharia de Campanha, sendo o elemento de apoio de
fogos da Bda em prol, sobretudo, dos elementos de manobra.

Em resumo, a Bda Inf Mtz é formada por elementos de Manobra, Fogos,


Logísticos e Apoio ao Combate o que lhe confere sustentabilidade para cumprir suas
missões de Campanha. Essa formação, sinaliza a necessidade de
interconectividade que deve ser provida pelos elementos que estruturam a
Companhia de Comunicações, conforme será observada a partir do próximo
parágrafo.
O manual C 11-30 - AS COMUNICAÇÕES NA BRIGADA designa uma missão
específica à Companhia de Comunicações:
“...Instalar, explorar e manter o Sistema de Comunicações da Brigada [...]
(BRASIL, 1998, C 11-30 - AS COMUNICAÇÕES NA BRIGADA. Pag 3-2).

Isso significa que a Companhia de Comunicações da Brigada tem a missão de


conectar toda a Brigada entre si e esta ao escalão superior, em geral, a Divisão de
Exército (DE).
Para tanto, ela é organizada da seguinte maneira, conforme o manual referido
acima.
47

Figura 25– Organograma de uma Companhia de Comunicações de Brigada


Fonte: C 11-30 - AS COMUNICAÇÕES NA BRIGADA. Pag 3-3

a) 1 (um) Pelotão de Comando e Apoio (Pel C Ap)


Este pelotão possui missões de apoio administrativo e logístico e é subdividido
em duas Seções, a saber:
A Seção de Comando, que tem a missão apoiar diretamente o Comando da
Subunidade. É formada pelos grupos de: Comando, Pessoal, Inteligência,
Operações, Logística e audiovisuais.
A Seção de Apoio Logístico, a qual tem a missão de prover apoio logístico
aos todos os elementos da Subunidade. É constituída pelos grupos de: Serviços,
Aprovisionamento, Manutenção de Material Bélico, Manutenção de comunicações,
Eletrônica e Informática e Grupo de Saúde.

b) 1 (um) Pelotão de Comunicações de Posto de Comando (Pel Com


PC)
Este pelotão possui a missão de Instalar explorar e manter o Centro de
Comunicações (C Com) do Posto de Comando Principal (PCP) e Posto de Comando
Tático (PCT). É subdividido em cinco Seções, a saber:
O Grupo de Comando, que tem a missão apoiar diretamente o Comando do
Pelotão na administração, controle e coordenação das atividades da fração.
A Seção do Centro de Comunicações, que tem a missão de gerenciar os
meios de transmissão de dados em apoio à Grande Unidade. É constituída pelos
48

grupos de: Centro de Controle de Sistemas (CCS), de Instalação e Central


Telefônica.
A Seção de Construção de Linhas, que tem a missão de realizar a instalação
das Comunicações por meio físico em apoio à Grande Unidade. É constituída pelos
grupos de: Construção de Linhas (dois grupos) e Material.
A Seção Rádio, que tem a missão de realizar a instalação das Comunicações
por meio sem fio em apoio à Grande Unidade. É constituída pelos grupos de:
Multicanal e Rádio. Ressalta-se que o Multicanal é utilizado para ligação interna
(PCT - PCR) e externa (PCT - DE e PCR - DE).
A Seção de Posto de Comando Tático, que tem a missão de realizar a
instalação das Comunicações em movimento do PCT em apoio ao Comandante da
Brigada. É constituída pelos grupos de: Rádio (dois grupos) e Satélite. Destaca-se
que esta turma utiliza o meio satelital para a ligação externa (PCP-DE e PCT-DE),
não há equipamento e pessoal para apoiar com ligações via satélite as
Organizações Militares (OM) subordinadas à Brigada.

c) 1 (um) Pelotão de Comunicações de Posto de Comando Recuado


(Pel Com PCR)
Este pelotão possui a missão de Instalar explorar e manter o Centro de
Comunicações do Posto de Comando Recuado (PCR). É subdividido em quatro
Seções. Ele possui a mesma organização que o Pel Com PC com as seguintes
diferenças: 1 (uma) Turma de Construção da Seção de Construção de Linhas a
menos e não possui a Seção de Posto de Comando Tático (PCT).

