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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA


CURSO DE GEOLOGIA (BACHARELADO)

TRABALHO DE GEOLOGIA DO PETRÓLEO

EDUARDA ARAUJO MAZZINGHY DE SOUZA


BARBARA MARIA LIMA PACHECO
LARA ARAUJO DE ANDRADE

RELATÓRIO DE DESCRIÇÃO DE LÂMINA

Belém-Pa
5
2021
EDUARDA ARAUJO MAZZINGHY DE SOUZA
BARBARA MARIA LIMA PACHECO
LARA ARAUJO DE ANDRADE

RELATÓRIO DE DESCRIÇÃO DE LÂMINA

Trabalho do Curso de geologia apresentado ao Centr o


de ciências exatas e tecnologia da Universidade da
Amazônia, disciplina Geologia do Petróleo, como
requisito parcial para a obtenção da nota de 2ª NI.
Orientador: Dr. Cleber Eduardo Neri Rabelo.
Belém-Pa
2021

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO

As rochas carbonáticas têm sua origem química, biológica ou clástica, sendo constituídas
predominantemente por Calcita (CaCO3), Dolomita (CaMg(CO3)2) e Aragonita (CaCO3). Quanto à
química, as rochas carbonáticas podem ser classificadas com base nos estudos estabelecidos por
Pettijohn (1957), que relaciona a porcentagem de óxido de magnésio (MgO).

As rochas carbonáticas são rochas sedimentares constituídas predominantemente por


calcita (carbonato de cálcio) e/ou dolomita (carbonato de cálcio e magnésio). Podem ainda conter
impurezas como matéria orgânica, silicatos, fosfatos, óxidos, sulfetos e outros. Essas rochas são
depositadas naturalmente em ambientes marinhos ou continentais de águas rasas. Também
podem se formar pela erosão ou lixiviação e posterior transporte do material carbonático de
zonas dissolução a zonas de precipitação, que normalmente leva à sedimentação destas rochas
em camadas paralelas e horizontais. (Ferrari, 2010).
2 POSSÍVEIS MINERAIS CARBONÁTICOS

A Calcita é o mineral constituinte do calcário com composição química CaCO3, com


clivagem ortorrômbico perfeita. Principal constituinte dos calcários e mármores, tem o cálcio
como principal elemento formador e possui alta pureza e alvura. Usualmente branco ou incolor,
cinza, vermelho, verde, azul e amarelo. Também, quando impura, castanho a preto. Distingue-se
da dolomita pela efervescência em HCl, e da aragonita por ter menor densidade e clivagem
romboédrica.
Dolomita é um mineral formado por carbonato de cálcio e magnésio CaMg(CO3)2, muito
abundante na natureza na forma de rochas dolomíticas. É utilizado como fonte de magnésio,
sobretudo para a fabricação de materiais refratários. O mineral possui cor branca e brilho vítreo.
Assim como a calcita, a dolomita é reconhecida pelo seu hábito e clivagem romboédricos e sua
dureza (3,5 – 4 na escala Mohs), se diferenciando da primeira por apresentar menor
efervescência ao ácido clorídrico.
A aragonita tal como a calcita é uma das formas cristalinas do carbonato de cálcio , que
cristaliza no sistema ortorrômbico, sendo muito menos estável e mais solúvel em água que a
calcita. Forma geralmente agregados fibrosos com gipsito e minerais de ferro. Brilho vítreo, sem a
excelente clivagem da calcita, fratura conchoidal. Forma maclas cíclicas, com a aparência de
cristais hexagonais.
3 POSSÍVEIS CONSTITUINTES

Um dos componentes do calcário são os grãos aloquímicos formados a partir do


retrabalhamento de substâncias químicas precipitadas dentro da bacia de sedimentação
(fragmentos de esqueletos, oólitos, peloides, intraclastos, etc.), em contraste com os
Ortoquímicos matriz e cimento (matriz micrítica e cimento de calcita espática) que são
essencialmente precipitados químicos formados dentro da bacia ou dentro da mesma rocha, e
mostram pouca ou nenhuma evidência de ter sido submetido a transporte significativo (Folk,
1959 e 1962).
Um dos mais importantes grãos aloquímicos ooides, que são grãos esféricos ou elipsóides,
de menos de 2mm de diâmetro e contendo lâminas concêntricas regulares em torno do núcleo.
Observa-se, normalmente, em ooides antigos, lâminas concêntricas e estruturas radiais. Não é
sempre que a estrutura radial é primária ou que é formada durante a inversão da aragonita para
a calcita.
Figura 1: tipos de ooides
Fonte: Flügel, 2004.

4 CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS

1 - Mostram ooides com estruturas radiais e concêntricas bem desenvolvidas. Sendo os núcleos
formados por grãos micritos (lama de cal), ou seja, rocha carbonática dominada pela calcita grão
fino (FOLK, 1962). As amostras mostram uma faixa de ooides, com núcleo pequeno e córtex
grosso ( o revestimento olítico) e os com núcleos grandes e uma única lâmina oolitica. Os últimos
são chamados de ooides superficiais. A matriz entre os ooides é uma mistura de lama carbonática
e cimento de calcita espática.
Figura 2: Seção fina do jurássico superior
2 - Mostram ooides com estruturas concêntricas pobremente preservadas. As estruturas podem
ter sido parcialmente perdidas pela micrilização, as placas salpicadas com revestimento de
micritos finos são equinodermas. O cimento corado rosa é calcita esparsa não ferrosas já os grãos
não corados com baixa relevo são quartzos secundários ( autigênicos) substituindo a calcita.
Seção fina do carbonífero inferior

