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CARTAS
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p O C U M E N T O S
DIRIGIDOS A SUA MAGESTADE

O SE N H O R D. J O AO VI I

PELO PRINCIPE REAL

O SENHOR D .. PEDRO DE ALCANTARA !


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~~ - ~·~ ~ ' t, ~é· \.'}';""·~.:. ;, ... ·'"J~ ~· ~·-~ "' :, ~,,.

E QUE FORÃO PRESENttÊS A'S':bÓRTES:. :').

, .Em a Sessão dt: za de Septemhro de 182~.

LISBOA:
NA IMPRENSA NACIONAL.
A H N'() DE l8~U.
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'Fal1·!t tsta ed:içáo .por Ordem dàs C6rtes,, prohibida a r~im:"
pr~~~ .:W'\IC\~Ii{u~r,~1.. . . ·: : . . -~ • ~-- . <. ·~ . , ._

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· DIRiam·os
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A SUA ~.(G·EST~DE· '

I O SENH:o R D. .TOÃO 1VI


I. . - . - . r.
. P:ÍU~O .PRÍi'iCIPE RÉ:AL ~ _ .bt
~ '~ ~ .:-~ 1: ~
Dt;: ALCAJ~'T-1\R.\.
• • ., I : o •: , · • .- ', • _.·,

t . O SENHOR ·. .O. ' PE;D_RO ~. 1 1 ~t

JLÍustds;.mo e · Exc~llent~ss· i~~ ·S-~i;h~~~~~~~~~ ~~R~~l· ;~~:·


n'1et1er 'á s Gqrfes 'Geraes, e Ext'r~ordinariaS' : d-a Nação Por u..:1
gueza: as {res éar.tas inclusa:S ,"' que acabà de:'i:ece.ber.. ,«<e~seU.
fi'l hp o Principe· Real·; nas datas de- 26 de ·Julhó ·,:. e CIE?~ 1,'
e fi de Agosto; para. qu~ chegu'e ao -conhe'cfilien(o ' tlb_tnie's_..
rnq Sob~ranó Congresso' o seú ,conteudff ;"" 'ê "f9go a · V.. ijx:ç.a.,
ttue Jogo qrue · 11ão ' sejãó necessa'rias ll)á's. h<rja' 'ae: tian'smifu;
ti.r', Cpará sere·m ,:reslH.u'idas a Sua Magesta'de;· Deos · gua~de ;
a V . .E)Ç_c.a _ P~I,aci.o d_e Queluz . ~m 28 . de . Sep fl:( ffihí:~ de :ts22'. >
......:. -~erthor ·J oãó Baptlstá' FeJgüeir~s .....:. Filir>pe 'Fetrei'ra de
A·railjó e' Gastr<?. · · ' -' · · .~ , ,r -~
f . .. ...

CA' RTA L -'il


· ... f ~ ~ ~ WJ · 1 ' ~ · - ..J n c- ,

Meu Pay e lffe·ú ·Seiilrur (J. •- ~


26
Rio 18' 7 22 . l .• .1 ..'. ~__,
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. '{(I
~
. . I!
Parabens á Patria , a Vossa MagestadP., ab Braz1 ,... e ao
~Iun5lo int~iro ! ~~·cau~a N_ac~onal , ~. 3 u~ e~a depend;-~_t~- da
.J\P;tçao e declaraçao da ·m;uona ~as Provi.ficias· dptfff.a2rl ã_ su~
felicidade, vai conio todos o{ q)le 'a'tn·arern a Vossa 'M';.\'ges'ta'-
'ie'' CÇ>~no R1ey; Gon§ttit.uc'·ronal dé Jafito< ~: ~ ·Àà9 ocÓ :d~~ direito~ ~
A 2 .
'
n1o Vossa Magestade eslãva sen'do dezejão. Digo não de di-
-reito,; r_?rque só o direito não o constituia tal porque não ti-
. nha acç.<_1o._ =- -· ...- ...,., ~ _
.ç .. _
- Hoje recehi hum a l)eputaçã() de ·Pernambuco qu e ve io
,j)él fâ me reçonhecer H.egenle sem restricção al g uma no Pod e r
Executivo por assim ser . li' vontiíde' ge1tal do Povo, e Tropa
da Província. . - · ""'" .... v • ·

,>... Vossa· Ma~esta ~ .;r~rfloara y pão ;fer7: m.andado parte Cle


'tu fio; mas ass1rn con_v em .·para que os faccwsos das Cortes
:ea:hião, por não saberem , LÍ_s . .C] uanta ~ .a.n~~o .,. e de mais por~,
.que co.mo as circumstancias me obrigarão á convocação da
·Assemb'lê.a G~rfil Ço f>!stit~in.L_e, ~ Legi~tatj ya, era só mero
Jomrolari@, . porque eU unicarn ente heide fazer ~?xe.cular com
t odo -o ;g.e.sto os seus D.~c ~ eto_:; , e de 14 mais nenhum.
E.~;~ ~enhor v~jo as conzas de tal modo (falando claro) que
t er relaçô':es éo'ril VoS:sa '-Máge'stade, só l fami·~iares , · porque as~
sim he o espii-'ito ·p_u blico no Bràzil; não pata deixarmos de -_
st:.qnps~, s~h.ditps·· {i e \Çossa Magestade, que· semp1;e r.eeonhe-
. c~er~prQs .; f\_refiqpbe 9er,e~nos como.. nos.so ·. Rey; mas · p9r':iue
~al ~ - f?o!tY.!t.supr:e?na;.,.Zex,: est. _qqero dtzer '. que, he · ~um 1m- .
~)~S!.~ el».fi~lcq_,: ;_,e .. rn?ral. J>oltpgal .' ~ov~rnar ! o. Braz.!, ou o.
;ijr9r..!Lper 1 gp ~ filr f!,ado d.e r P;or1tugaJ. . ) . . . , .. . .·
.-:J,.N,àp:,. sou .n~h.elçle cpmor hão :de dii,er a. Vo.ssa ".1\tiagestade
R

.o~~ :i-ni.h}igps; .9é Vo.ss~. _Mages.ta# , sãq as dr~~nst~ncias. Eu •.