Em resumo, a Companhia de Comunicações orgânica de uma Bda Inf Mtz é


constituída de tropas que provêm o suporte de Comunicações em toda a área de
Operações da Brigada (PCP, PCR e PCT), tanto em situação de estacionamento
como em movimento, bem como, possui estruturas que garantem uma relativa
sustentabilidade logística da Cia Com. Contudo, sua possibilidade de desdobrar
equipamentos que não se limitam às distâncias usuais da linha de visada, é limitada,
visto que possui apenas uma turma de transmissão via satélite dedicada à ligação
externa à Bda, revelando uma dificuldade para estender a ramificação de suas
redes.
49

9 PRINCIPAIS SISTEMAS E MEIOS DE COMUNICAÇÕES ADOTADOS PELO


EXÉRCITO BRASILEIRO (EB), EM APOIO A UMA BRIGADA DE INFANTARIA E
SUA POSSIBILIDADE DE OPERAR EM UMA GCR

No que tange ao apoio de uma Brigada brasileira, é possível depreender da


leitura do C 11-30 - AS COMUNICAÇÕES NA BRIGADA, que a organização
utilizada pelo Arma de Comunicações permite desdobrar meios que fazem parte de
conjunto denominado Sistema Tático de Comunicações da Brigada (SISTAC/Bda):

“...O Sistema Tático de Comunicações compreende o conjunto de meios de


comunicações empregados por tropas durante as operações, se valendo de
pessoal e material orgânicos. Tem a finalidade de apoiar em comando e
controle os elementos subordinados com comunicações eficazes e rápidas.
(YAMASHITA, 2019).

O referido sistema é a solução, concebida no ano de 1998, para cumprir uma


doutrina que busca atender a concepções do apoio de comunicações às operações
nacionais, conforme o manual EB70-MC-10.241:

“...A F Ter é dotada de meios de comunicações necessários à condução


das operações e do apoio logístico. A dispersão, a flexibilidade e a
combinação de atitudes, características nas operações da F Ter,
demandam um sistema de comunicações ágil, confiável, seguro e com
elevada capacidade de transmissão de dados (grifo do autor), de forma
a proporcionar ao comandante a possibilidade de intervir, com
oportunidade, na condução das operações. ” (BRASIL, 2018).

Baseado na doutrina vigente, a Arma de Comunicações brasileira apoia a Bda


Inf Mtz desdobrando os seguintes sistemas:

a) Físico;
b) Rádio;
c) Mensageiro;
d) Acústicos;
e) Visuais; e
f) Diversos.

Cada sistema possui características peculiares, conforme pode-se observar a


seguir:
50

a) Físico
É um sistema “composto por cabos telefônicos, fibras ópticas, cabeamentos
estruturados de redes de computadores e demais meios físicos que possibilitem a
transmissão de informações de ligações cabeadas” (YAMASHITA, 2019).
Em pequena escala, nos Postos de Comando, são instaladas estruturas locais
de cabeamento de rede (Local Area Network - LAN), utilizando-se cabo UTP e fibra
ótica, garantindo as conexões de dados internos e externos ao PC.
Em grande escala, essa estrutura é desdobrada entre as Unidades da Brigada.
Ela permite grande segurança nas transmissões, porém, demanda tempo em sua
instalação, tornando-a inapropriada para operações móveis ou de frentes não-
lineares. Sua prioridade é transmissão por voz.

Figura 26– Esquema de sistema de instalação de linhas de campanha da Brigada


Fonte: C 11-30 - AS COMUNICAÇÕES NA BRIGADA. Pag 3-3

b) Rádio
Sistema “baseado em equipamentos que se utilizam de propagação por meio
de ondas eletromagnéticas. Formado basicamente por transceptor (transmissor e
receptor) e antena. Confere flexibilidade e rapidez de instalação, conferindo apoio
cerrado de comunicações em operações de movimento e em situações de
emergência”. (YAMASHITA, 2019).
Valendo-se dessa tecnologia sem fio, observa-se que o SISTAC/ Bda possui:
51

1) Redes rádio de campanha em HF, VHF, UHF - Sistema espraiado em


todos os escalões da Bda, por meio de Equipamentos Rádio militarizados ou não, a
Força Terrestre brasileira ainda não alcançou um nível de padronização dos rádios
de campanha. Atualmente, massiva parte do Exército Brasileiro se vale do Sistema
de Radiocomunicação Digital Troncalizado (SRDT). Esse conjunto desdobra antenas
fixas e móveis dotando de excelente cobertura a área de operações. Sua prioridade
é a comunicação por voz.

