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Entendendo a Virtualização de Servidores – Parte I

Hoje vou falar um pouco sobre a Virtualização de Servidores. O que é, e quais são os principais
softwares de mercado. Na Parte II comentarei os benefícios desta tecnologia e as diferenças entre
os modelos existentes.

Não entrarei, hoje, em detalhes técnicos ou de arquitetura. O objetivo é escrever de forma simples
para que um número maior de pessoas possa entender.

A virtualização de servidores é uma tecnologia que permite que um único servidor físico rode,
simultaneamente, mais de um Sistema Operacional, mesmo que sejam heterogêneos.

Isso mesmo, você pode, em um mesmo equipamento, executar Windows Server, Novell, Linux e
Unix!

Hoje existem dois principais tipos de softwares virtualizadores. Aqueles que criam VMs (Virtual
Machines, ou máquinas virtuais), conhecidos como host-based virtualization software, e aqueles
que criam VPSs (virtual private servers), conhecidos como OS virtualization software.

Falarei apenas do primeiro, já que é o mundialmente mais difundido e utilizado.

Muito provavelmente você já ouviu falar em máquinas virtuais, ou VM. Talvez você não tenha
entendido do que se tratava. Eu explicarei aqui.

A criação de máquinas virtuais é o que possibilita que diversos Sistemas Operacionais rodem
simultaneamente em um mesmo equipamento físico.
Uma máquina virtual é “virtualmente” igual a uma máquina física, ou seja, ela tem BIOS,
processo de boot, dispositivos, tais como, discos, placas de rede, memória, placas de vídeo e
assim por diante. Chama-se máquina virtual, pois todos estes dispositivos são virtuais. Isso
significa que você não precisa ter 4 interfaces de rede físicas para poder ter uma VM com 4
dispositivos de rede ou mesmo 32 para 32 VMs com um dispositivo de rede cada uma.

Ficou claro? A virtualização permite a criação de diversas máquinas virtuais através do


compartilhamento de hardware.

É claro que para que seja possível se criar uma máquina virtual, precisamos de um software que
proporcione uma camada de virtualização, também conhecido como hypervisor. Existem
basicamente dois tipos hoje no mercado. Aqueles que você instala sobre um Sistema Operacional
(Windows ou Linux), e aqueles que possuem um Kernel próprio e são instalados diretamente no
hardware (bare metal).

Hoje não irei falar sobre vantagens e desvantagens de cada um deles, isso fica para um próximo
post.

Como aplicativos de virtualização que são instalados sobre um SO, cito como principais: VMware
Server, o Microsoft Virtual Server e o Citrix XenServer Express. Destaco ainda que todos eles são
free! Experimente-os!

Como sistemas de virtualização bare-metal eu destacaria o: VMware ESX Server (VMware


Infrastructure), Citrix XenServer Enterprise Edition e o novo Oracle VM.

Bom pessoal, por hoje é só, mais informações vocês podem encontrar no nosso site ou ainda
entrando em contato conosco!
Entendendo a Virtualização de Servidores - Parte II
(Benefícios)
Tanto se fala de virtualização de servidores atualmente, mas afinal, que benefícios esta tecnologia
trás para as empresas?

Lembram do tempo em que as aplicações eram do tipo cliente-servidor? Normalmente você tinha
um cliente instalado no seu desktop que se conectava num servidor de banco de dados. Legal,
tínhamos um servidor para uma aplicação.

Com o advento da internet, transformar estas antigas aplicações em aplicações web se tornou
muito atrativo, pois a instalação de um software cliente nos desktops deixou de ser necessária, as
aplicações se tornaram acessíveis de qualquer lugar, e as atualizações menos custosas (apenas
para citar alguns benefícios). Mas, por outro lado, aumentamos o número de servidores,
adicionamos mais uma camada na arquitetura.

