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Siegfried Hiordis

Clã: Gangrel
Senhora: Freya
Natureza: Sobrevivente
Comportamento: Solitário
Geração: 10ª
Nascimento: 1813
Abraço: 1840
Idade Aparente: 27
Descrição física:

Sua vida – Escandinávia (Noruega) – 1813

Nascido no ano de 1813 na Escandinávia, num pequeno vilarejo de


caça, pesca e trocar mercantes, nas terras ao norte da Europa, sendo o
terceiro dos sete filhos de Henrik e Hilda Hiordis. Siegfried nunca conheceu o
luxo ou a vida fácil. Desde pequeno foi educado por seu pai, líder do vilarejo,
um homem severo e rigoroso, nas artes da caça e combate. Apesar disso,
Siegfried admirava seu pai e percebia que, o sentimento do pai era o mesmo,
porém demonstrando a sua maneira. Sua mãe Hilda, não aprovava que mais
um de seus filhos se tornasse um caçador viking, assim como seu marido. A
vida de Henrik era somente a luta. O sangue viking que pulsava em suas veias
falava mais alto, e isso acabou sendo transmitido a Siegfried.

O começo do século era um tempo curioso, de guerras, início de


explorações e grandes revoluções surgindo a todo o momento. Em meio a
esses acontecimentos, Siegfried buscava aprimorar suas habilidades, tanto de
caça e combate, a fim de ajudar da melhor maneira possível seu vilarejo, sendo
a espada sua arma preferida.

Com vinte anos, lutou mais guerras do que podia contar. Seu pai, a
todo custo protegia o vilarejo com a ajuda de Siegfried e seus demais filhos.
Siegfried, ao longo do tempo, ia aprimorando suas habilidades, e longos anos
de paz se instalaram no vilarejo. No ano de 1833, o mundo enfrentava a praga
que assolava a Europa. Muitos morriam todos os dias. A situação estava
ficando cada vez mais impossível. A praga já assolara a família, levando à
primogênita, Ysild, no final do ano de 1835.

Certa noite após um exaustivo dia, Siegfried começou a sentir


tonturas e dores pelo corpo. Ao longo da noite, a febre tomou conta de seu
corpo. As dores aumentavam cada vez mais. Não conseguia se mover. Passou
a noite em claro e o início da noite seguinte também. Entretanto, um
sentimento de paz invadiu o seu corpo. Não tinha arrependimentos. Não tinha
rancores. Sua alma estava em paz. Apesar de tudo, havia levado uma ótima
vida. Havia sido um bom filho. Havia, da melhor maneira, ajudado aqueles que
mais precisavam e nada poderia tirar esse orgulho.

A noite demorou a chegar. Durante o dia, Siegfried experimentou as


piores sensações de sua vida. Estava impotente. Até mesmo respirar já estava
ficando difícil. Quando a noite chegou, Siegfried soube que não tardaria muito
mais para que ele morresse. Adormeceu brevemente. Teve pesadelos com o
vilarejo sendo atacado. As pessoas corriam e gritavam aos montes. Muito
sangue foi derramado. As pessoas do vilarejo lutavam contra sombras. Suas
bocas cobertas de sangue. Aos poucos, as pessoas do vilarejo eram mortas.
Despertou com um ruído na porta de sua casa. Abriu os olhos cerradamente e
avistou uma figura vestida em trajes simples de camponês aproximar-se de sua
cama. Arrastou a cadeira e sentou ao seu lado.

Siegfried percebeu que a figura possuía um ar extremamente sereno


como nunca havia presenciado antes. De certa forma teve a impressão de que
sua dor diminuíra. A figura silenciosamente observava Siegfried.

- Quem és tu?
- Não temas, meu filho.
- Uma valquíria? Então os portões do Valhala estão realmente
próximos.
- Há muito venho acompanhando sua vida e seus feitos, criança.
Você dedicou muito tempo de sua vida em combates e a natureza. Mesmo
quando não possuía mais forças, você não desistiu de sua luta. E nesse
momento eu tive a certeza de que você seria um excelente filho.

Siegfried escutava o que o ser dizia e não entendia o que ele queria
dizer com “filho”. Ele já possuía um pai, uma mãe. Uma família. “O que estaria
acontecendo ali?” “Estaria alucinando em seu leito de morte?” “Estaria
procurando uma forma de confortar-se nos momentos finais?”

- Não temas. Não deixarei que morras aqui neste leito.