~1 Auas menmas a, P,nnceza pejada de tr~s mezes · estamos
~1.~ perfeita ·s_a~1de. .. . . . , . .
• ,, :Qeos 9_uanle a ·. precwsa v1da ,"· e saude de Vossa: Mages-
tade como todos ·os q•uns Portuguezes·, e mormente nós Bra..:.
. ~iileiros havemos I)Üster. · \
. Sou de Vossa ~ag~stade·· com / o mais profundo respeito
t>ubdito fiel , e filbo pbdientissimo que 1he beja a Sua Real
Mão ..,..,.,. Pedro.
. •
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· · ·
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-4
·Rio l~
8
- 22
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. .. M~u, Pai, e 111e}!. Senhor r: · ~en~o .a honra·. de 'r emete~ ·


a Vossa ~rfag~stade - ~ .d01s Decreto ~, ·Um ·do I. .
· ~ .mclusos..)
-"deste Agosto 7 e out,ro d'e ·.3 de Jn€fl3mO-para que VOSfl!i l~a· .
--.......;--......___ ""' .
( 'r 5 ..j
;- ~-,

g~stade, e~teja_ ao facto .d~ pwrcha , paliticP-: ile[>L~ , .q.ei~~, 4\lm


o 1 'e~>t<~ l defe~den.dp· , dess,e~ ,traiqqres.. , . ,' , ._,, .. ·, , . 1 •d
· I<~u ,', a ,Pri!(Cf'Za, !3 a J. ?~. 1,1ari~ es~all_JOS . 'Qons ;· a .Mari ~:
tem fj do,feb~e , :\ oito dins, , 1·~r$i Hoje_ es,i-:~. n ua.si boa. ,. ". ,_
,D :eos . guarde a pr Eicios·~ vic!,à, ~;e _S<\}t ~l é., de Vossa Wlage"sn.
tade como ~odos. ~ s .b.ons P0rtugue~es, e 1)1Órme{l,re JilÓS Brà-:-1
zileiros hav ~ mo~ mister\'; .i ' . j ·'~ '·' \ ~ < ' ' · .h ,' • ' •

·Com o mais P~?f~mdo r~$pe ~~ JenhoJ.a : ~lOn~a _d:e _ser ·de,


Vossa Ml:!gest íjl d~ t;nbcl!tp fie), e ) i!ho .o.bedtentlsSiplO, q.ue
lhe: beija a .sua Real NJ.ão -· . J.>edrq;
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. .. ·. ...
J? ~ C .~~,E T.· Q(:
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T:É~do-~1e s.ido co~fqr~~da p~r ~~~;ni~Je consé~tim·~~tl,~i­


espon~taneidade d,os Povos ·do Br~zil '-" a _Djgnidn,de e.:,~Poder ..de·
Regente deste Vasto Imperio ~- nue ~IRej .Meu ~:ugusJO' ~Par1
Me tinha outorgado _, Digniqade ~u~ ~~ l.1corf e~ ~le ~i;sh<? l!, ; ~, .

I
sem serem ouvidos todos os Deputado~ do Br~z:i;l , , ,ouSá_rã?_
despl~jar-Me, eonio he : notor io.~ E . terdo . Eu acceitado _ ou~ro
sim o Titi.!lo e encargos de pefensor P~rpetuo de~te Itei-,
ne, ,que ·9s mesmos Povos tão . gene~os,a, e .lealmente !We con'" . ,
-ff;'r1r:1o; :- Cumprintlo-Me por ta .nto _ em , d~s~mpenhQ ~os meus~
Sà'gra~os D~veres, ·e em reqonhecimento de tai?Jo a'mo.r e fi:..
delidade, TomaJ: todas 1\S .medidas indispensavçís á . salvaçãp
desta maxima- parte da Monarquia P.ortugueza, q_u e ,em Mim.
se confiou , e cujos · dir,eitos .Jurei Conservar ille~os de q't~,al­
quer ataque: E co,mo as Cqrte~ ·de\Lisboa . continuüo 11,~ tp ~s,.. · ·
mo ~rrado sy~tema, e.~ a. todas as}_l]z;es injusto, de rec,olonizar o,
BraziJ , . ai ntla ;í fo,•ça à~ a r mas ; ,a· r,e~a ~; . de, ter o ·.me~(no já.:
proclamado a sua Jild e pen(len-ci à P o.litica , a ponto de estªr,
j;{ Jegalínen{e" convoc ada ,pelo Me1-1 R:eaJ· I),ec,r e tp .de tre:s ·de·
Junho proximo p~ssad o uma. A s,sembléa ·Geral C p nstituinte .
/ e Leg islativa a req-uerimento geral de todas as Camaras , ,
procedendo-se assim , eo.m uma formalidade, qne nãp houve
e m Portug·al , por ser . a c<mvoca ção <;lo Congresso em sua·
orige m sómente um acto .de .clubs . occolto~ e faccioso·s ·: E<
Consicle~anciÇ> . ~u ig u~lrnent~ ª _Sua J.YI~ge~tade · El.Rei o Se-:.··
1

nhor Dom João Sexto, ..e- cujo Nome.-... e


. .... ~
Au'th,Qri~ad;~
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perten.
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tfuí)Y -as-- ~ottesJ -s~tv1r~se· ·par~-~ b$ sêu:s li'~s sfni's tros' , 'com"ô_,
Prizioneiro . riaq.uelle Reino:", sem vontade Propria ) e séní
ne
I I

.iqne-lla J1berdatle de- ~cçã·o, que da-da ao ·Poqer Execu-


tivo- nà,S Monarq:uÍ1(\S: Constituc'iónaes : Mando , depois del.
fér Ou.vido ó Mti'u Cori'se1ho· de Estado , a ·tod·as as Juntas -
J?rovis:ori-as de Governo; ·Governadores de Armas, Comm.á n}
pantes Mi!itare13 , e ·a to~1as as 4,uthoridades Constitui~as ,- a ·
qüerb ·a execução dês tê Decreto pertenG.e r; p seguinte:' . , ·
·- J:.~ • ~ue sejão· reputadas inimigas- todas e quaesque Tro-,_
pas, qu,e de Portugal ou de outrã qualqq_~r parte forem man-·
dadas ao Brazil , sem pr,evjo Consentimento Meu ; debai~o ·
de qualquer pret.e~to qu_e s,eja; assim como todas as tripula- ·
çõ~s e goarniçõos· dos navios em que forem transportadas, ·
~e ;pertendere,tU dese_m'barcat : Ficando porém l_ivres ·;ls relp.- 1
çõ.es cornm,ercia.e s, -~ arnig.a veis entre ambos ps Reinos ~ pa-·;
ia cbris.e rvaçãó da União Politica·que muito Désejo manter-.
: 2. u Que se /Chegarem .em hoa.·paz , deverão logo' ·regressar,
~e~ndo poté1p retid<is ·à·bordo e irí·c orrirnunicaveis,,atéque se
lhes, prest~JI! tod~~ gs- p~,:ltjm_ento$, e aúKilio~ necessarios ·pa..
ta· a suà. voirta. t , • • ·

