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Introdução à Biossegurança

Conceitos Básicos
Terminologia aplicada à biossegurança

Prof. Msc. Ana Carolina Jandotti


Farmacêutica e Bioquímica
A Era Microbiológica
A Era Microbiológica
• 1665 - Hobert Hooke  menores unidades vivas eram
“pequenas caixas” ou “células”

• Antoni van Leewenhoek  primeiro a observar em


microorganismos através de lentes de aumento –
“animálculos”;

• 1863 – Florence Nightingale reduziu a incidência de infecção


hospitalar com medidas de higiene e limpeza;

• 1864 – Louis Pasteur derrubou a teoria da geração espontânea


e desenvolveu a técnica de pasteurização.
A Era Microbiológica
• 1867 – Joseph Lister tratou os ferimentos cirúrgicos com
fenol, reduzindo a infecção hospitalar;

• 1876 – Robert Koch descreveu os postulados de Koch 


demonstrando uma doença infecciosa específica causada por
um microorganismo específico.

• Nos últimos 40 anos  Biotecnologia (moo resistentes a


métodos tradicionais de controle de crescimento biológico)


Início da era da Genética
A Era Genética
A Era da Genética
 Evolução dos conhecimentos científico e tecnológico
(após 2ºGuerra Mundial)

Ciências biológicas
(Engenharia genética e Biologia Molecular)

• Necessidade - Debates de natureza ética e de


biossegurança;

• Reunião de Asilomar (EUA) na década de 70 - “primeira


discussão sobre os impactos da engenharia genética na
sociedade”;

• Expansão dos Conceitos de BIOSSEGURANÇA.


A Era da Genética
• Valorização da Biossegurança - entendimento da
responsabilidade do profissional envolvido na
manipulação de agente biológicos, microbiológicos,
químicos, entre outros.

Não se limita a ações de prevenção de risco da sua


atividade específica mas também:

• colega que trabalho ao lado;


• técnico que o auxilia;
• outras pessoas que participam direta ou
indiretamente da atividade;
• Meio ambiente e comunidade.
Operador

Local de
Auxiliares
trabalho

Biossegurança

Instrumentos
Comunidade
de
local
manipulação

Meio
ambiente
A Era da Genética

• Biossegurança no Brasil

• Resolução nº 1 do Conselho Nacional de


Saúde, de 13 de Junho de 1988, aprovou as
normas de pesquisa em saúde.

• Lei nº 8.974 e o Decreto nº 1.752 (1995).

 Criou-se a Comissão Técnica Nacional de


Biossegurança (CTNBio), vinculada à Secretaria
Executiva do Ministério da Ciência e Tecnologia.
A Era da Genética
• CTNBio (Responsável pela política nacional de
Biossegurança):

 Propõe o Código de Ética de Manipulações Genéticas;

 Estabelece os mecanismos de funcionamento das Comissões


Internas de Biossegurança (ClBio);

 Emite certificado de qualidade em Biossegurança (CQB) –


OGM(organismos geneticamente modificados).

• Lei nº 8.974 limita-se a manipulação de OGMs;

• Portaria nº 343/GM, de 19 de Fevereiro de 2002 - Comissão


de Biossegurança em Saúde no MS.
A Era da Genética
• Projeto de Lei de Biossegurança 2401-C/2004

• A liberação da pesquisa, cultivo armazenamento, venda,


consumo, importação e exportação dos OGM;
• A criação do Conselho Nacional de Biossegurança
(CNBS), ligado a presidência da república, que será
incumbido de formular e implementar políticas para o
tema;
• Com base na opinião da CTNBio, O CNBS terá poder
deliberativo e decisório para decidir em última instância,
se uma pesquisa ou plantio de produto transgênicos é ou
não degradante para o meio ambiente;
• A perda da prerrogativa de vetar uma decisão da CTNBio,
que antes da lei os ministérios possuíam, mas manteve-
se ainda o direito de recorrer da decisão a um conselho
de ministros de Estados;
A Era da Genética
• Projeto de Lei de Biossegurança 2401-C/2004

• A liberação do uso de embriões humanos para pesquisas


com células troncos, podendo ser utilizado apenas o
material que estiver congelado há mais de 3 anos;
• A necessidade da autorização dos genitores e do comitê
de ética do instituto que realizará o procedimento, antes
da realização de qualquer pesquisa com embrião.
Princípios de Biossegurança
Princípios de Biossegurança
 Biossegurança ou Segurança Biológica refere-se à
aplicação do conhecimento, técnicas e equipamentos com a
finalidade de prevenir a exposição do trabalhador, laboratório e
ambiente a agentes potencialmente infecciosos ou biorriscos.

Biossegurança define as condições sobre as quais os


agentes infecciosos podem ser seguramente manipulados e
contidos de forma segura.
Princípios de Biossegurança

 O que significa “contenção”?


São métodos de segurança utilizados na
manipulação de materiais infecciosos em um meio
laboratorial onde estão sendo manejados ou
mantidos.

