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ª Fabíola Soares

Sumário

1. Introdução ........................................................................................................................................ 3

2. Linguagem, língua, níveis de fala e variações linguísticas ........................................................ 4

3. Gêneros textuais (propagandas, quadrinhos, fotos)


...............................................................................................................................................................13

4. LISTA DE EXERCÍCIOS ………………………………………………............................................. 23

4.1 Exercícios ……..........................……………………………..............................................23


4.2 Gabarito ..…………………………………………………..................................................60
4.3 Exercícios comentados ……………………......……………............................................61

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ………..……………………………..................................................120


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1. Introdução

Olá, meus lindos!

Nesta aula, a minha proposta é apresentar alguns gêneros textuais específicos que
costumam aparecer nas provas dos Colégios Militares. Então, iniciaremos com alguns
conceitos e exemplos de cada um e, depois, partiremos para a prática, que é a feitura dos
exercícios, tudo bem?!

Para tudo ficar mais claro e para reconhecerem o objetivo da aula, vamos relembrar o
que vem escrito em seu edital sobre essa parte?!

Sobre interpretação e compreensão textual, o que se aponta é o seguinte:

a) interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinho,


foto, etc.); e

b) identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.

Para melhor compreensão, quem fará sua prova quer que você entenda como retirar
as informações presentes em textos como propaganda, quadrinhos, fotos, ou seja, aquilo que
pode vir por meio de imagens.

Vamos iniciar então?!


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2. Linguagem, língua, níveis de fala e variações linguísticas

Para iniciarmos nossa aula de hoje, relembremos o que eram os gêneros textuais, já
comentados em nossa última aula. Vamos lá?!

Gêneros textuais são os textos que pertencem à tipologia, com particularidades com
relação a essa tipologia. Por exemplo, as notícias têm a particularidade de somente contar um
acontecimento, sem se aprofundar muito no assunto; já uma reportagem traz elementos mais
completos, ou seja, ela é mais extensa. Quero assim dizer que temos dois gêneros textuais
diferentes nessa relação, pois traçam objetivos igualmente diferentes.

O que é falado, a maneira como é falado e a forma que é dada ao texto são
características diretamente ligadas ao gênero. Como as situações de
comunicação em nossa vida social são inúmeras, inúmeros são os gêneros
textuais: bilhete, carta pessoal, carta comercial, telefonema, notícia
jornalística, editorial de jornais e revistas, horóscopo, receita culinária,
texto didático, ata de reunião, cardápio, palestra, resenha crítica, bula de
remédio, instruções de uso, e-mail, aula expositiva, piada, romance, conto,
crônica, poesia, verbete de enciclopédias, dicionários, etc.

Identificar o gênero textual é um dos primeiros passos para uma competente leitura de
texto. Quando analisamos e entendemos a que tipologia ou gênero pertence um texto,
conseguimos entender elementos linguísticos essenciais à compreensão do texto. Cada
tipologia e gênero apresentam características próprias que, se conhecidas, já constroem
uma relação de significados e de construções.

Vamos relembrar também aquele passo a passo para interpretação?!

Caminho para a interpretação de texto


Antes de apresentar um pequeno caminho para auxiliar na interpretação do
texto, é importante destacar que não existe fórmula para essa relação. Aqui, faço um
caminho com o objetivo de direcionar a sua leitura para a compreensão e
interpretação dos textos. Vamos lá!
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Não paramos por aí! Para melhorar a nossa compreensão e interpretação, é importante
vermos alguns conceitos, sempre presentes, inclusive, nos enunciados das questões. Vejamos!

Linguagem e língua

• A linguagem
A linguagem é tudo aquilo que permite a comunicação entre os homens. Expressão dos
nossos desejos e sentimentos, das nossas ideias e emoções, a linguagem torna-se vital para a
convivência humana. Não existe sociedade sem comunicação e, por conseguinte, sem
linguagem.

Linguagem é a faculdade que o homem tem de se exprimir e se comunicar por


meio da fala.

Vamos ver exemplos de análise de três tipos de texto por meio de três tipos de
linguagem: verbal, não verbal e verbal e não verbal (ou híbrido).

• Linguagem Verbal

A linguagem verbal é uma forma de comunicação que ocorre por meio de palavras, sejam
elas escritas ou faladas. Este texto que você está lendo, por exemplo, faz uso da linguagem
verbal. Da mesma forma, um professor que dá uma aula faz uso principalmente da linguagem
verbal (fala) para se comunicar com seus alunos.