.'-·a _.~ 'Que nÓ c~so <le. não ,quererem . as ditas Tropas obede-
êer a estas Oraens , ·e ousarem desern bar.c'ar ; sejão rechaça- ·
~~~ co_m as arma~ na: ~:)ão, ~~r_.tO'?ã-s _·as: Forças ~ilifares d_a:'
:Pnme1ra·e 'Segt,~nija Lmha, e até ·pelo PO'vo e~n massa-; pon.;.
Jde:.se em ;exec~ção todps os J!leios.\possiveis ··ra.ra , se))reciso "'
fór -, se I!}Cep'diarem os naVlos ., · e' se· rnetterem ap1que al:J'
lLa-n cbas de desembarque. · ' · ''
• 1 #.1' · 'Que- se a pé~at (.le ·todos'- estes esforços succeder , que ,..
eéfas· Tropas tom~m p~ em algum Porto ·, ou parte da Costa ·
d.t? Bta~.il, tedos o's ·habitantê.s ·que· o nã·o, po 'é rem\ irbJ)edir ~ sé"
~ êt,i·rem· para o centro l!rvan.do 'p aqi· às' ma'tt ~ s é m~mtá·nhas 'to: 1
.dé>s <rs -mantime,ntos e ~oi~da's, : de q u'.e eU as ·possão utílizar-
;:te ·; e, âs Tropas qo Piiz· lhe· fação cri.! a guerra" de postos, e
guef.rílha·~ ; · evHand-o toda•·a: océasi-ão ·de con.t bates geraes ,
~té que!. c,e nsigão ver-se livres 'de similhantes>inimigos.
5." Qü.e- desde já fiqllefn obrig~das ~odas as Arthor.jqades
l\'lilüares: .e Çivis, a q~e,ni isto co'r11petir, a for-tificarJ~l to- .
d'os ; o·s .Porto.s rlo~ ,Rri}ZÍ'l ' , · enl. •que possão êffeÇ'tuar-se ~~ imi­
lii-àn tlês· deseJ?baiqu:es ; debaixó daf·mais· ·restricta 1 e rigoros~
respoQsabihdaae.- - '.l
( '1 ~-

_· G,*·- Q~~- se po;r ~caso ~m- aJgum;1 ~a,ç fr,o~i'n·ctas· do:.Bl'a;, ··


!:dl . nãp ·heuverem as ·J{l1qniçõ~s e petrechos necess.àr~os . Pll;

é!,as repre§etlt~m Jqgo ª


ra e~ta_$ : for-ti6cações, ~~ Jl)esm;ts , ~ 4thor,!daçles a.cim,a ·, Jl.(,)m~ai
!3St~ ,Qortfif.. '0 , G·~le p,reeis·"i0, para .da ..
quí lhes sei'_ fqr.neci:do , ol.J_., d~m par~e imm~rliat~tj1enle 4
P<tovincia mais V,izinha, que. fjearil o 'brigada a clar-lhe~ tod~fl\
Qs s.o.c.eorros par~. o. bo·~! p~~epl,-p~[lho ~.e tão_Ífi:!pqr.t~nie.s oblih
gações.. . _ .. . ~·
As A.l1Lhorãd..a9el'l Ç'tvis, e JW ilt~ar~s, ; a qnem .cpR;qi>eti r: ~
e:x:ec.uçã0· deste .M§U R~al P.~çr~lQ,, frS·siro_ Q· 'e~f~.U~em. , ..~ 4-::t;1
jã.Q ~d.e .cum-pdF· ·c@JiQ ' .tGd'p, .e.. ;zf"1ó , én~vgi~ ..., -·~-· pr~. llJf(.ti ~à9 11
debaixo .rla re.spons]llh.i!idaq~ _d~ . fi_ear~f!1_ crim,inosas : rle · Le.s~
Na.ção_, s~ ass)m d~fci~i.daJ.Jlen)le 0 -n ãq ç-.t~IJlprtr.em. P<!lacio . dct
Rio de Jar..téira .pil!i'meirQ rle ~go,stQ- ·Q~ ·1~~2 : ;- Co,rn p. .r-p:b r,i.,.
ca d.e S. ·.A. R. o P:rincíp.~ Jtpgeute·. -:- . l..1,li~ f~?F~ÍJH~ q~, i5~
b,r~ga d~- Souza_Coutinho.. .., . .. . .. l
,

-,
:.. Desej~nd@, preve~ir· qualquer duvida, q'tte:-<flósb; ~JseitaT.~·
se sobre a ver_dad'eira intelligencia. do :Artige sexto do C.apitul-
Jb .qriin.to. d:ás:Jnst.rueçõe$- pã.rl\ ·ii'B :E~Jç§.es .cl_.gs, P.epH,t!,l~~Js da·
.A:ssernbléa< Geral Constitojnk.~· , e L.f:18'·i~<Jtiv~ . g~ ,r. ~e}pQ -,Gl;~
;B.r.az·i l: H'e.i ·por. hem . qu,e d.o .C.oll.egjo. "El,e.jtoJ~I . d~ ~'t d~-~l!ljil·a,
--d:a s Calí)eças..de .li>istr-i.ato,. s,e .~m.etta : 3. rV.m~a;r,~ §11\:_ C4M~AW ·
da respectiva :Rro:v.íincia ,r e· á- S:eer,e.~aria .d.e Esta&o. •d<t!S: Meg_~
"C'ios do Reinõ~ ufn3. t;ista.- àGs flomes d-e ·tado.s os ·;;voJ-atd~ r> or
-oada El'leito·r~ cmn o .tD-pim~:po,_ pe . vo.to.s; ~ue. crudá uml t4)Ylf' f' par-
ra se apurarem na Camara mencionada ns· Depu1&1:d:ns ;cl·aPr.Or ·
:vi·nc.ia r E Hei qu.tr.oJ sfm r-:(W U~ffi; ~ea]a..ra;r; ' .~pa ria n .mesmo
I

1. fbn .de: evitar -,embara.~gs ~ e·· .nel.ongas;, .C!J-l·iro .a .qooliH~atle1 à-el ltêr
domicilio~ certo po:r· quatro annqs na P:rovincili:, .:.e.xig:i·dat· lfP·
.A rl.i~o se:8;f.o, do Capit-ul<;> segundo. para ser Eleitor, dev:,e' s~r ·
considi"rad)l _como, rAquisito ned,essaTio para Eleito.r, ·e não:
para Deputado: E porque póde \aconteeer. que mesmo in-- o j'
dividuo seja nomeado por doas Hrovinc'i:1s para sear Deputa-
do; em cuja hypothese ordena ~ Artigo oitavo do C'j lpi-'.
t?)o _q~J~rto, que - prefira a nomea ~ ão daque!la, ond0 i ver ·
dom1mho e nomeado, devendo a· oüfra proceder a no.va· esco-
lha,; Determino;: com o fim de ~b 1reviar a Instafaç~·o · da A"tS•-
( B' )
\ 1 o• ~· ~ ·~'
. l.einbh~!i r ·q ue :em"t 'Jugar. a:;t nova .E iç·ição, a-.:.quê";ne' :sob re11~­
T • • ,.:·, •

tó '!Artig;9, .se ' rhafíq~ -prbc~ (~er Lsejá Deputá'dó ~ ~ q1 ue ''s~ se-
g·u,ir ·erh f:rnaio'6 ;í de 'voto's · ao · qúe sahio -no·meáldo':' E ;quandó ·
tàtnb·e m aconteça .ser eléY(Ó ~ ;Deputado· ·algum dos ::que ~ se .
acJlão ;· c ~ mo. taes, Qas Córles 'de' 'Lisboa; Ordeno, q tle até ~·'