Atualmente estamos caminhando para a SOA (arquitetura orientada a serviços), o que deve
adicionar mais algumas camadas nas aplicações. Novas camadas num mundo sem virtualização
significam mais servidores, e diga-se de passagem, mais servidores significa, aumento dos custos
de gerenciamento, aumento do consumo de energia elétrica (não apenas com os servidores, mas
principalmente com a refrigeração deles), aumento da complexidade do ambiente, isso inclui
cabeamento, estratégias de backup, e até mesmo aumento do MTTR (Mean Time to Repair) ...

Em contrapartida, os servidores ganham cada vez mais poder de processamento, ainda mais com a
atual tecnologia multi-core. Ora, servidores com grande poder de processamento, e com
aplicações cada vez mais distribuídas não significam aplicações com grande desempenho? Sim,
isso é verdade, porém com um custo cada vez mais elevado. Não apenas para o bolso das
empresas, mas também para o meio ambiente, já que isto também significa que a eficiência
energética dos equipamentos é cada vez menor, uma vez que aumentam o poder de processamento
e diminuem as tarefas de cada servidor. Estima-se que, em média, é utilizado apenas 10% da
capacidade de processamento de um servidor x86 durante um dia de trabalho. Você já pensou
sobre isso?

Bom, esta historinha toda não foi para apavorar ninguém, e muito menos para manifestar
contrariedade quanto a essa mudança de arquitetura. O objetivo era mostrar como os ambientes
têm crescido de forma exponencial, e a partir daqui poder mostrar de forma clara os grandes
benefícios da virtualização de servidores.

Como vimos no post “Entendendo a virtualização de servidores – Parte I”, a virtualização de


servidores permite a criação de máquinas virtuais a partir do compartilhamento de hardware.
Hmm, interessante isso. Podemos criar servidores isolados no mesmo equipamento, isso significa
que aumentaremos a eficiência energética deles, sem prejudicar as aplicações e sem corrermos o
risco de conflitos que uma consolidação poderia causar. Genial!

Aqui tocamos em um dos principais pontos da virtualização de servidores. A otimização da infra-


estrutura de TI. Esta otimização leva à consolidação e contenção de servidores.

Com a criação de uma infra-estrutura virtual, podemos colocar "N" servidores virtuais em um
mesmo servidores físico, aumentando a eficiência energética destes equipamentos e diminuíndo a
complexidade do ambiente. Este "N", em ambientes de produção, chega facilmente a 15 ou 20.
Você já pensou quanta economia reduzir em 15 vezes o número de servidores físicos traria a sua
empresa? Vamos citar alguns:

• Redução do espaço físico necessário para armazená-los;


• Redução do consumo de energia dos equipamentos;
• Redução da dissipação de calor, e conseqüentemente da necessidade de refrigeração
(grande vilão de consumo); (O meio ambiente agradece :)
• Redução das conexões de cabos de rede. Menos cabos, significa menor número de portas
de switch necessárias;
• Redução de tomadas e cabos de energia;
• Redução de HBAs e Switches Fiber Channel para acesso ao storage
• Com isso tudo, reduzimos a complexidade do ambiente, e indiretamente centralizamos o
gerenciamento.

E ainda tem a contenção, o que significa que quando se precisa de um novo servidor, tudo que se
precisa fazer é criar uma nova máquina virtual, o que reduz significativamente o tempo de
provisionamento de novos servidores. As máquinas virtuais são arquivos, e é muito simples a
criação de máquinas modelos que se tornam novos servidores em minutos.
Preciso lembrar que novos servidores não significarão gastos com aquisição de equipamento,
aumento da complexidade, etc, etc?
Mas e quando o servidor não aguentar mais máquinas virtuais? Simples, adicione mais um
servidor físico a sua farm, aumentando o seu pool de recursos!

Bom, isso representa uma redução de custos em torno 60%. Ok, mas não acaba por aí!

A virtualização de servidores torna as máquinas virtuais independentes do hardware físico, e aí


chegamos no segundo grande benefício desta fantástica tecnologia. A facilidade em promover a
continuidade dos negócios, e o baixo tempo de disaster recovery.

