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Existem duas formas de reforço: o positivo e o negativo. Ambas tem como escopo
ensinar e reforçar um determinado comportamento. O indivíduo aprende qual o
comportamento desejável para alcançar determinado objetivo. Já a punição reforça qual o
comportamento indesejável, ou seja, que não deve ser manifestado, para evita-lo.
A punição pode acarretar uma série de problemas: esse tipo de estimulação aversiva,
acarreta respostas do sistema nervoso, entendidas como ansiedade, depressão, baixa
autoestima. Além do mais, o comportamento punido não é esquecido, ele é suprimido. Pode
ser que, após a estimulação aversiva ter sido eliminada, o comportamento volte a ocorrer. A
criança pode simplesmente aprender a não dizer palavrões em casa, mas continuar a usá-los
em outros lugares. Ela também suprime o comportamento indesejado, mas não guia a pessoa
para um comportamento mais desejável. A punição diz o que não fazer, o reforço diz o que
fazer. Uma punição combinada com um reforçamento positivo de comportamentos desejáveis
é mais eficiente.
No que se refere às motivações intrínsecas, é algo que vem de dentro para fora. O agir
humano não somente é dirigido para um fim, mas a força e a resistência com a qual se
persegue tal fim são determinadas pelo valor subjetivo que atribuímos a tal fim. Isso significa
que a intensidade do desejo e a perseverança do empenho estão ligadas ao grau de significado
pessoal que o alcance de tal fim exige. Falar de motivação quer, portanto, tratar do processo
interno segundo o qual o nosso agir é ativado, dirigido e sustentado. Tratando-se de um
processo interno, a motivação não pode ser observada diretamente, mas sim somente a partir
daquilo que o aluno, o adulto, afirma, das escolhas que ele realiza, do esforço que explica, da
continuidade e concentração na tarefa que manifesta. Alguns traços externos que em geral
caracterizam um estudante internamente motivado são constituídos da atenção prestada, da
facilidade com a qual se concentra no trabalho designado, do empenho em coligar aquilo que
foi exposto pelo professor ou lido com aquilo que já é conhecido, em procurar elaborar as
informações recolhidas e de organizá-las em maneira não somente de entendê-las melhor,
mas, sobretudo de recordá-las mais facilmente, de colocar perguntas de maneira pontual e
sistemática.
Ocorre acrescentar que é possível aprender também sem estar motivado. Trata-se
geralmente daquilo que vem denominado como aprendizagem acidental, isto é, de
compreensões, aquisições de conhecimentos, não procurados explicitamente, mas sim, como
fruto de circunstâncias e situações particularmente estimulantes, como a participação a um
espetáculo, uma viagem, uma excursão, etc.
Seja por quanto diz respeito ao desenvolvimento da competência, seja para quanto
concerne à curiosidade, seja, enfim, para quanto manifesta a autonomia, parece poder
indicar-nos, além disso, um princípio de nível optimal. Existem um limiar superior e um inferior
para respeitar. Se o desafio para a competência é muito fraco, se a criança se percebe já capaz
de respondê-lo, ele não manifesta nenhuma disponibilidade para empenhar-se. O mesmo vale
em geral quando o desafio é muito elevado. Neste caso ou ele não colhe nem mesmo a
existência desse desafio ou a avalia fora do seu alcance.
Em tudo isso existe certamente o impulso biológico interno, impulso que se acompanha,
porém, de uma parte para a interação com o ambiente e as pessoas e por outra parte ao
influxo do ambiente de pertença. Numa palavra, a conquista das competências que consentem
de mover-se e agir no espaço no qual se encontra, e por outra parte, o atribuir significado e
valor a capacidade e competências, deriva daquilo que é reconhecido como importante e
significativo por parte dos adultos ou dos jovens maiores.
