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UFVJM

ALISSON IURI ALVES DA SILVA


CARLOS MATEUS SOARES SILVA
SERGIO EDUARDO RODRIGUES COSTA
SHEILA ALMEIDA MENDES DE MATOS

RELATÓRIO 4:
Pêndulo Simples

Janaúba
2021
1 Introdução

Um pêndulo simples é composto por um fio, inextensível e de massa desprezível, fixo


em uma das extremidades. Na extremidade móvel é presa uma massa. Quando se
afasta a massa da sua posição de equilíbrio, há uma força restauradora gerada pela
gravidade fazendo com que esta retorne à sua posição original. O pêndulo oscilará
num plano vertical e dado o movimento harmônico e periódico, pode-se determinar o
período da oscilação.

Para pequenos ângulos, o movimento de um pêndulo é considerado um MHS


(movimento harmônico simples) cujo período é dado por:

T= 2𝜋√ 𝐿 (1)
𝑔

Em que:

𝐿 = comprimento do fio

𝑔 = aceleração da gravidade.

Perceba que o período do pêndulo não depende da massa presa na ponta do fio.
Abaixo, está à representação da força resultante F que orienta o movimento. Na
resultante, temos:

𝐹→=𝑃→+𝑇→ (2)

𝐹= −𝑃.𝑡𝑔𝜃 (3)

Quando o ângulo θ é pequeno, como dito, além de um MHS, o valor de sua tangente
é, aproximadamente o valor do seno do ângulo. Assim:

tgθ≃senθ (4)

2 Objetivos

O objetivo deste experimento é determinar a aceleração da gravidade em laboratório,


a partir de um pêndulo simples. Utilizaremos uma simulação que permite que nosso
laboratório esteja na Terra e em Júpiter.
3 Procedimento Experimental

Para a realização da prática utilizamos a simulação “Laboratório do Pêndulo” da


plataforma Phet Interactive Simulations, conforme a figura abaixo:

Figura 1: Simulação “Laboratório do Pêndulo” da plataforma Phet Interactive Simulations

Para realização do procedimento, ajustamos o comprimento de 0,30 m para o fio,


escolhemos a gravidade da terra, colocamos o mínimo de atrito possível para que
assim fosse simulado a resistência do ar em um laboratório, movemos o pêndulo em
um ângulo de 9 graus, para que o mesmo oscilasse e utilizamos do cronômetro para
que fosse medido o tempo das oscilações. Colocamos o pêndulo para oscilar e
medimos o tempo gasto em 10 oscilações, com isso dividirmos esse tempo por 10
para obtermos o período da oscilação com um erro menor, foi feito isso para algumas
medidas de comprimento do fio e também repetimos o mesmo procedimento usando
o valor da aceleração da gravidade encontrado em Júpiter. Em seguida, a partir dos
dados coletados construímos tabelas com os comprimentos dos fios, os tempos
gastos em 10 oscilações e os períodos das oscilações. Com os resultados obtidos
fizemos gráficos de Período versus Comprimento realizados com a gravidade da Terra
e Júpiter. Como os gráficos feitos não resultaram em uma reta, foi necessário a
linearização dos mesmos para assim obtermos os coeficientes angulares das retas e
com isso determinarmos os valores das forças gravitacionais g a partir da manipulação
da equação do período de oscilação de um Pêndulo Simples e da equação gerada
pelo gráfico. A partir disso calculamos os erros experimentais para assim avaliarmos
o quão próximo foram os valores obtidos graficamente dos valores esperados das
forças gravitacionais da Terra e de Júpiter.

4 Resultados e Discussões

Seguindo o procedimento contido no roteiro, acessamos o simulador, ajustamos a


gravidade como sendo o da Terra, a massa do pêndulo de 1Kg, um ângulo de
inclinação de 9° e variamos a altura, medindo o período de oscilação para cada uma.
Para ter uma melhor precisão medimos o equivalente a 10 períodos e dividimos por
10, assim diminuindo a taxa de erro do valor do período encontrado. A partir desses
dados montamos o seguinte gráfico:

l(m) T(s) T10(s)


0,3 1,092 10,92
0,4 1,256 12,56
0,5 1,406 14,06
0,6 1,555 15,55
0,7 1,664 16,64
0,8 1,788 17,88
0,9 1,899 18,99
1 1,994 19,94

Onde l(m) é o comprimento do fio do pêndulo em metros e T(s) é o período de


oscilação em segundos desse pêndulo.