c_hegada dáqtJ.ell~ D_eputado; o su.ppra ihterinãmente ·o imme'7
diato em 1maioria: de' v-oeoS', _devendo porém cessar o settexer- ·
~iCio na Assembléa ,· logo qile o ausente tiver chegado. a esta
Corte: José Bonifacio'' tte Andraela· e Silva, do Meu ' Conselho ' "
de :E~tadq, e ·do Consetho de S'ua ·Magestade ,EJ Rei a Senhor ·
Dom J~ii<:l' Sexto r e Meu Ministro e JSec-retario. ·· dos ·Nego.:
-e·i õs dó 1Rêino do· Bra'zil t e Estra'ngeiro_s·, o ·tenha: assim en-
tenc\iEio, e faça executar com os Despachos · necessarios. :(>a:.
ç~ : em..t res ''de A·g os'to rde'mii· oi~<?.Centos vinte 'e 'd ous . ......: Com ' .
· a ' Ruh'r ica :_de S. A.' R. o J?tincipe·R:egefite .-José .ij.onifacio "'
de An~rada e Silva ~ .. .
O A l( T A ' III, .
• 6' I.
·-". R~o,; l8 ·i 22 . . \ • •t '
• ' .,.
~I' " ··f_ . 1'-..\~,.... .:: - ~·
-, ~
Meu
· ·
Pai, ··e··Meu.
· · I-
S'énhor,
,.
· Induso
.
-teri'ho' a hcmra •de ,r.e-
tu~tt~r a Vos~a- Ma,~rstade · o meu · Manife~to ~ à?~ _Povos .·d?
-43razr! para · que: Vosl;a 1\'Iagestad·e ·de · t~do es-teJa ao· fa~.lo ',
· como. 'he~ conv~_mertte: b;;veme:'!\te : t~rei . ou~ia h~nra' .de . re-
1

·metter "'ó útro fé1to ás Naçaes am1gas. de Braz·1l. , ~ : ' , ~- · ·


\ ;, .• D'eos ; guard~ a. weçiosa' sauae. e vida'··de Vóssa Mages-
,t~~~-, :•co~·O f ll:odos o~ pons ·Port-úguezes·, "'e ' rnQrm.ente nós·Bra- ·
-ztleu;os havtemos nnst1er. ' · :·· ·· : .. · : .... ..,. ~. ':
~~ ,i · ~ou; <l€_~ .'Vossa JVfáge~tad~ ~om r o ·ma\s · prof~·ndo ·reS,peito .
', . _Su~dlt6_ fie], •:e fi_iho'· 9bedi~DrtlSSJIDG , ~que )~e b.e\J at a· ~uá_Rea·~
l\ilao. - Pedro. · . . .-.·_ ~ :l' :· . · · · · ,. ' · ··. ,
') Q"ll ·, :~ ~ • 'i9'• ~~ I ~ ~} ·- ) \. •
( 9 ),_

D OC U M E N T O I N 'I' I T U L :A. D O:
. '
M A l~ I F T JO
E~ S
.. ,.,
De S. A. R. o Principe Regente Con$titucional , e Defensor
· Perpetuo do Rein.o do Brazil aos ,Povos deste Re7.no.

. B R A z I L E I R o S. ' •• l

I •

Está acabado. o tempo de enganar os homens.' Os Go-


vernos , que ainda querem fundar o ·seu poder sobre a per-
tendida ignorancia dos Povos, ou sobre antigos· erros e aba-
sos, tem de ver .o colosso, cla sua grandeza tombar da fra-
gil base, sobre que se ergu~ra outr'ora.. Foi por assim o
não pensarem que as Cortes de Lisboa .forçárão as Provin-
' cias do ~Sul . do Brazil a sao.Lfdir 9 jugo, ., que_ J,hés., p,!il)l.par.a- .
vão : foi por assim · pensar que ·eu agora j<í vejo reunido
todo o Bra:iil· em ttOri'l(} : de mim; requerendo..:me a defeza de
seus Direitos, e a mantença da sua Liberdl(l<le.; e. l.ti:depen-
dencia. C.um,pre .por tanto, ó Brazileiros, ,que eu· vos) diga a
yf!rd.àde ~~ . . ·ouvi~m.é ppis. . ~ . ~ r f'·~ ., : i'.. ...
t: J .~ '
O Congresso .de~Lisboa, arrogJiuido-se o direito ~tyrannico
de ,impor ao .Bra.z.iltún artigo de nova crerrça~~ firmado · e'\11 um
juramento • parci.aJ e prorniss0rio , e q-de ·d€L nenhum ,mocl.o
podia envolver a appro,v:ação da propria ruína·., o - compellio~
a examinar aq uelles ·pertendidos _títulos, e· a é0nhêcer ,a, rinjus-
tiça de tão, desasisada~ ; pe.rten.ções. Este ·exáme, -: que a ra-
zão insultada aconselhava e-. requeria, fez c~.nhecer; aos• Bra-
zileiros JJlH't,P<MWJga'k,;, des.t:J:uirtd.o.. t tpda§ ·as' f-ormas estabele-
cidas; m utlando ·todas as ·ant•igas, e respeitaveis instituições
da Mon~pquia ·,. cór.repdo esponja · de ludibrióso._ esquecimen·
to por todas as rstitasJa-elações:J,Il ;e ·~r~t\Onsti tairr.do .. se iwva.men..
í e , não podia co..m p~lsâlos a ,_acceitar um · sys'iema deshorí:..
r?s? e aviltador', sem., aHe!Jtar 1,conlira , aqueJles mesmos -prin-
ClplOS, em que. •Ítu.Jcl<:í.rã: la· ua{ irevoh:tÇãOl, e., o,. direito de mu-
dar as súas institui.ç-o e.s ~ ~é!litic'a's ,• · ~~m · destrxtir~,es'sas -pa:s.e~;
qu.e estabele~êrão o\s~eu . ílll.~V0S dirEt_i.to . llds_;rdireitosr "nali~ na­
:v..eis :de. Bovos; sei'hcatr.opellár.-,ah.màt.•cha.•da ra'Z'ãÇ) ; 1'e :da rj~
. B
. ( 10 )
-
\
tiça, que derivão suas leis da mesm_a natureza das co usas,
e nunca dos caprichos partiçufares -dos homens.
Então as Provincias Meridionaes do_Brazil, colliganc!Q-
se entre si , e tomando a actitude magestosa de um Povo,
qué reconhece entré:Os 'seus dü:eito~Los _ da liberdade , e da
propria felicidade, Jançárão os .olhos sobre mim , o -Filho do
seu Rei", ~ e seu Am.igo~ ,J que .encarando no seu verdadeiro
· ponto .de' vista esta tão I,ioa e grande porção do nosso glo-
bo, que conhecendo os talenws dos seus habitantes, e os re-
