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LINGUAGEM

E COMUNICAÇÃO
MANUAL TÉCNICO
FORMANDO
ß FICHA TÉCNICA

AUTOR
Confederação dos Agricultores de Portugal - CAP
Departamento de Formação Profissional

COORDENAÇÃO
Clara Guerreiro
Catarina Falcão

EQUIPA TÉCNICA
Rita Lucas
Rita Poças

DESIGN GRÁFICO E PAGINAÇÃO


Scatti Design, Lda.
www.scattidesign.com

FOTOGRAFIA
© kunstfisch
www.photocase.com

PRODUÇÃO GRÁFICA
Impriluz Gráfica, Lda.

LOCAL E DATA DE EDIÇÃO


Lisboa, Abril de 2008

ISBN
978-972-99493-9-5

DEPÓSITO LEGAL

TIRAGEM
1000 exemplares

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO

ß NOTA INTRODUTÓRIA

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) tendo como objectivo promo-


ver a melhoria das práticas pedagógicas através da criação de recursos técnico-
pedagógicos inovadores, adaptados aos públicos-alvo e às necessidades especí-
ficas do contexto actual da formação, desenvolveu um Projecto de elaboração de
Recursos Didácticos na área da Educação/Formação.

A elaboração de novos suportes pedagógicos bem estruturados e adaptados à


especificidade de cada público-alvo a que se destina cada um deles, é
essencial para o sucesso da aprendizagem. Verifica-se que é cada vez mais
necessário a introdução de factores de inovação que promovam o interesse
pela formação profissional, que a tornem mais atractiva, interessante e que
desperte a curio-sidade tanto dos formandos como dos próprios formadores, os
principais auto-res da formação. Durante qualquer processo formativo, a
existência de instru-mentos desenhados especificamente para o
desenvolvimento de uma acção de formação, é sem dúvida, muito
enriquecedor no momento e também para os momentos futuros.

Relativamente a esta área específica do ensino da Educação/Formação, dado se


tratar de uma área em franco desenvolvimento, pretendeu-se construir mais al-
guns instrumentos que contribuam positivamente para o sucesso da formação.

Assim, este projecto é constituído por 10 materiais didácticos:

Produto n.º 1: Manual Técnico – Formador de Gestão/Coordenação de Formação

Produto n.º 2: Manual Técnico – Formando de Gestão/Coordenação de Formação

Produto n.º 3: Aplicação Informática – Instrumentos e Exercícios de Gestão/


Coordenação de Formação

Produto n.º 4: Manual Técnico – Formador de Linguagem e Comunicação

Produto n.º 5: Manual Técnico – Formando de Linguagem e Comunicação

Produto n.º 6: Aplicação Informática – Linguagem e Comunicação

Produto n.º 7: Manual Técnico – Formador de Matemática para a Vida

Produto n.º 8: Manual Técnico – Formando de Matemática para a Vida

Produto n.º 9: Aplicação Informática – Matemática para a Vida

Produto n.º 10: Manual Técnico – Formando de Estratégias de Diferenciação


Pedagógica e Avaliação de Competências

CAP
ß
nota introdutória

Existe grande complementaridade entre as 3 aplicações informáticas e


os res-pectivos manuais (formando/formador) desenvolvidos para as
três áreas de for-mação abordadas:

ß Gestão/Coordenação de Formação;

ß Linguagem e Comunicação;

ß Matemática para a Vida.

Este Manual Técnico – Formando de Linguagem e Comunicação, foi concebido


para o desenvolvimento dos cursos EFA (e outros cursos com situações de balan-
ço de competências ou de aprendizagem neste domínio, nomeadamente na área
da linguagem e comunicação), que representam uma resposta às necessidades de
um público específico: Homens e Mulheres que não tiveram a oportunidade de
concluir a sua formação escolar, e que têm, agora, uma segunda oportunidade.

A área da LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO insere-se no contexto do estudo da


Lín-gua Portuguesa dos cursos EFA. Com conteúdos programáticos inerentes
ao es-tudo da Língua Portuguesa, o MANUAL TÉCNICO DO FORMADOR e o
MANUAL TÉCNICO DO FORMANDO, são uma resposta teórica e prática à
necessidade de formadores e formandos terem um elemento de trabalho que
lhes possibilite uma formação mais enriquecedora e unificada.

O Manual do Formando tem como objectivo fornecer ao formando as suas pró-


prias ferramentas de trabalho e estudo. No Manual o formando encontra, no Ler
e Aprender, textos informativos que explicam, de forma simples e objectiva, os
conteúdos programáticos que irão ser trabalhados na sala de formação. No
final de cada módulo, em Actividades Complementares, o formando tem à sua
disposição exercícios relativos ao módulo que trabalhou, podendo avaliar por si
e em formação os seus conhecimentos, identificando dificuldades que podem
ser resolvidas pelo formador em contexto de formação.

Como complemento e em articulação com este manual foram elaborados:

ß O MANUAL TÉCNICO DO FORMADOR tem como objectivo dar ao formador as


ferramentas para que este possa explorar os conteúdos programáticos do
curso, de modo a alargar e desenvolver os níveis de conhecimento do forman-
do. Assim, é constituído por oito módulos com sugestões de actividades de
exploração e utilização de recursos; actividades complementares no final de
cada módulo (para se avaliar os conhecimentos do formando); sugestões de
actividades para explorar os Temas de Vida (base de lançamento para o de-
senvolvimento e estudo dos conteúdos programáticos); grelhas de observa-ção
(que o formador pode utilizar para avaliar o empenho, o desenvolvimento, o
comportamento e o relacionamento do formando na sala de formação).

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO

ß Um CD-ROM que permite uma abordagem diferente aos conteúdos, inte-


ractivo e composto por dois percursos distintos (B2 e B3). Em cada um dos
percursos, existirá uma abordagem teórica aos conteúdos programáticos
de-finidos, complementada com uma bateria de exercícios práticos que
funcio-narão em plena interactividade com o utilizador, guiando-o por vários
níveis de dificuldade. O CD permite realizar auto-avaliação.

A CAP considera que os resultados deste projecto constituem ferramentas


ao serviço do desenvolvimento de competências dos seus utilizadores e
deste modo deseja contribuir para o aumento da qualidade na formação.

CAP
CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO

ß
ÍNDICE

NOTA INTRODUTÓRIA 3

plano curricular 11

ß
Módulo 1 ORTOGRAFIA 13
Objectivo geral/Objectivos específicos 13
Ler e Aprender 14
1.1.  ORTOGRAFIA 14
 1.1.1.  A divisão silábica 14
 1.1.2.  A acentuação de palavras 15
 1.1.3.  Acentos gráficos 15
 1.1.4.  Translineação 15
 1.1.5.  Os sinais de pontuação 17
Aplicação dos Conhecimentos 1 19
Sugestões Online 21

ß
Módulo 2 A comunicação 23
Objectivo geral/Objectivos específicos 23
Ler e Aprender 24
2.1.  A comunicação 24
 2.1.1.  O processo da comunicação 24
 2.1.2.  Comunicação unilateral/ bilateral 24
 2.1.3.  O ruído 24
 2.1.4.  Comunicação à distância/ em presença 25
Aplicação dos Conhecimentos 2 26
Sugestões Online 27

ß
Módulo 3 A linguagem 29
Objectivo geral/objectivos específicos 29
Ler e Aprender 30
3.1.  A linguagem 30
 3.1.1.  Tipos de linguagem: verbal; não verbal e mista 30
 3.1.2.  Símbolos Nacionais e Internacionais 31
 3.1.3.  Manifestações de arte: pintura, música, escultura 32
 3.1.4.  A Linguagem oral/escrita 32
 3.1.5.  As Funções da linguagem 33
 3.1.6.  Os Registos de língua 34
Aplicação dos Conhecimentos 3 35
Sugestões Online 36

CAP
ß
ÍNDICE

ß
Módulo 4 Análise de textos não literários
Objectivo geral/objectivos específicos
Ler e Aprender
4.1.  Texto literário/Texto não literário
 4.1.1.  A carta
 4.1.2.  A notícia jornalística
Aplicação dos Conhecimentos 4
Sugestões Online

ß
Módulo 5 Expressar opiniões
Objectivo geral/objectivos específicos
Ler e Aprender
5.1.  Discurso argumentativo/discurso persuasivo
 5.1.1. Os Articuladores de discurso ou conectores
5.2.  O Debate
5.3.  Artigos de opinião
5.4.  O Relato
Aplicação dos Conhecimentos 5
Sugestões Online

ß
Módulo 6 O texto narrativo
Objectivo geral/objectivos específicos
Ler e Aprender
6.1.  O Texto narrativo
 6.1.1. Características ou elementos do texto narrativo:
A Acção
O Narrador
As Personagens
O Retrato
O Espaço
O Tempo
6.2.  Modos de apresentação
 6.2.1. A Narração
 6.2.2. O Diálogo
 6.2.3. A Descrição
Aplicação dos Conhecimentos 6
Sugestões Online

ß
Módulo 7 Relação fonética e gráfica entre as palavras/
Processos morfológicos de formação de
palavras
Objectivo geral/objectivos específicos

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO

Ler e Aprender 64
7.1.  Relação fonética e gráfica entre as palavras 64
 - Homonímia 64
 - Homografia 64
 - Homofonia 64
 - Paronímia 64
7.2.  Processo de formação de palavras 65
 7.2.1. Palavras primitivas e derivadas 65
 7.2.2. Palavras simples e compostas 65
 7.2.3. Onomatopeias 67
 7.2.4. Família de palavras 67
 7.2.5. Campo lexical 67
Aplicação dos Conhecimentos 7 68
Sugestões Online 69

ß
Módulo 8 O texto poético 71
Objectivo geral/objectivos específicos 71
Ler e Aprender 72
8.1.  Identificar os conteúdos de um Poema 72
 - Poema 72
 - Verso 72
 - Estrofe 72
8.2.  A rima 73
 - Emparelhada 73
 - Cruzada 73
 - Interpolada 73
 8.2.1. Versos soltos ou brancos 73
8.3.  Recursos expressivos fonéticos: 73
 - Aliteração 73
 - Assonância 73
 - Consonância 73
 - Palavras Onomatopaicas 73
8.4.  As Interjeições 74
8.5.  Figuras de estilo 75
 - Anáfora 75
 - Enumeração 75
 - Comparação 75
 - Metáfora 75
 - Personificação 75
 - Hipérbole 75
 - Eufemismo 75
 - Ironia 75
8.6.  Poesia Visual 76
Aplicação dos Conhecimentos 8 77
Sugestões Online 78

CAP
ß
ÍNDICE
10

ß
Módulo 9 Regras e comportamentos de etiqueta
Objectivo geral/objectivos específicos
Ler e Aprender
9.1.  Regras e comportamento social
 - Pequenas regras de etiqueta
 - Relações por um fio
 - Trim, trim, trim...
 - Cortesia em linha
 - As secretárias como aliadas
 - Telemóveis com moderação
Aplicação dos Conhecimentos 9 / Trabalho de Pesquisa
Sugestões Online

PONHA OS SEUS CONHECIMENTOS À PROVA!

BIBLIOGRAFIA

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
11

PLANO CURRICULAR

Apresenta-se de seguida um quadro com o Plano Curricular previsto


para o de-senvolvimento do curso. Apenas se considerou o estudo da
matéria teórica sem se incluir o tempo necessário para o
desenvolvimento dos exercícios práticos e actividades propostas.

Módulo 1 – ORTOGRAFIA _________________________________________ 8 horas

Módulo 2 – A Comunicação ________________________________________ 15 horas

Módulo 3 – A Linguagem __________________________________________ 20 horas

Módulo 4 – Análise de Textos Não Literários ________________________ 17 horas

Módulo 5 – Expressar Opiniões _____________________________________ 30 horas

Módulo 6 – O Texto Narrativo _______________________________________ 30 horas

Módulo 7 – Relação Fonética e Gráfica entre as Palavras/


Processos Morfológicos de Formação de Palavras ________ 14 horas

Módulo 8 – O Texto Poético _______________________________________ 21 horas

Módulo 9 – Regras e Comportamentos de Etiqueta _________________ 14 horas

TOTAL _______________________________________________________ 161 HORAS

CAP
CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO 13

ß MÓDULO 1
ORTOGRAFIA

Objectivo geral

No final deste módulo os formandos devem saber acentuar e pontuar


correcta-mente.