Figura 27– Rádio da série Falcon - Multibanda


Fonte: https://www.defesabrasil.com/forum/viewtopic.php?t=14435&start=1530

Figura 28– Equipamentos do Sistema de Rádio Digital Troncalizado SRDT Motorola


Fonte: https://exercito-rio2016.eb.mil.br/web/ajo/-/o-sistema-de-radiocomunicacao-
operacional-dos-jogos-rio-2016-sera-legado-tecnologico-para-a-forca-terrestre

2) Redes em micro-ondas - Representado pelas cabines Multicanal


Multiplexadas em micro-ondas. Estas ligam o PCP ao PCR, e estes locais, ao
SISTAC do Escalão Superior (normalmente, a Divisão de Exército). Nelas, as redes
52

rádio de campanha e os sistemas Físicos podem ser conectados às cabines,


integrando-os às redes de informações da Brigada e escalão superior.
Atualmente, tem sido utilizado o Módulo de Telemática Operacional (MTO).
Este integra os diversos meios de Comunicações e permite serviços de voz e dados
com prioridade para este último. Os óbices repousam nos fatos de que nem todas a
Brigadas do Brasil possuem este equipamento, portanto, seu nível de espraiamento
na Força terrestre é pequeno. Também sua concepção não é “Nodal”, ou seja, para
ele se integrar à uma malha redundante e confiável, ele necessita se conectar às
cabines do Sistema Nodal da Divisão de Exército.

Figura 29– Viaturas do MTO


Fonte: https://estrategiaglobal.blog.br/2013/07/modulo-telematica-operacional.html

3) Redes Satelitais - Representado pelas Estações do Sistema de


Comunicações Militares por Satélite (SISCOMIS). Estas cabines permitem conexão
de dados e voz com o escalão superior. A estação não permite a interface com
outros sistemas. Sua prioridade é a comunicação digital, contudo, não dispõe de
elevada banda de dados disponível.
53

Também são empregados telefones civis via satélite (Globalstar, Nera etc.),
permitindo conexão com redes do SNT, complementando os meios satelitais.

Figura 30– Módulos da Estação SISCOMIS


Fonte: https://tecnodefesa.com.br/sisfron-superior-consciencia-situacional/

c) Mensageiro
“Um mensageiro pode ser militar ou civil adestrado para conduzir mensagens e
materiais, a pé ou mesmo utilizando-se de algum meio de transporte
para cumprir sua missão. Como desvantagens, possuem alcance limitado, sofrendo
forte influência do terreno e das condições meteorológicas. Também são vulneráveis
à ação inimiga, principalmente nas áreas avançadas” (YAMASHITA, 2019).

d) Acústicos
“Meios acústicos são meio de comunicações suplementares que se utilizam de
recursos sonoros para transmitir alguma mensagem. O manual de campanha As
Comunicações na Força Terrestre (2018) cita como exemplo: as ordens a viva voz,
toques de sirene, toques de corneta, sistemas de alto-falantes, apitos e buzina.
Esses meios são comumente empregados como sinais de alarme ou de alerta”.
(YAMASHITA, 2019).
54

e) Visuais
“Os meios visuais são preferencialmente empregados na sinalização à curta
distância e por códigos preestabelecidos. Como exemplo, temos aparelhos de
sinalização visual, produtores e receptores de radiação infravermelha, semáforos,
pirotécnicos e sinalização com os braços e as mãos”. (YAMASHITA, 2019).

f) Diversos
“Os meios diversos englobam todos os outros meios que não foram
enquadrados nas demais classificações. Como exemplo cita-se o porta-mensagens,
a mensagem lastrada e o apanha-mensagens (YAMASHITA, 2019).”

