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Dificuldades e Desafios
RESUMO
As intervenções no Património monumental levantam sempre muitas questões, decorrentes de se o
aspeto funcional do edifício e a quase obrigatoriedade da intervenção no monumento, frequentemente
por razões de segurança, se devem ou não sobrepor ao valor de património cultural. Um debate que
envolve a ponderação se será melhor deixar enquanto ruína e a história associada à mesma, ou se pelo
contrário se deve intervir dotando o monumento de condições para que esse património seja usufruído,
usado. Esta será uma discussão inacabada sobre a qual se deve refletir, principalmente quando coloca-
da ao nível de intervenções em monumentos que estão abertos ao público, com valores de património
cultural inquestionáveis, mas cujos riscos de segurança estrutural podem colocar em perigo as próprias
pessoas que usufruem desse património.
Por outro lado quando se intervém neste património monumental levanta-se a questão de quais os limites
dessa intervenção, avaliando-se o benefício de uma intervenção minimalista, que passe pela reduzida
intrusividade, pela reversibilidade e consequentemente pelo uso de materiais e sistemas construtivos
compatíveis. No entanto, nesta ponderação também se inclui a avaliação das evidências de interven-
ções consideradas erróneas do passado, o seu peso enquanto elementos que já fazem parte, ou não, da
história do monumento e portanto exige-se uma posição crítica perante os mesmos, antes da definição
da estratégia de intervenção a seguir.
Dúvidas colocam-se, do ponto de vista estrutural, ao nível de segurança que as construções apresentam
e dos meios escassos de conhecimento que existem para proceder à sua caracterização técnico-científica
de modo a que todos os agentes intervenientes se sintam confortáveis e em particular o projetista.
Os intervenientes perante dúvidas ou incertezas sobre o modo de atuar necessitam de estabelecer um
quadro de parâmetros que lhes permitam fundamentar as decisões e os modos de ultrapassar os con-
frontos que se lhes deparam.
Pretende-se através da apresentação de um caso prático de intervenção - Igreja de São Francisco em
Évora - debater algumas das questões e dúvidas que surgiram em projeto e o modo como foram pensadas
e traduzidas em projeto de execução e em obra. Sendo este igualmente considerado um contributo para
o registo da evolução da história da construção.
municipal, bem como o interesse cultural que de técnicas que, dentro do possível, sejam re-
a fundamenta, designadamente o interesse versíveis, pouco intrusivas e respeitadoras dos
histórico, arquitetónico, artístico, científico, materiais existentes.
social ou técnico;
c) Compatibilidade dos sistemas e materiais No caso do Património Monumental o acompa-
propostos em relação aos existentes; nhamento da intervenção em obra é fundamental,
d) Avaliação dos benefícios e riscos das obras porque por muito completo que seja o relatório
ou intervenções propostas; de inspeção, as construções são normalmente
e) Consequências das obras ou intervenções muito grandes e complexas, com intervenções
no património arqueológico; diferenciadas ao longo dos séculos. Estes são fato-
f) A utilização proposta para o imóvel; res que condicionam a compreensão dos sistemas
g) Bibliografia e fontes documentais relevant- construtivos, dos materiais usados posteriormen-
es no âmbito das obras ou intervenções te, da sequência das intervenções efetuadas ao
propostas; longo dos tempos, etc, o que em si confronta os
h) Levantamento fotográfico ou videográfico técnicos com um maior nível de situações não
geral, de conjunto e de detalhe do interior previsíveis antes do início da obra e uma contínua
e do exterior. exigência de aprofundamento do conhecimento
sobre a mesma. Mesmo pressupondo a impor-
No caso do projeto de estruturas este relatório tante sistematização da recolha de informação
toma normalmente a forma de um Relatório de que se vai efetuando, previamente, ao longo do
Inspeção e Diagnóstico (Costa, Aníbal 2012) tempo e que permite criar uma base de dados e
que deve ser o mais completo possível, embora conhecimento acerca das construções existentes,
se entenda que em obras monumentais, os con- nomeadamente quanto ao tipo de materiais e de
dicionalismos existentes para a inspeção sejam sistemas construtivos usados, nem sempre se
imensos. Este Relatório abrange normalmente apresentam suficientes para em determinadas al-
os seguintes itens: turas ultrapassarem as muitas dúvidas sobre como
proceder, o que demonstra a elevada exigência
• Registo histórico do monumento;
deste tipo de intervenções e a experiência exigida
• L evantamento material e estrutural das
aos intervenientes. É sobre este confronto entre o
construções;
conhecimento que foi possível congregar em fase
• A caraterização geométrica dos elementos
prévia, o que surge de inesperado na obra, bem
estruturais;
como a melhor forma de implementar medidas
• A caraterização das técnicas construtivas;
que sigam as orientações de Cartas internacionais
• O levantamento das anomalias e a deteção de
de preservação do Património, que este artigo
pontos críticos e de zonas a intervir, manter,
procura abordar através de casos de estudo de
reforçar ou consolidar;
obra em monumentos.