Objectivos específicos

 ß Saber realizar a divisão silábica;

 ß Identificar palavras monossilábicas, dissilábicas e

polissilábicas;  ß Identificar as palavras graves, aguda e

esdrúxulas;  ß Realizar correctamente uma translineação;

 ß Pontuar correctamente um texto.

CAP
ß
Módulo 1 ORTOGRAFIA
14

LER E APRENDER

1.1.
ortografia

1.1.1.  A DIVISÃO SILÁBICA

Quando dividimos uma palavra para efeitos de translineação (mudança


de linha), a divisão silábica faz-se do seguinte modo:

–  como regra geral, a separação das sílabas faz-se pela


soletração Com-pu-ta-dor ; es-co-la

Atenção!!

–  São separáveis as consoantes dobradas:


Ar-re-ca-dar ; as-so-bi-ar

–  Uma vogal ou ditongo não pode separar-se do grupo gu ou qu, que


mesmo que o u se pronuncie:
Quei-mar ; quais-quer

–  Os dígrafos ch,lh,nh também não se podem separar: têm de ficar


ligados à vogal ou ao ditongo seguinte:
Ga-nhar ; ba-ca-lhau

–  Nunca se separa a consoante inicial de uma palavra, mesmo que


seguida de outra consoante:
Glo-bal ; psi-quiatra

–  O s e o c separam-se ficando um em cada sílaba:


Pés-car ; nas-cer

–  Quando se divide uma palavra composta ou derivada que utiliza o


hífen e este coincide com o final da linha, então o hífen deve ser
repetido no início da outra linha:
Guarda-/-chuva ; disse-/-lhe

Nas palavras dissilábicas existe sempre uma sílaba que se profere com
maior intensidade do que as restantes: é a sílaba tónica, na qual recai o
acento tónico. As restantes são sílabas átonas.

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
15

1.1.2.  A ACENTUAÇÃO DE PALAVRAS

Em cada palavra há apenas uma sílaba tónica: aquela que


pronunciamos com mais intensidade. As restantes são sílabas átonas.
Conforme a posição da sílaba tónica, as palavras classificam-se em:

GRAVES – A sílaba tónica é a penúltima. Ex: caneta; lápis; mesa

AGUDAS – A sílaba tónica é a última. Ex: irão; café; capaz

ESDRÚXULAS – A sílaba tónica é a antepenúltima e são sempre acentuadas.

Ex: câmara; médico; relógio

1.1.3.  ACENTOS GRÁFICOS

A sílaba tónica pode ser ou não ser assinalada por acentos gráficos,
cujo empre-go obedece a regras:

AGUDO ´
Assinala sempre a sílaba tónica, indicando simultaneamente um som
aberto quando colocado sobre vogais (café; lápis; chapéu)

GRAVE `
Nunca pode indicar a sílaba tónica. Serve apenas para indicar a contracção
de preposição a com o artigo definido a ou com determinantes e pronomes
de-monstrativos (a + a = à ou a + aquilo = àquilo).

CIRCUNFLEXO ^
Assinala também sempre a sílaba tónica, indicando um som médio
quando colo-cado sobre vogais (câmara; avô).

TIL ~
Indica a nasalidade da vogal ã e dos ditongos ãe, ão, ões, marcando ao
mesmo tempo a sílaba tónica, se a palavras não tiver outro acento
(irmão; irmã são pa-lavras agudas, mas órfão, órfã são palavras graves)

1.1.4.  TRANSLINEAÇÃO

Quando escrevemos um texto é habitual não haver espaço no final de


uma linha para escrever uma palavra completa. Torna-se necessário
dividi-la em duas par-tes para que se possa continuar a escrever.

Dividimos então as palavras, mantendo-as unidas por um hífen ou um


traço de união (-).

CAP
ß
Módulo 1 ORTOGRAFIA
16

A divisão das palavras obedece a algumas regras:

1.  Dividimos as palavras em sílabas


Ca-sa, car-tei-ra, es-co.la

2.  Podemos separar as vogais desde que, ao fazê-lo, não separemos


os diton-gos.
Avi-ão, qua-se

3.  Separam-se as consoantes desde que pertençam a sílabas diferentes.

An-tigo, cons-telação

4.  As consoantes duplas ficam divididas.


As-sado, tos-se

5.  As consoantes agrupadas nh,lh,ch,cr, não se separam.

6.  No caso dos grupos gu r e qu não há a hipótese de se separarem,


quer o u se pronuncie ou não.
Pa-gue, to-que

7.  Se a palavra já utiliza hífen ou traço de união, ao separá-la repete-se o hífen.

Lê-/-se, guarda-/-chuva

8.  O grupo formado pelas consoantes sc (s + c) parte-se ficando o s


numa sílaba e o c na sílaba seguinte.
Nas-cimento, cres-cer

9.  O s dos prefixos bis, cis, des, dis,tras, trans, tres, tris e o x do prefixo ex não
se separam quando a sílaba seguinte começa por consoante; se começa
por vogal separa-se porque passa a formar uma sílaba com essa vogal.

Bis-neto; bi-savô
Trans-montano, tran-satlãntico
Ex-trair; e-xaltar

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
17

1.1.5.  OS SINAIS DE PONTUAÇÃO

Os sinais de pontuação são utilizados na escrita com a finalidade de


representar pausas, entoações, ritmo e maior ou menor expressividade, de
modo a que a mensagem escrita reproduza fielmente a mensagem oral.

A má utilização de um sinal (a vírgula, por exemplo) pode alterar


completamente todo o sentido de uma frase. É por isso que se torna importante
conhecer a e compreender os sinais de pontuação e respectivas funções.

São sinais de pontuação:

% Ponto – representa a maior das pausas. Coloca-se no fim de uma frase decla-rativa. Indica
abreviatura de uma palavra.

( Vírgula – representa uma pausa menor que o ponto final. Separa os elemen-tos repetidos numa
frase ou de uma enumeração.

( Ponto e vírgula – indica uma pausa maior que uma vírgula. È utilizado para separar diferentes
aspectos de uma mesma ideia numa frase.

( Dois pontos – introduz o discurso directo, uma explicação, uma enumeração ou uma citação.

( Ponto de interrogação – utiliza-se nas frases interrogativas directas.

( Ponto de exclamação – termina as frases exclamativas

( Reticências – marca as frases em que a ideia fica incompleta.

(-) Travessão – num diálogo, assinala a mudança de interlocutor.


Intercala pala-vras ou frases.

( ) Parênteses – introduz um comentário ou uma explicação.

(“ “) Aspas – marcam os limites de uma transcrição, assinalam a


expressividade der uma palavra ou expressão.

Observe como a pontuação pode alterar o sentido de uma frase:

O meu pai trabalha na escola não a minha mãe.


O meu pai trabalha na escola, não a minha mãe.
O meu pai trabalha na escola? Não. A minha mãe.

CAP
ß
Módulo 1 ORTOGRAFIA
18

Leia com atenção o texto que se segue e verifique a importância da


utilização correcta da pontuação.

«Um homem rico, sentindo-se morrer, pediu papel e caneta, e escreveu


assim o seu testamento: «Deixo todos os meus bens à minha irmã não ao
meu sobrinho jamais será paga a conta ao alfaiate nada aos pobres.»

Não teve tempo de pontuar e morreu.

A quem deixava ele a fortuna que tinha?

Eram quatros os concorrentes. Chegou o sobrinho e fez as pontuações


numa có-pia do bilhete: «Deixo todos os meus bens á minha irmã? Não. A
meu sobrinho. Jamais será paga a conta ao alfaiate. Nada aos pobres.»

Surgiu o alfaiate que, pediu a cópia do original, fez estas pontuações:


«Deixo todos os meus bens à minha irmã? Não. A meu sobrinho?
Jamais. Será paga a conta ao alfaiate.»

O juiz estudava o caso, quando chegaram os pobres da cidade; e um


deles, mais sabido, tomando outra cópia, pontuou-a assim: «Deixo
todos os meus bens à minha irmã? Não. A meu sobrinho? Jamais. Será
paga a conta ao alfaiate? Nada. Aos pobres.»

Adaptado
In O Essencial para o Básico, Edições Asa

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
19

APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS 1

Realize os seguintes exercícios tendo em conta o que aprendeu no


Módulo – Ortografia.

1. Complete o quadro que se segue:

N.º DE SÍLABAS MONOSSÍLABO DISSÍLABO POLISSÍLABO

Automóvel

Casa

Encaixado

2. Atente nas seguintes palavras: café, capital, exercício:

Sublinhe a sílaba tónica de cada uma delas.

Complete:

a. Café é uma palavra com ________ sílabas e é acentuada na (cortar o que não interessa) última
/ penúltima / antepenúltima sílaba. Quanto à acentuação é uma palavra ______________________.

b. Capital é uma palavras com _____________ sílabas e é acentuada na (cortar o que não interessa)
última / penúltima / antepenúltima sílaba. Quanto á acentuação é uma palavra _______________________.

c. Exercício é uma palavra com ___________ sílabas e é acentuada na (cortar o que não
interessa) última / penúltima / antepenúltima sílaba. Quanto á acen-tuação é uma palavra
________________________.

3. Divida as palavras que lhe são apresentadas no maior número


possível de elementos:

Caderno : ______________________________________________________________

Queijo: ________________________________________________________________

Quase: ________________________________________________________________

Telhados: ______________________________________________________________

CAP
ß
Módulo 1 ORTOGRAFIA
20

Fim-de-semana: _______________________________________________________

Acanhado: _____________________________________________________________

4. Coloque adequadamente a pontuação:

a. Luís tem uma bicicleta Sim ele tem uma bicicleta

b. Cães gatos e galinhas todos eles pertencem ao reino animal

c. A escola o desporto e as férias são actividades mais comuns nos


portugue-ses

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
21

SUGESTÕES ONLINE

Nas seguintes sugestões on-line poderá encontrar mais informação sobre o mó-
dulo anterior. Nestes endereços terá a oportunidade de aprender sozinho. Utili-
zando estas ferramentas conseguirá compreender e aplicar com maior facilidade a
matéria dada anteriormente. Descubra novos sites, exercícios, que o ajudarão a
participar e a entender melhor as sessões de Linguagem e Comunicação. Não
dispense a ajuda do formador, ele irá orientá-lo no seu trabalho.

http://www.ciberduvidas.sapo.pt

http://web.educom.pt

http://www.ludotech.eu/jogos/portug

CAP
CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO 23

ß MÓDULO 2
A COMUNICAÇÃO

Objectivo geral

No final do módulo o formando deverá ser capaz de identificar e de utilizar


cor-rectamente todos os elementos do processo da comunicação.

Objectivos específicos

 ß Explicar correctamente o que é a comunicação;

 ß Identificar e explicar os diferentes elementos que fazem parte do


processo da comunicação;

 ß Distinguir correctamente a comunicação bilateral da comunicação


unila-teral;

 ß Explicar e identificar os diferentes tipos de ruídos que podem


existir num processo comunicativo;

 ß Distinguir uma comunicação em presença e à distância.

CAP
ß
Módulo 2 A comunicação
24

LER E APRENDER

«O homem é um animal social.», disse Aristóteles, filósofo grego do séc IV a.c.

2.1.
A COMUNICAÇÃO

Comunicar é saber transmitir e partilhar as nossas ideias, sentimentos,


pensa-mentos, ou seja, tudo aquilo que desejamos passar para os
outros, tornando-nos um ser social membro de uma comunidade.

2.1.1.  O processo da comunicação

No processo da comunicação existem vários elementos:

 ß Emissor: é quem envia e mensagem;

 ß Mensagem: é a informação transmitida;

 ß Receptor: é quem recebe a informação;

 ß Código: é conjunto de sinais que, organizados, permitem ao


emissor enviar a mensagem e ao receptor compreendê-la;

 ß Canal: é o meio físico pelo qual se envia a mensagem;

 ß Contexto: são as circunstâncias que envolvem a comunicação.

2.1.2.  comunicação unilateral/bilateral

Comunicação unilateral é aquela que é realizada num só sentido, ou


seja, o emissor comunica mas não há resposta por parte do receptor. É
o que acontece nos jornais, livros, etc.

Comunicação bilateral é aquela que é realizada nos dois sentidos, ou


seja, o emissor e o receptor trocam mensagens. Os dois elementos
trocam de papéis, o emissor torna-se receptor e o receptor torna-se
emissor. É o que acontece quan-do existe diálogo.

2.1.3.  O ruído

O Ruído na comunicação é tudo aquilo que impede ou dificulta uma boa


comuni-cação. Temos como exemplo as buzinas dos carros, sirenes, as
interferências na televisão, os erros ortográficos, etc.

