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REAÇÕES EM SISTEMAS AQUOSOS
REAÇÕES ÁCIDO-BASE
SUBDOMÍNIO
10.
REAÇÕES DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO
SUBDOMÍNIO
11.
12.
A água do mar é salgada devido à quantidade relativamente elevada de sais minerais dissolvidos
(mais de 3%), em especial cloreto de sódio.
Além do cloreto de sódio, os principais sais dissolvidos na água do mar são o cloreto de magnésio, o
sulfato de magnésio, o sulfato de cálcio e o cloreto de potássio.
Chama-se salinidade à massa de resíduo seco, expressa em gramas por quilograma de água do mar.
Nos oceanos é aproximadamente igual a 35 g kg–1, o que significa que existem cerca de 35 g de sais
dissolvidos por cada kg de água do mar.
Os principais gases dissolvidos na água do mar são o oxigénio e o dióxido de carbono. Embora o ni-
trogénio seja o gás mais abundante na atmosfera, a quantidade dissolvida na água do mar é muito
reduzida porque é pouco solúvel em água.
A solubilidade do dióxido de carbono em água é superior à da generalidade dos gases pelo facto de
reagir quimicamente com a água de acordo com a equação química seguinte:
CO2(aq) + 2 H2O(ℓ) ⇌ HCO −3 (aq) + H3O+(aq)
ou
H2CO3(aq) + H2O(ℓ) ⇌ HCO −3 (aq) + H3O+(aq)
Processo de dissolução
O processo de dissolução corresponde à mistura espontânea de duas substâncias distribuídas por
duas fases distintas, o soluto e o solvente, com a formação de uma fase única homogénea, a solução.
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3 Soluções e equilíbrio de solubilidade
A solvatação é o processo pelo qual um ião ou uma molécula fica rodeado por moléculas de solvente,
em consequência do estabelecimento de novas interações soluto-solvente, suficientemente fortes e
estabilizadoras, que mantêm as partículas do soluto afastadas. Quando o solvente é a água, a solvata-
ção é também designada por hidratação.
Para tornar mais rápida a dissolução de um sólido num líquido deve proceder-se:
– à redução previa do tamanho das partículas do sólido (o ideal é que esteja em pó);
– à agitação da solução (para facilitar a dispersão do soluto por toda a solução).
É possível obter uma solução sobressaturada quando uma solução saturada sob certas condições é
colocada a uma diferente temperatura na qual o soluto é menos solúvel, sem que ocorra a sua preci-
pitação imediata, retendo assim mais soluto do que reteria se a solução fosse originalmente prepa-
rada a essa temperatura.
Chama-se solubilidade, S, à quantidade de uma substância que se dissolve numa dada quantidade
de solvente, a uma dada temperatura e pressão. Pode exprimir-se como concentração ou em massa
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3 Soluções e equilíbrio de solubilidade
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Tendo em conta a sua solubilidade, os sais podem dividir-se em:
• solúveis, quando têm uma solubilidade em água, a 25 ºC, igual ou superior a 0,1 mol dm–3;
• pouco solúveis, quando têm uma solubilidade em água, a 25 ºC, inferior a 0,1 mol dm–3.
2-
Anião sulfato, SO 4 Sulfatos diversos: de cálcio, CaSO4; de
estrôncio, SrSO4; de bário, BaSO4; de
chumbo(II), PbSO4; de prata, Ag2SO4, e de
dimercúrio(I), Hg2SO4
Aniões nitrato, NO -3 , clorato, CℓO -3 , perclorato, CℓO -4 , e acetato, CH3COO- Perclorato de potássio, KCℓO4, acetato de
dimercúrio(I), Hg2(CH3COO)2
100
S / * 10–3 mol dm–3
CH4
S / g de sal em 100 cm3 de H2O
3
NO
80 Na 2,0
O2
2
3)
O
2
7
C’
O
(N
r2
Pb
Ca
KN
2C
60
K
CO
KC’ 1,0
40 NaC’
’O
3
He
20 KC
Ce2(SO4)3
0
0 20 40 60 80 100 0 10 20 30 40 50
T / ºC T / ºC
Efeito da temperatura na solubilidade em água de alguns sais (A) e de compostos gasosos (B).
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3 Soluções e equilíbrio de solubilidade
Para uma determinada temperatura, quando se adiciona a 100 g de água uma quantidade de soluto:
• igual ao valor da curva de solubilidade, a solução resultante fica saturada (a concentração é igual à
solubilidade), obtendo-se uma mistura homogénea;
• inferior ao valor da curva de solubilidade, a solução resultante estará não saturada e a mistura é
igualmente homogénea;
• superior ao valor da curva de solubilidade, a solução resultante fica saturada (a concentração é igual
à solubilidade) com sólido em suspensão, obtendo-se uma mistura heterogénea.
