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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA ESPECIALIZADA DE

REGISTROS PÚBLICOS DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO – ESTADO DO RIO DE


JANEIRO.

Processo n.º (...)

Requerente: Quinzinho M. de Assis

Requeridos: Maria Capitulina Santiago e Benedito Santiago.

MARIA CAPITULINA SANTIAGO, brasileira, casada, agricultora,


portadora do RG e do CPF n.º (...), sem endereço eletrônico, residente e domiciliada na
Rua (...), Bairro (...), Rio de Janeiro/RJ e seu esposo o Sr. BENEDITO SANTIAGO,
brasileiro, casado, agricultor portadora do RG e do CPF n.º (...), sem endereço eletrônico,
residente e domiciliada na Rua (...), Bairro (...), Rio de Janeiro/RJ, por intermédio de seu
advogado(a) abaixo assinado, vem a nobre presença de VOSSA EXCELÊNCIA apresentar
como de fato apresenta

CONTESTAÇÃO À AÇÃO DE USUCAPIÃO COM PEDIDO LIMINAR

Em face de QUINZINHO MACHADO DE ASSIS, já qualificado nos


autos do processo em epígrafe, pelo que passamos a transcrever:
I – PRELIMINAR DE MÉRITO – AUSÊNCIA DE CITAÇÃO VÁLIDA:

Que, os requeridos não foram validamente citados nos autos do


processo, trazendo vício insanável ao presente feito.

O art. 337, do Código de Processo Civil, assevera que:

“Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:

I - inexistência ou nulidade da citação;”

Como pode ser visto a citação dos réus fora feita de forma irregular,
uma vez que um dos titulares do domínio não foi citado nos autos e a outra fora citada em
local fora de sua residência habitual e, ainda, de forma impessoal, o que trouxe prejuízos
inenarráveis para o devidos processo legal e para o contraditório dos requeridos.

Desta forma, requer-se desde já que seja redesignada audiência de


conciliação entre as partes, bem como, seja devolvido o prazo de contestação aos
requeridos.

II – DA VERDADE DOS FATOS:

Que, o Requerente Quinzinho Machado de Assis ajuizou ação de


usucapião em face de Capitu (Maria Capitolina Santiago e seu esposo), titular de domínio
da área discutida, a fim de ter declarada sua pretensão dominial usucapienda.

Ocorre que, ao contrário do que fora afirmado pelo Autor, os


requeridos detém matrícula do imóvel de área superior (23 ha), ao que o Requerente
afirma possuir dois ha, motivo que não lhe gera direito sobre a área excedente.

Ademais, os requeridos afirmam que jamais deixaram de exercer a


posse sobre seu imóvel, e que o requerente sempre residiu no local a título de parceria
agrícola e comodato, o que não importa em posse. Que os requeridos são casados na forma
da lei e que juntos detêm a titularidade do bem, sendo que este último não foi citado para
se defender da ação em que pese constar seu nome na matrícula.

É a síntese.

II – DOS FUNDAMENTOS JURIDICOS:

Antes de tudo, cumpre esclarecer que os requeridos sempre foram


senhores e possuidores da área em questão, sendo que o requerente era simplesmente
parceiro/cessionário de uma pequena fração da área em questão. Assim, não há falar-se
em direitos de posse e propriedade, visto que a área sempre foi ocupada e administrada
pelos requeridos.
Que, o art. 335 e 336, ambos do Código de Processo Civil Brasileiro, são
claros ao afirmarem que:

“Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze)
dias, cujo termo inicial será a data:

I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação,


quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver
autocomposição;

II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de


mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I ;

III - prevista no art. 231 , de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais
casos.

§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º , o


termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de
apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência.

§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II , havendo litisconsórcio


passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para
resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência.

Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo
as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as
provas que pretende produzir.”

Assim sendo, incumbe ao autor provar os atos constitutivos de seu


direito, não tendo até o presente momento obtido êxito na demonstração da posse mansa e
pacifica da área como os fins de se tornar dono da coisa.

Ademais, os requeridos juntam aos autos documentos que comprovam


que o requerente tinha um contrato de parceria agrícola e comodato, o que
descaracterizaria a posse mansa e pacifica sobre a área em questão.

Neste mesmo norte, verifica-se que o casal requerido encontra-se


morando na mesma área que o requerente e que os requeridos tem posse mansa e pacífica
sobre vinte e três hectares (23 há) de terras lavrais e pastais, sendo que o requerente só
tinha posse indireta sobre dois hectares (2 há), conforme provas em anexo.

Assim sendo, não há falar-se na declaração de usucapião de toda a área


em questão, bem como, não há falar-se de posse mansa e pacifica do requerente sobre os
dois hectares pretendidos, visto que a relação era de posse indireta, estando tal situação
caracterizada por contrato de parceria e cessão de direitos.

É o fundamento.

III – DOS REQUERIMENTOS:

ISTO POSTO, requer-se:


a)Preliminarmente que seja redesignada audiência de conciliação entre
as partes, bem como, sejam citados os requeridos na forma da lei e, ainda, devolvido o
prazo de contestação aos requeridos;

b)Seja julgada improcedente, visto que, não existe justa causa para a
concessão do direito de usucapião, uma vez que foi sobejamente demonstrado pelos
documentos acostados que o requerente exercia apenas posse indireta sobre a coisa,
conforme demonstram os contratos anexo, e ainda que os requeridos tem a posse total da
área de 23 hectares, e não apenas dos dois hectares aludidos pelo requerente;

c)Seja condenado o requerente ao pagamento das custas processuais e


honorário advocatícios na ordem de 20% sobre o valor da causa.

IV – DAS PROVAS:

Requer-se provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em


direito, especialmente, pela oitiva de testemunhas, por prova pericial e outros documentos
que se fizerem necessários.

Nestes Termos,

Espera-se Deferimento.

Rio de Janeiro – RJ, data.

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Advogado(a)
OAB-RJ n.º (...)

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