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
25

2.1.4.  A COMUNICAÇÃO À DISTÂNCIA/EM PRESENÇA

A comunicação à distância é aquela onde não existe contacto visual


entre os dois principais elementos do processo da comunicação.

A comunicação em presença é aquela na qual existe um contacto visual


entre o emissor e o receptor.

CAP
ß
Módulo 2 A comunicação
26

APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS 2

Realize os seguintes exercícios tendo em conta o que aprendeu no


Módulo – A Comunicação.

1. Complete o seguinte texto tendo em conta os elementos que fazem


parte do processo da comunicação.

O ___________ é aquele que recebe a ________________. Esta é transmitida pelo


____________ através do ____________. O _____________ permite ao emissor enviar

a informação e ao receptor da perceber. O _____________ são as circunstâncias

que envolvem a comunicação.

2. No seguinte exemplo diga se existe uma comunicação bilateral ou unilateral.


Justifique a sua resposta.

Ex: O Primeiro Ministro escreveu uma carta ao Presidente da República.


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

3. Explique o que são os ruídos da comunicação. Dê três exemplos.


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

4. Dê um exemplo de uma comunicação à distância.


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
27

SUGESTÕES ONLINE

Nas seguintes sugestões on-line poderá encontrar mais informação sobre o mó-
dulo anterior. Nestes endereços terá a oportunidade de aprender sozinho. Utili-
zando estas ferramentas conseguirá compreender e aplicar com maior facilidade a
matéria dada anteriormente. Descubra novos sites, exercícios, que o ajudarão a
participar e a entender melhor as sessões de Linguagem e Comunicação. Não
dispense a ajuda do formador, ele irá orientá-lo no seu trabalho.

http://www.formacao.at.webpages.com

http://www.infopedia.pt

http://pwp.netcabo.pt

CAP
CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO 29

ß MÓDULO 3
A LINGUAGEM

Objectivo geral

No final deste módulo o formando deve saber identificar os diferentes tipos


de linguagem, bem como utilizar correctamente, em diferentes contextos,
todos os parâmetros que fazem parte do mundo da linguagem.

Objectivos específicos

 ß Explicar o conceito de linguagem;

 ß Identificar e saber utilizar os diferentes tipos de linguagem;

 ß Distinguir linguagem oral de linguagem escrita;

 ß Saber caracterizar a linguagem oral / escrita;

 ß Saber as diferentes funções da linguagem e o seu contexto;

 ß Saber identificar os diferentes registos de língua;

 ß Utilizar correctamente todos os aspectos que fazem parte da linguagem.

CAP
ß
Módulo 3 A LINGUAGEM
30

LER E APRENDER

«Comparadas entre si, as diferentes línguas mostram que jamais se


chega pe-las palavras à verdade, nem a uma expressão adequada: não
fosse isso, não haveria tão grande número de línguas.»

Fonte: «O livro do Filósofo»


Autor: Nietzshe, Friedrish

3.1.
A LINGUAGEM

Todos comunicam, animais e homens, mas a linguagem é própria do


Homem, pois só nele resulta de uma actividade consciente e criativa da
mente, podendo ser expressa pela palavra.

A linguagem é um conjunto de processos que permitem a comunicação entre


pessoas. A comunicação faz-se através de sons, sinais ou símbolos escritos.

3.1.1.  TIPOS DE LINGUAGEM: VERBAL; NÃO VERBAL E MISTA

Existem três tipos de linguagem: Linguagem verbal, linguagem não


verbal e lin-guagem mista.

 ß Linguagem verbal: é aquela que é realizada através da palavra.


Esta pode ser oral (diálogo, telefone) e escrita (livro, carta).

 ß Linguagem não verbal: é aquela realizada não pela palavra, mas


por outros meios que podem ser:

   –  Sonora: realizada através do som (sirenes, campainha);

   –  Gestual: realizada através de gestos (piscar o olho, acenar com a mão);

   –  Simbólica: realizada através de símbolos que são utilizados


numa rela-ção metafórica (a pomba representando a paz, o
coração representando o amor);

   –  Icónica: realizada através de ícones utilizados numa relação


de seme-lhança (os desenhos em placas na via pública
significando, hospital, parque de campismo, pousada, etc).

   –  Linguagem mista: é aquela que é igualmente verbal e não


verbal (uma anedota ilustrada).

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
31

3.1.2.  SÍMBOLOS NACIONAIS e INTERNACIONAIS

Quando falamos com alguém, lemos um livro ou escrevemos uma carta, estamos a
comunicar, estamos a utilizar a palavra (escrita/oral) como código, ou seja, esta-
mos a utilizar a linguagem verbal. Porém existem outras formas de comunicar sem
utilizar a palavra como instrumento principal. A linguagem não verbal não utiliza a
palavra, mas sim símbolos (gestos, sinais de transito, pinturas, música, etc.).

A SIMBOLOGIA é o estudo, a interpretação e a arte de criar símbolos.


Existem símbolos que são reconhecidos internacionalmente, outros só
são reconhecidos e compreendidos dentro de um determinado grupo ou
contexto (religioso, cultu-ral, desportivo, etc.). No nosso dia-a-dia
utilizamos muito símbolos para trans-mitir a nossa mensagem, seja na
rua, em casa ou no emprego. Vejamos alguns exemplos de:
Símbolos Nacionais
–  a bandeira nacional;

–  o adepto que veste uma camisola do Benfica, sabemos qual é a sua


preferên-cia clubista;

–  os símbolos dos partidos políticos;

–  os futebolistas, Eusébio, Figo e Cristiano Ronaldo;

–  o fado;

–  outros.

Existem outros sinais que são reconhecidos internacionalmente, como


por exemplo:
Símbolos internacionais
–  SOS;

–  os símbolos utilizados nos manuais das máquinas de lavar a roupa;

–  o símbolo para pessoas com deficiência;

–  o símbolo para indicação de elevadores;

–  símbolos para a identificação de casas de banho para senhoras,


senhores, de-ficientes, fraldário;

–  o símbolo de escadas rolantes;

–  o símbolo da cruz vermelha internacional;

–  o símbolo dos hospitais;

–  outros.

CAP
ß
Módulo 3 A LINGUAGEM
32

3.1.3.  MANIFESTAÇÕES DE ARTE: pintura, música, escultura

A arte também tem os seus próprios códigos, códigos estes que são utilizados
para transmitir a sua mensagem ao receptor. A arte e todas as manifestações
artísticas (pintura, escultura, música, teatro, dança, etc.) são processos comuni-
cativos que desenvolvem o raciocínio criativo e estimulam os sentidos e a
imagi-nação do receptor. Através destas manifestações o receptor abre a sua
criativi-dade à interpretação dos vários tipos de arte.

Cada receptor pode fazer a sua própria interpretação da mensagem que o


artista quer transmitir. Uma pintura, uma sinfonia, ou uma escultura, podem
ser inter-pretadas de diferentes maneiras, por diferentes receptores.

In http://www.images.google.pt

3.1.4.  a linguagem oral/escrita

A linguagem oral é caracterizada pela adequação constante ao(s)


ouvinte(s), procurando ajustar-se a ele(s).

A linguagem escrita caracteriza-se por uma comunicação à distância, obedecen-do


a regras de escrita. É uma linguagem mais cuidada e trabalhada do que a
linguagem oral. No entanto não se pode adequar ao momento da comunicação.

A LINGUAGEM ORAL ß principais características:

 ß Existe a presença física do emissor, nem que seja só a sua voz;

 ß É realizada através do som;

 ß É acompanhada com expressões do rosto e do corpo;

 ß A entoação do discurso oral é muito importante, principalmente nas


inter-rogações e exclamações;

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
33

 ß Existe a adequação constante ao discurso;

 ß As frases são simplificadas;

 ß Utilização do vocabulário fundamental;

 ß Existe uma liberdade na aplicação das regras gramaticais;

 ß Frequência de repetições e bordões de fala.

A LINGUAGEM escrita ß principais características:

 ß Não existe a presença física do emissor;

 ß É realizada através da escrita;

 ß Utilização da pontuação para marcar o ritmo e a entoação;

 ß Não existe a possibilidade de se ir adequando ao discurso;

 ß As frases são mais elaboradas;

 ß O vocabulário é mais elaborado;

 ß Existe uma maior rigor no cumprimento das regras gramaticais;

 ß Ausência de repetições e bordões.

3.1.5.  as funções da linguagem

A linguagem pode ser utilizada com diversas finalidades e objectivos.

A FUNÇÃO INFORMATIVA
A função informativa tem como objectivo informar acerca de uma
ocorrência. A linguagem é simples, clara e objectiva. Predomina o tipo
de frases declarativo, bem como a terceira pessoa gramatical.

A FUNÇÃO EMOTIVA
A função emotiva exprime a atitude do emissor em relação ao conteúdo
da mensagem. A entoação tem muita importância, na medida em que
representa a expressão de emoções. Predominam as frases de tipo
exclamativo e interro-gativo.

A FUNÇÃO APELATIVA
A função apelativa tem como objectivo aconselhar ou persuadir. Predomina o
tipo de frases imperativas, uma vez que pretende levar o receptor (aquele que
recebe a mensagem) a fazer algo. Dirige-se à segunda pessoa gramatical.

CAP
ß
Módulo 3 A LINGUAGEM
34

A FUNÇÃO POÉTICA
A função poética centra-se na própria mensagem. Esta função não se
encontra apenas na poesia mas também em slogans publicitários,
lengalengas, provér-bios populares, etc.

3.1.6.  Os registos de língua

O uso que cada um de nós faz da língua depende de vários factores: o


nível só-cio-cultural, a situação de comunicação, dos receptores e dos
objectivos da co-municação.

Desta necessidade de adequar à língua as várias situações surgem


quatro regis-tos de língua.

O REGISTO CUIDADO
Este registo tem um vocabulário variado, mais complexo e uma sintaxe
mais elaborada. Esta linguagem é utilizada numa situação de comunicação
em que há um distanciamento entre o emissor e o receptor. Ex:
documentos oficiais, conferências, comunicações orais, etc.

O REGISTO CORRENTE
O registo corrente corresponde à norma ou língua padrão. É um nível médio
que possibilita a comunicação entre os indivíduos que falam a mesma língua,
inde-pendentemente da sua condição social ou região onde vivem. Este registo
utiliza palavras, expressões e construções frásicas vulgares e simples. Este
tipo de lin-guagem é empregue nos meios de comunicação.

O REGISTO FAMILIAR
O registo familiar é utilizado entre pessoas que têm alguma intimidade.
Utiliza um vocabulário e uma sintaxe muito simples e de pouco rigor.
Este registo é empregue em conversas informais, cartas familiares, etc.

O REGISTO POPULAR
O registo popular é aquele que se distancia mais da norma. É normalmente
uti-lizado pelas camadas menos alfabetizadas da população. O vocabulário
é muito simples e genuíno. A sintaxe é por vezes incorrecta.

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO 35

Aplicação dos conhecimentos 3

Realize os seguintes exercícios tendo em conta o que aprendeu no


Módulo – A Linguagem.

1. Identifique nos seguintes exemplos os tipos de linguagem presentes:

a.  O Manuel gosta de ler banda desenhada. _______________________________


b.  O João fala por gestos. _________________________________________________
c.  Eu escrevi uma carta ao meu pai. _______________________________________

2. Quais são as diferenças que existem entre a linguagem oral e a


linguagem escrita?

__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

3. Identifique as funções da linguagem nos seguintes exemplos:

a. O tabaco faz mal à sua saúde. Não fume!!!!


__________________________________________________________________________

b. No passado dia 18 de Dezembro a Dona Fernanda deu à luz cinco


meninas, no hospital de Santarém. Estão todas bem de saúde.

__________________________________________________________________________

c. Eu amo-te tanto, eu adoro-te, não te vás embora meu torrão de açúcar.

__________________________________________________________________________

4. Refira os registos de língua que estudou e caracterize um deles.

__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

CAP
ß
Módulo 3 A LINGUAGEM
36

SUGESTÕES ONLINE

Nas seguintes sugestões on-line poderá encontrar mais informação sobre o mó-
dulo anterior. Nestes endereços terá a oportunidade de aprender sozinho. Utili-
zando estas ferramentas conseguirá compreender e aplicar com maior facilidade a
matéria dada anteriormente. Descubra novos sites, exercícios, que o ajudarão a
participar e a entender melhor as sessões de Linguagem e Comunicação. Não
dispense a ajuda do formador, ele irá orientá-lo no seu trabalho.

http://www.gramaticaonline.com

http://www.ciberdúvidas.com

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO 37

ß MÓDULO 4
ANÁLISE DE TEXTOS NÃO LITERÁRIOS

Objectivo geral

No final deste módulo o formando deve ser capaz de distinguir


correctamente um texto literário de um não literário, escrevendo
facilmente e correctamente textos de origem não literária.