A figura encapuzada sutilmente se levantou e caminhou em direção


a porta. Abriu-a. Outro ser adentrou e dirigiu-se ao leito onde Siegfried
repousava. A segunda figura encapuzada colocou a mão sobre a testa de
Siegfried e começou a fazer uma oração. “Em breve estarei no Valhala”,
Siegfried pensou consigo. Siegfried percebeu uma grande serenidade durante
toda a oração. Sentiu paz. A figura encapuzada permanecia em oração e nesse
momento Siegfried viu algo inacreditável acontecer. Uma forte luz dourada
envolvia seu corpo. Estranhamente, a dor, a febre, todos os sinais de doença
foram desaparecendo. A figura terminou sua oração, levantou-se e foi embora,
deixando Siegfried e a primeira figura encapuzadas sozinhos.

- Estás curado, Siegfried.

Siegfried contemplava a figura sem entender o que havia acontecido


naquele momento. “As figuras encapuzadas seriam valquírias enviadas pelos
deuses?”

- Não somos valquírias, porém possuímos poderes além de qualquer


mortal. Poderes capazes de realizar maravilhas ou destruição.
- Me ensine. Quero usar esse mesmo poder que vocês dizem
possuir. Preciso ser forte. Forte pela minha família. Forte por mim mesmo.
Forte por todos.
- Siegfried, preciso lhe contar algo.

A figura fez uma pausa enquanto Siegfried olhava admirado e ao


mesmo tempo curioso.

- Seu vilarejo foi atacado esta noite. As pessoas foram pegas


desprevenidas. Lutaram da melhor maneira que puderam, porém eles não
conseguiram. Foram dizimados. Incluindo sua família.

Siegfried escutava incrédulo. Não sabia no que acreditar. “Não, isso


não aconteceu. Meu pai é o melhor guerreiro dessas terras. Ele jamais seria
derrotado”. Siegfried tentou se levantar, sendo impedido pela figura.

- Agora já é tarde demais. Não existe nada que possa fazer.

Siegfried ficou em estado de choque. De certa forma, seu sonho não


era um sonho. O ataque havia de fato acontecido. Ele era o único sobrevivente.

- Siegfried, por esse motivo eu vim lhe ver. Escutei ao longe o som
do massacre. Consegui me livrar de alguns invasores, outros fugiram, porém o
único que consegui salvar foi você. Aquele que realmente me importa. A partir
de hoje, serás o meu filho. Ensinar-te-ei tudo aquilo que souber. Como se
proteger e como lutar. Contudo esse poder vem com um preço.

A figura sentou-se ao lado do leite onde Siegfried se encontrava.


Retirou o capuz de seu rosto. Era uma jovem e linda mulher. Não devia ter
mais que 25 anos. Em seu belo rosto, trazia uma cicatriz embaixo do olho
esquerdo. “Marcas de batalha” pensou consigo.

- Me chamo Freya e irei lhe contar minha história.

Nesse momento, Freya começou a contar sua história. A história de


como havia se tornado uma Gangrel. A história de seu povo. A história dos
outros clãs de vampiros que habitavam o mundo. Siegfried atenciosamente
escutava cada palavra. Incrédulo. Maravilhado de como o mundo era maior do
que ele mesmo pensara. Durante várias noites Siegfried escutou a história do
que veio antes e o que aconteceria depois.

Freya percebeu a determinação surgir nos olhos de Siegfried e


nesse momento percebeu que aquele realmente deveria ser seu filho. Antes de
partir, Siegfried queimou tudo que sobrou de seu vilarejo. Não queria ter mais
ligações com esse passado doloroso. Uma nova vida iniciava-se para ele.

Vivendo na selva - 1833

Durante seis meses, Freya ensinou a Siegfried o básico sobre o


mundo vampírico. Explicou-lhe como certas leias funcionavam e como deveria
viver em meio a tantos clãs e jogos de poder. Na noite de final do ano de 1835,
morando num vilarejo Finlandês, Freya chega a casa tarde da noite.

- Seu último teste começará Siegfried. Esteja preparado.

Nesse momento tudo ficou negro. Siegfried desmaiara. Siegfried


acordou em meio a uma floresta. Deitado sobre uma vegetação coberta por
uma fina camada de orvalho. Levantou-se. Olhou ao redor. Enormes árvores
tomavam conta da região. Poucos raios de sol iluminava o local. Siegfried
andou durante uma hora tentando se localizar. “Onde estaria? Seria esse o
teste?” Apesar do dia, um vento gelado soprava por todo lugar. “Estaria na
Escandinávia ou outro local?” Não havia meios de localizar-se. Deveria
sobreviver.

