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AMPLIAÇÃO

DA SEDE DA
ORDEM DOS
ARQUITECTOS

CONCURSO
CONCURSO – 2019

AMPLIAÇÃO
DA SEDE DA ORDEM
DOS ARQUITECTOS
Promotor Júri
Ordem dos Arquitectos Egas José Vieira, Arquiteto, indicado pela OA, que presidiu
Carlos Bessa, Arquiteto, indicado pela D.G.P.C.
Sinopse Catarina Abranches, Arquiteta, indicada pela
A Ordem dos Arquitectos, na qualidade de Câmara Municipal de Lisboa

superficiária e no legítimo exercício dos Número de concorrentes


seus direitos, decidiu promover o presente 66
concurso para apresentação de propostas para
Prémios
ampliação da sede da Ordem dos Arquitectos, 1º prémio: €5.000,00
tendo como objeto de intervenção o edifício da 2º prémio: €3.000,00
Rua da Ribeira Nova, n.ºs 52 a 64, em Lisboa. 3º prémio: €2.000,00

As propostas a apresentar deverão enquadrar Data de publicação


as melhores práticas construtivas e técnicas, Novembro de 2019
e contribuir para a valorização do património
Valor base
arquitetónico da Ordem e da envolvente €50.000,00 + IVA
urbana onde se insere.
Pretende-se que a intervenção no edifício Estimativa de custo de obra
€500.000,00 + IVA
da Rua da Ribeira Nova, pela sua condição
relativamente ao Edifício Sede, constitua uma
oportunidade de valorização das instalações
da Ordem dos Arquitectos, traduzindo-se
assim numa mais-valia no âmbito dos serviços
que presta aos seus membros, a par de um
incremento de visibilidade da face pública
da instituição na sua relação com a sociedade
em geral.
1º CLASSIFICADO
AUTORIA: LUÍS PEDRO PINTO
COORDENAÇÃO: LUÍS PEDRO PINTO

Na consideração absoluta pelo edifício, Banhos de São Paulo, Esta linha, a cerca de 3,2 metros do pavimento, corresponde
edifício Sede, seja pela sua escala construtiva, matéria e uma ao início da curva dos vãos e serve, entre outras coisas, para
certa monumentalização, parece-nos que a melhor forma de retirar peso a uma parede já bastante deformada, ajudando
construir uma ampliação é enfatizar uma relação volumétrica na sua estabilidade. Por outro lado, com este corte de acerto
autónoma, assegurando uma passagem coberta pedida em dá-se relevância às cantarias existentes, realçando o seu
programa, mas desmaterializada, garantindo a autonomia desenho com o recorte na nova matéria, remetendo a pré-
formal aos edifícios: a Sede e o Anexo. -existência opaca para um embasamento matérico de
Entre os dois dá-se especial importância ao logradouro, contacto tátil com a rua e com os assuntos da rua.
seja na definição clara dos seus limites, no aumento efetivo Propõe-se que esta parede seja mantida, pelo exterior,
de área de estar e de uso, nas possibilidades de circulação no seu estado atual, sem pinturas, limpezas ou “liftings”
e no arrumo cuidadoso das funções que aqui se estabelecem. (apenas garantindo tecnicamente a sua não desagregação).
Esta abordagem de valorização do espaço não construído, Ela transportará consigo a sua memória, os cartazes colados,
enquanto espaço público aberto e funcional (mas possível os grafitis ou pinturas antigas e reforçará um contraste com
de encerramento em relação à rua) tende a valorar as suas um edifício novo e imaculado pousado em cima. Talvez possa
fachadas – alçado existente Sul dos Banhos de São Paulo e continuar a ser uma das últimas paredes velhas do Cais
nova fachada do edifício anexo. do Sodré!
Aceitando o essencial do desenho da fachada pré-existente,
a sua materialidade, na estimação da sua essência, com os
seus vãos de cantarias de arco completo, as suas deformações
do tempo, define-se uma linha de acerto (e demolição) a partir
da qual irá apoiar, aparentemente, a nova construção. Não
se trata de uma mera resposta de “fachadização” mas uma
leitura crítica do existente, mantendo o essencial e necessário
ao novo projeto.
2º CLASSIFICADO
AUTORIA: CONSÓRCIO EXTERNO PEDRO MATOS GAMEIRO ARQUITECTO,
LDA + BUGIO II ARQUITECTURA UNIPESSOAL, LDA
COORDENAÇÃO: PEDRO MATOS GAMEIRO

A implantação do edifício objecto da intervenção resulta da O novo volume recupera e deixa assim evidenciar uma sub-
adaptação formal do remate da então nova frente ribeirinha -leitura da pré-existência, revelada por um lado pela marcação
com a malha pombalina em que se insere o edifício dos da antiga platibanda que evidencia a anterior cércea e, por
Banhos de São Paulo, sede da Ordem dos Arquitectos. outro, pela ausência da esquina pela qual se faz a entrada,
Esta condição originou o desalinho entre os dois edifícios, que gera o páteo e permite ler a totalidade do antigo edifício.
cuja ordem remete, à vez, para o estabelecimento da frente O diálogo com o edifício da ordem é estabelecido através de
de rua para a qual dão – num caso para a Travessa do uma relação de cérceas, o que permite uma leitura de maior
Carvalho e noutro para a Rua da Ribeira Nova. Esta disposição unidade a todo o conjunto.
determinou, por sua vez, uma frente inacabada a poente, O programa organiza-se de modo a separar os percursos
que nunca perdeu o sentido de empena e que agora se reservados aos serviços da Ordem dos Arquitectos daqueles
pretende recompor. destinados ao restaurante e, dentro destes, os públicos
Nesse contexto, a solução agora apresentada a concurso dos de serviço. O piso térreo do edifício localizado sobre
procura reforçar o sentido e a posição do edifício existente a Rua da Ribeira Nova alberga, maioritariamente, o programa
sobre a Rua da Ribeira Nova estabelecendo, a par, uma nova de cafetaria/ restaurante, potenciando a sua visibilidade
e valorizada frente sobre a Travessa do Carvalho que se e determinando uma articulação directa com a vivência
constitua formal e programaticamente como uma zona urbana da rua, com o mercado localizado em frente
de entrada no conjunto. Esta nova frente é desenhada a partir e com um conjunto de outros espaços de restauração,
de uma subtracção no volume paralelepipédico que constitui sequencialmente localizados nos pisos térreos dos edifícios
a ampliação, gerando dessa forma e através de uma referência envolventes, criando novas sinergias capazes de gerar
explícita à pré-existência, o espaço que articula os acessos uma dinâmica e um fluxo de visitantes essencial à vivência
ao restaurante no piso térreo e, através de uma rampa, de todos estes lugares.
ao páteo / esplanada que se acha sobre-elevado em relação
à rua, estabelecendo uma relação directa e intencional com
o jardim de D. Luís.
3º CLASSIFICADO
AUTORIA: SAMUEL DIAS ARQUITECTOS, LDA
COORDENAÇÃO: SAMUEL PEREIRA DIAS

A área de intervenção consiste num trapézio gerado por duas O programa é claramente dividido e as suas entradas
direções oblíquas resultantes de aterros sucessivos, marcas respetivas situadas em locais opostos no edifício a intervir.
do tempo, e que configuram o lugar com uma identidade rica O restaurante situa-se no piso 0 e a sua entrada no maior vão
de períodos estéticos e características construtivas distintas. exterior próximo da Praça Dom Luís I. As salas de formação
O edifício, objeto de intervenção, apresenta uma escala e a sala polivalente situam-se no piso 1 e a entrada é efetuada
modesta quando comparado com a frente de rua da Ribeira pelo pátio garantindo uma conexão acessível entre o edifício
Nova. No entanto, a volumetria atual possibilita a luz solar sede e a sua ampliação. Em cada piso, e sobrepostos,
direta ao edifício da Sede e cria juntamente com este, um jogo encontram-se as instalações sanitárias, courettes técnicas
articulado de cérceas com o restante quarteirão. É um edifício e instalações eletromecânicas. Abaixo do pavimento do
de charneira entre a cidade pombalina e a cidade do século restaurante, atual cave do edifício é proposto um desvão
XIX, assim como entre a rua da Ribeira Nova e a Travessa do técnico para passagem de instalações.
Carvalho.
A proposta mantém grande parte do edifício em ruína,
procedendo à sua consolidação, aproveitando a riqueza
formal dos vãos exteriores, reforçando o limite da sua altura
e depurada de elementos decorativos. A função da platibanda
deixa de ter utilidade, assim como as suas pendentes,
e portanto, são substituídas por um novo corpo assente
sobre uma estrutura que permite a sua edificação e reforço
da construção preexistente. O limite entre a fachada existente
e o novo corpo é definido através de uma cantaria que permite
uma leitura horizontal da antiga platibanda. A construção
preexistente é consolidada e rebocada com argamassa à base
de cal com pigmento próximo à fachada sul do edifício Sede.
O novo corpo, assume-se como uma nova construção, sem
desvirtuar a materialidade pétrea do conjunto. Propõem-se
uma fachada ventilada, revestida com uma pele de pedra de
Lioz, uniformizando cantarias, platibandas e cunhais. Os vãos
são cuidadosamente dimensionados articulando os ganhos
solares com a justa proporção em equilíbrio com a fachada
preexistente.
4º CLASSIFICADO
AUTORIA: SPMR, ARQUITECTOS, LDA
COORDENAÇÃO: SARA GARCIA PELICANO DA CUNHA

Dois edifícios distintos, uma única sede, num único conjunto Dois edifícios integrados num único conjunto arquitectónico
arquitectónico. orientado para um pátio central. A face exterior e urbana
Um conjunto arquitectónico que assenta, essencialmente, do conjunto é um contínuo construído (embora visualmente
em duas estratégias: muito permeável), equilibrado por um vazio estruturante
– valorização criteriosa do Edifício Anexo, projetando-o criado no seu miolo interior. No contato entre os edifícios,
sempre no contexto do referido conjunto. precisamente no ponto de toque, esta duplicidade é revelada.
– criação de um pátio exterior central, que inter-relaciona Uma abertura livre na nova fachada do Edifício Anexo marca
visual e fisicamente todas as zonas e que dota a OA de a entrada e transporta o pátio central para o exterior.
uma área exterior para usufruto livre dos seus associados Metodologia da intervenção:
e funcionários. A intervenção no Edifício Anexo mantém a sua volumetria
original, com conservação/recuperação das paredes portantes
O tema vital é o desenho da fachada poente. exteriores - procede-se à demolição dos anexos clandestinos
e de um anexo original sem valor patrimonial. A cobertura
Assim, desenhámos uma fachada que se relaciona de uma é recuperada em vigamento de madeira, mantendo a cota
forma muito direta com a sua fachada sul: no alinhamento de cumeeira e a cota da platibanda.
superior dos vãos, no carácter de grande permeabilidade Consideramos a fachada poente uma fachada nova,
dos vãos - portas (que, em ambos os casos, absorvem a quase embora se mantenha a sua implantação atual, pois não
totalidade da fachada), na continuidade da platibanda e nos se trata de recuperar uma fachada mas de desenhar uma
materiais. Reinterpretam-se estes elementos, apropriam-se fachada que nunca existiu e que deve configurar um edifício
essas lógicas, mas assume-se este tempo da intervenção, integral e coerente, de carácter distinto do original (edifício
sem mimetismo formal ou linguístico. de fachada única).
Ao mesmo tempo, esta fachada estabelece com o Edifício A concretização desta fachada define a valorização de
Sede uma relação clara e direta, em que os seus vãos todo o conjunto patrimonial Edifício Sede - Edifício Anexo,
exteriores fazem a transição entre a escala dos vãos sul e a sua relação conjunta com a cidade.
do Edifício Anexo (vãos de grande dimensão) e a geometria
dos vãos sul do Edifício Sede (vãos ortogonais).
5º CLASSIFICADO
AUTORIA: ALTI ARQUITECTOS
COORDENAÇÃO: TIAGO JOÃO PIRES SAMPAIO

A fachada sul do edifício Anexo, com o valor patrimonial O programa é completado com a sala polivalente no último
adquirido pela sua antiguidade, é recuperada e revestida piso. O esguio volume rebocado é encimado por uma linha
com um reboco de aspecto semelhante ao do novo volume. de clarabóias das quais é vertida uma luz difusa sobre a
A semiótica neoclássica é assim fossilizada nas pilastras e nos parede Sul desta sala. A iluminação natural é complementada
arcos, um momento da História da cidade captado como por uma janela horizontal na parede Norte, que proporciona
o gesto imóvel de uma estátua de gesso. uma situação de vis-à-vis com a fachada do edifício Sede.
Este fragmento do século XIX é embebido no novo Quanto à materialização dos compartimentos, serão aplicados
volume dando origem a um espesso muro rebocado onde revestimentos de reboco estanhado de cor clara nas paredes
os pórticos adquirem novos usos. Nesta frente é feita a e tectos e de marmorite nos pavimentos.
entrada do restaurante e da ampliação da OA e é criado um A projecção pública da OA estava até agora diminuída pela
espaço expositivo exterior na sequência de vãos menores, localização algo discreta do edifício dos Banhos de São
transformados em nichos Paulo. Com esta nova frente, a instituição ganha não só
O novo corpo rebocado eleva-se sobre esta frente, representatividade no contexto público mas também uma
desalinhando-se da mesma através de uma inflexão que melhorada capacidade de comunicação através do espaço
marca o eixo de entrada da ampliação da OA. Adossado expositivo exterior.
a este e estendendo-se até ao logradouro surge um volume
revestido a azulejo, cuja inclinação da cobertura contribui
para transição de escala entre os edifícios.
A relação entre os dois programas da ampliação é feita de
forma clara e autónoma. O restaurante é implantado na
totalidade no piso térreo sendo apoiado por esplanada na
zona de confluência do logradouro com espaço público.
Já os diferentes compartimentos da ampliação da OA são
distribuídos por três pisos, articulados através de uma escada
localizada na parte mais exígua do terreno. Associada a esta
escada desenvolve-se no piso 1 uma galeria que compõe,
juntamente com a entrada, uma rede de espaços cobertos mas
não encerrados. A galeria, concebida igualmente como espaço
dedistribuição e de permanência, contribui para a iluminação
e ventilação natural das salas de formação no piso 1.
6º CLASSIFICADO
AUTORIA: PMC – ARQUITECTURA E CONSTRUÇÃO
COORDENAÇÃO: MIGUEL PASSOS DE ALMEIDA

A zona proposta para a intervenção, situada a tardoz Em termos da distribuição do edifício, propõem-se 3 espaços
dos “Banhos de São Paulo” - edifício sede da Ordem dos genéricos - 3 grandes salas, 1 em cada piso - acompanhados
Arquitectos - é atualmente um lugar profundamente frágil por um núcleo de serviço que contém circulações e acessos
e ainda à procura da sua identidade no tecido urbano onde verticais, instalações sanitárias e ainda um espaço de apoio,
se insere. sem nenhuma afetação muito restrita, que poderá funcionar
Num contexto urbano , com a presença de diversos como uma zona de arrumos ou área técnica. Assim e tendo
edifícios e conjuntos arquitetónicos de diferentes épocas, em conta o programa definido no caderno de concurso, o piso
materialidades e tonalidades, a proposta visa uma certa térreo do volume proposto alberga a zona de restauração e um
unidade ao contexto em que se insere, sem abdicar de que núcleo de serviço independente, com escada e elevador, que
se possa constituir como uma marca de contemporaneidade permite o acesso aos pisos superiores do edifício. Nos pisos
para o remate quarteirão. O objeto proposto, cromaticamente 1 e 2, encontram-se, respetivamente, as salas de formação
unitário, busca uma volumetria elementar, através de e a sala polivalente, com os diversos espaços de apoio como
um corpo novo que “pousa” sobre o volume existente, instalações sanitárias e arrumos, salas estas que poderiam
parcialmente reformulado a tardoz, demolindo as construções funcionar com várias configurações, através da fragmentação
de génese ilegal e redefinindo em planta o polígono ou não dos pisos, por meio de divisórias amovíveis.
de construção do projeto original.
Propõe-se também a abertura do logradouro a poente,
potenciando assim um novo acesso ao conjunto através
do vazio que resulta do afastamento entre o proposto -
edifício anexo - e o existente - atual sede da Ordem dos
Arquitectos. Este logradouro torna-se assim muito mais do
que um lugar de mediação e confronto entre o edifício sede
e o edifício proposto, para assumir um carácter bastante
mais público. Seja pela sua apropriação mais fugaz como
é a de quem o atravessa desde a Travessa do Carvalho para
a Rua Ribeira Nova, seja por uma permanência, mais ou
menos duradoura, própria de um local de encontro para
quem espera pela hora de uma conferência ou para quem
se senta na esplanada de apoio ao restaurante.
7º CLASSIFICADO
AUTORIA: ARRAIOLOS.BASSI ARQUITECTOS ASSOCIADOS, LDA
COORDENAÇÃO: MARCO FILIPE FONSECA ARRAIOLOS

O atual edifício da Ordem dos Arquitectos, exemplar de uma O novo edifício é desenhado em diálogo quer com a fachada
arquitetura neoclássica (de escala provinciana) de meados tardoz do Edifício Sede, quer com a Rua da Ribeira Nova,
do Séc. XIX, intervencionado nos anos 90 do séc. XX pelos com seis vãos abertos a Sul, alinhados com os existentes
Arquitectos Manuel Graça Dias e José Egas Vieira, remata ao nível do piso térreo e em continuidade rítmica com os
o lado poente de um quarteirão de volumetria maior (5 pisos) vãos presentes no primeiro andar do edifício confinante com
de forma algo inesperada. a parcela, a Nascente.
Consequência da continua transformação e alteração desta O novo volume, matericamente distinto, com uma altura de
zona da cidade, o edifício resulta como que encravado num dois pisos acima do coroamento do muro perimetral, confere
espaço urbano que se vem estabilizando (ou procurando à fachada principal um total de três pisos, sendo o último cego
alguma forma de estabilização) ao longo dos últimos dois (sala exposições) e iluminado apenas por luz zenital.
séculos. A “invenção” do Jardim e a ampliação em altura do núcleo
A solução apresentada (que respeita todas as condicionantes principal existente no meio deste, torna o novo volume num
do programa) consiste numa sequência de ações – gestos objeto isolado, que se mostra na sua individualidade, sem
arquitetónicos que permitem em simultâneo resolver contacto com edifícios de parcelas confinantes, contribuindo
a questão urbana do gaveto, responder ao programa com para a afirmação da sua presença e singularidade no contexto
uma solução clara e sobretudo “oferecer” à O.A. e à cidade urbano, assim como da sua representatividade institucional.
um pátio-jardim – qual hortus conclusus – contido por um
muro perimetral. Muro esse que existindo já parcialmente
(fachada sobre a rua da Ribeira Nova a recuperar) se tem
apenas de completar no limite poente da parcela.
Completado o perímetro e resolvido o gaveto, são demolidos
todos os elementos espúrios e as construções anexas de
importância menor, mantendo-se apenas o núcleo principal
(ainda que nesta fase não possamos ter a certeza das suas
reais possibilidades de reabilitação) que define um edifício
de planta retangular no meio do novo jardim.
Sobre este, “flutuando” acima do nível do muro perimetral,
é pousado um objeto arquitetónico, em betão branco, com
uma plasticidade própria, naturalmente contemporâneo.
8º CLASSIFICADO
AUTORIA: SOARES DE MOURA E LOPO DE CARVALHO ARQUITECTOS
COORDENAÇÃO: MIGUEL LOPO DE CARVALHO

Da análise do valor patrimonial do edifício dos banhos Projeta-se ainda uma ligação ampla entre edifícios através
de São Paulo e do edifício anexo em estudo assim como de uma estrutura perfilada de ferro e vidro, que respeita
do estabelecer de um valor hierárquico, propõe-se uma a independência patrimonial de cada construção na sua
intervenção modesta em dimensões e linguagem para presença delicada e que unifica, programaticamente, os
complementar a existente sede da OARS, projeto de principais espaços públicos e coletivos da OA, nomeadamente
requalificação do gabinete de arquitetura Contemporânea. a receção e o saguão, à nova sala polifuncional, num percurso
A cega caixa refletora, da cor dos telhados que tanto que poderá ser continuado, quando necessário, nas salas de
caracterizam a encosta sul lisboeta, levita sobre o edifício formação no primeiro piso, que as portas de vidro de correr
existente exacerbando a sua horizontalidade. O monólito permitem a utilização conjunta.
ocupa o perímetro do projeto de 1897, eliminando as
construções de génese ilegal. Para não depreciar as pré-
-existências, para espelhar a cércea do Mercado da Ribeira
e para promover o diálogo entre os dois estratos, subtrai-se a
platibanda, situando em seu lugar um rasgo linear. Na fachada
Poente este rasgo abre-se num triângulo, preservando a forma
da empena que se gravou na memória dos habitantes desde
o tempo da abertura da Travessa e dando continuidade
à horizontalidade da fachada Sul.
Propõe-se converter a empena Poente em fachada; a
intervenção utiliza linguagem e elementos da pré-existência,
mas assume a não contemporaneidade das duas na
metamorfose de um arco homólogo aos já existentes nos
extremos da fachada Sul. A esplanada traz à via publica
programa de permanência e usufruto coletivo.
9º CLASSIFICADO
AUTORIA: BONNEAU & CLARKE – ARCHITECTURE, LDA
COORDENAÇÃO: PEDRO CHRISTOPHER CLARKE

“Lisboa precisa da força da arquitectura, da afirmação de


gestos fortes; onde não entre o edifício dos arquitectos buscar
esse ânimo, essa convicção, esse desprendido parecer?”