 Qual o objetivo da contenção?


Consiste em reduzir ou eliminar a exposição da
equipe de um laboratório, de outras pessoas e do
meio ambiente em geral aos agentes potencialmente
perigosos.
Princípios de Biossegurança

 Contenção primária: utilização de técnica de


microbiologia e uso de um equipamentos de
segurança adequado.

 Exemplo: Vacinas.

Contenção secundária: A proteção do meio


ambiente externo ao laboratório contra a exposição
aos materiais infecciosos, é proporcionada pela
combinação de um projeto das instalações e das
práticas operacionais.
• Existem 3 mecanismos de contenção:

Equipamento Barreira primária


de
Segurança

Barreira secundária
Riscos
1a4

Prática
e Projeto
Técnica de
Laboratorial Instalação

NÍVEIS DE
BIOSSEGURANÇA
Técnicas e Práticas de Laboratório
Prática e Técnica Laboratorial
Prática e Técnica Laboratorial

 O elemento de contenção mais importante é a


adesão rígida às práticas e técnicas
microbiológicas padrões.

 Pessoal ciente dos riscos e com aptidão para


exercer as técnicas e práticas necessárias para o
manuseio seguro destes materiais.

 De quem é essa responsabilidade?


Prática e Técnica Laboratorial

Manual de biossegurança
Manual de práticas e procedimentos específicos

Identificação dos riscos

Práticas e procedimentos adequados

Minimizar ou eliminar a exposição aos perigos e


garantir a segurança
Equipamentos de Segurança
Equipamentos De Segurança
(Barreiras Primárias)
• Os equipamentos de segurança são considerados barreiras
primárias de contenção, visando proteger o trabalhador e o
ambiente laboratorial junto às boas práticas de laboratório.

•São classificados como:

• Equipamentos de proteção individual (EPI);

• Equipamentos de proteção coletiva (EPC).

• Norma Regulamentadora n.6 (Ministérios do Trabalho e


Emprego);
• Treinamento;
• Prazo de validade do fabricante.
Equipamentos De Segurança
(Barreiras Primárias)

Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)

 Cabines de Segurança Química (CSQ);

 Cabines de segurança biológica (CSB), recipientes


adequados e outros controles da engenharia de segurança
projetados para remover ou minimizar exposições aos
materiais biológicos perigosos.

 Contenção de borrifos ou aerossóis infecciosos provocados por


inúmeros procedimentos microbiológicos.
Cabine de Segurança Biológica (CSB) - Classe I
Cabine de segurança Biológica (CSB) – Classe II
tipo A
Proibida:
substâncias químicas voláteis ou tóxicas

Capela Química CSB Classe II tipo A

Manuseio de Substâncias Químicas na Cabine de


Segurança Biológica
Cabine de segurança Biológica (CSB) – Classe II
tipo B1 e B2

CSB Classe II tipo B1 CSB Classe II tipo B2


Cabine de segurança Biológica (CSB) – Classe II
tipo B3

CSB Classe II tipo B3


Cabine de Segurança Biológica Classe II
Cabine de segurança Biológica (CSB) – Classe III
Chuveiro de emergência

Chuveiro Modelo standard


combinado com com acionamento
lava-olhos e face. manual.
Chuveiro de emergência

Chuveiro combinado com Modelo econômico


lava-olhos para ambientes combinando chuveiro
extremamentes com lava-olhos e face.
corrosivos.
Lava-olhos

Lava-olhos e face com duplo


acionamento. Pode ser Lava-olhos com
acionado com o pé ou acionamento manual.
manualmente. Dupla
segurança para o usuário.
Lava-olhos

Lava-olhos e face
compacto. Modelo para Lava-olhos portátil. Especialmente projetado
montar direto na parede. para atividades de risco em campo e distantes
de fontes de água. Facilmente transportável.
Equipamentos de combate a incêndio
Equipamentos de combate a incêndio

 Para cada classe de incêndio há um agente extintor


mais indicado.
 Agentes extintores: água, espuma, pó químico seco,
gás carbônico e gases halogenados.
 Vistoria do corpo de bombeiros para instalação –
obrigatória.
Equipamentos De Segurança
(Barreiras Primárias)

 Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

 É todo dispositivo de uso pessoal destinado a proteger os


colaboradores no desempenho das suas funções.