A independência do hardware significa que seu site backup não precisa ter equipamentos
idênticos e parados aguardando a falha do site principal. Isto reduz muito o custo de um site
backup e, também, a complexidade dele. Com um modelo bem desenhado, é possível em menos
de 20 minutos ter um data center de uma grande empresa rodando no site backup em caso de um
sinistro. Quanto tempo sua empresa levaria para colocar os serviços no ar em caso de um sinistro?

Os hypervisors mais avançados, possuem outros elementos que reduzem, também, a


indisponibilidade por falha de um equipamento físico. No caso de paradas planejadas, eles
conseguem, até mesmo, evitar a indisponibilidade dos serviços, além de promover alta-
disponibilidade para todos os servidores, sem a necessidade de aquisição de softwares caros de
clusterização.

Ora, com tudo isso não fica muito mais fácil atingir os níveis de serviços desejados? Então para
aquelas empresas que possuem outsourcing do seu ambiente, isto também representaria redução
dos custos dos contratos!

Bom pessoal, este post já ficou extenso demais. Certamente existem outros benefícios não citados
diretamente, mas como vocês puderam perceber, a virtualização está mudando o conceito de data
centers e ajudando a formar os chamados data centers de próxima geração. Deu pra entender por
que tanto se fala nesta tecnologia atualmente?

Querem saber mais? Entrem em contato conosco!

Um ótimo início de semana a todos!

Guilherme Schäffer
Acabando com as dúvidas sobre infra-estrutura virtual de desktops
Neste post tentarei esclarecer as dúvidas que surgiram com o post anterior sobre virtualização de
desktops.

Vamos lá!

Os desktops virtuais (normalmente Windows XP ou Vista) continuam sendo acessados por um


protocolo de conexão remota. Não temos como fugir disso. Este protocolo normalmente, no
VMware VDI, é o RDP, e no XenDesktop o ICA. Mas pode ser qualquer outro, como o VNC, por
exemplo.
A diferença está que cada usuário possui um desktop completo, 100% compatível com qualquer
aplicação, e isolado dos demais desktops virtuais.

Então como podemos observar, o protocolo de conexão continua o mesmo de um servidor de


terminais. Isso se explica até mesmo pela consagrada eficiência destes protocolos, que possuem
um bom desempenho para atividades comuns, e baixo consumo de banda, possibilitando que o
desktop seja acessado de qualquer lugar através de um link de internet.

Considero atividades comuns, aquelas que não exigem um número elevado de frames por segundo
(o que seria o caso de vídeos, gráficos 3D, etc). Mas para isso já existem alguns otimizadores de
protocolo no mercado :)

Na ponta do usuário, podemos utilizar thin clients, computadores legados, estações diskless, etc.
Na verdade qualquer dispositivo que suporte o protocolo que será utilizado para conexão à infra-
estrutura de desktops.
No caso do VMware VDI, este dispositivo pode rodar Windows (qualquer versão, incluindo CE e
XPe), linux, MacOS e até mesmo alguns sistemas operacionais proprietários de fabricantes de thin
clients. Para o XenDesktop, isso não é muito diferente.

Em uma infra-estrutura virtual de desktops, normalmente inserimos uma camada onde colocamos
um connection brocker. Esta camada é responsável por fazer o gerenciamento de conexões nos
desktops, e, além disso, permite aos administradores criarem uma série de políticas para seus
ambientes.

E onde fica o processamento? Nos servidores do data center! A idéia da virtualização de desktops
é acabar com a preocupação na ponta do usuário. Virtualizando-os, passamos sistema operacional,
aplicações e dados para o data center. Com isso também acaba a preocupação com o hardware que
é utilizado na ponta do usuário, pois todo processamento é realizado pelos servidores. Aumentar o
desempenho significa aumentar o número de servidores, ou fazer um upgrade dos existentes.
Muitas vezes apenas uma alteração no hardware virtual já resolve o problema! Se o usuário vai
usar Windows XP, Linux ou Windows Vista, a configuração do hardware cliente é "indiferente”.

