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A L E X A N D R A L U IZ A L O R G U S
Bacharel em Direito e Mestre em Educação
Vitagliano (2001) afirma que são necessárias novas propostas que “rompam
com o senso comum teórico dos juristas”, fazendo surgir alternativas que não
pendam para o positivismo reducionista ou para o jusnaturalismo idealista: mas
que apenas coloquem o direito dentro da história da sociedade e,
principalmente, a serviço dessa mesma sociedade.
LETRAMENTO
A palavra letramento é recém-chegada ao vocabulário das Ciências Sociais. A
primeira referência ao termo é encontrada no livro de Mary Kato “No mundo
da escrita: uma perspectiva psicolinguística”, publicado em 1986. Logo a seguir,
Leda Verdiano Tfouni discorre sobre o tema em “Adultos não alfabetizados: o
avesso do avesso”, de 1988. Na década seguinte foi a vez de Ângela Kleimann,
com “Os significados do letramento”, em 1995, e Magda Soares, com
“Letramento: um tema em três gêneros”, publicado em 1998.
E N S IN O
D E D IR E IT O , P R Á T IC A S JU R ÍD IC A S E
LETRAMENTO
Compreendendo e significando que vários processos e fatores estão envolvidos
na construção de uma condição letrada, conclui-se preliminarmente que o
letramento é a competência para a participação em determinada forma de
discurso, com propriedade para “falar sobre o falar, sobre questões, sobre
respostas, isto é a competência de uma metalinguagem (GOULART, 2006, p.
451).
A reciprocidade da linguagem, que aí deve ser observada, não pode padecer de vício tão
comum da “superioridade”, da falta de humildade e clareza, características de juristas
criadores de um “outro senso comum” que, de comum, pouco ou nada tem .
INSERÇÃO D E P R Á T IC A S D E L E T R A M E N T O N O
E N S IN O E P R Á T IC A JU R ÍD IC A
Conforme Goulart (2006), a inserção no mundo letrado traz como
consequências a competência de participar de determinada forma de discurso,
o que faz surgir mudanças adjacentes que envolvem os aspectos culturais,
sociais, políticos, econômicos e linguísticos.
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Para romper com o ciclo, que compreende a educação bancaria para os alunos
de direito, efetivada através de uma linguagem erudita e tecnicista, que por sua
vez cria consideráveis distâncias entre o direito e seu objeto, que são as
relações humanas, dos cidadãos comuns (que vivem em sua maioria dentro de
um senso comum muito diferente aquele estabelecido pelos juristas), as
práticas de letramento aparecem como opção importante a considerar.
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O círculo de Bakhtin compreende a ideologia como o todo
imaterial que constitui as organizações sociais e possuem um
caráter semiótico próprio
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CONCLUSÕES
Poder-se-ia utilizar uma analogia entre a escrita e leitura e a alquimia. Porém,
como a arte alquímica requer conhecimentos de maestria, resta realizar uma
breve aproximação.
A alquimia acontece não somente pelo fazer diferente, mas pela mudança de
consciência; assim são as palavras, pura alquimia.
R E F E R Ê N C IA S
ALFONSIN, Jacques Távora. Sujeitos, tempo e lugar da prática jurídico-
popular emancipatória que tem origem no ensino do direito. In
http://portal.mec.gov.br/sesu/arquivos/pdf/seminario/jacquestavora-
emancipar.pdf