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A sociedade Ateniense possuía uma divisão entre o publico (Pólis) e privado (Oikos).
Esses são termos gregos que podem ser entendidos, respectivamente, como: cidade e
casa. A Pólis era um local que possuía um carácter politico muito forte, sendo onde a
cidadania ateniense foi constituída e regida por um conjunto de normas escritas e leis que
construíram a democracia ateniense.
A Pólis era um Estado Jurídico onde comércios eram feitos, decisões politicas eram
tomadas, leis eram colocadas em práticas, tendo em seu corpo: assembleias, mercados,
teatros, ginásios e tribunais. Essa área possuía uma grande predominância masculina,
englobando uma abundância da circulação de homens pela cidade.
A exclusão da mulher pode ser percebida por essa separação de publico e privado
que formava a sociedade ateniense. Porém, essa exclusão se expandia para dentro do
Oikos, onde existia uma área reservada para a mulher e uma para os homens. Um Oikos
ateniense era divido em Gineceu e Androceu.
O Gineceu era o lugar reservado para mulher, onde a mesma realizava as tarefas
domésticas, que era tido como um dever e obrigação de uma esposa ideal, segundo a
sociedade ateniense. As tarefas da mulher incluem todos os conceitos da esfera privada,
como tecelagem, confecção de vestimentas para sua família, preparação dos alimentos,
cuidar e educar os seus filhos, cuidar do seu marido e prover o Oikos ateniense.
Já o espaço que era reservado para os homens era chamado de Androceu, onde a
realização dos simpósios era frequente, festividade onde as relações homoafetivas e com
prostitutas eram consumadas.
Com isso, conseguimos perceber que mesmo dentro de uma mesma casa, esses
setores tinham objetivos diferentes; enquanto um era voltado para o lazer e consumação
de atos de luxuria, o espaço das atenienses era voltado para uma obrigação que vinha
desde sua infância.
A educação da mulher era iniciada ainda na sua infância pela sua mãe, ou pela sua
ama, possuindo um objetivo claro de transformá-la em uma esposa ideal para o seu futuro
marido e uma provedora para seu futuro Oikos que será compartilhado com a sua família.
Com o casamento consumado e concretizado, era o dever da mãe dar continuidade ao
mesmo ensinamento que ela recebeu para sua futura filha.
Além de sua reclusão estar relacionada diretamente ao Oikos, a mulher recebia uma
grande pressão pela prosperidade do mesmo e de sua família. As atenienses, além de
desempenharem todas as tarefas domésticas e estarem ligadas a um sistema que não as
beneficiava, experimentavam a sensação de uma responsabilidade do sucesso do núcleo
familiar e doméstico que elas estavam em volta.
(Imagem Mulheres de Atenas, Fábio Lessa, 210, p. 50) PROFESSORA, NÃO SEI
COMO CITAR ESSA IMAGEM, ESTÁ CERTO DESSA FORMA ←---?
A mulher não tinha direito a uma educação formal. Desde pequena, como já vimos
nesse artigo, era a ela ensinada os deveres de uma esposa ideal, focando o aprendizado
de tarefas domésticas que ela exerceria em sua futura casa, com seu futuro marido,
escolhido por seu pai. Mesmo com o matrimônio, a vida da mulher ateniense continuava
reclusa, da mesma forma que era antes de casar, nenhuma mudança vinha quando o
casamento era concretizado. Ela passava da tutela do pai, para a de seu futuro marido,
ficando sempre retida a uma figura masculina, tendo sua reclusão acentuada por uma
sociedade patriarcal, impossibilitada de transitar pela esfera pública, exceto por questões
religiosas.
Apesar das mulheres ateniense serem reclusas ao Oikos, a Polis não existiria sem o
mesmo, pois eles se completavam, mesmo que cada um com sua individualidade, esses
espaços, apesar de divididos e com objetivos diferentes, se somavam em uma
prosperidade que funcionava para a sociedade ateniense, tornando cada um importante
da sua maneira.
Porém, as mulheres conseguiam exercer um papel fora do Oikos, papel esse que era
tão importante quanto prover a sua família, as possibilitando transitar pelo espaço publico.
A religião era um núcleo muito forte que regia o cotidiano e o modo de vida da sociedade
ateniense, influenciava em atos, pensamentos e comportamentos e as atenienses tinham
uma parcela de importância e interferência através dos ritos funerários.
Através desses ritos, as mulheres atenienses conseguiam alcançar um poder que
influenciava todo um núcleo familiar, pois a passagem da morte para os atenienses regia
o seu futuro de forma decisiva, sendo um fator de extrema importância na crença dessa
sociedade antiga.