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MOVIMENTOS SOCIAIS EM PROL DA DEFESA DOS DEIREITOS DAS

MULHERES

No século 19 surgiram movimentos que defendiam os direitos das mulheres no


Brasil, lutando principalmente pela abolição dos escravizados africanos, direito ao
voto da mulher e educação destas. Até hoje existem tais organizações que visam a
equiparação do direito das mulheres aos dos homens, bem como dentro do próprio
movimento existem organizações específicas de mulheres negras, homossexuais,
transexuais, indígenas, entre outras.

Desde o Brasil império, com uma sociedade baseada na escravidão, as mulheres


negras se viam na condição de escravas e as brancas realizavam atividades
restritas a cuidar do lar, neste período, mesmo com a luta feminina não foi possível
o reconhecimento do Direito à educação feminina. Já na primeira república não
houve uma evolução desses direitos para as mulheres, nem mesmo direito ao voto
ou a incentivo de adentrarem o mercado de trabalho dignamente. Mesmo assim,
continuaram- se as lutas.

Com as primeiras fábricas no Brasil o trabalho feminino foi requisitado por ser mal
remunerado e assim ajudar a manter os preços baixos da produção, neste período,
já na greve Geral de 1917 entram os movimentos que possuem reivindicações
específicas sobre as condições das mulheres como mão de obra barata.

Ainda durante a primeira república, Bertha Lutz e Leolinda Daltro fundaram o partido
republicano feminino para lutar pelo direito ao voto e igualdade de direitos entre
mulheres e homens.

Durante a era Vargas através das pressões exercidas pelos movimentos feministas
foi concedido as mulheres o direito de votar e de exercer algumas profissões que se
mantém atreladas ao estereótipo “feminino” até hoje, como enfermeira, professora e
principalmente “esposa dedicada ao lar”.

Indignadas com as leis que submetiam a mulher casada à tutela do marido, duas
advogadas elaboraram uma nova proposta que ampliasse os direitos da mulher,
Romy Martins Medeiros da Fonseca e de Orminda Ribeiro, pediram um estudo à
Câmara dos Deputados sobre a situação da mulher casada no então Código Civil
brasileiro. Indignadas com as leis que submetiam a mulher casada à tutela do
marido, as duas advogadas elaboraram uma nova proposta que ampliasse os
direitos da mulher. O projeto foi apresentado ao Congresso Nacional em 1951.
Apesar de sua grande repercussão, o projeto tramitou durante dez anos através da
burocracia parlamentar. Somente com a pressão do movimento de mulheres, o
Congresso Nacional aprovou, dez anos depois, as mudanças indicadas por Romy
Medeiros e Orminda Bastos.

Já na década de 60 o Brasil vivia uma grande efervescência de movimentos


populares e as organizações feministas discutiam as novidades que chegavam de
outros países. No entanto, a ditadura militar atingiu em cheio os movimentos sociais
como um todo, impedindo o direito de associação. Mesmo assim há vitórias
femininas como: liberação sexual, surgimento da pílula anticoncepcional e
movimentos dos direitos civis. Estes trazem à tona questões específicas, como a
questão da mulher negra, da mulher indígena e dos homossexuais.
No período de 1970 algumas mulheres lutam contra a ditadura militar e muitas são
presas, torturadas e exiladas. Participam tanto da resistência pacífica em passeatas
quanto do movimento armado.

Durante a distensão promovida pelo general Geisel, várias mulheres, entre as


quais Therezinha Zerbini, criam o Movimento Feminino pela Anistia. Este, reunia
mães e esposas que tiveram seus filhos e maridos exilados ou presos pela Lei de
Segurança Nacional. Após a Lei da Anistia ser promulgada, o movimento continuou
a lutar pela redemocratização no Brasil.

Em 1975 foram realizados o 1º Encontro de Mulheres do Rio de Janeiro e o


Encontro para o Diagnóstico da Mulher Paulista, que deram origem ao centro de
Desenvolvimento da Mulher brasileira.

A década de 80 foi um período onde houveram diversas lutas pelo movimento das
mulheres, com a volta da democracia ao Brasil, as mulheres ganham mais
protagonismo no governo com a criação, em 1985, do Conselho Nacional dos
Direitos da Mulher (CNDM). Também conseguem 26 cadeiras durante a eleição para
a Assembleia Constituinte, onde lutaram pela inclusão de leis que favorecessem as
mulheres. Foram incorporados, além da igualdade jurídica entre homens e mulheres,
licença-maternidade com duração superior à da licença-paternidade; o incentivo ao
trabalho da mulher, mediante normas protetoras; prazo mais curto para a
aposentadoria por tempo de serviço e contribuição da mulher. Foi aberta em São
Paulo, no dia 06 de agosto1985, a primeira Delegacia de Defesa da Mulher,
especializada no atendimento de vítimas de agressão doméstica e de casos de
violência contra a mulher. Atualmente, essas delegacias só existem em 7,9% das
cidades brasileiras.

Em 1990, a luta continua e as mulhes continuam a se movimentar em prol de seus


direitos, as chamadas leis de "discriminação positiva" foram um avanço nesse
sentido. Estas, obrigam os partidos garantirem cotas de 30% de mulheres
candidatas ao legislativo. De 1990 até os dias atuais o movimento em defesa dos
direitos das mulher continuam a abranger diversos temas atuais como a diversidade
sexual, racial e o questionamento da maternidade como obrigação. Um meio que se
tornou extremamente importente para o crescimento e divulgação dos direitos é a
internet e redes sociais que serviu como um meio de propagação e crescimento de
ideias e ideais.

Em 2006, durante o governo Lula, foi sancionada a Lei Maria da Penha que pune
com mais rigor os casos de violência doméstica. A lei foi saudada como um grande
passo para a prevenção da violência doméstica contra as mulheres.

Igualmente, cresceu dentro do movimento feminista a preocupação com o corpo da


mulher e com o uso que a sociedade, os homens e ela mesma fazem deste corpo.
Neste sentido, a organização Marcha das Vadias é um exemplo do uso do corpo
feminino como protesto, pois as mulheres comparecem às manifestações vestindo
poucas roupas.
No Brasil, continua a luta pela erradicação da violência doméstica, maior
representatividade política, direito ao parto natural, amamentação em lugares
públicos, direito ao aborto e o fim de uma cultura que coloca a mulher submissa ao
homem.

Portanto percebe-se que a luta feminina vai existir enquanto os direitos da mulher
não forem respeitados e colocados em equidade com os do homem. No brasil, tal
evolução ainda se vê como distante, mas graças ao movimento das mulheres, essa
realidade está mudando e espera-se evoluir mais ainda.

Fonte:

https://www.todamateria.com.br/feminismo-no-brasil/

https://www.infoescola.com/historia/mulheres-em-movimentos-politicos-e-sociais/

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