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E.B.

2,3 de Cabreiros

Educação Física 2017/2018

Braga, outubro de 2017


Documento de Apoio de Andebol

1. HISTÓRIA DO ANDEBOL

Crê-se que foi na Alemanha em 1890, que Konrad Koch criou um jogo chamado

raffballspiel, com regras semelhantes às do futebol, mas jogado só com as mãos.


Em 1909, um professor alemão, Carl Schelenz, dá forma àquele que definitivamente

se transformaria no jogo atual, quer no nome, quer na sua essência.

Pode considerar-se que o andebol, na variante de onze, é de origem alemã.

Devido às condições climatéricas, nos países nórdicos (Suécia, Dinamarca e

Noruega), impulsionado pelo dinamarquês Holgar Mielsen, passaram a jogar um jogo

parecido em pavilhões, com 7 jogadores em cada equipa, denominando-se por “Handball” e

que quer dizer bola (ball) na mão (hand).

Andebol foi regulamentado pela primeira vez, após a 2ª Guerra Mundial, em 1947.

Com a criação dos campeonatos nacionais e internacionais, o andebol de 7 afirmou-se

definitivamente como desporto, surgindo em 1972 nos Jogos Olímpicos de Munique.

2. CARACTERIZAÇÃO DO ANDEBOL

O andebol de sete é um jogo desportivo coletivo, praticado por duas equipas, cada

uma delas formada por sete jogadores de campo (um guarda-redes) mais cinco suplentes.

O objetivo do jogo é introduzir a bola na baliza da equipa adversária (ação

ofensiva) e impedir que a bola entre na nossa baliza (ação defensiva) respeitando as regras

do jogo.

Número de jogadores Uma equipa é constituída até um máximo de 14 jogadores (7 efetivos)

Dimensão do campo 40m de comprimento por 20m de largura

Bola Bola de couro ou material sintético, esférica com um perímetro de 58 a 60cm e peso:

425 a 475g (tamanho 3)

Baliza 3m de largura por 2m de altura

Duração 60 minutos, divididos em 2 partes de 30 minutos

Juízes dois árbitros, um secretário e um cronometrista

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O campo de andebol é retangular, delimitado por duas linhas laterais e duas linhas

de baliza.

3. REGRAS FUNDAMENTAIS DO JOGO

3.1. INÍCIO E RECOMEÇO DO JOGO

- No começo do jogo, o lançamento de saída é executado pela equipa que ganha o

sorteio e decide iniciar o jogo com posse de bola. O adversário tem direito de escolher o

lado do terreno de jogo que quer começar. As equipas mudam de lado do terreno de jogo na

segunda parte do jogo. O lançamento de saída, no começo da segunda parte, é efetuado

pela equipa que não o tenha executado no começo do jogo.

- O lançamento de saída é executado em qualquer direção a partir do centro do

terreno de jogo. Para o lançamento de saída no começo de cada parte (incluindo qualquer

período de prolongamento), todos os jogadores têm de estar no seu próprio meio campo.

Porém, para o lançamento de saída depois de um golo, é permitido aos adversários do

executante estar em ambos dos lados do terreno de jogo. Em ambos os casos, os

adversários devem estar a pelo menos 3 (três) metros do jogador que executa o

lançamento de saída

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3.2. GOLO

É golo, quando a bola ultrapassa totalmente a linha

de baliza ou de golo, isto é, a linha entre os postes da baliza

e por baixo da barra.

3.3. REPOSIÇÃO DA BOLA EM JOGO

A bola está fora quando ultrapassa completamente as linhas laterais ou de baliza.

Situações de Bola Fora Reposição da Bola em Jogo

Bola saída pela linha lateral Reposição efetuada pela equipa contrária no local onde

saiu a bola.

Bola saída pela linha de baliza, por ação do defesa Reposição efetuada por um atacante no ponto de

encontro da linha lateral com a linha de baliza, no lado

de saída da bola.