Durante o primeiro dia andou por vários quilômetros a fim de tentar


reconhecer a região. Procurando animais, frutas comestíveis e água. Encontrou
somente airela e mirtilo, bem como alguns cogumelos. Estava sem nada que
pudesse lhe ajudar. Durante a primeira noite, cobriu-se com algumas folhas de
árvores locais, tentando abrandar a fúria do frio gélido. No dia seguinte,
cansado e com fome, continuou a nadar e explorar a floresta. No raiar do meio-
dia encontrou uma pequena gruta. Entrou. “Será perfeito para passar a noite”.
Ao longo do dia, recolheu algumas folhas maiores que havia encontrado no dia
anterior, tampou a entrada da gruta e foi à caça de comida. No fim da noite
havia estocado uma quantidade substancial de comida. Passou algumas
semanas assim.

No que pareceu ser o final de um ano, Siegfried havia explorado


grande parte do terreno. A gruta ainda funcionava como abrigo durante as
noites frias. Durante o dia encontrou alguns animais característicos da região
que serviriam de alimento: alces, veados, algumas aves e peixes. Durante dois
anos aprimorou suas habilidades de caça, pesca e sobrevivência. Seus
sentidos se aguçaram e aprendeu a lidar com os animais em diferentes
situações. A solidão que antes o incomodava, com o passar do tempo passou a
ser sua maior companheira.

No terceiro ano morando na floresta, no fim da tarde, alguns ruídos


ao longe chamaram minha atenção. Esgueirando pela vegetação, me
aproximei do lago. Algumas pessoas estavam ao redor de uma fogueira e
diversas barracas compunham o acampamento. Aproximei-me mais. “Tac!” Um
galho no meio do caminho me denunciou. Homens armados vieram na direção
do barulho. Saí correndo mata adentro. Minha perna direita começou a
queimar. Sangue escorria em abundância. Tropecei e cai. Um dos guardas de
acertou com a arma. Apaguei.

Prisão - 1835

Acordei em uma cela, sem janelas, em chão puro e metal com uma
única saída obstruída por uma porta também metálica, não havia luz. Tentando
me comunicar constatei que estava em um mesmo agrupamento de celas,
algumas pessoas estavam a duas celas da minha. Prisioneiros. Não falavam a
minha língua.
“Segundo dia de cárcere, ainda não consegui me comunicar com os
soldados que me aprisionaram e nem mesmo com os outros prisioneiros. Não
recebi comida e nem mesmo água. Só me deixaram parte das roupas. A cela é
muito quente, abafada e pequena pra mim (nunca pensei que meu tamanho
fosse ser um problema dessa magnitude, não têm espaço suficiente pra ficar
em pé, nem consigo me mover direito, na verdade ficava o tempo todo
agachado, tentando caber ali) e as paredes da cela ainda me queimavam a
pele. Estou tentando a todo custo evitar tocar as partes metálicas, mas mesmo
o concreto está quente demais e com o meu tamanho não consigo não me
encostar-se a nada. Já tenho queimaduras nas mãos, braços e pés e venho
tentando controlar o grau de exposição pra que elas não se agravem, mas
droga, sou grande demais. Usei minha blusa para proteger meus pés e estava
comprimindo ao máximo meu corpo (na tentativa falha de caber aqui), também
comecei a ingerir minha urina tentando me manter hidratado, mas estava
suando demais. Preciso de alternativas ou não vou durar muito tempo.”