O manual C 11-30 - AS COMUNICAÇÕES NA BRIGADA, não contempla o uso


de softwares de Comando e Controle, mas, na prática eles são amplamente
empregados nas Bda Inf Mtz.
Os mais utilizados São o C2 em Combate e o Pacificador.
O C2 em combate consiste de um software que apresenta graficamente o
desdobramento da manobra. Ele pode ser alimentado por seus usuários, fornecendo
um quadro amplo de informações aos Comandantes. Sua concepção é baseada em
íntima ligação com os sensores cujos dados seguem pelos meios de Comunicações.
Conforme visto anteriormente, a maioria dos meios prioriza a voz,
consequentemente seu fluxo de alimentação informacional é lento.

Figura 31– Interface C2 em Combate


Fonte:
http://www.ccomgex.eb.mil.br/cige/sent_colina/5_edicao_ago_07/conteudo/Pdf/ARTIGO%
20C2%20EM%20COMBATE%20-%20Sentinela%20(2).pdf
55

O Software Pacificador, consiste de uma plataforma que permite os


Comandantes observarem as posições das tropas, rastrear seus movimentos e
receber relatórios e emitir ordens. As informações dos sensores podem vir a partir de
conexões via SRDT ou Rede celular do Sistema Nacional de Telecomunicações
(SNT). É um sistema muito flexível, porém, seu óbice repousa no fato de não suas
informações não fluírem por um sistema 100% militarizado.

Figura 32– Interface Pacificador


Fonte: https://www.defesaaereanaval.com.br/exercito/rio-2016-12a-bda-inf-l-amv-inicia-
concentracao-estrategica-de-tropas?PageSpeed=noscript

Da análise do que foi observado, na presente seção deste trabalho, foi possível
observar que os sistemas e meios desdobrados pela Arma de Comunicações
brasileira, em apoio a uma Bda Inf Mtz, não estão em alinhamento com princípios
preconizados na doutrina nacional descrita no manual EB70-MC-10.241.
Ainda que o referido manual fale de prioridades para o uso de dados, a fim de
se alcançar um maior fluxo informacional da rede, atualmente o SISTAC Bda está
baseado em voz e conta ainda com meios pouco flexíveis, como os sistemas físicos.

Ao se confrontar a organização, sistemas e meios de comunicações


discriminados no presente capítulo e no anterior, com os domínios de um GCR
(Físico, Informacional e Cognitivo), percebe-se que:
1) O Domínio Físico foi alcançado em parte, pois, os meios tem
capacidade de desdobramento em todos os escalões da Bda Inf Mtz, contudo, Nas
56

Bda Inf Mtz do Exército Brasileiro (EB), os rádios de campanha por vezes são
distintos e não interconectáveis, conduzindo a uma falta de interoperabilidade. Além
disso, as redes com maior capacidade de transmitir informação (micro-ondas)
possuem distribuição de material limitada e sua tecnologia está restrita à linha de
visada, revelando um domínio dos meios materiais com restrições.
2) O Domínio Informacional não foi atingido, pois, seus equipamentos não
facilitam o rápido compartilhamento de dados digitais, visto que a maioria está
baseada em voz, proporcionando limitação de fluxo informacional.
3) O Domínio Cognitivo não foi atingido, pois, seus softwares de
Comando e Controle são prejudicados pelas restrições em sua alimentação,
reduzindo o poder de processamento cognitivo pelos Comandantes.
Ou seja, percebe-se que atual doutrina de Comunicações visa lograr uma
consciência situacional plena, mas não atinge este feito, pois, sua velocidade de
informações sofre “gargalos”, não produzindo incremento do poder de combate e,
consequentemente, não se caracterizando como apto para a GCR.