• A execução de ensaios laboratoriais ou “in situ”
que permitam aferir as caraterísticas mecânicas
dos materiais e dos elementos estruturais; 3. IGREJA DE SÃO FRANCISCO - ÉVORA
• A análise estrutural recorrendo, sempre que
3.1 O edifício: breve descrição arquitetónica
necessário, à utilização de modelos numéricos;
• A proposta de soluções fundamentadas de A Igreja de São Francisco em Évora é um notável
intervenção estrutural, mediante a aplicação edifício gótico de planta em cruz latina, de braços
Fig. 1 – Planta, ao nível do 1º piso, da Igreja de São Francisco em Évora (créditos: Aníbal Costa).
estreitos, com uma só nave, a que se segue cruzeiro dinais corre uma galeria ou tribuna. Os tetos das
e abside aberta na parede de topo. O interior da galerias são formados por abóbadas “botantes”
nave tem 24 m de altura e 12.8 m de largura. É que, partindo das paredes exteriores, apoiam, a um
coberto por uma abóbada ogival dividida em seis nível superior, as paredes longitudinais interiores.
tramos de 6 m por grandes arcos ogivais e colunas O sistema estrutural foi concebido, através das
de cantaria. O cruzeiro tem 7.5 m de largura. lunetas que encostam às paredes longitudinais
Entre arcos, a abóbada é intercetada de cada lado interiores, de modo a transmitir a ação do peso
do eixo por lunetas nervuradas (Gago, António próprio da abóbada às nervuras e arcos principais
2004 e Gago, António; Lamas, António 2006). e, consequentemente, às paredes-contraforte, di-
Os encontros da abóbada da nave são formados minuindo os impulsos nas paredes longitudinais.
por um sistema constituído por duas paredes Esta intenção reflete-se na escolha dos materiais
longitudinais, paralelas, com 0.8 m de espessura e construtivos: cantaria de granito nos elementos
afastadas de 2.40 m, e por seis paredes-contraforte responsáveis por este encaminhamento de cargas,
transversais, de 0.9 m de espessura e 4.5 m de nomeadamente nos arcos principais, nervuras e
largura, dispostas no plano dos arcos principais colunas; abóbadas em alvenaria de tijolo e alve-
e integrando as respetivas colunas de suporte. As naria corrente nos restantes elementos estruturais.
paredes longitudinais interiores abrem ao nível A cobertura de duas águas, originalmente di-
térreo e até quase meia altura para formar, entre vidida por paredes de alvenaria sobre os arcos
arcos e paredes-contraforte, seis capelas laterais. principais, tem a drenagem das águas para terraços
Por cima das capelas e entre as paredes longitu- laterais sobre as tribunas (isto é, entre as paredes
Fig. 2a – Vista da Sala Régia da Capela Mor (créditos: Aníbal Fig. 2b – Vista do interior da Sala Régia (créditos: Aníbal Costa).