A jovem que construiu a própria a casa e é a única brasileira a dar dicas de reforma no
YouTube
Paloma e sua mãe foram as responsáveis pela ampliação da casa onde moram há 25
anos, que tinha originalmente apenas dois cômodos. Hoje, são quatro quartos, dois
banheiros, cozinha, sala, varanda e quintal – e, em todos estes ambientes, a youtuber já
fez alguma obra.
Ela aprendeu a fazer as reformas com os amigos da mãe, que ajudaram a ampliar o
imóvel quando o dinheiro da família para as reformas acabou. Logo, descobriu que
gostava de fazer isso e, mais, que tinha talento.
Com o passar dos anos, Paloma e Ivone se tornaram as únicas “mestres de obras” da casa.
Embora a mãe não se aventure tanto nisso quanto a filha, ela ajuda nos acabamentos. “A
gente fala que sou a pedreira, e minha mãe, a servente.”
A experiência levou a jovem a estudar engenharia civil em 2013, mas ela largou o curso
no primeiro semestre para se dedicar ao YouTube, quando o projeto ainda era sobre
outros temas. Hoje, é uma especialista no tema.
Ela estima ter economizado quase R$ 25 mil fazendo a construção e a reforma da sua
casa por conta própria. “Com certeza, não teria condições de pagar por todas as coisas
que fiz.”
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Mayra Sartorato, da BBC News Brasil, 23 março 2019. Trecho disponível em:
<https://www.bbc.com/portuguese/geral-47661993> Acesso em 10 set.2019.

O que se pode depreender desse texto?

• O texto fala sobre uma menina que construiu a própria casa e transmite esse conteúdo
na internet.

• Para além das questões de gênero óbvias – o estereótipo que mulheres não se
envolveriam com construção civil, por exemplo – há que se pensar sobre o papel da
internet e das novas comunicações na busca de uma sociedade mais igual.

• As pessoas se aproveitam da potencial democratização de produção de conteúdo para


mostrar também outras realidades, muitas vezes questionando papeis sociais.

• Qual a importância da internet para uma mudança social verdadeira? Como as novas
mídias podem ser uma aliada na busca de uma maior igualdade de gênero?

• A internet democratizou os meios de expressão, possibilitando que qualquer um possa


expressar-se nos meios digitais. Como as lutas pela igualdade se beneficiam desse
movimento?

• Parece haver maior espaço para vozes dissonantes na internet e, com isso, uma maior
divulgação de experiências e vivências distintas. Como a luta pela igualdade se
beneficia disso?

• Linguagem não verbal

Na linguagem não verbal, a comunicação ocorre sem a utilização de palavras. É uma


forma de comunicação que ocorre por meio de signos visuais ou sonoros. São exemplos de
signos visuais as placas, as sinalizações de trânsito, os slogans, os logotipos, as cores, as fotos
etc. Dentre os sons, há os apitos, a música, os ruídos etc.
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O que se pode depreender dessa imagem?

• Trânsito, velocidade e mobilidade urbana

• O que causa o problema de mobilidade urbana exposto na fotografia?

• Quais as consequências desse problema?

• Quais as alternativas possíveis para a diminuição do problema.

Causas Consequências Alternativas


- Historicamente, há um - Aumento da poluição nos - Incentivo e oferta de outros
reforço ao uso do carro. grandes centros urbanos, meios de transporte.
- Desde JK até o governo perda de tempo nos - Um transporte público de
Collor e os dias atuais, o congestionamentos, stress maior qualidade pode
próprio governo tomou para no motorista, entre outros. incentivar a diminuição do
si muitas vezes a - Os congestionamentos uso do carro.
responsabilidade de produzem efeitos negativos - Para mudar a mentalidade
fomentar uma cultura que nos motoristas, podendo das pessoas em relação ao
supervaloriza o transporte mesmo ser um fator de transporte público é preciso
automobilístico. incentivo à violência no que a oferta de ônibus e
trânsito.
- Além disso, o carro é um metrôs seja maior e mais
símbolo de status: há uma conveniente: novas linhas,
ideia muito forte no Brasil de estações e corredores de
que uma melhoria da ônibus são exemplos de
condição financeira estaria possíveis melhorias.
atrelada à posse de um carro. - Além dos transportes
- O transporte público é públicos, outras alternativas
frequentemente associado como as ciclovias podem
às classes mais baixas. modificar a relação do
cidadão com os transportes.