Objectivos específicos

 ß Distinguir um texto literário de um texto não literário;

 ß Saber caracterizar um texto literário e um texto não literário;

 ß Identificar a estrutura de uma carta familiar e comercial;

 ß Saber escrever uma carta familiar e comercial;

 ß Identificar a estrutura de uma notícia jornalística;

 ß Saber analisar uma notícia;

 ß Saber escrever uma carta de resposta a um anúncio de emprego.

CAP
ß
Módulo 4 ANÁLISE DE TEXTOS NÃO LITERÁRIOS
38

LER E APRENDER

4.1.
TEXTO LITERÁRIO / TEXTO NÃO LITERÁRIO

O texto literário e o texto não literário são bastante diferentes, quanto ao tema,
ao tipo de linguagem, ao registo de língua e à função de linguagem utilizados.

Os factos narrados num texto literário surgem por vezes da imaginação


do es-critor. A função da linguagem mais utilizada é a poética dada a
originalidade da linguagem e a finalidade estática da mesma. A
linguagem é subjectiva e plu-rissignificativa, que deixa ao leitor a
possibilidade de uma interpretação muito própria.

O texto não literário pretende transmitir uma informação, relatando


factos ob-jectivos e verídicos. Neste caso a função de linguagem que
predomina é a função informativa. A linguagem do texto não literário
assume um carácter objectivo e unissignificativo. O registo de língua é o
registo corrente, para que todos possam compreender.

O texto literário engloba o mundo artístico enquanto que o texto não


literário insere-se no âmbito da comunicação.

4.1.1.  a carta

«Ninguém é mais solitário do que aquele que nunca recebeu uma


carta.» Autor: Canetti, Elias

A ESTRUTURA DA CARTA
A saudação inicial e fórmula de despedida variam de acordo com o destinatário
e o grau de intimidade que se tem. A linguagem é familiar numa carta a um
ami-go, ao contrário da carta a um superior, que apresenta um tom formal.

A carta divide-se em três partes:

Primeira parte – O Cabeçalho, onde está inserido o local e data e a


saudação ao destinatário.

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
39

Segunda parte – O Corpo da carta engloba a introdução, o


desenvolvimento e a conclusão.

Terceira parte – O Fecho inclui a fórmula de despedida e a assinatura.

SAUDAÇÃO INICIAL
1.  A um superior ou a alguém pouco íntimo

 ß Ex.mª Senhora Directora


 ß Exª Senhora
 ß Senhor Tiago
 ß Caro Senhor
 ß Meu caro Senhor

2.  A um amigo ou alguém mais íntimo

 ß Estimado amigo
 ß Meu caro amigo
 ß Carolina
 ß Querido Luís
 ß Querido Pai

FÓRMULAS DE DESPEDIDA
1.  A um superior ou alguém pouco íntimo

 ß Respeitosamente

 ß Com os melhores cumprimentos

 ß Com a mais elevada estima

 ß Atenciosamente

2.  A um amigo ou alguém mais íntimo

 ß Um grande abraço

 ß Com amizade

 ß Muitos beijinhos

 ß Um abraço

CAP
ß
Módulo 4 ANÁLISE DE TEXTOS NÃO LITERÁRIOS
40

4.1.2.  a notícia jornalística

«A primeira qualidade de um comandante é cabeça fria para receber


uma im-pressão correcta das coisas. Não se deve deixar-se confundir
quer por boas ou por más notícias.»

Autor: Bonaparte, Napoleão

A notícia é narrativa curta (deve dizer apenas o essencial para captar a


atenção do leitor) de um acontecimento actual (o que acontece ou é
conhecido no espaço de 24 horas) com interesse geral (o que desperta
a curiosidade e atenção do pú-blico a que se destina.

A ESTRUTURA DA NOTÍCIA
A notícia deve ser constituída de forma a possibilitar uma leitura rápida.

ß TÍTULO – (pode ter um antetítulo e / ou subtítulo)

ß LEAD – corresponde ao 1º parágrafo que pode ser ou não destacado.


Deve conter as informações essenciais, respondendo sempre que
possível às ques-tões: QUEM? QUANDO? O QUÊ? ONDE?

ß CORPO DA NOTÍCIA – inclui o desenvolvimento da notícia, no qual


deverão estar expressas as resposta às perguntas: COMO? PORQUÊ?

A PIRÂMIDE INVERTIDA
A notícia elaborada de acordo com a estrutura anteriormente indicada,
segue a técnica da pirâmide invertida, ou seja, a notícia fornece
importantes informações de forma resumida no início (LEAD),
apresentado os detalhes no final (CORPO DA NOTÍCIA).
Esta técnica facilita a leitura e a escolha das notícias que interessam ao
leitor. Este pode, apenas com a leitura do LEAD, ficar informado sobre
determinados acontecimentos sem ter que ler a notícia por completo,
podendo seleccionar aquelas que lhe interessam ler no total.

In http://dn.sapo.pt

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
41

Aplicação dos conhecimentos 4

Realize os seguintes exercícios tendo em conta o que aprendeu no


Módulo – Análise de Textos Não Literários.

A Carta

1. Escreva uma carta familiar identificando os elementos que a constituem.

__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

A Notícia

1. Recolha uma notícia de um jornal e divida-a nas suas partes.


(Poderá colar a sua notícia neste espaço)

CAP
ß
Módulo 4 ANÁLISE DE TEXTOS NÃO LITERÁRIOS
42

2. Realize um Lead a partir deste título: Apanhado com a boca na botija.

__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

3. Realize uma notícia a partir de uma imagem escolhida por si.

__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
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__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
43

SUGESTÕES ONLINE

Nas seguintes sugestões on-line poderá encontrar mais informação sobre o mó-
dulo anterior. Nestes endereços terá a oportunidade de aprender sozinho. Utili-
zando estas ferramentas conseguirá compreender e aplicar com maior facilidade a
matéria dada anteriormente. Descubra novos sites, exercícios, que o ajudarão a
participar e a entender melhor as sessões de Linguagem e Comunicação. Não
dispense a ajuda do formador, ele irá orientá-lo no seu trabalho.

http://www-univ-ab.pt

http://www.educacao.te.pt

CAP
CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
45

ß MÓDULO 5
EXPRESSAR OPINIÕES

Objectivo geral

No final deste módulo o formando deverá ser capaz de expressar


opiniões por escrito e oralmente.

Objectivos específicos

 ß Caracterizar um discurso argumentativo e persuasivo;

 ß Saber realizar um debate;

 ß Expressar e defender opiniões;

 ß Produzir um relato.

CAP
ß
Módulo 5 EXPRESSAR OPINIÕES
46

LER E APRENDER

«As novas opiniões são sempre suspeitas e geralmente opostas, por


nenhum outro motivo além do facto de ainda não serem comuns.»

Autor: Locke, John

5.1.
DISCURSO ARGUMENTATIVO/discurso persuasivo

DISCURSO ARGUMENTATIVO
Este discurso tem como objectivo interferir ou transformar o ponto de vista
do destinatário relativamente ao mundo que o rodeia. Argumentar consiste
em apresentar razões, argumentos para se defender uma tese. O discurso
argumen-tativo organiza-se em quatro momentos: tese (tema, assunto),
premissas (facto ou princípio que serve de base a um raciocínio ou a um
estudo), argumentos (raciocínio de onde se tira a respectiva conclusão) e
conclusão (acto de concluir, acabamento, desfecho).

DISCURSO PERSUASIVO
Neste discurso o emissor tenta persuadir (convencer), o destinatário do
seu dis-curso, a aceitar ou decidir a fazer algo. Não existe nesta
persuasão a intenção de prejudicar o destinatário.

5.1.1.  OS ARTICULADORES DE DISCURSO OU CONECTORES

Os conectores ou articuladores de discurso são palavras essenciais


para a liga-ção lógica das frases que constituem os textos.

Os conectores são palavras que ligam dois factos ou duas frases entre si.

Ex: A Luísa teve bons resultados, porque trabalhou muito.

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
47

CLASSIFICAÇÃO DOS CONECTORES OU ARTICULADORES

CONECTORES OU Concluir: finalmente, em conclusão, consequentemente…


ARTICULADORES
DO DISCURSO
Exemplificar: por exemplo, isto é, aqui se apresenta,
(DE ACORDO COM A
IDEIA A EXPRIMIR) neste caso, sendo assim, aliás, por vezes, é o caso de …

Provar/reforçar: com efeito, sem dúvida, na verdade,


deste modo, além disso, por esta razão…

Opor/restringir: mas , embora, no entanto, todavia,


sobretudo, por outro lado, apesar de…

Acrescentar: e, pois, além disso, e ainda …

Ligar (temporal): quando, depois que, antes que, em seguida…

Ligar (espacial): ao lado, sobre, sob, à esquerda, no meio…

Exprimir fim: para que, a fim de …

Exprimir condição: se, a não ser que, desde que…

Exprimir consequência: portanto, de modo que, de forma que…

Exprimir concessão: embora, ainda que, por mais que…

Exprimir comparação: como, assim como, segundo, tal como…

Exprimir dúvida: talvez, não sei bem , é provável,


possivelmente…

Exprimir certeza: é evidente que, certamente, decerto,


naturalmente, evidentemente…

5.2.
o debate

Para que um debate resulte, todos os participantes devem cumprir as


regras impostas pelo moderador que orienta a discussão.

CAP
ß
Módulo 5 EXPRESSAR OPINIÕES
48

Ao moderador compete:

 ß expor sumariamente o assunto a debater;

 ß abrir a sessão;

 ß dar a palavras a todos os que desejarem intervir;

 ß estabelecer, sempre que possível uma relação entre as várias

opiniões;  ß impedir que os intervenientes se desviem do assunto

em discussão;  ß ser imparcial;

 ß apresentar conclusões.

O moderador pode ser auxiliado por um secretário. Ao secretário compete:

 ß registar as inscrições de quem pede a palavra;

 ß controlar o tempo de cada intervenção e do debate;

 ß registar, por escrito, as conclusões mais relevantes.

EXPRESSÕES PARA UM DEBATE

ß CONCORDAR
Aceito a posição de…

Concordo plenamente…

É evidente...

Percebo a posição de…

ß PEDIR A PALAVRA
Se me permite intervir…

Gostaria de dizer…

Posso intervir?

Queria só dizer que…

ß RECUPERAR A PALAVRA
Se não me interromperem…

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
49

Gostaria de acabar…

Só vou concluir…

Deixe-me dizer ainda que…

ß RESUMIR A EXPOSIÇÃO
Resumindo…

Em poucas palavras…

Em suma…

Concluindo diria que…

ß DAR A OPINIÃO
Penso que…

Considero que…

A meu ver…

Na minha opinião…

ß CONVENCER
Não é melhor…?

Não acha que…?

Estou convencido de que…

Não há dúvida que…

ß APRESENTAR UM PROTESTO
Não posso aceitar que…

Não se trata de…

Não percebeu o meu ponto de vista…

Esta afirmação não corresponde…

ß PEDIR UM ESCLARECIMENTO
Não se importa de explicar melhor?

CAP
ß
Módulo 5 EXPRESSAR OPINIÕES
50

O que quer dizer com…?

O que significa para si…?

Pode repetir a sua opinião..?

ß DISCORDAR
Não posso aceitar que…

Não concordo com…

Não sou da mesma opinião…

Não compreendo que...

5.3.
artigos de opinião

Um artigo de opinião é uma exposição que exprime os pontos de vista


pessoais sobre um determinado assunto.
Há que saber distinguir um facto de uma opinião.

Um facto é um acontecimento que existe ou existiu e pode ser provado.


Uma opinião é um parecer/juízo que se faz sobre qualquer pessoa,
objecto ou acção. Saber distinguir facto de opinião é essencial.

Não basta ao leitor compreender o texto, deve ter perante ele uma
atitude crí-tica.

Exemplo:

 ß D. Sebastião foi rei de Portugal.


– um facto.

 ß D. Sebastião teria sido melhor rei, se tivesse ouvido os seus conselheiros.

– uma opinião.

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
51

5.4.
o relato

Um relato informativo é um texto objectivo em que se dão a conhecer,


de modo rigoroso, os pormenores de uma vivência (viagem…), de uma
experiência (descri-ção de um fenómeno…) ou de um problema.