3 - Mostram ooides com núcleos de quartzo detríticos de revestimento de córtices relativamente


finos. Nota-se como as lâminas de carly noid preenchem depressões na superfície dos grão de
quartzo e estão ausentes nos cantos angulares, O cimento corado rosa é calcita esparsa não
ferrosa.
Figura 4: Seção fina do carbonífero
5 POSSÍVEL AMBIENTE

A diagênese de carbonatos envolve muitos processos diferentes que ocorrem próximo à


superfície (diagênese marinha e meteórica) e em subsuperfície. Os principais processos são:
cimentação, micritização, neomorfismo, dissolução, compactação e dolomitização.
A cimentação é o processo diagenético mais importante que produz uma rocha dura de
calcário a partir de um sedimento carbonático. Este processo necessita de um fluxo grande de
fluido intersticial (pore fluid) supersaturado com respeito à fase de cimento. A composição
mineralógica dos cimentos depende da química do fluido, particularmente da razão Mg/Ca e de P
CO2 (pressão parcial), bem como da taxa de suprimento de carbonato. Um decréscimo de CO 2
resultará na precipitação de carbonato se o fluido estiver originalmente em equilíbrio com o
carbonato. A micritização refere-se à alteração de bioclastos por algas, fungos e bactérias
endolíticos. Os grãos esqueletais são perfurados e os furos preenchidos com sedimento fino ou
cimento. Envelopes micríticos são gerados quando a atividade dos micróbios endolíticos é menos
intensa e concentra-se na parte marginal do grão. Quando a atividade é intensa, todo o grão
pode ser micritizado, dificultando o reconhecimento da sua natureza original.
Os oóides geralmente se formam em águas rasas, com menos de 5 metros de
profundidade, e agitadas (ação de ondas, marés e correntes de tempestade). Possuem estrutura
fibro-radiada e composição calcítica, que foi recristalizada a partir de aragonita, mineral mais
instável (TUCKER,1991). Já os oóides marinhos recentes apresentam microestrutura interna
formada por cristais de aragonita acicular orientados tangencialmente à superfície do envelope
(Figura 5).

Figura 5: Ambiente deposicional dos Oóides.

Fonte: USP (2010).

Nas rochas carbonáticas, os constituintes primários são muito reativos, o que provoca uma
intensa diagênese precoce, ou seja, a eodiagênese é normalmente muito mais importante que a
mesodiagênese. Compreender os processos e produtos diagenéticos que ocorrem nas rochas
carbonáticas é essencial para a redução dos riscos envolvidos na exploração e para a otimização
da produção das importantes acumulações de hidrocarbonetos que ocorrem em reservatórios
carbonáticos. A diagênese normalmente reduz a porosidade e a permeabilidade originais dos
depósitos carbonáticos, redistribuindo os espaços porosos e alterando as características
capilares.
Aproximadamente a metade do petróleo e do gás em produção no mundo é explotado em
rochas-reservatório carbonáticas (Mazzullo, 2004). As formações rochosas sedimentares que
contêm petróleo geralmente são carbonatos, formados pela deposição de carbonato de cálcio e
magnésio de fontes biológicas. Por essas rochas possuírem origens muito distintas, as
características petrofísicas são bastante diferentes também(Tiab e Donaldson 2004).

. Em geral, tais reservatórios têm distribuição relativamente heterogênea e são complexos em


termos de permo-porosidade, variando conforme uma intrincada combinação de processos
deposicionais e diagenéticos (Falkenhein 1981; Azevedo et al. 1987; Baumgarten & Scuta 1988;
Spadini et al. 1988; Azevedo 2001).

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

BAUMGARTEN, Cleyton S. et al. Coquina of the Lagoa Feia formation, Campos Basin:
development geology evolution; Coquinas da formacao Lagoa Feia, Bacia de Campos: evolucao da
geologia de desenvolvimento. Boletim de Geociencias da Petrobras, v. 2, 1988.

FALKENHEIN, Frank Ulrich Helmut. Carbonate microfacies and depositional evolution of the
Macaé Formation (Albian-Cenomanian), Campos Basin, Brazil. 1981. Tese de Doutorado.
University of Illinois at Urbana-Champaign.

Ferrari A. 2010. From matter to material – Formation, appearance and characterization of

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FOLK, Robert L. Spectral subdivision of limestone types. 1962.

FOLK, Robert L. Practical petrographic classification of limestones. AAPG bulletin, v. 43, n. 1, p. 1-


38, 1959.

GUO, Boyun; GHALAMBOR, Ali; DUAN, Shengkai. Correlation between sandstone permeability
and capillary pressure curves. Journal of Petroleum Science and Engineering, 2004, 43.3-4: 239-
246.

LEAL, Michelle Sarcinelli; AZEVEDO, Celso Oliveira. Taxonomy of Apenesia Westwood


(Hymenoptera, Bethylidae) from Paraná, Brazil. Revista Brasileira de Zoologia, v. 18, n. 3, p. 673-
679, 2001.

Mazzullo, S.. (2004). Overview of Porosity Evolution in Carbonate Reservoirs. Kansas Geological
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MONTEFELTRO, Felipe Chinaglia et al. Postcranial anatomy of the hyperodapedontine


rhynchosaur Teyumbaita sulcognathus (Azevedo and Schultz, 1987) from the Late Triassic of
southern Brazil. Journal of Vertebrate Paleontology, v. 33, n. 1, p. 67-84, 2013.

Searl, A. (1993). ME Tucker 1991. Petrologia Sedimentar. Uma Introdução à Origem das Rochas
Sedimentares, 2ª ed. viii 260 pp.

SPADINI, A. R. et al. The Macaé Formation, Campos basin, Brazil: Its evolution in the context of
the initial history of the South Atlantica. Rev. Bras. Geocienc, v. 18, n. 3, p. 261-272, 1988.

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