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I- INTRODUÇÃO

O presente relatório visa descrever os acontecimentos observados durante uma experiência


sobre gases ideais dentro dos objectivos pré-estabelecidos, porém não deixaremos de abordar ou
de dar algumas considerações sobre as leis dos gases.

II- OBJECTIVOS

Tem-se como principais objectivos :


 Verificar o cumprimento aproximado, para o ar, das leis empíricas e da Equação de Estado
dos gases ideais;
 Determinar os coeficientes de expansão, de tensão e de compressibilidade do ar.

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III- FUNDAMENTOS TEÓRICOS

Um gás ideal é um gás em que as interações entre as moléculas são desprezivelmente pequenas e
têm as mais sensíveis propriedades. Um gás real pode considerar-se uma gás ideal se for
suficientemente rarifeito com pequena densidade, ou seja, nas chamadas condições normais que
são temperatura T= 0ºC, pressão p= 1atm, quando o mesmo tem o volume V= 1mol que é igual
22,4 l/mol.

Lei de Boyle-Mariotte ( T = const.)


Os estudos mais pormenorizados do comportamento dos gases ideais remontam ao século
dezassete. Em 1662 Robert Boyle descobriu uma lei que relaciona linearmente a pressão e o
inverso do volume se a temperatura se mantiver constante. Nalguns países da Europa a
descoberta desta lei é atribuída a Edme Mariotte que, no entanto, só publicou os seus trabalhos
em 1676. Em grande parte da literatura, a lei é conhecida como Lei de Boyle Mariotte que afirma
que a temperatura constante para uma quantidade fixa de massa, a pressão absoluta e o volume
de um gás são inversamente proporcionais. A lei também pode ser definida de uma maneira um
pouco diferente, que o produto entre volume e pressão é sempre constante.A equação matemática
da lei de Boyle-Mariote é:

pV= const.

onde : p (representa a pressão do sistema), V (representa o volume do gás).

Lei de Gay-Lussac ( V = const.)


Esta lei, descoberta por Joseph Louis Gay-Lussac nos princípios do século XIX, relaciona
linearmente a pressão e a temperatura de um gás ideal, se o volume se mantiver constante. Se a
temperatura aumenta o mesmo acontece com a pressão e vice-versa. Suponha que a temperatura
aumenta. Como o volume é mantido constante, o aumento de T provocará, pelas razões antes
expostas, um aumento da pressão. A equação matematica da lei de Gay-Lussac é:
p
= const.
T

Onde: p (pressão gás), T(temperatura termodinâmica).

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Lei de Amontom (Charles) ( P = const.)


Esta lei, descoberta em 1787 por Jacques Charles, descreve a relação linear existente entre o
volume e a temperatura de um gás ideal quando a pressão se mantém constante.
Suponha que a temperatura aumenta. Isto significa que as moléculas dentro do recipiente
movem-se mais depressa (a energia cinética aumenta) e, portanto, a frequência dos choques com
as paredes do recipiente também aumenta. Sendo assim, a pressão será maior. Este aumento de
pressão provocará um aumento de volume do recipiente (para este fim concebido), o que, por sua
vez, pelas razões antes explicadas, se reflectirá numa diminuição da pressão até esta atingir o seu
valor constante. Assim, se a temperatura aumenta, o mesmo acontece com o volume e vice-versa.
A equação matemática da lei de Charles é:
V
=const.
T

Onde: V (volume do recipiente), T (temperatura termodinâmica).

Equação de estado dos gases ideais


Para uma determinada quantidade de substância contida em um sistema, a temperatura, volume
e pressão não são grandezas independentes; são conectadas por uma relação de forma geral:
f.(P,V,T) = 0
Para os gases reais a equação é geralmente bastante complexa, no entanto, para os gases ideais
as grandezas, P,T e V, como já vimos, estão relacionadas de forma bastante mais simples.
Experimentalmente verificou-se que RT=RP=RV=R. Sendo assim, as leis de Boyle-Mariotte, de
Gay-Lussac e de Charles, podem ser combinadas numa só equação,
PV = nRT, denominada equação de estado dos gases ideais.
A constante R denomina-se constante universal dos gases, R=8.314 J.mol-1 K-1.

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IV- TÉCNICAS EXPERIMENTAIS


Descrição do material:
 Cilindro de vidro especial para aquecimento do gás;
 Íman para agitar a água de aquecimento;
 Interface;
 Manómetro;
 Seringa;
 PC.

IV.1. ESQUEMA DA APARELHAGEM

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IV.2- Procedimento experimental


1º Verificou-se a temperatura do ar dentro da seringa especial (temperatura ambiente);

2º Partindo duma quantidade fixa de ar (50 ml) na seringa especial, o volume foi aumentado desde
50 ml até 60 ml em intervalos de 1 ml, movimentou-se o pistão da seringa e fixando a sua posição
para cada registo de valores;

3ºPara cada valor de volume registou-se os dados de pressão, um meio do volume e a temperatura

4ºA seguir, com um valor fixo de volume de 50 ml, aqueceu-se o gás aquecendo assim a água
depositada no cilindro;

5º Aquecendo o gás houve um aumento da temperatura e registou-se os valores de temperatura


partindo de 300 k a 340 k em passos de 5 k;

6º Desligou-se a fonte térmica quando atingiu a temperatura de 335 K, o valor de 340 alcança-se
pela inércia térmica do sistema;

7º Registou-se a pressão, a temperatura e os valres de PV/T.

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V- RESULTADOS EXPERIMENTAIS

O volume de um gás (provocado pelo choque das moléculas que o compõe), a temperatura
(mede o grau de agitação molecular) e a pressão, são grandezas fulcrais no estudo do
comportamento de gases.
A seguir apresenta-se tabelas obtidas em laboratório que inter-relacionam estas grandezas,
tanto para a lei de Boyle-Mariotte como para a lei de Amontom.