Bola saída pela linha de baliza, por ação do atacante Procede-se ao lançamento de baliza que é efetuado

ou do guarda-redes pelo guarda-redes

3.4. FALTAS E RESPETIVAS PUNIÇÕES

Sempre que há uma falta é marcado um lançamento livre que pode ser ocasionado

por algumas das seguintes faltas:

- Na posse de bola, dar mais de 3 passos;

- Fazer 2 dribles: ressaltar a bola, agarrá-la e driblar novamente;

- Driblar incorretamente com as duas mãos simultaneamente;

- Manter a posse da bola, parado, mais de 3 segundos;

- Tocar a bola, intencionalmente, abaixo dos joelhos;

- Calcar (jogador atacante) a linha de seis metros num remate;

- Entrar na sua área de baliza, sem a bola, desde que daí tire vantagem;

- Retirar a bola de dentro da área de baliza, no momento em que se encontra em

contacto com o solo.

- Ter conduta incorreta com o adversário (empurrar, agarrar ou rasteirar).

- Quando um atacante carrega um jogador defesa cujo posicionamento estava

claramente definido, considera-se falta do atacante.

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Quando há uma falta no espaço de jogo este recomeça no local onde foi cometida

(exceto faltas puníveis com lançamento livre de 7 e 9 metros). No momento da sua

execução, os adversários devem manter-se afastados 3 metros do jogador lançador.


Um lançamento de 7 metros é assinalado por algumas das

seguintes faltas:

- Uma clara oportunidade de golo é impedida irregularmente

por um jogador ou oficial de equipa da equipa adversária em

qualquer parte do terreno de jogo;

- Existe um apito injustificado aquando de uma clara

oportunidade de golo;

- Uma clara oportunidade de golo é impedida pela

interferência de pessoa não participante no jogo, como por


Lançamento
livre de 7m exemplo um espectador entrar no terreno de jogo ou fazer

parar os jogadores por intermédio de um apito.

Execução: O lançamento de 7 metros será executado como um

remate direto à baliza, dentro de 3 (três) segundos após o

apito do árbitro. O jogador que está a executar o lançamento

de 7 metros tem de se situar atrás da linha de 7 metros, a não

mais de um metro dela. Depois do apito do árbitro, o

executante não pode tocar ou atravessar a linha dos 7 metros

antes da bola deixar a sua mão.

Faltas cometidas entre a linha de 6m e a linha de 9m, são


Lançamento executadas sempre sobre a linha de 9m e os jogadores
livre de 9m
adversários devem fazer a barreira na linha de 6 m.

3.5. REGRAS DE MANIPULAÇÃO DA BOLA

É permitido:

- Lançar, agarrar, parar, empurrar ou bater a bola, usando as mãos (abertas ou

fechadas), braços, cabeça, tronco, coxas e joelhos;

- Segurar a bola no máximo de 3 (três) segundos, mesmo quando a bola está em

contacto com o solo;

- Dar um máximo de 3 (três) passos com a bola na mão;

- Parado ou em movimento: a) Lançar a bola ao solo uma vez e agarrá-la novamente

com uma ou ambas as mãos; b) Lançar a bola ao solo repetidamente com uma mão (driblar),

e depois agarrá-la novamente com uma ou ambas as mãos; c) Fazer rolar a bola no solo de

forma continuada com uma mão e depois agarrá-la novamente com uma ou ambas as mãos.

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Assim que o jogador agarre a bola com uma ou ambas as mãos, deve jogá-la após dar no

máximo 3 (três) passos ou dentro de 3 (três) segundos. Depois da bola tocar outro jogador

ou a baliza, volta a ser permitido ao jogador bater a bola ou driblar e agarrá-la novamente;

- Passar a bola de uma mão para a outra;

- Jogar a bola estando de joelhos, sentado ou deitado no chão.

3.6. O GUARDA-REDES (GR) E VIOLAÇÕES DA ÁREA DE BALIZA

Só ao guarda-redes é permitido entrar e permanecer na área de baliza. Dentro da

sua área de baliza e com intenção de defesa, pode deter a bola com qualquer parte do

corpo e movimentar-se com a bola na mão sem limitações, porém, não é permitido ao

guarda-redes demorar a execução de um lançamento de baliza. O GR não pode entrar ou

sair da área de baliza com a bola na mão controlada.

A área de baliza, que inclui a linha de área de baliza, é considerada violada quando

um jogador de campo a toca com qualquer parte do corpo.