Para preparar um relato deve-se:

1.  Escolher o tema e os pontos principais que se querem abordar.

Para isso é conveniente preparar um guião, ou seja, uma lista ordenada


dos por-menores a tratar.

2.  Procurar informações sobre o assunto a relatar. (Por exemplo, ao longo de


uma viagem, todas as informações interessantes devem ser anotadas.)

3.  Seleccionar a informação. (Os dados recolhidos devem ser seleccionados e


or-ganizados segundo a ordem que se considerar mais correcta.)

O relato pode organizar-se em três partes:

 ß a introdução;

 ß o desenvolvimento;

 ß a conclusão.

CAP
ß
Módulo 5 EXPRESSAR OPINIÕES
52

APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS 5

Realize os seguintes exercícios tendo em conta o que aprendeu no


Módulo – Expressar Opiniões.

O Debate

1.  Escolha um Tema de Vida e realize um debate, aplicando as regras


e expres-sões que aprendeu em formação.

O Relato

1.  Após a realização de uma visita de estudo, elabore o seu relato. Utilize o com-
putador, a Internet. Coloque fotografias dos locais que visitou e de que gostou
mais. Peça auxílio ao formador de TIC para a realização deste trabalho.

Opinião / Facto

1. Distinga um facto de uma opinião.

__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

2. Identifique se os seguintes exemplos são opiniões ou factos:

a.  A Cimeira Europa Africa foi em Lisboa.


b.  Acho que esta cimeira devia ter sido realizada no Porto.
c.  Vieram muitos representantes do Continente Africano.
d.  A Educação faz parte do desenvolvimento do indivíduo.
e.  Portugal é um país europeu.

3. Escolha um tema da actualidade (por exemplo, um tema abordado


na disci-plina de Cidadania) e expresse por escrito as suas opiniões.

__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
53

SUGESTÕES ONLINE

Nas seguintes sugestões on-line poderá encontrar mais informação sobre o mó-
dulo anterior. Nestes endereços terá a oportunidade de aprender sozinho. Utili-
zando estas ferramentas conseguirá compreender e aplicar com maior facilidade a
matéria dada anteriormente. Descubra novos sites, exercícios, que o ajudarão a
participar e a entender melhor as sessões de Linguagem e Comunicação. Não
dispense a ajuda do formador, ele irá orientá-lo no seu trabalho.

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http://www.cardosolopes.net

CAP
CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
55

ß MÓDULO 6
O TEXTO NARRATIVO

Objectivo geral

No final deste módulo o formando terá de identificar, analisar e produzir


correc-tamente textos narrativos.

Objectivos específicos

 ß Identificar os elementos que fazem parte do texto narrativo;

 ß Identificar os modos de apresentação que fazem parte do texto narrativo;

 ß Analisar correctamente um texto narrativo;

 ß Produzir correctamente um texto narrativo utilizando todos os


elementos que fazem parte dele.

CAP
ß
Módulo 6 O TEXTO NARRATIVO
56

LER E APRENDER

«A experiência directa é o subterfúgio, ou o esconderijo, daqueles que são


des-providos de imaginação. Os homens de acção são os escravos dos
homens de entendimento. As coisas não valem senão na interpretação
delas. Uns, pois, criam coisas para que os outros, transmudando-as em
significação, as tornem vidas. Narrar é criar, pois viver é apenas ser
vivido.»

Fonte: «Livro do Desassossego»


Autor: Pessoa, Fernando

6.1.
o texto narrativo

6.1.1.  características ou elementos do texto narrativo

Narrar é contar os acontecimentos, as histórias ou a experiências que


vivemos, ouvimos ou imaginamos. São vários os elementos que participam
na construção da narrativa, ou seja, ao contar uma história, o narrador está
a falar de perso-nagens que se envolvem numa acção levada a cabo num
determinado espaço durante um certo tempo. Por outro lado, o autor pode
completar a história com momentos de descrição, diálogos e reflexões.

A ACÇÃO

A acção é uma sucessão de acontecimentos ligados entre si que podem


conduzir a um desenlace.

Frequentemente apresenta-se uma situação inicial que é alterada por


um deter-minado evento. Sucedem-se, então outros acontecimentos
que podem levar a um desenlace.

Se não houver desenlace, não se fica a saber como é que a situação


narrada foi resolvida, ou se foi resolvida. – acção aberta.

Se houver desenlace fica-se a saber tudo sobre a situação narrada: como


come-çou, como se desenvolveu e como se resolveu. – acção fechada.

Uma narrativa pode apresentar mais do que uma acção. Nesse caso
teremos de distinguir a acção principal e a(s) secundária(s).

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
57

O NARRADOR

O narrador é a entidade fictícia que conta a história.

Quando conta uma história na qual não intervem classifica-se, quanto à


presen-ça, como narrador não participante.

Pelo contrário, quando participa na história é um narrador participante.

O narrador pode assumir uma posição objectiva – não revela opiniões,


sentimen-tos, emoções em relação ao que conta.

Se transmitir os seus sentimentos em relação aos acontecimentos narrados, a sua


opinião sobre as personagens, as suas emoções… toma uma posição subjectiva.

AS PERSONAGENS

Numa narrativa, geralmente, as personagens não têm todas o mesmo relevo.

As personagens que assumem um papel mais importante são as personagens


principiais (ou protagonistas). As outras, são personagens secundárias ou sim-
ples figurantes (senão tiverem qualquer interferência na acção).

As características físicas e psicológicas de uma personagem podem ser


apresen-tadas pelo narrador, pelas outras personagens, ou mesmo por
ela própria – ca-racterização directa.

No entanto, muitas vezes, é através das atitudes, do comportamento, dos sen-


timentos e emoções que revela, da maneira de falar, etc… que nos apercebemos
das características psicológicas da personagem – caracterização indirecta.

O RETRATO

O retrato é um texto descritivo que apresenta uma personagem.

Na elaboração do retrato deve seguir-se uma estrutura lógica como, por exemplo:

 ß apresentar o aspecto geral ou o(s) dominante(s), físico e / ou


psicológi-cos(s), da personagem;

 ß apresentar elementos de pormenor que confirmem e complementem a


impressão dominante física e / ou psicologicamente.

O ESPAÇO

O espaço físico é o local onde a acção se desenrola.

CAP
ß
Módulo 6 O TEXTO NARRATIVO
58

As referências ao espaço físico podem aparecer no início, ao longo da


narrativa ou mesmo no fim.

Essas referências podem ser breves e dispersas ou, pelo contrário,


serem objecto de uma descrição mais ou menos pormenorizada.

Muitas vezes é-nos dado também o espaço social, ou seja, as


características cul-turais, económicas, políticas ou morais do espaço
físico em que as personagens vivem.

O TEMPO

Ao longo da narrativa encontramos frequentemente referências ao tempo cro-


nológico da acção – dias, meses, anos , estações… – que nos permitem situá-
la num determinado momento e ter a noção do decorrer do tempo.

Algumas narrativas enquadram a acção no tempo histórico, ou seja,


dão-nos muitas referências sobre a época ou o contexto histórico em
que a acção se de-senrola.

O tempo histórico pode não ser o mesmo daquele em que a obra foi escrita.

6.2.
modos de apresentação

6.2.1.  A NARRAÇÃO

 ß Momento de avanço da acção;

 ß Tem como elemento essencial o verbo (noção de movimento);

 ß Tempos verbais mais utilizados: presente e pretérito perfeito;

 ß É predominantemente dinâmica.

6.2.2.  O DIÁLOGO

 ß Utilização do discurso directo;

 ß Uso de verbos declarativos para introduzir as falas das personagens;

 ß Utilização de sinais de pontuação para assinalar as falas e o discurso.

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
59

6.2.3.  A DESCRIÇÃO

 ß Momento de pausa na narração;

 ß Tem como elemento essencial o adjectivo;

 ß Utilização do pretérito imperfeito;

 ß Utilização de figuras de estilo (metáfora, personificação e comparação);

 ß Tendência para o estático embora possa ser dinâmico.

RECURSOS EXPRESSIVOS DA DESCRIÇÃO

ß NOMES
O nomes estão naturalmente em todos os tipos de texto. São um recurso
ex-pressivo que, quando associados a outros recursos ajudam na
visualização do que é descrito. Os nomes concretos são exemplo disso.

ß ADJECTIVOS
É impossível descrever sem utilizar adjectivos. Para além de indicarem caracte-rísticas e
qualidades, realçam-nas, despertando sensações (auditivas, olfactivas, gustativas, tácteis e visuais).

ß VERBO
O verbo atribui à descrição características estáticas ou de movimento,
consoante a sua utilização. O verbo ajuda a despertar sensações.

CAP
ß
Módulo 6 O TEXTO NARRATIVO
60

APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS 6

Realize os seguintes exercícios tendo em conta o que aprendeu no


Módulo – O Texto Narrativo.

Texto narrativo

Insira esta actividade num Tema de Vida. Escolha uma obra e analise algumas
passagens, abordando os elementos que fazem parte do processo narrativo.

1. Escolha um colega e faça a sua descrição física e psicológica.

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__________________________________________________________________________

2. Vá para a rua e descreva o que vê. Utilize correctamente os recursos


expressi-vos de modo a expressar todas as sensações.

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__________________________________________________________________________

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
61

3. Elabore um diálogo com alguém famoso. Pode ser uma personagem


de uma obra que tenha lido em formação, ou alguém que tenha
estudado, por exem-plo, um escritor.

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__________________________________________________________________________

4. Recolha uma imagem que goste e faça a sua descrição.

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__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

CAP
ß
Módulo 6 O TEXTO NARRATIVO
62

SUGESTÕES ONLINE

Nas seguintes sugestões on-line poderá encontrar mais informação sobre o mó-
dulo anterior. Nestes endereços terá a oportunidade de aprender sozinho. Utili-
zando estas ferramentas conseguirá compreender e aplicar com maior facilidade a
matéria dada anteriormente. Descubra novos sites, exercícios, que o ajudarão a
participar e a entender melhor as sessões de Linguagem e Comunicação. Não
dispense a ajuda do formador, ele irá orientá-lo no seu trabalho.

http://www.anossaescola.com

http://www.jpvse.no.sapo.pt

http://www.portuguesa.malha.net

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO 63

ß MÓDULO 7
Relação Fonética e Gráfica entre as palavras /
Processos Morfológicos de Formação de
Palavras

Objectivo geral

No final deste módulo o formando deverá ser capaz de identificar e


utilizar cor-rectamente os diversos tipos de palavras.

Objectivos específicos

 ß Identificar correctamente as diferentes relações fonéticas e gráficas


exis-tentes entre palavras;

 ß Identificar os diversos tipos de formação de palavras;  ß

Distinguir uma palavra primitiva e uma palavra derivada;  ß

Identificar e utilizar correctamente palavras onomatopaicas;

 ß Identificar e construir palavras que correspondam à mesma família


de pa-lavras;

 ß Produzir campos lexicais.

CAP
ß
Módulo 7 RELAÇÃO FONÉTICA E GRÁFICA ENTRE AS PALAVRAS/ PROCESSOS
64
MORFOLÓGICOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

LER E APRENDER

«A palavra foi dada ao homem para explicar os seus pensamentos. Os


pensa-mentos são retratos das coisas da mesma forma que as palavras
são retratos dos nossos pensamentos.»

Fonte: «O casamento à força»


Autor: Moliére, Jean

7.1.
relação fonética e gráfica entre as palavras

ß HOMONÍMIA
Palavras homónimas – são as palavras que se escrevem e pronunciam
da mesma maneira, mas que têm significado e origem diferentes.

Eu rio (< rideo) e tu choras.


O rio (< rivu) Tejo passa em Vila Franca.

ß HOMOGRAFIA
Palavras homógrafas – são as que têm idêntica grafia, mas a pronuncia
e signi-ficados diferentes.

O Carpinteiro pregou uma tábua na capoeira.


O Padre pregou bem o sermão.

ß HOMOFONIA
Palavras homófonas – são as que se pronunciam da mesma maneira, mas
se escrevem de modo diferente e o seu significado é também diferente.

A costureira coseu o vestido.


A cozinheira cozeu a carne.

ß PARONÍMIA
Palavras parónimas – são as que têm significado diferente, mas que são
muito parecidas tanto na escrita como na grafia.

O comprimento da sala é exagerado.


CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
65

Aceitei prontamente o seu cumprimento.

Sugestão: Utilize uma gramática e recolha mais exemplos.