 Lei de Boyle-Mariotte
Tabela 1. Valores obtidos experimentais para a lei de Boyle-Mariotte

Nº Pressão Temperatura Volume 1/V pV/T


1 994 297 50 0.02 167.4
2 977.2 297.1 51 0.01961 167.8
3 959.6 297.1 52 0.01923 167.9
4 943.9 297 53 0.01887 168.5
5 932.7 296.9 54 0.01852 169.6
6 913.5 297.1 55 0.01818 169.1
7 899.4 296.9 56 0.01786 169.6
8 886.8 296.7 57 0.01754 170.4
9 875.1 296.9 58 0.1724 170.9
10 863 296.7 59 0.01695 171.6
Média 169.28

 Gráficos para a lei de Boyle-Mariotte

a) Pressão em função de volume


Com os dados da pressão e do volume para esta lei, obtivemos o seguinte gráfico:

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1020

1000

980

960

940

920

900

880

860

840
48 50 52 54 56 58 60

Gráfico1- Pressão em função do volume

b) Pressão em função do inverso do volume

1020

1000
y = 47230x + 130.2
980

960

940

920

900

880

860

840
0,0165 0,017 0,0175 0,018 0,0185 0,019 0,0195 0,02 0,0205

Gráfico2- Pressão em função do inverso do volume

Fazendo o cálculo do número de moles n pela inclinação da recta obtida no gráfico, temos:

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Y= ax + b
𝑎
Como a = nRT então n1= , Logo:
𝑅𝑇
47230
n1 = = 19,12 mol
8.3144∗297

𝑃𝑉
Agora fazendo o cálculo do número de moles isolando n da expressão ( )médio= nR, fica:
𝑇
𝑃𝑉
n2=( )*1/R
𝑇

n2=169,28*0,12= 20,31 mol

 Lei de Amonton

Tabela 1. Valores experimentais obtidos para a lei de Amonton

N P (hPa) T (k) V (ml) PV/T


hPa.ml/k
1,0 1048,0 299,9 50,0 174,9
2,0 1063,9 304,8 50,0 174,5
3,0 1077,2 309,8 50,0 173,8
4,0 1093,5 315,0 50,0 173,6
5,0 1107,3 319,8 50,0 173,1
6,0 1124,6 324,9 50,0 173,1
7,0 1143,4 330,1 50,0 173,2
8,0 1159,8 335,3 50,0 173,0
9,0 1178,3 339,7 50,0 173,4
Média 173,62

 Graficos para a lei de Boyle-Mariotte

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1200

1180
y = 3,1837x + 91,691
1160

1140

1120

1100

1080

1060

1040

1020
295 300 305 310 315 320 325 330 335 340 345

Gráfico3- Pressão em função dda temperatura

Como no caso anterior fazendo o cálculo do número de moles n pela inclinação da recta obtida
no gráfico, temos:

Y= ax + b
𝑛𝑅
a=
𝑉
𝑎∗𝑉 3,1837∗50
n3 = → n3 = =19,15 mol
𝑅 8,31

Po = Y com T=273,15 k
Po = 3,1837*273,15 + 91,691 = 961,31 hPa
𝑃𝑉
De igual modo fazendo o cálculo do número de moles isolando n da expressão ( )médio= nR,
𝑇
fica:
𝑃𝑉
( 𝑇 )médio = nR
𝑃𝑉
n4=( )*1/R ↔ n4=173,62*0,12= 20,89mol
𝑇

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Para o cálculo do valor do coeficiente de tensão térmica do ar utilizou-se a seguinte expressão:

1  p 
0   
p0  T  v ,n

Substituindo os valores na fórmula, vem:

βο= 1/961,31*3,1837 = 3,31*10-3

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VI- DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

Sendo os gases constituídos de pequenas partículas (moléculas) que se movimentam


desordenadamente em todas as direções e sentidos, ficou demonstrado pelos gráficos acima que
o estado de um gás é caracterizado pelo valor de três grandezas termodinâmicas, o volume V, a
pressão P e a temperatura T (variáveis de estado de um gás).
A análise dos gráficos leva a deduzir que a pressão é inversamente proporcional ao
volume e proporcional ao inverso do volume, comprovando a lei de Boyle e Mariotte. Verifica-
se ainda o cumprimento da lei de Amonton (Charles) pois a volume constante a pressão é
direitamente proporcional a temperatura (gráfico3).
Contudo, os valores calculados e obtidos pelo declive para o número de moles, diferem
ligeiramente (os erros aleatórios existiram sempre), como é mostrado a seguir, pelos valores já
calculados e no número anterior (V) e transportados na tabela seguinte:

Comparação dos valores

Tabela4-comparação de n 1

Lei de Boyle-Mariotte
n1 (mol) 19,33
n2 (mol) 20,76
Lei de Amonton
n3 (mol) 19.15
n4 (mol) 20,89

Para uma quantidade de gás fixa, a quantidade de matéria deve ser a mesma, para os dois
métodos utilizados (pelo declive e pela fórmula do geral do estado dos gases), contudo,
verificam-se razoáveis diferenças, em consequência de os sistemas práticos não serem um
processo 100% ideal, ainda assim, os valores são aceites, uma vez que não se distanciam da
margem de erro padronizada (5%).

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VII- BIBLIOGRAFIA

 BONJORNO; José, Regina, Valter; CLINTON Ramos fisica fundamental volume único
cap17, Pag 109 e 111
 PAUL G. Hewitt; Fisica conceitual, Cap 14, pag . 253
 Halliday e Resnick; fundamentos de fisica Cap 19, pag 218
 Guia da prática 6

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