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Rio de Janeiro
2017
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Rio de Janeiro
2017
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FICHA CATALOGRÁFICA
R696a Rodrigues,
FICHA Bruna Mayato.
CATALOGRÁFICA
A Astrobiologia como recurso didático para o ensino de
biologia: uma proposta de inserção. / por Bruna Mayato
Rodrigues. - 2017.
39f.: il. color.; 30 cm.
CDD – 576.5
BN
AGRADECIMENTOS
À minha família, por todo o apoio, mas, principalmente, à minha mãe Dayse
Lúcia Mayato, pelo carinho e por compreender minhas ausências e preocupações
durante esta importante (e nem sempre fácil) etapa da minha vida.
À minha querida orientadora, professora e amiga Maíra Moraes, pelo apoio e
incentivo na construção deste trabalho, por compartilhar vivências profissionais,
pessoais e inúmeros conselhos sobre a vida, e por estar sempre disposta a
colaborar em outros projetos. Também não posso me esquecer da extrema
confiança que depositou em mim ao aceitar embarcar nesta aventura de me orientar
mesmo quando ainda estava em meu primeiro semestre no curso, com um projeto
bastante ambicioso em mente e totalmente fora de sua área de atuação.
Ao meu coorientador, companheiro de vida e de trabalho Bruno Dias, do
Instituto de Física (IF/UERJ), pela paciência infinita nos momentos finais deste
trabalho, por estar sempre presente, compreender minhas angústias e acreditar no
meu potencial até mesmo quando duvido de mim mesma. Seu carinho e incentivo
foram (e tem sido) fundamentais não só para que eu pudesse concretizar este
trabalho, como também para continuar persistindo nesta longa e sempre desafiante
jornada da formação acadêmica. Como uma vez disse o mestre astrônomo Carl
Sagan: “Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é uma alegria, pra
mim, dividir um planeta e uma época com você.”
Ao professor, amigo e também orientador Henrique Lins de Barros, do Centro
Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), com quem descobri o mundo fascinante e
ainda pouco desbravado dos microrganismos magnetotáticos durante meu tempo na
iniciação científica. Sua paixão por estes microrganismos e inquietude em tentar
compreender tanto sua natureza quanto suas relações me contagiaram e me
motivam na busca por conhecê-los ainda mais a fundo.
À coordenadora Cristiane Fiori e a todos os professores e professoras do
Curso de Ciências Biológicas da UVA, que contribuíram de inúmeras formas para a
minha formação pessoal e profissional. Destes, merecem ser citados: a minha
querida professora Uiara Gomes, por estar sempre solícita a ajudar e a esclarecer
dúvidas, pelas conversas sobre a pós-graduação e também sobre temas
paleontológicos, pelo apoio e conselhos sobre o andamento deste trabalho, e, claro,
pelas aulas deliciosas de Geologia e Paleontologia, minhas novas paixões
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RESUMO
Devido à sua natureza multidisciplinar, ela dialoga com várias disciplinas e rompe
Biologia para o Ensino Médio. Para isso, buscou-se identificar os conteúdos comuns
Segundo tal documento, a Biologia pode ser apresentada em seis grandes temas
destacar os aspectos essenciais sobre a vida dos seres vivos e a vida humana, que
se que este trabalho seja capaz de nortear o professor, para que ele possa
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ABSTRACT
Astrobiology is a new scientific field and a little known scientific research that propose
to investigate the origin, evolution of life and its distribution in the universe. Due to its
investigate the contents related to the study of Astrobiology that can be worked in
conjunction with the proposed Biology for High School curriculum. To do this, we
sought to identify the common contents between Astrobiology and Biology through
they have an approach that starts from the macroscopic to the microscopic world,
and from the microscopic to the macroscopic world. In this way, it becomes possible
to highlight the essential aspects about the life of living beings and human life, which
can be worked through the thematic of Astrobiology, highlighting the relevance of the
insertion and the use of this new scientific field as a possible inter and
multidisciplinary tool to the teaching of biology. Thus, it is hoped that this work will be
able to guide the teacher, so that it can provide a motivating environment and that
favors the development of the skills and competences necessary for the formation of
the students.
LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12
1.1 ASTROBIOLOGIA: BREVE HISTÓRICO E PRINCIPAIS ÁREAS DE ESTUDO 12
1.2 ASTROBIOLOGIA NA SALA DE AULA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA UMA
EDUCAÇÃO INTEGRADORA ................................................................................... 14
2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 16
2.1 GERAL ............................................................................................................... 16
2.2 ESPECÍFICOS ................................................................................................... 16
3 METODOLOGIA ................................................................................................. 17
4 RESULTADOS .................................................................................................... 18
5 DISCUSSÃO ....................................................................................................... 20
5.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA VIDA ...................................................................... 20
5.2 DIVERSIDADE DA VIDA ..................................................................................... 24
5.3 IDENTIDADE DOS SERES VIVOS ..................................................................... 27
5.4 TRANSMISSÃO DA VIDA ................................................................................... 29
5.5 INTERAÇÃO ENTRE OS SERES VIVOS ........................................................... 31
5.6 QUALIDADE DE VIDA DAS POPULAÇÕES HUMANAS.................................... 32
6 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 35
7 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 36
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1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Apresentar uma proposta de inserção da Astrobiologia para aulas de
Biologia no Ensino Médio.