7.2.
processo de formação de palavras

Dentro da língua Portuguesa existem palavras primitivas, derivadas,


simples e compostas.

7.2.1.  PALAVRAS PRIMITIVAS e derivadas

ß PALAVRAS PRIMITIVAS

São palavras que não são formadas a partir de outras.

Exemplo: pedra, casa, paz, etc.

ß PALAVRAS DERIVADAS
São palavras que são formadas a partir de outras já existentes.

Exemplo: pedrada (derivada de pedra); ferreiro (derivada de ferro).

7.2.2.  PALAVRAS SIMPLES e compostas

ß PALAVRAS SIMPLES

São aquelas que possuem apenas um radical.

Exemplo: cidade, casa, pedra.

ß RADICAL
O significado básico da palavra está contido neste elemento, a ele são
acrescen-tados outros elementos. Ou seja, é o conjunto de letras que
são iguais em todas as palavras.

Exemplo: pedra; pedreiro; pedrinha.

ß PALAVRAS COMPOSTAS
São palavras que apresentam dois ou mais radicais.

Exemplo: guarda-chuva; pernilongo, etc.

CAP
ß
Módulo 7 RELAÇÃO FONÉTICA E GRÁFICA ENTRE AS PALAVRAS/ PROCESSOS
66
MORFOLÓGICOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

ß Derivação por prefixação


Consiste na junção de um prefixo a uma palavras já existente na língua, ou seja,
à palavras primitiva é anteposto um morfema, que se irá modificar ou
reforçar o sentido da palavras.

Exemplos:

Bis + avó = bisavó


Re + nascer = renascer

ß Derivação por sufixação


Consiste em acrescentar um morfema na parte final de uma palavra, isto é, jun-
tar um sufixo à palavra já existente na língua, que irá determinar o seu sentido.

Exemplos:

Aprender + iz = aprendiz
Simples + mente = simplesmente

Por vezes entre a palavra primitiva e o sufixo pode surgir uma consoante ou
uma vogal de ligação (pé + inho = pezinho), por imposições de nível fónicos.

Há vocábulos que possuem simultaneamente um prefixo e um sufixo


(ex: in + pensar + vel = impensável) às quais se chamam palavras
derivadas por prefixa-ção e por sufixação.

ß Derivação regressiva
Consiste na formação de nomes a partir de verbos, resultante da
redução da palavra primitiva.

Exemplos:

Ajudar – ajuda
Comprar – compra

ß Composição por justaposição


Neste caso, as palavras que fazem parte do mesmo vocábulo mantêm a sua acen-
tuação – embora o significado seja diferente – e são separados por um hífen.
CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
67

Exemplos:

Botões-de-ouro
Limpa-chaminés

ß Composição por aglutinação


Como a própria designação indica, as palavras que fazem parte do mesmo
vo-cábulo encontram-se aglutinadas (unidas). Desta fusão resulta um
significado diferente assim como a limitação a um único acento na palavra.

Exemplos:

Água + ardente = aguardente


Gira + sol = girassol

7.2.3.  onomatopeias

São palavras que procuram imitar vozes de pessoas ou animais, ou o


ruído de objectos:

Cocorocó (galo);
Miau (gato);
Tiquetaque (relógio).

7.2.4.  família de palavras

TERRA: terrestre; terraço, aterragem, terraplanagem…

Como vemos, a partir da palavra terra podem formar-se muitas outras.


Chama--se família de palavras ao conjunto de todas as palavras formadas, por
derivação ou composição, a partir da mesma palavras primitiva ou radical.

7.2.5.  campo lexical

Na sala de formação temos as carteiras, o quadro branco, as canetas, o video-


projector, a luz, etc. Dizemos que todas estas palavras constituem um campo
lexical, ou seja, o campo lexical é o conjunto de palavras que fazem parte de
uma determinada realidade ou contexto. Neste caso de uma sala de formação.

CAP
ß
Módulo 7 RELAÇÃO FONÉTICA E GRÁFICA ENTRE AS PALAVRAS/ PROCESSOS
68
MORFOLÓGICOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS

APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS 7

Realize os seguintes exercícios tendo em conta o que aprendeu no


Módulo – Relação Fonética e Gráfica Entre as Palavras / Processos
Morfológicos de For-mação de Palavras.

Processo de formação de palavras

1.  O que são palavras Homógrafas? Dê um exemplo.

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__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

2.  Identifique as seguintes palavras:

Eu fui ao banco levantar dinheiro. / Eu comprei um banco novo.


Comprei um molho de espinafres. / Gosto de molho de tomate.
Eu tenho uma hera no jardim. / Na era dos Romanos houve muitas conquistas.

__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

3.  Identifique as seguintes palavras quanto ao processo de formação de palavras.

Guarda-nocturno _________________________________________________________

Girassol __________________________________________________________________

Infeliz ____________________________________________________________________

Terraço ___________________________________________________________________

4.  Realize uma família de palavras a partir da palavra MAR.

__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

5. Crie um campo lexical a partir da palavra futebol.


__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
69

SUGESTÕES ONLINE

Nas seguintes sugestões on-line poderá encontrar mais informação sobre o mó-
dulo anterior. Nestes endereços terá a oportunidade de aprender sozinho. Utili-
zando estas ferramentas conseguirá compreender e aplicar com maior facilidade a
matéria dada anteriormente. Descubra novos sites, exercícios, que o ajudarão a
participar e a entender melhor as sessões de Linguagem e Comunicação. Não
dispense a ajuda do formador, ele irá orientá-lo no seu trabalho.

http://www.jpvasc.no.sapo.pt

http://www.educom.pt

http://www.civerduvidas

http://www.instituto-camoes.pt

CAP
CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO 71

ß MÓDULO 8
O TEXTO POÉTICO

Objectivo geral

No final deste módulo o formando deverá ser capaz de identificar a


estrutura de um texto poético bem como fazer a sua análise.

Objectivos específicos

 ß Identificar a estrutura de um poema;

 ß Classificar as estrofes;

 ß Identificar as rimas dos poemas / poemas sem rima;

 ß Utilizar e identificar os recursos expressivos;

 ß Produção de pequenos poemas.

CAP
ß
Módulo 8 O TEXTO POÉTICO
72

LER E APRENDER

«Um grão de poesia basta para perfumar todo um século.»

Fonte: «Páginas Escolhidas»


Autor: Marti, José

8.1.
identificar os conteúdos de um poema

Poesia é um texto de 1ª pessoa organizado em versos e estrofes para


transmitir ideias e emoções.

ß POEMA – é um texto escrito em versos.

ß VERSO – são as diferentes linhas de um poema.

ß ESTROFES – são uma sequência de versos com sentido próprio


separadas graficamente por um espaço.

ATENÇÃO!!! Existem poemas com uma única estrofe, assim como


estrofes com um único verso.

CLASSIFICAÇÃO DAS ESTROFES

Uma estrofe com 1 verso Monóstico

Uma estrofe com 2 versos Dístico

Uma estrofe com 3 versos Terceto

Uma estrofe com 4 versos Quadra

Uma estrofe com 5 versos Quintilha

Uma estrofe com 6 versos Sextilha

Uma estrofe com 7 versos Sétima

Uma estrofe com 8 versos Oitava

Uma estrofe com 9 versos Nona

Uma estrofe com 10 versos Décima

Uma estrofe com mais de 10 versos Irregulares

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
73

8.2.
a rima

Rima – igualdade ou semelhança de sons (não de letras) no final ou


interior dos versos de uma estrofe.

ß EMPARELHADA – rimam os versos 2 a 2 ou 3 a 3 consecutivamente. (AABB)

ß CRUZADA – quando os versos rimam alternadamente. (ABAB)

ß INTERPOLADA – Rimam os versos separados por 2 ou mais


versos, que tam-bém rimam entre si. (ABBA)

8.2.1.  versos soltos ou brancos

Quando a palavra final de um verso não encontra correspondência em


nenhum outro, designa-se verso branco ou solto. Num poema em que
os versos não ri-mam dizemos que têm rima branca.

8.3.
recursos expressivos fonéticos

ß ALITERAÇÃO
É uma figura de estilo que consiste em repetir sons num verso ou numa frase, especialmente as
sílabas tónicas. A aliteração é utilizada na poesia mas também pode ser utilizada em prosa,
especialmente em frases curtas. Existem duas for-mas de aliteração:

ASSONÂNCIA – utiliza de modo repetido o som de uma vogal.


Exemplo: «Anule aliterações altamente abusivas» – manual de
redacção humo-rística. (repetição da vogal A)

CONSONÂNCIA – repete o som de uma consoante.


Exemplo: O rato roeu a rolha do rei da Rússia. (repetição da consoante R)

ß PALAVRAS ONOMATOPAICAS

Existem palavras que se formaram a partir de palavras onomatopeias (ver


página 49, ponto 6.2.3.), a essas damos o nome de palavras onomatopaicas.
Exemplos: tilintar, zumbir, etc.

CAP
ß
Módulo 8 O TEXTO POÉTICO
74

8.4.
AS INTERJEIÇÕES

«A interjeição é uma espécie de grito com que traduzimos de modo vivo


as nos-sas emoções.»
(C. Cunha / L. Cintra)

As interjeições podem ser monossilábicas; Ah!, Mau!, Oh!, ou podem


alargar-se em locuções interjectivas com duas ou mais palavras.

INTERJEIÇÕES

SIGNIFICADO INTERJEIÇÃO

Alegria Ah! Viva!

Incitamento Cuidado! Atenção!

Aplauso Avante! Coragem!

Cansaço Uf!

Chamamento Ó! Psiu!

Dor Ai! Ui!

Desejo Oxalá!

Despedida Adeus!

Espanto/surpresa Puxa! Credo!

LOCUÇÕES INTERJECTIVAS

SIGNIFICADO LOCUÇÕES INTERJECTIVAS

Dor Ai de mim! Valha-me Deus

Desejo Deus queira!

Espanto Virgem Maria!

Saudação Bom dia! Bem haja!

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
75

8.5.
FIGURAS DE ESTILO

ß Anáfora
Consiste na repetição de uma mesma palavra, ou palavras, no início de
versos ou frases sucessivas.

ß ENUMERAÇÃO
Consiste na apresentação sucessiva de vários elementos da mesma natureza.
O último, ou o primeiro pode ser uma palavra que os sintetiza a todos.

ß COMPARAÇÃO
Consiste em estabelecer uma relação de semelhança através de uma palavra ou
expressão comparativa ou de verbos a ela equivalentes (parecer, lembrar, sugerir).

ß METÁFORA
É uma espécie de comparação abreviada, pois deu-se o desaparecimento da pa-lavra ou
expressão comparativa.

ß PERSONIFICAÇÃO
Consiste na atribuição de características humana a animais, coisas ou ideias.

ß HIPÉRBOLE
Consiste no emprego de termos exagerados, a fim de pôr em destaque
determi-nada realidade.

ß EUFEMISMO
Consiste em transmitir de forma atenuada uma ideia ou realidade que é
desa-gradável.

ß IRONIA
Consiste em exprimir uma ideia dizendo precisamente o contrário.

CAP
ß
Módulo 8 O TEXTO POÉTICO
76

8.6.
POESIA VISUAL

Alguns poemas não foram só escritos para serem lidos, mas também para
serem vistos ao mesmo tempo. A esta poesia dá-se o nome de poesia
visual. O poe-ma visual é aquele cuja forma se relaciona com o conteúdo,
ou seja, o contorno, o formato, ou mesmo a disposição gráfica das palavras
ou letras, espelham a mensagem que o poeta quer transmitir.

Exemplo: imagine um poema sobre uma rosa. Agora, visualize esse poema
es-crito nos contornos visuais de uma rosa. Quando olhamos para o poema
a sua imagem (uma rosa) também transmite uma mensagem.

In http://www.educacaodofuturo.org

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
77

APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS 8

Realize os seguintes exercícios tendo em conta o que estudou no


Módulo – O Texto Poético.

Insira esta actividade num Tema de Vida. Escolha um poema e analise-o.

1. Complete o texto sobre a estrutura do texto poético.

Um poema é um conjunto de _____________. Cada verso corresponde a uma ___


________ do poema. As _________________ são conjuntos de ___________. Podem
ser caracterizadas quanto ao número de versos. Se tiverem um verso chamam--se:
________________, se tiverem quatro, ___________________ e se tiverem seis

chamam-se __________________.

Existem ______ rimas. A ______________, a _________________, a _______________.


Os versos que não rimam têm o nome de ________ ou ________.