O melhor de tudo é que podemos utilizar esta solução em conjunto com a virtualização de
aplicações, mas isso é assunto para outro post!

Espero ter esclarecidos as dúvidas, caso outras tenham surgido, manifestem-se!

Caso tenham interesse na tecnologia, entrem em contato comigo para que possamos conversar
mais sobre o assunto.
Licenciando o Windows Server 2003 em Máquinas Virtuais
Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2008

Você sabe como funciona o licenciamento dos seus aplicativos e sistemas operacionais rodando
sobre máquinas virtuais? Tem dúvidas se o fabricante do seu servidor de correio vai lhe dar
suporte caso ele seja instalado em uma máquina virtual?

Então compartilhe suas dúvidas conosco e lhe ajudaremos a saná-las. A idéia é frequentemente
lançar um post sobre como funciona o licenciamento de algum produto quando utilizado em um
ambiente virtualizado.

Hoje começarei pelo famoso Windows Server, o sistema operacional que mais roda em máquinas
virtuais, e que muita gente desconhece o quanto pode ser bom para o bolso utiliza-lo virtualizado.

Como muitos sabem, o Windows Server 2003 possui 4 versões distintas: Web Edition, Standard
Edition, Enterprise Edition e Datacenter Edition. As duas primeiras, Web e Stantad Edition, não
possuem nenhuma vantagem no quesito licenciamento sobre máquinas virtuais, sendo necessário
uma licença para cada máquina virtual.

Porém as outras duas edições possuem um diferencial bastante interessante. O licenciamento da


versão Enterprise, permite rodar 4 instâncias do Windows em máquinas virtuais, além daquela
instalada no equipamento físico. Tudo isto com uma única licença.

Já a versão Datacenter, permite rodar um número ilimitado de máquinas virtuais, com uma única
licença. Tudo isto, evidentemente, deve acontecer no mesmo equipamento físico.

Legal, mas isso vale se o meu Hypervisor for da VMware?

Quebrando o mito 1

Ouço muitas pessoas falarem: "A Microsoft não da suporte para Windows em máquinas virtuais
da VMware". Este é um mito falso. A Microsoft suporta sim seus sistemas operacionais e seus
produtos sobre máquinas virtuais VMware. Certamente se isto fosse verdadeiro, seria uma forma
eficiente de conter a proliferação do VMware Infrastructure, porém não seria uma forma muito
legal de se fazer.
Bom, esclarecido isto, chegou a hora de acabar com o segundo mito.

Acabando com o mito 2

Estas mesmas pessoas que dizem que a Microsoft não suporta seus produtos sobre ambientes
VMware, afirmam que os benefícios do licenciamento sobre ambientes virtualizados não se
aplicam sobre as licenças de Windows quando rodando sobre VMs da VMware. Este mito
também é falso. Tudo que foi dito nos primeiros parágrafos deste post, se aplica para qualquer
software virtualizador, incluindo os da VMware.

Mas, já que utilizando o VMware ESX eu não preciso instalar umas das licenças no host físico,
posso instalar 5 VMs com uma única licença de Windows Server Enterprise? A reposta é não.
Uma licença de Windows Server Enterprise da o direito para 4 VMs.

Ficou claro que pode-se reduzir em 3/4 as licenças de Windows Server na sua empresa utilizando
a virtualização? E que dependendo do número de máquinas virtuais Windows que você utiliza,
este número pode sofrer uma redução ainda maior com a utilização do Windows Server
Datacenter Edition? Este é outro grande benefício que a virtualização pode trazer para sua
empresa. (Consigo ver muitos olhinhos brilhando agora :)

A Microsoft criou uma calculadora que ajuda as empresas a identificar o número correto de
licenças de Windows necessárias, mostrando qual seria o custo com a utilização de cada uma das
versões disponíveis.

Os requerimentos das CALs são os mesmos para máquinas físicas ou virtuais.

Mas não se esqueça, este "bônus" vale apenas para VMs no mesmo equipamento físico.

Guilherme Schäffer

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