O equilíbrio de solubilidade é um equilíbrio químico que se estabelece entre um sal e uma sua solu-
ção saturada. É um equilíbrio químico heterogéneo em que se distinguem duas fases: a fase sólida
do sal e a fase líquida da solução.
Este equilíbrio é atingido quando as velocidades de precipitação e de dissolução do sólido se tornam
iguais:
A concentração de um
Velocidade
t Tempo
EXEMPLO
O valor de Kps é constante para cada substância, para uma dada temperatura e para um dado sol-
vente.
Recorrendo a uma tabela “iVe” com a equação química que traduz o equilíbrio de solubilidade de um
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sal, pode estabelecer-se a relação entre as concentrações de equilíbrio e as iniciais para todas as espé-
cies envolvidas no equilíbrio de solubilidade.
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3 Soluções e equilíbrio de solubilidade
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EXEMPLO
inicial constante 0 0
Variação ———— +S +2 S
equilíbrio constante S 2S
Reações de precipitação
No contexto da solubilidade, o quociente da reação permite averiguar se uma dada solução está ou
não saturada e, além disso, determinar se, nas condições consideradas, haverá formação de um pre-
cipitado. Assim:
• Se Q < Kps → solução não saturada ⇒ não há formação de precipitado
• Se Q = Kps → solução saturada
• Se Q > Kps → solução sobressaturada ⇒ A remoção dos iões da solução é assegurada pela preci-
pitação do composto iónico.
Uma situação comum, que envolve o estudo das reações de precipitação, surge quando se misturam
duas soluções de sais solúveis. Nessa situação poderá suceder que alguns dos iões em solução rea-
jam entre si com a formação de um composto iónico de baixa solubilidade – precipitado.
EXEMPLO
O nitrato de chumbo e o iodeto de potássio são sais bastante solúveis. Como resultado da dissolução, pas-
sam a existir em solução aquosa apenas os iões hidratados desses sais.
Pb(NO3)2(s) → Pb2+(aq) + 2 NO −3 (aq)
KI(s) → K+(aq) + I–(aq)
Para certas condições experimentais, a mistura das duas soluções aquosas forma um precipitado de iodeto
de chumbo, PbI2, sal pouco solúvel. A reação de equilíbrio químico que traduz o equilíbrio de solubilidade
do iodeto de chumbo pode ser descrita pela equação química seguinte:
PbI2(s) ⇌ Pb2+(aq) + 2 I–(aq)
Assim, haverá formação de precipitado se as concentrações dos iões Pb2+ e I– em solução forem tais que:
Q = [Pb2+] [I–]2 > Kps(PbI2)
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3 Soluções e equilíbrio de solubilidade
Além da temperatura, há outras condições que podem afetar a dissolução de um sal e o valor da so-
lubilidade desse sal em água, a uma dada temperatura, sem que a constante de produto de solubili-
dade seja alterada. O Princípio de Le Châtelier permite uma análise qualitativa desses efeitos, uma
vez que se trata de alterações a um equilíbrio químico.
• Efeito do ião comum: origina a diminuição da solubilidade do composto uma vez que, tendo em
conta o Princípio de Le Châtelier, o aumento da concentração de um dos iões em solução faz o equi-
líbrio evoluir no sentido da diminuição da concentração desse ião, isto é, no sentido da precipitação.
EXEMPLO
Se uma solução de BaSO4 for preparada numa solução de sulfato de potássio, K2SO4 (sal bastante solúvel,
que provoca o aumento da concentração de K+ e SO 4 em solução), o anião sulfato participa no equilíbrio de
2−
solubilidade dos dois sais (efeito do ião comum). O aumento da sua concentração em solução de acordo com
o Princípio de Le Châtelier, faz deslocar o equilíbrio de dissociação do sal BaSO4 no sentido inverso, de
forma a contrariar a perturbação, diminuindo a solubilidade do composto comparativamente à sua solubili-
dade em água.
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3 Soluções e equilíbrio de solubilidade
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3.5 DESMINERALIZAÇÃO DE ÁGUAS
A dureza total de uma água corresponde à soma das durezas temporária e permanente da água e
equivale à concentração total de catiões Ca2+ e Mg2+ presentes na água.
Atendendo à sua dureza, as águas podem ser classificadas como macias, moderadamente duras,
duras ou muito duras:
Para minimizar a dureza de uma água é possível recorrer a processos como sistemas de permuta
iónica, adição de agentes precipitantes e aditivos anticalcário.
Além dos iões metálicos, como Ca2+ e Mg2+, que provocam a dureza da água, muitos outros poluen-
tes são encontrados nas águas residuais, quer municipais quer das empresas, nomeadamente iões
fosfato e iões de metais pesados, que podem ser removidos recorrendo a reações de precipitação.
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