2.2 Específicos
Identificar os conteúdos comuns entre a Astrobiologia e a Biologia no
documento das Orientações Educacionais Complementares aos
Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio.
Comentar os temas de interesse da pesquisa em Astrobiologia que forem
identificados nas Orientações Educacionais Complementares aos
Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio.
Contribuir para a divulgação de um novo campo científico em crescente
desenvolvimento, que é a Astrobiologia.
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3 METODOLOGIA
4 RESULTADOS
Por meio da análise das informações contidas nas PCNEM+, foram
identificados os conteúdos curriculares destinados à disciplina de Biologia. Segundo
este documento, a Biologia pode ser apresentada em seis grandes temas
estruturadores, de forma a poder contribuir para o “fazer a diferença” na vida dos
educandos, independentemente de suas escolhas profissionais, aptidões ou
preferências intelectuais (BRASIL, 2002). Tais temas são:
5 DISCUSSÃO
Todavia, existe a controvérsia de que a vida terrestre não poderia ter surgido
da matéria não viva, ou seja, de forma abiogênica. Dessa forma, se admitirmos a
hipótese de que a origem da vida terrestre necessariamente ocorreu de maneira
biogênica, então teríamos que recorrer ao argumento da panspermia.
Basicamente, essa hipótese de origem da vida biogênica afirma que a vida
teria nascido em algum lugar do universo e depois teria chegado ao nosso planeta.
Essa ideia não é nova, pois já entre os antigos gregos acreditava-se na possibilidade
de a vida ser semeada pelo universo (LUISI, 2013).
Além disso, esse mesmo conceito reaparece no fim do século XIX, através
dos trabalhos de Hermann von Helmholtz, físico alemão e criador da hipótese dos
cosmozoários, e de Willian Thomson Kelvin, físico britânico. E também,
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A primeira lei segue o princípio de que qualquer parte do corpo que fosse
muito usada se desenvolveria e as que não fossem utilizadas se atrofiariam. A
segunda lei se baseia no argumento de que as alterações adquiridas pelo uso e
desuso seriam transmitidas para as próximas gerações. Todavia, o grande problema
da teoria Lamarckista, segundo essa autora, é de que a ela considera que as
questões fenotípicas poderiam de alguma maneira alterar as genotípicas, o que não
é verdade.
Em contrapartida, Charles Darwin publicou o livro Origem das Espécies, em
1859. Neste livro, ele afirmava que os indivíduos mais bem adaptados sobrevivem
ao meio e os menos adaptados tem menores chances, deixando assim menos
descendentes. A este fenômeno chamamos hoje de Seleção Natural das Espécies e
que serve de base para a Teoria Sintética da Evolução.
Charles Darwin, assim como Lamarck, vivia em um período fixista e também
não conhecia a genética, que só apareceu anos mais tarde através dos
experimentos do monge e botânico Gregor Mendel. Com o advento da genética e
utilizando a teoria da seleção natural foi criada a Teoria Sintética da Evolução.
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a mesma chance de gerar vida, tal como nós a conhecemos aqui em nosso planeta
(DAMINELI e DAMINELI, 2007).
Segundo Santos e Alabi (2013), a procura por uma ligação entre a origem da
vida terrestre e a talvez ocorrida em outros locais habitáveis no universo, pode ser o
início de uma teoria geral da Biologia. Fundamentalmente, o arcabouço dessa ideia
estaria vinculado a uma estrutura de conceitos que sustentaria os processos
necessários relacionados a como se deu o desenvolvimento da vida. Dessa forma,
essa conexão cósmica poderia ajudar a explicar questões fundamentais da biologia
terrestre, revelando assim se outros organismos no universo compartilham da
mesma base bioquímica que nós.
O fato de que os sistemas biológicos complexos conhecidos sejam capazes
de se auto-organizar com base nas características intrínsecas de suas moléculas e,
somado a constatação de que as propriedades físicas da matéria são as mesmas
em todo lugar, isso poderia indicar que a vida no universo seguiria ao menos parte
dos caminhos evolutivos observados na Terra (SANTOS e ALABI, 2013).
Atualmente, não é possível dizer se existe a possibilidade de um panorama
no qual pudéssemos descrever os processos evolutivos em todo o cosmo, ou seja,
podermos testar a universalidade da teoria darwiniana. Porém, compreender o nosso
planeta em todos os seus aspectos possivelmente pode permitir à Astrobiologia criar
métodos e técnicas para buscar informações sobre a existência de formas de vidas
detectáveis pela nossa espécie, sejam elas semelhantes ou não a nossa.
