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Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Mestre e doutor em
Obstetrícia e Ginecologia pelo HC-FMUSP, onde é médico preceptor do Departamento de Obstetrícia
e Ginecologia. Título de especialista pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obs-
tetrícia (FEBRASGO).
Atualização 2015
Bons estudos!
Direção Medcel
A medicina evoluiu, sua preparação para residência médica também.
ÍNDICE
m.br
2. Incidência........................................................................ 95 18. Antienxaqueca............................................................ 119
3. Complicações.................................................................. 95 19. Antiepilépticos............................................................ 119
4. Diagnóstico..................................................................... 96 20. Antiespasmódicos....................................................... 119
5. Conduta assistencial....................................................... 96 21. Antifúngicos................................................................ 119
6. Resumo........................................................................... 97 22. Antiflatulento.............................................................. 119
23. Anti-helmínticos.......................................................... 119
Capítulo 11 - Oligoâmnio e polidrâmnio. . ............................. 99
24. Anti-heparínico........................................................... 119
1. Introdução....................................................................... 99 25. Anti-histamínicos........................................................ 119
2. Origem e composição do líquido amniótico.................. 99 26. Anti-inflamatórios....................................................... 119
3. Oligoâmnio.................................................................... 100 27. Antimaláricos.............................................................. 119
4. Polidrâmnio................................................................... 102 28. Antipsicóticos.............................................................. 120
5. Resumo......................................................................... 103 29. Antitireoidianos.......................................................... 120
30. Antiulcerosos.............................................................. 120
Capítulo 12 - Vitalidade fetal. . .............................................. 105
31. Bloqueadores do canal de cálcio................................ 120
1. Introdução e indicações................................................ 105
32. Bloqueadores dos receptores alfa e
2. Métodos biofísicos de avaliação................................... 106 beta-adrenérgicos...................................................... 120
3. Resumo......................................................................... 115 33. Broncodilatadores....................................................... 120
34. Cefalosporinas............................................................ 120
Capítulo 13 - Drogas e gestação......................................... 117
35. Diuréticos.................................................................... 120
1. Introdução..................................................................... 117 36. Estrogênios................................................................. 120
2. Adoçantes artificiais...................................................... 117 37. Hipolipemiantes.......................................................... 120
3. Aminoglicosídeos.......................................................... 117 38. Hipotensores com ação inotrópica............................. 120
4. Analgésicos................................................................... 118 39. Hormônios tireoidianos.............................................. 120
5. Androgênios.................................................................. 118 40. Inibidores da enzima conversora de angiotensina .... 120
6. Anfenicóis...................................................................... 118 41. Macrolídeos................................................................ 120
7. Anorexígenos................................................................ 118 42. Penicilinas................................................................... 120
8. Ansiolíticos e hipnóticos............................................... 118 43. Quinolonas.................................................................. 120
9. Antagonistas dos receptores da angiotensina............. 118 44. Sulfas........................................................................... 121
10. Antiácidos................................................................... 118 45. Tetraciclinas................................................................ 121
11. Antiagregantes plaquetários....................................... 118 46. Tuberculostáticos........................................................ 121
12. Antiarrítmicos............................................................. 118 47. Vasodilatadores........................................................... 121
13. Anticoagulantes.......................................................... 118 48. Resumo....................................................................... 121
14. Antidepressivos........................................................... 118
15. Antidiabéticos............................................................. 118
Capítulo 14 - Gestação gemelar......................................... 123
Fisiologia da gestação
Fábio Roberto Cabar
1. Fisiologia da gestação
O ovário, mensalmente, gera um folículo contendo um
oócito. A eclosão desse folículo, chamada ovulação, libera
esse precursor do gameta feminino. A tuba uterina capta o
oócito, e, na sua porção distal, há o encontro dos gametas
masculinos com o gameta feminino.
A fecundação é a fusão dos 2 pró-núcleos, masculino e
feminino. Quando isso acontece, a estrutura celular resul-
tante é denominada ovo ou zigoto. O ovo sofre uma série
de divisões celulares sucessivas, processo chamado seg-
mentação. A cada divisão, são formadas células denomina-
das blastômeros. O conjunto de blastômeros forma a massa
denominada mórula, que alcança a cavidade uterina ao re-
dor do 5º dia. As sucessivas divisões prosseguem, aparece
Figura 1 - Ovulação, fecundação, segmentação e nidação
certa diferenciação celular, e é formada uma cavidade com
as células formadoras do embrião concentradas em um dos Até o 4º mês de gravidez, são reconhecidas várias divi-
polos dessa estrutura, o blastocisto. sões topográficas na decídua: a decídua basal é aquela sobre
A nidação inicia-se cerca de 1 semana após a ovulação, a qual se deu a nidação; a decídua capsular é a parte que
entre o 6º e o 8º dias, e se completa alguns dias depois, recobre o ovo; a decídua marginal é a que se encontra en-
quando encontra o endométrio em plena fase secretora. O tre a decídua basal e a capsular e corresponde ao contorno
1º contato gera a destruição do epitélio e do estroma en- equatorial do ovo; e, finalmente, a decídua parietal, que é a
dometriais, ação causada por enzimas e pelo grande poder porção que reveste o restante da superfície interna do útero.