10 COMPARAÇÃO DO CASO NORTE-AMERICANO, NO ASSUNTO, COM O


CASO BRASILEIRO DA ARMA DE COMUNICAÇÕES

Os capítulos anteriores apresentaram a organização, sistemas e meios de


Comunicações do Exército Norte-americano e Brasileiro em apoio a uma Brigada.
Ambas realidades foram confrontadas com os conceitos da doutrina de GCR e
apontados seu grau de alcance às exigências da doutrina.
Convém agora retomar os principais aspectos de cada caso analisado, a fim de
verificar se existem diferenças ou semelhanças entre a experiência Norte-americana
e a Brasileira e, após esta análise, verificar se é apontar possíveis contribuições.
No que tange a Organização, as Comunicações dos EUA, em apoio a uma
“IBCT”, possuem um organograma simples (sem grandes encargos logísticos e com
dois Pelotões de Comunicações espelhados). Estes permitem o apoio de
Comunicações nos Postos de Comando da Brigada, usando poucas equipes
dedicadas a poucos sistemas, porém, robustos em sua capacidade de transmissão.
No caso brasileiro, a Organização é mais complexa. A Companhia de
Comunicações possui encargos logísticos e cada Pelotão de Comunicações é
57

diferente, pois um voltado para o PCP/ PCT e o outro para o PCR. A Cia Com
brasileira emprega um número maior de sistemas, porém, estes têm pequena
capacidade de transmissão de dados, diferenciando-se da organização americana.
No que tange aos Sistemas desdobrados, as Comunicações do US Army
adotam 4 concepções de rede (Rádio, Micro-ondas, Satelital e Rede cabeada local)
estes alimentam de forma muitas vezes automática, 4 (quatro) softwares de
Comando e Controle. Assim, revelando uma concepção simples e com grande
capacidade informacional.
No caso brasileiro, são desdobrados 7 (sete) sistemas (Físico, Rádio,
Mensageiro, Acústicos, Visuais e Diversos), por eles trafegam informações com
limitada capacidade digital e alimentam com baixa automaticidade 2 (dois) softwares
de Comando e Controle adotados pela Força Terrestre. Nesse contexto, mostrando
uma concepção complexa e limitada velocidade informacional, distinguindo-se do
exemplo americano.
Quanto aos meios, os EUA empregam prioritariamente os meios satelitais
(JNN, CPN e Rádios-satelitais), associados a conjuntos em micro-ondas (HCLOS),
complementados por rádios em HF, VHF e UHF, nos quais alguns inclusive são
dedicados a fornecer localizações automáticas para rastreamento (EPRLS). Suas
Unidades, na maioria, são dotadas dos mesmos tipos de equipamentos. Seus
softwares de Comando e Controle tem a capacidade de receber informações digitais
enviadas por esses meios criando um quadro dinâmico do desdobramento das
tropas.
No caso das Comunicações Brasileiras são empregados principalmente os
meios rádios em HF, VHF e UHF, associados aos equipamentos em micro-ondas
(MTO) e complementados por meios satelitais (SISCOMIS e telefones civis
satelitais). Nem todas as Unidades são dotadas dos mesmos equipamentos e por
vezes, estes são despadronizados em uma mesma Brigada. Os softwares de
Comando e Controle são alimentados por informações oriundas de meios digitais e
analógicos criando um quadro pouco dinâmico do movimento das tropas,
diferentemente do que ocorre nas Unidades americanas.
Quanto a doutrina de GCR, é possível observar que a “Signal Corps” consegue
atingir plenamente os 3 (três) Domínios da referida doutrina. Por outro lado, as
Comunicações brasileiras atingem apenas parcialmente 1 (um) desses Domínios,
58

revelando a impossibilidade de uma Brigada brasileira operar em um contexto de


Guerra Centrada em Redes, distintamente dos EUA.
Nesse contexto, verifica-se que o caso Norte-americano mostra grandes
diferenças em relação ao caso brasileiro. Estas se devem sobretudo porque no
cenário dos EUA as Comunicações possuem uma estrutura mais simples, apoiada
por meios modernos, padronizados, de elevada capacidade de fluxo informacional e
baseados em ligações além da linha de visada, aptos a combater em uma GCR. Em
contraposição ao caso brasileiro que revela uma estrutura complexa, com alguns
itens despadronizados, de reduzida capacidade de fluxo informacional e baseado
em ligações em linha de visada, pouco apto a ser empregado em um GCR.
Em síntese, o caso Norte-americano é diferente do brasileiro, sendo que uma
“IBCT” é capaz de operar em um contexto de GCR enquanto uma Bda Inf Mtz não.
Assim, o modelo Norte-americano pode vir a contribuir com alguns ensinamentos
para as Comunicações do Brasil, em apoio a uma Bda Inf Mtz.

