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É notório que nos últimos anos temos visto e vivido muitas mudanças
importantes na forma como a sociedade e a educação entendem e lidam com a
diversidade humana: os conceitos e as práticas assumem, cada vez mais, um caráter
efêmero e de possibilidades múltiplas.
O distanciamento físico promovido pela Pandemia pela Covid-19 levou a escola
ao maior contato com a realidade do(da) estudante, especialmente durante o ano de
2020, ano em que as atividades na modalidade remota foram implementadas nas
escolas da Rede Municipal de Ensino da Cidade de São Paulo, nas escolas de todo o país,
e de todo o mundo. Estudantes vulneráveis, são, geralmente, aqueles que apresentam
defasagens de aprendizagens. Ao retornarmos às atividades presenciais em 2021 temos
nos deparado frontalmente com essas demandas. Portanto, refletir sobre a nossa
prática diante da diversidade dessas demandas é de relevância extrema nesse tempo.
Nesta perspectiva, aquilo que, por costume, chamamos de “crise de paradigmas”
atinge diretamente a nós educadores(as), nos fazendo refletir sobre valores e práticas,
nos mobilizando para descontruir e repensar em nós mesmos, e em nossas concepções.
É necessário admitir que uma grande parcela da sociedade ainda vê “o pobre”,
“o negro”, “a pessoa com deficiência”, enfim, o “diferente” como alguém em condição
subalterna. Inseridos nessa sociedade, somos levados a assim pensar, ainda que não
admitamos, ainda que lutemos contra isso, ainda que nos envolvamos em movimentos
de ações sociais : a escola ainda mostra que alguns estudantes são “indesejados”. Não
pretendo, e nem poderia, sugerir qualquer tipo de juízo de valor a um(uma) professor(a)
que sinta-se incomodado ante a situações de desafios por demandas específicas de
algum(a) estudante. A exclusão que fazemos, mesmo sem perceber, é fruto de
estereótipos a que fomos educados, e que foram registrados culturalmente durante
muito tempo.
Referências
______. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 5. ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1996.
______. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a Pedagogia do Oprimido. 8. ed.
Rio de Janeiro: Paz e terra, 2001a.
______. Pedagogia do Oprimido. 32. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
MARQUES, Luciana Pacheco, MARQUES, Carlos Alberto. Do universal ao múltiplo: os
caminhos da inclusão.