Vivemos em uma sociedade de consumo, onde os meios de comunicação como rádio,
televisão, jornais, revistas, internet, entre outros, são usados pela mídia para convencer as pessoas a consumir e o quê consumir. Hoje se cresce acreditando que a felicidade pode ser encontrada quando se adquire determinada marca de roupa, carro, tênis, celular, entre outras coisas. O consumo significa atender a uma necessidade; já consumismo significa satisfazer desejos, o que de acordo com a mídia, produziria felicidade. Por exemplo, comprar um Iphone. Você precisa de um celular; (quem hoje não precisa?) mas não é só o Iphone que pode atender a essa necessidade. Há outras marcas mais baratas que fazem o mesmo serviço. Então porque o Iphone se torna O objeto de desejo? Pelo apelo publicitário, pelo status social que esta marca confere ao seu possuidor. A publicidade difunde a ideia da “felicidade comprada”. Por outro lado, o sofrimento vem quando não se tem como satisfazer o desejo, e piora quando algum colega tem o que se desejava, gerando raiva, impotência, frustação, inveja … sofrimento. Sofrimento este agravado pela crise econômica atual, onde o satatus financeiro mais do que nunca se traduz em sucesso e superioridade, com a moeda corrente em circulação mais escassa e as coisas mais caras. Na nossa sociedade, alcançar realização é “vencer na vida”, e isso significa basicamente acumular bens materiais e ostentar poder. Ou seja, só é “vencedor” aquele que possui bens materiais da última moda, desejados por muitos e acessíveis a poucos; e que frequentam os “points” mais badalados. Assim, na economia de mercado o trabalhador só se realiza consumindo. A sociedade de consumo se caracteriza por ser organizada predominantemente pelas relações de consumo e valores associados, condicionando a produção de bens e serviços. O consumidor, tem como ideal de vida preponderante sua potência de consumo, e se realiza consumindo. “Você se perde no meio de tanto medo de não conseguir dinheiro pra comprar sem se vender” - trecho da música Fátima, de Renato Russo e Flavio Lemos, do ano de 1986, tão atual hoje em dia. O sucesso social e a felicidade pessoal são identificados pelo nível de consumo que o indivíduo tem. O “somos o que temos” é elevado à condição de ideal social, é a realização convicta de que somos o que consumimos, ou o que temos. Se chegar à uma festa de Mercedes, o seu valor como pessoa é superior ao de quem vai em carro popular. Isso vale para tudo mais, sua roupa, seu tênis, seu celular … o que você tem é que imprime valor a você, o produto em si tem uma “mágica” que valoriza o dono perante os demais, aumentando seu status. Este consumismo transforma as relações sociais em uma intensa competição – vence o mais forte, ou o mais esperto, ou o mais rico. Transforma a opinião das pessoas – você escolhe seus amigos não por compartilharem suas ideias ou gostos, mas escolhe aqueles que lhe “agregam” valor perante a sociedade. Para a maioria da população, a possibilidade de vencer de acordo com as regras do mercado consumidor é uma ilusão construída e incentivada pela sociedade de consumo, onde o “ter” substitui o “ser”.