“Terceiro dia, continuo sem receber água e comida. Minha


consciência tem oscilado, mas tenho lutado pra me manter acordado (nesse
estado de fraqueza dormir é um grande risco). Um dos prisioneiros voltou a sua
cela. Outro está delirando em voz alta (isso é estupidez, um desperdício de
energia, mas ele não me escuta). Enfim tenho que me focar nos problemas
imediatos, às queimaduras estão ficando piores. Venho tentando aproveitar
todo pouco que tenho. Rasguei parte da minha roupa e a usei para enfaixar
meu braço esquerdo (onde esta a pior queimadura), não conseguia ficar sem
encostar nenhuma parte do corpo. Não podia abrir mão das pernas, por isso
optei por encostar o braço (não me parece agora a boa ideia que pareceu na
hora), essa queimadura precisa de tratamento, percebi que não teria como
trata-la. Tem doido demais, mais a dor ao menos me mantêm acordado. Tenho
comido os poucos insetos que tentam chegar ao “cantinho” das fezes (que não
é tão no “cantinho” assim, aqui dentro não tem tanto “espaço”) e também como
os que pousam em minhas feridas, insetos são nutritivos isso deve me ajudar,
mas re-ingerir meu suor e urina não esta mais funcionando, não tenho mais
saliva na boca. Assim vou morrer de sede antes mesmo que os machucados
comecem a infeccionar”.
”No quarto dia, passos foram à cela de um dos prisioneiros e
também a minha. O calor (e as queimaduras) era insuportável, mas não via luz
alguma há dias então à claridade feriu meus olhos. Mandaram que saísse da
cela e bem que queria fazer isso (ficar em pé pela primeira vez em quatro dias),
mas estava tonto e fraco demais para isso. Fui arrastado até uma sala e
sentado numa cadeira. Pensei que seria interrogado, mas demorou horas até
que alguém também entrasse na sala, acho que essa demora também faz
parte do interrogatório. Enfim quando finalmente entraram (um desarmado e
dois escoltando), o escoltado entrou bebendo um copo de água, (nunca odiei
tanto alguém em toda minha vida). O escoltado, falando em idioma
escandinavo.

– Você aí, nome? (Ele bebeu mais um pouco de água)


- Siegfried. – a voz quase não saía.

Somente conseguia prestar atenção à água. Aquilo me parecia tão


razoável (ou vai ver era minha sede desesperada falando), de qualquer forma
não conseguia mais me refrear, saltei e agarrei desesperadamente o copo de
água, (tinha pouco, mas a água nunca me pareceu tão mágica antes). Por
consequência fui espancado e recolocado em minha cela.

Jurei a mim mesmo e por meu orgulho, que não morreria naquele
lugar. Havia passado por coisas demais para ser simplesmente jogado em uma
cela qualquer e ficar por isso mesmo. Durante dois anos servi como escravo
naquele lugar, mas cada saída da cela me proporcionou investigar aquele local.
Aquela prisão. Não havia muitos guardas no local. Com certeza supunham que
os prisioneiros, privados de água e comida, seriam fracos demais para
tentarem uma fuga.

No dia seguinte, o guarda veio até minha cela. Abriu-a. Mais um dia
de trabalho me aguardava. Como sempre, fingi-me de moribundo. Fui andando
vagarosamente. Quando saímos da zona das celas, investi contra meu captor.
Estava fraco, porém a selva e aquela prisão me ensinaram a sobreviver. Faria
o que fosse possível para sair dali. Ou morreria tentando. Usei de meu corpo
como arma, consegui levar o guarda ao chão. Quebrei seu pescoço.
Revistando-o percebi que dispunha de chaves e uma arma. Retirei as chaves e
comecei minha fuga. Furtivamente andei pelos corredores da prisão. Um a um,
os guardas que se interpunham em meu caminho, caíam mortos ao chão. Não
sei o certo se os deuses estavam sorrindo para mim naquele momento, mas
aproveitei de minha sorte para escapar.

Saindo além-muros da prisão, percebi que estávamos em uma ilha.


Isolada. Comecei a vagar pela ilha procurando um barco que pudesse me tirar
dali. As sirenas da prisão começam a tocar. Corri o máximo que pude.
Chegando ao outro lado da ilha, próximo aos rochedos, havia uma mulher
contemplando o horizonte. Aproximei-me. Qual foi minha surpresa em ver
Freya, com o semblante tranquilo como a última vez que o vira.

- Vamos sair daqui, meu filho. Teu prêmio o aguarda.

Seu abraço – 1840

Desembarcamos em Nova York, no ano de 1840. Nova York era


bem diferente da cidade que hoje recebe milhões de turistas por ano. Naquela
época, a Guerra Civil assolava os EUA e inúmeros imigrantes, que fugiam da
pobreza que assolava a Europa, chegavam ao país. Ao longo da década de
1840, o número de estrangeiros que desembarcaram na cidade foi o mesmo
que a soma da população total de 20 anos antes. Dentre os imigrantes, o maior
contingente eram de irlandeses. Cada um dos 40 navios vindos diariamente da
Irlanda despejaram 700 imigrantes na cidade.