cursos immensos do seu ·solo, via cor:h dôr a marcha desori-
entada, e tyrannica dos ti_?e tão falsa, e prematuramente ha-
vi·â o tbmado cos 'numes -.cle P.ais da Pa:tria , · 1sailando ' de Re~
pr.~sentantes do P.ovo · ~}e Polit'L1rg•al a Soberanos de t0da_ a vas·
ta Monarquia I>.oiltuguGza . .iJ:ulguei ent<lo indigno de mim, e
do. .grande · Re.~, de quem sou ,fi!hh01-. e 1delegado , o desprezar
os votos ·d e Siuhditos tão fie~-s 1 ~ r. q1iJ·e ~peando talvez, desejos,
a propén:s@es.. tepllhlican'cl~- despt·ezá.rài<P6Xem,p los fascinantes ,
d~- .ad@m~s:::Pólvos _viz.it'fhps q e:..depositárfu>;, amt ínirn to.clas __ as
s6áslP~~~Yçà~1 ~~lp~ql}dO -d@11~ mo dor, a ~eale~~ ;. _-nes·~e gran-
de &itinenten \'ttlefiiU'atW:;r ~ os rileeonh>eoi>mbs .dtteTtos Jda Au..
g;mst,a:!@ás.V de~1BJJÍàtg;âtl·~a .." I ? lJ
.n 'D-\o I -LI • I ' • • • •

! fr~)A~inal seqs ~enêrbS(I}S~· e sjnc~ros -vo_tos, e éenservei-


me no Brazil ; dando parte desta 1n'inhaj fkme resalação ·ao
nosso f{b-qino Rei~ p.d~tr.Í<ll'Í!dQ.rque esté>i..pa-sso ' devera ser para I
ars 0qrrtes rle.Eisl:rq;a~1J'ther:m:onfueup • dasrímrnsposi:~õ~s d~? Brazil,
dá soa bem fs:e:ntrda clig:nidaçl&;"'é>tt~ulovq tfleV.açãot de seus sen-
tiinentoSJ-, e q~me i os. rrh,Q( JYarah 1flÍ "M'lil'eit;a; comeqada 7 e 'en:
trra~:· :nl@ ·t;vilhó m~la Gj~-stfçà : ' " ;d eG()p'm:e' sel ·:t:i·n hão ·des'Viach;,. Assim
:rwmdawap a . l'a'Zã:o.; m~;s as :vi!S~t:ass :\ne:t~ tigiru!@sás do e~ó~m.o c:on-
tinu:ir.ã.u. ~ s.tl-ff<!lmt:r :'(;I . $etjss bpa;das; ..tL'litaceito~ ,c- e· 'a dJscor-.
dia .aphtl)tourHre:s1 Jdov.as íJ(fthnf.as-dr. ·s.tmtTãp ~.t~ ::.de-~p,onto. ; • ca:
m'@ ~€Ü1ai dff_ Bs,~rari, ; (w~re~Qici!:ll!e,~-:tro · re ·::pdiadlignaç!lo das ··Pro:.
vincilli;:; :cp;l1igatd'às ~ i ~"-daFho r. j:frrrqmimoespeci Çe ·mwg:irc-a., . em
um mqw_en-t<> c to-das i 1 ~s G$!1Ms e i ~so;- r; ~ ·se:n tlim e n tO'lfi ~c.on trer gi-
Fão. e,ffi, um sdk pnrlltOJ, ·a;p<a1la.'1Jm :sólrfitfml, ·S~m ô est~epito das I
arm"!-s~ rsef1?- a~ ~m~;ui~s,>~d.~1àfl8lf":11!ld.át1 --req u,erth~·IDe J e}fr~g, COll!-0 :
-a:o:Ganant~-c~ di<hsuas pltec;::wd:ãvjJilmr<da::de:;,l.EhiHiilmta; Nac;~\J.onaf, a
pm~~.:ialstribrçtã\o~~,-~.'llm~_. ~sS~rh~~ép~Gêr·~b tt:;on~titüilhe ·; e!
lue~Is_ladnvra. :noJlra:zrl ;~_pesléjdta ~uv ')!fede~aJloFi'ga:Ji'''~S'té • móm~n­
otu; pa:bi arer9~l:) ~s'f~tüor!das ·(fH:h>t~lr .d'e riL;isbpraJ -e~tliáhísi:.vo-
- a - ~
. ( IH •)
zas ela Razão ·,: ~ da J u~t.içá , €I a seus proprios interesses;
mas a ordem po'r 'el!as sugg·erída, e t:ransmittida aos Oonsll-
les Portuguezes de prohibir Los despachos -. de. .petreclr0s·, e
, munições par:a o Rrazil, era uln ·signal de guerra, e .um co-
L meço ieal dé hostilidades. ' ; - . , . ,, , ' ' .
Exigia pois . este Reino, que já me tinha· ·declarado seu
Defensor Rerpe tu o , q u_e- el!l .pvo,vesse do modo mais énergi-
co ,- e prompto á sua segurança, honra ·, e . prosperi~ade. Se
eu fraqueasse na minba cre~olução ' atraiçoava por li!Ul la..
do · minhas sagrll:_das promessas ·, e por ·.Q;mj;re>l q,u:erir poderia ·
s.abr.eestar os.mal~s'da anarq~ia; -a desmembraçãQ rrlas suas Pr~­
vincias, e os furores da democracia ? Que luta porfiosa, en...
tte os ~ pártidos en:carniçados,. elii.tre mil su.ccessivàs e encon:
tradas,:?racções? A•.1p!lem frcarjão "pe~tencendo o- oura::, · e os
diamantes das nossas inesgotaveis minas; estes :rios<eaudalo;.
.s os, que fazebnJ.a: força dgs Estados, esfea.:: fextilidad'e ·prqdigiosa, .
ÍOt).te !r:Énexhaurivel de rique2a:so·.e --:de prosperidacl'e ?. ·Quem
acalmaria tàntos partidos .dissidemtes ,, ~cquenr · ci:viljzª.ría ~a: · no~r.
sa l PO,;VQ!açã(); -di:Sl3emillía'dà.: ;· e/ partida, p>:c>FJ ünitos llÍos-, -, que
são mar:es ? Quem iria procurar OI? nosso§l ~'lndios no centro
de suas mattas impenetraveis a través d~ montanhas aHi's si-
mas, e inaccessiv~~is'? De certo, BrazílecÜ!os, lae.e ra.v a-se. o ,Bra-
~il, e~ta gratllmllli 'p eça da beneftca NatiuTeZ·l}, que faz ~ inve-
ja , e . a ' admüa.ç.ão das' Naçõesli do-di\ffiq_nrdo. ; e ~as · vistas bem-
fazejas da. Provrdencíà se destr.uião ~ ·~ ou Jlelo rnenG>s se etar-
davãor por longos· am'los. · ' -, - t ~·
Eu for à responsa.vel por to<!los. er;;tes males·•, " velo san'f
gue .. qu.e .ia: denalinar;se., e pelas viçtimas, que jnfaHi·vél.me'ft1-,
t:e serião saGrifjcadas ás paixões, e aos imteresseBc particula-res,
Resolvi-me por tanto, tomei o partido que os Povos des.e ja-
vão., e r-nandei conv€>car a Assembtéa .do BraziJ, ~a fim de ci-