 Proteção pessoal como luvas,


aventais, gorros, proteção para
sapatos, botas, respiradores,,
máscaras faciais e óculos de
proteção.
Luva de proteção
Aventais
jalecos

Fones Luva de proteção


Luva látex

Máscara Máscara facial Óculos de proteção


Respirador purificador de ar Respirador purificador de ar
semifacial facial inteira
Respirador purificador de ar
Respirador purificador de ar semifacial com válvula de
semifacial sem válvula de inalação
exalação

Respirador purificador de ar
semifacial
Importância da sinalização e
rótulo no ambiente de trabalho
Símbolos de identificação de
classes de produtos químicos

Corrosivo combustível irritante inflamável tóxico explosivo


Símbolo de identificação de material
radioativo
Símbolo de identificação de material
infectante
Design do Laboratório
Design do Laboratório

 Oferece barreira eficaz para proteção do


trabalhador dentro do laboratório

 Confiabilidade dos experimentos;


 Proteção à saúde humana e do meio ambiente;

Estrutura depende dos tipos de agente



manipulados e do nível de segurança desejado.
Mapa de risco do laboratório
Intensidade do Risco
incubadora
pia

Escritório Escritório

G grande
1,3,4,5
1,4
Sala de extração de DNA

M médio

P pequeno
Bancada, gás

Sala de extração de RNA


Tipo de Risco
Sala de PCR

Sala de eletrof orese e Escritório físico


f otodocumentação
Sala Cultura de células

químico

1,2,4,5
1,3,4
biológico
3
Destilação água
ergonômico
pia

capelas
Entrada de acidente
Proposição da distribuição física do
laboratório
 Sala de recebimento, registro e identificação
 Salas de colheita de amostras
 Sala de separação, triagem de amostras biológicas e
centrifugação de amostras
 Sala de estocagem de reagentes
 Sala de estocagem de amostras (Soroteca)
 Sala de lavagem e descarte de material biológico
 Sala de procedimento 1 (opcional, sala limpa)
 Sala de procedimento 2 (equipamentos)
 Sala de procedimento 3
 Sala de análise e liberação de resultados.
Projeto e Construção das Instalações
(Barreira Secundária)
 O planejamento e a construção das instalações contribuem
para a proteção da equipe do laboratório, proporcionando uma
barreira de proteção para as pessoas que se encontram fora do
laboratório e para as pessoas ou animais da comunidade
contra agentes infecciosos que podem ser liberados
acidentalmente pelo laboratório.

 As barreiras secundárias nos laboratórios podem


incluir:
◦ Isolamento da área de trabalho para o acesso público;
◦ Disponibilidade de uma dependência para descontaminação (por
exemplo, uma autoclave) e para lavagem das mãos;
◦ Risco de contaminação por meio de exposição aos aerossóis
infecciosos.
Exposição ao Risco
Princípios de Biossegurança
• Risco: É uma condição biológica, química ou física que
apresenta potencial para causar dano ao trabalhador, produto
ou ambiente.

• Variabilidade da natureza do trabalho, das substâncias e


materiais manipulados vão promover diferentes potenciais de
geração de risco conforme o tipo de trabalho desenvolvido.

• Risco Biológico; Agentes biológicos


• Risco Químico;
• Risco Físico.
• Bactérias
• Fungos
• Vírus
• Parasitas
Princípios de Biossegurança
• Exposição Biológica – risco ocupacional mais comum;

Aumento do Risco

• AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida);


• Hepatites B e C.

• Meios de transmissão: contato


direto ou indireto, vetor biológico ou
mecânico e pelo ar, sendo as rotas de • Hospitais;
entrada por inalação, ingestão, • Laboratórios
penetração através da pele e por clínicos.
contato com as mucosas dos olhos,
nariz e boca.
Princípios de Biossegurança
• PREVENÇÃO – princípio básico da Biossegurança.

RISCO/PERIGO DE ACIDENTES

• EPI;
• Normas e procedimentos de
Biossegurança;
• Treinamento adequado.

Análise
Geração de Risco de Risco
Norma de Biossegurança
Princípios de Biossegurança

• Avaliação de risco: é a combinação de procedimentos ou


métodos, por meio dos quais é possível identificar e avaliar,
caso a caso, a probabilidade de ocorrência de acidentes.

Competência profissional

• Diretor/Responsável (equipe de Biossegurança):

• garantir a avaliação periódica dos riscos,


• certificação de que os equipamentos de segurança
estejam disponíveis e adequados as atividades
desenvolvidas.
Educação em Biossegurança
Educação em Biossegurança
 Ausência de cultura prevencionista como o principal
obstáculo para as pessoas agirem com precaução nos locais de
trabalho;

 Trabalhadores admitidos sem treinamento;


 Não cumprimento das medidas preventivas;
 Enfermidades ocupacionais (trabalhadores da área de saúde);
 Educação à Biossegurança: escolas / laboratório de pesquisa /
universidades / empresas, etc.

Melhor proteção

Informação e Treinamento
Considerações Finais

 Desde a aprovação da Lei nº 8.974, de 5 janeiro de 1995, o Brasil


tem evoluído consideravelmente no que se refere ao uso de
normas e técnicas seguras em laboratórios e serviços de saúde.

 O profissional da área de saúde precisa adquirir uma postura


efetiva no uso de procedimentos que garantam o máximo de
segurança não só a este profissional mas também à equipe que
cerca o paciente, este último, na maioria das vezes, sem
conhecimento do assunto.
Obrigado!

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