Há 19 anos ao dia de hoje, no que se imagina terá sido uma


típica manhã de nevoeiro em Lisboa, assinavam os arquitectos
Manuel Graça Dias e Egas José Vieira a Memória Descritiva
da sua proposta (vencedora) para o concurso dos “Banhos de
São Paulo”. Respondemos (novamente) a este desafio, e ao
programa de concurso, com uma díade, de extroversão para
a cidade e de introspecção para o edifício dos arquitectos,
com a componente de restaurante requerido no programa
preliminar localizado no canto poente, e sua esplanada situada
numa nova praça coberta; resolvendo o restante programa
numa ‘escultura (quase) brutalista’, onde a demolição e
reconstrução da fachada sul é não só um gesto simbólico
de regeneração, mas também uma forma de reduzir custos
numa obra que tem de ser contida, deixando que o projecto
se apresente assim como uma fénix que dos seus escombros
renasce (tal como a Lisboa pombalina, que no pós-terremoto
é construída sobre si mesma, trazendo inovação e uma
nova imagem), erguendo-se novamente mais alta do que no
passado, trazendo consigo a “força da arquitectura” para o
espaço público, para si, para a cidade e para os arquitectos.
10º CLASSIFICADO
AUTORIA: RITA MARIA GONÇALVES VARELA GOMES
COORDENAÇÃO: RITA VARELA GOMES

Encontramo-nos num lugar de cruzamento entre o fim do Ainda no fechamento poente, propõe-se um portão
Plano da Lisboa Pombalina e o início das tipologias industriais que confere segurança ao interior do quarteirão quando
pertencentes ao aterro da Boavista. A dualidade entre edifício a Ordem dos Arquitectos encerra, e serve de suporte
pombalino e industrial é-nos apresentada, neste contexto, às letras identificativas da instituição.
como oportunidade para refletir sobre a atualidade das suas Na intersecção das duas fachadas, o saliente cunhal do
soluções e sistemas e, ao mesmo tempo, sobre esta parte piso térreo transforma-se em ângulo reentrante, rasgando
da cidade que tem vindo a sofrer profunda alteração. o volume num vão esguio. No fundo, tal elemento ausente
A intervenção propõe um volume único de altura idêntica acaba por diferenciar a intervenção nova do existente,
ao Edifício Sede, desenvolvendo-se em três pisos ironizando com o sólido cunhal pétreo pombalino.
(R/C + 2 pisos). Cada piso albergará um espaço do programa, Foi tida ainda em consideração como elemento
numa disposição livre e descomprometida que se estende preponderante, a iconografia do casario envolvente,
longitudinalmente como uma nave industrial, estruturada com as suas coberturas vermelhas, remates pétreos, azulejos
com madeira nos pisos superiores e alicerçada no piso de policromados, “(...)recantos, pátios interiores, (...) passadiços,
entrada por betão armado. Relembramos então a flexibilidade escadinhas em caracól e casas de ressalto com telhados
de compartimentação do edifício pombalino e o seu sistema de duas águas ou terraços, janelas geminadas, de adufas
construtivo do tipo “gaiola” com base em pedra. e frestas” (AAVV, ‘Dicionário da História de Lisboa’, p. 39),
A fachada sul é rebocada, à cor cinza-água, e é composta como se especificará a seguir.
pelos vãos existentes em arco que coabitam com os novos
num alinhamento harmonioso rematado por varandins
metálicos. A fachada poente é resolvida numa lógica de
continuidade matérica com a existente do Edifício Sede,
usando pastilha cinza-água “riscada”. É aberto um único
vão em arco, no interstício dos dois edifícios, marcando
arquétipamente a entrada para o pátio - lisboeta -
e, simbolicamente, para uma qualquer cidade ideal
representada no mural vermelho contíguo. O arco completa-
-se do lado de dentro, vislumbrando o pátio encorpado na
sua zona central e tencionado nos extremos, pontuado por
elemento vivo arbóreo.
11º CLASSIFICADO
AUTORIA: ATELIER DO BECO DA BELA VISTA,
ATELIER DE ARQUITECTURA PAISAGISTA, LDA
COORDENAÇÃO: FRANCISCO GUEDES DE CARVALHO

Manuel Graça Dias e Egas José Vieira, na sua descrição Do lado da rua, protegendo o terraço da luz direta do sol,
do edifício dos Banhos de São Paulo aquando do concurso plantam-se Zambujeiros; uma expressão quase rústica do
de 1991 para a sede da Associação dos Arquitetos Portugueses nosso território, que se insinua entre o Jardim de Dom Luís e
são inequívocos no que, volvidos quase 30 anos tornou- a Praça de São Paulo para colmatar um pouco do descontínuo
-se evidente; a frente da sede da Ordem dos Arquitetos verde da cidade, em esperançosa fase de rarefação. Qual
está voltada para o lado errado da cidade. coroa olímpica, os Zambujeiros constituem o remate do friso
O seu friso, singelo, não deixa adivinhar funções senão fitomórfico sobre o qual se inscreve a identificação da Ordem.
singelas. Duplica-se, ou triplica-se, por isso, a sua altura, A cor com que se pintam os revestimentos de reboco é um
com um novo friso em betão, decorado em baixo relevo azul turquesa; nem tão verde quanto a vegetação, nem tão
com elementos fitomórficos que aludem a um denso raizame. claro quanto o azul céu, nem tão quente quanto os ocres, nem
Inicia-se um desenho de gestos largos que se intromete tão frio quanto os cinzas, nem tão brilhante quanto o branco,
com o conjunto de escadas que, aposto à empena do edifício nem tão escuro quanto todas as outras cores. É, por exclusão,
da sede da OA, permite a organização de percursos de a cor que se adequa ao difícil diálogo com a exuberante
emergência. Este reage e “entrelaça-se” com as escadas presença da sede da OA, cuja frente clara voltada ao rio recebe
do edifício da rua da Ribeira Nova. Diagonais que resultam a luz de sul, para a refletir sobre o azul turquesa da outra
da condição de “proa,” permitem o desvio de direções, frente, que agora desce até à rua da Ribeira Nova.
a sobreposição de escadas e passadiços, numa “costura”
de elementos metálicos com que se unem os dois edifícios.
Pretende-se que a polivalência do espaço proposto abranja
as salas de formação e o espaço de entrada; pretende-se,
na verdade, que o espaço de entrada seja todo o piso térreo.
O Café/ Restaurante é uma sala ampla separada da rua, a sul,
por uma fresta que a ventila e deixa entrar a luz natural direta,
e que corresponde a uma junta, com cerca de 40cm, entre
o friso de betão e o pequeno friso do edifício existente.
A norte, janelas amplas deixam entrar a luz refletida na clara
frente de rio da sede da OA.
12º CLASSIFICADO
AUTORIA: LUÍS DUARTE FERRO
COORDENAÇÃO: LUÍS DUARTE FERRO

HORTUS REVELATIO

Hortus Revelatio é um jardim que se revela à cidade, um lugar


a partir do qual os arquitectos pensam, planeiam e criam
novas ideias para a cidade. Funcionará como plataforma
de comunicação e de transição entre edifícios de escalas,
funcionalidades e materialidades distintas. Pela sua presença,
exposição e visibilidade, o jardim será o elemento identitário
da AO e o centro da vida institucional em torno do qual todos
os serviços e actividades orbitam.
A presente proposta é sensível ao contexto urbano em que se
insere, caracterizado por escalas contrastantes (a rua, a praça
e o jardim; o mercado e os prédios de rendimento). Procura
um equilíbrio entre massa, transparência e as linguagens
construtivas pré-existentes. Apesar de ser claramente nova
e diferenciada, é não invasiva do carácter e da escala da
Sede da AO e dos edifícios envolventes.
O edifício baseia-se em noções de Arquitectura Bioclimática
para assegurar um excelente desempenho ecológico
e sustentável, sendo exemplo disso a aplicação de sistemas
passivos de protecção solar e de climatização assim como
a utilização de madeira na estrutura e nos acabamentos.
Esta estratégia contribuirá significativamente para a
valorização do conjunto patrimonial da OA e da sua
envolvente natural, assim como uma afirmação inequívoca
da presença da instituição na cidade.
13º CLASSIFICADO
AUTORIA: CONDE PARADELA ARQUITECTOS
COORDENAÇÃO: RICARDO CONDE SOUSA

CONCEITO URBANO IDEIA

A intervenção proposta aceita a situação urbana encontrada. O corpo antigo, abandonado, é substituído de forma discreta.
Reconhece-se a qualidade da relação formal entre os dois Os limites que o mesmo consolidou e definiu na cidade ao
volumes existentes e com a envolvente, situação de exceção longo do tempo são aceites e integrados. Pequenos ajustes,
no contexto. meticulosos, nas proporções e forma do novo volume,
Mantém-se a disposição de dois volumes que ocupam procuram a continuidade, em vez da disrupção. São os
e se apropriam do máximo da área disponível, definem mínimos para albergar as funções pretendidas, com uma
e rematam de forma marcada o quarteirão. cobertura plana ligeiramente elevada, garantir os acessos
Conserva-se ainda a faixa de área exterior entre ambos, como e redefinir os espaços exteriores.
um pátio alongado, espaço de sombra que separa um corpo O edifício consolida e unifica as partes construídas novas
do outro e permite a entrada de luz, ligação e acessos entre e as antigas a preservar, como um todo, numa lógica
os dois. Este espaço é alargado e regularizado na sua forma, inclusiva, através de um equilíbrio e contradição, ao assumir,
agora definido por duas paredes paralelas. por um lado, a diferença no detalhe e expressão formal
Mantém-se a hierarquia existente, de um edifício contemporânea em contraste com a pombalina, e por
assumidamente principal, a sede, de maiores dimensões, outro, ao definir uma unidade plena, na lógica construtiva
mais alto, proporções quase monumentais, e um edifício e materialidade unificadas.
secundário, anexo, que o complementa e contrasta, o mais O novo volume é dividido em dois mundos paralelos
baixo possível. O volume baixo e alongado, define ao mesmo e opostos, tanto em planta como em corte. Uma estrutura
tempo na cobertura plana, uma grande plataforma, uma central, no eixo longitudinal do edifício, separa a esfera mais
larga superfície aterraçada, facilmente acessível da cota térrea, privada da mais pública, a que pertence à sede da Ordem
criando um novo lugar de relevância na cidade. Respeita dos Arquitectos da que pertence ao Cais do Sodré, uma
e mantém ao máximo as vistas desimpedidas do edifício recatada, introversa, da outra, francamente exposta.
sede e afastando-se, melhora a sua exposição solar. Revê-se a leitura da situação encontrada no edifício sede,
Mantém também uma relação de continuidade em altura que oferece os espaços de maior generosidade à fachada
com o Mercado da Ribeira. principal, organizados em dois pisos, e os restantes, de forma
mais pragmática, organizados em três pisos, voltados para
o pátio. Situação repetida de forma simétrica no novo edifício,
voltando os espaços de teor mais funcional e pragmático
para o pátio, em dois pisos, e o espaço de lazer, num só piso,
de maior escala, voltado para Sul.
Este gesto encerra e conclui o sistema, completa a situação,
confere aos dois volumes um carácter de complexo unitário,
e, de alguma forma, dota a fachada sul da qualidade
de fachada também principal.
14º CLASSIFICADO
AUTORIA: JOSÉ AUGUSTO DE MOURA RODRIGUES MARTINS
COORDENAÇÃO: JOSÉ AUGUSTO DE MOURA RODRIGUES MARTINS

A solução desenvolve-se em “L”, formando um pátio, ao nível Dado o estado de deformação para fora do plano que a
do Piso 0, com duas ligações entre os dois edifícios, e dois parede de pedra da fachada principal apresenta, irá proceder-
pisos acima da cota de soleira, e um abaixo. Ao nível do Piso -se à sua estabilização e reforço, de forma a poder receber
1, com exceção da escada de saída de emergência, os dois as cargas do elevado, e da cobertura, que serão substituídos
edifícios, ficam desencostados. O terraço/esplanada de apoio na totalidade, recorrendo a novas soluções estruturais. As
ao restaurante/bar situado no cunhal, daquele piso, “aligeira” soluções estruturais a utilizar na execução do piso elevado
a volumetria da construção, ajudando a diminuir a sua e da cobertura, serão definidas tendo como condicionante
visibilidade. principal o peso próprio. Neste sentido, poderá recorrer-se
O Alçado Lateral da Ordem, em toda a sua totalidade, é talvez, a soluções mistas aço/betão ou soluções de madeira. As
aquele que se apresenta com maior complexidade ao nível da técnicas de construção actual e as soluções estruturais ao
forma e da linguagem. Não “existia” aquando da construção dispor, permitem que num edifício com estas características
dos dois edifícios em questão. Em 1994, “nasce” o primeiro possam ser adotadas e implementadas soluções com um
momento deste conjunto, e com o presente concurso e período de durabilidade que respeita a regulamentação
posterior obra, conclui-se este processo. Assumi-mos que este em vigor e economicamente compatíveis com o orçamento
alçado deve refletir esse processo, sem, contudo, se perder disponível para execução da obra.
o sentido do “todo”.
Uma certa “monumentalidade”, que caracteriza o alçado
principal do edifício dos “Anexos”, é transportada para parte
do alçado lateral, introduzindo-se uma abertura neste, com
uma dimensão semelhante às do alçado principal dos Anexos.
Este vão, constitui-se talvez, como uma “falsa” memória.
O Pátio funciona como um “centro”, à volta do qual se situam
os espaços constituintes do Programa de Concurso; Sala
Polivalente e duas salas de Formação, ao nível do Piso 0,
e restaurante/bar, no Piso 1. Estabelece-se uma continuidade
funcional, espacial e programática, entre a atual sede
da Ordem, e o corpo dos Anexos, que permite o pleno uso,
da totalidade do Piso 0, pelos seus membros.
15º CLASSIFICADO
AUTORIA: PEDRO SANTOS SARAIVA, ANTÓNIO BOTELHO SARDO,
GONÇALO ANDRÉ PIRES
COORDENAÇÃO: ANTÓNIO SARDO

Uma cobertura. Este o tema que gerou a resposta ao projeto. O restaurante ocupa toda a frente pública do edifício, abrindo-
Como elemento, a cobertura, nasce por 3 motivos: O de -se tanto para Rua como para a esplanada no logradouro
pensar a ruína não apenas como relíquia, mas como elemento enquanto a Ordem se abre, pelo logradouro, para si mesma
de cidade cuja escala entendeu-se dever ser mantida. numa lógica de entrada e gestão de acessos. O piso seguinte
O segundo prende-se com o uso dos telhados e mansardas faz a transição entre a contenção da fachada e os pilares
pela cidade como solução racional e eficiente. O último ponto que suportam a cobertura sendo atravessado em todo o seu
foi a necessidade de que a proposta fosse lida como um perímetro por um vão continuo que descola a cobertura da
único elemento de forma a clarificar a relação com a cidade ruína, apenas interrompido pela presença dos pilares. Neste
e com o logradouro. Um elemento que resolvesse a ruína piso a divisão do espaço contém apenas com os núcleos
construtiva e programaticamente. e paredes leves, possibilitando a divisão ou agregação do
A estrutura parte na parede de contenção da fachada espaço em salas ou arrumos. Por fim, o último piso é o interior
no piso de entrada, no qual, a tardoz parte do limite da da própria cobertura. Revestida por fora a zinco pigmentado,
ruína e desenvolve-se, mantendo sempre, um afastamento este piso alberga o maior espaço, a sala polivalente, apenas
considerável ao edifício sede de modo a configurar uma pautada pela presença do núcleo de acessos que marca um
maior amplitude ao logradouro. Deste embasamento princípio de circulação, de escala e de organização. É um
parte um sistema de pilares e vigas que, em conjunto com espaço de possibilidades, pode ser usado como sala de aula,
o elevador sustentam a cobertura em estrutura metálica como auditório ou como sala de exposição, a sua qualidade
que pousa, aparentemente flutuando sobre a ruína e sem é a mutabilidade.
tocar no prédio contíguo. O projeto acaba, portanto, como começa. Pela cobertura
É da definição estrutural que parte o programa funcional que o abriga e que gera um edifício de possibilidades que,
do edifício que se vai tornando mais aberto, menos tal como as gaiolas Pombalinas, nasce de um princípio
compartimentado a cada nível. No piso 0, encontra-se construtivo e uma clareza estrutural que lhe permite
o programa mais público e compartimentado, com vãos transformação e apropriação.
pontuais para todas as frentes e uma divisão demarcada
de programa.
16º CLASSIFICADO
AUTORIA: PEDRO DUARTE BENTO
COORDENAÇÃO: PEDRO DUARTE BENTO

Um edifício representativo dos Arquitetos, da sua classe E, não menos importante, pelos seus pares?
profissional, da sua Ordem. Procura-se desenhar uma recuperação que incorpora questões
Que imagem é a desse edifício? éticas (como as melhores práticas de sustentabilidade e de
O que quer e pode ele projetar? acessibilidade) e questões estéticas (num misto de referência
Que abordagem é essa quando já há uma pré-existência a histórica e liberdade plástica). Reconhecendo no contexto
manter? do edifício-anexo existente uma vaga alusão ao pombalino
e ao industrial, opta-se por manter a morfologia urbana da
Nos finais do século XIX, Viollet-le-Duc e John Ruskin pré-existência na sua configuração exterior: o mesmo número
colocavam-se em campos opostos na discussão sobre de pisos, a mesma fachada sul. Para o exterior, adicionam-se
a intervenção no património. O primeiro, de tendência elementos que cabem nas caracterizações anteriores: uma
racionalista, acreditava no restauro total e “apócrifo”, janela de mansarda ao longo da mezzanine; e a substituição
o segundo, sendo um Romântico, preferia a apologia da ruína da cobertura de telha cerâmica por chapa de zinco lacada
e a emoção sublime desta. Quase um século depois Aldo a preto, num reflexo do legado industrial da zona da cidade
Rossi viria a descrever a (arquitetura da) cidade como o locus (do qual o Mercado da Ribeira em frente é
da memória coletiva. O local que agrupa as várias camadas o melhor exemplo). Para o interior, a construção (estrutura)
da história de uma população e respetiva cultura. Como e revestimento em madeira remonta às técnicas tradicionais
operar então sobre uma pré-existência num troço que devem ser preservadas e estimuladas; não apenas pelas
característico, histórico e vibrante da cidade, ao mesmo suas capacidades sustentáveis, mas também pela preservação
tempo respeitando e enaltecendo o seu legado e memória? de um método eficiente e histórico. As opções utilizadas em
Operando num contexto urbanístico histórico como o desenho não pretendem ser cópias das técnicas de gaiola
do Mercado da Ribeira, tem de ser a atitude do arquiteto pombalina, apenas alusões atmosféricas, considerando,
expositiva de modernidade / contemporaneidade ou deve contudo, os encaixes preferenciais aos aparafusamentos.
ser tranquila (e possivelmente intemporal) na sua afirmação?
Acreditamos que este projeto é de facto uma intervenção Como resumo, pretende-se que a identidade para este novo
e por si só deve deixar a sua marca; não deixando, porém, projeto alerte para a recuperação e preservação de técnicas
de manter as características cronológicas que definem tradicionais; incorpore a sustentabilidade e as acessibilidades
o edificado existente, parte da memória coletiva apontada por devoção e não por obrigatoriedade; acrescente um
por Rossi. É neste balanço que se procura a identidade, com legado plástico à envolvente, respeitando-a. No fundo, uma
o fator acrescido que para a sociedade em geral é um edifício identidade que demonstre uma sensibilidade do Arquiteto
de arquitetos, desenhado por arquitetos. Como queremos para o que o rodeia e que o trabalho deste, ao contrário do
então que os arquitetos sejam vistos pela sua sociedade? possível e comummente imaginado, não se quer sobrepor
violentamente à história de um lugar. Quer apenas completá-lo.
17º CLASSIFICADO
AUTORIA: PAULINE GASQUETON
COORDENAÇÃO: PAULINE GASQUETON