mentar a Independencia Politica deste Reino , ·s.éa1 romper
com tudo os vínculos cla Fatern.idade P.ortugueza:; haErnoni-
zando-se coJilil ' dec<:>ro , e justiça todo o ReinO' U lllltdo de Por-
t ugal , Brazil , e Alga·rves , e col'lser,vanrclo-secdehai·xo : à@•
me~mo Chefe duas· fa.riülias S:€!p:aradas fior iuntl}emsos: mar~s,
.que sci podem viver reunidas' pel(})s .Rin.amr}!OS da ·iglll:alda4e de
direi tos ' e recipn:oeos interesses. -" . . . . . . . .•. r ~ f) >
- ..Brazüe'iro.s ! Para v<cis não 'he p:reai~(,')> re.c<nrdar todas .os
m~les , a; que es.ta ve)S' ·s ujeit9s, e cq u.g ~os im peU~rãq. ~~. R e~
. . . ., _,;;,.· ..
-- · B~-
'-
I .
( 12 )

pr~sentaç.ão, :qqe me fez a c;man\, e P.óvo desta Cidade no


dia 2 3 ·de Mai'o ,·. qu.e . motiv0'u o meu Real Decreto de 3 de
1

·Junho · <lo cqrrente- aFJno; mas ·o respeito, que devemos ao


Gener.ô •Huma'n o, exige que •demos as ·razões da vossa justi-
ç a, e, do meu comportamento. A historia ··dos' feitós do Con-
gressó ' 'dé I:isbH>'a . a respeito do BraZ'il he u'm a rhistori a de
enfiadas injustiças,<. 'e s:emrazões ·, seC~s fins erã o · p araly sar
,a p r.o s perjdad~ do Brazil, consumir toda a s.ua v) talidade., e
reduzilo a tal ihnaiüção ,(e fraqueza, que t omasse infallivel
a, sua ruína, ~ escravidão . .:Rara que o Mun.clo se conve nça
do que digo, entremos na .simp~es .expasi.ç.ão_dos s.eguinte.'s
factos. · · ' .· ') - · ·· ~
· Legislou o Congresso de Lisboa ·solbre o Brazil sem es-
perar pelos seu·s 'Representant€is, postergando assim a Sobera-
nia da maioridade da ·.N ação. · "'
Negou-lhe uma 'Delega-ção do Poder Executiv-o, de que
tantQ'. precisava 1 para desenvolver todas as 'forças da sua . vi-
riU. da-de;; ~ is tliv~·· g·ra:pde (~~~t an Ci a:-,:: _q ue'· o:s-e-pa·r:a ·de. Po :rtmg~l, .
de1xando-:0 aSStffiJ S[6~.ID .b.e iS ·ar.ropnadaS:.íia0 ·seu chma e• Clf-
1

curnstaNCias dócaes , sem promptos recursos ás suas neçessi-


rlades .. 2 -:r-- . r , · . .: , , ~· ·• • ,, , -_
' · Rie-<~US.OU.-lhe U l;\1 eerttro clé, União) e \Íle for~a pará ' 0 de,_
bilit ~r ; i·néitando previamente i as ·suas, Província: a de's pega-
rem~se d'áquelle, ·que já deritró• de si tinhão felizmente.
- · .,Decretou-lhe Governos\ sem, estabilidade, e ~ em nexo ,
com tres centr_os _dtl a?tividade di'~ere\nte: , _i subordi ~ ados, r~­
vaes >-' ·e· contradlCtpnos , destrmnd o assim a su~ categona
de Réino ; aluindo assim · as bases da sua fu tura grandeza, e
prosperidade, e s6 dei xando-lhé todos ~ os el&men tos hla des-
o_rdem, e ?a aHarqpia. . , . . ' ,\ ,
· ....Excluw de fa pto 0s• Br-a-z1Jeiros , de todos os · empn~ gos:
honoríficos , e ench ~ o vossas. Cidad1f:l s de -b a\onetas enropéas,
commandadas r.or Chefes forasteiros, crueis, e immoraes .
. ' ' Rece•t)e'o com ·~mthusiasmo ,. e prodigl;lUZOU l<Duvores a to-
dOS esses IÍ:Jonstros ? que abrirão ·chagas dolorosas Nos vossos
corações, ou prornE; ttêrão não c·essar de as abrir.
_Lançou mãos roubadoras ~os recursos aRplicado$ f10 Ban-
c,o do Brazil , sol;lreearregado de. urna ·divida enoí\me na·
Ci-~nal ' tle, que nunra se 0CCU pou o Congresso: 9. u ando .. C!t:-
dtto des.te:'B anco estava enlaçado com o credito publico do
Brazil,, e com ·a sua prosperidade.
. ( - 13) (

Negociava: coÚ:I _as N~ções . ext~anhas a _alienaÇão tle por·


(,~ões do vosso territorio, para vos enfraquecer' · e . ~seravizar. ·
Desarmava vossas Fortalezas , despia vossos Arcenaes;
dúxa va indefezos vosso~ Portos ; cha.mando aos tle Portug.al
toda a yossa Marinha; es~6taYa vossos Th_e souros ·com s.a-
ques repetidos para despeza de ti;opás, que ,vinhão sem p·e -
dimeríto VQSSO, para .verterem O , VOSSO sangue, e <le!struir-
VOS, ao méslno tempo qúe vos. prohibia a introducção de ar-
mas ' , e munições exttangeiras, com q~e _podessejs ' armar
vossos braços vingadores, e sustentar a vossa liberdade.·
- ~· ·. Apcesentou _.um Project@ de nelações ·CommeFciaes ,; que',
sob falsas apparencias de quimerica reciprocidade ' e igual..:
dad'e , morropolizava vossas riquezas, 1 fechava ;vossos por·tos
aos -Ext'r angeiros , e · assim· des.truia a ·vossa agric-ultura ~
industria, reduzia: os Habifantes-. do Brazil out:r:a' vez ao és-
taçl.o de pupillos, e colonos; .
Tractou desde o principio, , e tracta ainda ·com indigno
a:virltm:nen to; ·e~ d-es;p1;ezo·os~ Representante's dl:/rBrazil ', qirando
tem a coragem de 1punir pelos ' seus direilos, ·e até ·( quem
ousará· dizelo!) vos ameaÇa- com libertar a es·c ravat ura, e ·a r-