invasor das células trofoblásticas. As decíduas parietal e basal apresentam 3 camadas: a
Após breve período de edema, as células do estroma superficial ou compacta, a média ou esponjosa e a profun-
endometrial sofrem a transformação decidual. Esta se inicia da ou basal. As 2 primeiras camadas representam a zona
ao redor dos vasos sanguíneos, sob o local da implantação, funcional e se destacam com a dequitação. A zona basal
e se estende rapidamente. Por volta do 18º dia, todo o en- remanescente, no decorrer do puerpério, será responsável
dométrio já apresenta reação decidual. As células deciduais por refazer o endométrio.
são volumosas, poliédricas ou arredondadas, com núcleo Atribuem-se várias funções à decídua. Ela protege o ovo
arredondado e vesicular, citoplasma claro e circundado por da destruição e lhe assegura o alimento na fase inicial da
membrana translúcida. placentação. Quando o endométrio não sofre a necessária
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deciduação, ocorre o acretismo placentário. Quando a bar-
reira protetora da decídua está ausente, os vilos invadem a
musculatura uterina e lhe corroem o travejamento.
O trofoblasto, componente embrionário, e a decídua,
componente materno, contribuem para a formação da
placenta. As vilosidades coriônicas primárias, secundá-
rias e terciárias, que originam os troncos coriais, surgem
a partir do trofoblasto, derivadas diretamente do cório
frondoso, na área de implantação do embrião. O poten-
cial de invasão do tecido trofoblástico possibilita a des-
truição do tecido conjuntivo e dos vasos sanguíneos da
decídua basal e do miométrio. A formação dessas cavita-
ções cria lacunas entre as vilosidades coriais, os espaços
intervilosos, que se enchem de sangue materno prove-
niente dos vasos destruídos. Os septos deciduais, tecido
preservado da invasão trofoblástica, delimitam os lobos
Figura 2 - Útero gravídico
placentários (Figura 3).
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CAPÍTULO 2
OBSTETRÍCIA
2. Modificações locais
A - Útero
As modificações locais ou genitais acontecem principal-
mente no útero, local onde o ovo se nidifica e se desenvol-
ve. O útero apresenta modificações de volume, consistên-
cia, forma, situação e coloração.
Durante a gestação, acontecem hipertrofia e hiperplasia
celular, que modificam o peso e o volume uterinos. O estímu-
lo hormonal (principalmente estrogênico) e o crescimento
fetal fazem que, ao final da gestação, o útero gravídico pese
cerca de 1.000g e tenha capacidade de 4 a 5L. O crescimento
do útero não é regular ao longo da gestação: por volta da 12ª
semana, o fundo uterino pode ser palpado pouco acima da
sínfise púbica; ao redor de 16 semanas, está a meia distância Figura 1 - Avaliação para a presença do sinal de Hegar
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Devido ao maior afluxo sanguíneo à região genital, o
corpo, o istmo e o colo do útero se tornam violáceos. A
mesma alteração pode ser notada na vagina (sinal de Jac-
quemier) e na vulva (sinal de Kluge).
Até a 20ª semana de gestação, o útero adquire forma Figura 4 - Sinal de Piskacek: abaulamento no local da implanta-
esférica, ocupando os fórnices vaginais laterais (sinal de ção do embrião; projeção de crescimento uterino ao longo da
Nobile-Budin – Figura 3). Pouco depois, inicia-se a transfor- gestação
mação da forma globosa para a cilíndrica.
No 1º trimestre, o útero acentua a sua atitude fisiológi-
ca de anteversoflexão, ocasionando compressão vesical e B - Ovários
polaciúria. Após esse período, verifica-se a dextroversão do As veias ovarianas se ampliam. Não há maturação de
órgão, o que muitos autores atribuem à presença do cólon novos folículos, e o corpo lúteo, com vascularização exu-
sigmoide à esquerda. Com o crescimento do corpo uterino, berante e células com maior quantidade de citoplasma,
o colo do útero é deslocado posteriormente. Próximo ao persiste até a 12ª semana. Quando a produção de gonado-
termo da gestação, a insinuação fetal proporciona o alinha- trofina coriônica humana começa a declinar, o corpo lúteo
mento do colo com o eixo vaginal. O comprimento do colo regride, ficando com metade do volume máximo próximo
uterino reduz-se progressivamente até o parto. ao termo da gestação.