O projeto pretende valorizar as características arquitectónicas A nova estrutura, constituída por pilares metálicos finos
do Edifício Anexo e proporcionar a continuidade do tecido repetindo o ritmo das aberturas da fachada principal,
urbano onde se insere. suporta as fachadas existentes e o piso adicional.
Numa preocupação financeira mas também patrimonial O logradouro, reestruturado seguindo a organização interior
e ecológica, a intervenção inclui a recuperação das paredes do Edifício Sede, torna-se pátio para o conjunto edificado.
periféricas e da fachada principal e o aproveitamento Ligado à rua por dois portões a Poente e a Sul, resolve a
da laje térrea e das caves, limitando as obras de demolição problemática dos acessos a partir do espaço publico e da
às construções de génese ilegal, às paredes interiores ligação entre os dois edifícios, sem prejuízo da possibilidade
e à cobertura já parcialmente destruída. de ambos poderem funcionar pontualmente de forme
É proposta a adição dum piso, volume branco que acompanha autónoma. Com a esplanada da cafetaria à cota baixa,
as fachadas existentes com umas linhas puras, deixando o pátio é o ponto de encontro entre o público, os clientes
aparecer o Edifício Sede. A fachada Poente, assumida do restaurante, e os membros.
como testemunha da génese industrial do Edifício Anexo, Em torno do pátio, a fachada tardoz do Edifício Anexo dialoga
é mantida sem aberturas. No alçado Sul, os vãos existentes com a do Edifício Sede, tocada em apenas dois pontos com
são duplicados no alinhamento das aberturas da fachada umas pérgolas que permitem a passagem coberta entre
contígua. os dois edifícios.
As fachadas existentes são pintadas a vermelho para evocar A organização dos acessos e a posição do pátio oferecem uma
o alçado Poente do Edifício Sede. A cor relaciona os dois grande flexibilidade de uso à atual cafetaria do Edifício Sede,
edifícios para se tornarem um conjunto edificado que pode dar apoio ao espaço polivalente de acordo com
reconhecível e visível. os eventos a decorrer no Edifício Anexo.
As características da edificação existente são aproveitadas na
distribuição do programa. A cafetaria, com acesso direto à rua,
ocupa a parte central da fachada Sul. O espaço polivalente
estende-se junto à empena até o interior do logradouro, com
uma cobertura ajardinada. O espaço longitudinal do primeiro
piso acolhe a parte mais institucional e privada do programa,
as salas de formação.
18º CLASSIFICADO
AUTORIA: RODRIGO GORJÃO HENRIQUES E VASCO NUNES
COORDENAÇÃO: RODRIGO GORJÃO HENRIQUES

Começa-se por colocar a hipótese de uma identidade que A Sede da Ordem dos Arquitectos ao ampliar-se para um
não seja autossuficiente - ou inclinada para o efeito Beaubourg vértice da praça, dentro de uma zona de fulgurosa confluência
(Jean Baudrillard), em que a imagem do objeto arquitetónico de percursos provenientes de toda a área metropolitana
apresenta-se como a epítome de um consumo de objetos de Lisboa – seja pela passagem dos comboios da linha
neutros independentes do seu valor intrínseco, condenando- de Cascais, o atracar do Cacilheiro ou mesmo o
se ao colapso por implosão devido ao excesso e à indiferença encarrilamento dos elétricos até Santo Amaro – terá uma
– que esta construa-se da convergência da praça enquadrada exposição invejável entre os vizinhos comerciais
pela diagonal que faz a separação entre a parte institucional e e institucionais, garantindo uma posição de destaque como
a parte comercial da zona da Ribeira: entre o negócio e o ócio. uma nova entidade comunicante.
Este tipo de lugares neutros de grande confluência permite- Nestes termos, por se tratar de uma zona de convergência
-nos pensar a cidade para além do somatório dos ritmos da cidade de Lisboa e de um novo posicionamento da Ordem
do edificado ou mesmo da sua história; como lugares de dos Arquitectos, propomos que a ampliação seja a construção
hiperrealidade: em que as imagens, ícones, significados de um grande corpo virado para a praça com a capacidade
transportam-nos para uma fulminante vivência diacrónica. de transmissão de imagens/ícones consoante as necessidades
São alguns os exemplos em que as pulsações construidoras de comunicação, exposição ou mesmo económicas. Esta
de cidades criaram estes lugares – Time Square, Piccadily operação através de um só elemento – a fachada – conseguiria
Street, Shibuya – surgem da interseção de dois planos: a alterar a condição da praça D. Luís para uma nova atmosfera
interseção entre dois tempos, tornando-se na convergência de cidade, que neste caso seria controlada pela própria
dos vários percursos turísticos, operativos, comerciais arquitetura e a sua representação institucional: a Ordem
e institucionais. Ao longo dos anos a Time Square tem dos Arquitectos.
representado um catálogo de ícones de consumo em diversos
suportes desde placards até ecrãs, cobrindo-a, delimitando-a.
Propõe-se o mesmo processo: entender a praça D.Luis como
um exemplo sucedâneo (e na sua devida escala) de Time Square.
19º CLASSIFICADO
AUTORIA: ARCA + B
COORDENAÇÃO: JOÃO FLÁVIO ALBUQUERQUE MATOS

Em 1995, a Associação dos Arquitetos Portugueses inaugura Os dois pisos resultantes da ampliação apresentam-se
a sua sede. É a materialização de uma instituição com claramente como uma adição, permitindo a leitura
o objetivo de agregar os seus associados e de disseminar diferenciada das duas épocas de construção: a original e a
a prática profissional. contemporânea. A métrica destes dispositivos dialoga com
Atualmente, o edifício da sede da Ordem dos Arquitetos é a proporção dos vãos do piso térreo e do contexto urbano.
expectante: a poente, por um novo corpo com um auditório A implantação é contida e procura maximizar a área
nunca construído, e a Sul, por uma solução na relação com permeável do logradouro. É importante manter a
o edifício a intervir. permeabilidade dos solos da cidade. Considera-se
Para a implementação do novo edifício complementar fundamental que a intervenção contribua para criar
estabelece-se uma volumetria que consagra a autonomia uma área em que as águas das chuvas possam penetrar
do edifício dos Banhos de São Paulo. Ao mesmo tempo, rapidamente no solo. Ao mesmo tempo, a área ajardinada
propõe-se desenvolver a solução para o gaveto da Travessa proposta contribui para a atenuação do efeito de ilha de calor.
do Carvalho com a Rua da Ribeira Nova. A Cafetaria / Restaurante localiza-se no piso térreo.
Valoriza-se o edifício térreo existente através da sua No Piso 01 localiza-se a Sala de Formações. No Piso 02
reabilitação e consolidação estrutural. Os seus paramentos propõe-se um espaço amplo para albergar a Sala Polivalente
fundamentais definem a área da ampliação concretizada e o acesso ao terraço na cobertura.
em altura. A altura da fachada proposta é a mesma da cércea As soluções construtivas privilegiam a construção seca: as
do edifício da sede. Cumprem-se as áreas necessárias ao estruturas de pavimento e paredes são executadas em painéis
desenvolvimento do programa funcional maximizando CLT. Isolamentos em la de rocha mineral. Os revestimentos
o afastamento entre os dois edifícios. do tardoz são em aço galvanizado. As caixilharias e as
As fachadas do edifício a intervir estão orientadas a sul e a estruturas dos toldos são de alumínio à cor natural. Os
poente. E importante que a energia solar que o edifício recebe materiais descritos são duráveis e facilmente reciclados.
seja controlada para poder ser usada no conforto térmico
dos espaços de permanência. Os toldos retrácteis contribuem
para a caracterização da proposta.
20º CLASSIFICADO
AUTORIA: SANTA-RITA 2 ASSOCIADOS
NOVA SOCIEDADE DE ARQUITECTURA E URBANISMO
COORDENAÇÃO: JOÃO PEDRO SIMÕES SANTA-RITA FERNANDES

A ÁREA DA CIDADE NA QUAL SE INTEGRA A ORDEM – ESTABELECER COMO ALTURA MÁXIMA SENSIVELMENTE
DOS ARQUITECTOS, É HOJE UMA DAS MAIS VIVIDAS O NÍVEL DO PEITO DAS JANELAS DO PISO 2, PRESERVANDO
DE LISBOA E TAMBÉM UMA DAS QUE SE ENCONTRA A RELAÇÃO DOS COMPARTIMENTOS COM A VISTA SOBRE
EM MAIOR PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO. A ENVOLVENTE, RIO E PRA-ÇA D. LUÍS I.
A EXTENSÃO DA ORDEM CONSTITUI UMA OPORTUNIDADE – REDEFINIR A ESCADA DE EMERGÊNCIA EXISTENTE,
ÍMPAR PARA CRIAR UMA NOVA FRENTE DE ARTICULAÇÃO DESOBSTRUINDO O PASSEIO E A LEITURA DA ACTUAL
COM A CIDADE E CONFERIR UM SENTIDO DE CONJUNTO EMPENA VALORIZANDO O DESENHO E A MATERIALIDADE
AOS DOIS EDIFÍCIOS, POTENCI-ANDO A SUA RELAÇÃO DA MESMA.
COM A ENVOLVENTE. – DEFINIR UM ESPAÇO DE TRANSIÇÃO ENTRE OS
O PROGRAMA PARA O EDIFÍCIO ANEXO PREVÊ A DOIS EDIFÍCIOS DESENHANDO NO PISO 0 UM PÁTIO
INSTALAÇÃO DE ÁREAS DE DIFERENTE NATUREZA COM INTERIOR, ACESSO À SALA POLIVALENTE E ÀS SALAS DE
O OBJECTIVO DE MELHORAR OS SERVIÇOS AOS MEMBROS FORMAÇÃO, E NO PISO 1 UM PÁTIO EXTERIOR, ACESSO
E À SOCIEDADE, E A AFIRMAR A ORDEM COMO UM PONTO AO RESTAURANTE DEFININDO UM ESPAÇO DE TERRAÇO/
DE REUNIÃO E DE ENCONTRO. ESPLANADA QUE RELACIONA O PU-BLICO COM A ORDEM.
OS PÁTIOS TRADUZEM UMA SITUAÇÃO ENRAIZADA NA
A PROPOSTA PRETENDE DAR RESPOSTA A DIVERSAS ARQUITETURA PORTU-GUESA CRIANDO UMA SITUAÇÃO
QUESTÕES RESULTANTES DO ENUNCIADO DO PROGRAMA, PRÓPRIA DA ESTRUTURA URBANA DE LISBOA.
CONSIDERANDO-SE OS SEGUINTES ASPETOS: – LOCALIZAR AS SALAS DE FORMAÇÃO E SALA
– DESENHAR UM EDIFÍCIO EM CONTINUIDADE COM POLIVALENTE NO PISO 0 REFORÇANDO A SUA ARTICULAÇÃO
O EXISTENTE, INTEGRANDO NA PROPOSTA ALGUMAS COM O EXTERIOR, CRIANDO UMA MONTRA DA ORDEM
OPÇÕES DE DESENHO E DE MATERIALIDADE, DOS ARQUITECTOS, POTENCIANDO A RELAÇÃO
NOMEADAMENTE O REVESTIMENTO EM PASTILHA DA INSTITUIÇÃO COM A CIDADE.
VÍTREA DE COR MESCLADA, REFORÇANDO A RELAÇÃO – RELOCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SECRETARIA,
COM O EXISTENTE. NO ESPAÇO DA CAFETERIA, JUNTO DAS SALAS DE
– DESENHAR UM EDIFÍCIO COM UM CARÁCTER FORMAÇÃO, PERMITINDO A CRIAÇÃO DE UM ESPAÇO
VOLUMÉTRICO, CONFERINDO UMA SOLIDEZ NA SUA DE RECEÇÃO AOS VISITANTES DA ORDEM, JUNTO
IMPLANTAÇÃO E NA RELAÇÃO COM OS PARAMENTOS DA ENTRADA PRINCIPAL E DA SUA FACHADA.
EXISTENTES, FACHADA DO EDIFÍCIO ANEXO E EMPENA – LOCALIZAÇÃO DO RESTAURANTE NO PISO 1 COM
DO EDIFÍCIO PRINCIPAL, CONSIDERANDO DOIS NOVOS FUNCIOMAMENTO AUTONOMO, E UMA RELAÇÃO DIRETA
VOLUMES QUE CONTÊM O PROGRAMA. COM O PÁTIO EXTERIOR E COM AS VISTAS SOBRE
A ENVOLVENTE E A PRAÇA D. LUÍS I.
21º CLASSIFICADO
AUTORIA: MATOS DANADO + SAMUEL LEITE ARQUITECTOS
COORDENAÇÃO: JOAQUIM MATOS DANADO

A proposta apresentada, integra o anexo a Sul do edifício Para as áreas de utilização específica resultantes da ampliação,
da sede da Ordem dos Arquitectos, relacionando-se com o acesso é feito através do edifício existente, através do
a fachada posterior do mesmo. Este, acopla-se à fachada logradouro, ao qual se acede através da Travessa do Carvalho
pré-existente, que se apresenta como charneira, onde as ou através da Rua da Ribeira Nova, a sul. A uma cota superior
diversas áreas se dispõem em função das fenestrações à do Restaurante, e à mesma cota do edifício sede, estão
ritmadas que definem o espaço. Ao nível da sua organização, dispostas as salas de formação, com capacidade para 30
a ampliação divide-se em dois núcleos (público e privado), formandos cada, com possibilidade de ampliação das salas
dispostos clara e funcionalmente pelas delimitações e para uma com capacidade para 60 formandos. Estas salas
funcionalidades distintas, com vista à maximização do espaço relacionam-se com o exterior, via os vãos pré-existentes
utilizável e obedecendo aos critérios da correta exposição defronte à Rua da Ribeira Nova, e com o edifício sede, via
solar, possibilitando uma apropriação flexível aos modos relação direta com a sua fachada e através de claraboias que
de habitar nas áreas disponíveis. acentuam a verticalidade dos Banhos de São Paulo. No piso
O volume de dois pisos, desdobra-se em duas cotas, no seu superior, de carácter polivalente, está disposta uma área
piso térreo, nas áreas de utilização pública, aproximando-se ampla, que enfatiza a estrutura ritmada da cobertura, filtrando,
da cota da Rua da Ribeira Nova e Travessa do Carvalho. pela cuidada aplicação de fenestrações, a Rua da Ribeira Nova
As áreas relacionadas com a ampliação da Sede da Ordem e o edifício sede da Ordem dos Arquitectos.
dos Arquitectos, na sua vertente programática específica,
relacionam-se com o edifício dos Banhos de São Paulo na
cota de soleira idêntica ao edifício contíguo. Deste modo,
anulam-se as diferenças de cota através das zonas de
utilização específicas contempladas no projeto.
A entrada do Restaurante (que funciona de modo independente)
faz-se através do logradouro entre a ampliação e os Banhos
de São Paulo e/ou através da Rua da Ribeira Nova, a sul,
funcionando a fachada como pórtico de chamada e entrada
para o espaço. Este espaço encontra-se dotado de Copa,
zona de Restaurante e Instalações Sanitárias independentes,
permitindo um funcionamento autónomo.
22º CLASSIFICADO
AUTORIA: EXPERIMENTAL
COORDENAÇÃO: ELÓI GONÇALVES

Acreditando que é o conjunto de todas as ações e opções Contudo, essa força não advém dos gestos fortes, dos
que nós, indivíduos ou coletivos, tomamos perante uma momentos excecionais, na beleza intangível, mas antes na
determinada matéria que servem para definir e materializar clareza do pragmatismo, na verdadeira normalidade, e na
tanto o nosso carácter como o nosso conjunto de valores, força geradora que os contextos existentes e a sua articulação
parece-nos ser por demais evidente que a ampliação da sede com as mais diversas soluções construtivas nos presenteiam.
da Ordem dos Arquitectos terá de naturalmente materializar
aquele que é o grande valor que a arquitetura pode trazer
à sociedade. Ultrapassados períodos históricos nos quais Há beleza no prosaico.
a arquitetura esteve anexa a grandes questões ou classes
sociais, tendo servido para expressar poder e opulência,
sendo desta forma um exercício elitista apenas ao alcance
das classes mais nobres e privilegiadas, bem como
ultrapassando também outros momentos em que de forma
análoga se preocupava em resolver problemas sociais, em
higienizar habitações e refazer bairros até então em total
decadência, dignificando a baixos custos e na medida do
possível a condição humana, parece-nos ser hoje evidente
que neste momento histórico e cultural a importância da
arquitetura prende-se precisamente com o facto de ser
universal e transversal a todos os estilos e classes.
Aquando da intervenção dos arquitetos Manuel Graça Dias e
Egas José Vieira a sua memória descritiva terminava referindo
que: “Lisboa precisa da força da arquitetura, da afirmação
de gestos fortes; onde senão entre o edifício dos arquitetos
buscar esse ânimo, essa convicção, esse desprendido
parecer?”. Hoje passadas quase três décadas, Lisboa, mais do
que isso, Portugal, continua a precisar da força da arquitetura,
e que a casa dos arquitetos deve naturalmente ser o lugar
onde eles vão buscar esse ânimo e inspiração.
23º CLASSIFICADO
AUTORIA: ALBERT MERCADER BROSA
COORDENAÇÃO: ALBERT MERCADER BROSA

A proposta pretende abrir a sede para o sul, aproximando-a Em cima, no novo volume, encontram-se as salas de
das zonas decorridas do renovado Mercado da Ribeira e a formação. Desde aqui realiza-se a conexão interior ao edifício
Praça Dom Luís I. A ideia consiste em dotar o edifício anexo principal. O percurso ascendente culmina com um grande
de uma maior presença pública e vinculá-lo a esta zona terraço na cobertura.
de enorme potencial. A nova volumetria, que aparece no topo do edifício anexo,
Uma peça branca de absoluta clareza volumétrica coloca-se mantém uma ordem formal ligeira e delicada que complementa
sobre o edifício anexo e conecta-se com o edifício principal, as fachadas existentes. Destaca-se a expressividade da
respeitando e potenciando o carácter das fachadas existentes. fachada existente e reforça-se a horizontalidade.
A nossa proposta mantém a separação existente entre Os espaços interiores desenharam-se de forma a garantir
o edifício principal e o edifício anexo. Pensamos que é o máximo conforto térmico e acústico. A nova fachada tem
importante revalorizar a zona do logradouro, restituíndo-o ao uma considerada espessura de isolamento e de janelas
seu perímetro original e abrindo-o à cidade. Assim, converte- em faces opostas para favorecer a ventilação natural.
-se num âmbito semi-público, que relaciona os dois edifícios A intervenção busca em todo o momento utilizar soluções
e que forma parte da sede e da cidade ao mesmo tempo. construtivas económicas que reforcem o valor arquitectónico
Trabalhamos a fachada oeste com a mesma importância que do conjunto. Tenta-se respeitar ao máximo a edificação
as fachadas norte e sul. Realça-se o acesso ao logradouro existente e a sua lógica estrutural. O volume adicionado,
como um elemento articulador entre os dois edifícios, e a mais leve, é concebido com elementos prefabricados.
parede opaca do ”Edifício Anexo” abre-se ao espaço público. Teve-se em conta que o acabamento da fachada, de aço
Eliminamos duas empenas para ganhar uma fachada. lacado, não requer de uma elevada manutenção.
Buscamos uma máxima permeabilidade na planta baixa.
Aqui colocamos a cafetaria-restaurante, um gesto para
introduzir a vida pública dentro da Ordem. O acesso aos
espaços da Ordem são independentes aos da cafetaria. Isso
permite utilizar os novos espaços de forma independente ao
edifício principal. A antiga zona de cafetaria é agora um espaço
flexível onde se pode realizar exposições e atos diversos.
24º CLASSIFICADO
AUTORIA: FIÚZA FAUSTINO ARQUITECTOS
COORDENAÇÃO: DIDIER FIÚZA FAUSTINO

A proposta apresentada, pretende destacar-se pela clareza A proposta foi elaborada tendo em vista uma utilização
do seu gesto. Num contexto urbano marcado por grandes flexível, com a possibilidade de estabelecer ligações entre
transformações, onde se intersectam e sobrepõem várias todas as partes do programa e prevendo, ao mesmo tempo,
camadas de memória, em conflito surgem dois edifícios a utilização independente de cada núcleo. Nesse sentido,
de escalas, formalização e até nobreza dissonantes. é proposto um novo espaço de articulação, um átrio com
A estratégia orientadora assenta assim, na criação de espaço entrada pelo lado Sul que distribui para as novas áreas bem
sob um plano horizontal contínuo, ao longo da Travessa do como para o edifício existente. O programa divide-se de
Carvalho, subtilmente encostado ao alçado tardoz do edifício um modo claro, em três módulos: Formação, articulando
Sede da OASRS, que assume uma forma abobadada e vem diretamente com o edifício sede; Restaurante, em relação
depois pousar na fachada existente, mantendo-se a frente aberta com a rua; e a Sala Polivalente, ocupando todo
original para a Rua da Ribeira Nova. Criam-se duas frentes o primeiro piso, sob a abóbada.
contínuas bem definidas e uma ligação clara entre os dois A grande permeabilidade destes espaços deixa antever as
volumes. A opção por esta forma simples e minimal resulta actividades que a OA desenvolve e pretende constituir um
de duas premissas fundamentais: por um lado resolver de convite à efectiva participação dos arquitectos e da sociedade
forma harmoniosa a convivência destes dois edifícios tão em geral.
distintos temporal e formalmente, oferecendo um remate
ao quarteirão e, por outro, a forma abobadada contínua
permite-nos obter um espaço completamente livre de
obstáculos e adaptável a várias valências. Esta nova nave
abobadada posiciona-se no lugar da antiga cobertura de
duas águas, mantendo em plano de implantação a sua
delimitação original, que nos remete à memória do antigo
edifício e, ao mesmo tempo, reforça a posição do edifício
urbanística e visualmente para quem chega, criando no
gaveto um grande vão para a Praça D. Luís I, requalificando
o alçado na continuidade da frente urbana e reforçando
a sua identidade. A ausência de vãos neste novo plano
abobadado reforça assim esta forma simples, ao mesmo
tempo que potencia a importância da fachada pré existente.
25º CLASSIFICADO
AUTORIA: ANARCHLAB
COORDENAÇÃO: PEDRO RIBEIRO DA SILVA

