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REFERÊNCIAS
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CAPÍTULO I
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Iamamoto (1996) afirma que a “flexibilização do mercado de trabalho”, vem
acompanhada da desregulamentação dos direitos do trabalho e de estratégias de
informalização da contratação dos trabalhadores, atingindo amplos segmentos daqueles que
vivem do trabalho.
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A Economia Solidária começou a ressurgir no Brasil, de forma
esparsa na década de 1980 e tomou impulso crescente a partir da
segunda metade dos anos 1990. Ela resulta de movimentos sociais que
reagem à crise de desemprego em massa, que tem seu inicio em 19981
e se agrava com a abertura do mercado interno às importações, a partir
de 1990. Em 1991, tem inicio o apoio de assessores sindicais a
operários que conseguem se apossar da massa falida da empresa que
antes os empregava, formando uma cooperativa de produção, que
retoma as operações e assim “salva” os postos de trabalho até então
ameaçados de fechamento. (SINGER, 2003, P.25)
Como resposta a necessidade de luta pela subsistência por parte da população excluída
a Economia solidária se forjou gradativamente como movimento social, sob forma de
cooperativas e associações. Segundo Singer (2002), muitos dos milhares de pequenos Projetos
Alternativos Comunitários (PAC), financiados pela Cáritas Brasileira para gerar trabalho e
renda de forma associada para moradores das periferias pobre e da zona rural acabaram por
constituir-se em unidades de economia solidária, assumindo a forma de cooperativa ou
associação produtiva. Caracterizando-se inicialmente na zona rural, por empreendimentos
agrícolas, e na zona urbana por empresas em processo de falimento, assumidas por seus
trabalhadores.
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sindical para a Economia solidária em parceria com a ICCO – Organização Intereclesiástica
para a Cooperação ao desenvolvimento, no ano de 1998.
Em 2001, durante o Fórum Mundial Social na cidade de Porto Alegre, surgiu o Grupo
de Trabalho Brasileiro de ES. Depois de entregue a carta ao presidente Lula no final de 2002,
aconteceu a Primeira Plenária Nacional de ES com a presença de representantes de vários
estados, que discutiram a criação do Fórum Brasileiro de ES. Em junho de 2003, houve a
criação da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES) no Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) pelo então ministro Jaques Wagner. Em 2004 aconteceu o Primeiro
Encontro Nacional de Empreendimentos e em 2006, a Primeira Conferência Nacional de ES,
culminando na criação do Conselho Nacional de ES, consolidando a Economia Solidária no
Brasil.
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1.2 - Significação da Economia Solidária
A Economia solidária se definir também por uma nova forma de produção, consumo e
distribuição de riqueza (economia), de base associativista e cooperativista, voltada para a
produção, consumo e comercialização de bens e serviços de modo autogerido, tendo como
finalidade a reprodução ampliada da vida. È o “conjunto de atividades economicas – de
produção, distribuição, consumo, poupança e crédito – organizadas sob a forma de
autogestão” (SENAES,2003:6).
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renda, no desenvolvimento da dimensão social, econômica, política, ecológica e cultural para
a construção de um ambiente socialmente justo e sustentável.
Singer propõe que a economia solidária seja uma estratégia possível de luta contra as
desigualdades sociais e o desemprego: "A construção da economia solidária é uma destas
outras estratégias. Ela aproveita a mudança nas relações de produção provocada pelo grande
capital para lançar os alicerces de novas formas de organização da produção, à base de uma
lógica oposta àquela que rege o mercado capitalista. Tudo leva a acreditar que a economia
solidária permitirá, ao cabo de alguns anos, dar a muitos, que esperam em vão um novo
emprego, a oportunidade de se reintegrar à produção por conta própria individual ou
coletivamente...” (SINGER: 2000 p.138).
O conceito de Economia Solidária segundo Mance agrega a noção não apenas de geração
de postos de trabalho, mas sim uma colaboração solidária que visa a construção de sociedades pós-
capitalistas em que se garanta o bem-viver de todas as pessoas: "...ao considerarmos a colaboração
solidária como um trabalho e consumo compartilhados cujo vínculo recíproco entre as pessoas advém,
primeiramente, de um sentido moral de corresponsabilidade pelo bem-viver de todos e de cada um em
particular, buscando ampliar-se o máximo possível o exercício concreto da liberdade pessoal e
pública, introduzimos no cerne desta definição o exercício humano da liberdade..." (MANCE: 1999,
p.178).
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eliminação de desperdícios e de tempos ociosos, a qualidade do produto ou dos serviços, além
de inibir o absenteísmo e a negligência” (GAIGER: 2002, p.34).
Nas diversas interpretações dos autores citados pode-se notar algumas convergencias e
divergencias, é consenso a dimensão transformadora da Economia Solidária, bem como seu
caráter socialista enquanto modo de produção coletivo e autogerido, porém faz-se necessário
pontuar que a dimensão ideológica da Economia Solidária suscita muitos questionamentos
entorno do seu “status quo” dentro do sistema capitalista de produção, pois está claro sua
imersão neste sistema.
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III plenária Nacional de Economia Solidária, em junho de 2003, a carta de princípios da
Economia Solidária,
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populares para o exercício pleno e ativo dos direitos e responsabilidades da cidadania
(controle social);
Para a Economia Solidária, a eficiência não pode limitar-se aos benefícios materiais de um
empreendimento, mas se define também como eficiência social, em função da qualidade de
vida e da felicidade de seus membros e, ao mesmo tempo, de todo o ecossistema;
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Em relação às cadeias produtivas existe um grande esforço no sentido de
ampliação das oportunidades de trabalho e intercâmbio no sentido de articular o
consumo solidário com a produção, comercialização e finanças, de forma dinâmica e do nível
local até o global. As atividades sócio-econômicas mantém-se na suas origens e contexto
imediatos agregando a territorialidade e o desenvolvimento local como marcos de referência,
mantendo vínculos de fortalecimento com redes da cadeia produtiva (produçáo,
comercialização e consumo) espalhadas por diversos países, com base em princípios éticos,
solidários e sustentáveis. A economia solidária promove o desenvolvimento de redes de
comércio a preços justos, procurando que os benefícios do desenvolvimento produtivo sejam
repartidos mais eqüitativamente entre grupos e países.
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b) cujos participantes ou sócios(as) são trabalhadores(as) dos meios urbano e rural que
exercem coletivamente a gestão das atividades, assim como a alocação dos resultados;
c) a maior parte dos grupos se estruturou a partir nos anos 1990. As principais razões
que motivam a criação dos empreendimentos associativos são a busca de alternativas
de trabalho diante do desemprego, a obtenção de maiores ganhos e de uma fonte
complementar de renda;
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e) apenas 38% dos empreendimentos conseguem pagar as despesas e ter alguma sobra.
Entre os empreendimentos que declararam o ganho dos associados, mais de 50%
recebem o equivalente a até meio salário e 26% entre meio e 1 SM. Embora a
obtenção de uma fonte complementar de renda apareça como um dos principais
motivos para a organização dos empreendimentos, é plausível supor que esta renda
seja a complementação de outra igualmente precária;
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organização desses empreendimentos, predominam as associações, com 60% do total, seguida
dos grupos ainda sem formalização, com 22%; e das cooperativas com 15% do total.
Atividades econômicas:
(14º) Artefatos diversos de madeira, palha, cortiça e material trançado (exceto móveis)
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b) a inclusão, como proponente na execução, além das universidades públicas, de
universidades privadas e organizações da sociedade civil com experiência no apoio a grupos
solidários;
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