m~r seus hraçqs contra seus propri~s Senhores. . · - ·.
Para acabí:lr finalmente esta longa narraçã.o de hor~~orosas
injustiças: quando -pela primeira vez .ouvio ·aquelle Congres-
so as expres~ões_ da vossa justa indignação , dohro~:~ . de -es-,.
carneo, ó Brazileiros, ··querendo des_c~wlpai.-- seus. attent,ados
com a vossa propria vontade , e confiança.
A Deleg-ação dó Poder Executivo, que o Congresso re--
jeitára por anticonstitucional , agora já 'Uma Comrnissão
-do seio deste Cot1gresso nol-a offerece, e com tal liberalidade, ·
que em vez de um centro do mesmo Poder, ·de que só 'pre-
cisaveis, 'vos querem conceder ·dous, ·e mais, Que g·enerosi:-
dade _ inaudita! Mas _51uem não vê, que isto só tem por fim.
destruir a vossa força e integridade, armar Províncias con-
tra Provincias, e Irmãos contra Irmãos ?
AGordemos pois, generósos Habitant-es deste vasto, e
poderoso' Imperio; está dado o grande passo da voss-a Ind·e-
pendencia, e Felicidade h a tantos tempos Jp1~ec onizai:las pelos
grandes Políticos da Europa, . Já _sois om Povo Soberano; já
- entrastes na grê!nde soc,i edade das Nações indepe ndentes, a
que 'tinheis todo o (\Jreito. A Honra~ e Dignidade Nacíorial,

I,
( 14 )
os. <desejos 'de ser ventu·rosos, a vo:z da mesma Natur-eza, man-
. d·ilo, . q_ue as Cú'lonias deixem de ser Colonias, q ua:ndo ehegão
á s·ua. virilida<ie; e ainda que tractados como Color::í·ias, não o
e.r~is realmente. e até ~ por fim ereis um Reino. De mais, o
me.smo direi·to, que. teve Portugal para destrui~: as suas insti-
, tuições antigas, e constituir-se, com mais razão .o tendes vós,
que . habitais t,.un vasto r, e .g.ran:diosa Paiz.·; com uma Povoa-
ção ('bem que disseminada) já ·maior qt~e a de Portt~gal, ·e
que.irá erescend? c.om a rapidez, com que caem pelo espaço
os corpos. graves.. · Se P'o.rtugal vos negar esse direito, renun-
de ·~Jie m~s.llao._, ao ôir.ejtq_,,;q,ue,ipócileJ allegar, .pa:nl lser.,neconhe-
ci.ala a sua u'o va ConSJ.itmição.•pelas ·Naçõ~s· Extrangeira~ ·, as
qu~tes então :::poderião allegar motivos justos para. se intromet ..
teretn:Jübs:·~re!;IJSl megccios •clorpesticoS:, e para :violarem os at-.
tri.J:Jutos •da So:ll~rami.a, e Iádepétlldéricia das. Nações .. •·i .. •.1 ,
Que vos resta pois; Brazileirosr?· Resta-vos ~:eunir-vos , to~
d~s:. e.J:lil iin~er.es~és,. em amío~, em esp~r~nças ~ I fazer ,eri.t'r3r a
augusta .f\,JSsemblé.a do' Brazü ·no ~±e.rCIIC:ro ·r :ÇLas" s.ma.s DI'.I!IIC'Çê>es;
pam tq)!le. ma:neamd.'o . ot leme.: da.;ra~ão~ ·e ;pvud.encia:,. haja · de
e.~itar os ·;escollro..s. ,.. q u.e, .n'o s :irua:re.s ·~h11s• -rev.olu ções ·apvesen.tão
desgraçadamenteT Frai1ça; ~ Hespanha ;: ;e o·,megm.o• Po!ftugal;
pa.n <i_lue[ mJar-que . q)m ···m'ão: segmuao · !·.e .. sabía: a partilha
dos Poderes' .e firrile · o Codig6; dia TIOS':S!a .Lég·islf,lção na 'sã'
filo.s<2~a 7 _e ..o; applíque .ás · v.ossas.: pircumstancias pJ uliares.
Não) ? duvideis, Ffra:eil.eiltOs~; · ,~ossos Represent~te~, ~c€m:­
pados, nao de vencer .rerubenmas \ n'l'as de mal!ca11 _due1tos,
SUBíentarão ' os. v:0ssos, calcados. aos pé&, e · desconhecidos ha
ires s~culos : eonsagn,trã-o os ver.dadeivos princípios da Mo-
narq.uia Representativ.fl Brazile~ra: deda~arão Re·r d·est~~ helio·
Paiz· o Senhor D. J oãq VI, men augusto Pai, de cujo amor·
estais. altamente possuídos : coM.farão ' tod~~ as ca.b eças •át h~y­
dra cha anar_quia, (i) á dh despotisn:to: Íllilif.IO.rão a todo:s os Em-
pregados, e Funccio9atios. publicas a n~ce§.saria responsa.
bilidade: e a vontadE( legi tima , e justa. dà Nação nunca
mais( verá-- tolhi'do a todo. o instante o seu v.ôo magest:ps0.
- ~ Firmes. no pcincipi·o in-varia voe! de não, sanccíonar abusos,
d0Jn.rle a .cacl:a passo._ germinã.o no'Vos abusos, v~ssos Repre-
se:~tan,tes es.palgarffio a luz, , ·e now~~· ordem no C'áo~ ten'e,hroso·
d;a Fazenda Publica, da Administra~ão econornica, ·e das1
Lei-s Ghis ·, e·Crimi!IfeS. Terão. o yal;or d:-e ·Crer,_ qllle i é~~
f

l
( ji) )'

- uteis, e necessarias: ao bént da nossa espec·i e, não são dé~ti­


nadas sómente para orhar paginas "de li-vros, e que a perfe-
ctibilidade, concedida ao homem pelo Ente Creador, e Su"'
premo, -deve não achat tropef;o, e concorrét para át ordem so'.:.
cial, -e felicídade das Naç<"les. _ · ·
Dar-vos-há0 um Codigo de Leis ~dequadas- á natureza
das vossas circumstailcias lbcaes; da vossa pe>voaçãó , inte-
resses, e relações, cuja ex~cução será confiâda a J tiizes ín-