Entendemos o novo edifício da Ordem como uma


possibilidade de extensão de sistemas funcionais existentes,
nomeadamente, o de circulação interior do edifício existente
e, complementarmente, o sistema de espaço público tangente,
particularmente relevante dada a orientação pública do
café, mas também devido à vocação pública da Ordem dos
Arquitectos, facto que achamos justificar a sua inserção em
continuidade também com o espaço público envolvente,
estendendo e qualificando-o.
Na relação com o edifício atual da Ordem, propomos que
o sistema de entrada e circulação existente seja mantido
e estendido para ligar à nova peça a Sul contendo espaço
polivalente e salas de formação.
A área atualmente ocupada pelo café é destinada,
na sua parte mais ampla, a um espaço de ocupação livre
e temporária, simultaneamente foyer dos novos espaços
e primeira área de espaço polivalente, em si. Onde se localiza
hoje a cozinha, por facilidade infra-estrutural e otimização
da nova área a construir, inserimos um novo núcleo de
instalações sanitárias, a ser complementado por outro
semelhante, imediatamente em frente, no edifício novo.
A ligação ao sistema de espaço público tangente ao edifício
faz-se verticalmente e em continuidade, ligando a rua ao
primeiro piso do café aberto sobre a praça e daí, através
de um auditório-escada disposto para aproveitar o potencial
de projeção de imagem sobre a empena vizinha, para
o Jardim-Solário aberto a intervenções efémeras que
remata superiormente o conjunto.
26º CLASSIFICADO
AUTORIA: ARQUIPÉLAGO ARQUITECTOS, LDA
COORDENAÇÃO: MANUEL LAPÃO

“Quando a sociedade pede ao arquiteto arquitetura, o bom PRINCÍPIOS


arquiteto oferece cidade”. Aldo van Eyck 1. IDENTIDADE
A opção pela fachada poente parece-nos pertinente pois a
DESÍGNIOS nova “ordem” do sítio aponta para a Praça D. Luís I, espaço
A proposta centra-se em quatro desígnios fundamentais: que fervilha de vida, em resultado das assertivas operações
1. RESPEITAR o edifício dos Banhos de São Paulo; de regeneração urbana ali levadas a efeito. A nova Ordem
2. CRIAR uma nova frente/fachada institucional; intrometer-se-á afirmativamente, e na justa medida do seu
3. OTIMIZAR a relação funcional entre antigo e novo corpo programa, na nova realidade urbana.
edificado; 2. FLEXIBILIDADE FUNCIONAL
4. CUMPRIR escrupulosamente o programa. A opção por criar plataformas de distribuição que ligam, de
modo autónomo e simples, a rua, o pátio, o antigo e o novo
ESTRATÉGIA edifício, parece-nos uma opção acertada, não apenas do ponto
1. GEOMETRIA COMO MEDIAÇÃO entre os traçados de vista da eficácia funcional, mas também da objetividade e
pombalino e oitocentista; simplicidade do projeto.
2. Valorizar o PATRIMÓNIO A estratégia do projeto visa, como se referiu, a simplicidade
3. VOLUME LONGÍLINEO a marginar a Rua da Ribeira Nova de conceito, de desenho, de desempenho e, por consequência,
que inclui os espaços fundamentais: de exequibilidade do sistema construtivo.
4. PLATAFORMAS que unem novo e antigo EM SÍNTESE
5. PÁTIO como plataforma de ligação e de vivências Acreditamos que a nova realidade justificará uma alteração de
6. Compreender o todo e as partes: toponímia: Praça da Ordem dos Arquitetos em vez de Travessa
− Ligar os Banhos de São Paulo ao novo corpo do Carvalho. O projeto é o lugar.
• Ligação entre pisos
• Complementaridade funcional
• Sistemas de acesso e segurança

CONCEITO
Atendendo à importância de respeitar, valorizando, as
preexistências, quer do ponto de vista urbano, quer do ponto
de vista arquitetónico, a intervenção procurou um discurso
minimalista e abstrato de modo a evidenciar os diferentes
momentos e, assim, a mútua valorização.
A geometria do novo objeto interpreta os valores seminais
da métrica pombalina – na qual se integram os Banhos de
São Paulo – e do traçado do Aterro da Boavista, traduzidos
nos alinhamentos/fachadas do novo edifício.
27º CLASSIFICADO
AUTORIA: FRANCISCO MOURA VEIGA / A FORSCHUNG
COORDENAÇÃO: FRANCISCO MOURA VEIGA

A QUESTÃO abordada por este projecto é a da identidade: A estrutura proposta é compósita: sapatas em betão e restante
identidade da Ordem dos Arquitectos e identidade do lugar. estrutura em madeira, recorrendo a elementos pré-fabricados.
A Ordem quer virar a face para a praça pública, afirmar-se Por ser a madeira um isolante térmico natural, garante
como elemento chave na definição da sociedade Portuguesa, trocas energéticas reduzidas com paredes pouco espessas
sem se desvincular do trabalho relevante feito até agora que é aumentando a poupança de energia „cinzenta“, com emissões
materializado no edifício dos Banhos de S. Paulo. O quarteirão, reduzidas de CO2 no processo construtivo e no transporte
formulado de forma manca, carece de um elemento marcante de matéria prima (madeiras nacionais/EU). As coberturas são
na esquina a Sul. A intenção deste projecto é a de, usando acabadas em tela asfáltica, as paredes exteriores em azulejo.
elementos conceptuais e arquitetónicos pré-existentes, O controlo de temperatura interna é feito de forma passiva e
completar a Ordem de forma inequívoca, apelativa para activa, com o usuário a poder activar a circulação transversal
o público geral e respeitadora da morfologia e funções do ar em todos os Salões.
da Ordem como edifício e instituição.
Resumindo, uma TORRE, 3 SALÕES e um JARDIM
Para tal, é proposta a formulação de uma TORRE, de 3 SALÕES AROMÁTICO para trazer mais e melhor Ordem à sociedade
e de um JARDIM AROMÁTICO. A TORRE incorpora as funções Portuguesa.
de representação e monitorização da Ordem enquanto
oferece um elemento urbano de referência e articula de forma
convincente a esquina do quarteirão, o jardim D. Luis e
os edifícios a Sul e Poente. As escadas de emergência são
reposicionadas dentro do perímetro da Ordem, servindo
como acessos verticais da extensão, não descurando a sua
antiga função. Os SALÕES, num corpo compacto resolvem
as questões programáticas de forma simples e eficiente:
Salão Polivalente ao nível da rua -articulado com a nova
Galeria polivalente no lugar do antigo café da Ordem -
as Aulas no primeiro piso e o Salão restaurante no topo do
edifício. A forma da extensão permite que a incidência de luz
directa se mantenha na fachada Sul do edifício dos banhos de
S. Paulo. O JARDIM AROMÁTICO é o novo coração da Ordem,
oferecendo ar puro e regulação natural da temperatura ao
longo de todo o ano.
28º CLASSIFICADO
AUTORIA: ATELIER CAPITÃO, LDA
COORDENAÇÃO: ABÍLIO FERREIRA DA SILVA

A proposta consiste na criação de um edifício que encontra No piso térreo a nave alberga duas utilizações: entrada /
na complexidade do contexto urbano onde se insere a sua receção do novo edifício e restaurante. No programa solicitado
identidade. O lugar de intervenção caracteriza-se como pelo concurso depreende-se a vontade de uma maior
momento transição urbana entre a frente edificada pombalina relevância cultural e social da ordem dos arquitetos, assim,
da Rua da Ribeira nova e arquitetura mais industrial do aterro os novos espaços propostos pela sua escala e flexibilidade
da Boavista. O anexo ao edifício sede, que conforma o sítio dão resposta à ambição da instituição, tendo no primeiro
a Sul, atua como âncora do projeto, que pelo seu desenho, piso a sala polivalente e no segundo as salas de formação.
tem a capacidade de se relacionar tanto com o conjunto Ambos os pisos têm disponibilidade total da sua área.
pombalino como com a mais recente arquitetura industrial. Propõem-se um volume etéreo de estrutura de madeira
O projeto reconhece nesta qualidade a forma de atuar. que assenta sobre a preexistência e promove uma franca
Propõe-se um remate à frente de rua que se relaciona com relação interior / exterior. Amparando a operação de
o legado arquitetónico pombalino respondendo à sua escala ampliação propõem-se uma peça monolítica de betão que
e ecoando o princípio estrutural dos edifícios que o compõem liberta as grandes naves dos constrangimentos infraestruturais
voltando a instituição da ordem dos arquitetos para uma e resolve as circulações verticais. Esta peça desenha também
área urbana mais ativa. A “gaiola” de madeira que se coloca o fechamento do quarteirão a poente, pelo seu arrojo
sobre o edifício anexo aproxima a proposta, em simultâneo, estrutural reformula as saídas de emergência existentes no
do conjunto pombalino e a uma cultura arquitetónica alçado poente do edifício sede libertando o espaço público
contemporânea de vanguarda que procura no equilíbrio e estabelece uma relação volumétrica, a partir da rua, direta
entre passado e futuro a sua forma de operar. com os banhos de São Paulo.
No edifício anexo propõem-se uma operação de clarificação.
Reconhece-se no edificado existente a possibilidade de criação
de uma nave de clareza e estabilidade espacial capaz de
responder à escala pública. Deste modo consegue-se um pátio
que passa a ter a escala correta para articular dois edifícios
que se encontravam de costas voltadas.
29º CLASSIFICADO
AUTORIA: SILVA CRAVO ARQUITECTOS, LDA
COORDENAÇÃO: JOÃO SILVA CRAVO

O projecto parte da leitura e entendimento dos elementos O entendimento do programa proposto consiste numa
de maior valor e intenção arquitéctonica do conjunto segregação inequívoca entre dois tipos de programas:
preexistente, nomeadamente a fachada original, na sua o público e o privado. No piso térreo, em relação directa
expressão e relação com a envolvente próxima. Procura-se com os vãos de fachada preexistentes, insere-se o programa
potenciar a relação entre edifício sede e edifício a intervir, público do edifício, abrindo-o para a sua envolvente. Esta área,
encarando-os como partes integrantes de um todo que de planta regular, é delimitada pelos espaços servidores dos
define o conjunto arquitectónico. programas que aqui habitam. Já no piso superior,
Estabelece-se como estratégia a criação de um edifício um volume suspenso, de forma arquétipal em duas águas,
cujos únicos elementos de fachada são os preexistentes confina o programa privado destinado ao usufruto da sede
em confronto com a via pública. A intervenção principal da OA: três salas sequênciais definem um só espaço contínuo
do projecto reside, então, na criação unicamente de uma e longitudinal, de apropriação e compartimentação flexível
cobertura que encerra programa e define espaço. conforme o uso pretendido. O restante espaço interior é
Esta cobertura, de uma só água, baseia-se numa intenção marcado pelos vazios intersticiais que residem entre estas três
que rejeita o confronto com o edifício sede, mas antes procura entidades, volume suspenso, cobertura e edifício preexistente.
enfatizar uma relação de complementaridade entre ambos. É no confronto constante entre dualidades, edifício sede/
Um plano inclinado que permite que a luz alcance objecto de intervenção, novo/preexistente, público/privado,
o logradouro e os espaços interiores do edifício sede na sua que se clarificam as intenções do projecto. Uma cobertura
plenitude, ao mesmo tempo que cria um preponderante que desenha o encontro entre alçados.
enfiamento visual entre os dois, sugerindo um percurso
e convidando à descoberta. Deste percurso, resultante do
vazio entre os dois edifícios, desenvolve-se um sistema
claro e evidente que interliga as diferentes cotas e pontua
a circulação do edifício.
O espaço interior é encarado como uma entidade autónoma,
que se desenvolve independente do invólucro que o
enclausura.
30º CLASSIFICADO
AUTORIA: BOLOTAXXI UNIPESSOAL, LDA
COORDENAÇÃO: BERNARDO TITO PEREIRA COUTINHO

Propõe-se que a intervenção assente sobre a matriz geral Pretende-se que o edifício anexo adquira uma volumetria
de revalidar os conceitos arquitetónicos e urbanísticos mais uniforme e longitudinal, não apenas pela ampliação
de uma época da cidade de Lisboa presentes no edifício do mesmo a nascente, na procura de mais área quer para
anexo, sem que isso de forma alguma possa vir a denegrir as salas de formação quer para a sala de exposições, mas
a imagem do edifício sede e principal da Ordem. Apesar de com a própria demolição das construções de materialidade
volumetricamente se tratarem de 2 edifícios absolutamente semelhantes existentes e anexadas ao edifício.
diferentes e distintos pretende-se que seja criada uma leitura Uma vez implementados todos os projetos propostos
continua e conjunta entre os dois edifícios, de modo a que e elaborados para o conjunto do lote, o mesmo sairá
se tenha uma perceção imediata de que ambos são pertences amplamente valorizado quer a nível urbanístico como cultural.
um do outro, em especial quando olhados a partir da Praça Trata-se de uma intervenção arquitetónica e urbanística que
D. Luís I. Para tal propõe-se que a fachada Sul do edifício vem valorizar o espaço e sua envolvente. Reafirma-se que
anexo, virada para a Rua da Ribeira Nova e a manter, seja para tal valorização estão cumpridos todos os regulamentos
acabada com os mesmos materiais, cores e tons presentes alocados ao território em questão, e acima de tudo que
na também fachada sul do edifício sede, desde os materiais a Ordem dos Arquitetos sairá amplamente valorizada tanto
de revestimento às caixilharias, pretende-se que seja criada a nível funcional e administrativo como a nível instrutório
uma leitura idêntica entre ambas as fachadas. A empena e formativo.
poente deverá ser “vazada” na sua totalidade passando a ter
a conotação de entrada principal deste edifício. Esta operação
obrigará à recolocação das duas caixas de transformação
elétrica existentes no local. Através de um espaço de chegada
ainda exterior, com o pavimento em calçada portuguesa
idêntica à do passeio circundante e ao qual se pode aceder
tanto pela Travessa Carvalho como pela Rua da Ribeira Nova
64 alcança-se o ponto de entrada no edifício, constituído por
um pano de vidro transparente que permite uma leitura do
interior do esguio edifício e de sua escada em caracol de
acesso aos 3 pisos do mesmo.
31º CLASSIFICADO
AUTORIA: CAMPO ARQUITECTURA
COORDENAÇÃO: DIANA MENINO FERREIRA

Campo Aberto é uma atitude de generosidade que pretende CAFETARIA / RESTAURANTE


priorizar a condição social e pública da arquitectura operando Desde a rua Ribeira Nova a cafetaria / restaurante apresenta-
desde o senso comum, sendo este definido como um -se como um espaço integrado no programa e como peça
conhecimento colectivo e estratégico que olha para o espaço fundamental na presença da OA no espaço público. O projecto
e os recursos disponíveis. articula adicionalmente uma área de logradouro em piso
Sendo um processo por acumulação, a arquitectura do campo térreo e um terraço na cobertura com acesso desde o interior.
aberto funciona como um palimpsesto, olhando sempre as Ao ser um programa com uma forte presença pública
preexistências construídas como um meio para aproximar e inserido numa área de alto trânsito pedonal e turístico,
o conhecimento da arquitectura a estudantes, arquitectos o novo café / restaurante da OA, junto com a Sala Polivalente,
e público em geral. pretendem conformar um novo ponto de encontro e partilha
na zona.
ACESSO
A entrada principal estabelece um corredor de conexão ESPAÇO POLIVALENTE
entre o edifício existente e o projecto através de uma nave Percebemos a arquitectura como uma actividade social,
comum coberta e translúcida, regularizando um percurso portanto a presença de espaços que celebrem e partilhem
até hoje informal. os seus acontecimentos com a sociedade são considerados
Através de uma série de escadas e rampas, este artefacto de alta relevância no objectivo de aproximar e criar novas
absorve as actuais diferenças de níveis entre ambas audiências. Uma galeria aberta onde o seu conteúdo faça
superfícies sendo uma articulação entre os dois edificios. parte do quotidiano desse lugar.
A sua translucidez e carácter ligeiro - através da construção
de uma série de arcos de meio ponto de aço pintado
e policarbonato alveolar - faz dele um elemento com uma
carga neutra no seu rol articulador entre ambos edificios.

SALAS DE FORMAÇÃO
Os novos espaços de formação terão uma forte presença
no espaço público, ficando na fachada da Tv. Carvalho
e directamente acessíveis desde a entrada principal. Serão
identificáveis a partir da criação de novos vãos, que resgatam
os elementos de maior autenticidade do edifício, como
são as aberturas da fachada sul, permitindo uma continuidade
e reinterpretação contemporânea de tais elementos.
32º CLASSIFICADO
AUTORIA: DIONISO LAB
COORDENAÇÃO: JOSÉ LUÍS DE MELO CADILHE

“empena que espera animal que se encoste” Uma escada e uma plataforma elevatória funcionam como
pórtico ao edifício anexo e, de forma cadenciada, terminam
É com um espírito crítico que entendemos que a fachada sul numa varanda com vistas privilegiadas sobre o logradouro.
é o elemento que dá “caráter” ao edificado. É ela que define O vermelho da pastilha na empena poente sugeriu a presença
um espaço protagonista, uma nave que se abre para a rua forte e plástica do betão pigmentado, a expressão natural
da Ribeira Nova com composição regular e bem articulada. da matéria.
Os restantes espaços a norte, ilegais ou de raíz, são espaços Foi fundamental definir uma cobertura para dar escala
que servem o principal e que hoje, num estado de franco e proteção ao logradouro. Continuando a materialidade
abandono, oferecem pouca relevância ou qualidade do ferro da escada existente a poente, esta estrutura é uma
arquitectónica. plataforma que permite: a ligação coberta entre edifícios,
Sem dramatismos, propomos a demolição destes sombra no logradouro para um ambiente mais fresco,
espaços. O volume principal emerge com nova eloquência; a instalação de telhas fotovoltaicas para proporcionar uma
o logradouro, hoje espaço que grita de claustrofobia, maior autonomia energética e a articulação de luz natural
torna possível um diálogo desafogado entre fachadas, nos interiores. Mas a cobertura não esconde também
e optimizam-se recursos para novos usos. a contaminação do espírito novo que insufla o Cais do Sodré:
No piso térreo situam-se os espaços mais abertos à as lâminas prefabricadas do edifício da EDP, a nave do
comunidade. A poente, um café que se abre para o mercado Time Out, a renovação do antigo edifício dos
logradouro; a nascente, uma sala polivalente, mais íntima. Correios com as mansardas zincadas a espreitarem dos
Entre estas situam-se o acesso pelo logradouro, uma telhados, a mancha verde que dá sombra ao Jardim D Luís.
pequena arrecadação e instalações sanitárias. Por fim, embora não se encostando à empena, a vontade
Um novo piso é proposto para contemplar duas salas animalista da cobertura constrói uma nova unidade.
de formação, facilmente convertidas num espaço único. A história antiga das cantarias, estruturas delgadas em ferro,
A sobreposição ao existente é enfatizada por uma linha de a renovação dos rebocos quentes, a expressão confiante da
sombra. Esta relembra a história do edifício, do século XIX cor nos novos acessos, os verdes que se apropriam do ferro,
até hoje, sem timidez. A fachada sul articula novos vãos as sombras que animam o logradouro, a cidade mais aberta
com o ritmo existente, segundo uma linguagem diferente e flexível...
mas integrada.
33º CLASSIFICADO
AUTORIA: TERRATELIER
COORDENAÇÃO: SÉRGIO FILIPE TAVARES ANDRADE