• Linguagem verbal e não verbal (Híbrido ou misto)

Há também a linguagem mista, também chamada de híbrida, em que elementos dos


dois tipos de linguagem (verbal e não verbal) aparecem de forma combinada. São exemplos
desse tipo de linguagem os panfletos publicitários, as charges e as histórias em quadrinhos.
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Fonte: Willtirando, 07/10/2017. Disponível em: < http://www.willtirando.com.br/a-arte-imita-a-vida/> Acesso em


18 Mar. 2019.

O que se pode depreender desse texto?

O tema da tirinha apresentada aqui é “A desvalorização do artista”.

Ainda que se utilizem na tirinha exemplos de artistas de outras épocas, não é possível
afirmar que este comportamento seja comum através do tempo. Só se pode dizer que hoje
em dia há uma desvalorização da figura do artista.

Há algumas ideias que se pode levantar a partir desse texto – ainda que elas não estejam
necessariamente nele. Pense em maneiras de incluir seu conhecimento de mundo numa
análise, pois isso pode trazer possíveis argumentos no futuro.

• A desvalorização do artista se deve à desvalorização da arte na sociedade atual?

• O artista não é reconhecido como alguém que trabalha?

• A ideia de reprodutibilidade, ou seja, da possibilidade de reproduzir uma obra, a


desqualifica enquanto obra de arte.

• O artista é visto como alguém improdutivo. O produto de seu trabalho não é


considerado passível de valor de troca.

• A arte não é considerada útil e, por isso, não tem valor.

• O utilitarismo e a reprodutibilidade técnica podem estar na raiz da desvalorização da


ideia de artista.

• A língua

A língua é um sistema de linguagem e compreende os estudos de Fonologia, Morfologia


e Sintaxe. Cada língua possui um sistema, uma estrutura que a diferencia de outra. A partir
do momento em que executamos um sistema linguístico, ou seja, quando começamos a
falar ou a escrever, temos o discurso, que alguns preferem denominar de fala.
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A língua não é um sistema imutável; como toda criação humana, está sujeita à
ação do tempo e do espaço geográfico, sofre constantes alterações e reflete
forçosamente as diferenças individuais dos falantes. Daí a existência de vários
níveis de fala, culta, coloquial, popular, etc.

Níveis de linguagem

Para muitas provas, um dos grandes interesses na questão está na dualidade Norma
culta X Linguagem popular, ao falarmos sobre níveis de linguagem, mas apresentarei nesta
parte também as variações linguísticas existentes na Língua Portuguesa. Vamos ver um pouco
mais do que diferencia cada uma delas:

Norma culta
• Também chamada de linguagem formal ou norma padrão, a norma culta segue aos padrões
linguísticos e gramaticais.
• Tende a ser utilizada por pessoas com alto grau de cultura e/ou escolaridade.
• É preferível o uso da norma culta na escrita em diversas situações – principalmente em textos
informativos ou educativos – pois esta garante maior compreensão do conteúdo.
• Ainda que haja variações linguísticas, a escrita tende a variar menos. Um texto escrito com
maior respeito às normas gramaticais é mais facilmente assimilado.

Linguagem popular
• Também chamada de linguagem informal.
• Uma fala coloquial permite maior flexibilidade nas regras gramaticais e nos padrões
linguísticos, podendo mesmo apresentar alguns vícios de linguagem. Ela tende a sofrer mais
modificações, sejam elas sociais, regionais ou situacionais.
• Em contextos de menos rigor, como ambientes familiares ou em grupos de amigos, costuma ser
mais utilizada.
• Tem também muita relação com a oralidade, ou seja, se relaciona mais com o modo como as
palavras são faladas do que escritas, já que seu foco é no conteúdo e nos efeitos da mensagem.
Muitas vezes, um linguajar coloquial pode ser um recurso poético na literatura.
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PRECONCEITO LINGUÍSTICO
O preconceito contra alguém por conta do seu modo de falar é conhecido como
preconceito linguístico. Esse é um assunto que tem sido bastante abordado pelas provas,
principalmente na redação. Quando essa expressão aparecer em algum texto, saiba identificá-
la!
O preconceito, seja ele de que natureza for, é uma crença pessoal, uma postura
individual diante do outro. Qualquer pessoa pode achar que um modo de falar é mais bonito,
mais feio, mais elegante, mais rude do que outro. No entanto, quando essa postura se
transforma em atitude, ela se torna discriminação.
No caso da língua, é imprescindível receber uma educação linguística crítica e bem
informada, na qual se mostre que todos os seres humanos são dotados das mesmíssimas
capacidades cognitivas e que todas as línguas e variedades linguísticas são instrumentos
perfeitos para dar conta de expressar e construir a experiência humana neste mundo.