Costa).
longitudinais de suporte), de onde saem através consideração pela equipa técnica. Assim, ainda em
de altas gárgulas. A cumeeira é rematada por um fase de projeto existem questões sobre a estratégia
muro de alvenaria e, sobre este, nos alinhamentos de reabilitação que devem ser assumidas e neste
dos arcos principais, foram construídos coruchéus. caso, a ponderação entre a equipa projetista e o
Na fachada principal existe um pórtico manuelino dono de obra, cónego Manuel Ferreira, resultou
composto por cinco arcos contrafortados, encima- na decisão de se optar por uma solução que, sem
do por um terraço ao nível das galerias situadas pôr em causa a estabilidade da Torre Sineira, res-
sobre as capelas laterais. A parede da fachada é tituísse à Sala Régia, a dignidade que esta merecia,
ladeada por contrafortes mais salientes rematados ou seja restituir a função arquitetónica das janelas
por coruchéus especiais. e de ligação visual entre espaços. Esta decisão da
equipa técnica assume que a intervenção em causa
3.2 Primeiro confronto – decisão sobre inter- tinha sido errónea e por isso fazia todo o sentido a
venções questionáveis do passado reversibilidade e a restituição da dignidade da Sala
Régia, sem colocar em causa a existência da Torre
Um primeiro confronto colocou-se na fase de
Sineira e a sua estabilidade estrutural no futuro.
elaboração do projeto e diz respeito à existência
Assim, o funcionamento estrutural deste setor
de paredes na sala régia, localizadas na Figura 1
teve de ser reequacionado e alterado para permitir
pelo número 1, que impedem totalmente o acesso
a compatibilização entre a decisão de intervenção
às janelas régias, Figura 2a) havendo somente
e a exequibilidade estrutural. Com este objetivo foi
uma pequena fresta na “janela da rainha” onde
desenvolvida uma solução estrutural que consistia
era possível observar, de longe, a capela-mor. Do
em substituir o apoio da Torre, realizado por
lado da capela-mor a vista para as janelas régias
paredes de cantaria de granito, por uma abóbada
mostravam a existência dessas paredes, inestéticas
com a forma geométrica da existente na Sala Régia
e sem atributos, Figura 2b).
mas que permitisse libertar as janelas régias. Neste
A pesquisa realizada permitiu concluir que
sentido, foi prevista a execução de uma sapata em
estas paredes tinham sido colocadas entre 1860 e
betão armado, que daria apoio aos pilares metáli-
1862 para servirem de suporte a uma nova torre
cos de suporte da abóbada, realizada com perfis
sineira, Figura 3. Ou seja, podemos questionar se
metálicos Figuras 4a) e 4b). Contudo, por vezes
na altura se atribuiu mais valor à construção da
na obra perante as soluções técnicas disponíveis
Torre Sineira em detrimento da qualidade espacial
é necessário reequacionar o projetado e foi este o
da Sala Régia, ou se a solução encontrada não
novo confronto e decisão a tomar. Assim, na altura
terá sido devidamente ponderada, sacrificando
da execução da obra foi proposta uma alteração
a Sala Régia pela solução estrutural usada para a
à solução, pelo empreiteiro, que consistia na ex-
execução da Torre Sineira. Na construção recor-
ecução de 4 micro-estacas de cada lado da sala,
reu-se aos materiais tradicionais, cantaria na sala
para dar apoio a uma abóbada realizada em betão
régia e alvenaria nas paredes da Torre Sineira.
armado, utilizando-se no caso o betão projetado.
A decisão sobre este confronto, entre a im-
Tendo em conta os prazos apertados e a muita
portância de uma solução questionável, mas que
experiência e conhecimento da empresa neste
existe já há 150 anos e portanto pertence à história
tipo de solução, sendo uma garantia de solução
do monumento e, a avaliação sobre se essa inter-
bem executada e duradoura e, embora se possa
venção do passado acrescentou efetivamente valor
mais uma vez discutir a solução do ponto de vista
à igreja ou se pelo contrário contribuiu para uma
da reversibilidade e da intrusividade, (ICOMOS,
diminuição apreciável desse valor, foi tida em
Fig. 4a – Utilização da ferramenta BIm para preparação de obra Fig. 4b – Solução inicial de projeto (créditos: STAP).