Propõe-se um edifício que invoque o antigo, enquanto emerge A ideia é ter um espaço fluido e polivalente, que permita
como símbolo da arquitetura atual, criando uma relação física alterar o seu uso conforme a circunstância. Qualquer das
entre os materiais já existentes e a aplicação e utilização dos salas tem paredes amovíveis o que permite - caso necessário
novos. Para tal estabeleceu-se alguns pontos orientadores - ter um espaço aberto na sua totalidade. Estas três barreiras
de projeto, seguindo as limitações das fachadas. conjuntamente com o programa funcional deram origem
Decidiu-se recuperar e manter toda a linha de arcos da a um jogo de volumes de cheios e vazios, sendo que o “cheio”
fachada da Rua Ribeira Nova, usando a sua permeabilidade é o novo edifício e o “vazio” foi desenhado para serem
como ponto de entrada ao edifício. O seu reforço estrutural espaços de transição entre os dois edifícios, sejam acessos,
irá permitir o apoio da estrutura da cobertura. Toda a fachada uma pequena praça com esplanada ou um pátio entre a sala
será rebocada a branco mantendo as cantarias ao tom natural polivalente e a sede. Através desse ponto, o novo edifício
da Pedra. A Fachada a Oeste, localizada na Travessa Carvalho aproxima-se da Sede da Ordem dos Arquitectos, criando
será totalmente nova. Continua a existir um alinhamento com um acesso interior direto entre os dois volumes. Após vários
a fachada do edifício existente da OASRS. Esta continuidade estudos foi criado este jogo volumétrico em que no seu
será interrompida por uma inflexão na fachada de forma a dar interior proporciona uma fluidez entre todos os espaços
origem a uma passagem a uma pequena praça semi-privada requeridos pelo programa.
que permitirá o acesso ao edifício proposto. Esta fachada
“cega” tem um arco subtraído, na mesma proporção dos da
Rua Ribeira Nova ajudando na continuidade visual do edifício.
O último elemento de limite do edifício proposto é a fachada
tardoz que liga ao edifício existente da Ordem dos Arquitectos.
A passagem entre edifícios segue o eixo central do existente,
permitindo a qualquer pessoa uma passagem fácil. O acesso
está equipado com uma plataforma elevatória para acesso
de mobilidade reduzida. O volume proposto circunscrito às
limitações que o envolvem, “constrói-se com alguns rasgos
que permitem o acesso ao mesmo. Estes acessos criam novos
espaços de permanência como as esplanadas do piso térreo
e cobertura.
34º CLASSIFICADO
AUTORIA: ATELIER DOS REMÉDIOS / FORA
COORDENAÇÃO: FRANCISCO TEIXEIRA BASTOS

A condição atual do espaço de logradouro, entre a Sede A nossa proposta para este novo espaço cultural e formativo
da Ordem dos Arquitectos e o edifício anexo a sul, constituiu- divide-se assim em três aspetos fundamentais: revaloriza
-se como um referencial para a elaboração do projeto, a relação da Ordem dos Arquitectos com a cidade, integrando-
procurando-se, em simultâneo, manter o seu carácter -se no fluxo contemporâneo da envolvente e afirmando
de espaço de uso (semi)público e potenciar o atravessamento, e elevando inequivocamente para a Praça Dom Luís I
entre a rua da Ribeira Nova e a Travessa do Carvalho. a Identidade da instituição no contexto público; o segundo
A fachada sul do edifício anexo à Sede da Ordem dos estabelece uma ocupação de um bloco destacado do edifício
Arquitectos para a rua da Ribeira Nova que apresenta um da Sede cujo interior responde ao programa do concurso
ritmo de arcos de cantaria com diferentes alturas, iniciado na sua segmentação e flexibilidade; por fim, uma grelha
no edifício contíguo a nascente, garante a continuidade e de claraboias fixa um amplo espaço térreo interior iluminado
unidade compositivas destes dois edifícios da Lisboa pós- que se reparte entre o espaço polivalente e a ligação
-Pombalina, que a proposta propõe preservar e ressignificar ao edifício da Sede e ao logradouro exterior a nascente.
“contribuindo [assim] para a valorização do património Os arranjos exteriores, são trabalhados no sentido de criar
arquitetónico da Ordem” e da cidade. um ambiente urbano personalizado e de qualidade como
A dissociação, no edifício anexo, entre “Pele” – rica e “paisagem verde” em redor do novo espaço da ordem.
desenhada – e “Contentor” – construtiva e espacialmente Centram-se em três áreas distintas: no tratamento do espaço
pobre – e a vontade de habitar o logradouro, fundaram a liberto do logradouro a poente, com tratamento de calçada
proposta de edificar um bloco de dois pisos solidário com de continuidade com a existente, criando um amplo acesso
o paramento da fachada sul, apenas ligado à Sede por ao Espaço Cultural e Formativo e à Cafetaria; na introdução
uma cobertura que conforma o espaço – cultural, educativo de espécies vegetais no logradouro nascente; no tratamento
e formativo – da Ordem dos Arquitectos no piso térreo. vegetal da cobertura plana do novo edifício anexo.
Cria-se assim um momento de desafogo entre os dois edifícios
– Sede e Espaço cultural/formativo – e uma nova paisagem
urbana para a Sede dos arquitetos com a cobertura vegetal
do novo bloco proposto, que se integra no conjunto da nova
Ordem dos Arquitectos e na envolvente urbana onde se insere.
35º CLASSIFICADO
AUTORIA: PAULO FLORÊNCIO PEDRO
COORDENAÇÃO: PAULO FLORÊNCIO PEDRO

1 Introdução 2 A proposta
A proposta que aqui descrevemos visa meditar sobre o modo 2.1 Unidade.
como se dará forma à ampliação do Edifício Sede da Ordem Alinhando-nos com o primeiro princípio orientador elencado
dos Arquitectos no contexto daquilo que se intui ser um no programa preliminar do concurso – Identidade –
novo ciclo na sua vida; meditar como, enfim, será a Casa pretendemos que a nossa proposta comunique, em primeiro
dos Arquitectos neste novo ciclo. lugar, a ideia de Unidade. Acreditamos que uma Identidade
só se constitui sobre algo que se apresenta unitário.
1.1 O edifício proposto. 2.1.1 Unidade com o contexto urbano. O ponto de partida para
O edifício que propomos, com um formato em “L” implanta- a nossa proposta é que manifeste unidade com
-se na periferia da área de intervenção, ao longo da Rua da o seu contexto urbano. O edifício disporá de elementos
Ribeira Nova e da Travessa do Carvalho, ocupando uma faixa que, observados da via pública, evocarão outros elementos
de aproximadamente 6,5m de profundidade, libertando um existentes na sua envolvente, procurando diálogos
logradouro de formato triangular, no seu interior (adiante e ancoragens.
designado “Pátio”) (fig. 1). Dispõe de dois pisos e de uma 2.1.2 Unidade com o conjunto da Sede da Ordem. Por outro
cave: o térreo, com espaço destinado a acolher actividades lado, no contexto estrito do conjunto da Sede da Ordem,
promovidas pela Ordem e um átrio coberto associado à a forma como propomos o fechamento poente do quarteirão
nova entrada - designada entrada Poente - que faz a ligação onde este se insere, conjugada com a preservação da fachada
deste piso com o piso térreo do actual Edifício Sede; acima, da Rua da Ribeira Nova, vai procurar uma unidade com
o primeiro piso irá albergar o futuro Restaurante, com entrada a fachada de Pézerat, reconhecendo a unidade na Taxis patente
autónoma desde a via pública – designada Entrada Sul; nas fachadas (Norte e Sul) existentes actualmente: O esquema
a cave cumpre a função de desvão sanitário e alberga da Tripartição.
uma área técnica. Por fim, rematando o volume do edifício
no lugares chave de transição – na esquina da Travessa do
Carvalho com a Rua da Ribeira Nova (adiante designada
“Esquina”) e no encontro com o edifício com os nºs 42
a 48 deste último arruamento – duas Torres com cobertura
transparente que cumprem a função de Chaminés Solares,
para a regulação térmica passiva deste novo edifício.
36º CLASSIFICADO
AUTORIA: HELENA BARROS BARROCO
COORDENAÇÃO: HELENA BARROS BARROCO

Atendendo à necessidade de dar resposta a um programa As fachadas refletem a sua envolvente. Em reflexo da fachada
extenso dado o espaço a intervir, a proposta traduz-se, térrea do antigo edifício dos Correios, surge na fachada cega
no entanto, numa intervenção discreta, quase nula, face oeste do edificio anexo, uma composição em negativo, no que
ao volume existente. diz respeito a cheios/vazios. Já na fachada norte da pretensão,
O princípio base é entender as duas construções que os vãos remetem a um reflexo dos vãos da fachada sul do
compõem as futuras instalações da Ordem dos Arquitetos, edifício principal, como se de um jogo se tratasse, em resposta
edifício principal e edifício anexo, como um todo. O edifício à liguagem que estes oferecem e de acordo com a função
anexo nunca poderia tirar o protagonismo ao edifício no seu interior. Sensível ao enquadramento da pretensão
principal. Cria-se um primeiro piso sem que este afete, em património imóvel classificado da Baixa Pombalina,
no entanto, o conjunto edificado. A cobertura de duas águas, a fachada principal mantem-se conforme a original, pontuada
igual à original, envolve o espaço da restauração, que dado por gradeamento proposto decorrente do desenho com
o seu revestimento interior em madeira, torna-o acolhedor, o logótipo da instituição.
e remete ao conceito de casa, na sua ideia mais primitiva. A ligação entre os dois edifícios faz-se através de um elemento
Valoriza-se o logradouro. Este espaço verde, é não só um discreto, permeável, a pala ajardinada, que se desenvolve
exemplo a manter, como a prolongar. Prolongar o mais no seguimento de um dos “L”s do edifício anexo e toca na
possível, deixá-lo ligar-se ao Jardim D. Luís ali tão perto, fachada tardoz do edifício principal apenas para assegurar
convidá-lo a entrar. E daí resulta o elemento dissonante a total cobertura do percurso, mantendo simultaneamente
da proposta, a varanda, que vem premiar a empena poente, a penetração do logradouro, esse elemento central, aberto
marcando não só a instituição, que é a Ordem dos Arquitetos, à cidade, espaço de distribuição e verde de permanência,
no traçado urbano, como reclamando a necessidade que é do conjunto edificado e da malha urbana a que pertence.
garantir esta permanência verde, deixá-la instalar-se em
cada espaço possível, sejam canteiros, recantos, parapeitos...
Por isso, porque não envolver todo o edifício nesta manta,
dotá-lo de um jardim pendente, permitir a invasão, cobrindo-o,
se assim o desejar?
37º CLASSIFICADO
AUTORIA: APPARATUS ARCHITECTS
COORDENAÇÃO: FILIPE LOURENÇO

“Lisboa precisa da força da arquitectura, da afirmação de O material espelhado que compõe a fachada do novo edifício
gestos fortes; onde se não entre os edifícios dos arquitectos aparece com a intenção de tornar esta intervenção imaterial
buscar esse ânimo, essa convicção, esse desprendido parecer”. e, daí, tornar-se a partir dela mesma invisível, num gesto
Manuel Graça Dias e Egas José Vieira de revelar o edificado adjacente, dialogando entre fachadas
e entre o património da envolvente, como o edifício Sede
Neste momento, o edifício Sede da Ordem dos Arquitectos da Ordem dos Arquitectos e o Mercado da Ribeira.
distancia-se da arquitectura local, onde salvaguarda o Assim como os arquitectos Graça Dias e José Vieira decidiram
património de um pequeno e modesto edifício cujo anexo criar algo único em 1994 no projecto original da Sede da
do qual é objeto de intervenção nesta proposta, permanece Ordem dos Arquitectos, propondo um objecto radical para
no esquecimento, entalado numa cidade em constante servir de auditório, ou um “animal” como eles referem,
crescimento e modernização. A actual entrada da ordem dos a nossa proposta pretende respeitar e dar continuidade
Arquitectos parece estar numa posição secundária, ao passo a esta ambição.
que o edifício tardoz faz frente de rua numa das ruas mais Apesar da fachada actual se encontrar num avançado estado
movimentadas de Lisboa e encontra-se num estado devoluto de degradação, reconhece-se que faz parte da identidade do
avançado, que não dignifica a Ordem dos Arquitectos nem local. Decidiu-se então reproduzir este elemento e prolongar
o edificado adjacente, tal como um “parasita” em ruínas a sua continuação para o alçado poente materializando
a ofuscar o património qualificado. esta intenção através de materiais contemporâneos mas
A proposta pretende criar um edifício cuja identidade também históricos das zonas industriais ribeirinhas: o ferro.
seja tão particular que deverá tornar-se numa referência Ao seccionar a fachada em perfis metálicos verticais, permite
na Arquitectura. Um edifício cuja entidade exista na dualidade respeitar a linguagem da envolvente assim como oferecer
entre o novo e o existente, entre o contemporâneo e ao uma transparência para o novo volume mas também para
mesmo tempo o intemporal, entre a ousadia e o respeito. o edifício Sede.
Esta nova identidade proposta fará com que a Sede da Ordem Através deste gesto de reinterpretação do património
dos Arquitectos simplesmente não passe despercebida pretende-se criar uma fachada única, como segunda pele
face ao Jardim D. Luís e fará com que, finalmente, o papel de um edifício singular.
do arquitecto se espelhe na cidade.
A proposta visa a criação de um novo volume que pretende “Daquilo que o espaço quer ser, o desconhecido pode ser
ser um pavilhão espelhado para a cidade. revelado ao arquitecto”. Louis Khan
38º CLASSIFICADO
AUTORIA: OITOO, LDA
COORDENAÇÃO: NUNO MIGUEL BATISTA RODRIGUES

O Edifício Sede da Ordem dos Arquitectos dita a regra da A cobertura do novo edifício, um grande telhado de duas
nova expansão. O novo volume assegura uma relação de águas revestido a escamas de terracota, pretende assinalar
continuidade com o edifício dos Banhos de São Paulo, sendo- a presença da OASRS, enquanto a sua materialidade responde
-lhe subordinado do ponto de vista de programa e escala. ao contexto em que se insere, num equilíbrio construído
A sequência de espaços que atravessam o Edifício Sede desde entre épocas, estilos e as possibilidades da nossa profissão.
a entrada principal, e o percorrem axialmente até à fachada No topo Poente e nas laterais a cobertura prolonga-se numa
tardoz é continuada no novo edifício, através de um foyer tensão pontual com a linha definida pelo volume inferior,
exterior coberto que a prolonga e estabelece contacto com favorecendo o controle solar e climático dos espaços no
a rua da Ribeira Nova, desenhando-se assim uma nova cara primeiro piso e sugerindo uma leitura onde há ressonância
ao conjunto. formal com os perfis de duas águas perpendiculares às ruas
Este acesso alternativo, faz-se através dos quatro vãos centrais dos edifícios de génese industrial que também caracterizam
em arco presentes na fachada histórica de um piso que foi o aterro da Boavista.
integrada e valorizada no projeto. O foyer exterior coberto, Propõem-se um volume compacto e a máxima compatibilidade
tolerante e flexível na sua utilização, pode ser utilizado com a pré-existência, aceitando as qualidades da fachada
como espaço expositivo, para eventos ou como o natural existente, a sua altura, vãos e carácter. O recurso a espaços
prolongamento no exterior da nova cafetaria. exteriores cobertos de circulação, permite a contenção dos
A proposta organiza-se em dois pisos. A cafetaria encontra- custos de construção, correspondendo por outro lado à ideia
-se na posição de maior visibilidade do lote, com acesso de um edifício mais sustentável, num contexto climatérico
independente pela rua da Ribeira Nova, sendo igualmente frequentemente clemente. Deseja-se uma construção
acessível pelo foyer exterior coberto em comunicação com tolerante, robusta e durável no tempo, com
o edifício sede. Neste piso encontram-se ainda as áreas de grande simplicidade de manutenção.
serviço, no lado oposto do foyer, que incluem instalações
sanitárias e o elevador.
O acesso ao piso superior faz-se por duas escadas nos topos
opostos que conduzem a uma galeria exterior coberta que
se abre sobre o Mercado da Ribeira, dando acesso às salas
de formação.
39º CLASSIFICADO
AUTORIA: CNLL, LDA.
COORDENAÇÃO: CARLOS NUNO LACERDA LOPES

Pretende-se, com esta intervenção, a construção de uma Na cobertura deste volume, projeta-se um amplo miradouro
nova centralidade, capaz de mobilizar e assumir a presença voltado para o Jardim Dom Luís e para o Rio Tejo, explorando
da OASRS perante a “Nova Lisboa”, apresentando-se com as vistas privilegiadas deste local e, de certo modo, abrindo a
caráter renovado e contemporâneo. Ordem dos Arquitetos ao público.
Partiu-se da intenção de conformar um novo gaveto, com Por último, “flutuando” sobre o “corpo de vidro”, apresenta-se
um impacto e volumetria especificamente projetado para um novo volume, denominado de “Black Box”. Este elemento
consolidar a frente para o Jardim Dom Luís e, ao mesmo permite, urbanisticamente, rematar o gaveto. Porém, assume-
tempo, explorar as vantagens da relação com o rio Tejo, se como parte essencial da solução: trata-se de um espaço
compreendendo as múltiplas lógicas construtivas em aberto e inacabado, um espaço único, destinado sempre
e morfológicas existentes – muitas vezes contrastantes – a novas utilizações por parte dos arquitetos, para a realização
na malha urbana adjacente. Propõe-se uma configuração de instalações, exposição, ou até para a divulgação de caráter
que valoriza os espaços de utilização comum, assumindo- arquitetónico e urbanísticos.
-os como espaços fomentadores de relações. O edifício é A “Black Box” justifica-se, essencialmente, no entendimento
implantado mediante um conceito de caixas que se vão da volatilidade do Tempo, da História e da Arquitetura,
adaptando à silhueta do edificado, torcem-se e adoçam-se compreendendo que a intervenção deverá também conter
na procura de melhores ângulos visuais. e demonstrar uma visão lata e flexível do futuro assumindo
Assim, recupera-se a fachada do Edifício Anexo voltada um posicionamento de mudança e transformação que se
para a Rua da Ribeira Nova, que receberá agora os espaços verifica na cidade de Lisboa.
destinados a café/restaurante, sala polivalente e átrio
de distribuição.
Sobre esta “base”, de caráter pesado, maciço e de Passado
“preenchido”, surge um novo volume, de vidro, leve e
espelhado, de carácter imaterial, que reflete Lisboa, o Presente
e o Futuro e assume o ideal de oposições presente no projeto.
Este volume, que acolherá as salas de formação, é um “corpo”,
claro, fluído e cristalino, que “ora se vê, ora se evapora”,
e consubstancia também uma referência ao elemento água
que está na origem da memória coletiva daquele lugar
e dos Banhos de São Paulo.
40º CLASSIFICADO
AUTORIA: FURO CIRCULAR, LDA
COORDENAÇÃO: ANTÓNIO PEDRO SOUSA LOURO

O ANIMAL QUE ESPREITA A CIDADE (3) Obstruir o menos possível a fachada sul do Edificio Sede
de forma a que esta possa continuar a proporcionar luz
I . Do que existe natural, vista e ar aos seus ocupantes. Este objectivo é
O local de intervenção é um gaveto da Rua da Ribeira Nova alicerçado no desenho de uma planta triângular onde a
com a Travessa do Carvalho limitado pela fachada sul do hipotenusa pousa sobre a linha de fachada definida na Rua
Edifício Sede da Ordem dos Arquitectos, um gigante com vista da Ribeira Nova e os catetos se encontram num ângulo recto
para um logradouro que se apresenta exíguoe atafulhado localizado dramaticamente a 2 metros da fachada sul do
de construções supérfluas. Edificio Sede. Esta implantação consegue um maior índice
Se a ambição é repensar este pequeno talhão com impacto de ocupação junto à frente de rua deixando a retaguarda
mínimo no Edificio Sede, então tal só nos parece possivel desanuviada.
limpando o interior do lote de modo a que novos princípios Agrada-nos no Edifício Sede a exuberância da pastilha
possam existir sem o peso de ocupações que o presente vermelha em namoro com o azul, o entabelamento espelhado
tornou anacrónicas. Apenas a fachada virada para a Rua da da fachada neoclássica, os cacos de azulejo que revestem
Ribeira Nova, com os seus vãos generosos de arco perfeito, paredes interiores, túneis que ligam compartimentos e elipses
merece ser preservada, não porque a lei o exige, mas porque que desenham tectos. A proposta procura resgatar esta
tem a qualidade de desenho e respira a memória de um tempo exuberância e utiliza-a para estabelecer uma característica
passado que servirá de justo contraponto a um novo volume identitária comum aos dois edifícios. O novo prisma
que se quer vincadamente contemporâneo. triângular, que espreita por cima da fachada existente, recebe
uma pele de azulejo vermelho carmesim inspirado nos
II . Das ambições que orientam o desenho quarteirões vermelhos do mural da fachada poente do
A proposta é fundada em três ambições principais: Edifício Sede ampliando o seu efeito. Gostamos de pensar
(1) A revalorização do logradouro como espaço exterior semi- que o animal porque esta fachada ansiava desde início2
-público que funcione como charneira entre o Edifício Sede repousa agora ao seu lado a curta distância.
e a Nova Proposta, entre a instituição Ordem dos Arquitectos
e a Cidade. 2
– ref. a texto da pag. 4 - Memória Descritiva Banhos de S. Paulo –
(2) Densificar e clarificar a distribuição programática Nova Sede da AAP
através da organização vertical em três pisos + cave onde
a cafetariaficará no rés do chão, as salas de formação no piso
intermédio e a sala multiusos no piso superior com ligação
fácil à cobertura que servirá de área de expansão natural
das diversas atividades.
41º CLASSIFICADO
AUTORIA: LUÍS MIGUEL NUNES PIRES
COORDENAÇÃO: LUÍS MIGUEL NUNES PIRES