A entrada na área de baliza não é penalizada quando:

a) Um jogador entrar na área de baliza depois de passar a bola, desde que isto não

crie uma desvantagem para os adversários;

b) Um jogador entrar na área de baliza sem a posse da bola e não obtenha nenhuma

vantagem dessa situação.

Se um jogador jogar a bola para a sua própria área de baliza as decisões serão as

seguintes:

a) golo, se a bola entrar na baliza;

b) lançamento livre, se a bola ficar parada na área de baliza ou se o guarda-redes

tocar a bola e esta não entrar na baliza;

c) lançamento de reposição em jogo, se a bola sai pela da linha de saída de baliza;

d) o jogo continua se a bola atravessar a área de baliza e voltar para a área de jogo

sem que tenha sido tocada pelo guarda-redes.

Dentro da área de baliza, a bola pertence sempre ao GR, sendo proibido a qualquer

outro jogador tocar a bola que aí se encontre, quer esteja parada, em movimento ou na

posse do GR. Contudo, a bola que se encontra no ar por cima da área de baliza pode ser

jogada livremente.

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3.7. SUBSTITUIÇÕES

Os suplentes podem entrar no jogo a qualquer momento e repetidamente, pela zona

de substituição do seu meio campo defensivo, desde que o jogador substituído já tenha

abandonado o campo pela mesma zona.

3.8. ÁRBITROS

Cada jogo é dirigido por dois árbitros com igual autoridade a quem compete:

- Dar início e fim ao jogo;

- Assinalar as infrações às regras de jogo e os golos;

- Inspecionar o terreno de jogo, as balizas, e as bolas antes do início do jogo;

- Controlar a conduta dos jogadores e dos oficiais de equipa.

4. GESTOS TÉCNICOS

4.1. RECEÇÃO

Receção alta - acima da cabeça;

Receção média - entre a cintura e a cabeça;

Receção baixa - abaixo da cintura.

Determinantes técnicas:

- Direcionar o corpo para o colega que tem a bola;

- Formar uma concha com as palmas das mãos, com os dedos afastados e os polegares a

tocarem-se (alta e média), formando um W com os dedos indicadores;

- Estender os braços ao encontro da bola;

- Antes do contato as mãos devem estar firmes e os dedos afastados;

- Fletir os braços, ao contato com a bola, amortecendo-a contra o peito.

Nota: Na receção baixa (abaixo da cintura), as pontas dos dedos apontam para o chão,

estando as palmas das mãos viradas para a frente, e os dedos mínimos devem estar a

tocarem-se, formando um M com os dedos anelares.

Receção média e alta

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Receção baixa

4.2. PASSE

4.2.1. Passe de ombro

Determinantes técnicas:

- Pegar na bola por trás com os dedos bem afastados;

- Orientar-se na direção do companheiro a quem o passe é efetuado;

- O pé contrário ao braço que tem a bola, coloca-se ligeiramente à frente;

- O antebraço faz um ângulo superior a 90º com o braço, estando o cotovelo à altura do

ombro;

- Realizar o movimento com o braço rematador (que segura a bola) de trás para a frente;

- Acabar o movimento com uma extensão do braço na direção do colega a quem se vai

passar a bola.

4.2.2. Passe Picado

Determinantes técnicas:

As mesmas determinantes técnicas do passe de ombro, acrescendo:

- Dirigir a bola para o solo, através da flexão do pulso

de forma a que ela ressalte para o colega;

- Acabar o movimento com uma extensão do braço e

simultaneamente uma chicotada da mão.

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4.2.3. Passe de Pulso

Determinantes técnicas:

- Agarrar a bola com a mão bem aberta;

- Direcionar a palma da mão para trás e para fora;

- Enviar a bola com rotação interna do membro superior e trabalho de pulso.

4.3. DRIBLE DE PROGRESSÃO

Determinantes técnicas:

- O jogador realiza o batimento da bola ao lado e à

frente do corpo e à altura da cintura;

- Contato da mão com a bola por trás;

- Realiza com o braço movimentos de flexão e

extensão em direção ao solo;

- Manter a cabeça levantada, não deve olhar

diretamente para a bola.

