Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇAO 2
IMPERADOR ADRIADO 3
CONCLUSÃO 7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 8
2
INTRODUÇAO
IMPERADOR ADRIADO
Muitos dizem, no entanto, que tal adoção teria sido uma farsa
engendrada pela viúva de Trajano, a imperatriz Plotina. Seja como for, a
ascensão de Adriano ao trono imperial foi imediatamente seguida pela
execução sumária de quatro importantes ex-cônsules - entre eles o príncipe
mouro e comandante de um contingente de cavalaria moura no exército
romano Lúsio Quieto - expoentes da política de conquistas militares de
Trajano. Estas execuções, ordenadas pelo imperador sem o acordo prévio
do Senado, fizeram muito para alienar a velha assembléia do imperador e
deram o tom da política imperial subseqüente, que foi dirigida no sentido de
ampliar a base de apoio do Principado para além de Roma, mediante o
contato direto do imperador com as elites provinciais, em oposição à velha
política de manutenção de Roma como cidade imperial hegemônica.
Segundo Dião Cássio, Adriano teria também ordenado a demolição
da ponte construída por Trajano sobre o Danúbio, de forma a evitar uma
invasão das províncias danubianas tradicionais a partir da Dácia. Com o
intuito de proteger as demais fronteiras romanas contra os bárbaros,
construiu grande número de fortificações contínuas na Germânia e na
Inglaterra (por exemplo, mandou construir, em 112, a chamada Muralha de
Adriano , que marcou durante séculos a fronteira entre a Inglaterra e a
Escócia). Adriano implementou uma profunda reforma na administração,
transformando o Conselho do príncipe um órgão de governo, e procurou
4
"um Nero bem sucedido". Precisamente por isto é que tal política
encontraria sua maior contestação entre o povo que havia oposto,
historicamente, maior resistência a esta matriz cultural grega: na Judéia, os
judeus reuniam-se preparando uma nova (e última) revolta contra o
elemento greco-romano. Essa revolta estalou porquanto Adriano mandara
recontruir Jerusalém, destruída por Tito em 70 d.C., como uma cidade
grega, e os judeus de então sentiam que a sua cidade sagrada estava
sendo profanada por estrangeiros. De fato, em toda parte surgiam estátuas,
banhos públicos, centros ruidosos de vida profana. Durante o final do
reinado de Adriano, um movimento armado anti-romano estourou no interior
da Judéia, comandado pelo rebelde messiânico que viria a ser conhecido
pelo nome de Bar Kochba (o Filho da Estrela).
Assim que Adriano soube do levante dos judeus, determinou que as
legiões localizadas nas províncias vizinhas atacassem os judeus e os
destruissem. Não se sabe com certeza se Adriano participou ativamente da
guerra judaica, e em que medida. O certo é que esta guerra foi longa e
terrível, durou mais de dois anos e as tropas romanas após muitos revezes,
muitas vezes cruentos, foram encurralando os judeus em seus subterrâneos
das montanhas onde foram sendo dizimados. O exército romano sofreu um
tal desgaste que Adriano teria, segundo Dião Cássio, eliminado dos seus
despachos militares ao Senado a fórmula usual de abertura: "o Exército e o
Imperador vão bem". Os sobreviventes foram vendidos como escravos.
Roma decretou a exclusão dos judeus de Jerusalém, que foi reconstruída
como cidade grega e passou a chamar-se Aelia Adriana. No lugar do antigo
templo judaico ergueu-se a estátua de Zeus e junto ao Gólgota (onde foi
crucificado Jesus) ergueu-se um templo à deusa grega Afrodite. A antiga
província da Judéia passou a chamar-se Palestina - forma de tentar apagar
a memória da presença judaica na região pela recordação dos filisteus,
também antigos habitantes da região nos tempos bíblicos.
Por isso no Talmud, essa revolta ficou sendo chamada "a guerra do
extermínio". De fato, por mais que a diáspora judaica tivesse-se iniciado
séculos antes de Adriano,e que as narrativas sobre a guerra judaica
tenham-se cedo revestido de características legendárias, é certo que a
guerra eliminou definitivamente qualquer possibilidade de renascimento de
um judaísmo centrado no Templo de Jerusalém e na sua casta sacerdotal,
dando origem, assim, ao judaísmo como uma expressão puramente
religiosa e cultural, e não mais política, situação esta que se perpetuaria até
o surgimento do sionismo no século XIX.
6
CONCLUSAO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS