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2 REFERENCIAL TEÓRICO
O ensino superior na evolução da história social da humanidade iniciou no fim do século XII
e início do século XIII na Europa, no velho continente. A composição das primeiras
Instituições de Ensino Superior (IES) configurou-se como sendo mestres e discípulos que
ministravam suas aulas sob a autoridade da Igreja Católica, sendo instituições que atendiam a
elite europeia, com a finalidade de formação dos filhos dos nobres (GOMES; TAYLOR;
SARAIVA, 2018).
Ainda no século XVII, a evolução do ensino superior foi destacada ao ser considerado “um
ambiente também, de pesquisa da época” (CUNHA, 2011, p. 16). Ainda de acordo com o
autor citado, as IES adquiriram neste período, o status de lugar apropriado para conceder a
permissão para o exercício das profissões, através do reconhecimento dos títulos e diplomas
conferidos por órgãos de classes e governamentais.
Já no final do século XVII, de acordo com Gomes; Talor; Saraiva (2018), em relação aos
avanços do Ensino Superior, destacam que:
Dessa maneira, evidenciou-se que, o ensino superior universitário passou a ser adotado por
inúmeros países que buscaram a profissionalização dos indivíduos, principalmente
impulsionados pela Revolução Industrial, e a necessidade de qualificação para o mercado de
trabalho, o que, até os dias atuais se apresenta cada vez mais exigente frente a
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O ensino superior americano é marcado pela sua evolução durante o período do capitalismo
acadêmico, em que as universidades se associavam ao mercado, promovendo a formação de
profissionais para a atuação do setor, sendo por isso, um sistema que se consolidou por meio
da Reforma Flexner (1910 – 1920) (BARRETO; MENDES, 2012).
Salienta-se que, em se tratando dos anos de graduação do ensino superior nos Estados Unidos,
este se apresenta dividido em quatro etapas, as quais são apresentadas por Fernandes et al.,
(2020), como sendo:
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O ensino superior nos Estados Unidos tem como principal característica a descentralização,
em que, cada um dos países apresenta autonomia e independência do Governo Federal para a
creditação de suas instituições superiores (GOMES; TAYLOR. SARAIVA, 2018).
Já no continente europeu, salienta-se o Processo de Bolonha, que teve como objetivo a criação
de um sistema comum de educação baseado na cooperação internacional e no intercâmbio
acadêmico estudantil e de capital humano, com a finalidade de promover o sistema de
conhecimento da Europa mais rápido, atrativo, com flexibilidade e de maneira globalizada
(BARRETO; MENDES, 2012).
Sobre o ensino superior no Canadá, salienta-se que, o modelo referente estabelece que cada
província possui departamentos ou ministérios da educação que são responsáveis pela
organização e avaliação da educação em todos os níveis do processo de aprendizagem
(BARRETO; MENDES, 2012).
Ainda de acordo com o autor Silva (2015), na década de 1990, mesmo com a lei do
Multiculturalismo, constatou-se o baixo ingresso nas universidades canadenses em razão da
baixa qualidade de ensino recebida, sendo necessária a reformulação do ensino básico e
superior do país para o desenvolvimento de novas políticas educacionais que contemplassem
as necessidades dos estudantes, incluindo disciplinas relacionadas além da cultura, com a
formação profissional e especializada para o ingresso dos profissionais no mundo globalizado,
principalmente referente ao mercado de trabalho e da valorização da cultura.
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Neste sentido, ao refletir sobre o ensino superior dos Estados Unidos, Europa e Canadá foi
compreendido que a transformação do sistema de ensino tendo como embasamento a
formação integral dos estudantes baseadas na transformação e evolução da sociedade
globalizada apresentou-se como sendo um fator de relevância para a melhoria da qualidade do
ensino ofertado, possibilitando a melhoria das instituições de ensino superior com novas
didáticas e métodos que conjugaram os interesses de cada país e a ampliação da visão de
mundo, de mercado e da sociedade que se transformou em uma aldeia globalizada onde o
conhecimento se apresenta como o eixo norteador de toda a evolução social, cultural,
econômica, intelectual e política.
