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Esta alteração da paisagem agrícola foi acompanhada pelo aumento das pastagens
permanentes e pelo recurso crescente a sistemas de produção extensivos.
As características do agricultor típico são reveladoras da importância social que esta
atividade continua a ter nos meios rurais já que grande parte do trabalho agrícola é realizado
pela mão-de-obra familiar.
No entanto, as empresas agrícolas têm vindo a assumir uma importância crescente na
produção especializada de certos produtos e na dinamização do setor agrícola em algumas
regiões;
Para além destas alterações, tem-se vindo a assistir à tentativa de valorização do chamado
mundo rural não agrícola (património natural, histórico e cultural e paisagístico).
O CLIMA
As condições meteorológicas são um dos fatores que mais condicionam a agricultura no nosso
país, sobretudo pela irregularidade da precipitação que caracteriza o clima português.
O regime inter e intra-anual da precipitação e da temperatura ajuda a explicar a distribuição
das espécies vegetais cultivadas;
Doc.3- Precipitação mensal (mm) no ano hidrológico de 2011-2012 e valores médios de 1971-2000
A análise da duração e quantidade de precipitação de uma dada região deve estar associada
à variação e distribuição da temperatura;
Em Portugal, o regime de precipitação é caracterizado por um comportamento fortemente
sazonal, com a estação seca a coincidir com a estação mais quente.
Fenómenos meteorológicos extremos (muitos períodos de seca e/ou anos muito húmidos
com precipitação intensa), muito comuns em Portugal, afetam de forma nefasta a
agricultura, reduzindo o rendimento agrícola.
Rendimento agrícola— relação entre a produção e a superfície de terra cultivada. É avaliado em quilogramas por hectare
(kg/ha)
Produtividade agrícola— produção por agricultor num determinado período (um ano). É avaliada em quilogramas ou
toneladas por agricultor/ano.
A precipitação aumenta de sul para norte, do interior para o litoral e é mais elevada nas
áreas de montanha, sobretudo do Norte do país e nas vertentes viradas a oeste;
O território continental português apresenta diferenças regionais e sazonais acentuadas na
distribuição da temperatura. Os valores mais elevados de temperatura ocorrem nos meses
de julho e agosto, e os mais baixos nos meses de dezembro a fevereiro.
O Sul é mais quente e seco que o Norte do país. Por sua vez, o Noroeste é mais húmido que
o Nordeste;
Beira Litoral;
Entre Douro e Minho;
Algarve; 1) Campos de pequena dimensão, fechados e
irregulares
Madeira;
Açores (algumas ilhas)
Alentejo
Trás-os-Montes 2) Campos de grande dimensão, abertos e regulares
Ribatejo
Problemas de gestão da Superfície Agrícola
1) Na Beira Litoral e Entre Douro e Minho, e R.A.Madeira, por razões históricas, relacionadas com
a origem da ocupação do território, a maior densidade populacional, o individualismo agrário, a
fertilidade dos solos, o relevo e a abundância de água terão contribuído para a fragmentação
das propriedades agrícolas nas regiões do litoral Norte e Centro do país.
A existência de famílias numerosas e os processos de partilha de heranças facilitaram a
pulverização de muitas explorações, que passaram a ser constituídas por parcelas ainda mais
pequenas e afastadas geograficamente Domínio do minifúndio
As políticas agrícolas
A integração de Portugal na CEE (atual UE), em 1986, teve um grande impacto na agricultura
portuguesa, com a aplicação de medidas de Política Agrícola Comum (PAC);
A intervenção ao nível da propriedade rural, para corrigir a excessiva fragmentação das
explorações, é essencial para reduzir os custos de produção, aumentar a dimensão
económica e diminuir a dependência alimentar do exterior. Além disso, permite tornar a
agricultura mais competitiva e orientada para os mercados e melhorar o nível de vida dos
agricultores e das suas famílias.
O emparcelamento tem sido um instrumento utilizado para corrigir as deficiências
estruturais da agricultura nacional, diminuindo a dispersão e a fragmentação de
propriedades, a configuração e a dimensão dos prédios e introduzindo melhoramentos nas
redes viárias e de drenagem;
O emparcelamento é então, uma medida de ordenamento do território, que intervém para
tornar as explorações com dimensões adequadas, em áreas das estruturas agrárias e
integrando medidas de proteção do ambiente e desenvolvimento do turismo rural;
O nível deficitário da qualificação dos proprietátios rurais e o individualismo agrário têm
dado origem a algumas resistências a estes processos de ordenamento do espaço rural;
O emparcelamento contribui para o aumento da produtividade e do rendimento agrícola,
possibilita a mecanização de um maior número de explorações agrícolas, a introdução de
novas culturas e de inovações tecnológicas, a introdução de novas culturas e de inovações
tecnológicas, nomeadamente o sistema de rega;
Observou-se uma melhoria na mecanização agrícola, com um aumento do número de
tratores por 100 hectares de SAU.