Instalamo-nos na periferia de Nova York, onde Freya dizia ser mais


tranquilo. De fato, ela odiava grande aglomerados de pessoas. Preferia a
quietude. Uma sensação que experimentei nos meus anos na selva.

- Você provou ser digno de receber os dons dos quais lhe falei. E
mais importante, ganhou o direito de ser meu filho.
- Obrigado Freya. Creio ter entendido o motivo de me fazer passar
por tudo que passei. E por isso sou grato.
- Vamos. Sente-se. Temos muito a conversar.

Siegfried sentou no pequeno sofá enquanto Freya estava em pé ao


lado da janela, observando o movimento nas ruas.

- Neste mundo assustador e sombrio, os vampiros existentes nas


lendas e folclores do mundo são reais: monstros inumanos do oriente, criaturas
desfiguradas, cavaleiros amaldiçoados, imortais insanos e principalmente os
vampiros aristocratas e atormentados. Essas criaturas se dividem em seitas,
num esforço para ocultar sua existência da humanidade e manipulá-la a partir
das sombras, enquanto enfrentam a sua maldição, os conflitos entre
imortalidade e moralidade, a abdicação e transformação gradual do ser
humano em monstro inumano, e o confronto pela maestria entre os demais
vampiros do mundo. Existem duas seitas principais e inimigas: a Camarilla e o
Sabá. Cada grupo de vampiros adquire a imortalidade de forma diferente,
desenvolvendo poderes e características distintas; cada 'sub-espécie' entre os
imortais se reúne em "clãs" para assegurar sua sobrevivência e prosperidade.
Existem 13 clãs espalhados pelo mundo.

Apesar de lhe já ter contado parte da história, Freya julgou


necessário recapitular tudo novamente. Afinal, Siegfried havia ficado longe dela
durante muitos anos.

- Naquele tempo, o que lhe salvou a vida foi obra do que chamamos
disciplina. Particularmente prefiro me manter distante dessas guerras inúteis.
Sou bastante velha, digamos que muito velha. Jamais revele isso a outros
membros. Se você bem prestou atenção no que eu disse a diablerie (apesar de
ser um crime) é praticada por muitos membros que buscam poder imediato.
Quanto às seitas, nosso clã pertence a Camarilla. Porém, repito novamente, só
me pronuncio quando realmente necessário. Aconselho a fazer o mesmo.

...
Em uma noite, ainda no ano de 1840, Freya chegou em nossa casa,
acompanhada do que parecia ser um mordomo.

- Precisamos ir até a sede.

Siegfried foi levado juntamente com Freya a sede. Chegando lá,


avistou dezenas de membros no local. Nunca havia estado de fato naquele
local. Parecia estar ocorrendo uma espécie de reunião. Freya encamihou
Siegfried a uma sala com enormes portas de uma madeira reluzente. Ao
adentrarem, um homem bem vestido estava sentado em uma poltrona. Havia
outras duas poltronas vazias.
- Sentem-se. Freya, muito bom revê-la. Espero que esteja tudo
bem.
- O prazer é meu. Graças a Caim, tudo corre bem.
- O que posso fazer por você, minha querida Freya?
- Venho humildemente pedir que me permita transformar Siegfried
em um de nós. Meu filho.

O “príncipe” fica em silêncio. Olha Freya com olhar fixo e pensativo.


“E por que eu deveria conceder o seu pedido?” Freya então explica toda a
minha história, desde o vilarejo na Escandinávia até a chegada a Nova York. O
“príncipe” vira sua atenção a mim. Um calafrio sobe minha espinha, porém me
mantenho firme.

- Ficarei extremamente honrado em fazer parte dessa sociedade e


mais honrado em ser filho de Freya. Espero cumprir as expectativas que ela
colocou sobre a minha pessoa. E espero cumprir as vossas também.

O “príncipe” olha novamente para Freya e sorri. Freya levanta-se.


Aproxima-se de mim. Nesse momento um êxtase percorre meu ser. Uma
sensação como nunca antes havia sentido.
Siegfried acordou em um local escuro. Por volta das 19hrs.
Percebeu que estava em seu quarto, na casa de Freya. Alguma coisa estava
diferente. Podia sentir. Siegfried estava cansado. Sem saber direito o que havia
acontecido. Aos poucos “flashes” surgiram em sua mente como uma torrente
furiosa. Cada flash que surgia, despertava Siegfried para sua nova vida. A
porta do quarto se abre. Freya adentra. A mesma sensação de quando Freya
chegou a sua vila, percorre o corpo de Siegfried. Freya segurava em uma das
mãos um cálice.