Utilizando esses dados, plotamos o seguinte gráfico no Excel do período em função


do comprimento do pêndulo:

Período versus Comprimento na Terra


2.5

1.5
T(s)

0.5

0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
l(m)

Gráfico 1: Período de oscilação (T) versus comprimento do fio do pendulo (l).Na Terra.
Como notamos uma leve formação de uma curva nesse gráfico, para ter uma melhor
precisão nos dados fornecidos pelo gráfico, aplicamos um processo de linearização,
onde convertemos l(m) em raiz de l(m), assim, fizemos uma nova tabela:

√ l(m) T(s)
0,548 1,092
0,632 1,256
0,707 1,406
0,775 1,555
0,837 1,664
0,894 1,788
0,949 1,899
1 1,994

Assim, plotamos um novo gráfico a partir desses dados:

Período versus raiz do Comprimento na Terra


2.5

y = 2,0077x - 0,0099
2

1.5
T(s)

0.5

0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
√l (m)

Gráfico 2: Período de oscilação (T) versus comprimento do fio do pêndulo (l) depois da conversão. Na Terra

Considerando a equação que descreve o período de um pêndulo simples em função


de seu comprimento:
𝑙
𝑇 = 2𝜋√
𝑔

E considerando o processo de linearização feito para ter uma maior precisão das
informações contidas no gráfico, podemos fazer a seguinte manipulação:

Como,

𝑙 ′ = √𝑙

Temos que:

ou 𝑇 = 2𝜋 1
𝑇 = 2𝜋√ 𝑙′
1 𝑙′
𝑔 √𝑔

Se tratarmos o termo 2𝜋 1 como constantes, temos que essa equação se assimila


√𝑔
com uma função afim:

Y=ax+b

Onde ‘a’ é nossa constante e ‘x’ nossa variável independente.

Note que podemos estabelecer essa mesma relação na equação gerada ao plotar o
segundo gráfico:

y = 2,0077x - 0,0099

O qual 2,0077 corresponde a nossa constante e x a nossa variável.

Logo, como o gráfico plotado estabelece essa mesma relação e é um gráfico do


período em função do comprimento, podemos considerar que:
1
2𝜋 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 =>
√𝑔

2𝜋
√𝑔 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 =>

2𝜋
𝑔=( )2
𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒

Substituindo os valores, encontramos:

2𝑥3.14 2
𝑔=( )
2.0077
Encontramos a aceleração da gravidade na Terra igual há:

g=9.78m/s²

Utilizando a seguinte formula para medir o erro experimental:

|𝑉𝑒𝑛𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑜 − 𝑉𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜|
𝐸% =
𝑉𝑒𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑑𝑜

Logo temos que nosso erro experimental foi de:

E%=0%

Repetindo o mesmo processo para coletar os dados no simulador, mas, no lugar da


gravidade da terra utilizando a de Júpiter, montamos a seguinte tabela:

Júpiter
l(m) T(s) T10(s)
0,3 0,694 6,94
0,4 0,795 7,95
0,5 0,89 8,9
0,6 0,971 9,71
0,7 1,055 10,55
0,8 1,125 11,25
0,9 1,199 11,99
1 1,263 12,63

Plotamos o seguinte gráfico do tempo em função do comprimento do pêndulo (em


Júpiter), através desses dados:
Período versus Comprimento em Júpiter
1.4

1.2

0.8
T(s)

0.6

0.4

0.2

0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
l(m)

Gráfico 3: Período de oscilação (T) versus comprimento do fio do pêndulo (l). Em Júpiter.

Novamente notamos uma leve curvatura, então aplicamos o mesmo processo de


linearização e obtivemos essa nova tabela:

Júpiter
√l(m) T(s)
0,548 0,694
0,632 0,795
0,707 0,89
0,775 0,971
0,837 1,055
0,894 1,125
0,949 1,199
1 1,263

Plotando o novo gráfico no Excel, obtivemos:


Período versus raiz do Comprimento em Júpiter
1.4
y = 1,263x - 0,0023
1.2

0.8
T(s)

0.6

0.4

0.2

0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
√l(m)

Gráfico 4: Período de oscilação (T) versus comprimento do fio do pêndulo (l) depois da linearização. Em Júpiter.

Considerando a equação encontrada no gráfico 4:

y = 1,263x - 0,0023

Seguindo a mesma lógica/procedimento feito anteriormente para encontrar a


aceleração da gravidade:

2𝜋
𝑔=( )2
𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒

2𝑥3,14 2
𝑔=( )
1,263

Encontramos a aceleração da gravidade em Júpiter igual há:

g=24,72m/s²

Aplicando a mesma equação utilizada anteriormente para encontrar o erro


experimental, obtivemos que nosso erro foi:

E%=0,28%

Logo, podemos observar que obtivemos um resultado muito próximo dos valores
esperados, com erros experimentais de 0% para a aceleração da gravidade da Terra
e 0,28% para a de Júpiter. Isso ocorre devido ao simulador nos fornecer dados muito
precisos e em condições muito perfeitas em comparação ao mundo real, em que
existe fatores externos que influenciam no experimento.

O número de casas decimais usadas (arredondamento) ocorridas tanto nos cálculos


e anotações feitas, quanto pelos programas utilizados (Excel, simulado,
calculadora...), a marcação do tempo do período de oscilação ou no preenchimento
de algum outro dado no simulador. São exemplos de alguns fatores que podem ter
alterado/influenciado o resultado do experimento.

5 Conclusão

Desse modo, chegamos aos resultados esperados e com alta acuracidade, com os
valores da aceleração de gravidade obtida, tanto na Terra quanto Júpiter, a partir do
pêndulo simples, sendo bem próximos do resultado real que é de g = 9,78m/s² para
Terra e g = 24,79m/s² para Júpiter, e com os erros experimentais muito pequenos,
valor que pode ser atribuído pelo fato da prática ter sido realizada virtualmente.
Portanto, concluímos que o objetivo do experimento foi atingido.

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