O ensino superior no Brasil ocorreu de maneira tardia, frente a outros países como os Estados
Unidos, Canadá e os países do continente europeu, como dissertado, sendo constatado que, as
primeiras universidades na América Latina foram criadas nos séculos XVI e XVII. Já no
Brasil, no século XVII, no fim do período imperial, o país contava somente com seis escolas
superiores voltadas para a formação de juízes, médicos e engenheiros. Somente a partir de
1900, que iniciou a expansão do ensino superior, com a criação de instituições, em sua
maioria no setor privado e de características confessionais católicas (NEVES; MARTINS,
2016).
Durante o Golpe Militar de 1964, ocorreu o aumento da demanda por ensino superior devido
aos investimentos em escolarização realizado pelos governos militares. Em 1968, ocorreu a
Reforma Universitária, com a proposta de uma estrutura moderna voltada para um ensino
superior que destacasse a pesquisa e a extensão (SAMPAIO, 2011).
O sistema de ensino superior brasileiro foi consolidado em dois segmentos, sendo eles: o
público e o privado, destacando que, as IES públicas, que se encontram nas esferas federais,
estaduais e municipais, e o sistema de ensino privado, que são caracterizadas por serem
confessionais, particulares, comunitárias e filantrópicas. Estes dois segmentos se encontram
presentes em todos os Estados da federação, sob a autoridade do Ministério da Educação –
MEC, tendo como princípio o Estado Democrático, o que propicia a livre expressão e ação
dos Estados e Municípios na condução de suas instituições de ensino superior, sendo
orientados pelo Ministério da Educação (GOMES; TAYLOR; SARAIVA, 2018).
O sistema de ensino superior brasileiro é caracterizado por IES públicas e privadas, seno que,
o setor público se refere às instituições públicas federais, estaduais e municipais que são
mantidos pelos respectivos poderes, enquanto as IES privadas se caracterizam por diferentes
tipos, como confessionais, comunitárias, filantrópicas e particulares (NEVES; MARTINS,
2016).
Outra política afirmativa se refere ao crédito educativo – FIES, que contribui para a
permanência do funcionamento das instituições privadas, por financiar o curso de ensino
superior de estudantes que não apresentam recursos financeiros para a sua manutenção
(STALLIVIERI, 2017).
Tais políticas afirmativas vêm contribuindo para a inclusão de estudantes das camadas sociais
menos favorecidas as instituições de ensino superior, ampliando as oportunidades e
contribuído para a formação integral dos indivíduos, preparando-os para o mercado de
trabalho e para a sua atuação como sujeitos críticos e participativos do processo de
transformação social (GOMES; TAYLOR; SARAIVA, 2018).
O modelo do sistema de ensino superior brasileiro evoluiu nas últimas décadas em razão da
inovação do sistema, evidenciando a contribuição dos modelos europeus, americanos e
canadenses na reestruturação do ensino superior, permitindo que os alunos ampliem os seus
conhecimentos e possibilidade de crescimento individual, contribuindo para a transformação
da sociedade (STALLIVIERI, 2017).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GOMES, V. TAYLOR, M.L.M. SARAIVA, E.V. O ensino superior no Brasil: breve histórico
e caracterização. Revista Ci&Trop. Recife, v.42, n.1, 2018. Disponível em:
https://fundaj.emnuvens.com.br/CIC/article/view/1647 Acesso em: 20 ago. 2021.
NEVES, C.E.B. MARTINS, C.B. Ensino superior no Brasil. Uma revisão abrangente.
Artigo de Revisão, IPEA, 2016. Disponível em:
http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/9061/1/Ensino%20superior%20no
%20Brasil.pdf Acesso em: 10 set. 2021.