- Beba.

Siegfried levantou à mão trêmula em direção ao cálice e em um gole


bebeu o líquido precioso. Aos poucos seu ser foi se acalmando. Sentou-se na
cama. Olhando Freya atentamente como quem busca uma explicação.

- A partir de hoje você renasceu. Ou melhor, nasceu para sua nova


vida. Uma vida superior a que você estava vivendo. Sinta-se feliz meu filho.
Vamos, você tem muito aprender.

Atualmente

Após sua transformação, Siegfried continua servindo a Camarilla no


que fosse necessário. Freya durante décadas continuou ensinado Siegfried o
que fosse necessário até o momento em que julgasse que não teria mais nada
a ensinar a seu filho.

Após uma missão, no ano de 1998, ao chegarem em casa, Freya


segura o ombro de Siegfried.

- Hoje é a noite em que iniciaremos a última coisa que tenho a lhe


ensinar. Depois disso, nos separemos e somente nos encontraremos quando
for necessário. Ainda nos falaremos, porém nossos encontros presenciais
serão raros. Você deve explorar o mundo por si mesmo.
- Freya, que ensinamento seria esse?
- Um novo conhecimento. Algo novo que você pode aprender.
Chama-se trilha.
- Siegfried, nem todos os vampiros desejam seguir o mesmo código
de moralidade que os mortais. Alguns dão as costas aos valores e crenças dos
humanos em algum momento após o Abraço, adotando outro caminho para se
afastar da Besta. Enquanto a Besta é uma manifestação visceral de tentação,
caos e selvageria que desperta no coração morto-vivo após a transformação
em vampiro, ela precisa ser apaziguada. Alguns vampiros acreditam que
manter a Besta satisfeita e sob controle é algo impossível para aqueles que
seguem a Trilha da Humanidade, uma vez que ser um vampiro é o oposto de
ser um mortal, e para ser um imortal, muito dos tabus humanos precisam ser
quebrados por uma simples questão de sobrevivência. Estupro e assassinato
são renegados pela moral humana, mas cada alimentação do vampiro é como
um estupro além do limite da capacidade de compreensão da mente humana,
bem como o assassinato às vezes é inevitável. Portanto – alguns concluem –
seguir os valores do rebanho não é apropriado para vampiros. Eras de estudos,
experiências e avaliações através de estudos, buscas espirituais e empirismo
ensinaram aos vampiros como desenvolver outras Trilhas de Sabedoria,
levando-os a conciliar sua natureza vampírica com as necessidades da Besta.
Porém, os caminhos são muito diversos e divergentes entre si. Enquanto
alguns não são antagônicos aos valores dos mortais, outros são uma
aberração, muitas vezes considerando os humanos como seres inferiores, que
vão desde seres que precisam ser protegidos a mero gado. Para isso, primeiro
você deve abdicar de sua humanidade. Creio que isso será fácil para você.
Segundo, você irá começar um programa rigoroso de estudos e eu serei a sua
mentora. Somente alguém “iluminado” pode ser mentor nos caminhos da
Trilha. Os estudos serão extremamente rigorosos, essa será uma das partes
mais difíceis. Ao final de um período de tempo que eu julgar necessário, você
irá realizar uma prova. Essa prova pode envolver o estudo de conhecimentos
proibidos, a resolução de charadas, a realização de ordálios ou tarefas, ou o
que quer que eu considere relevante a Trilha que lhe ensinarei.
- Eu confio em você Freya. E estou disposta a fazer o que for
preciso.

Em 2005 Siegfried realizou a prova que definiria se ele era capaz de


ser iniciado nos caminhos da Trilha do Coração Selvagem, mesma trilha que
Freya seguia. O período de estudo em comparação as provas impostas foram
extremamente fáceis para Siegfried. Saiu-se excepcionalmente bem em todos
os testes. Ao fim dos testes, ganhou uma tatuagem em suas costas como
forma de representar sua iniciação na Trilha. Um enorme lobo fora tatuado em
suas costas, um lobo negro que ao mesmo tempo representa a família a qual
ele pertence como também representa sua entrada nos preceitos da Trilha.
A Trilha do Coração Selvagem
"Eu caço, eu mato, eu me alimento. Nenhum costume ou civilização é capaz de
me impedir; nenhum muro ou armadilha me enclausura. Eu sou uma força da
natureza e um predador eterno." Gentha Shale

