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A
Os bons vi sempre passar B
No Mundo graves tormentos; A fermosura desta fresca serra
E pera mais me espantar, E a sombra dos verdes castanheiros,
Os maus vi sempre nadar O manso caminhar destes ribeiros;
Em mar de contentamento. Donde toda a tristeza se desterra;
C D
Um mover d’olhos brando E e piadoso, Amor é um fogo que arde sem se ver,
Sem ver de quê;
Mudam-se um risomudam-se
os tempos, brando e honesto,
as vontades, É ferida que dói e não se sente;
Quase forçado; um doce e humilde
muda-se o ser, muda-se a confiança;gesto, É um contentamento descontente;
De qualquer alegria duvidoso;
todo o Mundo é composto de mudança, É dor que desatina sem doer.
tomando sempre novas qualidades.
F
G Aquela cativa
Erros meus, má fortuna, amor ardente Que me tem cativo
Em minha perdição se conjuraram; Porque nela vivo
Os erros e a fortuna sobejaram, Já não quer que H viva.
Que para mim bastava amor somente. Verdes são os
Eu nunca vi rosa campos
de
Emcor do limão;
suaves molhos,
assi
Quesãoperaosmeus
olhosolhos
I do meu coração.
Fosse mais fermosa.
Desçalca vai para a fonte
Lianor pela verdura:
Vai fermosa, e não segura.
Temáticas Excertos (regista o número correspondente)
1. Representação da amada
2. Representação da Natureza
3. Experiência amorosa e reflexão sobre o
1. 2. 3. 4. 5.
Canto IX – Exortação aos que desejam a Canto X – Crítica aos portugueses seus
imortalidade contemporâneos / Apelo ao Rei
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Assi a fermosa e a forte companhia1 Nô mais, Musa, nô mais, que a Lira tenho
O dia quási todo estão passando Destemperada e a voz enrouquecida,
Nũa alma2, doce, incógnita alegria, E não do canto, mas de ver que venho
Os trabalhos tão longos compensando. Cantar a gente surda e endurecida.
Porque dos feitos grandes, da ousadia O favor com que mais se acende o engenho
Forte e famosa, o mundo está guardando Não no dá a pátria, não, que está metida
O prémio lá no fim, bem merecido, No gosto da cobiça e na rudeza
Com fama grande e nome alto e subido. Dua austera, apagada e vil tristeza.