O alçado poente deriva do prolongamento do existente, desta Os espaços daqui resultantes configuram um corredor/
vez materializado em tijolo cru, o seu único vão corresponde pátio regular – espaço contido entre o edifício sede e a nova
à projecção da janela da(s) sala(s) de formação. A reabilitação construção – e outros vazios trapezoidais: terraço da sala
da fachada existente reduz ao mínimo a complexidade dos polivalente; uma plataforma “verde”, e o espaço onde está
vãos, estes passam a ser maioritariamente em vidro e no a nova escada de incêndio. Estes vazios actuam como espaços
necessário alumínio estrutural, apenas fica a pedra lioz das de ventilação e ensombramento, uma espécie de interior
molduras, frisos, platibanda, pilastras, e o reboco pintado do edifício sem o ser, possibilitando diferentes leituras da
a azul. As lâminas de alumínio bronze que coroam a agora luz ao longo do dia.
“lavada fachada”, erguem-se até à altura do segundo piso, A construção reflecte as materialidades existentes nas
forma-se assim o alçado principal que define a casca exterior construções próximas – pedra lioz e reboco pintado a branco
do novo complexo. No volume paralelepipédico (quase no alçado principal, alvenaria de tijolo no alçado poente,
regular) contido nestas duas fachadas abrigam-se os principais mosaico de “pastilha” a revestir a totalidade do volume
desígnios do programa: restaurante/cafetaria ao nível do piso principal, por cima da reabilitada fachada, lâminas horizontais
térreo, por cima deste a sala polivalente e no último piso até à cota máxima em alumínio “bronze”.
as salas de formação.
Junto à parte mais estreita do trapézio estabelecem-se as
comunicações verticais. É entre estas e o volume principal
que se localizam as instalações sanitárias (que estão presentes
em todos os pisos).
A forma trapezoidal do lote define a pele exterior do edifício,
dentro do invólucro, o desenho procura referências no
edifício sede.
42º CLASSIFICADO
AUTORIA: LEMA BARROS + CASTELO BRANCO ARQUITECTOS
COORDENAÇÃO: CRISTINA DE ABREU CASTELO BRANCO

3 ideias base fundamentam a nossa proposta, 3 respostas … Com a nossa a proposta, o projeto não é utópico face
a oportunidades que se apresentam com este concurso, ao orçamento nem o edifício se apresenta como um
às quais não poderíamos dizer que não. objeto fechado em si, mas antes um objeto versátil que
A primeira, a própria ideia de intervir no edifício em questão, materializando as oportunidades que agora se proporcionam
podendo completar a sua inserção na envolvente urbana, permite remodelações e adaptações futuras, sem castrar
libertando-o do colete de forças em que sempre se encontrou possibilidades, não fechando portas, mas antes pelo
e colocando-o em franca dialética com a cidade, conferindo- contrário abrindo pistas para desenvolvimentos possíveis.
-lhe duas novas frentes urbanas, duas novas fachadas, duas Independentemente de garantir desde já uma identidade
novas caras, sãs e limpas, sem artifícios inócuos e modas própria, requalificando o edifício sede preexistente.
de barretes a enfiar.
A segunda, a ideia de explorar uma frente urbana super visível Ao Vitor neste meu regresso a LX
e movimentada, com a hipótese de preservando uma fachada
preexistente criar no seu interior um novo espaço /praça
urbana em permanente relação com a via publica, dedicado
a eventos de divulgação e promoção da arquitetura e do papel
do arquiteto na sociedade. Fomentando uma Ordem aberta
à sociedade, dentro do princípio que é através da arquitetura,
e das soluções de projeto que o arquiteto demonstra o seu
verdadeiro “engagement” com a sociedade, não só ético,
mas político.
A terceira ideia base, a de, não renegando à cércea permitida
(equivalente a 4 pisos), disfrutar da vista de uma cobertura
terraço, podendo restituir uma relação do edifício com
o tejo, criando uma esplanada /miradouro com vista sobre
os telhados, o Tejo até ao Cristo Rei na outra margem.
A tudo isto não se podia dizer que não. Não obstante
o espartilho do orçamento da obra no valor de 500 000€.
43º CLASSIFICADO
AUTORIA: FMVS
COORDENAÇÃO: FILIPE MADEIRA

O desejo de renovação da identidade e da presença Para unificar as fachadas da intervenção nova e dotar o
institucional da OA exigia uma proposta que satisfizesse edifício de uma presença nobre e contemporânea ajustada à
simultaneamente a vontade de otimização espacial interior, visibilidade desta nova face, é proposto um revestimento em
mantivesse a relação hierárquica de escala com o edifício pedra natural em bandas alternadas. A pedra calcária clara,
sede, mas que resolvesse o fechamento e remate do em continuidade com a pedra das cantarias existentes, será
quarteirão a sul, assim como o atual desfasamento entre intercalada pontualmente com um mármore verde escuro,
a localização da entrada principal (norte) e a fachada com contraste coerente com a personalidade gráfica atual da OA.
mais visibilidade pública (sul). As bandas horizontais introduzem intencionalmente uma
A proposta desenvolve-se a partir do centro do alçado tardoz indefinição na perceção da altura do edifício, manipulação
do edifício sede em direção à praça D. Luís, transformando que medeia a volumetria baixa e a necessidade de elevação.
(ampliando) o espaço do bar obsoleto numa nova sala que A resultante composição magnética - mescla entre a calçada
reforça a estrutura espacial do piso térreo, do qual participam portuguesa e o românico toscano - insere com inequívoca
o átrio e o poço de luz central. Esta interligação permite presença o novo edifício no conjunto Jardim-Mercado-
manter a entrada norte como ponto de acesso principal Correios.
aos serviços da OA, reservando a visibilidade da fachada sul
para o programa do café/restaurante.
A necessidade de resolver o ângulo de remate do quarteirão
levou à introdução de uma torção da fachada sul, recuando
relativamente à R. da Ribeira Nova, o que favorece um
aumento pontual criado para marcar a nova entrada—grande
claraboia de proporções familiares ao volume das caldeiras.
Do edifício anexo é mantida a fachada Sul, considerada
o elemento arquitetónico mais qualificado pela relação de
continuidade urbana que estabelece com o edifício vizinho
a nascente.
44º CLASSIFICADO
AUTORIA: AETECNET ARQUITECTURA E ENGENHARIA, LDA
COORDENAÇÃO: MARIA JOSÉ DE FREITAS

A presente síntese refere-se ao programa base, de ordem A solução arquitetónica e espacial encontrada para revestimento
conceptual, que fundamenta a proposta para o projeto dos volumes criados, com introdução de grelhas perfuradas
de ampliação da sede da Ordem dos Arquitectos e tem no exterior, permite a criação de espaços interiores
por alvo um edifício, antigo armazém, que se encontra resguardados, com luz e ventilação naturais garantindo
devoluto, localizado no tardoz do edifício sede da Ordem a sustentabilidade da proposta.
dos Arquitectos, conhecido como “Banhos de S. Paulo”, O programa funcional está distribuído de forma flexível:
classificado como Imóvel de interesse Público (Decreto o R/Chão inclui uma Galeria Polivalente/Sala de Exposições,
nº 28/82, de 26-02-1982). acessível através da Rua da Ribeira Nova, e ainda a Cafetaria/
Pretende-se que o conjunto edificado venha a constituir Restaurante, com acessibilidade garantida pela Rua da
um local de confluência permitindo o seu usufruto por parte Ribeira Nova e Travessa do Carvalho.
dos utentes e pelo público em geral, acrescentando ao local O 1º andar será ocupado com Salas de Formação e uma
uma nova identidade que ajude a destacar o papel privilegiado extensão da Cafetaria. No terraço, correspondente à cobertura
que a arquitetura e, de um modo geral, as iniciativas do 1º andar, encontra-se uma Esplanada/Lounge de apoio
a promover pela Ordem dos Arquitectos podem preencher à cafetaria.
e desenvolver na cultura contemporânea. A proposta responde aos objetivos da OA e permite que
Volumetricamente sugere-se a criação de um novo corpo as sinergias criadas pelo edifício dos Banhos de S. Paulo
edificado que irá nascer dentro do edifício existente, e Anexo passem a constituir um marco de referência no
cujas paredes exteriores serão mantidas. Com volumetria tecido citadino, de modo a reforçar a sua identidade e
paralelipipédica a sua cota máxima situa-se ao nível do significado, sobressaindo como expoente cultural de uma
alinhamento inferior dos vãos de janela do piso superior cidade que potencia a sua história recriando-a para o futuro.
do edifício sede da OA. Em complemento teremos dois
núcleos de acesso vertical, localizados um a noroeste
e outro a sudeste deste bloco inicial.
A exequibilidade da solução proposta é assegurada
em diversas vertentes no campo estrutural evitando
o possível impacto em preexistências arqueológicas,
e ainda nos materiais selecionados que serão ecológicos
e resilientes.
45º CLASSIFICADO
AUTORIA: RAÚL JORGE ALVES DE SOUSA
COORDENAÇÃO: RAÚL JORGE ALVES DE SOUSA

No programa da intervenção de 1991 no edifício Sede previa- É este um “animal anichado”, que se encosta firmemente aos
-se uma posterior edificação a poente que os autores do seus dois limites públicos, mostrando já nesses alçados o
projecto nomearam como “o animal anichado”, “um conforto que no logradouro é potenciado até ao limite necessário:
curvo, empenado e torto”. A edificação nunca se realizou, mas como se torce e dobra, sobe e desce, em busca de ampliar
a energia vital contida nessa pretensão é conceptualmente os espaços, dar-lhes mais luz, mais vistas. É um ‘animal’ que
operativa para a actual. Pois das premissas acima referidas no gaveto estica o ‘pescoço’ para vislumbrar o jardim, e sobe
se infere que o novo edifício terá que encaixar-se entre o ‘peito para marcar a entrada; que nas confrontações desce
o edifício Sede e a fachada sul do edifício anexo, dois as ‘patas’ para ficar à escala (inclinando a cobertura na escada,
elementos de escalas distintas cuja harmoniosa articulação descendo os pisos até só estar a fachada existente com a
se dificulta também por razão da forma trapezoidal da área de Sede atrás); que com a ‘cauda’, ou pala, toca no edifício sede,
intervenção e da sua pouca profundidade. Estas preocupações permitindo o acesso coberto. É um ‘animal’ de uma espécie
em torno próxima aos da envolvente, com as varandas de sacada que
de problemas de escala de uma intervenção nesta área permitem a evacuação da Sede, e invocando mansardas nas
estavam já enunciadas na memória anteriormente citada, palas que lhe protegem os ‘olhos’ a sul e poente.
onde se adjectiva a fachada sul do edifício Sede como
“luminosa e alegre”, se considera isso uma conquista
significativa daquela proposta, e se adverte para os perigos
futuros, aparentemente apenas evitáveis “enquanto durar
o imobilismo e a burocracia”.
A actual proposta de intervenção, em consequência do
programa previsto, assume que a fachada sul do edifício
Sede não pode manter aquela amplitude de vistas, mas
procura atenuar essa perda.
46º CLASSIFICADO
AUTORIA: ANTÓNIO MIGUEL DA SILVA PEREIRA STICHINI SANTOS
COORDENAÇÃO: ANTÓNIO STICHINI SANTOS

Abordagem conceptual segundo uma leitura no contexto Nessa dialéctica que lida com conceitos opostos – vazio
urbano, sociocultural e na história. Ler o menor pelo maior. e cheio, luz e escuro, positivo e negativo – que em contacto
Desse modo, colocar o projecto num processo de diálogo com o mundo acabamos por ganhar consciência do outro
e reflecção com a sociedade civil. e da nossa individualidade, como um jogo de espelhos em
Assim sendo, o edifício anexo proposto para intervenção que dum lado está a subjectividade do individuo e do outro
integra uma área designada pelo PDM de Lisboa como de a objectividade das normas sociais.
ideário pombalino, o que à partida acarreta uma herança Conceptualmente a presente proposta arquitectónica é uma
a nível cultural e patrimonial neste projecto de expansão metáfora das relações contraditórias que pautam uma forma
da sede da Ordem dos Arquitectos. de fazer cidade e produzir espaço, uma metáfora em relação
Partindo da ideia de continuidade, respeito pela memória às formas de reproduzir a ordem social, numa narrativa que
e património, a nossa proposta arquitectónica tem como culmina na construção do imaginário colectivo pré-industrial
premissa a ideia de arquétipo, ou seja, o conceito de arquétipo que se perpetua até aos nossos dias. Logo, se por um lado
foi desenvolvido pelo psicólogo Carl Jung ao definir que, exaltamos essa continuidade e respeito pela memória,
no imaginário colectivo existe um conjunto de imagens simultaneamente aclamamos por uma ruptura por um mundo
primordiais que dão sentido às histórias passadas entre em que as fronteiras da subjectividade do individuo são
gerações. Posto isto, o edifício anexo à sede representa o permeáveis e colocam fim nessa violência simbólica exercida
arquétipo da construção de 1 piso com telhado de duas águas, de forma inconsciente pelas instituições modernas.
algo que a nossa proposta arquitectónica procura manter. Em suma, uma metáfora que materializa esse equilíbrio
Porém, nessa tomada de decisão que visa um processo instável resultante do processo dialéctico de onde se faz
de continuidade e afinidade para com o imaginário colectivo a luz que ilumina a noite escura.
– ideia do arquétipo com telhado de duas águas - nasce
uma dialéctica que enriquece e torna a leitura do objecto
arquitectónico singular e enriquecedora, já que, se durante
o dia o objecto arquitectónico visa a ideia do arquétipo
e de respeito pela memória, em sentido contrário durante
o período da noite o objecto transforma-se numa caixa de
luz que torna-o uma referência urbana singular e exclusiva,
uma força activa que procura ser uma referência urbana.
47º CLASSIFICADO
AUTORIA: SEGMENTO URBANO
COORDENAÇÃO: MARIA JOÃO CORREIA

IN-BETWEEN | Entre paredes…Entre Espaços…Entre Implantado entre limites muito definidos, afasta-se e cria
Memórias… Entre a Ordem e a Cidade…. um espaço ‘in between’ (entre) espaços públicos tensionados,
ruas públicas e privadas, por vezes alargadas por pátios que
A proposta In-Between parte de uma ideia de conservação perfuram o volume. As paredes existentes na fachada da
e valorização do existente, respeitando a envolvente urbana Rua da Ribeira nova são contidas e seguras, passam a ser a
e o edifício Sede da Ordem dos Arquitectos, usando-o para protecção deste novo volume que nasce no interstício. Aqui
os alinhamentos das aberturas de vãos. Estes atravessam respira-se cidade e cria-se uma nova identidade que resolve
o projecto de ampliação permitindo fluidez e interactividade o quarteirão e integra-o na urbanidade.
entre os diferentes espaços, interiores e exteriores. Essa Monólito, pesado e opaco, vive entre os arcos da parede
mesma ideologia, de conservação e valorização do existente, existente em alvenaria de pedra e as janelas ritmadas
permitiu a criação de uma galeria paralela, através do do edifício Sede, é rasgado por vãos que partem dos
afastamento da arcada existente, criando um novo limite alinhamentos da sede e os projectam sobre a parede de
edificado. alvenaria da fachada principal, criando jogos de luz e sombra,
Localizado numa zona de remate da malha pombalina, propõe- ao mesmo tempo que as janelas ritmadas do edifício sede
-se que o projecto de ampliação se enquadre no tecido urbano passam a ter visibilidade para o exterior através da ampliação.
subtilmente, criando espaços de vivência exterior na zona de Surge este edifício ampliação numa estreita ligação com
logradouro. Considerou-se o espaço de logradouro relevante a Sede, ao mesmo tempo ligado à sua própria identidade,
para a formalização da proposta, potencializando-o através criando em si e entre si, espaço público, revitalizando o lote
da criação de pátios que rasgam o projecto de ampliação. e criando regeneração urbana daquela parte de cidade.
Os pátios, para além de permitirem a entrada de luz aos
diferentes espaços que compõe o programa, permitem que
haja maior relação com o Edifício Sede, ligação visual entre
os diferentes pisos e com os espaços exteriores criados.
Surge um carimbo, uma nova identidade, um volume
monocromático com a cor dos ‘telhados de Lisboa’, que se
relaciona directamente com a chaminé, com a história dos
antigos Banhos de São Paulo e com a Sede representando
um “exemplo de compromisso entre o ideário pombalino
e a construção de génese industrial”.
48º CLASSIFICADO
AUTORIA: ESTUDIO BRANCO - DELRÍO
COORDENAÇÃO: JOÃO BRANCO

No tecido compacto deste fim da Baixa Pombalina, A organização do programa resolve o desejo de visibilidade
na sua dissolução para Poente, o edifício dos Banhos é uma da Ordem: o novo espaço Polivalente, para exposições
exceção, herdeiro de um acidente no desenvolvimento da e eventos, abre-se para a cidade, revelando-se através
forma da cidade. Fora da estrutura e das fachadas contínuas da grande montra no Rés-do-chão da Rua Ribeira Nova.
e envolventes que caracterizam os quarteirões, este edifício Aproveita-se a oportunidade para expor publicamente
ficou pendurado, à espera de um encosto a Oeste e de a arquitetura, desenhos, maquetas, aproximando a sua
se libertar a Sul, o que nunca aconteceu. atividade aos cidadãos: a Ordem mostra-se e abre-se à vida
O novo volume consolida a rua a Sul e fecha o quarteirão. urbana. Os eventos, as exposições, os concursos, todo
Autonomiza-se do edifício dos Banhos e apropria-se da o material que a Ordem gera pode ser aí exibido, num
fachada Sul e da vista sobre o Tejo. O novo edifício assume exercício de publicidade que é ao mesmo tempo de
uma forma compacta, esbelta e estreita, no interregno entre transparência.
a pertença à estrutura e volumetria da Baixa e a relação tensa,
mas pacífica com a atual Sede da Ordem. Sem uma cércea
claramente definida, funde-se com o céu de Lisboa. Separa-se
ao máximo do edifício dos Banhos, gerando um vazio vertical
entre ambos que, em continuidade com o espaço público,
sublinha o carácter de quarteirão partido.
O novo edifício estabelece a sua própria identidade, ainda
que estreitamente conectada com o passado e a história,
ciente do seu protagonismo como parte do alçado de Lisboa
para o Tejo. Com um carácter claramente público, transparente
e aberto, as suas comunicações verticais saltam fora do
volume e pertencem ao vazio, acompanhando assim a ideia
de transparência e constante atividade das diferentes funções.
A interpretação do programa baseia-se num critério de
máxima flexibilidade. Os espaços são contínuos e abertos,
com um piso dedicado a uma função diferente, com acessos
e comunicações independentes.
49º CLASSIFICADO
AUTORIA: AMÍLCAR NUNES E CATARINA CROFT
COORDENAÇÃO: AMÍLCAR NUNES E CATARINA CROFT

O lugar em torno do perímetro de intervenção foi-se A volumetria nasce da vontade de estabelecer um diálogo
transformando ao longo dos tempos tendo o imóvel com as empenas confinantes. Considerando que a ruína
a intervir mantido a sua configuração original. determina uma relação horizontal com o ‘chão comum’ da
Na procura de reestabelecer este edifício no contexto urbano cidade, foi estabelecida a estratégia de preservar este diálogo
foram definidas as seguintes premissas: reconfigurar o perfil e assumir uma nova peça vertical que emerge da mesma
urbano pelo desenho da volumetria, afirmar o perímetro do e pontua a linha altimétrica da cidade, definindo uma nova
quarteirão como um todo e colmatar/articular as empenas porta para a Ordem dos Arquitectos.
confinantes. As acessibilidades assentam numa estratégia de manter
A pré-existência foi integrada na proposta como uma memória e garantir os acessos existentes pelo edifício sede e na
de um tempo passado. Sendo desta peça que surge uma abertura de novos atravessamentos e permeabilidades
outra peça contemporânea com uma nova identidade. urbanas. O acesso ao piso superior é garantido por um
Entre os planos da ruína é feita a implantação de dois núcleos núcleo de escadas e elevador independente do programa
duros – simultaneamente estrutura e passagem – sobre que se estabelece no piso 00 (restaurante).
os quais assenta uma cobertura arqueológica que articula O programa distribui-se em dois níveis. No piso 00 encontram-
o programa de ambos os pisos. -se os espaços com maior relação com o espaço público
A matéria proposta actua sobre a requalificação da ruína e no piso 01 os espaços de trabalho e de maior reclusão,
na sua linguagem arquitectónica e construtiva original recaindo a estratégia na intenção de criar a maior flexibilidade
e sobre a cobertura arqueológica propõe-se uma matéria espacial possível proporcionando múltiplas dinâmicas
contemporânea, o betão branco desactivado. Deste modo de utilização.
é pretendido que pelo facto de a matéria do volume proposto A linguagem formal do espaço interior define variações nos
ser um elemento monolítico, que olha para a vida que pés-direitos pontuando um ritmo que define uma hierarquia
acontece no seu interior, valorize a transparência da ruína espacial, distinguindo espaços de permanência, passagem
no seu olhar para o exterior. e/ou contemplação.
50º CLASSIFICADO
AUTORIA: SÉRGIO MIGUEL MAGALHÃES, STUDIUM . CREATIVE STUDIO
COORDENAÇÃO: SÉRGIO MIGUEL MAGALHÃES