Variação situacional (contexto)

As variações situacionais são aquelas que ocorrem a depender do contexto em que


decorre o processo comunicativo. Há situações em que se deve utilizar um registro formal e
outros em que é a preferência é para o registro informal.

Veja um exemplo de uso poético da variação situacional:

Quadrinho do de Fernando Gonsales. Fonte: Mundo Letras4.5 Variação social

A variação social é aquela pertencente a um grupo específico de pessoas. Essa variação


também é chamada de variação sociocultural. Essa variação pressupõe o segmento social de
onde vem o falante, considerando-se geralmente as seguintes variedades: falante não
escolarizado e falante escolarizado; homem e mulher; idoso e jovem. A diferença de uso
da língua entre pessoas de faixas etárias diferentes é muito importante para a maioria das
provas.

Veja um uso poético da variação social:


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“Pisou na bola,
Conversa fiada malandragem.
Mala sem alça é o couro,
Tá de sacanagem.

Tá trincado é aquilo,
Se toca vacilão.
Tá de bom tamanho,
Otário fanfarrão.”
Fragmento de A gíria é a cultura do povo, de Bezerra da Silva

Variação histórica

Uma língua pode sofrer modificações ligadas ao tempo. Modos de escrita de palavras
que caem em desuso e palavras que deixam de ser utilizadas ou são modificadas são dois
bons exemplos disso.

CASO DA PALAVRA “VOCÊ”


A palavra “você” que usamos hoje é, na verdade, uma transformação da expressão
“vossa mercê”. Essa expressão teria nascido no século XIV, para referir-se a pessoas da
nobreza. Era assim que os servos se referiam a eles como forma de agradecimento por sua
generosidade.
Com o passar do tempo, a expressão “vossa mercê” foi sendo reduzida até chegar a
“você”:
VOSSA MERCÊ => VOSSEMECÊ => VOSMECÊ => VOCÊ

Veja um exemplo de uso poético da variação histórica:


“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e
muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os
janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa,
mas ficava longos meses debaixo do balaio. E levavam tábua, o remédio era tirar o
cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. As pessoas, quando corriam,
antigamente, era de tirar o pai da forca, e não caíam de cavalo magro. Algumas
jogavam verde para colher maduro, e sabiam com quantos paus se faz uma canoa.
Fragmento de Antigamente, de Carlos Drummond de Andrade
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Variação regional

Aos aspectos regionais que modificam o falar do português, se denominam Dialetos.


É uma variante linguística constituída por características fonológicas, sintáticas, semânticas e
morfológicas próprias. No Brasil hoje, entende-se que há dois grandes grupos dialetais
distintos: o Norte e o Sul, cada um com suas características específicas. Estas diferenças são
ligadas ao espaço geográfico, aos grupos antecedentes, à comunicação com outros grupos
sociais/regionais, entre outros. As expressões típicas dos falantes de cada grupo, de
regionalismos.

Falantes do Português Brasileiro (PB), como de qualquer outra língua natural, procedem
de determinado espaço geográfico. Há uma correlação entre a região de origem dos
falantes e as marcas específicas que eles vão deixando em sua produção linguística.
Portugueses e brasileiros não falam do mesmo jeito. Brasileiros do Norte, do Nordeste,
do Sudeste, do Centro-Oeste e do Sul tampouco falam exatamente do mesmo jeito. Uma

língua natural conterá, portanto, diferentes dialetos, relacionados ao espaço geográfico


que ele ocupa.

De todas as variedades do português, a variedade geográfica é a mais perceptível.