2. Realize uma pequena quadra com rima cruzada.

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__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

3. O que a Assonância?

__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

4. Realize uma recolha de poemas visuais na internet. Depois de realizar essa


recolha torne-se num(a) poeta/poetisa e faça o seu próprio poema visual.

__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

CAP
ß
Módulo 8 O TEXTO POÉTICO
78

SUGESTÕES ONLINE

Nas seguintes sugestões on-line poderá encontrar mais informação sobre o mó-
dulo anterior. Nestes endereços terá a oportunidade de aprender sozinho. Utili-
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matéria dada anteriormente. Descubra novos sites, exercícios, que o ajudarão a
participar e a entender melhor as sessões de Linguagem e Comunicação. Não
dispense a ajuda do formador, ele irá orientá-lo no seu trabalho.

http://www.educacao.te.pt

http://www.malhatlantica.pt

http://www.literaturapoesia.com

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO 79

ß MÓDULO 9
REGRAS E COMPORTAMENTOS
DE ETIQUETA

Objectivo geral

No final deste módulo o formando deverá ser capaz de agir e ter


comportamen-tos de acordo com as regras determinadas pela etiqueta.

Objectivos específicos

 ß Saber saudar e apresentar alguém;

 ß Saber vestir adequadamente para cada ocasião;

 ß Saber fazer e responder a convites;

 ß Ser discreto e pontual;

 ß Saber responder adequadamente em determinadas ocasiões.

CAP
ß
Módulo 9 REGRAS E COMPORTAMENTOS DE ETIQUETA
80

LER E APRENDER

9.1.
regras e comportamento social

ß Pequenas Regras de Etiqueta


in www.mulherportuguesa.com

Numa altura em que tanto se fala de etiqueta é conveniente que tenha


peque-nas noções, ainda que básicas, acerca das regras de etiqueta.

A etiqueta não pode ser apenas relacionada com uma elite, de fundos económi-cos
amplos, e que leva uma vida social activa. A verdade é que a base da etiqueta
é a educação, e sem educação muito dificilmente conseguirá manter o “nível”,
se é que assim lhe podemos chamar, que em tantos locais públicos a sociedade exige. Por muito estranho
que lhe possa parecer, nem todos se sabem comportar num cinema, num restaurante, numa recepção
social, ou até mesmo num novo emprego. Educação e etiqueta são os aliados imprescindíveis para “saber
estar” em qualquer local ou situação!

Imagine que começa hoje a trabalhar num novo local. Não lhe compete a si co-
meçar a dar opiniões sobre o local no qual vai trabalhar, e nem tão pouco deve
começar a meter conversa com os seus novos companheiros, através de per-
guntas inconvenientes. Não compare os antigos patrões com os actuais, e nem
ouse começar a fomentar intrigas. Sendo você a última pessoa a entrar para o
trabalho, deve manter uma posição discreta e honesta. Aos poucos, as
pessoas aproximar-se-ão de si. Todavia, e caso tenha alguma dúvida em
relação ao tra-balho, não hesite em perguntar a um colega. Porém, seja cordial!

Um dos maiores erros relativamente à falta de educação e etiqueta é fumar


sem sequer perguntar se o pode fazer. No carro de um colega, na casa de um
familiar, você deve perguntar antes para ter a certeza de que as pessoas não
se impor-tam. É, igualmente, falta de educação fumar à mesa, antes de todas
as pessoas terem terminado a refeição. Mesmo nesta situação, você deve
perguntar se as pessoas lhe dão autorização para fumar.

Num local silencioso, como num cinema, teatro, ou numa sala de exposições,
jamais vá fazer desse local um parque de merendas. No momento em que es-
tiver a decorrer a peça, filme, ou enquanto as restantes pessoas contemplam a
exposição, é uma falta de educação imperdoável estar a comer batatas fritas
ou bolachas, perturbando a concentração das outras pessoas. Estes locais
exigem silêncio, por isso não fale. Caso queira dizer alguma coisa à pessoa
que a acom-panha diga-o muito baixinho, por forma a não perturbar ninguém!

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
81

Seja moderado onde quer que esteja! Fale sempre num tom razoável,
sorrindo de vez em quando, mas sem nunca adoptar uma atitude histérica.
Cumprimente as pessoas do seu emprego, do local onde reside, e mesmo
quando for ao café da esquina, ou em qualquer outro estabelecimento,
tenha sempre a gentileza de cumprimentar a pessoa que a atende.

Nunca fale mal das outras pessoas em público pois, e além de lhe ficar
mal, as coisas podem não ser necessariamente como lhas contaram e
você ficará vis-to como sendo uma simples coscuvilheira. Falar da vida
dos outros é uma das maiores falhas ao nível de etiqueta, mas
infelizmente nos dias de hoje esse é um dos assuntos que mais
preenche as conversas entre as pessoas: falar da vida alheia.

Aprenda a ser discreta. As extravagâncias não lhe vão dar uma maior importân-cia
do que aquela que você, eventualmente, possa já ter. Mostre-se atenciosa com
todos! Quando encontrar alguém conhecido na rua pergunte sempre pela família e
pelo emprego, demonstrando assim o interesse pelo bem estar desse seu
conhecido. Todavia, não faça perguntas indiscretas ou inconvenientes.

Saiba ter sempre uma palavra de carinho e atenção para todos! Prime sempre
pela educação e etiqueta em todos os momentos da sua vida, quer seja no tra-
balho, numa festa, numa reunião familiar ou simplesmente quando encontrar
um conhecido seu na rua. Assim, será relembrada como uma pessoa repleta
de classe! Sim, porque a classe não se vê pelas roupas caras, tratamentos de
pele de custos elevadas, ou por estar presente em diversos locais onde se
realizam os mais importantes eventos sociais.

ß RELAÇÕES POR UM FIO


in www.centroatl.pt/edigest/edsuplem

A primeira impressão que muitas pessoas fazem de si ou da sua empresa


é for-mada ao telefone. Seguindo elementares regras de cortesia, verá que
o telefone é o seu maior aliado para fazer bons negócios.

Por Sandrine Lage

Para ser bem sucedido, tem de aprender a olhar para o telefone não como um
mero instrumento de comunicações, mas como a oportunidade de criar uma re-
lação humana. «A primeira e, muitas vezes, a mais duradoura impressão que
as pessoas têm da vossa empresa processa-se através do telefone. É uma
opor-tunidade de criar uma relação de clientela que está fora do alcance das
vossas competições», afirma Martin Shiels, director executivo da Merit Direct,
uma das principais companhias de telemarketing do Reino Unido, no livro
Segredos da Etiqueta Profissional, de Lynne Brennan e David Block.

CAP
ß
Módulo 9 REGRAS E COMPORTAMENTOS DE ETIQUETA
82

Elisabete Vieira Canha de Andrade, docente de Protocolo no Instituto de Novas


Profissões (INP), considera a simpatia e a educação dois ingredientes
essenciais num telefonema. «Protocolo não é rigidez, mas sim relações
públicas, o que im-plica sermos educados. E, para sermos educados, temos de
ser simpáticos. Se formos simpáticos, criamos empatia. Se criamos empatia,
conseguimos a apro-ximação. O objectivo é aproximar e nunca afastar.» Assim,
quando pegar no te-lefone, tenha presente as seguintes regras de etiqueta.

ß Trim, trim, trim...

É essencial que prepare o seu telefonema com antecedência. Deve, antes de mais,
averiguar se a pessoa com quem vai falar é a mais indicada para tratar do assunto. O facto de ter à mão todas as
informações necessárias poderá ajudá-la, também, a ter uma discussão satisfatória e poupar-lhe-á tempo.

Caso seja você a estabelecer a ligação, deve dar-se imediatamente a


conhecer e perguntar o nome do seu interlocutor, de forma a poder usá-lo
durante a conver-sação. No primeiro contacto, trate a pessoa pelo apelido.

Respeite o tempo do seu interlocutor. Afinal, ele foi interrompido. Se


pressentir que o telefonema é inoportuno, seja directa — pergunte quando
poderá dispor de tempo necessário para um diálogo sem interrupções.

Os telefonemas particulares devem respeitar os horários normais: nunca antes


das 9 horas nem depois das 22, excepto se a pessoa o permitir
expressamente. Devem respeitar-se, também, as horas das refeições. E, claro,
no caso de cha-madas intercontinentais, é preciso ter em atenção as diferenças
horárias: faça contas para evitar dar os parabéns às quatro da manhã...

Se a chamada for cortada, seja por que razão for, quem originalmente
ligou deve voltar a estabelecer a comunicação. Excepto se quem recebe
o telefonema o sus-pender (para, por exemplo, receber uma chamada
internacional ou para respon-der a um director).

Mas a outra parte também tem os seus deveres de cortesia: se não lhe for possí-vel
atender, deve desculpar-se, dizendo: «Neste momento estou ocupado, a que horas
posso ligar-lhe?» Caso esteja acompanhado, deve informar o seu interlo-cutor, para
que este saiba que não tem total liberdade de linguagem e para evitar que os que
estão à sua volta assistam a uma conversa particular.

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
83

ß Cortesia em linha

Comece por se sentar direita. Caso queira ser mais assertiva, ponha-se
em pé. Aliás, quando quer imprimir à conversa um tom mais sério,
instintivamente le-vanta-se, e isso é percebido pela outra pessoa, que
muda, quase sempre, para um tom mais sereno.

Como explica Elisabete Vieira Canha de Andrade, relações públicas na TAP e


au-tora de Gestos de Cortesia, Etiqueta e Protocolo, «a voz é o primeiro
cartão-de--visita. É importante ter um bom timbre: nem muito alto, nem muito
baixo». Ela aconselha que se fale de forma distinta e perceptível, para se ser
bem compreen-dida, mostrando interesse no que o interlocutor tem para lhe
comunicar. Assim, independentemente da sua disposição, faça os possíveis
para emitir uma voz calorosa, num tom bem colocado.

Quando está ao telefone, não deve fumar e, muito menos, comer. Não há nada
mais indelicado. Mas a lista das proibições não acaba aqui. É de mau tom estar
ao telefone com uma pessoa e interromper para falar com um colega. Da
mesma forma que, se estiver com uma visita no seu gabinete, não deverá
interromper o encontro devido a telefonemas que receba entretanto.

Durante a conversa, não se mantenha em silêncio durante longos períodos. Ex-


pressões como «pois» ou «exactamente» mantêm viva a comunicação. No de-
correr da conversa, sorria. Lembre-se: a palavra-chave ao telefone é cortesia.

Seguem-se clareza e brevidade, as quais não devem ser confundidas com


es-tridência e brusquidão. Deixe as pessoas terminarem o que têm a dizer,
não as interrompa a meio da frase. Fale pausadamente, sobretudo quando
estiver a dar informações. Repita números, se necessário, e peça à pessoa
que confirme se está satisfeita com as suas respostas e se as percebeu.

Seja simpática, mas não trate com demasiada familiaridade um interlocutor


que não conhece. Não dispense cortesias como «por favor» ou «obrigada».

Nalguns casos, bastará um simples «prazer em ouvi-lo» ou «tive muito gosto em


falar consigo» para pôr cobro à conversação. Tente adaptar o final da conversa
à situação. Se, por exemplo, for altura de convidar a outra pessoa para almoçar, deixe ficar a
promessa de um próximo telefonema para marcar uma data. Ao desligar, deve pousar o auscultador
sem brusquidão e, sobretudo, evite fazer comentários relativamente à conversa que acabou de ter sem
confirmar o final da comunicação.

CAP
ß
Módulo 9 REGRAS E COMPORTAMENTOS DE ETIQUETA
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ß As secretárias como aliadas

Para que elas lhe facilitem a chegada ao «destino» pretendido, estabeleça


uma relação amigável com a secretária do interlocutor (tente conhecê-la,
sobretudo se a contacta regularmente). Por muito urgente que seja o
assunto a tratar, con-verse com ela durante alguns momentos.

Evite recorrer constantemente à sua secretária para fazer telefonemas. Ligue


você mesma quando tem o número directo da pessoa que deseja contactar. É
um sinal de particular respeito. Mas se pedir à sua secretária para iniciar um
telefo-nema, ela deverá pô-la em linha antes do seu interlocutor atender.

É vital que especifique claramente as regras da empresa relativamente a chama-das


pessoais ou actue de acordo com o que estiver estabelecido. A regra supre-ma é a de que se dispensam as
manifestações exageradas de sentimentos.

Compreensivelmente, os empregadores consideram que as pessoas


estão a ser pagas por cada minuto. Por isso, não faça despesas à sua
empresa ligando para o seu amigo dos Estados Unidos, nem mantenha
prolongadas conversas priva-das.

