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Caboclo

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Caboclo, caboco, mameluco,[1] cariboca ou curiboca é o


mestiço de branco com índio. Também era a antiga designação do
indígena brasileiro. Pode, também, ser sinônimo de caipira.[2] O
mestiço de branco com caboclo é o cariboca ou curiboca sendo
denominação utilizada também pelos filhos de brancos e índios.[3]

Índice
Etnônimo
Etimologia
Descrição
Ver também
Referências
Bibliografia Nascimento de caboclo representado
no Monumento aos Bandeirantes,
em Santana de Parnaíba, no Brasil

Etnônimo
A denominação foi dada pelos primeiros colonos lusitanos nas terras brasileiras para os mestiços. Os
mamelucos que se destacaram na então colônia portuguesa foram os bandeirantes, que colaboraram para a
expansão do território, até então limitado pelo Tratado de Tordesilhas. Assim, alguns se destacaram na
então colônia portuguesa (séculos XVI a XIX) como bandeirantes, exploradores que se engajavam na
captura de índios e na busca de metais preciosos, contribuindo para a expansão do território brasileiro para
além das fronteiras delimitadas na época pelo Tratado de Tordesilhas.

Na América do Sul, mameluco (mais comumente conhecido como "caboclo") é, também, o termo usado
para identificar pessoas mestiças. Nos século XVII e século XVIII, mameluco referia-se a bandos
organizados por colonizadores (mesclados ou não) caçadores de escravos. Mamelucos eram, em sua
maioria, exploradores que vagueavam pelo interior da América do Sul desde o Atlântico até às encostas dos
Andes, e do rio Paraguai até ao rio Orinoco fazendo incursões nas áreas indígenas em busca de metais
preciosos.

Etimologia
Segundo o Dicionário Aurélio, "caboclo" procede do tupi kari'boka, que significa "procedente do
branco".[2] O tupinólogo Eduardo de Almeida Navarro defende que "caboclo" se originou do termo tupi
kuriboka, que, num primeiro momento, designava o filho de índio com africana. Mais tarde, kuriboka teria
passado a se referir também ao filho de mãe índia e pai branco e depois ao mestiço de caboclos e
brancos.[4][5]
Câmara Cascudo, no "Dicionário do Folclore Brasileiro", defende a forma "caboco". Além disso, não
encontrou base nas diversas hipóteses etimológicas existentes para o termo, como a que afirma derivar do
tupi caa-boc, "o que vem da floresta", ou de kari'boca, "filho do homem branco".

Descrição
Os caboclos formam o mais numeroso grupo populacional da Região Norte do Brasil (Amazônia) e de
alguns estados da Região Nordeste do Brasil (Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão, Alagoas, Ceará e
Paraíba).[carece de fontes?] Contudo, a quantificação do número de pessoas consideradas caboclas no Brasil
é tarefa difícil, pois, segundo os métodos usados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em seus
recenseamentos, os caboclos entram na contagem dos 44,2% de pessoas consideradas pardas no Brasil,
grupo que também inclui mulatos, cafuzos e várias outras combinações da mistura de negros ou índios com
outras raças, como negro e oriental, índio e oriental, negro, índio e branco, negro, índio e oriental etc.[6]

Os atributos que definem a categoria social caboclos são econômicos, políticos e culturais. Nesse sentido, o
termo refere-se aos pequenos produtores familiares da Amazônia que vivem da exploração dos recursos da
floresta. Os principais atributos culturais que distinguem os caboclos dos pequenos produtores de imigração
recente são o conhecimento da floresta, os hábitos alimentares e os padrões de moradia. Devido a seus
atributos econômicos similares, no entanto, os dois, caboclos e imigrantes, podem ser alocados na categoria
social mais ampla de camponeses.

Ver também
Caiçara

Referências
1. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro.
Nova Fronteira. 1986. p. 1 074.
2. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova
Fronteira. 1986. p. 302.
3. «Cariboca» (https://www.dicio.com.br/cariboca/). Dicio. Consultado em 28 de outubro de
2019
4. NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo.
Global. 2013. p. 244.
5. «Cariboca» (https://www.dicio.com.br/cariboca/). Dicio. Consultado em 28 de outubro de
2019
6. «PNAD 2006» (http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pna
d2006/brasil/tabbr_1_1_e_1_2.pdf) (PDF)

Bibliografia
CARVALHO, M. R.; CARVALHO, A. M. (org.). Índios e caboclos: a história recontada.
Salvador: EDUFBA, 2012, 269 p. link (http://books.scielo.org/id/mv4m8/pdf/carvalho-978852
3212087.pdf).
CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro, Ministério da
Educação e Cultura / Instituto Nacional do Livro, 1954.
MAGALHÃES LIMA, Deborah. A construção histórica do termo caboclo: sobre estruturas e
representações sociais no meio rural amazônico. Novos Cadernos NAEA, Belém, v. 2, n. 2,
p. 5-32. 1999. link (http://periodicos.ufpa.br/index.php/ncn/article/view/107).
RIBEIRO, Darcy. O Brasil caboclo. In: O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil.
São Paulo: Companhia das Letras, 1995. link (http://www.iphi.org.br/sites/filosofia_brasil/Da
rcy_Ribeiro_-_O_povo_Brasileiro-_a_forma%C3%A7%C3%A3o_e_o_sentido_do_Brasil.p
df).

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