Quando começamos a conversar com alguém, logo percebemos se ele é ou não
originário de nossa região. Em Portugal e no Brasil, as diferenças assim notadas não
dificultam a intercompreensão, como ocorre em outros países europeus (CASTILHO,
2019, p. 198, grifos meus).

A famosa polêmica do biscoito X bolacha está ligada às variações regionais.


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Veja um exemplo de uso poético da variação regional:


“Que importa que uns falem mole descansado
Que os cariocas arranhem os erres na garganta
Que os capixabas e paroaras escancarem as vogais?
Que tem si o quinhentos-réis meridional
Vira cinco tostões do Rio pro Norte?
Juntos formamos este assombro de misérias e grandezas,
Brasil, nome de vegetal!...”

Fragmento de Noturno de Belo Horizonte, de Mário de Andrade

Variação social

É a variação que se refere aos grupos sociais, cujos fatores, relacionados à faixa etária,
profissão, estrato social, entre outros, imperam de forma preponderante. Como exemplo
podemos citar a linguagem dos grupos de rap, dos surfistas, a linguagem da classe médica, e
até mesmo a linguagem dos mais velhos e das crianças.

3. Gêneros textuais

Na hora da prova, os alunos costumam se confundir com imagens por duas razões:
não saber como interpretar um texto não verbal e não possuir repertório para interpretar. A
parte de ensinar a interpretar a imagem, eu garanto! O repertório, porém, depende de nós
dois. Nessa aula, eu vou indicar alguns assuntos e conhecimentos que podem ajudar na hora
da prova, mas é muito importante que você tenha a mente aberta para as imagens! O
método mais simples que encontrei até hoje para ensinar como interpretar imagens consiste
em:
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1- Identificar: 2 - Analisar: 3 - Contextualizar:


- Qual é o tipo de - O que compõe essa
- Qual foi o momento
imagem que estamos imagem?
histórico da procução
vendo? (publicidade, - Há textos que dessa imagem?
quadro, charge etc.?) complementam a
- Com que objetivo
- Quais as técnicas imagem?
essa imagem foi criada
empregadas nessa - Observar quais são os e onde ela foi
imagem?(fotografia, elementos mais veiculada ou exposta?
pintura, escultura etc?) destacados e se há
- Buscar informações
- Observar cores, detalhes menos
nas legendas!
traços, formas etc. óbvios.

Signos presentes na imagem em si. Signos externos.

Tirinhas, cartuns, quadrinhos, charges... são todos nomes para o mesmo tipo de texto.
As tirinhas são composições que misturam texto e imagem, normalmente numa sucessão de
quadros. É uma linguagem com a qual a maioria de nós está habituado, portanto, se torna
mais fácil compreender e interpretar.

Normalmente há dois tipos de questão que podem envolver tirinhas:

• Questões de gramática, a partir dos textos das tirinhas; e

• Questões de interpretação de texto, que exigem a união entre textos verbais e não
verbais para compreender a mensagem.

Além disso, as charges também são comuns nas provas. São ilustrações cujo objetivo é
satirizar alguém ou alguma situação. Muitas vezes, as charges apresentam caricaturas das
personagens retratadas, para tornar a situação ainda mais irônica.

caricaturas: desenhos de pessoas


da vida real com traços exagerados.
O objetivo da caricatura é tornar
cômica a personagem retratada,
muitas vezes tornando mais
evidentes seus traços menos
elogiosos.
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A charge costuma conter críticas de cunho político-social e falar sobre acontecimentos


da atualidade. Por isso, para compreender bem uma charge é preciso estar a par dos
acontecimentos recentes. É, portanto, uma narrativa efêmera: retrata acontecimentos
contemporâneos, notícias.

As charges costumam contar com algumas estratégias:

➢ Dão mais valor ao poder das imagens do que das palavras, ou seja, as charges
costumam ter mais textos não verbais do que verbais.
➢ Lidam com a sátira, a exposição ao ridículo, principalmente a partir do exagero.

Tirinha Charge
Na maior parte das vezes, critica
Na maior parte das vezes, critica
situações e eventos bem situados
situações corriqueiras ou
no tempo e no espaço. É ligada a
comportamentos sociais.
atualidades.

Vamos ver os dois exemplos expostos?

