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Pontifícia Universidade Católica – PUC RJ

Aluno: Francisco Évison Isaías Lopes

Escatologia – G1 (2021.2)

9 – Desenvolva os dois elementos da escatologia Joanina.

A escatologia joanina, que compreende de modo significativo os conceitos de ligados à vida


eterna, juízo e ressurreição, é caracterizada por dois elementos ou duas dimensões singulares, a
saber, as dimensões de presença e de futuro. É justamente nesta perspectiva que se pode falar da
existência de uma tensão escatológica em João entre presente e futuro, bem como se pode abordar a
escatologia joanina como realizada, do já, mas que se abre para o futuro, isto é, o “ainda não”.

O elemento “presente”, diz respeito a uma escatologia radicada na opção da fé pelo Filho de
Deus, de modo que os conceitos de vida eterna e de juízo pressupõem e/ou dependem dessa
aceitação de Cristo, verbo encarnado, Filho de Deus como salvador. Isto é, dependem dessa
realidade salvífica presente na pessoa histórica do verbo encarnado. Em Outras palavras, a
Redenção de Cristo é o polo de atração em torno do qual giram presente e futuro. No homem que
crê em Jesus, os bens escatológicos se tornam realidade operativa. Ou seja, no ato de sua abertura a
fé em Jesus, se torna operativo o dom da vida eterna. Em outras palavras, o bem escatológico “está
presente, é realizado, antecipado”. Assim, da adesão a Jesus decorre o dom da vida eterna e de sua
rejeição decorre o juízo de condenação atual. Podemos perceber com clareza essa perspectiva,
sobretudo no capítulo terceiro de João, mais precisamente em Jo 3,16-18 quando externa que quem
crê não é julgado, mas quem não crê já está julgado.

Esses dons escatológicos que já são realidade operativa para os que creem constituem uma
fase inicial cuja realização conveniente ocorrerá no futuro, além da morte. Assim as duas
escatologias não se excluem, mas se completam. Aqui podemos elencar esse outro elemento
característico da escatologia joanina, que é a dimensão “futura”, a qual diz repeito ao “cumprimento
último e glorioso da vida ressuscitada”. Ou seja, daquilo que já se iniciou no presente histórico.
Com isso, a ressurreição presente nos planos de Deus para salvar os que creem em seu Filho amado,
é posta por João como penhor da vida eterna historicamente recebida e experimentada pelos que
creem em Jesus, Filho de Deus. Podemos ver com clareza essa dimensão nas passagens referentes a
ressurreição de lázaro e no diálogo entre Jesus e Maria onde se evidencia além da antecipação do
evento final para o presente por força da fé, a crença na ressurreição no último dia.

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