(créditos: STAP).
Fig. 5a – Marcação das microestacas (créditos: Aníbal Costa). Fig. 5b – Fase inicial de execução da obra (créditos: Aníbal
Costa).
2004), foi aceite pela equipa projetista a alternativa por vezes alterações substanciais do ponto de vista
proposta, apresentando-se nas Figuras 5a), 5b), estrutural que comprometem a manutenção desse
6a) e 6b) algumas imagens da execução da obra. A valor. Por este motivo, as alterações funcionais
solução final (Figura 6b) mostra a simbiose entre devem ser antecipadamente avaliadas e apenas
a intervenção de reabilitação com restituição da adotadas quando se garantem bons níveis de
qualidade espacial e a solução técnica adotada. compatibilidade. Por ser este um dos principais
motivos de perda de Património, apresenta-se
3.3 Segundo confronto - ponderação sobre aqui um caso de estudo onde este confronto e
alterações funcionais com impacto na segu- ponderação foi tido em conta.
rança estrutural O caso que se apresenta refere-se à utilização
da cobertura da Capela dos Ossos (identificada
Na Reabilitação do Património edificado o con- na Figura 1 com o número 2) como novo espaço
fronto entre alterações funcionais e a preservação museológico. Neste caso, reconhecendo de forma
do valor do Património cultural subjacente implica prévia que a Capela dos Ossos nunca poderia
Fig. 6a – Execução da abóbada em betão projetado (créditos: Fig. 6b – Parte final da obra (créditos: Manuel Ribeiro).
Aníbal Costa).
ser posta em causa, bem como o seu valor de este efeito. A Capela dos Ossos apresenta uma
Património cultural, o confronto apresentava-se tipologia retangular composta por três naves de
na avaliação da compatibilização com a instalação quatro tramos, sendo cobertas por abóbadas de
de uma nova função, exigente do ponto de vista aresta que se apoiam em pilares ritmadamente
estrutural e com uma dificuldade acrescida na distribuídos, Figura 7. As paredes são todas co-
avaliação de forma não intrusiva do existente para bertas de ossos pelo interior e, pelo exterior as
Fig. 8a – Resumo do carregamento usado no ensaio de carga Fig. 8b – Carregamento com sacos de cimento (créditos: Aníbal
(créditos: Hugo Rodrigues). Costa).
dificuldades de acesso eram acrescidas pelo facto gradual, até se atingirem 350kg/m2 (Costa, Aníbal
de que confinavam em todos os lados, com outros et al, 2014). Foi feito o registo dos deslocamentos
proprietários, não permitindo um acesso franco. verticais em vários pontos e avaliada a eventual
Sendo por este motivo muito difícil a execução formação de fissuras. Após o carregamento foi
de sondagens, que permitissem identificar os retirada toda a carga para avaliação da recuperação
materiais e praticamente impossível determinar das deformações. A aplicação da carga foi feita
as suas características mecânicas ou dos elementos recorrendo a sacos de cimento.
estruturais dos quais eles eram parte integrante. O ensaio de carga, realizado pelo Departamento
A viabilização da solução passou pela realização de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro,
de um ensaio de carga que consistiu na avaliação consistiu no carregamento da abóbada, até uma
da resposta estrutural de um conjunto de abóbadas carga de pelo menos 350kg/m2. Foi carregada
da Capela dos Ossos ao longo de um carregamento uma zona correspondente a metade da área total
Fig. 9a – Planta com a indicação dos locais onde forma Fig. 9b – Exemplo da colocação de um dos transdutores de
colocados os transdutores (créditos: Hugo Rodrigues). deslocamento do tipo LVDT (créditos: Aníbal Costa).