O telefone, nas empresas convenientemente geridas, não deve também


servir para admoestar ou despedir pessoas, nem se destina a comunicar
promoções significativas. Há telefonemas que não substituem uma visita.

Por outro lado, como aconselha Lynne Brennan, «vale a pena investir al-gum
tempo a explicar-lhes a importância de técnicas “telefónicas” corte-ses». É que
a forma como a empresa lida com os seus telefonemas estabele-ce uma
imagem aos olhos do público. A secretária deve tentar atender o te-lefone
prontamente, ir informando os progressos na localização da pessoa e dar a
escolher se o interlocutor prefere aguardar que lhe liguem ou deixar
mensagem. Informe o interlocutor de que a pessoa com quem deseja falar está
fora, antes de lhe perguntar o nome, para que ele não se sinta excluído.

ß Telemóveis com moderação

«Qual é a diferença entre um saloon do velho Oeste americano nos anos de


1890 e o restaurante do Hotel Ritz nos anos de 1990? No saloon, tinham de
depor cá fora as armas de fogo antes de lhes ser permitida a entrada, e, no
Ritz, antes que vos deixem entrar devem “separar-se” do vosso telemóvel»,
escreve Lynne Bren-nan, relativamente ao «brinquedo» favorito dos
portugueses — que nem sempre os acompanham das regras de etiqueta.

Deixe de exibir este objecto como se de uma jóia se tratasse. Seja o mais discre-to
possível. Em reuniões ou em almoços e jantares, é aconselhável desligá-lo, a não
ser que aguarde uma chamada realmente importante. Conferências, festas,
funerais, missas, óperas, concertos, hospitais — a lista de locais e ocasiões em

CAP
ß
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
85

que deve esquecer que tem telemóvel é interminável. Mas depende um


pouco do seu bom senso. Lembre-se de que existe o
reencaminhamento de chamadas, o modo silêncio. Caso não haja outra
alternativa, atenda a chamada, mas, por favor, retire-se da sala.

http://www.escolaprof.wordpress.com

INCORRECTO CORRECTO

«Tou?», «Tá lá?», «Alô?» ou «Sim, estou!» «Bom dia/Boa tarde/Boa noite! Fala (…)
da empresa (…)» ou «Fala (…) Em que
«Importa-se de se identificar?» posso ajudar?»

«Espere!», «Aguarde!» ou «Não desligue!» «Com quem tenho o prazer de falar?»

«Esse assunto é com o colega que está de «Só um momento, por favor.»
férias. Agora, só quando ele voltar.»
«Realmente, o assunto está a ser tratado
«Pode dar-me o número do seu telemóvel?» pelo(a) colega que está de férias, mas, se
quiser aguardar um pouco, talvez possa
«É Dr.(a), eng.(a), arqt.(a), ou é só Sr.(a)?» ajudar.»

«Fala a mulher(marido) do(a) seu(sua) «Qual é o contacto mais directo e mais


director(a). Passe-lhe, por favor!» rápido para voltar a falar consigo?»

«Posso saber qual é o grau académico?»

«Fala (nome que possa identificar-se


rapidamente com a chefia). Posso falar
com ele(a), por favor?»

CAP
ß
Módulo 9 REGRAS E COMPORTAMENTOS DE ETIQUETA
86

APLICAÇÃO DE CONHECIMENTOS 9 /
TRABALHO DE PESQUISA

«A educação de um povo pode ser julgada, antes de mais nada, pelo


compor-tamento que ele mostra na rua. Onde encontrares falta de
educação nas ruas, encontrarás o mesmo nas casas.»

Fonte: “Cuore”
Autor: Amicis, Edmondo

1. Tendo em conta o vasto número de temas que o módulo pode


proporcionar sugerimos a realização de um trabalho de pesquisa.

Esse trabalho pode ter como tema de pesquisa os seguintes exemplos:

 ß as regras de utilização do telemóvel;

 ß regras na Internet;

 ß regras no trabalho:

    ß apresentação;

    ß conduta profissional.

 ß convites formais;

 ß ocasiões sociais (casamentos, funerais, festas profissionais, etc);

 ß como colocar uma mesa formal;

 ß refeições formais;

 ß outros.

2. Os formandos podem fazer a apresentação oral do seu trabalho


recriando situações práticas dos temas que pesquisaram. Estes
trabalhos podem ser realizados em grupo fazendo com que haja uma
maior interactividade entre os formandos.

    Na apresentação do trabalho poderão utilizar o quadro branco, os acetatos, o


power point, a televisão e todo o material que ajude a exemplificar e recriar o seu trabalho.

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LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
87

3. Os formandos poderão ainda realizar um questionário alusivo ao seu traba-


lho, avaliando a atenção e conhecimentos dos seus colegas de formação.

4. Poderá ainda ser feito uma campanha de sensibilização apelando ao cumpri-


mento de determinadas regras de comportamento e de sociabilidade. Exem-plo:
a utilização imprópria do telemóvel; o vestuário adequado para cada a situação;
comportamentos e atitudes para com os mais velhos; etc.

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Módulo 9 REGRAS E COMPORTAMENTOS DE ETIQUETA
88

SUGESTÕES ONLINE

Nas seguintes sugestões on-line poderá encontrar mais informação sobre o mó-
dulo anterior. Nestes endereços terá a oportunidade de aprender sozinho. Utili-
zando estas ferramentas conseguirá compreender e aplicar com maior facilidade a
matéria dada anteriormente. Descubra novos sites, exercícios, que o ajudarão a
participar e a entender melhor as sessões de Linguagem e Comunicação. Não
dispense a ajuda do formador, ele irá orientá-lo no seu trabalho.

http://www.sociuslogia.com/artigos/barreira01.htm

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LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO 89

ß COLOQUE OS SEUS CONHECIMENTOS À PROVA!

Utilize os recursos (textos de apoio e recursos online) que lhe foram


fornecidos e aplique-se na realização dos seguintes exercícios!

1. Leia com atenção a seguinte BD e identifique os elementos do


processo da comunicação.

In http:// www.geocities.com

1.1. A BD é exemplo de uma comunicação em presença ou à distância?

1.2. Refira o tipo de comunicação existente, bilateral ou unilateral.

1.3. Que ruídos poderiam interferir nessa comunicação?

2. Identifique os tipos de linguagem presentes nos seguintes exemplos.

In http://images.google.pt

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COLOQUE OS SEUS CONHECIMENTOS À PROVA!
90

3. Dê um exemplo de uma função apelativa e outra informativa.

5. Faça a divisão silábica das seguintes palavras:

Futebol / turma / rapidamente / entusiasmo

6. Complete o quadro, de acordo com o exemplo:

CLASSIFICAÇÃO PALAVRAS FORMADAS POR: EXEMPLOS

Uma sílaba Pão, mão, tu

Meia, carro, roupa

Escola, estrada, leitura

7. Assinale a sílaba tónica de cada uma das palavras que se seguem e


escreva no espaço destinado a esse fim:

Palavra sílaba Tónica

Automóvel

Casa

Comercial

8. No texto seguinte pode encontrar várias palavras mal divididas na


transline-ação. Assinale-as e corrija-as.

«Ulisses era o rei de uma ilha muito bonita, uma ilha grega chamada
Ítaca. Uma ilha muito amena, onde a vida era calma. Ele vivia com a
sua família, com a mulher Penélope e o filho Telémaco. E adorava, além
da sua pátria, adorava as aventuras no mar, adorava o mar. (…)»

In Ulisses

9. Coloque a pontuação na frase seguinte de forma a que o carro fique com:

Ofereço este carro ao Pedro não ao João nada ao Luís.

O Pedro O João O Luís

CAP
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LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO
91

10. Assinale no modelo apresentado as diversas “partes” de uma carta


e com-plete-as.

Post scriptum / texto / local e data/ despedida / assinatura / Saudação

10.1. Escolha um destinatário e escreva-lhe uma carta.

11. Observe a imagem e realize


uma notícia. Não se esqueça da
estrutura da notícia!

In http://images.google.pt

12. Escolha uma imagem e expresse a sua opinião sobre o tema apresentado.

In http://images.google.pt

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COLOQUE OS SEUS CONHECIMENTOS À PROVA!
92

13. Assinale no texto seguinte os elementos da narrativa que aí se encontram.

(Espaço / Tempo / Descrição / Narração / Acção)

«Dois anos depois. Tarde de Agosto. Ao longe, fechando o horizonte que a


eira dominava, as arestas dos montes quebravam-se numa sombra igual, e
embacia-vam ainda o poente as suaves, brandas pulverizações douradas
da última luz do sol. Riscos vermelhos de nuvens, como grandes vergas de
ferro levadas ao rubro, destacam imóveis num fundo verde-mar, esvaecido
e meigo, raiado de listrões de uma coloração laranja. (…)

( Ao fundo da eira, rente aos castanheiros escuros, um rancho de mulheres


cantava alegremente, em coro. Acabara de ensacar-se o último grão de farta colheita do Tomé da Eira.

–  Colheita rica, sim senhor! – vinham dizer-lhe, os vizinhos. – A


primeira da al-deia!

–  Qual?! Isso sim! Vão vocês ver a tulha! Muita palha é que vocês hão-
de dizer, muita palha e pouco grão…

E muito azafamado, sem prosápias de maioral nem jeitos de soberba,


as mangas arregaçadas pelos cotovelos, o Tomé ia e vinha, dando
ordens, repetindo avisos, distribuindo aqui e além as últimas tarefas.»

In Trindade Coelho, Os meus amores, Sultão (adaptado)

14. Escreva frases em que utilize as seguintes palavras:

a. homónimas: nada (verbo); nada (adverbio).


b. homógrafas: colher (substantivo); colher (verbo).
c. homófonas: concerto; conserto.

15. Observe as seguintes palavras:

CARRO CASA CARROÇA CASAR LIVRO FOGO CARRINHA FOGAREIRO


LIVRARIA CASAMENTO FOGUEAR LIVRO

15.1. Identifique as palavras formadas por derivação.

15.2. Indique as palavras primitivas a partir das quais de formam as


famílias de palavras

15.3. Indique duas palavras derivadas de cada uma das seguintes primitivas:

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LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO FORMANDO 93

Mar : _____________; ______________ / Terra: _____________,_________________

16. Organize o campo lexical a partir do tema proposto.

Mercado
Hospital

17. Leia com atenção o poema de Eugénio de Andrade.

O Inverno

Velho, velho, velho


Chegou o Inverno

Vem de sobretudo,
vem de cachecol,
o chão onde passa
parece lençol.

Esqueceu as luvas
Perto do fogão:
quando as procurou
roubara-as um cão.

Com medo do frio,


Encosta-se a nós:
dai-lhe café quente
Senão perde a voz.

Velho,velho, velho
Chegou o Inverno

In Eugénio de Andrade, Aquela Nuvem e Outras

Responda às seguintes questões.

17.1. O Inverno é personificado. Justifique esta resposta.

17.2. Quantas estrofes tem o poema? Como as classifica quanto ao


número de versos?

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18. Identifique a rima presente na seguinte estrofe.

Vai alta a nuvem que passa.


Vai alto o meu pensamento.
Que é escravo da tua graça.
Como a nuvem o é do vento.

Faça por si mesmo!

Para tirar dúvidas e corrigir as suas respostas procure nos recursos.

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BIBLIOGRAFIA

AMARO, Alice, Português B: O essencial 10 e 11ª anos: Edições Asa

CASTRO, José, Gramática de Português: ensino Básico e Secundário:


Plátano Editora

COSTA, Fernanda, MENDONÇA, Luísa, Com todas as Letras: Língua Portuguesa


8º: Porto Editora

GIÃO, Ana São, Etiqueta e Boas Maneiras: Cortesia e Civilidade na vida Moderna:
Círculo de Leitores

SILVA, Ermelinda, MAIA, Maria de Lurdes, GANDRA, Maria Manuela,


FERREIRA, Maria do Rosário, Oficina de Leitura 2º e 3º ciclos: Edições Asa

VERÍSSIMO, Artur; Ser em Português 7: Areal Editoras

Sites:

http://www.centroatl.pt/edigest/edsuplem

http://www.cobra.pages.nom.br/autoeduc.html

http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/regras-de-etiqueta-
mulher/ index-regras-de-etiqueta.php

http://www.mulherportuguesa.com

http://www.sociuslogia.com/artigos/barreira01.htm

http://vocesa.abril.com.br/informado/aberto/ar_185339.shtml

CAP

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