No encontro entre a Lisboa contemporânea e a história A essência do programa proposto assenta na necessidade
da arquitetura neoclássica em Portugal existe uma confluência de gerar, desde o conjunto
de estado de espírito, perceção e influência semiótica em um novo espaço integrado num ambiente visual reconhecido,
perpétua relação. Esta é uma noção mais ou menos explícita, onde a descoberta se transforma em ação. Como um pólo
mais ou menos marcada pela leitura individual de quem a vê, magnético, o agora designado de Edifício Geral ( EG ) torna-se
de quem a projeta e até de quem a utiliza. Uma apropriação num ser único, onde a convivência entre múltiplas unidades
destes espaços em plena função e que no contexto desta programáticas e as suas circulações geram um loop contínuo
participação, merece ser legitimada publicamente, sem de entradas, espaços públicos, lugares, permanências,
repúdio da sua origem e competência institucional. observatórios ( sejam eles formação, cultura ou lazer ).
Numa relação de proximidade estilística entre o arquiteto A personalidade re-equilibrada do edifício, enquanto marca
e o espaço público, encontramos vários exemplos de da sua ativação patrimonial e potencial pedagógico, assume
governança de elementos clássicos (alguns deles também o ponto central da estratégia da intervenção. A marca não
eles neo ) que reconhecemos na atual Ordem dos Arquitectos. se dilui, ganha um fôlego inesperado, curado pela publicação
O estudo destes exemplos de contexto local, permitiu e promoção da imagem institucional que incontornavelmente
uma análise dos signos, da estética e do resultado conjunto se deve manter.
proposto a concurso.
A arquitetura que proponho não se ensina ou se aprende.
Pratica-se num local e neste tempo que nem só de história
vive, mas que se apresenta com uma lucidez que só os outros
notáveis reconheceram como pontos de inflexão, reflexão
e clara progressão. O contexto espacial é garantidamente
funcional, um serviço único enquanto que o contexto
de uso do espaço se torna figurativamente cosmológico
e dimensional. Afirmo por isso uma linguagem e designação
não binária, isto é, uma abordagem que não precisa ter nome
ou contexto histórico, seja ele clássico ou contemporâneo,
concreto ou abstrato. É assim, desta forma que defino as
relações interior-exterior-interdimensional como uma dança
e onde a prática funcional entre todos é diferente, pura e
complementar.
51º CLASSIFICADO
AUTORIA: RICARDO MIGUEL RODRIGUES
COORDENAÇÃO: RICARDO MIGUEL RODRIGUES

ABORDAGEM URBANA CAFÉ/RESTAURANTE


O PROJETO DESENVOLVE-SE DENTRO DA ESTRUTURA DO LOTE SURGE DA ESTRATÉGIA VOLUMÉTRICA TOMADA,
DE ORIGEM POMBALINA, INTEGRANDO E VALORIZANDO A AO CRIAR UM PLANO RECUADO DE FACHADA EM RELAÇÃO
FACHADA PRÉ-EXISTENTE DA RUA DA RIBEIRA NOVA. NA EMPENA À FACHADA PRÉ-EXISTENTE DA RUA DA RIBEIRA NOVA,
DA TRAVESSA DO CARVALHO, ACTUALMENTE MARGINALIZADA, E UM INTERSTÍCIO, VAZIO, ONDE A ESPLANADA É CRIADA, PARA
NÃO RESOLVIDA EM TERMOS URBANOS, DESENHA-SE UMA NOVA USUFRUTO DO ESPAÇO URBANO ENVOLVENTE LIVRE DE CARROS.
ENTRADA PARA A SEDE DA ORDEM DOS ARQUITECTOS.
ESTRATÉGIA DE MASSA
NOVA ENTRADA O LOGRADOURO ASSUME A FUNÇÃO DE RUA/RAMPA
ESTA NOVA ENTRADA PROCURA ASSUMIR UMA LIGAÇÃO E LIGA O EDIFÍCIO À CIDADE.
DIRETA FRANCA COM A CIDADE, E OS ESPAÇOS URBANOS O VOLUME É CORTADO EM DIAGONAL PARA CRIAR UMA
CIRCUNDANTES, ESPECIALMENTE, O JARDIM DOM LUÍS I E A FACHADA PERPENDICULAR AO EIXO DIAGONAL DO JARDIM
PRAÇA DE S. PAULO. O ACTUAL LOGRADOURO É EXPLORADO DOM LUÍS I, CRIANDO SIMULTANEAMENTE UMA ESPLANADA
COMO INFRA-ESTRUTURA DE LIGAÇÃO Á CIDADE. UMA RAMPA É EXTERIOR DE VISTA PRIVILEGIADA E DE EXCEÇÃO, LONGE DA
INSTALADA AO COMPRIMENTO DESTE DE MODO A RESOLVER O VISTA DOS CARROS NO PISO TÉRREO.
PROBLEMA DE ACESSIBILIDADES DA ACTUAL SEDE. FINALMENTE, OS 2 ÚLTIMOS PISOS SÃO CORTADOS
PERPENDICULARMENTE AO EDIFÍCIO SEDE DA ORDEM DOS
ORGANIZAÇÃO INTERIOR ARQUITECTOS, COM INTUITO DE MINIMIZAR A SOMBRA NA RUA/
NO PISO DO RÊS-DO-CHÃO LOCALIZA-SE O ESPAÇO POLIVALENTE RAMPA DE ACESSO A AMBOS OS EDIFÍCIOS.
QUE USUFRUI DO PÉ DIREITO DE GRANDE ALTURA PROVENIENTE AQUI LOCALIZAM-SE AS SALAS DE FORMAÇÃO EM DIÁLOGO
DO ALINHAMENTO COM A FACHADA PRÉ-EXISTENTE. ESTE ABERTO COM O EDIFÍCIO SEDE.
PROCURA FUNCIONAR COMO EXTENSÃO DO ESPAÇO PÚBLICO A ESTRATÉGIA DE NÃO ADOÇÃO DE SALAS DE FORMAÇÃO
OFERECENDO DE UM MODO DIDÁTICO E EDUCACIONAL CONTÍGUAS, MAS ANTES SOBRE 2 PISOS, SURGE NO INTUITO
UM INTERCÂMBIO PARA COM O CIDADÃO OU TURISTA DE SALVAGUARDAR A LIGAÇÃO VISUAL E EXPOSIÇAO SOLAR
QUE SE DESLOCA VOLUNTÁRIA OU INVOLUNTARIAMENTE ENTRE A SEDE DOS ARQUITECTOS E A ENVOLVENTE PRÓXIMA.
NA PROXIMIDADE DO EDIFÍCIO.
NOS PISOS SUPERIORES, DESENVOLVEM-SE AS DUAS SALAS
DE FORMAÇÃO, DISPOSTAS VERTICALMENTE UMA SOBRE
A OUTRA E ARTICULADAS PARA ALÉM DO SISTEMA DE
CIRCULAÇÕES, IGUALMENTE, POR UM TERRAÇO EXTERIOR
PARA EVENTOS OU WORKSHOPS. AS SALAS DE FORMAÇÃO,
ENCONTRAM-SE RECUADAS DO PLANO DE FACHADA COM
O OBJECTIVO DE PÔR EM EVIDÊNCIA A ACTUAL FACHADA
DO EDIFÍCIO DA ACTUAL SEDE.
52º CLASSIFICADO
AUTORIA: JOSÉ PEDRO LIMA
COORDENAÇÃO: JOSÉ PEDRO LIMA

O presente concurso para a ampliação da Sede da Ordem Neste processo de projeto, o foco esteve sempre no uso
dos Arquitectos constitui uma oportunidade singular para de materiais locais, que trouxessem uma qualidade
a valorização do conjunto edificado envolvente. significativa à proposta, e que tivessem como referência
as pilastras do edifício sede em pedra lioz. Pretende-se a
Este conjunto edificado revela um singular desenho abstração, propondo-se o seu revestimento (quase) total
compositivo, técnicas construtivas refinadas, características em pedra lioz. Este revestimento faz-se ao nível das paredes
da própria época, bem como escala e proporções adequadas perpetrais do pavimento exterior da plataforma, e do banco
ao lugar, que consequentemente desenvolveram uma que também é murete baixo, cuja sua largura dispensa
capacidade de reorganização espacial da sua envolvente, a introdução de guardas metálicas.
requalificando-a. Este propósito reflete-se ainda no uso de soalho em madeira
Com esta solução arquitetónica, acredita-se convictamente de pinho na cafetaria, bem como o uso de madeira em
numa melhoria significativa da relação da preexistência todo o mobiliário interior. Por último, as paredes seriam
neoclássica com a sua envolvente, pela sua ênfase, e pelo autoportantes, em betão, isolamento térmico em aglomerado
destaque da fachada Sul. Contribui também, para uma relação de cortiça e gesso cartonado, solução que compõe também
mais desafogada com a fachada Norte do Mercado da Ribeira, o teto. No piso semi-enterrado, evita-se a madeira no
diminuindo assim o carácter de rua traseira da Rua da Ribeira pavimento, propondo-se a solução de betonilha total,
Nova. exceto nas instalações sanitárias, onde seria autonivelante.
Por último, estabelece um novo diálogo entre a Praça D. Luís I Consideram-se as paredes divisórias autoportantes em betão
e a praça de São Paulo, como novo espaço de permanência. rebocado de branco, e o teto em gesso cartonado pintado
Acede-se a este novo espaço quer pelo corredor onde se de branco.
situava a antiga esplanada, quer por um acesso proposto Em suma, apesar de ser sempre forma, não quer ser
pela Rua da Ribeira Nova, entre a cafetaria e a plataforma. protagonista.
Consequentemente, a esplanada beneficia da sua exposição Propõem-se assim “silêncio” em forma de arquitetura.
solar. Por baixo da plataforma, com acesso pelo elevador
existente, propõem-se então os três novos espaços que
constituem o programa.
53º CLASSIFICADO
AUTORIA: CUNHA FERREIRA ARQUITECTOS, LDA
COORDENAÇÃO: GASTÃO DA CUNHA FERREIRA

Continuar uma conversa de forma interessante pode não ser A autonomia e diferenciação formal dos três elementos dá
evidente se queremos chegar a uma boa conclusão. É preciso ao conjunto legibilidade e clareza, articulando as variações
ver o que já foi dito, qual o tema, o tom da conversa, que de escala e retirando o exagerado protagonismo da empena
linguagem queremos usar. Pensar na “casa” dos Arquitectos do edifício a nascente.
é conversar na mesma língua, mas não necessariamente no A matriz do desenho do edifício apoia-se na expressão dos
mesmo tom. volumes com contorno variável piso a piso e nos negativos
A intervenção de Manuel Graça Dias/ Egas José Vieira sobre que definem vãos no volume “fechado” e vazios no volume
o edifício de Pezarat é delicada e trata com a liberdade “aberto”, numa solução que se procura consistente e que
possível o cumprimento do programa, propondo soluções o uso de cor acentua.
criativas longe da passividade de quem se coíbe com Entendemos o desafio como um exercício de respeito
existente. pela obra feita e procurámos enriquecer o discurso de
O que seria o desenho do projecto com a possibilidade forma animada e intrigante, valorizando o que foi antes
de usar o espaço onde agora se quer intervir não podemos dito com o atrevimento que gostamos de ter no ofício para
saber, sabemos o que foi escrito do que foi pensado e o que quem olhe se pergunte o como, o porquê e o para
como se mostra agora o que foi feito. quê da Arquitectura.
Tomamos como intenção mais relevante o “enfoque na Entre a reflexão sobre a identidade e a procura de um novo
“Identidade”, onde se manifesta a vontade de reforçar a olhar sobre a “casa dos Arquitectos” o objeto / edifício
presença institucional da Ordem dos Arquitectos no contexto insinuou-se lentamente até se tornar inevitável.
urbano.” o que nos conduz a pensar em soluções que se
afirmem como um novo tema e abram um novo olhar sobre
a sede da Ordem dos Arquitectos.
O novo tema é construído sobre um edifício / objeto que surge
de forma livre no espaço entre o volume compacto da sede
e a forma laminar da fachada a preservar na Rua da Ribeira
Nova, permitindo, a escolha por uma solução vertical, dar a
cada elemento o seu lugar e libertar espaço no plano de apoio.
54º CLASSIFICADO
AUTORIA: LUÍS MIGUEL NUNES PIRES
COORDENAÇÃO: LUÍS MIGUEL NUNES PIRES

Duas lâminas perfuradas prolongam os alçados existentes


a sul e poente, abrigando um volume paralelepipédico quase
regular que contém os três principais desígnios do programa:
restaurante/cafetaria ao nível do piso térreo, por cima deste
a sala polivalente e no último piso as salas de formação.
Junto à parte mais estreita do trapézio estabelecem-se as
comunicações verticais. É entre estas e o volume principal
que se localizam as instalações sanitárias (que estão
presentes em todos os pisos).
A forma trapezoidal do lote define a pele exterior do edifício,
dentro do invólucro, o desenho procura referências no
edifício sede.
Os espaços daqui resultantes configuram um corredor/
pátio regular – espaço contido entre o edifício sede e a nova
construção – e outros vazios trapezoidais: terraço da sala
polivalente; uma plataforma “verde”, e o espaço onde está
a nova escada de incêndio. Estes vazios actuam como espaços
de ventilação e ensombramento, uma espécie de interior do
edifício sem o ser, possibilitando diferentes leituras da luz
ao longo do dia.
A construção reflecte as materialidades existentes nas
construções próximas – pedra lioz e reboco pintado a branco
no alçado principal, alvenaria de tijolo no alçado poente,
e mosaico de “pastilha” a revestir a totalidade do volume
principal.
55º CLASSIFICADO
AUTORIA: MAMSTUDIO- MAXIME MANGOLD
COORDENAÇÃO: MAXIME MANGOLD

METANOIA O pátio de acesso funciona como referência central a utentes


e transeuntes, é o lugar de encontro, é o lugar de estar e é
Metanoia enaltece a capacidade de constante aprendizagem o lugar de distribuição/circulação de acesso aos diferentes
do arquiteto na manipulação do real, situando-o entre espaços circundantes.
a contemporaneidade, o futuro e o passado. É através desta A nova Sede da Ordem dos Arquitectos apresenta-se como
capacidade que o arquiteto consegue projetar o futuro um conjunto composto pelos serviços administrativos,
e não simplesmente passar pelo presente. localizados no Edifício dos Banhos (património preservado)
A proposta apresentada, pretende, portanto, a valorização e o edifício polivalente (edifício novo) que encerra as áreas
do património existente levantando a questão sobre de caráter de transição e flexibilidade funcional, e serve
a pertinência do património valorizado ou valorizável. tanto os profissionais como o público geral. Embora os dois
Neste sentido, a permissão de demolição de 80% do anexo, volumes sejam parte de uma composição arquitetónica
subentende a preservação da fachada, assumindo este comunicante, o funcionamento de um pode ser independente
como único elemento potencialmente interessante de ser do funcionamento do outro.
preservado. No entanto, esta proposta assume um edifício O projeto da Ordem dos Arquitectos, deve, por ser
como um todo e não somente como uma fachada. Entende-se, pensado pelos próprios profissionais desta Ordem, revelar
portanto, que a opção de manter a fachada do edifício anexo o questionamento do tempo e da pertinência da arquitetura
não resolve, nem beneficia, o enquadramento urbano. e abrindo-se simultaneamente à cidade. Este é o lugar
O edifíco proposto afirma-se como momento de ligação entre e momento oportuno para pensar no relacionamento com
épocas históricas diferentes segundo formas comunicacionais o público em geral, apelando à interação da cidade com
convergentes em torno de um vazio gerador de espaço a casa de quem pensa esta cidade.
que transporta a luz e o verde da envolvente para o interior
deste novo quarteirão.
56º CLASSIFICADO
AUTORIA: VICTOR MANUEL GASPAR
COORDENAÇÃO: VICTOR MANUEL GASPAR

Estratégia de atuação / ideia arquitetónica A volumetria máxima da proposta é delimitada pela fachada
da OA, tentando assim, para além de respeitar as normas
A proposta, nasce de uma leitura de várias relações e legais, não competir e sobrepor-se às construções existentes.
limitações muito complexas do lugar. Por um lado, tenta À medida que a nova construção se vai elevando, esta afasta-
respeitar a sua envolvente, por outro também se assume -se progressivamente da fachada OA, permitindo, desta forma,
criando uma nova imagem e identidade. Destas leituras manter a luminosidade e cumprir o programa.
desenha-se uma série de volumes apoiados em vários “pilotis”, Esta proposta apropria-se de vários elementos para criar
evitando, deste modo, o contacto com solo e fachadas pré- uma ligação mais profunda com o edifício existente, que
-existentes. O resultado desta ação é a extensão do espaço passo a descrever: a métrica de compartimentarão interior
público para o interior do lote formando uma pequena praça a OA, é mantida nesta nova ampliação. Apropriação
interior coberta, estabelecendo uma comunicação mais forte de Elementos Formais pré-existentes, o cilindro que
com a cidade e seus habitantes. anteriormente era a chaminé dos Banhos de São Paulo,
Formalmente o edifício, desenvolve-se em 3 pisos, o piso aqui é usado como poço do elevador, a escada em espiral,
térreo é menos construído tentando ser ausente e leve, que na situação existente se desenvolve no interior
o 1 e 2 pisos, mais densos e cegos de acordo com as da chaminé e na nossa proposta fica no exterior do poço
necessidades do programa. Estes aparentam estar suspensos. de elevador.
Os alçados assumem expressões diferentes nas diversas
orientações de acordo com as relações de vistas e relações
formais com a envolvente. O alçado que confronta mais
diretamente com a OA, é praticamente cego a fim de manter
a privacidade dos diversos espaços e mais delicado na sua
forma, tentando suavizar a convivência formal entre
o novo e o existente. O alçado Sul, é mais regular e retilíneo.
Este estabelece relações métricas com a fachada a manter.
Por fim a Poente, este é mais complexo e “plástico”,
dialogando, de certa forma, com a composição de
“pastilha cerâmica” e escada de emergência” existentes.
57º CLASSIFICADO
AUTORIA: BRUNO RIBEIRO
COORDENAÇÃO: BRUNO RIBEIRO

Esta proposta procura conceber um edifício que respeita No Piso 1 encontram-se as instalações sanitárias e arrumos,
os factores relevantes da criação arquitectónica original. exclusivos da cafetaria. No rés-do-chão do Edifício Sede, na
O projecto gerador do edifício hoje presente demonstra área correspondente à atual cafetaria, sugere-se a conversão
intenções de organização e de espacialidade muito claras, para um Espaço Lounge com uma área de coffee break,
que se entende dever respeitar e integrar no novo desenho. servida de máquinas de snacks/bebidas. Implanta-se também
O objectivo principal é desenvolver uma expansão nesta área uma nova Instalação Sanitária, com acesso pelo
programática e construtiva que amplie a riqueza das exterior. A entrada atual do Edifício Sede deve manter-se
intenções geradoras do património presente. como o principal acesso público do conjunto. O logradouro
A volumetria proposta resulta da conjugação das vontades é o espaço articulador entre o edifício proposto e o Edifício
expressas acima com a necessidade de expansão Sede, de onde se acede, por escada ou elevador, ao Piso
programática da Ordem dos Arquitectos (OA). Ao volume 2 onde se encontram as salas de formação. O volume que
em águas que se pretende manter, junta-se um volume pousa sobre as águas contém uma sala com capacidade de 60
de colmatação, com a mesma cércea do Edifício Sede. lugares, que pode ser dividida em duas salas simétricas de 30
Um segundo volume pousa sobre a cobertura em águas. lugares. Também no Piso 2, encontra-se um segundo Espaço
A inclinação das águas é utilizada para materializar a plateia Polivalente que contribui para a versatilidade do conjunto,
inclinada das salas de formação, criando assim uma ligação podendo complementar qualquer um dos seus usos.
direta entre o uso e a forma deste espaço, sendo esta relação
uma óbvia consequência da decisão de respeitar a volumetria
original.
O amplo espaço central anteriormente referido corresponde
ao novo Espaço Polivalente da OA. Com ligação direta à rua,
grande amplitude e acesso opcional à cafetaria e logradouro,
este é um espaço verdadeiramente versátil, com possibilidade
de receber grandes eventos, exposições, ter acesso público
esporádico ou até mesmo ser temporariamente tripartido e
utilizado como salas de formação adicionais. A nova cafetaria
localiza-se no Piso 0, com acesso direto à rua. Dispõe de 50
lugares interiores, com possibilidade de esplanada na rua
e/ou logradouro.
58º CLASSIFICADO
AUTORIA: ARMINDO PEREIRA DE MAGALHÃES
COORDENAÇÃO: ARMINDO PEREIRA DE MAGALHÃES