❖ Tirinhas

Nessa tirinha, acontece mais uma vez uma situação comum entre os personagens Mônica
e Cebolinha. A Mônica sempre batendo no Cebolinha. Ele não queria alguém para
empurrá-lo? Ela fez do jeito dela, não da forma como ele esperava.
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Nessa tirinha, fala-se sobre a amizade formada por pessoas que podem ter pensamentos
diferentes e está tudo bem.

❖ Charge

Notamos aqui que há uma crítica em relação ao trabalho infantil. O menininho só


queria um carrinho de brinquedo, não um carrinho de mão para trabalhar.
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Notamos aqui uma referência ao mosquito transmissor da Dengue que fica em


pneus com acúmulo de água parada, por exemplo, permitindo que ele se prolifere
e transmita doenças. Por isso, devemos cuidar desses fatores que podem provocar
o aumento desse transmissor.

❖ Propagandas
O anúncio publicitário (ou simplesmente publicidade) é um gênero textual que promove
um produto ou uma ideia sendo veiculado pelos meios de comunicação de massa: jornais,
revistas, televisão, rádio e internet.
Podemos encontrá-los também em outdoors, panfletos, faixas ou cartazes na rua, no
ônibus, no metrô, etc.
A principal característica desses tipos de textos são precisamente o convencimento do
consumidor para a compra de um produto ou serviço.
Os publicitários, ou seja, aqueles que produzem os anúncios publicitários, utilizam
diversas ferramentas discursivas, por exemplo, uso de imagens, de linguagem simples e
humor.
Note que esse tipo de texto tem como intuito chamar a atenção do consumidor e, portanto,
são atrativos. São repletos de verbos no imperativo, o modo verbal que oferece ordem:
Compre! Veja! Analise!
De acordo com as funções da linguagem, os anúncios publicitários são textos que
apresentam a função conativa ou apelativa, que por sua vez possuem o intuito de convencer
os receptores da mensagem, ou seja, os consumidores.
Podem ser textos verbais (palavras) e não verbais (uso de imagens), e ainda textos orais,
por exemplo, aqueles veiculados pelo rádio.
Características do Anúncio Publicitário
• Caráter comercial
• Linguagem verbal e não verbal
• Linguagem simples
• Textos relativamente curtos
• Textos persuasivos e atrativos
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• Humor, ironia e criatividade


• Verbos no modo imperativo
• Figuras e vícios de linguagem
• Uso de cores, imagens, fotografias

Cartaz do filme O Pequeno Príncipe

Referência ao filme “O Diabo veste Prada”


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Referência a uma frase muito conhecida “Pare o mundo que eu quero descer”

❖ Quadrinhos
Os quadrinhos são uma sequência de quadros que expressam uma história ou uma ação com
o objetivo de divertir, informar, às vezes, criticar. Desta forma, apresentam os elementos básicos
de uma narrativa – enredo, personagens, tempo, lugar e narrador.
História em quadrinhos, tirinhas, gibis são formas de arte que conjuga texto e imagens
(linguagem mista) com o objetivo de narrar histórias dos mais variados gêneros e estilos.
Os balões de formas e tipos variados servem de suporte para os diálogos dos personagens ou
para que eles mostrem suas ideias.
São, em geral, publicadas no formato de revistas, livros ou em tiras publicadas em jornais,
revistas e sites.
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➢ O que são tirinhas?


As tirinhas pertencem a um gênero que se desmembrou das Histórias em Quadrinhos e que
se apresentam em 1 a 8 quadros. São narrativas curtas, geralmente com personagens já
conhecidos do público e que, na maioria dos casos, apresenta a fala dos personagens em balões,
como nas HQs.
Circula, normalmente, em jornais e revistas, podendo também ser encontrado na mídia
cibernética. Apresentam humor refinado e assuntos do cotidiano das pessoas, marcadas, às vezes,
por um caráter crítico.

➢ Balões
São muito importantes, pois é através deles que ficamos sabendo das falas e pensamentos das
personagens. Há diversos tipos de balões:
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➢ Onomatopeia
Há palavras que procuram imitar ruídos, gritos, canto de animais, sons da natureza, barulho
de máquinas, timbre da voz humana. Essas palavras são chamadas de fazem parte do universo
das onomatopeias e, em geral, são muito usadas para enriquecer a cena na qual aparecem.
Ex: Clap! Clap! (palmas), Crash! (batida), Nhec! (rangido), Splash! Tchibum! (mergulho), Zzz!
(zumbido ou alguém dormindo).

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