11. CONCLUSÃO

A Guerra Centrada em Redes (GCR) é um conceito contemporâneo o qual


prevê vantagens operacionais ao aliar-se o desenvolvimento tecnológico das
comunicações ao ambiente caótico da guerra.
O Exército dos Estados Unidos, por meio da especialidade da “Signal Corps”,
quando em apoio a uma Brigada de Infantaria (IBCT), adotou uma solução
inovadora e eficaz, de apoio de Comunicações. No caso, dotou os PC de suas
Unidades com equipamentos eletrônicos modernos, com prioritária transmissão de
dados e adaptáveis a diversas configurações de terreno, associados a uma
Companhia de Comunicações com efetivo dedicado à atividade que integra as
informações recebidas em uma gama de softwares de Comando e Controle. Desse
modo, logrando a capacidade de executar o combate centrado em redes.
Quando a realidade Brasileira é avaliada, é possível perceber que a solução
brasileira está desatualizada, pois, exige uma estrutura complexa, com encargos
administrativos e baseada em sistemas antigos, colocando o Exército Brasileiro (EB)
em uma situação de inaptidão para a GCR.
59

Ao se comparar o caso americano com o Brasileiro é possível notar que há


diferenças consideráveis, permitindo concluir que o caso americano pode sim
contribuir com melhorias para as Comunicações do EB.
Estas contribuições são:
1) Fornecer uma sugestão de um novo modelo de organograma da
Companhia de Comunicações (Cia Com). O atual modelo de Cia Com, considera a
fração de forma isolada, por esse motivo seu Pelotão de Comando e Apoio possui
encargos logísticos. A integração da Cia em um Batalhão de Engenharia ou de
tropas especializadas a isentaria desses encargos, deixando o Cmt da Cia Com
dedicado a cuidar de sua atividade fim, a saber, estabelecer as ligações entre os
escalões da Brigada.
2) Apresentar uma solução de comunicações que facilita o fluxo
informacional. A presente configuração de apoio de Comunicações com prioridade
para a voz, impede que o EB atinja o Domínio Informacional da GCR. O
investimento em equipamentos que priorizem o fluxo de dados em relação a voz,
(como os JNN, HCLOS e rádios EPRLS) nos escalões Grande Unidade, Unidade e
Subunidade, permitiriam robustecer a gama de informações recebidas pelos
Comandantes, nos sistemas do C2 em combate e Pacificador, gerando melhores
condições de decisão.
3) Demonstrar uma melhor configuração para a rede Nodal. O corrente
modelo brasileiro somente é conectado a um nó de informações (Sistema Nodal
baseado em micro-ondas, limitado a linha de visada) a partir do Escalão Divisão de
Exército. A adoção de estruturas Nodais, desde o Escalão Unidade, baseadas em
link satelitais, não limitadas à linha de visada, multiplica os “Hub’s” de Informação,
independente da área de desdobramento, deixando a rede mais confiável, flexivel e
robusta no trâmite de dados.
4) Confirmar o modelo de micro-ondas. O atual emprego do MTO prevê
seu desdobramento desde o nível Unidade, como ocorre no caso estadunidense,
essa solução revela-se viável, visto que já é adotada pelo US Army e tem
contribuído com melhorias para o fluxo de informações entre os escalões da
Brigada, corroborando com a atual solução brasileira.

Por fim, após a análise de cada parte envolvida neste trabalho é possível
chegar-se a conclusão de que a estruturação do Sistema Tático de Comunicações
60

de Brigada do Exército dos Estados Unidos da América, verdadeiramente tem a


possibilidade de atingir os objetivos desejados pela doutrina militar de “Guerra
Centrada em Redes” nos seus Domínios Físico, Informacional e Cognitivo, e,
consequentemente, este fato contribui com modelos para melhorias organizacionais
e materiais do SISTAC/Bda no EB, aperfeiçoando sua estruturação.
61

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