Identidade Flexibilidade funcional


Quando visitei o edifício e sua envolvente pela primeira vez, Neste edifício podem funcionar em simultâneo três salas,
foi uma sensação estranha de algo que não estava bem, sem duas salas de formação com trinta alunos cada uma e uma
saber o que era. Este concurso “obrigou-me” a pensar estudar sala polivalente. As salas de formação estão na forma de
o local com intensidade. A primeira reação foi continuar anfiteatro que nos parece bem uma vez que os conteúdos
a empena para colmatar o “buraco” provocado pela demolição transmitidos nas formações são essencialmente expositivos.
do forte S. Paulo. Desistimos dessa ideia uma vez que ia A sala polivalente pode funcionar como um único auditório
ofuscar e desvirtuar a anterior intervenção dos colegas Manuel com cerca de cem pessoas. Na cobertura temos também
Graça Dias e Egas José Vieira, decidimos por um diálogo e um espaço que pode funcionar como auditório com a
respeito pela anterior intervenção e por toda a malha urbana possibilidade de projetar sobre a empena os conteúdos ou
existente, o que no início nos parecia um problema o “buraco” um espaço onde as pessoas se encontram informalmente.
com as “cicatrizes” da demolição do Forte de S. Paulo, foi
uma oportunidade de projeto, servindo a empena como tela Exequibilidade
para futuras projeções de conteúdos uma vez que a cobertura O sistema construtivo será da denominada parede ventilada
da nossa proposta funciona como um anfiteatro, e as a “pele” camada exterior será aço corten, que é de grande
cicatrizes ficam como memória. durabilidade e de fácil manutenção. Parede a sul existente
A nossa proposta se integra no sítio e o valoriza, sem ser uma será renovada com o reboco idêntico ao existente (cal e
rutura (podia ser), a nossa intervenção não é “arrogante”, mas saibro) e pintada com tinta natural executada com óxidos
sim dialoga e continua a identidade. Este diálogo manifesta-se e cal (terá mais manutenção, mas estamos a fala de uma
através da escala, cor (aço corten que conjuga com as cores pequena parede. Igual à existente no atual edifício). Temos
telha e a variação dos ocres e pasteis, estes não são fixos e também vidro essencialmente na fachada a norte, também
variam com o tempo de uma forma heterogénea, mas subtil). de fácil manutenção e grande durabilidade.
59º CLASSIFICADO
AUTORIA: MACHADO COSTA – ARQUITECTOS ASSOCIADOS
COORDENAÇÃO: PEDRO MACHADO COSTA

Lisboa precisa da força da arquitectura, da afirmação de A nós, proponentes do projecto para a ampliação dos Banhos
gestos fortes. Onde senão ao edifício dos Arquitectos se irá de S. Paulo, cabe-nos fazer aquilo que os arquitetos sempre
buscar esse ânimo, essa convicção, esse desprendido parecer? fizeram: tentar cumprir os desejos de alguém, organizando-se
o Programa Funcional, lidando com as condicionantes;
É com esta questão – uma afirmação, na verdade – que dando forma a um [pedaço] de edifício. Mantemos, por tal,
Manuel Graça Dias e Egas José Vieira concluem a Memória essa fachada.
do projecto que transformou os Banhos de São Paulo na E no entanto, procurámos fazê-lo com a consciência que
Sede da AAP. esse desejo de que falavam MGD e EJV deverá prevalecer:
Quase três décadas passaram sobre estas palavras, e de o de produzir sentido.
facto os tempos são outros. Mais: produzir sentido a partir de um sentido [re]inventado
A Lisboa dos aterros mudou de gentes e de hábitos. há quase três décadas.
O Mercado da Ribeira de Piloto continua vasto, mas os seus
cheiros são diferentes. Está irreconhecível o Pardal Monteiro
que dava partida para Cascais, e nem mesmo os Correios [às
vezes ia-se ao Correio] sobreviveram ao charme discreto da
burguesia. Para trás ficou o “Animal Agachado. A Casa Cid
está para fechar, e até os dois “A”s do balcão de entrada da
Ordem dos Arquitectos parecem desatualizados.
E, no entanto, as palavras de MGD/EJV contra o imobilismo
e a burocracia parecem não ter perdido pertinência.
De facto, a manutenção da fachada da Rua da Ribeira Nova
[parte do Conjunto de Interesse Público da Baixa Pombalina]
é contrária àquilo que esteve na origem da reformulação
do edifício de Pézerat: a preservação (...) é um mal porque
desencoraja a realização de património contemporâneo e é
um equívoco porque tende apenas a selecionar uma parte.
60º CLASSIFICADO
AUTORIA: JOÃO MARIA MADEIRA DA SILVA RODRIGUES
COORDENAÇÃO: JOÃO RODRIGUES

A intervenção tem por objetivo valorizar o conjunto Na sua relação com o edifício vizinho da rua da Ribeira Nova,
patrimonial, implementar um conjunto de serviços adicionais existindo uma grande diferença de alturas, em que uma
e elevar o reconhecimento da representatividade e visibilidade empena cega pesa sobre o espaço de intervenção, optou-se
pública da OA. por elevar o edifício, um elevar como corte na continuidade
O conjunto de edifícios a reabilitar não estabelece qualquer da fachada ao nível da rua, um corte na massa edificada,
relação com a envolvente nem resolve a continuidade e fecho elevando-a e garantindo-lhe novas formas de habitar e novas
do quarteirão, sendo o seu valor garantida somente por qualidades.
aspetos formais de tipologia de local, época e semelhança O elevar do edifício cria um espaço valorizado para o
de vãos. restaurante/cafetaria, dando enfoque ao enquadramento
Estes aspetos são importantes do ponto de vista histórico visual para o exterior, associado a um rooftop como local
e patrimonial e necessários para a preservação de valores de convívio com uma vista privilegiada.
culturais e arquitetónicos, mas não suficientes para valorizar São criadas as condições para acesso à cobertura do piso 0,
e tornar distinto um edifício. que se transforma num jardim e espaço de convívio e lazer,
Foi adotado um critério de apresentação do edifício como u que contribuem para o conforto visual a partir do edifício da
ma imagem simbólica da arquitetura, a casa. Um arquétipo, OA, ao mesmo tempo que estabelecem um incremento nos
a casa dum imaginário coletivo, na sua forma mais aspetos da sustentabilidade, conforto térmico e melhoria
característica, na forma que já estava presente, mas ao mesmo de qualidade ambiental.
tempo valorizando a sua simplicidade, pelo despojamento
e pelo afirmar da própria forma.
No espaço mais emblemático do edifício, a sala polivalente
assume essa massa com forma de casa, um volume que
é penetrado por vãos para o espaço público. Uma nova
abertura que liga o interior e o exterior da sala polivalente,
uma montra, a ser utilizada para a comunicação e partilha
de eventos com o espaço público, constituindo-se como
o prolongamento desse espaço no interior.
No espaço entre o edifício atual da OA e a proposta é
estabelecida uma galeria de comunicação coberta comum
aos dois edifícios, onde se faz a ligação a todos os espaços
discriminados no programa.
61º CLASSIFICADO
AUTORIA: JOSÉ PEDRO BARROS SOUSA RIBEIRO
COORDENAÇÃO: JOSÉ RIBEIRO

Com uma imagética que indiscutivelmente nos remete Estas fenestrações têm uma orientação de 70 graus que é
para Gaudi e/ou Gehry, referências que se reconhece como o ângulo maior aproximado da altura do sol na altura mais
incontornáveis da Arquitetura Moderna entre outras, e que quento do ano, e têm umas superfícies interiores de secções
se tem, estas não foram um objetivo último em si, estilizado elípticas, feitas em paramentos leves de ‘Pladur’ em camadas
e trabalhado enquanto tal, mas sim o resultado experimental sobrepostas, tendo uma superior, que serve de pala protetora
no tempo do Concurso, do conjunto de considerações e refletora e a outra inferior, que sendo ambas convexas
e pressupostos que são os fundamentos do projeto. projetam e dissipam suavemente a luz para os espaços
Da reflexão da relação com o contexto urbano e programa e paramentos interiores permitindo vivenciar todos os
funcional pretendido, em que no exterior, esta é uma área cambiantes do espectro da luz ao longo dos dias e durante as
de muita atividade comercial e de serviços, tendo o novo diferentes estações do ano proporcionando essa experiência
edifício da Ordem por frente na R. da Ribeira Nova as de caracter fenomenológico que é experienciar a luz.
‘traseiras’ do Mercado da Ribeira que com a sua vertente Acompanhando a intenção de reflexão, proteção, contenção
atual de restauração e orientação para o turismo aumentou e contemplação na conceção do projeto, mas também de
essa atividade que se consideram circunstâncias ‘ruidosas’ diálogo (apesar de não direto) com o exterior envolvente,
para as atividades da ‘Ordem’ pretendidas de Formação e se determinou a forma e material de revestimento exterior
atividades afins. que se pretende em forro de chapa de alumínio, adotando
Nesse sentido dir-se-ia que não havia interesse abrir vãos as curvaturas dos vãos de linhas curvilíneas das fachadas
de fachada para esse ‘ruído’, mas sim abrir fenestrações com o sentido de gerar uma superfície de reflexão difusa
para o considerado necessário e fundamental que será a luz da envolvente exterior, marcando assim uma presença
e ventilação natural. Desta forma desenharam-se os vãos reflexiva no contexto urbano, devolvendo ao exterior, outros
de fachada ao nível do primeiro piso que são orientados para lados, ângulos e perspetivas de si mesmo para os cidadãos
a luz zenital que parecem fenestrações ‘Anish Kapoorianas’ passeantes.
(do Artista Anish Kapoor).
62º CLASSIFICADO
AUTORIA: CANNATÁ & FERNANDES, ARQUITECTOS, LDA
COORDENAÇÃO: MARIA FÁTIMA FERNANDES

A proposta apresentada interpreta o Programa de A imagem pública e identitária é realizada através de um


Concurso através da formalização de uma ideia que entende volume rematado por um terraço/jardim que se balança em
a Arquitetura como a arte de construir a cidade e a paisagem direção do Tejo. Um volume transparente, em 5 níveis acima
habitada. Propõe-se assim um projeto demostrativo da do terreno, articulado por um corpo de acessos verticais/
capacidade da arquitetura materializar o coletivo como uma jardim envolvido por uma rede metálica e por uma sequência
componente essencial da sociedade e desta forma, participar de espaços de pé-direito duplo que interligam de forma mais
na qualificação de um espaço urbano. Os princípios que direta as funções requeridas no programa de concurso.
fundamentam o projeto podem ser sintetizados conforme dinâmicas ou outras diversas atividades
se segue: O terraço/jardim/miradouro sobre a cidade constitui o fim
1º - Afirmação dos valores coletivos da história urbana de um percurso ascendente desde o passeio/espaço público,
com a utilização aberta e pública da área de implantação do através de um jardim vertical, até um espaço aéreo que
projeto. Participação (doação) da AO para a cidade de todos. a Ordem dos Arquitetos oferece à cidade. Uma promenade
2º - Introdução de uma imagem contemporânea de grande arquitetural para apreciar a magnífica paisagem de Lisboa.
impacto visual mas de grande transparência para projetar Um terraço que na sua configuração concetual recupera uma
no exteriores as dinâmicas das atividades dos Arquitetos relação direta com a tradição dos miradouros da cidade
3º - Realizar um espaço pedagógico no qual seja possível e com espaço público/jardins em coberturas de importantes
demonstrar as capacidades e as potencialidades da arte edifícios da história da arquitetura.
de construir na valorização do habitar de hoje.
4º - Definir quantidades e qualidade em equilíbrio entre
recursos utilizados e resultados obtido.
5º - Manutenção e consolidação da preexistência, entendida
como matéria arqueológica e documento da história da
cidade de Lisboa.
6º - Libertar a totalidade do solo para o tornar permeável
e integrar matéria vegetal capaz de absorver CO2 e desta
forma colaborar na qualidade do ambiente
7º - Manter a integridade e autonomia do projeto inicial
da Sede, articulando-a com a nova intervenção através do
tratamento da empena que marca o atual espaço de entrada
para o bar desde a rua da Ribeira Nova.
63º CLASSIFICADO
AUTORIA: FILIPE XAVIER OLIVEIRA E CÉLIA MAIA
COORDENAÇÃO: FILIPE XAVIER OLIVEIRA

Estando a área de intervenção localizada a Sul, com ampla Esta estratégia permitiu a libertação do espaço público
visibilidade sobre o Jardim D. Luís, entrincheirado a Nascente destinado a esplanada para uso exclusivo do bar dos
por uma empena alta e a Poente por um edifício monumental arquitetos, fazendo uma nova entrada, a Sul. A ampliação
do período do Estado Novo, procurou-se marcar o gaveto proposta permite o funcionamento autónomo do edifício
como um “menir” urbano, um statement do que a OA deve da OA e funciona como um percurso vertical que culmina
ser na esfera pública. num espaço contemplativo, numa lógica de organização
O conceito iconográfico da intervenção proposta assenta sequencial e sensorial não fragmentada em termos de
no símbolo da OA, entendido como um volume extrudido. programa, que permite a sua flexibilidade funcional.
Do mesmo modo que os arquitectos Graça Dias e Egas Vieira Esta distribuição garante a flexibilidade funcional pretendida
marcaram a Norte, o símbolo da antiga Associação dos que, associada ao conceito do “Maus Hábitos”, no Porto,
Arquitectos, a intervenção proposta visa complementar permite o funcionamento autónomo fora do horário de
a inicial de modo a que, no seu todo, seja possível narrar serviço, num espaço de convívio e cultura, onde o programa
a história da Casa de todos os Arquitectos. alterna entre o bar e o espaço de galeria de arte. O objectivo
Nessa lógica, não faz sentido a recuperação do antigo é a criação de um novo e distinto espaço de convívio, numa
armazém datado do final do Séc. XIX, devoluto, pela fraca área privilegiada da cidade de Lisboa, aproximando as
expressão que representa no contexto urbano em que se pessoas da arquitectura.
insere, pela escala que assume, e pelo que oculta. A estratégia Conforme referiu Graça Dias “Lisboa precisa da força
de intervenção proposta tem como referência arquitectónica da arquitectura, a afirmação de gestos fortes; onde senão
o edifício do International Library of Children’s Literature, entre o edifício dos arquitectos buscar esse ânimo, essa
em Tóquio (2002), da autoria de Tadao Ando. A ampliação convicção, esse desprendido parecer?”.
de todo o Alçado Sul, em 4,5m de profundidade nos 3 níveis
existentes, cria uma expansão natural do edifício Sede.
64º CLASSIFICADO
AUTORIA: MIGUEL NAMORA BARROS
COORDENAÇÃO: MIGUEL NAMORA BARROS

INTRODUÇÃO DA PROPOSTA
Em resposta ao Programa Preliminar, o qual naturalmente Sendo o espaço disponível exíguo e inevitavelmente
procurámos interpretar, equacionar em toda a sua correlacionado com o edifício principal, nomeadamente
complexidade, contradições, e, no final, concretizar a fachada Sul, é proposta (desbloqueando o impasse nas
numa proposta desenhada, num equilíbrio desejável entre suas múltiplas implicações) a demolição do interior dos velhos
a subjetividade de uma solução arquitetónica, que se quer e desinteressantes armazéns oitocentistas, mas, enquanto
adequada, eficiente e exequível, além de flexível e versátil contraponto dessa medida, de risco, “politicamente incorreta”,
na sua apropriação futura, e, a objetividade, inerente a a preservação, com o seu redesenho a partir dos valores
qualquer programa funcional, ainda que se tenha pretendido intangíveis, como é a particularidade daquela geometria
suficientemente aberto, no sentido de promover ideias para adaptativa, com a forma de “abdómen” de um inseto,
a ampliação do Edifício Sede da Ordem dos Arquitectos. as inflexões imprevistas, ou a métrica das paredes e
A qual, como é do conhecimento geral, situa-se em Lisboa, vãos principais.
a dois passos da Igreja de São Paulo, numa zona histórica, Por outro lado, resolveria o problema das circulações
que se pode qualificar como de franja urbana da Baixa- (horizontais e verticais, para não as “híbridas”, entre espaços
-Pombalina, bem próximo do Mercado da Ribeira e do do programa e entre unidades (Sede e Anexo) se o elemento,
afamado Cais do Sodré, ou da Estação ferroviária. Não fosse ou ideia estruturante da proposta, se identifica com um longo
portanto a sua génese o resultado da colmatação do tecido percurso rampeado, “promenade architectural” ligando de
Pombalino, que era setecentista, num processo (nem sempre) forma suave os sucessivos níveis, ou estratos visitáveis dessa
cirúrgico de demolições oitocentistas, de uma campanha nova volumetria, culminando num vasto espaço em terraço,
oitocentista de trabalhos de melhoramentos e obras de parcialmente coberto.
regularização urbana, em grande medida realizados
através de aterros, do traçado de uma nova linha portuária,
impulsionados pelo advento da idade industrial, que
impunha novas infraestruturas, redesenhando assim
a nova frente ribeirinha.
65º CLASSIFICADO
AUTORIA: FMJPC – ARQUITECTURA E DESIGN
COORDENAÇÃO: JOÃO PEDRO CAVACO

Para a proposta de conceção do projeto de ampliação da Sendo a Ordem dos Arquitetos uma presença imprescindível
sede da ordem dos arquitetos decidiu-se explorar o conceito no desenvolvimento não só da profissão, mas também
de IDENTIDADE. da cidade, pareceu-nos indispensável que este edifício se
O reconhecimento do conceito de identidade a partir do destaque no tecido urbano em que se insere. Desta forma
desenvolvimento do projeto de arquitetura apresentado foi importante no desenvolvimento do projeto que o edifício
foi realizado em torno de dois espectros essenciais ao se tornasse símbolo de identidade coletiva, com o objetivo
desenvolvimento do mesmo. de potenciar o reconhecimento da instituição e a sua
Em primeiro lugar, o entendimento da identidade enquanto representação na sociedade.
valorização patrimonial do edificado da sede. Com base na A proposta apresentada recai então no desenho de um novo
cronologia referente ao edificado existente, e tendo como volume que ao mesmo tempo que tem o objetivo de se tornar
base os vários tempos do edifício dos Banhos de São registo identitário da instituição que alberga a partir da sua
Paulo – 1868 enquanto edificação original e 1994 aquando volumetria desenvolvida em altura – total de 6 pisos – sobre
a intervenção dos arquitetos Manuel Graça Dias e Egas a praça, pretende também respeitar a identidade da pré-
José Vieira – e do edifício inserido na área de intervenção -existência enquanto património. Dessa forma o edifício
– aprovado segundo registos do Arquivo Municipal em é desenhado dentro dos limites da ruína, abrindo o piso térreo
dezembro de 1897 – foi importante para a intervenção à cidade ao ser elevado. Assume-se ainda no lugar não apenas
proposta salvaguardar o caracter identitário de todos os pela sua forma, como pela sua materialidade que lhe confere
edifícios. Nesse sentido, a proposta pretende não apenas um tempo novo: o presente.
preservar os elementos construtivos que marcam as diferentes
épocas de intervenção, mas principalmente destacá-los,
preservando dessa forma a sua identidade.
Em segundo lugar, foi importante entender o carácter
identitário da arquitetura enquanto representação da
instituição que o edifício proposto apresenta.
66º CLASSIFICADO
AUTORIA: ZEGNEA – ATELIER DE ARQUITECTURA, LDA
COORDENAÇÃO: ANTÓNIO ALBERTO PÓVOAS OLIVEIRA

Adolf Loos defende que “A arquitectura desperta sentimentos Esta proposta prende-se assim com a procura de uma
no homem. Por isso, o dever do arquitecto é precisar esse identidade através da valorização das instalações da Ordem
sentimento.” É essa característica do espaço, de permitir dos Arquitectos. Procurou-se um equilíbrio entre o presente
a criação de sentimentos, de vivências, de memórias, que e o passado, entre um elemento neoclássico reabilitado e
fazem com que a arquitectura tenha um valor emocional um manifesto a toda a Arquitectura. Procurou-se a exaltação
para o Homem enquanto vivenciador do mesmo. da Arquitectura, na sua “Casa”.
Sendo a Ordem dos Arquitectos, a Associação Pública que
representa todos quantos exercem esta profissão e permitem
a criação de espaços, a criação de cidade, as vivências diárias
da sociedade em geral, o seu edifício sede deverá contemplar
um “manifesto” à Arquitectura, enquanto arte social.
Assim, e tendo como principal objectivo tornar a Ordem dos
Arquitectos identificável na cidade de Lisboa reforçando a sua
presença no contexto urbano, pretendemos colocar a forma
mais “simples” e “pura” da arquitectura – a caixa – como
símbolo da casa contemporânea, empilhado estas unidades
umas sobre as outras, num somatório representativo daquela
que é a “casa” da todos os arquitectos.
Esta abordagem, para além da pretensão de exaltar
a profissão, pretende levantar questões sobre o verdadeiro
significado da Arquitectura. A peça proposta surge assim
como uma metáfora ao próprio acto de projectar, com as
suas dúvidas e inquietações, num gesto experimental que
se procura que seja afirmativo e singular, com uma volumetria
provocadora, à procura da sua essência formal e espacial,
como uma grande provocação no “lugar” da arquitectura.
Edição
Ordem dos Arquitectos
Secção Regional Sul

Coordenação Geral
Pedro Hébil

Conteúdos
Pedro Hébil
Célia Faria

Produção
Marta Moreira
Sara Andrade

Design
Joana Areal

© 2019 Ordem dos Arquitectos Secção Regional Sul

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