tegros, que ·vos administte!'J'l justiça gratuíta, e -fação desap-
parecer todas as trapaças do vosso Fôró, fundadas em anti-
gas Leis obscuras, ineptas. , ' complicadas , e c_~mtradictorias. -
-Elles vos darão um Codig<? Penal .dictado :pela - ráz~o ·, -e hu.:.·
manidade, ·elh vez d'essas Leis sanguinosas , e absurdas, de
que até agora fostes victirnas .cruentas. ·Te·r eis um systerna.
de impostos, que respéitê os suores .dá Agricultura, os trabá"'
J}:tos da Industria, os perigos da Navegação , e a libei't:lade
do Commercio: uni systerna cláró, e -.harmonioso, que faci~ .
J.ite o empre.go e circulação dos cabedaé_s ,· e arranque as-c!3m -
chaves mysteriosas , · que fechão o escuto labyríntho d~s ;Fi-
n-anças. ·, • que não deixavão ao Cidadão lobrigar o rástó -do
ernp·r ego, qtle: se dava ás · FéndâS .da Naçã0. :- . .
, Valentes Soldados, tam b'em vós tereis.~ um Co digo MiÍi..;
tat ;. ·que form·l:tnclo um Exercito de Cidatlãos qíscipl,rF.iados,
rélina o valor~ que defende a Patriá', ás virtudes cívicas, que
á :ptbte:gein « ~ s~gtttão. • · .. ~ -: ~ .. ·.,; -- ·~:· :· r-! ~, .. -
- 'CtiHó,res das )etras ,· e scienciás ,- q u'asi sempre ·áiborre_.:
cidos -, 0u -desp~e~ados pelo d~spotism:o ; agora teréis a estra-
da aber~a, e desemp_e çada, para adquirird:és gloria ~ - honra ..
Virtude, - Mereéimento, vós vireis .j'unctos ornar o.Sanctuario
da Patria, se·rrt q:,ue a in t>riga ·vos feche· iié_avenidM d0 Thro- -
_ JJO, q~:~e só esta vão abertas á hypocrisia, -é ·á impostura.
. -~C i-d adlãos de todas ' aSl classes, Moéiclá'dê Bra:úleir-a, 'vós
tereis· ul.m Co!lHge> de lnstn:1c9ã0 Publica Nacional, 'que fará -ger•
-roihát , e -veg.etàr vi<,:osatrrenee os taléntos d'este Clima áben..:
çoádo, e CQIIMará a nossa Constitlfição ' debaixo da saJv·águar-
da das gerações . fcl.turas', ti-ansrnittindo a toda - a Nação urna
educaç ~o liberá] , que ·commHnique aos seus Membros a in-
strucção ne'c essaria para -promo:verern a , félicid adé do gra'ride <.!
Todo Brazileiro; · - , ·- '· - - ·
_ . En oa'r âi _, -Habitantes do' Brazil , encarai a persp·êctiv·a"
( ' 17 )
. l .
vilmente desprezoU' nossos direitos, e- que, mostrando-se á ca.
ra de~cC?berta tyranno. e dominador -~~ tantos fac_t~s, que/ já
se nao podem esconder, com deslionra, e -preJUIZO nosso,
enfraquece, ·. e destroe irremediavelmente aquella força moral,
tão necessaria em um Congresso, e que toda se apoia na
opinião publica, e na justiça. ·
Illustres Bahianos, porção gen~rosa , e ·malfadada do
Brãzil, a cujo solo . se tem agarrado mais essas famintas, e
impestadas harpias, quanto· me punge o vosso d~stino! Qu,an-
to o não poder ha mais tempo ir enxugar as vossas lagrimas , ,.
e abrand-ar a vossa desesperação! Bahianos, ·o . brio · he a -
vossa divisa, expelli do, vosso seio esses monstros, que se sus-
tentão do vosso sangue : não os temais ; vossa paci.encia faz
, a sua .força.- Elles já não são Portuguezes ; expellios , ~ ~ind~
reunir-vos a nós , que vos abrimos os braços·.
/ Valentes Mineiros, ihtrepidos · Pernambucanos~ defenso-
. res ua Liberdade Brazilica, voai em soccorro dos vossos vizi-
nhos Irmãos: não ht'! a cau"sa de uma Província, he a causa
do Brazil, que se defende ,na Primogenita de Cabral. E~tin-"
gui esse v.iveiro de fardÇtdos lobos., que ainda su.stentão os
_sanguinarios caprichos do partido faccioso. Recordai-vos, Per-
nambucanos, das fogueiras do- Bonito, e das ·sc~as do Re- .
cif~. Poupai porém, e amai, como Irmãos, a todos· os Portu- ·
guezes pacíficos, que respeitão noséos direitos, e desejão a
nossa ; e sua verdadeira felicidade. .. .
Habitantes do Siará, do Maranhão, do riquissirno Pa- 'V
rá, vós · todos das bellas, e amenas Províncias .do Norte,
vinde exatar, e assignar o Ac'to da nõssa Emancipação, pa-
ra figurarmos ( he tempo) directamente na grande associação
po!itica. Brazileiros em geral! Amj_gos, nwnamo-nos; sou
vosso CompatJ:iofa, sou vosso I;>efensor; encaremos como uni-
co premio de nõssos, suores a honra, a gloria, a' prosperida.:.
de--do Brazil. M.at·chándo por esta estrada, ver-me-heis sem-
pre á vossa frente, e no Jogar c:lo maior perigo. A minha fe-
. licidade ( co{lvençtj· vos) eXiiste na ·vossa felicidade: h e minha
gloria reger um Povo brioso, e ]ivre. Dai-me o exemplo das
vossas virtudes,e da vossa união. Serei digno de vós. ·
Pa1acio do . ~. io de Janeiro em o 1.• de Agosto de 182~­
Principe Regente.-
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