da abóbada, através da colocação de sacos de que tanto o posicionamento espacial das cargas
cimento, uniformemente distribuídos na área como a sua resultante foram variando ao longo
carregada (ver Figuras 8a) e 8b)). do tempo, ao invés de uma carga que permanece
Para a medição de deslocamentos verticais uniformemente distribuída e que apenas varia
foram utilizados 14 transdutores de deslocamento de valor. De facto, só nessa situação é que seria
do tipo LVDT (Linear Variable Displacement expectável obter gráficos de força-deslocamento
Transducer) com uma precisão superior a 10-6 com evolução linear no caso de a estrutura per-
m. Os pontos de medição localizam-se junto às manecer em regime linear-elástico. Deste modo, a
zonas onde era esperada uma maior deforma- avaliação da “linearidade” ou “quase-linearidade”
da da abóbada e que foi carregada. Foi ainda de comportamento da estrutura só pode ser
considerado um LVDT a medir a deformação feita com recurso à análise dos deslocamentos
vertical de um pilar para controlo do sistema, residuais. Estes resultados permitiram avançar
Figuras 9a) e 9b). com a obra e executar o museu na parte de cima
Apresentam-se de seguida os registos das lei- da Capela dos Ossos, Figuras 11a) e 11b). Por
turas de cada um dos LVDTs e a respetiva média, outro lado permitiram igualmente conhecer e
podendo-se observar na Figura 10 a evolução dos caracterizar as características resistentes deste
deslocamentos (positivos no sentido descendente) Património.
ao longo do tempo em que decorreu o ensaio.
Os resultados evidenciam um deslocamento 4. NOTAS FINAIS
máximo próximo de 1 mm para a carga total apli-
As intervenções em Património são exigentes
cada. Importa realçar que não seriam de esperar
em termos da qualidade das soluções e da com-
gráficos de força deslocamentos lineares, uma vez
Fig. 11a – Entrada do Museu executado em cima da Capela dos Fig. 11b – Museu executado em cima da Capela dos Ossos
Ossos (créditos: Manuel Ribeiro). (créditos: Manuel Ribeiro).
patibilização com o valor Patrimonial cultural Neste particular foram apresentados dois exem-
subjacente. Por este motivo, as decisões devem plos de casos, da intervenção que foi executada na
passar por várias avaliações do existente, bem Igreja de São Francisco em Évora, que se revelou
discutidas entre a equipa projetista, tendo pre- um exemplo paradigmático das problemáticas que
sente a história do edifício, o seu passado, o seu existem quando se intervém neste Património e
presente e principalmente o seu futuro em fun- do conhecimento necessário para ultrapassar
cionamento. Alguns dos confrontos entre estes condicionantes e fundamentar decisões. Graças
níveis de compatibilidade são colocadas à equipa à excelente coordenação da equipa de arquite-
projetista e têm, de ser decididos em obra, apesar tura e ao esforço conjunto de todas as equipas
da obrigatoriedade de execução do Relatório Pre- envolvidas, incluindo o empreiteiro e o dono de
liminar. Este é um instrumento indispensável à obra foi possível efetuar uma obra complexa, num
execução de um bom projeto de execução, sendo curto espaço de tempo (12 meses). Neste tipo de
um passo também muito importante para a ex- obras o papel do dono de obra é fundamental e
ecução de uma obra com qualidade, para além neste caso foi um elemento essencial para que a
de um registo fundamental das características conclusão da obra fosse uma realidade, dado que
do existente e assim mais um contributo para sabia o que queria e tinha a capacidade de decidir
a história da evolução da arquitetura e da con- na altura exigida. A História da construção faz-
strução. Preservar o património monumental se destas etapas, do conhecimento do existente
significa conjugar diferentes áreas e técnicas, da e da manutenção do registo das intervenções
arquitetura à engenharia, passando pela história, subsequentes, que permitam fundamentar de-
arqueologia, conservação e restauro, entre outras. cisões futuras.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Costa, Aníbal. 2012. Relatório de Inspeção e Diag- Gago, António 2004. Análise Estrutural de Arcos,
nóstico – Igreja São Francisco, Évora, Gepectrofa, Abóbadas e Cúpulas – Contributo para o Estudo
Lda, Trofa. do Património Construído”, Tese de Doutoramento,