De acordo com os autores, ainda existe limitações para a descrição de
algumas dentre as múltiplas formas de vida que podem existir fora da Terra, visto
que até mesmo os seres vivos do nosso planeta ainda são pouco conhecidos.
Todavia, essa tentativa de extrapolar o nosso conhecimento e a nossa visão sobre a
biologia para um contexto cósmico mostra-se cada vez mais importante se
quisermos considerar a possibilidade de descrevermos uma teoria geral da vida, a
qual certamente trará implicações sociais, culturais e filosóficas.
Tabela 1: Divisões dos eucariontes nos diferentes reinos, com suas descrições.
Reino Descrição
Animalia Multicelulares, formas heterotróficas que ingerem seus
alimentos.
Fungi Em sua maioria multicelulares (apesar de terem paredes
divisórias incompletas), formas heterotróficas que se
alimentam de moléculas orgânicas, que são absorvidas
diretamente ou quebradas externamente com enzimas e, em
seguida, absorvidas.
Plantae Em sua maioria multicelulares, formas autótrofas, que incluem
plantas terrestres (todas multicelulares) e algas (tanto algas
que são multicelulares, como formas unicelulares
aparentadas.
Protista Outras formas unicelulares, que podem ser autotróficas ou
heterotróficas. Esse agrupamento é ainda um conjunto
heterogêneo de vários grupos apenas remotamente
aparentados, alguns dos quais têm ancestrais relativamente
mais recentes em comum com alguns dos outros reinos.
Este tema, com o apoio das ciências ambientais, irá permitir aos educandos a
compreender como os sistemas vivos funcionam, as relações que estabelecem, e se
instrumentalizar para participar dos debates relativos às questões ambientais
(BRASIL, 2002). Ao integrar o enfoque astrobiológico, este tema também possibilita
um resgate de identidade e conexão do ser humano com o próprio planeta,
conscientizando-o sobre seu papel na preservação e conservação do ambiente em
que vive.
Segundo o filósofo Edgar Morin, em seu contagiante livro Os sete saberes
necessários à educação do futuro (2003), a condição humana não depende apenas
da perspectiva das ciências humanas, assim como também não deve depender
apenas da reflexão filosófica ou de descrições literárias. Na verdade, tudo estaria
vinculado e sujeito as ciências naturais renovadas, reunidas na Cosmologia, nas
Ciências da Terra e na Ecologia.
Fundamentalmente, esse pensamento está relacionado com o conhecimento
de que trazemos dentro de nós um mundo físico, químico e biológico. Dessa
maneira, a Cosmologia, as Ciências da Terra e a Ecologia permitiriam inserir e situar
a nossa condição humana no cosmo, na Terra e na vida, apresentando um tipo de
conhecimento que organiza um saber que era disperso e compartimentado, tal qual,
por vezes, separamos o nosso pensamento, de nossa consciência e de nossa
cultura.
Pelo nascimento, participamos da aventura biológica e, pela morte, da
tragédia cósmica. Segundo o autor, conhecer o humano não é separá-lo do
universo, mas situá-lo nele. Afinal, todo conhecimento, para ser significativo, deve
contextualizar o seu objeto. O “Quem somos nós?” é inseparável de “Onde
estamos?”, “De onde viemos?” e “Para onde vamos?”.
Desde o seu surgimento, a vida terrestre é extremamente marginal no cosmo.
O homem surgiu marginalmente no mundo e seu desenvolvimento marginalizou-o
ainda mais. Em meio a essa aventura cósmica, no extremo e prodigioso
desenvolvimento no ramo singular da auto-organização viva, prosseguimos, à nossa
maneira, imersos na aventura da organização, nos colocando ao mesmo tempo,
dentro e fora da natureza.
32
6 CONCLUSÃO
7 REFERÊNCIAS
IMPEY, C. O Universo Vivo: nossa busca por vida no cosmos. São Paulo:
Larousse do Brasil, 2009.
37
MCELROY, M.B.; DAK SZE, N.; LING YUNG, Y. Photochemistry of the Venus
atmosphere. Journal of the Atmospheric Sciences. v.30, p.1437–1447, 1973.
Disponível em:< http://journals.ametsoc.org/doi/pdf/10.1175/1520-
0469%281973%29030%3C1437%3APOTVA%3E2.0.CO%3B2>. Acesso em 29 de
maio de 2017.
QUIAN, X.M. et al. In vivo tumor targeting and spectroscopic detection with
surface-enhanced Raman nanoparticle tags. Nature Biotechnology, v.26, p.83–90,
2008. Disponível em:< https://www.researchgate.net/publication/5692343>. Acesso
em 29 de maio de 2017.
WEISS, M. C. et al. The physiology and habitat of the last universal common
ancestor. Nature Microbiology, v.1, 2016.