C - Vulva e vagina
Durante a gestação, a vagina e a vulva sofrem tumefa-
ção. A embebição gravídica torna a mucosa vaginal ede-
matosa, mole e flexível. O tecido conjuntivo torna-se mais
frouxo, e a musculatura lisa fica hipertrofiada, para suportar
a distensão que acontece durante o parto. A vascularização
da vagina se intensifica, e as veias se hipertrofiam. O pulso
vaginal pode se tornar reconhecível nos fundos de saco la-
terais (sinal de Osiander).
Quanto à histologia vaginal, durante o 1º trimestre da
gestação, observam-se aglutinação celular, proliferação de
células da camada intermediária e intensificação do pa-
drão progestacional. Há aumento das secreções vaginais
pela exacerbação da flora de bastonetes e pela intensa
descamação celular estimulada por ação hormonal. No 2º
e no 3º trimestres, ocorrem estabilização do padrão gra-
vídico, aceleração da aglutinação celular e aparecimento
de células naviculares na camada intermediária. No perí-
Figura 3 - Sinal de Nobile-Budin odo pré-parto, notam-se dispersão celular, alteração do
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CASOS CLÍNICOS
OBSTETRÍCIA
a) Cite o diagnóstico obstétrico que motivou a consulta. Ultrassonografia feita com 10 semanas mostrou biometria
fetal compatível com a idade gestacional menstrual, ges-
CASOS CLÍNICOS
tação tópica e feto único. Na 2ª ultrassonografia, realiza-
da na 34ª semana de gestação, o feto estava em situação
longitudinal, em apresentação cefálica, com peso estima-
do de 3.200g, placenta anterior grau I e índice de líquido
amniótico = 26cm.
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QUESTÕES
OBSTETRÍCIA
QUESTÕES
e) estimular o desenvolvimento das gônadas fetais Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
2014 - UEL
2015 - IOG 6. Uma paciente de 34 anos, secundípara, queixa-se de
3. A troca gasosa entre a mãe e o feto é: amenorreia há 4 meses. Nega doenças de base, cirurgias ou
a) favorecida pelo gradiente da pO2 alergias. Há 30 dias, apresenta desconforto no baixo-ven-
b) dificultada pela afinidade da hemoglobina fetal ao oxi- tre, em peso, sem associação a coito. Utiliza condom como
gênio método contraceptivo há 12 anos. Sem outras informações
c) dificultada pela moderada hiperventilação da gestante dignas de nota. Para essa paciente, deve-se descartar:
d) favorecida pela baixa concentração de hemoglobina do a) alteração mülleriana congênita
lado fetal b) doença inflamatória pélvica
e) dificultada pela maior afinidade do CO2 no sangue ma- c) gestação
terno d) menopausa
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão e) síndrome de Sheehan
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
2015 - IOG
4. Com relação à Endocrinologia da gravidez, é correto afir- 2014 - AMRIGS
mar que: 7. Uma mulher de 25 anos, em atraso menstrual de 10 dias,
a) o fenômeno apical do HCG ocorre após 20 semanas da comparece à Emergência referindo cólicas moderadas.
gestação Nega disúria, febre ou sangramento vaginal. Foram solici-
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COMENTÁRIOS
OBSTETRÍCIA
pelo gradiente da pO2. Os mecanismos principais de trans- saco gestacional intraútero (1.500 a 2.000mUI/mL). Desta
porte são difusão simples, difusão facilitada, transporte forma, pode-se afirmar que o exame ultrassonográfico é nor-
ativo e pinocitose. A transferência de gases é realizada por mal. Assim, o diagnóstico “de momento” é gestação inicial.
difusão simples e depende, principalmente, do fluxo san- Beta-HCG deve ser repetido em 48 horas; caso aumente mais
guíneo adequado no local de troca. A membrana placen- que 54% em 48 horas, o diagnóstico será confirmado; caso
tária tem eficiência bem próxima da membrana alveolar. O aumente menos que isso, será provável gestação de mau
sangue fetal bem oxigenado nos capilares fetais passa para prognóstico; se diminuindo, diagnóstico de aborto.
as veias de paredes delgadas, que acompanham as artérias Gabarito = A
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