Apelido: Bestas

Os vampiros são os maiores caçadores - imortais e invulneráveis. A


Besta interior é apenas a expressão do instinto do predador, Negar seus
atributos atávicos é ir contra as normas da natureza, ou pelo menos, é isso que
acreditam os seguidores dessa trilha. Um vampiro só pode sobreviver
mantendo-se fiel ao seu eu interior e aceitando as propensões monstruosas
que acompanham seu estado de morto-vivo. Apesar de não se deleitarem em
suas caçadas, as Bestas também não as evitam. Ao aprender a aceitar o papel
de caçador e, desse modo, reconhecer o papel adequado dos mortos-vivos, um
vampiro se torna como um animal: feroz, predatório, mas definitivamente em
seu lugar de direito.

Um seguidor dessa trilha sente que a Besta é uma parte natural do


ser vampírico e precisa ser satisfeita. Ainda assim, os vampiros são
inteligentes, sendo que um caçador ardiloso é mais efetivo. . Portanto, é
importante alcançar um equilíbrio entre a Besta e o Homem - a astúcia feroz e
os instintos mórbidos e selvagemmente astuciosos de um vampiro são
excelentes ferramentas de sobrevivência, temperada pela racionalidade e a
perspicácia da mente. Saciando as necessidades da Besta de tempos em
tempos, o vampiro ganha, ironicamente, um grau maior de controle pessoal. Os
vampiros da Trilha do Coração Selvagem (às vezes chamada de Trilha da
Besta) têm pouca utilidade para as armadilhas da civilização ou da educação.
O transporte e as armas modernas são desnecessários para o vampiro, já que
a não-vida fornece todas as ferramentas necessárias para se caçar e matar. A
lábia e a política são preocupações triviais; política não traz sangue para a
garganta de ninguém. Os vampiros foram criados para caçar e matar, e os
seguidores desta trilha são excelentes nas duas coisas.
A Ética da Trilha

• A sobrevivência é sua primeira preocupação.


• A política e a tecnologia atrapalham a caçada.
• Aprenda a atingir o equilibrio de sua Besta Interior. Pratique as ações brutais
necessárias a sobrevivência, mas mantenha sua inteligência e sua perspicácia.
• O "mundo natural" é uma ilusão. Todas as coisas têm de viver de acordo com
suas formas, seno que até mesmo a civilização é natural, já que ela é uma
forma de humanidade.
• Apesar do fogo poder matá-lo, você tem de dominar seu medo para ser capaz
de matar aqueles que iriam usá-lo contra você.
• Esteja sozinho ou em bando sua lealdade deve ser absoluta. Você não tem
tempo pra ficar mudando de lado.

Hierarquia dos pecados da trilha do Coração Selvagem


Valor: 10
Orientação Moral: Caçar com outros meios que não sejam seus próprios
poderes vampíricos.
Base Racional: O caçador perfeito não precisa de ferramentas.

Valor: 9
Orientação Moral: Envolver-se com política.
Base Racional: As lutas políticas não conduzem o sustento.

Valor: 8
Orientação Moral: Permanecer na presença do fogo ou da luz do sol, exceto
para matar um inimigo.
Base Racional: Não faz sentido cortejar a Morte-Final.

Valor: 7
Orientação Moral: Agir de maneira excessivamente cruel.
Base Racional: A morte é uma coisa natural, a alimentação é uma coisa
natural. A tortura e a crueldade não o são.
Valor: 6
Orientação Moral: Deixar de caçar quando estiver faminto.
Base Racional: O objetivo do vampiro é se alimentar.

Valor: 5
Orientação Moral: Deixar de apoiar seu bando.
Base Racional: Apoie sua família e ela o apoiará.

Valor: 4
Orientação Moral: Matar sem necessidade.
Base Racional: Uma pessoa morta não servira de alimento no futuro.

Valor: 3
Orientação Moral: Deixar de seguir os próprios instintos.
Base Racional: Os instintos são a base para a natureza predatória.

Valor: 2
Orientação Moral: Matar uma criatura que não seja pela sobrevivência.
Base Racional: O propósito da morte é o sustento.

Valor: 1
Orientação Moral: Recuser-se a matar para sobreviver.
Base Racional: Os vampiros são caçadores, todo o resto é caça.

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