É difícil individualizar uma particular causa para aquela queda não somente de interesse,
mas também de capacidade autônoma para aprender. Provavelmente, são muitas as causas,
não sendo último o aspecto artificial, sem motivação, pelo menos do ponto de vista do aluno,
de muitas coisas que se devem aprender. Basta pensar ao próprio escrever e ler. Em família é
muito difícil ter uma experiência viva e contínua de um contexto no qual se encontrem adultos
empenhados seriamente em escrever. Também em ver uma pessoa mais adulta que leia um
livro com continuidade e atenção é sempre mais raro. Isto, exatamente quando no trabalho ase
acentuam sempre mais as exigências de uma notável competência no uso das várias
tecnologias da comunicação escrita e na capacidade de elaborar símbolos abstratos. Mas isto
ele não vê e não sabe. O sentido e o significado de muitas aprendizagens não é mais objeto de
experiência viva, direta e social. Não somente, mas a falta de exemplos, de modelos, implica
também a impossibilidade de procurar imitar, de exercitar-se em adquirir aquelas habilidades
que caracterizam a atividade ordinária dos adultos ou de pessoas mais velhas do que ele, como
irmãos e irmãs.
Por outra parte, é comum insistir sobre a necessidade de favorecer nas atividades didáticas
a ativação das motivações intrínsecas, como prêmios ou punições. Nesta linha de princípio
nenhum professor gostaria de impor aos alunos de fazer algo que não os atrai, nem os
estimule. Mas faz parte também da bagagem de experiência de cada docente o dever
reconhecer que muitas das coisas que é necessário aprender na escola não pertencem à área
dos assim chamados interesses naturais do estudante.
Um aluno que tem um conceito de capacidade intelectual como entidade imodificável, tem
geralmente como objetivo de aprendizagem, pouco ou nada. E isto é muito próximo àquele
tipo de motivação que é definida como motivação à prestação; motivação que não se dirige
para a aquisição efetiva do conhecimento e da habilidade, mas somente para obter bons
resultados escolares. Diverso é o caso de quem tem um conceito de capacidade flexível. Este é
dirigido prevalentemente a desenvolver o grau de conhecimento e de habilidades possuídos,
isto é, ele é motivado a uma aprendizagem efetiva, a fazer crescer a própria competência, e
não somente a superar uma prova ou um exame.
As pessoas escolhem às vezes uma particular linha de ação, enquanto recordam que esta
escolha trouxe resultados positivos a outra pessoa. Esse processo é chamado ‘Aprendizagem
através da observação’ e é descrito na teoria da aprendizagem social de Bandura. As pessoas
geralmente imitam os modelos, mesmo quando não notam que o modelo recebe um reforço.
Isso parece particularmente verdadeiro quando o modelo é respeitado, ou então, quando se
trata de uma pessoal com a qual o observador se identifica.
Outra implicação está no fato que outros estudantes podem servir de modelo d
comportamento desejado na sala de aula. Os professores podem chamar a atenção dos alunos
para o comportamento maravilhoso de um companheiro da sala de aula. Por exemplo: um
professor pode ter tido uma aula na qual os estudantes decidiram discursar sobre o modo com
o qual compreenderam as ideias de um determinado tema. Um estudante poderia dizer que
começou anotando as próprias associações livres, pensando que isso o teria ajudado a
encontrar o ponto central. Escutando isso, outros estudantes poderiam tentar usar o esmo
sistema no próximo tema.
Em síntese, se pode afirmar que os estudantes observam até que ponto os professores, os
pais e os amigos perseveram no aprender e no resolver os problemas. Esses observam também
as consequências positivas e negativas dessa perseverança. Observam, além disso, as
estratégias de aprendizagem dos outros alunos, constatando se essas foram úteis ou não aos
seus companheiros. Enfim, observam as atividades que os companheiros mais respeitados
escolhem como perspectivas futuras ou como atividades recreativas. Mais tarde, quando
deverão decidir qual estratégia usar, a decisão será influenciada pela recordação dessas
observações. As recordações, portanto, de outras pessoas, desenvolvem um papel importante
na motivação humana.