Você está na página 1de 2

Universidade Federal Fluminense.

Niterói, 27 de abril de 2023.


Professoras: Fernanda Sanchez e Louise Lomardo
Aluna: Laís Rosa Alves Tagino

Resenha crítica para a disciplina de Exercício Profissional


Palestrante: Marcus Fiorito

O palestrante Marcus Fiorito discursou sobre sua longa trajetória, desde sua formação até os
dias atuais, como profissional arquiteto urbanista e sobre seu sonho em ser gestor público
dentro da área. Fiorito aponta que desde criança já gostava muito de desenhar e passava
muito tempo com seu pai, engenheiro civil, militante com grande olhar social sendo uma
grande influência e inspiração. No ensino médio, Marcus começa a estudar e a fazer
orientação vocacional no Colégio Pedro II onde começa a se inclinar para o curso de
arquitetura e urbanismo.

Durante a graduação Marcus se inclina para áreas de paisagem e ambiente e também


urbanismo, ele passa o curso focado nesse olhar. Participa e aponta a importância de
frequentar os encontros como FENEA e EREA, atua no programa Favela Bairro, se envolve
com a comunidade de Paraty - RJ e percebe o começo de uma trajetória.

Muito envolvido com a comunidade de Paraty, o expositor faz seu TFG sobre a cidade e as
favelas, o leva até a prefeitura e então o prefeito compra seu TFG e o contrata. Nesse
momento, Marcus acredita ser o início de um sonho. Infelizmente o prefeito não quis assumir
e se comprometer a investir na parte de saneamento que carrega o TFG e então Fiorito abre
mão da venda e encontra outros caminhos. Esta é uma parte da carreira do arquiteto urbanista
que pode ser desagradável, principalmente na gestão pública, depender dos interesses
políticos e financeiros de uma gestão para realizar um projeto que mudaria uma comunidade
para melhor.

No entanto, a carreira continua e o expositor começa a trabalhar na Caixa Econômica fazendo


análises de projetos, avaliando empreendimentos para financiamento, aprendendo a lidar
com as normas e com o dinheiro público. Mais uma vez teve a ajuda de seu pai para trilhar
essa etapa da carreira.

Entretanto, mais uma vez ele entra para a Prefeitura Municipal de Paraty, que estava a tentar
criar um plano diretor. Após muitos percalços o plano é aprovado e Marcus atua como
secretário adjunto de desenvolvimento urbano, trabalhando na melhoria de saneamento e
ganhando credibilidade com a comunidade local.

Por mais que uma vitória tenha sido alcançada, outras não obtiveram sucesso, o orador
contou sobre a dificuldade das comunidades indígenas e tradicionais locais de terem suas
vozes escutadas e atendidas, como os projetos não conseguiam aprovação e como as
comunidades lutavam para ir em busca da sua estrutura. Infelizmente ele saiu do cargo sem
ver nenhum projeto aprovado.

Marcus aponta ainda sua pesquisa na análise de audiências públicas, em seu mestrado, que
sinaliza como estas não são efetivamente para a participação da comunidade, como deveria
ser, visto que são públicas e de interesse público. Ele nos apresenta como existe exclusão de
diversas formas e que uma delas é o preconceito linguístico. A convidada de Marcus sinaliza
o preconceito linguístico, a linguagem e a forma de se comunicar como forma de ferramentas
de opressão tanto nessas audiências, quanto na nossa própria jornada profissional e percebo
como já observei essa ocorrência diversas vezes em âmbito profissional e acadêmico. Vejo
este apontamento da assistente social como de grande importância para que saibamos falar e
acessar a todos enquanto profissionais.

Por fim, Fiorito expõe sobre sua trajetória no CAU em dois mandatos, sendo o segundo
vice-presidente do órgão, mas renuncia pois atualmente precisou de mais tempo para ser
professor da UERJ, mesmo assim continua como conselheiro, atuando ainda em uma ONG
de educação. No último momento, o orador se debruça em nos apresentar um pouco sobre o
conselho e tirar as dúvidas da turma. Tem sido uma experiência muito interessante e
importante cursar a disciplina, pois esta apresenta convidados que são profissionais ativos no
CAU e que tem trazido para roda de conversa esclarecimentos e conhecimentos sobre o órgão
que antes desconhecia ou tinha muitas dúvidas sobre.

Esta palestra foi muito enriquecedora para mim, identifiquei-me com o palestrante pois
também tendo a seguir essa linha de carreira e desde já em meu TCC estou em busca de
entender as necessidades de comunidades tradicionais, pesquisar, produzir algo e tentar
profissionalmente atuar em áreas públicas onde possa intervir de fato. Foi importante também
ter ciência dos percalços e dificuldades da trajetória, porém mais que isso, foi motivador para
tentar.

Você também pode gostar