4.4. REMATE

4.4.1. Remate em apoio

Determinantes técnicas:

- Com um ou dois apoios no solo;

- Coloca-se o pé contrário ao braço que remata ligeiramente à frente;

- O antebraço faz um ângulo superior a 90º com o braço, estando o cotovelo à altura do

ombro (armar o braço);

- Realizar o movimento do ombro e braço livre para trás e, em simultâneo a extensão rápida

do braço rematador no sentido da baliza aplicando a máxima força possível, com uma

chicotada final da mão;

- No fim do movimento, avança-se simultaneamente o pé mais recuado.

4.4.2. Remate de anca

Determinantes técnicas:

- Ligeira inclinação lateral do tronco para o lado do membro superior que remata;

- Colocar o membro superior à altura da anca;

- Fazer uma rotação do pulso no momento de execução do remate.

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4.4.3. Remate em Salto/Suspensão

Determinantes técnicas:

- Efetua-se uma corrida preparatória com a bola nas mãos (máximo de 3 passos);

- A perna contrária, ao braço que remata, realiza a impulsão do corpo;

- Começar a armar o braço rematador, transferindo a bola para essa mão, ao mesmo tempo

que coloca o último apoio;

- Rematar na fase de suspensão, saltando o mais para a frente possível;

- A receção ao solo é feita com o pé da impulsão.

5. FUNDAMENTOS TÉCNICO-TÁTICOS

5.1. ATAQUE

Uma equipa encontra-se em situação de ataque sempre que tem a posse da bola.
A equipa deve: atacar a baliza adversária; manter a posse de bola; adaptar o ataque à

defesa, e obrigar o defesa a cometer erros para tirar proveito deles.

→ O guarda-redes, com a bola, deve:

- Dar início ao contra-ataque, sempre que a situação de jogo lhe permita, passando a bola a

um colega desmarcado;

- Passar a bola a um colega sem marcação para que este possa iniciar o ataque organizado.

→ O jogador com bola deve:

- Atacar a baliza adversária e criar situações de superioridade numérica;

- Finalizar, mal a situação seja vantajosa;

- Passar a bola a um colega desmarcado, em posição mais ofensiva;

- Se tem oposição, usar fintas, simulações, e mudanças de direção para desenquadrar o

seu adversário direto;

- Manter a posse de bola.

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→ O jogador sem bola deve:

- Desmarcar-se, garantindo uma distribuição equilibrada do espaço de jogo, e abrindo linhas

de passe para o portador da bola.

5.1.1 Desmarcação

O jogador sem posse de bola em ação ofensiva realiza deslocamentos rápidos e

inesperados de forma a ultrapassar o adversário direto e criar linhas de passe mais

ofensivas.

5.1.2. Fintas

O objetivo das fintas é ultrapassar o defesa

para criar situações de superioridade

numérica.

- Desequilibrar o defensor para um dos lados,

através de uma simulação;

- Observar a reação do defesa;

- Mudar de direção e de velocidade para o

lado contrário, caso o defesa tenha reagido à

simulação.

5.2. DEFESA

Uma equipa encontra-se em situação defensiva quando não tem a posse de bola.

→ Os defensores e guarda-redes devem:

- Recuar imediatamente para o seu meio campo quando a sua equipa perdeu a posse de bola;

- Tentar impedir ou dificultar a progressão do adversário, seja em drible ou em passe;

- Impedir que o adversário marque golo;

- Tentar neutralizar as iniciativas de ataque;

- Apoderar-se da bola para preparar o ataque da sua equipa.

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5.2.1. Marcação

O jogador sem posse de bola em ação defensiva:

- se defende um adversário com bola deve colocar-se entre

este e a baliza, dificultando o seu avanço no campo, o remate

ou a execução do passe para um companheiro;

- se defende um adversário sem bola deve evitar que este a

receba colocando-se na possível linha de passe, ou seja, entre

a bola e o seu atacante usando essencialmente o braço e a mão.

5.2.2. Bloco

O bloco tem por objetivo travar o remate do adversário.

- Braços paralelos numa posição que corte a linha de remate;

- Mãos bem abertas, dirigidas para a bola, com os dedos tensos e em extensão;

- O bloqueador não deve fechar os olhos.

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