A gestão e utilização dos solos agrícolas
A dimensão económica das explorações, o seu emparcelamento e a dispersão da SAU
revelam-se mais importantes do que a dimensão física das explorações;
A SAU representa 78% da superfície total das explorações, seguida pela superfície florestal
sem aproveitamento agrícola simultâneo, com cerca de 18%. A Superfície Agrícola Não Útil
(SANU) das explorações, entende-se como uma área com potencial agrícola mas sem
utilização, e representa 3%, e outras superfícies cerca de 1%.
A repartição da SAU está feita do seguinte modo:
Pastagens permanentes (48%);
Terras aráveis (32%);
Culturas permanentes (19%)
Hortas familiares (>1%)
A paisagem agrícola alterou-se significativamente, reorientando-se para sistemas de
produção extensivos: diminuíram as terras aráveis, aumentaram as pastagens
permanentes, e reduziu-se o número de efetivos pecuários.
Nas terras aráveis- onde predominam as culturas anuais ou temporárias,
apesar do decréscimo generalizado- verificou-se um aumento relativo
das áreas com culturas forrageiras, bem como hortícolas, flores e plantas
ornamentais ao ar livre e em estufa;
Nas culturas permanentes, verificou-se uma diminuição de áreas
ocupadas pelos pomares de frutos secos, citrinos e vinha. Em
contrapartida, registou-se um acréscimo de áreas com frutos
subtropicais. A superfície de olival manteve-se inalterada;
Os prados e pastagens aumentaram em nº de hectares;
Em termos regionais, o Alentejo concentra grande parte da SAU (53%),
seguindo-se Trás-os-Montes (12%), Ribatejo e Oeste (11%), Beira Interior Doc.8- ocupação cultural
(9%) e Entre Douro e Minho (6%); predominante da SAU, em 2009
Um dos problemas da agricultura nacional tem sido o desajustamento das culturas ao tipo
de solo que ocupam. Existe uma diferença significativa entre a utilização real e a aptidão
natural dos solos, ou seja, o seu potencial ou adequação a determinado tipo de cultura ou
outro tipo de coberto;
A utilização de solos para fins distintos aos da respetiva capacidade potencial é uma das
causas dos baixos rendimentos e da sua degradação progressiva (ex. processo de
urbanização);
Outro dos problemas relacionados com a utilização dos solos é a inadequação dos sistemas
de cultura e o recurso a técnicas nem sempre ajustadas;
1. SISTEMA INTENSIVO precisa de solos férteis e com recursos hídricos, para ter
rendimentos e produtividades elevadas, pois ocupa permanentemente o solo.
2. SISTEMA EXTENSIVO adapta-se melhor às regiões de solos mais pobres, onde a
água escasseia, recorrendo ao afolhamento, à rotação de culturas e ao pousio como
práticas para manter ou melhorar a fertilidade dos solos e evitar o empobrecimento
provocado pela excessiva exploração dos mesmos.
A utilização destes sistemas agrícolas noutras condições e tipos de solo pode diminuir o
rendimento agrícola e contribuir para a desertificação acelerada dos mesmos.
O uso excessivo de fertilizantes químicos e pesticidas tem aumentado a toxidade de alguns
solos e contribuído para a diminuição da sua fertilidade em poucos anos;
Alguns agricultores estão a introduzir novos procedimentos para melhorar e conservar os
solos, como:
A sementeira direta;
O enrelvamento das entrelinhas de culturas permanentes;
A cobertura dos solos das terras aráveis no inverno;
A rotação anual de culturas;
A aplicação de estrume e o tratamento de resíduos não orgânicos e dos efluentes das
explorações pecuárias.
Estes procedimentos permitem:
Reduzir a mobilização dos solos nas sementeiras;
Protege-los da queda de precipitação e da escorrência da água no inverno;
Reduzir a utilização de herbicidas, pesticidas e fertilizantes, melhorando as condições
agroambientais das explorações;
O modo de produção biológico, embora pouco representativo, constitui igualmente uma
prática que protege os solos e o ambiente em geral.
Este tipo de agricultura tem maior relevância na Beira Interior (8%), mas é no Alentejo que a
área ocupada por este modo de produção é maior (59% da área total c/ agricultura biológica);
Uma proporção importante destas áreas é ocupada com pastagens (72% das explorações
agrícolas com produção animal em modo de produção biológica- Alentejo, Beira Interior);
Algumas explorações agrícolas têm optado pelo chamado modo de produção integrada.
Atenção: aconselha-se a análise de gráficos, relacioná-los com a respetiva matéria e resolver os exercícios
propostos pelo manual e caderno de atividades.
Para melhores resultados podes também visualizar vídeos relacionados com a matéria, resumir a
matéria em gráficos, escrever o que achas mais importante decorar, ler os apontamentos e sublinhar o mais
importante, ler as páginas relativas a esta matéria do caderno do aluno (oferta do livro de geografia), etc.
Podes explorar mais acerca da memória visual (relacionar a matéria com os documentos presentes
nos apontamentos, sublinhar os diferentes subtópicos com diferentes cores, organização em
gráfico/desenho)
Qualquer outra dúvida é só perguntar